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diagnostico da pimenta do reino TCC - Versão Final Carol e Pedro (1)


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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA 
 
 
 
CAROLINE GOMES DE AVIZ 
PEDRO LIMA FARIAS 
 
 
 
 
 
Diagnóstico da Pimenta-do-Reino no Município de São Miguel do Guamá – PA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARAGOMINAS 
2017 
 
CAROLINE GOMES DE AVIZ 
PEDRO LIMA FARIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico da Pimenta-do-Reino no Município de São Miguel do Guamá - PA 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de 
Engenharia Agronômica da Universidade Federal Rural da 
Amazônia, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em 
Engenharia Agronômica. 
Área de Concentração: Produção Vegetal 
Orientador: D.Sc.: Luís de Souza Freitas. 
Co-orientadora: D.Sc.: Danielle Silva Pinto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARAGOMINAS 
2017 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação 
Universidade Federal Rural da Amazônia 
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
Aviz, Caroline Gomes de 
 Diagnóstico da Pimenta-do-Reino no Município de São Miguel do Guamá – PA / Caroline 
Gomes de Aviz e Pedro Lima Farias. _ Paragominas, 2017. 
 62 f. 
 
 Orientadora: Prof. D.Sc. Luís de Souza Freitas 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Agronomia) – Universidade Federal Rural 
da Amazônia - UFRA, Paragominas - PA, 2017. 
 
 
1. Pipericultura - Produtividade. 2. Fusariose. 3. Pragas. I. Farias, Pedro Lima. II. 
Freitas, Luís de Souza, Orient. III. Título. 
 
 CDD 23.ed. 633.8498115 
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Deus, que sempre esteve ao nosso lado, nos 
abençoando e mostrando o melhor caminho, e aos 
nossos pais que não nos deixaram desistir, em 
meio às dificuldades, dedicamos essa conquista a 
vocês. 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus, pela sabedoria, compreensão, paciência e pelo seu 
amor tão grandioso, cada momento dessa conquista foi escrita por Ele; 
Ao meu pai Manoel Diogo de Aviz e a minha mãe Elineuza Batista Gomes, pelo amor, 
incentivo, dedicação, oração, persistência, e pela palavra que me acalmava nos momentos 
difíceis; 
A todos meus familiares, que sempre me ajudaram com palavras de sabedoria, 
conforto e orações, em especial a minha irmã Camila Gomes, pelo companheirismo; 
Ao meu namorado Pedro Lima Farias, pela paciência, força, amor, companheirismo, e 
principalmente por estar do meu lado nos momentos bons e não tão bons; 
À Universidade Federal Rural da Amazônia pela oportunidade de realizar este curso; 
A todos os meus professores, desde o maternal até a faculdade, pelo conhecimento 
compartilhado e pelo incentivo, em especial meu orientador Luís Freitas, pela dedicação, 
paciência e empenho na elaboração deste trabalho, e também a nossa Co-orientadora Danielle 
Pinto, pelo auxilio e pela atenção prestada 
A todos os meus amigos, em especial Tacimara Oliveira que sempre tinha palavras 
lindas de conforto para me acalmar nos momentos de angustia e desespero; 
Às meninas que moraram comigo nesses 5 anos de curso, Thaise, Carla, Juliane e 
Cândida, que me ensinaram conviver com as diferenças e me deram apoio nas horas difíceis 
longe de casa e de nossos pais; 
Ao Engenheiro Agrônomo Antonio Max, ao Técnico Agropecuário Rômulo Cezar e 
ao Engenheiro Florestal Rodrigo Soares por dividirem seus conhecimentos conosco, e nos 
auxiliarem no decorrer deste trabalho; 
A todos os meus vizinhos, que torciam pela minha vitória, principalmente Joana 
Maria, que considero muito; 
A todos os funcionários da UFRA, em especial Tia Toinha e Tia Néia, que sempre 
estavam dispostas a me ajudar ao longo deste curso; 
Agradeço a todas as pessoas que contribuíram direta e indiretamente para o êxito desta 
etapa em minha vida, que Deus abençoe a todos! 
 
Caroline Gomes de Aviz 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Quero agradecer primeiramente a Deus pela saúde е força para superar as dificuldades 
e estar aqui hoje numa data tão especial, porque sem Ele a gente não é nada. 
Agradecer em especial aos meus pais Edileuza Moreira Lima (in memoriam) e 
Antonio Miranda Farias, pelo amor, incentivo e apoio incondicional, e meus irmãos Ivan 
Lima Farias, João Lima Farias, Maria Antônia Lima Farias, Francisco Lima Farias e Ediney 
Lima Farias que contribuíram muito para que eu tivesse essa alegria, de ter um curso de 
formação superior. 
Gostaria de agradecer a todos meus familiares, em especial a tia Dalva pelo amparo e 
apoio que me deu ao longo do curso para chegar até o fim. 
Agradecer também em especial minha namorada Caroline Gomes de Aviz, pelo apoio, 
pelo incentivo para que eu não desistisse do curso e também ao companheirismo ao longo do 
curso, meu muito obrigado a você. 
Agradecer em especial à Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) pela 
oportunidade de fazer o curso, pelo ambiente criativo e amigável que foi proporcionado no 
decorrer desses anos de formação profissional de Engenheiro Agrônomo. 
Aos meus orientadores, pelo empenho dedicado à elaboração deste trabalho Prof. Dr. 
Luiz Freitas e a Profª. Dr. (a). Danielle Pinto pelo paciente trabalho de revisão e de ter 
confiado no meu potencial. 
Aos meus amigos Charles, Adenil, Izomar, José, João Paulo e Suzane que me deram 
apoio emocional e ombro amigo ao longo destes anos. 
Ao amigo e Engenheiro Agrônomo Antonio Max, ao Técnico Agropecuário Rômulo 
Cezar da EMATER-SMG e ao Engenheiro Florestal Rodrigo Soares por colaborarem para a 
realização deste trabalho; 
Ao corpo docente, direção е administração da UFRA que oportunizaram а janela que 
hoje vislumbro um horizonte superior, pеlа confiança no mérito е ética aqui presentes. 
Aos funcionários da UFRA, especialmente Tia Neia e Toinha, que muitas das vezes 
nos ajudaram em algo na universidade. 
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação profissional, о 
meu muito obrigado. 
 
 Pedro Lima Farias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A sabedoria repousa no coração dos que 
têm discernimento, e mesmo entre os tolos 
ela se deixa conhecer”. 
(Provérbios 14: 33) 
RESUMO 
 
 
O Pará é o maior produtor dentre os estados brasileiros, com cerca de 90% da produção, cuja 
produtividade e longevidade das plantas têm sido reduzidas pelo ataque da fusariose e de 
viroses. O objetivo geral deste trabalho foi avaliar os aspectos produtivos da pimenta-do-reino 
no município de São Miguel do Guamá – PA. O estudo foi realizado na zona rural do 
município de São Miguel do Guamá– PA, com 33 produtores em 13 comunidades. Os dados 
foram obtidos através do levantamento das informações quantitativas através da aplicação de 
um questionário com perguntas voltadas ao sistema de produção de pimenta-do-reino da 
propriedade, relacionadas a origem dos produtores, pragas e doenças, produtividades, insumos 
utilizados, manejo, colheita e beneficiamento da cultura. A aplicação do questionário ocorreu 
no mês de julho de 2016. A produção anual de pimenta-do-reino no município foi de 375.500 
kg, ou seja, 375 toneladas de pimenta colhida no ano de 2015. Os tratos culturais realizados 
no município são bem semelhantes aos usados no restante do estado do Pará, sendo que os 
mais utilizados são capina, limpeza de área e amarrio das mudas, estes são métodos comuns 
entre os produtores entrevistados. A praga mais recorrente na cultura é o pulgão, porém a 
praga citada como a que ocasiona maiores prejuízos foi a formiga. A doença mais grave e quefoi citada por um maior número de produtores foi a fusariose. Os insumos mais citados pelos 
pipericultores de São Miguel do Guamá – PA foram o calcário e a enxada, ambos são 
utilizados por todos os produtores do município. A principal dificuldade encontrada pelos 
produtores no cultivo da pimenta-do-reino é o preço do tutor morto (estaca de Acapu), que se 
eleva conforme aumento do preço da pimenta. A rota de comercialização do produto se dá 
principalmente na região Nordeste do estado, a cidade que compra a maior parte da pimenta 
guamaense é Castanhal – PA. 
 
Palavras-chave: Fusariose. Insumos. Pipericultura. Pragas. Produtividade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Pará is the largest producer among the Brazilian states, with about 90% of production, whose 
productivity and longevity of plants have been reduced by the attack of fusariosis and viruses. 
The general objective of this work was to evaluate the productive aspects of black pepper in 
the municipality of São Miguel do Guamá - PA. The study was carried out in the rural area of 
the municipality of São Miguel do Guamá - PA, with 33 producers in 13 communities. The 
data were obtained by means of the survey of the quantitative information through the 
application of a questionnaire with questions related to the production system of pepper of the 
estate, related to the origin of the producers, pests and diseases, productivities, inputs used, 
handling, harvesting And processing of the crop. The questionnaire was applied in july 2016. 
The annual production of black pepper in the municipality was 375,500 kg, or 375 tons of 
pepper harvested in the year 2015. The cultural practices carried out in the municipality are 
very similar To those used in the rest of the State of Pará, being the most used are weeding, 
cleaning of area and amarrio of the seedlings, these are common methods among the 
producers interviewed. The most recurrent pest in the crop is the aphid, but the pest cited as 
the one that caused the most damage was the ant. The most serious disease that was cited by a 
larger number of producers was Fusarium. The most cited inputs by the São Miguel do 
Guamá - PA producers were limestone and hoe, both used by all producers in the 
municipality. The main difficulty encountered by growers in the cultivation of black pepper is 
the price of the dead tutor (Acapu stake), which rises as the price of pepper increases. The 
route of commercialization of the product occurs mainly in the northeastern part of the state, 
the city that buys most of the guamaense pepper is Castanhal - PA. 
 
