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CADERNO Agroecologia de Montanha 01

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0 1
Segundo a Agenda 21, documento assinado por todas as nações
do mundo, as montanhas são um dos mais frágeis ecossistemas do
planeta e um dos mais importantes para produção de águas e
proteção de florestas e animais silvestres.
Somada a essa importância ambiental, nas montanhas costuma
habitar uma população que tradicionalmente guarda um
conhecimento agrícola lapidado ao longo de séculos de ocupação.
Esses conhecimentos, com seu caráter artesanal e de subsistência,
podem receber maior qualificação, tornando-se ainda mais com-
patíveis com a proteção e a regeneração dos ecossistemas de
altitude, gerando produtos saudáveis e naturais, com uma qualidade
biológica cada vez mais reconhecida no mercado consumidor.
Atualmente a Serra da Mantiqueira guarda todo potencial para
desenvolver esse novo conceito: a agroecologia de montanha,
gerando um conhecimento específico para áreas de altas altitudes,
ainda pioneiro nas montanhas do Brasil.
Foi com essa visão que aconteceu o 1º Encontro de Agroecologia
de Montanha nas Terras Altas da Mantiqueira, no Vale do Matutu,
em Aiuruoca, tendo como proposta um primeiro reconhecimento
das experiências e práticas na região, bem como o fortalecimento
do conceito de agroecologia de montanha. Espera-se que esse
seja o primeiro passo para a formação de uma rede local de
agroecologia, já que os participantes são, em sua maioria, jovens
agricultores familiares, muitos dos quais já orientados pela extensão
rural da EMATER - MG.
O Encontro, nesse sentido, pretendeu ser um fórum que
registrasse como a agroecologia vem se estabelecendo e gerando
conhecimentos na Serra da Mantiqueira. A partir de suas atividades,
o Encontro levantou uma série de informações para divulgação,
intercâmbio e ensino na região.
Essas informações foram organizadas neste Caderno, buscando
disseminá-las e chamar mais produtores a se tornarem parceiros
da natureza, produzindo com menos custos e esforços.
Nas páginas iniciais, falamos sobre o agroecossistema e sobre
como ele acontece no ambiente de montanha. Logo depois,
registramos o que chamamos de histórias de lavrador, experiências
que aconteceram na região e que testemunham os bons resultados
que a agroecologia está obtendo na Mantiqueira. As ferramentas
agroecológicas, que atraem tanto os agricultores e surpreendem a
todos por suas soluções simples e eficientes, merecem um lugar
de destaque neste Caderno. 
Fechando a edição, um relato sobre o 1º Encontro Regional de
Agroecologia de Montanha das Terras Altas da Mantiqueira conta
como foram esses dois dias de bom convívio e troca de
informações, em que se reuniram agricultores de 9 municípios
vizinhos, no vale do Matutu, em Aiuruoca. O principal motivo
desse relato é poder inspirar a você e a outros agricultores
a se juntarem a nós em encontros futuros.
Com a publicação desse primeiro Caderno de Agroecologia de
Montanha: uma Mudança de Altitude, a Fundação Matutu e a
EMATER, com o apoio do SEBRAE, esperam contribuir para
o surgimento de um novo cuidado com o solo nas práticas
agrícolas, além de um aprendizado contínuo em relação à
natureza das Terras Altas da Serra da Mantiqueira.
Luiz Midéa
Fundação MATUTU
Marco Antônio Canestri
EMATER - MG
Leonardo Cardoso Ivo
SEBRAE - MG
A P R E S E N T A Ç Ã O
C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 1
E X P E D I E N T E e S U M Á R I O
Apresentação
Agroecologia de Montanha: Uma mudança de altitude . . . . . . . . . . 02
O Agroecossistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
O Agroecossistema de Montanha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
O que é Agroecologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
Produção de horticultura para o comércio local:
O caso do Manoel de Caxambu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
A mudança é possível:
O caso do café agroecológico em Baependi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Plantando perto da Floresta:
Fruticultura em Itamonte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Novas perspectivas para a agricultura na Região:
Oliveiras e Candeia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Ecoturismo:
Cultivando Paisagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Ferramentas Agroecológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Ferramentas Agroecológicas para Pecuária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1º Encontro de Agroecologia de Montanha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
EXPEDIENTE
Coordenação Editorial: Karla Oddone Ribeiro.
Pesquisa e Texto: André Cesar Henriques, Luiz Fernando de Mello Midéa e
Mariana Marcon. Ferramentas Agroecológicas: André Cesar Henriques
Colaboração: Gisele Freitas Vilela,
Leonardo Cardoso Ivo.
Projeto Gráfico e Ilustrações:Telma Cavallieri.
Produção Editorial, Diagramação: Telma Cavallieri.
Revisão de Texto: Marcela Guasque Stinghen.
Tiragem: 5.000 exemplares.
E L E M E N T O S D O A G R O E C O S S I S T E M A
0 5C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 1
A NATUREZA FUNCIONA COMO UMA TEIA:
MEXENDO EM UM DOS PONTOS, PODE-SE DESTRUIR TODA A TEIA. A ESSA TEIA, CHAMAMOS ECOSSISTEMA. 
AO SISTEMA QUE PRODUZ ALIMENTOS, CHAMAMOS AGROECOSSISTEMA.
O solo é a base da saúde de todo o agroecossistema. É onde as plantas encontram suporte e nutrientes.
Entretanto, o solo não é apenas um reservartório. Ele também tem vida própria. Assim, não basta ter grande
quantidade de adubo. É preciso que o solo esteja saudável para todo o sistema estar saudável. A saúde do
solo depende da existência de poros para o ar e a água entrarem. Depende também da presença de diversos
tipos de nutrientes e da existência de diversos microorganismos. O solo, para ser saudável, precisa de uma
cobertura vegetal para não ressecar nem ser levado pela chuva. 
Nosso planeta e nosso corpo são compostos por 3/4 de água. A água em um ecossistema é essencial para
diversas reações. A cobertura vegetal sobre o solo, principalmente com árvores e arbustos, ajuda a diminuir
o impacto das gotas de chuva sobre a terra, facilitando assim a sua penetração no solo e o abastecimento
das nascentes. Quem tem mais árvores em sua propriedade, tem mais água! 