Key-words: Fusarium. Inputs. Pipericultura. Pests. Productivity. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 - Mapa de localização das comunidades visitadas no município de São Miguel do 
Guamá – PA. ............................................................................................................................ 29 
Figura 2 - Naturalidade dos produtores de pimenta-do-reino, no município de São Miguel do 
Guamá - PA. ............................................................................................................................. 30 
Figura 3 - Principais fatores que contribuíram para a vinda dos produtores para São Miguel do 
Guamá - PA. ............................................................................................................................. 30 
Figura 4 - Grau de escolaridade dos produtores de pimenta-do-reino, em São Miguel do 
Guamá - PA. ............................................................................................................................. 31 
Figura 5 - Quantidade de produtores em relação ao tempo que está na atividade pimenta-do-
reino em São Miguel do Guamá - PA. ..................................................................................... 32 
Figura 6 - Média do tamanho de área destinada ao plantio de pimenta-do-reino em cada 
propriedade no município de São Miguel do Guamá - PA....................................................... 34 
Figura 7 – Características das propriedades produtoras de pimenta-do-reino em São Miguel do 
Guamá - PA. ............................................................................................................................. 34 
Figura 8 - Porcentagem de produtores que possuem assistência técnica no cultivo da pimenta-
do-reino em São Miguel do Guamá - PA. ................................................................................ 35 
Figura 9 - Principais agrotóxicos utilizados no cultivo da pimenta-do-reino em São Miguel do 
Guamá - PA. ............................................................................................................................. 36 
Figura 10 - Principais adubos orgânicos utilizados no cultivo da pimenta-do-reino em São 
Miguel do Guamá - PA. ............................................................................................................ 36 
Figura 11 - A - Carneiros que fornecem adubo orgânico para a plantação de pimenta-do-reino. 
B – Esterco de carneiro. ............................................................................................................ 37 
Figura 12 - Concentrações de NPK mais utilizadas no cultivo da pimenta-do-reino em São 
Miguel do Guamá - PA. ............................................................................................................ 38 
Figura 12 – Porcentagem de produtores que utilizam calcário antes do plantio da pimenta-do-
reino em São Miguel do Guamá – PA. ..................................................................................... 38 
Figura 13 - Tipo e espécie de tutor utilizado pelos produtores para conduzir a pimenta-do-
reino em São Miguel do Guamá – PA. ..................................................................................... 39 
Figura 14 - Características físicas (textura) dos solos das propriedades rurais de São Miguel 
do Guamá - PA. ........................................................................................................................ 40 
Figura 15 - Plantio de pimenta-do-reino em propriedade com solo arenoso em São Miguel do 
Guamá – PA. ............................................................................................................................ 40 
Figura 16 - Porcentagem de produtores que compram e produzem a muda de pimenta-do-
reino em São Miguel do Guamá – PA. ..................................................................................... 41 
Figura 17 - Materiais utilizados pelos produtores na produção de substratos para as mudas de 
pimenta-do-reino em São Miguel do Guamá – PA. ................................................................. 42 
Figura 18 - Espaçamentos utilizados na produção de pimenta-do-reino no município de São 
Miguel do Guamá – PA. ........................................................................................................... 43 
Figura 19 - Tratos culturais executados pelos produtores na produção de pimenta-do-reino em 
São Miguel do Guamá – PA. .................................................................................................... 44 
Figura 20 - Pragas e doenças que afetam a pimenta-do-reino em São Miguel do Guamá – PA.
 .................................................................................................................................................. 45 
Figura 21 - Pulgão e formiga atacando a pimenteira-do-reino em São Miguel do Guamá – PA.
 .................................................................................................................................................. 45 
Figura 22 - Doenças que incidem sobre a pimenteira-do-reino em São Miguel do Guamá – 
PA. ............................................................................................................................................46 
Figura 23 - Sintomas da doença fusariose (A). Sintomas da doença Antracnose (B) na 
pimenteira-do-reino. ................................................................................................................. 46 
Figura 24 - Sistemas de irrigação utilizados nas propriedades pelos agricultores na cultura da 
pimenta-do-reino em São Miguel do Guamá – PA. ................................................................. 47 
Figura 25 - Meses de colheita da cultura de pimenta-do-reino em São Miguel do Guamá – PA.
 .................................................................................................................................................. 47 
Figura 26 - Formas de debulha e formas de secagem da cultura da pimenta-do-reino em São 
Miguel do Guamá – PA. ........................................................................................................... 48 
Figura 27 - Tipos de pimenta-do-reino comercializadas pelos produtores em São Miguel do 
Guamá – PA. ............................................................................................................................ 49 
Figura 28 - Pimenta-do-reino verde (A), branca (B) e preta (C). ............................................. 50 
Figura 29 - Fluxograma do beneficiamento da pimenta preta e branca no município de São 
Miguel do Guamá – PA. ........................................................................................................... 51 
Figura 30 - Preço pago pelo kg de pimenta-do-reino em 2015/2016 no município de São 
Miguel do Guamá – PA. ........................................................................................................... 51 
Figura 31 - Principais destinos de comercialização da pimenta-do-reino de São Miguel do 
Guamá – PA. ............................................................................................................................ 53 
Figura 32 - Principais entraves que afetam a produção de pimenta-do-reino em São Miguel do 
Guamá – PA. ............................................................................................................................ 54 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 - Recomendação de adubação para a pimenteira-do-reino, em função da análise de 
solo. .......................................................................................................................................... 22 
Tabela 2 - Nome das comunidades, identificação dos produtores, área total das propriedades e 
área plantada de pimenta-do-reino em São Miguel do Guamá – PA. ...................................... 33 
Tabela 3 - Produção total e produção individual das propriedades avaliadas em São Miguel do 
Guamá – PA. ............................................................................................................................ 49 
Tabela 4 - Fatores que influenciam no preço da pimenta-do-reino no município de São Miguel 
do Guamá - PA. ........................................................................................................................ 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 14 
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 15 
2.1 Objetivo geral .................................................................................................................... 15 
2.2 Objetivos específicos ......................................................................................................... 15 
3 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 16 
3.1 Produção de pimenta-do-reino Estado do Pará ............................................................. 16 
3.2 Cultivares e sua caracterização ....................................................................................... 17 
3.2.1 Apra ................................................................................................................................. 17 
3.2.2 Bragantina ........................................................................................................................ 17 
3.2.3 Cingapura ........................................................................................................................ 17 
3.2.4 Guajarina ......................................................................................................................... 18 
3.2.5 Iaçará ............................................................................................................................... 18 
3.2.6 Kottanadan ....................................................................................................................... 18 
3.2.7 Kuthiravally ..................................................................................................................... 18 
3.3 Solos e Preparo de área .................................................................................................... 19 
3.3.1 Análise de solo e preparo de área .................................................................................... 20 
3.4 Produção de Mudas .......................................................................................................... 20 
3.4.1 Instalações para produção de mudas ............................................................................... 21 
3.4.2 Seleção das matrizes e obtenção das mudas .................................................................... 21 
3.4.3 Substrato .......................................................................................................................... 21 
3.4.4 Manutenção das Mudas ................................................................................................... 22 
3.5 Adubação Química e Orgânica ....................................................................................... 22 
3.6 Tratos Culturais ................................................................................................................ 22 
3.6.1 Capina e Roçagem ........................................................................................................... 23 
3.6.2 Amarrio das mudas .......................................................................................................... 23 
3.6.3 Cobertura morta ............................................................................................................... 23 
3.6.4 Drenagem ........................................................................................................................ 24 
3.6.5 Podas ................................................................................................................................ 24 
3.6.6 Amontoa .......................................................................................................................... 24 
3.7 Pragas e Doenças .............................................................................................................. 24 
3.7.1 Pulgão .............................................................................................................................. 25 
3.7.2 Cochonilhas ..................................................................................................................... 25 
3.7.3 Formiga de fogo .............................................................................................................. 25 
3.7.4 Fusariose .......................................................................................................................... 26 
3.7.5 Antracnose ....................................................................................................................... 26 
3.8 Colheita e Beneficiamento............................................................................................... 27 
4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 28 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 29 
5.1 Caracterização dos produtores de São Miguel do Guamá - PA ................................... 29 
5.2 Caracterização das propriedades .................................................................................... 32 
5.3 Caracterização dos principais insumos utilizados pelos produtores ........................... 35 
5.4 Aspectos produtivos .......................................................................................................... 40 
5.5 Aspectos de comercialização ............................................................................................ 49 
5.6 Dificuldades encontradas na produção de pimenta-do-reino ....................................... 53 
6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 55 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 56 
APÊNDICE ............................................................................................................................. 60 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
1 INTRODUÇÃO 
A pimenteira-do-reino (Piper nigrum L.) é uma planta trepadeira perene semi-lenhosa 
da família das Piperáceas. O gênero Piper pertence à classe das Dicotiledôneas, e a ordem 
Piperales (EMBRAPA, 2004). 
A cultura apresenta dois tipos de ramos, um de crescimento que se desenvolve junto 
ao tutor, fixando-se a este por raízes grampiformes, e outro tipo de ramo, o produtivo, que se 
desenvolve lateralmente e produz os frutos. As raízes são adventícias e algumas pivotantes, 
sendo que 68% do sistema radicular está na camada até 20 cm. Os frutos desenvolvem-se em 
espigas. O período entre a floração e a maturação é cerca de seis meses (COSTA; 
MEDEIROS, 2001). 
Para Duarte (2004), o cultivo da pimenteira-do-reino no Brasil está estreitamente 
relacionado à colonização portuguesa. Originária das florestas de Kerala, sul da Índia, é a 
especiaria que mais atraiu os comerciantes daquela época. Os portugueses, os primeiros a 
descobrir uma rota mais curta para a Índia partindo da Europa, passaram a denominar o 
produto de pimenta-do-reino, termo como é conhecida até hoje. 
Os maiores produtores mundiais da pimenta-do-reino são Índia, Vietnã, Indonésia, 
Malásia e Brasil. A produção mundial de pimenta-do-reino nos últimos anos variou entre 
300.000 a 400.000 toneladas anuais (SERRANO, 2014). Sua introdução no Brasil, ocorreu no 
século XVII, primeiramente no estado da Bahia, sendo levada em seguida para outros estados, 
mas só se estabeleceu como cultivo, em 1933 no estado do Pará, após a introdução da cultivar 
Cingapura, pelos imigrantes japoneses (CONAB, 2015). 
Segundo Casali (2008) a pimenta-do-reino é cultivada, principalmente, em países de 
climas tropicais e subtropicais. Sendo assim, encontra no Brasil condições ideais para seu 
cultivo. 
O Pará é o maior produtor dentre os estados brasileiros, com cerca de 90% da 
produção, cuja produtividade e longevidade das plantas têm sido reduzidas pelo ataque da 
fusariose e de viroses (CMV e PYMoV) (LEMOS; TREMACOLDI; POLTRONIERI, 2014). 
Dados do IBGE (2016), revelam que no mês de outubro de 2016 a produção brasileira 
de pimenta-do-reino foi de 52.794 toneladas em 24.455 hectares, com um rendimento médio 
de 2.119 kg/ha. Com destaque para os maiores estados produtores, Pará (66,6%), Espírito 
Santo (24,5%), e Bahia (4,7%). 
A pimenta-do-reino, produzida no Brasil é vendida no mercado externo como 
pimenta-preta, pimenta-branca e pimenta-verde ou em salmoura, ao passo que no mercado 
15 
 
interno, ela é comercializada como pimenta-preta e branca, pimenta em pó e misturada a 
outros condimentos, principalmente cominho. Subprodutos como piperina e oleorresina – 
extraídos de grãos chochos de pimenta – são utilizados nas indústrias de embutidos, 
perfumaria e farmacêutica, cujos preços podem atingir até três vezes o valor obtido do 
produto comercializado na forma de grãos (DUARTE et al., 2006). Os maiores importadores 
da pimenta brasileira são Estados Unidos, Holanda, Argentina, Alemanha, Espanha, México e 
França (CASALI, 2008). 
Para Filgueiras et al. (2007), um dos grandes problemas que compromete os 
produtores da cultura é o fato desses não conseguirem se organizar na busca de melhores 
ganhos comerciais através de associações e/ou cooperativas, exigindo melhores condições de 
infraestrutura para escoamento da produção e assistência técnica. 
Segundo dados do Departamento de Estudos Socioeconômicos (DESER, 2008), um 
outro problema enfrentado pelos produtores de pimenta-do-reino é que já iniciam a atividade 
com a incorporação da prática de utilização de insumos químicos por vezes até mecanizada, 
resultando em altos custos de implantação e manutenção da cultura, além da dificuldade que 
eles enfrentam com a ausência de infraestrutura de armazenagem, o que torna difícil a prática 
de estocagem de pimenta para negociá-la em épocas mais propícias. 
No município de São Miguel do Guamá, bem como em outras regiões do estado do 
Pará, várias são as lacunas enfrentadas pelos pipericultores, principalmente, quando tange 
aspectos relacionados à produtividade, pragas e doenças, irrigação, adubação, produção de 
mudas, e também o escasso nível de informações presente na literatura. Diante do exposto, há 
a necessidade da realização de estudos sobre aspectos produtivos da pimenta-do-reino na 
região, a fim de beneficiar produtores, estudantes, técnicos e pesquisadores através da 
realização deste trabalho 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 Objetivo geral 
O objetivo geral foi avaliar os aspectos produtivos da pimenta-do-reino no município 
de São Miguel do Guamá – PA. 
 
2.2 Objetivos específicos 
 Compreender o processo de produção da pimenta-do-reino. 
 Conhecer os principais tratos culturais aplicados à pimenta-do-reino no município; 
16 
 
 Identificar as principais pragas e doenças mais recorrentes na cultura; 
 Quantificar os principais insumos empregados na produção de pimenta-do-reino; 
 Analisar as principais dificuldades enfrentadas pelos produtores de pimenta-do-reino; 
 Averiguar a comercialização, bem como as rotas de comercialização da pimenta-do-reino. 
 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
 
3.1 Produção de pimenta-do-reino Estado do Pará 
A espécie da pimenteira-do-reino (Piper nigrum L.), se estabeleceu como cultivo 
racional após a introdução da cultivar Cingapura, pelos imigrantes japoneses em 1933, no 
estado do Pará (DESER, 2008). 
O Brasil, se tornou o país que mais produziu pimenta-do-reino em todo o mundo nos 
anos de 1980 a 1983, e nos anos de 1980 a 1982 e também em 1984 alcançou a posição de 
maior exportador mundial de pimenta-do-reino, graças à produção paraense (HOMMA, 
2008). 
Dados da Fapespa (2015), a produção paraense de pimenta-do-reino no ano de 2013 
foi de 30.885 toneladas, sendo Igarapé-Açu e Tomé-Açu os maiores municípios produtores do 
estado, que registraram as maiores produções (12,36% e 10,36%, respectivamente). Neste 
mesmo ano, a pimenta-do-reino foi o segundo produto agrícola de maior valor exportado pelo 
estado em 2013, superado apenas pela soja. 
Na safra de 2015, o estado do Pará tinha uma área total plantada de 16.152 hectares de 
pimenta-do-reino, e 15.891 hectares de área colhida, se destacando como o maior estado 
produtor do país nesse ano, e teve uma participação de 73% da produção nacional. No ano de 
2016, a área plantada aumentou para 24.919 hectares, porém a área colhida não obteve 
aumento significativo e totalizou 16.280 hectares, e nesse mesmo ano a participaçãodo Pará 
na média nacional foi de 67% (IBGE, 2016). A área colhida não acompanhou a quantidade de 
área plantada, pelo fato da cultura produzir pouco no primeiro ano, variando de 1,0 até 2,0 kg 
por planta de acordo com o manejo empregado. 
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2013) revela que a microrregião do 
Guamá que abrange os municípios: Aurora do Pará, Cachoeira do Piriá, Capitão Poço, 
Garrafão do Norte, Ipixuna do Pará, Irituia, Mãe do Rio, Nova Esperança do Piriá, Ourém, 
Santa Luzia do Pará, São domingos do Capim, São Miguel do Guamá e Viseu, todos no 
17 
 
estado do Pará, foi responsável por 26% da produção estadual de pimenta-do-reino no ano de 
2009. 
 
3.2 Cultivares e sua caracterização 
Independente da cultivar, as mudas devem ser provenientes de plantas matrizes bem 
formadas, vigorosas e livres de pragas e doenças. Embora as cultivares não apresentem 
resistência à doença fusariose, é importante diversificar no campo, evitando a uniformidade 
genética com a utilização de uma única cultivar (POLTRONIEIRI, LEMOS, 2014a). 
3.2.1 Apra 
Esta cultivar é oriunda de estacas de plantas matrizes provenientes do Estado de 
Kerala, sul da Índia, na década de 1980, tem folhas largas, com 8,8 cm de largura e 
comprimento médio de 13,8 cm, espigas longas, com comprimento médio de 12,0 cm, e 
várias fileiras de frutos graúdos. Sua produção média é de 3,5 kg/planta. Deve ser cultivada 
em sistema consorciado com fruteiras, espécies arbóreas e algumas essências florestais 
(DUARTE et al., 2006). 
3.2.2 Bragantina 
Conhecida também como Panniyur, denominação da cultivar original na Índia, 
apresenta plantas com folhas largas, em forma de coração, espigas muito longas, com 
comprimento médio de 14 cm, flores 100% hermafroditas, que favorecem o enchimento das 
espigas, frutos graúdos e coloração verde-clara dos brotos novos dos ramos de crescimento 
(LEMOS; TREMACOLDI; POLTRONIERI, 2014). 
3.2.3 Cingapura 
Foi introduzida no Brasil em 1933 e recebeu o nome de Cingapura, em alusão ao local 
de origem. É conhecida também pelo nome de pretinha, em alguns municípios do Estado do 
Pará. Possui formato cilíndrico, folhas pequenas e estreitas, espigas curtas com comprimento 
médio em torno de 7,0 cm e frutos de tamanho médio. Não apresenta resistência às principais 
doenças (fusariose, podridão do pé e viroses), porém apresenta resistência à murcha amarela 
(LEMOS et al., 2011). 
 