Os nutrientes são elementos orgânicos e inorgânicos que, embora não possam ser vistos a olho nú, são
fundamentais como alimento para as plantas. Entretanto, não basta que eles estejam presentes no solo, é
preciso que o solo seja saudável para que eles estejam disponíveis para as plantas.
O vento é o ar em movimento. Se não houver proteção, o vento pode levar embora a umidade e o gás
carbônico, fazendo diminuir consideravelmente o crescimento das culturas.
Elas transformam a energia solar em energia química, em matéria, em substâncias que fornecem nossos
alimentos. As plantas não são indivíduos isolados, mas fazem parte de sistemas. É por isso que algumas plantas
podem ajudar ou atrapalhar outras. Além disso, as plantas ajudam na saúde do solo, suas folhas e ramos
alimentam os microorganismos e disponibilizam nutrientes, além de fazer uma cobertura contra sol e chuva.
No nosso ambiente tropical, as árvores são elos fundamentais para a manutenção da fertilidade do
agroecossistema. São elas que fornecem a melhor matéria orgânica para a vida do solo. Elas barram o vento,
dão sombra aos animais, protegem as encostas, topos de morro e margens dos rios. Ao priorizar a utilização
de alimentos produzidos nas árvores, para nós e para os animais, estamos tornando o nosso agroecossis-
tema mais duradouro e sustentável a longo prazo.
Os animais são seres vivos que também fazem parte do ciclo da natureza. Eles ajudam na polinização das
plantas e na adubação do solo. Quando fazemos os animais se sentirem bem e cuidamos de sua saúde, eles
produzemmais e vivem por mais tempo. 
Chuva e temperatura regulam os ciclos da natureza por que podem retardar ou acelerar as reações. 
Nos agroecossistemas, o homem é um componente ativo, que organiza e gerencia os recursos da natureza.
Além da forma como o homem trata a natureza, sua auto-estima, felicidade e a maneira como se relaciona
com os outros seres humanos influencia imensamente o sistema como um todo. A ética é muito importante
para o equilibrio do sistema.
É a nossa fonte de energia, base de toda a vida na Terra. O sol é também por onde nos ligamos ao cosmo.
Na produção de alimentos, a influência da lua sobre as plantas é tradicionalmente conhecida pelos agricultores.
É comum o conhecimento de que entre a lua minguante e a nova deve ser plantado tudo o que dá “abaixo
do solo” (raízes, tubérculos, rizomas e bulbos comestíveis) e de que, entre a lua crescente e a cheia, deve-se
plantar tudo o que dá “acima do solo” (folhas, flores e frutos comestíveis). Outras atividades como podas e
coleitas também são orientadas pelas fases da lua.
Não apenas o sol e a lua, mas as estrelas e outros astos do espaço sideral influenciam nosso planeta e nossa agricultura.
Acreditar nisso pode parecer difícil, mas, desde a antigüidade, muitas civilizações consideravam essa influência.
A G R O E C O S S I S T E M A D E M O N T A N H A
0 7C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 1
O RELEVO É MAIS ACENTUADO. POR ISSO:
• A água das chuvas escoa mais rápido. Quando o solo está sem
ou com pouca vegetação, a água escorre pela superfície, causando
enxurradas, enchentes, erosão e assoreamento dos rios.
• Como o terreno é irregular, formam-se pequenas bacias de
captação de água, que alimentam os lençóis freáticos.
• Por causa das barreiras naturais das montanhas, penhascos e
colinas, a exposição ao vento varia muito. Isso faz com que
diferentes regiões de um mesmo território possam ter vento
constante ou serem protegidas. A direção constante dos ventos
em uma região pode ser observada pela direção em que os troncos
das árvores se inclinam.
• As altitudes variam muito. Com isso, também varia muito a
temperatura e a profundidade do solo. Conforme as altitudes vão se
elevando, as rochas vão aflorando e vai diminuindo a camada do solo.
• O relevo acaba também favorecendo certas faces do terreno,
ao direcioná-las para o norte, sul, leste ou oeste, devido à maior
ou menor exposição à insolação que essas condições oferecem
(faces voltadas para o norte, por exemplo, recebem um maior
número de horas de sol por dia e são mais favoráveis para culturas
exigentes em insolação).
OBSERVE, NA SUA PROPRIEDADE: 
• A declividade dos terrenos;
• A direção das encostas em relação ao sol;
• Existe direção principal do vento?
• Onde estão os cursos d’água e nascentes?
• Em quais lugares o solo é mais raso e em quais é mais profundo?
NAS MONTANHAS, TEMOS QUE DESENVOLVER FORMAS ESPECÍFICAS DE PLANTAR. MUITOS AGRICULTORES
JÁ DÃO VÁRIAS DICAS. AÍ VÃO ALGUMAS DELAS:
• Os barra-vento podem ser feitos utilizando-se a própria variação dos terrenos, juntamente com barreiras vegetais;
• As águas das chuvas podem ser contidas plantando-se em curvas de nível e construindo-se pequenas valas contrárias à direção da enxurrada;
• As pequenas bacias de captação podem ser drenadas para irrigação, aproveitando-se assim a gravidade dos desníveis;
• Nos terrenos rochosos, é importante cultivar espécies nativas adaptadas a esse tipo de solo, para elevar a disponibilidade de matéria orgânica.
NAS MONTANHAS, OS AGROECOSSISTEMAS TÊM CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS,
PRINCIPALMENTE POR CAUSA DE SEU RELEVO.
NA AGROECOLOGIA, ESSES FATORES PODEM SER USADOS A NOSSO FAVOR.
PARA ISSO, É NECESSÁRIA MUITA OBSERVAÇÃO E ATENÇÃO!
JUNTE TODOS ESSES FATORES E IDENTIFIQUE QUAIS ÁREAS
E PROCEDIMENTOS SÃO MAIS ADEQUADOS PARA CADA TIPO DE CULTIVO.
O Q U E É A G R O E C O L O G I A
0 9C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 1
Agroecologia não é um novo “pacote de técnicas”. Não esta-
mos falando de tirar os agrotóxicos ou fertilizantes químicos e
apenas substituí-los por fertilizantes biológicos.
A agroecologia é uma maneira de ver a natureza.
Na agroecologia, buscamos ter uma visão geral do sistema nat-
ural. Buscamos a consciência de que todos os elementos se rela-
cionam e são igualmente importantes para a saúde das plantas e dos
homens.