 
18 
 
3.2.4 Guajarina 
Foi lançada pelo Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Úmido (CPATU) em 
1982, como nova cultivar para a exploração comercial da cultura da pimenta-do-reino no 
Brasil. Foi obtida por meio de propagação vegetativa da cultivar Arkulum Munda, que tem 
origem na Índia. Apresenta folhas alongadas e de tamanho médio, espigas longas e frutos 
graúdos. A maturação de seus frutos ocorre entre os meses de agosto e outubro 
(ALBUQUERQUE; DUARTE, 1991). 
3.2.5 Iaçará 
Oriunda de polinização aberta, foi introduzida da Índia, em 1981. Essa cultivar tem 
formato cilíndrico e folhas estreitas de tamanho médio. Os ramos de crescimento apresentam 
raízes adventícias bem desenvolvidas. A espiga tem comprimento médio de 9,0 cm, é repleta 
de frutos e apresenta casca espessa. Produz 2,6 kg/planta, sendo a colheita realizada de agosto 
a outubro (DUARTE et al., 2006). 
3.2.6 Kottanadan 
Apresenta formato cilíndrico, ramos ortotrópicos vigorosos emitindo raízes de 
sustentação bem desenvolvidas. As plantas adultas, após sofrerem podas nos ramos 
ortotrópicos, demoram a lançar novas brotações. As brotações apresentam tonalidade violeta. 
As folhas são largas, de tamanho médio. As espigas apresentam comprimento médio de 13 
cm, com boa formação de frutos e enchimento de espiga. Os frutos apresentam-se em forma 
esférica de tamanho médio. Sua maturação se dá de agosto até novembro. Sua produção 
média é de 3,2 kg de pimenta-preta/planta (POLTRONIEIRI, LEMOS, 2014a). 
3.2.7 Kuthiravally 
Apresenta folhas largas e compridas, espigas longas, com comprimento médio de 12 
cm e extremidade recurvada repleta de frutos graúdos (0,49 mm de diâmetro). Em cultivo a 
pleno sol, a partir do terceiro ano, a planta apresenta arquitetura em formato cilíndrico, com 
ramos de crescimento contendo raízes adventícias bem desenvolvidas saindo da região dos 
nós. Os brotos dos ramos de crescimento são de coloração violeta (LEMOS; TREMACOLDI; 
POLTRONIERI, 2014) 
 
19 
 
3.3 Solos e Preparo de área 
Ao se escolher o solo para cultivo da pimenta deve-se levar em consideração a reserva 
de nutrientes do mesmo, pois baixos teores de nutrientes podem ser corrigidos pelo uso 
adequado de fertilizantes e corretivos. Propriedades físicas inadequadas, como solos 
moderadamente e imperfeitamente drenados, têm provocado o aparecimento de doença 
causada por fungos (CPT, 2012). Para o bom desenvolvimento da cultura, é importante que o 
solo apresente boa drenagem, mas com retenção da umidade (CASALI, 2008). 
 
Na Amazônia há uma dominância de solos de baixa fertilidade natural, o que é 
consequência de sua formação, possuindo baixa capacidade de nutrientes essenciais 
disponíveis. Entretanto, no caso da pimenteira-do-reino, essa baixa reserva de 
nutrientes pode ser compensada pelo uso adequado de fertilizantes e corretivos, 
sendo mais importante a considerar as propriedades físicas do solo, consideradas 
boas, em sua maioria (DUARTE, 2004, p. 23). 
 
Os solos de textura média são os mais indicados, pois não secam tão rápido quanto os 
arenosos, nem encharcam tão facilmente quanto os argilosos, é importante que o terreno seja 
plano e levemente inclinado, pois favorece a conservação do solo, facilita a demarcação das 
linhas de plantio, os tratos culturais e a colheita, além de oferecer segurança ao trânsito de 
tratores e implementos nos carreadores. Devem ser bem drenados, áreas de baixada ou com 
lençol freático próximo da superfície devem ser evitadas. Não é recomendado instalar a 
plantação em solos pedregosos, principalmente naqueles com muita piçarra (FRANZINI; 
SILVA; BOTELHO, 2014). 
Para que a cultura tenha um bom desenvolvimento é importante que o solo, onde será 
plantado, a pimenta-do-reino, esteja dentro das características acima citadas e com retenção 
da umidade. Solos muito argilosos devem ser evitados, pois, devido à baixa capacidade de 
infiltração de água, podem facilitar o encharcamento, prejudicando o sistema radicular da 
planta e permitindo, assim, a entrada de fungos causadores de doenças, principalmente a 
fusariose (CPT, 2012). 
É preferível que para a instalação de um pimental, a área a ser utilizada já seja 
trabalhada, para facilitar o preparo mecanizado, reduzir os custos operacionais, além de 
cumprir a legislação ambiental, no que concerne à derrubada e queima da mata. A área deverá 
ser plana, evitando-se solos rasos e/ou com possibilidade de encharcamento (EMBRAPA, 
2004). 
 
 
20 
 
3.3.1 Análise de solo e preparo de área 
A recomendação de adubação para a pimenteira-do-reino, por ocasião da implantação 
da cultura, deve ser efetuada com base na análise do solo, retirando-se entre 15 e 20 amostras 
simples, por área uniforme de até 10 hectares, para a formação de uma amostra composta 
(DUARTE, 2004). 
No preparo da área, deve-se inicialmente proceder a coleta do solo, para análise, que 
vai definir a necessidade de correção e adubação, bem como fazer prospecção quanto a 
existência de algum impedimento físico, no perfil do solo (EMBRAPA, 2004). 
 
3.4 Produção de Mudas 
A pimenta-do-reino pode ser propagada por sementes ou por estacas, sendo que, 
comercialmente, o método indicado é o de propagação por estacas, pois forma pimentais com 
boa conformação, precocidade, uniformidade de produção e mantém as mesmas 
características da planta matriz (CASALI, 2008). 
Rocha et al, (2001), descrevem que o uso do método para obtenção de mudas a partir 
de estacas herbáceas de plantasmatrizes sadias, é justificado pela necessidade de controlar a 
doença que cada vez mais vem se alastrando na região, conhecida como fusariose, causada 
por um fungo Fusarium solani Mart. (micro-organismo não visível a olho nu), principal 
responsável pela destruição dos pimentais. 
A propagação da pimenta-do-reino, em plantios comerciais, é feita por meio de estacas 
enraizadas. Este processo induz a planta a uma frutificação precoce e uniforme (VELOSO; 
ALBURQUERQUE, 1989). 
A produção, o comércio, a exportação, a importação e outras atividades relacionadas 
a sementes e mudas no Brasil são regidas pela Lei 10.711/03, que instituiu o Sistema 
Nacional de Sementes e Mudas, regulamentada pelo Decreto 5.153/04. 
Para produzir exportar importar sementes ou mudas é necessário estar inscrito no 
Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem), além do Registro Nacional de 
Cultivares (RNC). O primeiro passo para quem deseja produzir, exportar, importar, 
ou realizar qualquer atividade relacionada com sementes e mudas é procurar a 
orientação do setor de sementes e mudas da Superintendência Federal de Agricultura 
(BRASIL, 2003). 
 
A tecnologia de produção de mudas herbáceas foi adotada pelos pipericultores por 
apresentar diversas vantagens em relação ao plantio com mudas oriundas de estacas semi-
lenhosas: a) previne a disseminação da fusariose e do mosaico; b) reduz a perda de material 
vegetativo, no campo; c) permite a formação de pimentais mais uniformes; d) eliminação das 
práticas de capação (eliminação da primeira floração) e da poda de formação (DUARTE, 
2004). 
21 
 
3.4.1 Instalações para produção de mudas 
As instalações para produção das mudas de pimenta-do-reino podem ser bastante 
simples, constituindo-se basicamente de um ripado para proteger as mudas. Este local deve 
ser de fácil acesso e ter disponibilidade de água, em quantidade suficiente para irrigação das 
mudas, deve ser próximo do local onde será implantada a cultura e longe de pimentais doentes 
(CASALI, 2008). 
3.4.2 Seleção das matrizes e obtenção das mudas 
Para produção eficiente de plantas matrizes vigorosas e com controle sanitário é 
realizado a condução das plantas em espaldeiras, utilizando miniestacões (1,50 m a 2,00 m) 
em ambiente protegido contra pragas, com cobertura com plástico. As estacas produzidas 
nessas condições podem ser do tipo herbáceas com 2 a 3 nós para produção das mudas 
(LEMOS; POLTRONIERI, 2014b). 
As estacas para formação de um pimental devem ser escolhidas de pimenteiras com 
desenvolvimento vegetativo vigoroso, produtivas, livre de doenças e pragas, e com idade 
entre dois a quatro anos de cultivares adaptadas à região (VELOSO; ALBURQUERQUE, 
1989). 
Não é recomendado o corte de plantas em fase de floração e frutificação, pois não há 
emissão de raízes, quando ocorre, as plantas resultantes são muito fracas pela falta 
de reserva das estacas nesse estádio da planta. As estacas herbáceas são obtidas de 
plantas a partir de 8 meses, com o corte a 50 cm acima do solo (LEMOS; 
POLTRONIERI, 2014b). 
 
O tratamento fitossanitário é feito mergulhando-se as estacas em solução aquosa dos 
fungicidas carbendazim (Derosal), tiabendazol (Tecto) ou tebuconazol (Folicur) na dose de 1 
g/L ou 1 mL/L, durante 15 a 20 minutos: 1.000 L de calda fungicida são suficientes para tratar 
de 5 mil a 6 mil estacas (DUARTE, 2006). 
3.4.3 Substrato 
O substrato é utilizado para encher os sacos plásticos, nos quais são colocadas as 
estacas para enraizar, ou pré-enraizadas. Ele deve ter boa permeabilidade e porosidade para 
facilitar a infiltração da água da rega e para o bom crescimento das raízes. No entanto, não 
deve ser muito solto, para permitir a formação de um torrão em volta do sistema radicular, o 
que melhora o pegamento das mudas no campo (CASALI, 2008). Podem ser utilizados como 
substratos: esterco bovino curtido, terra preta e areia. 
22 
 
3.4.4 Manutenção das Mudas 
Para manter o vigor e o bom estado sanitário das mudas, são realizados tratos 
culturais, como regas diárias, adubação foliar, controle de doenças, como antracnose 
(Colletotrichum gloeosporioides) e mofo-branco (Sclerotium rolfsii), e de pragas, 
principalmente pulgões (Aphis spiricolae) e cochonilhas (Pseudococcus elisae), que são 
transmissores de vírus (LEMOS; POLTRONIERI, 2014b). 
 
3.5 Adubação Química e Orgânica 
Dentre as fontes de matéria orgânica recomendadas para a pimenta-do-reino estão os 
estercos bovino e de aves e torta de oleaginosas, em doses variando de acordo com o teor 
originalmente presente no solo (DUARTE; ALBUQUERQUE, 2005). 
Nas condições da Região Norte recomenda-se aplicar esterco bovino nas doses de 4,0 
kg por cova no transplantio das mudas, 4,0 kg no segundo ano e 4,0 kg no terceiro ano de 
cultivo (PIMENTEL, 1985). 
Oliveira et al. (2005), comprovaram através de estudos que a adição de fontes de 
nitrogênio mineral (Ureia e Sulfato de Amônia) na adubação de formação, apresentam bons 
resultados de altura e diâmetro do colo da planta em relação a adubação orgânica. 
As recomendações de adubação química para a pimenteira-do-reino são divididas em 
três fases: adubação de plantio, de formação e de produção (OLIVEIRA E NAKAYAMA, 
2010). 
Tabela 1 - Recomendação de adubação para a pimenteira-do-reino, em função da análise de solo. 
*Extrator Mehlich 1. 
*(Adaptado de OLIVEIRA E NAKAYAMA, 2010). 
 
 
3.6 Tratos Culturais 
Os principais tratos culturais usados no manejo de pimentais são: capinas, cobertura 
morta e drenagem. A aplicação correta dos tratos culturais tem reflexos positivos na produção, 
na rentabilidade e na vida útil dos pimentais (DUARTE, 2006). 
 
N 
P no solo (mg dm-3)* K no solo (mg dm-3)* 
Época 0 - 10 11 - 20 >20 0 - 40 41 - 90 >90 
 (g planta-1) P2O5 (g planta-1) K2O (g planta-1) 
1° ano 25 20 10 5 25 15 10 
2° ano 50 40 20 10 50 30 15 
3° ano 75 60 30 15 75 45 25 
4° ano 
ou mais 
90 80 40 20 90 60 30 
23 
 
3.6.1 Capina e Roçagem 
Para manter as plantas cultivadas livres da competição das plantas daninhas é 
necessário fazer a capina. O controle pode ser feito, mecanicamente, ou por meio de 
herbicidas. Na época mais chuvosa, quando o crescimento de plantas daninhas é acelerado, é 
mais recomendada a capina química (LAZIA, 2012). A roçagem é uma prática menos danosa 
do que a capina, por proteger melhor o solo e as raízes das plantas (EMBRAPA, 2004). 
3.6.2 Amarrio das mudas 
À medida em que as plantas vão crescendo, é necessário fazer o Amarrio destas, para 
auxiliar na sua condução pelos tutores. Pode ser utilizado fio de plástico, barbante ou cipó́. O 
peso da folhagem e da frutificação poderá́ desprender as plantas do tutor, resultando em 
quebramento da haste e secamento da folhagem, se as plantas não estiverem bem aderidas. É 
preciso fazer o amarrio até́ a planta atinja o ponto mais alto (LAZIA, 2012). 
3.6.3 Cobertura morta 
A cobertura morta fornece muitos benefícios para o solo como proteção contra a ação 
direta das chuvas, redução do escoamento da água e das enxurradas, aumento do teor de 
matéria orgânica e de umidade no solo, manutenção do equilíbrio da temperatura do solo, 
redução da erosão laminar, redução da incidência de plantas daninhas e aumento da população 
de microrganismos (DUARTE, 2006). 
Deve ser colocada no final do período chuvoso e mantida no período de estiagem. Ela 
consiste na colocação de material vegetal, palha ou capim seco proveniente das roçagens ou 
de capineiras, em torno da planta. É importante porque mantém a umidade do solo, reduz a 
concorrência de plantas daninhas e a incidência da fusariose, além de evitar a erosão e servir 
como fonte de matéria orgânica (EMBRAPA, 2004). 
Para fazer cobertura morta são usados os seguintes materiais: casca de arroz, serragem 
de madeira curtida, raspas de raízes de mandioca, mas a melhor é a cobertura com folhas de 
capim-elefante roxo ou capim-guatemala. Paraisso, é preciso preparar capineiras. Para 
cobertura apenas em volta da planta, são necessários 1.000 m2 de capineira/1.000 plantas. A 
cobertura deve ser feita no final do período chuvoso (DUARTE, 2006). São usados ainda 
ramos de embaúba, palha de gramíneas e de leguminosas, entre outros (LAZIA, 2012). 
 
 
24 
 
3.6.4 Drenagem 
Em caso de encharcamento do terreno, a drenagem é prática imprescindível. É feita 
com aberturas de valas que possibilitem o escoamento do excesso de água (EMBRAPA, 
2004). 
O excesso de umidade no solo é altamente prejudicial à pimenteira, pois favorece a 
propagação de moléstias do sistema radicular, causadas por fungos. Também pode ocorrer a 
morte das plantas pelo excesso de água e falta de oxigenação nas raízes. O sistema de 
drenagem deve ser feito antes do início da época chuvosa, ao redor da plantação (LAZIA, 
2012). 
3.6.5 Podas 
Durante o crescimento, a pimenteira-do-reino emite várias brotações que, se deixadas 
crescer livremente, formarão uma touceira impossível de ser conduzida. Por isso, deve ser 
feita uma poda do broto terminal, quando a pimenteira atingir 1 m de altura. Essa prática tem 
como objetivo estimular a brotação dos ramos laterais de produção ou frutíferos (LAZIA, 
2012). 
3.6.6 Amontoa 
É uma prática feita com o objetivo de evitar o empoçamento da água da chuva no pé 
das pimenteiras e, ao mesmo tempo, conservar a umidade. Faz-se a amontoa, chegando-se a 
terra ou restos provenientes de capinas ao redor do pé da pimenteira (EMBRAPA, 2004). 
 
3.7 Pragas e Doenças 
O aumento na expansão do cultivo de pimenta-do-reino pode elevar os índices de 
problemas fitossanitários nos plantios da cultura, principalmente pelo fato do Estado do Pará 
apresentar condições climáticas favoráveis como, alta temperatura e umidade relativa do ar, 
para o estabelecimento de insetos-praga. Além dos plantios em larga escala e em 
monocultivos, que também contribuem para o aparecimento de pragas (LEMOS; 
CELESTINO FILHO, 2009). 
Apesar do potencial inseticida apresentado pela pimenta-do-reino, a planta é afetada 
por alguns insetos que causam danos nas hastes, nos brotos, nas folhas e nos frutos, que 
podem levar a planta à morte (DUARTE et al., 2006). 
 
25 
 
3.7.1 Pulgão 
Segundo Lopes (2004) o pulgão suga a seiva da planta reduzindo seu crescimento, 
várias espécies de pulgão transmitem viroses, que causam severas perdas na produção. Além 
disso, ao se alimentarem na planta, excretam uma substância adocicada na superfície dos 
órgãos aéreos, onde cresce um fungo preto (fumagina) que deprecia os frutos. 
3.7.2 Cochonilhas 
Depositam seus ovos em ovissacos nas raízes de mudas em viveiro e nas hastes da 
planta, próximo às raízes adventícias. A forma jovem do inseto apresenta coloração 
alaranjada, corpo ovalado e é recoberto por pulverulência branca. Os adultos são pequenos 
(1,2 mm a 2 mm), têm corpo mole e recoberto por cera branca. Encontra ótimas condições em 
alta umidade e temperatura, infesta raízes e hastes de mudas de pimenteira-do-reino. Plantas 
atacadas podem definhar, soltando brotos e folhas, e até morrer. Seus ataques são mais 
comuns em plantios mal cuidados e com adoção de tratos culturais equivocados (LEMOS; 
TREMACOLDI; POLTRONIERI, 2014). 
Além de sugar a seiva das plantas, P. elisae é vetor da virose conhecida como “Piper 
Yellow Mottle Vírus” (PYMV). Está associada com formigas-de-fogo do gênero Solenopsis, 
as quais se alojam na folhagem da pimenteira-do-reino, principalmente, na região dos nós das 
hastes aderidas ao tutor (LEMOS; CELESTINO FILHO, 2009). 
3.7.3 Formiga de fogo 
A presença de formigas nos pimentais dificulta os tratos culturais devido, 
especialmente, aos ataques das mesmas aos operários rurais (LEMOS; TREMACOLDI; 
POLTRONIERI, 2014). 
A espécie Wamannia auropunctata é uma formiga pequena (3 a 5 mm de 
comprimento), coloração marrom-clara e com ferrão (GALLO et al., 2002). Formam ninhos 
na serrapilheira e colonizam plantas de pimenteira. São formigas que vivem sobre a planta da 
pimenteira, associadas às cochonilhas P. elisae e P. longivalvata (LEMOS; CELESTINO 
FILHO, 2009). 
 