O QUE NÃO É AGROECOLOGIA
O QUE É AGROECOLOGIA
A agroecologia diz respeito a formas de produção agrícola que:
a) dependam pouco de insumos comerciais;
b) utilizem os recursos da própria fazenda ou sítio;
c) utilizem ferramentas naturais para promover saúde ao solo, como:
biomassa, cobertura dos solos, rotação de culturas e barra-ventos;
d) mantenham a produtividade do solo ao longo de muito tempo;
e) preservem as florestas, águas e a cultura dos povos das montanhas;
f) valorizem e respeitem o conhecimento que os produtores têm
sobre a natureza e seus ciclos de vida;
g) busquem compreender e aceitar as condições locais, ao invés
de buscar alterar e controlar excessivamente o ambiente;
h) procurem soluções coletivas para produção, processamento
e venda dos produtos;
i) busquem beneficiar a sociedade como um todo.
O QUE É AGROECOLOGIA
A produção a partir desses princípios tem menor custo.
Além disso, é mais saudável para o homem e para a natureza. 
POR QUE AGROECOLOGIA?
Mudar para essa nova forma de pensar não é algo que se faça
de uma hora para outra. É preciso experimentar e aprender.
Experimentar novamente e continuar aprendendo. 
Paciência e atenção na natureza são os ingredientes mais impor-
tantes para mudarmos para essa forma mais saudável e mais bara-
ta de produzir nossos alimentos.
AGROECOLOGIA DE MONTANHA: UMA MUDANÇA DE ALTITUDE
Fotos: Luiz Midéa
H I S T Ó R I A D E L A V R A D O R - 1
1 1C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 1
Depois de aplicar vários tipos de agrotóxicos para combater as
pragas e doenças das suas lavouras, percebeu que, em vez de
cederem, elas voltavam cada dia mais destruidoras. Foi então que
Manoel procurou a EMATER-MG de Caxambu em busca de novos
agrotóxicos, para tentar solucionar os inúmeros problemas de pragas
e doenças que atingiam as hortaliças cultivadas. 
Entretanto, pelo contrário, o agricultor foi orientado a adotar
tecnologias alternativas, como a aplicação de solução de urina de
vaca e a calda de mamona, ambas recomendadas como fonte de
importantes nutrientes para as plantas e como poderosas aliadas no
controle das pragas e doenças. 
No começo, Manoel relutou em substituir os agrotóxicos por
urina de vaca e calda de mamona, mas, depois que sua mãe passou
mal, indo parar no hospital após lavar as roupas que ele havia usado
nas aplicações, resolveu tirar as técnicas da gaveta e experimentá-las.
O AGRICULTOR FAMILIAR MANOEL CARLOS SOBREVIVE DA PRODUÇÃO DE HORTALIÇAS E DA PEQUENA
CRIAÇÃO DE GADO LEITEIRO, EM SUA PROPRIEDADE DE 15 ALQUEIRES, O SÍTIO MOMBAÇA, EM CAXAMBU. 
VALE A PENA EXPERIMENTAR
Ele experimentou as técnicas, inicialmente, num pé de abobrinha
d’água, muito afetado com a doença “mildio”, e, ao notar que a
doença regrediu em questão de poucos dias, o agricultor resolveu
usá-las em toda a produção.
Como resultado, Manoel dobrou sua produtividade. Com as
aplicações intercaladas de calda de mamona e solução de urina de
vaca, até os estaqueamentos de bambu duravam o dobro do normal. 
Manoel chegou a apurar R$185,00 com um único pé de
pimentão, que vem dando frutos sem parar há nove meses.
E mais: as suas mercadorias passaram a ser muito procuradas por
toda a cidade, graças à qualidade dos produtos.
Utilizando os recursos internos da propriedade, Manoel vem
aumentando as áreas de plantio e recebeu a qualificação de
produção agroecológica da EMATER-MG, que permite identificar
e valorizar a sua produção no comércio local. 
Manoel insiste em dizer que vale a pena plantar, cuidando da
saúde do proprietárioe da saúde do consumidor.�
A urina de vaca é uma das mais valiosas ferramentas ao desen-
volvimento de uma agricultura sustentável. Ela controla natu-
ralmente inúmeras pragas e doenças das plantas, sendo excelente
fonte de nutrientes, principalmente potássio (K), nitrogênio (N)
e boro (B). Saiba mais na página 22
A N O TA E S S A :
Fotos: André César Henriques
H I S T Ó R I A D E L A V R A D O R - 2
1 3C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 1
O ESTOPIM PARA A MUDANÇA
Marcos acreditava que, mantendo o café “no limpo” e utilizando
agrotóxicos e herbicidas, estaria protegendo a sua produção. 
Na primeira aplicação de agrotóxicos e adubos químicos, houve
um pico na produção e ele ficou muito satisfeito com os resultados.
Porém, logo depois, muitos novos problemas começaram a acontecer. 
Como se não bastasse, quanto mais Marcos tirava o “mato” do
cafezal, surgiam diversas doenças, forçando o produtor a gastar uma
verdadeira fortuna tentando controlar as doenças e pragas que
explodiram em suas talhas.
Insatisfeito com os baixos rendimentos econômicos e os elevados
custos de insumos do cafezal, passou a se interessar por técnicas
alternativas e procurou a EMATER-MG de Caxambu. 
Orientado, começou a pôr em prática técnicas alternativas
agroecológicas, no início do ano de 2006. 
A MUDANÇA É POSSÍVEL
Marcos Rosental foi então orientado pela EMATER-MG a aplicar a
solução de urina de vaca na concentração de 2%. Ficou surpreendido
quando percebeu que, após duas semanas da aplicação da solução
com a urina de vaca, surgiram mais de 30% de folhagens novas, em
pleno período de seca. 
Os excelentes resultados vegetativos da lavoura, principalmente
no controle da ferrugem e do bicho-mineiro, fizeram o produtor
repensar todo o sistema de condução do cafezal.
Passou a utilizar técnicas alternativas nos talhões e a avaliar os
resultados. Além disso, começou a produzir e a aplicar biofertilizantes
à base de excrementos frescos de bovinos e calda de mamona.
Atualmente, produz mudas de diversas cultivares de café
especiais, desenvolvidas pela Funcafé, além de mudas destinadas à
arborização do cafezal, como a Acacia mangium e a A. auriculiformes,
que, além de servirem de adubação verde, vão proporcionar um
excelente quebra-ventos para a lavoura.
Hoje, Marcos está muito satisfeito com a mudança e tem o
desafio de produzir as ferramentas agroecológicas em escala
suficiente para sua lavoura.�
O CAFEICULTOR MARCOS JOSÉ DE SOUZA ROSENTAL É ARRENDATÁRIO DE 20 HECTARES DE LAVOURA
DE CAFÉ NA FAZENDA RIBEIRÃO VALE FORMOSO, LOCALIZADA NA ZONA RURAL DE BAEPENDI. 
Adubação verde: é uma prática utilizada para a fertilização do solo que
consiste no cultivo de determinada planta, normalmente uma leguminosa,
gramínea, crucífera e outras com a finalidade de proteger e melhorar o solo. 
Biofertilizante: fertilizante orgânico constituído por macrominerais e
microminerais essenciais ao desenvolvimento das culturas vegetais.
Quebra-Vento: São árvores e arbustos plantados com o objetivo de
deter ou, pelo menos, diminuir a ação dos ventos fortes.
D Ê N O M E A O S B O I S
Fotos: André César Henriques
H I S T Ó R I A D E L A V R A D O R - 3
1 5C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 1
O PRINCÍPIO
Dulce, antes mesmo de implantar os pomares frutíferos,
preocupou-se em desenvolver manejos voltados para a melhoria
da fertilidade do solo. Primeiramente, trabalhou o solo plantando
gramíneas (como milho, aveia e trigo) e leguminosas (como trevo,
esvilhaca, feijão e ervilhas), o que gerou alimentos e o incremento
da saúde do solo.
Os manejos adotados nos pomares eram baseados em princí-
pios agroecológicos de produção, sendo as adubações realizadas
com composto orgânico e adubação verde, e as pulverizações
para controle de doenças feitas com calda bordalesa e sulfocálcica.
PLANTANDO PERTO DA FLORESTA
Dulce diz que além da floresta servir de quebra-vento, sua
preservação é fundamental para manter o equilíbrio nos pomares,
auxiliando no controle das moscas-das-frutas e de diversas
doenças, gerando um bom controle de pragas. 
Outra grande vantagem da floresta segundo ela é a grande
quantidade de matéria orgânica que desce para as áreas mais
baixas, dispensando o uso de grandes quantidades de esterco animal.
LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE ITAMONTE, MG, ENTRE O PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO
PAPAGAIO E O PARQUE NACIONAL DE ITATIAIA, ENCONTRA-SE A FAZENDA GUATAMBU, DA PROPRIETÁRIA
RURAL DULCE BAHIA DINIZ ARTHUR. CERCA DE 70% DA PROPRIEDADE DE DULCE É COBERTA POR
FLORESTA NATIVA E FOI FAVORECENDO-SE DESSE COMPLEXO ECOSSISTEMA QUE A PROPRIETÁRIA RURAL
INTRODUZIU NAS SUAS TERRAS POMARES DE PÊSSEGO, AMEIXA, MAÇÃ, CAQUI, AMORA, FRAMBOESA, FIGO,
NECTARINA, PÊRA, CITRUS E MORANGO.
DESAFIOS E NOVOS CAMINHOS 
A proprietária rural enfrentou durante muito tempo o desafio de
produzir, transportar e comercializar individualmente, assumindo todo
o desgaste físico, além do ônus financeiro a que esse processo induz.
Atualmente, Dulce aposta no associativismo e participa de um
grupo de produtores orgânicos, que se formou com o apoio do
SEBRAE, a Associação dos Produtores Orgânicos Montanhas da
Mantiqueira (APOMM). Atualmente a APOMM dispõe de um
espaço comum no Mercado Municipal de São Lourenço, onde
Dulce vende seus produtos.�
Além disso, Dulce e outros produtores estão iniciando o
processo de certificação em grupo, que é bem mais econômico
que aquele feito individualmente. 
Ela nos assegura que trabalhar em grupo facilita etapas de todo o
processo: produção, transporte e comercialização e nos demonstra
com sua experiência, a real possibilidade de equilíbrio entre a
preservação da floresta e a agricultura.
Foto: Luiz Midea
A APOMM se reune mensalmente na Associação de Comércio e Indústria
de São Lourenço, na Rua Ariosto Francia, 588, São Lourenço - MG.
Tel.:(35) 3332 2528
S A I B A M A I S . . .
CONHECENDO NOSSO AGROECOSSISTEMA -
Foto: SXC
Ela contou aos presentes que em Carrancas, Baependi, Morro do
Pilar e Barão dos Cocais já existe um grande número de proprietários
que se interessam pela possibilidade de fazer um plano de manejo
sustentável da Candeia.
A Candeia que eles utilizam por lá é a Eremanthus erythropappus,
para a extração de óleo, e a Eremanthus incanus, para gerar o moirão.
Ivonize disse que o projeto da UFLA oferece ao produtor uma
alternativa, a possibilidade de explorar e tirar o seu sustento da
Candeia, coisa que, sem um plano de manejo, seria impossível.
Os agricultores presentes no encontro foram alertados para a
possibilidade do aumento da área com Candeia. Isso pode ser
feito para aqueles que não têm quantidade suficiente da árvore
em suas terras. Deve-se arar ao redor de qualquer pequena fileira
de Candeia. Ali, a semente vai se instalar e germinar.
No plano de manejo da candeia, tem-se o cuidado de repovoar
a área após a extração de parte das árvores de candeia, além disso,
nenhuma árvore de outra espécie poderá ser derrubada dentro
da área de manejo.�
A PESQUISADORA IVONEZI SILVA ANDRADE,
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA),
VEIO ATÉ O I ENCONTRO DE AGROECOLOGIA DE
MONTANHA PARA FALAR SOBRE O PROJETO DA
CANDEIA. O OBJETIVO DO PROJETO, SEGUNDO ELA,
É TIRAR A CANDEIA DA CLANDESTINIDADE.
N O V A S P E R S P E C T I V A S
1 7C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 1
A Oliveira é uma das plantas mais antigas cultivadas pelo homem.
Da Bacia do Mediterrâneo, onde tem sua origem, espalhou-se
para o resto do mundo. No Brasil, a árvore chegou há muitos
séculos, trazida por imigrantes europeus. 