 
 
 
26 
 
3.7.4 Fusariose 
Reconhecida por muitos agricultores como uma das mais severas doenças que atacam 
a pimenta-do-reino, a podridão das raízes pode matar a planta e prejudicar a sua produtividade 
(OLIVEIRA, 2015). 
A Podridão das raízes ou Fusariose é uma doença causada pelo fungo Nectria 
haematococca Berk e Br.f. sp. Piperis Albuq. (Fusarium solani Mart.) Sacc. f. sp piperis 
Albuq. pode ser propagada pelo solo e pela parte aérea através das chuvas e ventos. Ocasiona 
o apodrecimento do sistema radicular e secamento de ramos e folhas (EMBRAPA, 2004). 
A doença geralmente inicia-se em pequenas reboleiras na lavoura, que posteriormente 
evoluem, chegando a ocupar grandes áreas, tornando o pimental economicamente inviável 
(VENTURA; COSTA, 2004). 
O fungo ataca as raízes da planta causando podridão. Em consequência, a planta fica 
amarela e murcha, e as folhas, os entrenós e as espigas caem. A doença também pode começar 
pelos ramos, causando o secamento das plantas e se espalha pela plantação rapidamente, 
destruindo todo o pimental dentro de dois anos (ROCHA et al., 2001). 
Homma (2016), comenta que a disseminação do Fusarium solani f. piperi nos 
pimentais do Estado do Pará, a existência de mercado e de preços internacionais, até então 
favoráveis, fizeram com que o Brasil alcançasse a posição de primeiro produtor e exportador 
mundial de pimenta-do-reino, em 1982. Isto conduziu à introdução clandestina de variedades 
mais produtivas da Índia durante a década de 1980, apesar das severas leis proibindo a saída 
desse material genético naquele país. 
Para se detectar a presença da fusariose na planta, recomenda-se observar se há́ uma 
lesão escura no nó do ramo da pimenteira. Se a doença já́ estiver evoluindo bastante, a lesão 
segue para cima e para baixo do ramo principal da planta. Isso faz com que os ramos laterais 
sequem e caiam (OLIVEIRA, 2015). 
3.7.5 Antracnose 
O fungo causador da doença é o Colletotrichum gloeosporioides. Esta doença não 
causa perda significativa em plantas adultas, e sua ocorrência é mais comum nos meses mais 
secos do ano, está associada à deficiência de potássio (TREMACOLDI, 2014). 
 
Sua importância é reconhecida quase que exclusivamente pelas lesões que provoca 
em frutos, em campo ou após a colheita. É mais problemática em cultivos de verão, 
quando ocorrem temperatura e umidade altas. O patógeno é disseminado por 
sementes infectadas e por respingos de água de chuva ou irrigação. A doença se 
inicia como pequenas áreas redondas e deprimidas, que crescem rapidamente e 
27 
 
podem atingir todo fruto. Sob alta umidade, o centro das lesões fica recoberto por 
uma camada cor-de-rosa, formada por esporos do fungo. Os frutos atacados não 
caem e as lesões permanecem firmes, a não ser que haja invasão de organismos 
secundários que aceleram a sua deterioração (LOPES, C, A. et al., 2007). 
 
Em mudas herbáceas, mantidas em viveiros muito úmidos e com sombreamento 
denso, Colletotrichum gloeosporioides causa a queima rápida das folhas jovens, resultando 
em queima e morte da muda (DUARTE, 2006). 
 
3.8 Colheita e Beneficiamento 
O período de floração da pimenteira-do-reino tem início no período chuvoso, 
normalmente em dezembro, e estende-se até o final de março. A maturação das espigas ocorre 
6 meses após a floração. A colheita é feita no período de julho a novembro, de acordo com a 
floração (LEMOS; POLTRONIERI, 2014a). A colheita deve ser feita manualmente, espiga 
por espiga, quando os frutos estiverem próximos à maturação (inicio do amarelecimento) 
(COSTA; MEDEIROS, 2001). Depois são depositados em sacos de aniagem ou de 
polipropileno trançado. Para a colheita das espigas formadas na parte superior da planta, 
utilizam-se escadas de madeira do tipo tripé. Após a colheita,os frutos são debulhados 
manualmente ou em pequenas máquinas e, em seguida, são colocados para secar ao sol ou em 
secadores movidos à lenha (LEMOS; POLTRONIERI, 2014a). 
É importante que no momento da colheita os frutos apresentem um teor de umidade 
entre 80 e 85% e casca de coloração vermelha. Tradicionalmente, a colheita da pimenta-do-
reino é realizada quando os frutos estão completamente desenvolvidos, podendo apresentar 
casca de colorações verde-claro, amarelo e vermelho (SERRANO; NOVAK; LIMA, 2008). 
Durante a colheita, o solo ao redor da pimenteira, deve ser coberto com uma lona ou 
plástico previamente higienizados, para evitar possível contaminação microbiológica dos 
grãos que caírem no chão. Os produtores devem ficar alerta quanto à presença de materiais 
fecais humanos ou animais que possam ser introduzidos, involuntariamente, no ambiente da 
colheita ou beneficiamento (EMBRAPA, 2004). 
A colheita é realizada de acordo com o tipo de produto a ser obtido. Considerando o 
estádio de maturação dos frutos na espiga, há três tipos de pimenta-do-reino: verde, preta e 
branca, sendo que o produtor brasileiro produz mais a pimenta-preta, (POLTRONIERI; 
LEMOS, 2014b). 
Após a colheita, pode-se utilizar dois métodos de secagem para produzir pimenta preta 
ou branca. Para pimenta preta, debulhar manualmente ou mecanicamente e secar em terreiros 
de alvenaria, lonas ou secadores. Para pimenta branca, selecionar espigas com frutos maduros, 
28 
 
debulhar, ensacar e mergulhar em água corrente por 8 a 12 dias. Após o período lavar em 
água corrente e secar em terreiros de alvenaria ou lonas. Não usar secadores devido escurecer 
o produto. (COSTA; MEDEIROS, 2001). 
Após realizada secagem da pimenta, é feito o procedimento de ventilação para a 
eliminação de pedras, talos, pedaços de ramos, pimenta chocha, folhas secas e todas as 
impurezas, então é embalada em sacos de polipropileno de 50 kg (DUARTE, 2004). 
 
4 MATERIAL E MÉTODOS 
O estudo foi realizado na zona rural do município de São Miguel do Guamá – PA 
(Figura 1), no mês de julho de 2016. As coordenadas geográficas da cidade são 1° 37′ 40″ sul, 
47° 28′ 55″ oeste, possui uma extensão de área de 1.110,17 km². O clima do município é do 
tipo Equatorial, segundo a classificação de Köppen. 
Os dados utilizados na pesquisa serão oriundos de pesquisa de campo, realizada por 
meio de aplicação de questionário, abordando os seguintes assuntos: sistema de produção da 
pimenta-do-reino das propriedades, origem dos produtores, pragas e doenças frequentes, 
produções, insumos utilizados, manejo, colheita e beneficiamento da cultura. 
Para a elaboração do questionário foi necessária uma profunda revisão de literatura, 
para entender, de forma geral, os aspectos produtivos relacionados a cultura da pimenta-do-
reino. 
A identificação dos produtores de pimenta-do-reino de São Miguel do Guamá – PA foi 
realizado a partir de informações concedidas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão 
Rural (EMATER) (APÊNDICE). 
Após o término da elaboração do questionário, aplicou-se o mesmo em todas as 
comunidades que produzem a cultura no município, para se obter os principais aspectos de 
produção ocorrente no município em questão. Totalizaram-se 33 produtores de pimenta-do-
reino, que estão distribuídos em 13 comunidades, sendo que dos 33 entrevistados, 9 se 
encontram na comunidade Cristo Rei, que fica localizado a 58 km da cidade, 5 são da 
comunidade Miritueira que fica a 28 km de distância, 3 produtores são da Vila Acaputeua a 
30 km da cidade, 3 residem na comunidade Urucuriteua a 25 km de distância, 3 ficam a 16 
km nas margens da rodovia que corta o município (BR 010), 2 são da Vila Apuí a 20 km de 
distância, 2 são da Comunidade Sete de Setembro distante 28 km do centro urbano, 1 é da 
Vila Tatuaia, é a propriedade mais distante da cidade e fica a 80 km, 1 é do Santo Antonio que 
fica a 20 km, 1 da Vila Canavial há 40 km de distância, 1 localiza-se na comunidade Santana 
29 
 
do Urucurí distante 32 km, 1 encontra-se na Vila Suaçuí a 32 km, e o último está na 
comunidade Ladeira a 30 km de distância da cidade. 
Após a coleta dos dados, foram selecionados os principais aspectos a serem discutidos. 
E para finalizar, os dados coletados foram sistematizados em ilustrações simples como 
gráficos, tabelas (Excel 2013), fluxogramas e porcentagens, para melhor compreensão das 
informações obtidas. 
 
Figura 1 - Mapa de localização das comunidades visitadas no município de São Miguel do Guamá – PA. 
 
Fonte: Aviz e Farias (2016). 
 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
5.1 Caracterização dos produtores de São Miguel do Guamá - PA 
De acordo com os resultados obtidos, observou-se que a maioria dos produtores são 
naturais do Estado do Pará, ou seja, 63,64% nasceram na localidade onde residem atualmente 
ou nas regiões próximas. E 36,36% se deslocaram de outros estados do país, como Ceará, 
Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Norte e Minas Gerais (Figura 2). 
 
 
30 
 
Figura 2 - Naturalidade dos produtores de pimenta-do-reino, no município de São Miguel do Guamá - PA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Aviz e Farias (2016). 
 
Para os produtores que se deslocaram de outras regiões do país, notou-se que a maioria 
(70%), vieram com seus pais em busca de melhores condições de vida, e com o passar dos 
anos construíram suas famílias. Pode-se observar que a maior parte dessas pessoas migrou da 
região nordeste brasileira, principalmente por causa da seca que assolava a região nessa 
época, e esse fator foi responsável por 15% do motivo da migração dessas pessoas, que 
ouviram falar que no Pará tinha água em abundância, que a “terra” era boa para produzir, e 
etc. Outro motivo responsável pela chegada dessas famílias, foram propostas de emprego, que 
acabaram trazendo 10% desses produtores. Herança de terra dos pais, foi o quarto e último 
motivo pela qual esses produtores migraram para a região que residem hoje em dia, 
totalizando 5% destas causas (Figura 3). 
Figura 3 - Principais fatores que contribuíram para a vinda dos produtores para São Miguel do Guamá - PA. 
 