Apesar de certas regiões do país possuírem as condições ideais
para o desenvolvimento da olivicultura – a temperatura média
anual oscilando entre 17 e 22oC é a principal –, ela não possui
tradição no Brasil. Hoje, o país depende da importação para o
abastecimento interno. 
De acordo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do
Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior, o
Brasil gastou, só no ano passado, US$ 61 milhões com a importação
de azeite de oliva e outros US$ 26,8 milhões com a de azeitonas.
De olho no mercado favorável e motivados pelas condições
ideais do lugar, os proprietários rurais plantaram 1.000 mudas
certificadas das variedades arbequina e grappolo, adquiridas na
Fazenda Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária do
Estado de Minas Gerais – EPAMIG de Maria da Fé.
Os cultivadores de oliveiras do Gamarra apostam no poder da
azeitona e do puro azeite de Minas. Eles estimulam o cultivo da
oliveira na região e a criação de um cinturão verde na região de
entorno do Parque da Serra do Papagaio. �
OS PROPRIETÁRIOS RURAIS ANDERSON MIGNAC DOS SANTOS, BRENO MONTEIRO DOS SANTOS
E CLÁUDIO ALVAREZ FERREIRA UNIRAM-SE NO CULTIVO AGROECOLÓGICO DE OLIVEIRAS NA
PROPRIEDADE LOCALIZADA NA COMUNIDADE DO GAMARRA, NO MUNICÍPIO DE BAEPENDI. 
NOVAS PERSPECTIVAS
• Na Mantiqueira, acima de 1.000 metros de altitude, se encontram
as condições ideais para o plantio de oliveiras.
• Cada oliveira, se bem cuidada, é capaz de produzir de 40 a 50 quilos
de fruto por safra.
A N O TA E S S A :
Para poder fazer um plano de manejo da Candeia, é necessário que
a propriedade esteja com sua reserva legal averbada (pergunte ao
técnico da Emater do seu município quais são os passos para fazer isso
COMERCIALIZAÇÃO
• Hoje, paga-se de R$70,00 (setenta reais) a R$90,00 (noventa reais),
por dúzia de moirão.
• O óleo bruto é comercializado a US$40,00 (quarenta dólares) o quilo.
• O alfa bisabolol natural: US$70,00 (setenta dólares) o quilo.
Alfa bisabolol natural: subproduto da candeia utilizado em cosméticos.
D Ê N O M E A O S B O I S
COORDENAÇÃO DO PROJETO: José Roberto Scolforo
Telefone: (35) 3829-1421 e-mail: scolforo@ufla.br 
www.ufla.nucleoestudo.br/nemaf/candeia
A portaria nº 01, de 5/01/2007 do Instituto Estadual de Floresta (IEF)
que dispõe sobre normas para realização do plano de manejo da Candeia,
pode ser encontrada na internet, no endereço:
http://www2.ief.mg.gov.br/legislacao/portariasief/portaria_ief_2007_1.pdf" 
S A I B A M A I S . . .
• Você sabia que o mel da Candeia é muito comercializado atualmente?
• Você sabia que a forma mais rentável de explorar a Candeia é comercializar
o moirão e vender o que sobrar da produção para a empresa de óleo?
A N O TA E S S A :
EPAMIG 
Fazenda Experimental em Maria da Fé - Bairro Vargedo
Cep: 35517-000 - Maria da Fé, MG
Telefax: (35)3662-1227 E-mail: femf@epamig.br
S A I B A M A I S . . .
Fotos: André César Henriques
Porém, pouco a pouco, essa apreensão foi passando, na medida
em que os moradores foram se unindo e cuidando juntos do
turismo que estava chegando. Criaram uma associação de moradores
e um antigo casarão, na chegada do vale, começou a funcionar
como centro de informações aos visitantes. Ali instalaram um
estacionamento único para os carros que chegavam. Depois,
fizeram um “Manual do Visitante”, com orientações para os turistas
e começaram a oferecer guias para os passeios. Isso deu uma
certa tranqüilidade para lidar com todo aquele movimento e tornou
evidente como o turismo ordenado favorece a comunidade.
Passados 12 anos do começo desse trabalho, ainda há muito para
se fazer, mas o turismo local já é a atividade que mais traz recursos
para os moradores. Existem novas pousadas, algumas lojas de
artesanato, pontos de alimentação e grupos de guias para caminhadas
e cavalgadas nas trilhas.
No vale do Matutu, foi possível organizar o turismo quando as
pessoas se uniram para pensar o que era melhor para o lugar,
aprendendo, na prática, que, juntas, podiam planejar e decidir
sobre o turismo que queriam, porque cada morador tem um
pedaço do vale e, unidos, podiam vê-lo como um só território,
com seus atrativos e belezas.
Todo esse cuidado agrada o visitante, que, além de
respeitar a organização dos moradores, volta sempre e gosta de
ajudar no esforço dos habitantes em cuidar do lugar. �
C U L T I V A N D O P A I S A G E N S
1 9C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 1
O Vale guarda uma atmosfera de paz e é habitado tradicional-
mente por uma gente hospitaleira, que cultiva a terra, de olhar
tranqüilo e fala mansa. Nos últimos 20 e poucos anos, o vale vem
sendo ocupado, também, por novos moradores, vindos de fora,
trazendo novas habilidades e interessados em partilhar com os
antigos habitantes um modo de vida diferente da cidade grande.
Era natural que, com o tempo, outras pessoas descobrissem
esse “paraíso”. Assim, pouco a pouco, começou o turismo a
acontecer no vale. E, ao longo dos anos, os moradores foram
assistindo o movimento crescer, feriado após feriado. Com o tempo,
com o fluxo de visitantes cada vez aumentando mais, começou-se
a pensar aonde tudo aquilo ia dar. É verdade que os visitantes
começaram a comprar os artesanatos, a procurar alimentação e
isso melhorou a economia local. Mas, ao mesmo tempo, tinha-se
uma preocupação de que o lugar se tornasse igual a tantos outros
pelo Brasil, destruídos pelo turismo intenso e desordenado.
ESCONDIDO ENTRE AS MONTANHAS, REPLETO DE GRAMADOS E CACHOEIRAS, RODEADO POR
MAJESTOSOS PICOS E CAMPOS DE ALTITUDE, O VALE DO MATUTU, EM AIURUOCA, MINAS GERAIS,
FAZ A GENTE LEMBRAR UM PARAÍSO PERDIDO EM ALGUM LUGAR DO TEMPO. 