Fonte: Aviz e Farias (2016). 
21
5
4
1 1 1
0
5
10
15
20
25
Pará Ceará Pernambuco Maranhão Rio Grande do
Norte
Minas Gerais
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s
Local de origem
Herança dos pais 
5%
Proposta de emprego
10%
Seca no Nordeste
15%
Melhores condições 
de vida
70%
31 
 
O grau de escolaridade dos produtores de pimenta-do-reino do município de São 
Miguel do Guamá, variou bastante, onde se obteve níveis desde o não alfabetizado até os que 
possuem ensino superior. De todos os agricultores que responderam ao questionário, 19 
possuem o ensino fundamental incompleto (EFI), 6 deles são analfabetos, isto é, sem 
escolaridade (SE), 4 têm o ensino médio completo (EMC), 2 entre os 33 já fizeram ou estão 
fazendo o ensino superior (ES), apenas 1 possui o ensino fundamental completo (EFC), e 
somente 1 pessoa apresenta o ensino médio incompleto (EMI) (Figura 4). 
 
Figura 4 - Grau de escolaridade dos produtores de pimenta-do-reino, em São Miguel do Guamá - PA. 
 
*EFC=Ensino Fundamental Completo; EFI=Ensino Fundamental Incompleto; EMC=Ensino Médio Completo; 
EMI=Ensino Médio Incompleto; ES=Ensino Superior; SE=Sem Escolaridade. 
Fonte: Aviz e Farias (2016). 
 
Na figura 5 pode-se notar que a maioria dos produtores (13) está na atividade de 
cultivo da pimenta-do-reino há apenas 5 anos motivados pela alta do preço da cultura nos 
últimos anos, que trouxe novos produtores, e com eles muitas dúvidas sobre o plantio e 
manejo correto dessa cultura. É notório, também que 11 deles estão na atividade há bastante 
tempo, cerca de 20 anos, e que resistiram a queda no preço da pimenta, que chegou a custar 
R$ 3,50 o kg. Cerca de 4 dos produtores, plantam pimenta-do-reino há aproximadamente 10 
anos. E os 5 restantes, cultivam essa cultura de 30 a 50 anos, por tradiçãode família, e que 
aumentam ou diminuem a área de acordo com o preço comercializado do produto no 
mercado, esses produtores são os mais idosos e que estão passando a tradição para os seus 
filhos. 
 
 
19
6
4
2
1
1
0 5 10 15 20
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Número de Produtores
EFC
EMI
ES
EMC
SE
EFI
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Aviz e Farias (2016). 
 
5.2 Caracterização das propriedades 
Em relação à área das propriedades, verificou-se que 39,40% dos produtores 
apresentam áreas variando de 8 a 50 ha, 33,33% áreas superiores a 75 ha, e 18,18% possuem 
propriedades com áreas inferiores a 6 ha, ressalta-se que 9,09% não souberam informar a área 
total de suas terras (Tabela 2). 
Dentro desse contexto, 32 produtores se enquadram como agricultores familiares, pois 
segundo informações publicadas no site da Embrapa (2012) e na Cartilha do Produtor Rural 
do SEBRAE (2015), para ser considerado um agricultor familiar deve possuir área inferior a 4 
módulos fiscais (220 ha), apenas um produtor possui área superior a 220 ha, isso quer dizer 
que 96,97% dos produtores de pimenta- do-reino do município são agricultores familiares. 
A área total plantada de pimenta-do-reino no município é bem pequena, e não 
ultrapassou 150 ha, que equivale a aproximadamente 375 mil pés de pimenta, considerando 
um espaçamento de 2 m x 2 m. Observou-se que 75,76% dos produtores possuem áreas 
destinadas ao plantio de pimenta-do-reino inferiores a 3,63 ha, 12,12% variaram entre 4 e 6 
ha, e 12,12% têm áreas equivalentes a 50 ha. Vale ressaltar que devido ao preço elevado do 
quilograma da pimenta, muitos produtores investiram no plantio de novas áreas da cultura, 
logo a produtividade não vai equivaler à quantidade plantada, visto que são plantios novos, 
isto é, ainda não produziram (Figura 6). 
 
 
 
 
0
2
4
6
8
10
12
14
Até 5 anos Até 10 anos Até 20 anosAté 30 anos Até 40 anos Até 50 anos
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Tempo em anos
Figura 5 - Quantidade de produtores em relação ao tempo que está na atividade pimenta-do-reino em São 
Miguel do Guamá - PA. 
33 
 
Tabela 2 - Nome das comunidades, identificação dos produtores, área total das propriedades e área plantada de 
pimenta-do-reino em São Miguel do Guamá – PA. 
Comunidades Identificação do 
produtor 
Área total da 
propriedade (ha) 
Área plantada de 
pimenta-do-reino (ha) 
 
 
 
 
Cristo Rei 
P1 5,74 1 
P2 75 12,5 
P3 25 0,9 
P4 14 6 
P5 2,5 0,75 
P6 3,63 3,02 
P7 75 50 
P8 75 12,5 
P9 3,63 3,02 
 
 
Miritueira 
P10 50 0,9 
P11 12,5 0,46 
P12 12 0,6 
P13 25 1 
P14 525 3,02 
 
Acaputeua 
P15 1,81 0,6 
P16 75 0,6 
P17 25 1,51 
 
Urucuriteua 
P18 1,21 
P19 50,03 1,21 
P20 0,9 0,6 
 
BR 010 
P21 25 2,11 
P22 3,02 
P23 12,5 1,21 
Apuí P24 25 3,17 
P25 25 0,45 
Sete de Setembro P26 200 3,63 
P27 50 4 
Tatuaia P28 100 12 
Santo Antônio P29 158 5,6 
Canavial P30 0,8 
Santana do 
Urucurí 
P31 
8 4 
Suassuí P32 93 2,44 
Ladeira P33 100 2 
 Total 1.853,24 145,83 
*P1= Produtor 1, P2= Produtor 2 e etc. 
Fonte: Aviz e Farias (2016). 
 
 
 
 
34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Aviz e Farias (2016). 
 
Ao se fazer a pergunta sobre quais documentos possuía suas terras, 26 dos produtores 
responderam que possuíam algum tipo de documento, às vezes só o de compra do terreno, e 7 
deles disseram que não tinham nenhum documento, mas que pretendiam oficializar a compra 
da terra (Figura 7). 
Em relação ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), observou-se que a maior parte deles 
(21) já realizou seu cadastro no CAR, e 12 produtores ainda não haviam registrado seus 
imóveis rurais no CAR (Figura 7). 
Já ao fator realização da Análise de Solo, notou-se que a quantidade de produtores que 
nunca realizaram a análise do solo de sua propriedade foi superior aos que já efetivaram esta 
técnica, 19 agricultores ainda não fizeram e 14 já realizaram. Aqui se explica a falta de 
conhecimento do produtor, pois a análise é muito importante para saber as necessidades de 
cada solo, e fazer a aplicação de adubos e corretivos adequadamente, sem que haja um 
excesso de adubação ou o contrário (Figura 7). 
 
Figura 7 – Características das propriedades produtoras de pimenta-do-reino em São Miguel do Guamá - PA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*CAR = Cadastro Ambiental Rural 
Fonte: Aviz e Farias (2016). 
75,76%
12,12% 12,12%
0
5
10
15
20
25
30
0,45 - 3,63 4,0 - 6,0 12,0 - 50,0
N
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s
Área (ha)
0,45 - 3,63
4,0 - 6,0
12,0 - 50,0
Figura 6 - Média do tamanho de área destinada ao plantio de pimenta-do-reino em cada propriedade no 
município de São Miguel do Guamá - PA. 
26
7
21
12
14
19
0
5
10
15
20
25
30
sim não sim não sim não
N
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s
sim
não
Documentos da terra CAR Análise de solo
35 
 
A porcentagem de propriedades que não possuem assistência técnica é de 51, 60%, ou 
seja, a maior parte das propriedades do município não possui nenhum tipo de assistência. Há 
uma carência enorme de técnicas que venham a tirar as dúvidas dos produtores, como o 
manejo adequado das culturas, forma de controle de doenças e pragas, como fazer mudas 
corretamente, e uma série de perguntas não respondidas. E os que possuem a visita de órgãos 
públicos de assistência técnica, relatam que é ineficiente, pois a visita ocorre poucas vezes no 
ano, e que quando precisam de um serviço, não lhes é ofertado, como por exemplo, 
produtores que não possuem tratores, e que tentam conseguir juntos a esses órgãos, mas na 
menor parte das vezes conseguem. Além de que, os 48,40%, que possuem assistência técnica, 
nem todos são órgãos públicos, existe uma empresa privada de assistência técnica, e também 
os Bancos do Brasil e da Amazônia (Figura 8). 
Figura 8 - Porcentagem de produtores que possuem assistência técnica no cultivo da pimenta-do-reino em São 
Miguel do Guamá - PA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Aviz e Farias (2016). 
5.3 Caracterização dos principais insumos utilizados pelos produtores 
 
Inúmeros foram os agrotóxicos citados pelos agricultores como os mais utilizados, 
usados no controle de pragas, doenças e plantas daninhas, principalmente no controle de 
insetos-pragas. Foram cerca de 30 produtos de diferentes marcas e funções, onde os que 
apareceram com mais frequência foram roundup, 18 produtores falaram que usam este 
produto, o segundo mais frequente foi o decis que apareceu 16 vezes, seguido do karate e 
nativo, que apareceram 8 vezes cada, logo após vieram o gramoxil e gramoxone com uma 
frequência de 7 vezes cada, glifosato e barragem apareceram 6 vezes cada um, e os demais 
tiveram frequência de utilização de 1 a 4 vezes (Figura 9). Segundo Duarte et al., (2006), os 
herbicidas mais usados são à base de paraquat (Gramoxone) e paraquat + diuron (Gramoxil). 
Para Casali (2008), os inseticidas devem ser fosforados e a base de dimetrato. 
 