Fotos: Luiz Midea
CULTIVANDO PAISAGENS
ANÁLISE DA EXPERIÊNCIA
• A atividade turística torna a PAISAGEM uma base de desenvolvimento
econômico e isso é um bom motivo para a comunidade começar a
cultivá-la e protegê-la mais, integrando práticas como a agroecologia,
apicultura, brigadas de incêndios florestais e arquitetura harmoniosa.
• Comunidades que valorizam sua cultura e conhecimentos próprios
são mais atrativas e interessantes para o visitantes do que aquelas que
vão se igualando na mesmice da cultura massificada e consumista.
• Quanto mais a comunidade percebe essa valorização da natureza
e da cultura pelo visitante, mais preparada ela fica para desenvolver o
local e aí o turismo pode se tornar sustentável e benéfico para todos.
Diagnóstico é um levantamento que pode ser feito no seu lugar, procurando
reunir todas as informações locais (atrativos naturais, trilhas, habilidades e talentos).
Planejamento participativo ocorre quando os moradores se associam para
eleger suas prioridades, decidir como receber os visitantes e como valorizar e
conservar as riquezas naturais e culturais da comunidade.
S A I B A M A I S . . .
F E R R A M E N T A S A G R O E C O L Ó G I C A S
C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 1
MAMONA - Ricinus communis L..
SUA HISTÓRIA: A mamona era cultivada desde a antigüidade.
Os egípcios a idolatravam como planta milagrosa e, na Índia ela
era usada para os mais diversos fins. Sementes de mamona foram
encontradas em urnas funerárias de múmias notáveis, principalmente
de sacerdotes egípcios. Os relatos do cientista e historiador romano
Plínio, datados do início do primeiro século da era Cristã, evidenciam
os proveitos que, desde aquela época, eram tirados desse vegetal.
No Brasil, a mamoneira é conhecida desde a era colonial, quan-
do se extraía o óleo de mamona para lubrificar os engenhos de
cana-de-açúcar. Acredita-se que as sementes tenham chegado ao
Brasil no século XVI trazidas pelos escravos africanos.
O Brasil foi, durante décadas, o maior produtor mundial de bagas
de mamona e o maior exportador do seu óleo. 
A presença da planta nos terrenos baldios é uma excelente
ferramenta como repelente de pragas domésticas, como
mosquitos e moscas.
ATENÇÃO (cuidados especiais): Deve ser intensamente explorada,
pois espalha-se facilmente, podendo comprometer outras
plantações. O controle ou erradicação de uma espécie exótica
com alto poder de multiplicação é bastante difícil, quase impossível.
A semente é bastante tóxica (ricina), não podendo ser ingerida.
ARAUCÁRIA - Araucaria angustifolia..
SUA HISTÓRIA: Existente há maisde um milhão e quinhentos
anos, a Araucária é nativa do Brasil e chegou a cobrir 20 milhões de
hectares do Paraná à Minas Gerais. Com a devastação das florestas
de araucária, hoje em dia só restam dois por cento da área original.
ATENÇÃO (cuidados especiais): Não há qualquer registro de
problemas causados pelo utilização racional das folhas de Araucária. 
2 1
FUNÇÃO NO AGROECOSSITEMA:
A calda feita com água e folhas maceradas é utilizada como adubação
foliar, além de controlar formigas, insetos, fungos, bactérias e vírus.
FUNÇÃO NO AGROECOSSITEMA:
A Araucária é muito importante para o ecossistema por ser uma
espécie pioneira e por produzir como frutos o “pinhão”, que serve
de importante alimento à fauna. As suas folhas possuem diversas
propriedades como ferramentas agroecológicas.
Foto: Luiz Midea
FORMA DE CULTIVO:
Plantar a Araucaria angustifolia é bastante simples, mas alguns cuida-
dos são necessários. A espécie é reproduzida através dos seus frutos, o
pinhão. O pinhão deve ser novo, pois perde rapidamente a capacidade
de germinação. Para a produção de mudas o pinhão deve ser posi-
cionado com a sua parte mais fina enterrada na parte central da
sacolinha e o restante da semente deve inclinada exposta a flor da terra. 
O melhor período para o plantio do pinhão é no início das águas.
Cuidado para não plantar próximo a residências e instalações, pois a
árvore tem grande porte e a sua arquitetura em forma de guarda-
chuva faz com que possa ser arrancada e arrastada por ventos fortes
á longas distâncias.
VETIVER - Vetiveria zizanioides L. Nash.
SUA HISTÓRIA: O Vetiver é uma planta bastante conhecida
desde os tempos mais remotos da antigüidade. Cultivado há
pelo menos seis mil anos, foi propagado pelo mundo inteiro por
sua importância na produção de óleo essencial aromático e por
seus “poderes mágicos”. 
A origem do Vetiver é ainda desconhecida. Segundo alguns
autores, ele vem das regiões pantanosas do subcontinente indiano
(Vietnã, Sri Lanka e Sul da Índia). Atualmente é muito cultivado na
Indonésia e nas Índias Ocidentais.
A introdução no Brasil deve ter ocorrido logo depois do desco-
brimento, pois ela é encontrada por toda a parte desde a
Amazônia até São Paulo. 
O Vetiver é uma planta que pode vegetar durante séculos.
A espécie é constituída por touceiras de arquitetura ereta, com
folhas e hastes longas, delgadas e bastante resistentes e consistentes.
ATENÇÃO (cuidados especiais): O Vetiver é considerado uma
das plantas mais seguras do mundo para utilização como ferramenta
ecológica. Fora de seu habitat natural o Vetiver não oferece
qualquer risco de se transformar em erva invasora. Cultivado há
séculos em várias partes do mundo, inclusive há 500 anos no
Brasil, nunca houve qualquer registro de que qualquer planta
tivesse “escapado” das áreas de cultivo. 
O Vetiver nunca é agressivo, raramente produz sementes férteis,
nunca produz rizomas, nem estolões, nem qualquer outra estrutura
reprodutiva, só podendo ser multiplicado por subdivisões de
touceiras. Para a total eliminação do Vetiver basta arrancá-lo e
deixá-lo exposto ao tempo.