48,40%51,60%
Quantidade de produtores que possuem assistência técnica (%)
SIM
NÃO
36 
 
 
Fonte: Aviz e Farias (2016). 
 
O adubo orgânico mais utilizado pelos produtores de pimenta-do-reino do município é 
a torta de mamona (Figura 10), 29 agricultores confirmaram o uso deste fertilizante orgânico, 
porque além de ser um produto de menor custo, é muito bom para o desenvolvimento da 
planta, afirmaram os produtores. Trani et al., (2013), relatam que a torta de mamona é um 
fertilizante orgânico simples, ou seja, é oriundo de uma única fonte de origem animal ou 
vegetal, importante fonte de nitrogênio orgânico. É um produto de pouca disponibilidade no 
comércio devido à sua limitada produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Aviz e Farias (2016). 
Logo após, vêm os adubos de origem animal, o esterco de gado é o segundo adubo 
orgânico mais utilizado entre os produtores (17), um dos agricultores que utiliza esse esterco 
Figura 9 - Principais agrotóxicos utilizadosno cultivo da pimenta-do-reino em São Miguel do Guamá - PA. 
. 
16
1
6
8
6
1
18
7
1 1 1 1
4
2
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1
7
4
3
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1 1 1
2 2 2 2
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Agrotóxicos Utilizados
Figura 10 - Principais adubos orgânicos utilizados no cultivo da pimenta-do-reino em São Miguel do Guamá - 
PA. 
. 
29
13
12
17
12
14
2
0 5 10 15 20 25 30 35
Mamona
Farinha de osso
Yorim
Esterco de gado
Esterco de carneiro
Esterco de galinha
Casca de mandioca
Número de produtores
A
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O
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o
s
37 
 
relatou que logo após os animais defecarem, as fezes são recolhidas e colocadas no pé da 
planta, um fato preocupante, pois para as fezes bovinas serem aproveitadas como adubo 
orgânico, é preciso passar alguns dias “curtindo” no sol (Figura 10). Casali (2008), recomenda 
o uso de adubos orgânicos de origem animal bem curtidos. Em estudo realizado por Oliveira 
et al. (2007), constatou-se que as maiores produções de pimenta-do-reino das cultivares 
Bragantina, Iaçará e Cingapura, são obtidas com doses estimadas em 7,3; 8,6; e 7,0 kg planta-1 
de esterco bovino, respectivamente. Garantem ainda que, a produção máxima de pimenta seca 
por planta ocorre nas doses de 6,5; 8,9; e 7,8 kg planta-1 de esterco bovino. 
O esterco de galinha é frequentemente utilizado entre 14 produtores, porém existem 
dificuldades de se encontrar este produto, visto que não existem granjas na cidade, a 
quantidade a ser aplicada deve ser inferior às doses de esterco bovino e de carneiro, pois o 
esterco aviário tem teores mais elevados de nitrogênio. A Embrapa (2004) recomenda aplicar 
no primeiro ano de plantio 2,5 kg/planta de cama de aviário. 
Outro fertilizante de origem animal bastante utilizado no município é o esterco de 
carneiro (12), inclusive encontramos propriedades que criavam ovinos com interesse no 
esterco desses animais, além de lucrar vendendo os mesmos (Figura 11). 
Fonte: Aviz e Farias (2016). 
A farinha de osso também é um produto frequentemente utilizado, 13 produtores 
afirmam seu uso. O yoorim, apesar de muito dos produtores ou todos não conhecerem como 
adubo orgânico, é utilizado por 12 produtores, é rico em fósforo, cálcio, magnésio e 
micronutrientes. A casca da mandioca foi citada por 2 produtores, um fato que chama a 
atenção é que um deles coloca a casca imediatamente após ser retirada da raiz, e sabe-se que é 
necessário deixa-la no sol por alguns dias para poder diminuir o efeito toxico da casca da 
mandioca (Figura 10). Os adubos orgânicos mais utilizados pelos pipericultores de São 
Figura 11 - A - Carneiros que fornecem adubo orgânico para a plantação de pimenta-do-reino. B – Esterco de 
carneiro. 
38 
 
Miguel do Guamá – PA estão entre os recomendados por Lemos; Tremacoldi; Poltronieri 
(2014). 
A combinação de Nitrogênio, Fosforo e Potássio, conhecido popularmente por NPK, é 
o adubo químico preferido dos agricultores entrevistados, que diferenciaram apenas nas 
formulações. A concentração que foi mais citada (27) é a 10-28-20, seguida da formulação 
18-18-18 que é usada por 22 agricultores, a terceira concentração de NPK que foi citada com 
mais frequência é de 16-16-16. As demais formulações foram citadas apenas uma vez 10-30-
20, 13-13-13, 15-15-15, e houve até mesmo produtor que prepara sua própria concentração de 
NPK. 
Fonte: Aviz e Farias (2016). 
Observou-se que todos os produtores de pimenta-do-reino entrevistados fazem uso de 
calcário, então nota-se que os produtores reconhecem a importância de se realizar a calagem 
na área que será feito o plantio (Figura 12). Oliveira e Nakayama (2010) recomendam o uso 
do calcário dolomítico, principalmente em solos com teor de magnésio inferior a 0,7 
cmolcdm
-3. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Aviz e Farias (2016). 
100%
Figura 13 – Porcentagem de produtores que utilizam calcário antes do plantio da pimenta-do-reino em São 
Miguel do Guamá – PA. 
27
22
12
1
1
1
1
0 5 10 15 20 25 30
10-28-20
18-18-18
16-16-16
10-30-20
13-13-13
15-15-15
Própria concentração
Número de produtores
F
o
rm
u
la
çõ
es
Figura 12 - Concentrações de NPK mais utilizadas no cultivo da pimenta-do-reino em São Miguel do Guamá - 
PA. 
. 
39 
 
Em relação às ferramentas e maquinários utilizados no cultivo de pimenta-do-reino a 
enxada é a ferramenta mais usada e foi citada por todos os produtores, seguido do trator e da 
foice, sendo que o trator era de propriedade do produtor, ou da associação da comunidade em 
que reside, ou emprestado da EMATER do município. A draga apareceu com bastante 
frequência também entre as ferramentas, é utilizada principalmente para abertura de covas, 
juntamente com a draga surgiu o facão, que é mais conhecido no município como terçado, 
logo em seguida veio o enxadeco, e o restante, martelo, pulverizador, machado, tesoura de 
poda, motor-serra e carro de mão apareceram com pouca frequência. 
Quanto ao tipo de tutor utilizado para tutoramento da pimenta, destacou-se o uso do 
tutor morto da espécie Acapu (Vouacapoua americana), que é usado por todos os produtores 
(33), porém 19 agricultores utilizam apenas o Acapu. Esta espécie possui características 
adequadas para tutoramento dessa cultura, pois possui alta durabilidade e resistência, por isso 
é a preferida pelos pipericultores do município. A espécie de madeira jarana (Ewscheilera 
jarana), juntamente com o Acapu foi citada por 8 agricultores, sendo que alguns produtores 
que utilizam a Jarana, é pelo motivo de possuírem a mesma na sua propriedade. Além do 
Acapu e da Jarana, 3 agricultores relataram usar outras espécies de tutor morto junto com o 
Acapu. Duarte; Albuquerque e Kato (2004) já afirmaram que os tutores de madeira, 
conhecidos também como estacas e estacões, mais utilizados na região norte do Brasil, são 
feitos de madeira-de-lei das espécies Acapu e Jarana (Figura 13). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Aviz e Farias (2016). 
Também é utilizado pelos pipericultores do município o tutor tipo vivo, porém em 
menor número que o tutor morto, sendo a espécie Gliricidia (Gliricidia sepium) citada por 3 
produtores, que justificaram o uso por ser mais barata quando comparada ao Acapu. Kato et 
al., (2001) confirmam o que os produtores constataram, pois ao comparar cultivos sombreados 
com Gliricidia e cultivo com madeira-de-lei a pleno sol, observou-se uma redução de 21% nos 
custos com tutores. Semelhantes também ao que Menezes et al., (2013), afirmaram em seu 
Figura 14 - Tipo e espécie de tutor utilizado pelos produtores para conduzir a pimenta-do-reino em São Miguel 
do Guamá – PA. 
198
3 3
Tutores vivos e/ou tutor morto
Apenas Acapu
Acapu e jarana
Acapu e outros
Gliricidia e acapu
40 
 
trabalho que os gastos com tutores vivos são inferiores aos tutores mortos. Alguns 
agricultores falaram que tentaram utilizar a espécie como tutor, mas que encontram 
dificuldades de manejo, e notaram que a produção é menor. Diferente do que foi encontrado 
por Conceição et al., (2003), onde houve um aumento de produtividade de pimenta-do-reino 
preta das cultivares Kottanandan-1, Kuthiravalli, laçara-1, Apra, Cingapura e Guajarina nesse 
sistema de cultivo com tutor vivo de Gliricidia. 
 
5.4 Aspectos produtivos 
 
A cidade de São Miguel do Guamá – PA, possui solo com características de textura 
arenosa, onde 60,60% dos produtores confirmaram que suas terras possuem esta característica 
de solo (Figura 14 e 15), e 39,40% relataram que o solo onde