AS FERRAMENTAS AGROECOLÓGICAS SÃO INSTRUMENTOS PARA LIDARMOS DE FORMA NATURAL
COM PROBLEMAS QUE APARECEM NAS NOSSAS PLANTAÇÕES E CRIAÇÕES. MESMO SENDO NATURAIS,
É IMPORTANTE OBSERVARMOS SEUS EFEITOS, BUSCANDO SEMPRE O EQUILIBRIO DO SISTEMA.
FUNÇÃO NO AGROECOSSISTEMA:
A espécie é considerada uma das plantas mais úteis à Humanidade: 
• Estabiliza os solos e controla a erosão dos solos;
• Proteje os mananciais;
• Contém encostas localizadas em áreas frágeis habitadas;
• Filtra a água contaminada, destruindo patógenos;
• Considerada uma das plantas mais medicinais do mundo.
FORMA DE CULTIVO E INTERVENÇÃO:
• Para produzir mudas:
Espaçamento de 50 cm entre plantas e linhas.
• Para intervenções ambientais:
Espaçamento de 10 a 15 cm entre plantas.
Plantar as mudas em curvas de nível, de forma a “cortar as águas”
O espaçamento entre as fileiras pode variar de dois a cinco metros,
conforme a declividade do terreno.
F E R R A M E N T A S A G R O E C O L Ó G I C A S P A R A A G R O P E C U Á R I A
C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 1
URINA DE VACA
COMO COLETAR? A urina de vaca pode ser facilmente
coletada durante os períodos de ordenhas. A vaca só “solta” o
leite depois de urinar. Quando a vaca está deitada, um leve toque
faz com que ela levante e, em seguida, urine.
A urina de vaca pode ser armazenada em garrafas plásticas
fechadas por um longo tempo. Entretanto, obtemos os melhores
resultados quanto mais rápidas forem coletadas e aplicadas.
MAS LEMBREM SEMPRE (cuidados especiais): Nunca
banhe as lavouras em períodos quentes. Além do risco da
queima das folhas, isso reduz a eficiência da aplicação, pois a
planta fecha os seus poros, se defendendo da perda d’água. 
Em plantas de folhas sensíveis, como o alface e o almeirão, a
aplicação só deve ser feita no canteiro (antes do plantio ou
replantio). No caso da alface, a urina de vaca antecipa a
colheita em cerca de 20 dias.
ATENÇÃO (cuidados especiais): Só utilize a urina de animais sadios.
FUNÇÃO NO AGROECOSSITEMA:
A urina de vaca é uma das mais valiosas ferramentas ao desenvolvimento
de uma agropecuária sustentável. Subproduto da pecuária leiteira, a
urina de vaca é facilmente obtida. 
Excelente fonte de nutrientes, principalmente Potássio (K), Nitrogênio
(N) e Boro (B), elementos minerais dos mais requeridos pelas plantas,
controla naturalmente inúmeras pragas e doenças. Além disso, a
aplicação de solução de urina de vaca faz com que as plantas produzam
as fitoalexinas, valiosas substâncias da defesa natural dos vegetais.
COMO USAR?
Diluir 1 litro de urina de vaca (de preferência recém colhida)
com 50 litros de água e banhar as plantas.
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F E R R A M E N T A S A G R O E C O L Ó G I C A S
Foto: SXC
CARRAPATOS
1. FOLHAS DE ARAUCARIA ANGUSTIFOLIA
(Pinheiro Brasileiro, Pinheiro-do-Paraná, Pinheiro do Pinhão). 
Ingrediente: 200 g de folhas verdes / cabeça/ semana.
Tratamento: Triturar as folhas e misturá-las ao trato dos animais.
Durante uma semana fornecer aos animais infestados de carrapatos.
Repetir o tratamento quando os animais se reinfestarem de carrapatos.
OBSERVAÇÃO: O fornecimento de folhas de Araucária não
causa abortos, nem deixa gosto no leite. A tecnologia tem
apresentado excelentes resultados no controle de berne,
mosca-do-chifre e de bicheiras.
2. SORO DE LEITE E SAL
Ingrediente: 10 litros de soro de leite; 3 Kg de sal comum.
Tratamento: Dissolver o sal no soro de leite e banhar todas as
áreas infestadas dos animais.
BERNE, MOSCA-DOS-CHIFRES
E MOSCA DOS ESTÁBULOS
3. FOLHAS DE ARAUCARIA ANGUSTIFOLIA
(Pinheiro Brasileiro, Pinheiro-do-Paraná, Pinheiro do Pinhão).
Ingrediente: 1 Kg de folhas verdes. 20 litros d’água.
Tratamento: Picar as folhas e misturar na água. Descansar por 7
dias em local escuro e a temperatura ambiente. Peneirar a solução
e banhar os animais.
CARRAPATOS E MOSCA-DO -CHIFRE 
4. EXTRATO VEGETAL DE MELIA AZEDARACH
(Santa Bárbara, Cinamomo, Árvore do Paraíso, etc)
Ingrediente: 500 gramas de folhas verdes ou secas;
20 gramas de sabão vegetal; 20 litros d’água.
Tratamento : Macerar as folhas, deixa-las de molho na água por
cerca de 12 horas em local escuro. Coar, dissolver o sabão e ban-
har os animais. 
CONTROLE DE MAMITE 
5. CHÁ DE FOLHAS DE PICÃO E CARQUEJA 
(Bidens sp./ Baccharis genistelloides) 
A prevenção é sempre o melhor remédio. O local de ordenha
deve estar sempre limpo, seco e arejado. Desinfetar as tetas
após a ordenha e manter as vacas em pé pelo menos 1 hora
após a ordenha para evitar a contaminação dos tetas. 
Tratamento: Ferver 1 litro de água filtrada com 30 gramas de
folhas verdes de carqueja e 30 gramas de folhas verdes de picão.
Esfriar e aplicar 20 ml dentro de cada teta durante 5 dias.
P A R A A G R O P E C U Á R I A
Foto: André César Henriques
C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D EM O N T A N H A N º 1 2 5
DIARRÉIA E CONTROLE DE VERMES
6. FOLHAS DE BANANEIRA (Musa sp). 
Tratamento: Fornecer folhas de bananeira picadas (à vontade)
aos animais doentes. Nos animais jovens devem ser retirados os
talos, antes de picar as folhas de bananeira.
CONTROLE DE MAMITE SANGUINOLENTA
7. VINAGRE OU LEITE. 
Tratamento: Misturar 10 ml de água limpa e fervida + 5 ml de
vinagre. Aplicar 10 ml da solução na teta doente, durante 5 dias.
Ou injetar 20 ml do leite colhido da teta doente, no músculo do
animal durante 3 dias.
CONTROLE DE EDEMA E INFLAMAÇÃO DO ÚBERE
8. GENGIBRE. (Zingiber officinalis)
Tratamento: Ferver 500 ml de água e misturar um pedaço de
5 cm de gengibre ralado. Fazer compressas durante 10 minutos
durante 3 dias.
RETENÇÃO DE URINA
9. CABELO DE MILHO OU FOLHAS DE PICÃO
(Zea mays/ Bidens sp.)
Tratamento: Ferver 1 litro d’água com 50 gramas de cabelo de
milho. Esfriar e fornecer aos animais durante 5 dias. Ou misturar
100 gramas de picão/cabeça no trato ou na ração.
TRISTEZA EM BEZERROS
10. EXTRATO AQUOSO DAS FOLHAS DE CARQUEJA
(Baccharis genistelloides)
Tratamento: Triturar as folhas da carqueja e misturá-las na água.
Durante 7 dias dar de beber aos animais doentes. 
CONTROLE DE PAPILOMASTOSE
11. HEMOTERAPIA
Tratamento: Retirar sangue da veia de animal e aplicar no
músculo do animal. 
FORMIGAS-CORTADEIRAS E DE CUPINS 
12. EXTRATO DE MAMONA AQUOSO 
Ingrediente: 4 folhas de mamona para cada litro de água.
Preparo: Retirar os talos das folhas, e triturá-las. Deixar de
molho na água em local escuro por cerca de 12 horas. 
Tratamento formigas: Regar com fartura os olheiros
dos formigueiros.
Tratamento cupim de montículo: Faz-se a perfuração
vertical e central do cupinzeiro (que pode ser feito com
auxílio de um cano de ferro chanfrado na extremidade) até que
se atinja a câmara celulósica (percebe-se facilmente que se
atingiu a câmara celulósica, uma vez que não se constata
mais resistência na penetração). Despejar, com fartura, o Extrato
de Mamona Aquoso (EMA) dentro do orifício perfurado. 
F E R R A M E N T A S A G R O E C O L Ó G I C A S P A R A A G R O P E C U Á R I A
TIRIRICA
13. FOLHAS DE ARAUCARIA ANGUSTIFOLIA
(Pinheiro Brasileiro, Pinheiro-do-Paraná, Pinheiro do Pinhão).
A tiririca é considerada a planta daninha mais disseminada e agressiva
de todo o mundo, provocando reduções quantitativas e qualitativas
na produção mundial das principais culturas.
As culturas de milho e feijão, assim como para a maioria das
demais, não existem no mercado herbicidas que sejam seletivos e
garantam controle aceitável da tiririca. No entanto, em razão da não
disponibilidade de herbicidas seletivos para culturas de milho e feijão
que sejam eficientes no controle da tiririca, observa-se rápida
reinfestação dessas culturas com essa planta daninha.
Preparo: Triturar 500 gramas de folhas de Araucaria angustifolia
(Bertoloni) Otto Kuntze. Misturar em 20 litros de água e deixar
descansar cerca de 24 horas em local escuro. Banhar as áreas
infestadas por tiririca.
Foto: SXC
Foto: André César Henriques
Foto: SXC
1. FORMAÇÃO DA REDE LOCAL 
Temas: certificação, troca de contatos e intercâmbios, desen-
volvimento de mercado interno e comercialização.
2. ATIVIDADES AGROECOLÓGICAS NAS MONTANHAS
Temas: desenvolvimento territorial das montanhas, ecoturismo,
pagamento pelos serviços ambientais, técnicas agroecológicas de
montanha e pecuária.
3. VISÃO DO SISTEMA 
Temas: nutrição do solo, controle de pragas, uso do solo e
planejamento das propriedades.
4. ÉTICA 
Temas: consumo consciente, educação, reciclagem de lixo, resgate
do conhecimento tradicional e valorização da identidade rural.
As pessoas então se reuniram por interesse a cada grupo,
traçando estratégias e ações para darem continuidade às ações:
1. Formação de rede:
• Criar comunitariamente um selo agroecológico regional;
• Estimular o consumo interno através da merenda escolar;
• Divulgar a qualidade dos produtos sustentáveis para o consumidor;
• Ter espaço nos supermercados da região como produtor certificado;
• Formar comitê municipal de certificação
(técnicos, produtores, comunidades).
2. Atividades agroecológicas nas montanhas:
• Levantar atividades agroecológicas na região;
• Articular as experiências a partir da EMATER-MG.
3. Visão do sistema:
• Formar grupo de estudos;
• Identificar experiências demonstrativas;
• Produzir material que sistematize esses conhecimentos práticos.
4. Ética:
• Criar grupo de estudo;
• Identificar experiências demonstrativas;
• Produzir material que sistematize conhecimentos práticos.
Com a publicação deste primeiro Caderno, a rede tem agora
um meio de disseminação desses resultados e dos conhecimentos
levantados ao longo do encontro. 
Para apoiar a continuidade da troca de experiências e a construção
desse conhecimento, a EMATER - MG propôs-se a ser a articu-
ladora da rede a partir de seus escritórios regionais e a Fundação
Matutu disponibilizou espaço virtual no endereço: 
www.matutu.org/agroecologia.
Conheça o escritório da EMATER-MG de seu município e
acesse o site. Vamos continuar esse movimento para melhores
relações entre seres humanos e entre seres humanos e natureza!
O E N C O N T R O
2 7C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 1
Os ecossistemas de montanha são considerados um dos mais
frágeis e mais importantes em relação a sua biodiversidade e aos seus
recursos naturais, especialmente a água. A Agenda 21, um importante
documento firmado entre vários países para preparar o mundo para
os desafios do novo século, trata da importância de desenvolvermos
novas formas, mais sustentáveis, de ocupar e cultivar nas montanhas. 
COMO TUDO COMEÇOU:
O Encontro nasceu de um convite da EMATER-MG de Aiuruoca à
Fundação Matutu para apoiar um evento de um dia com agricultores
da região. A parceria foi então estabelecida, por meio do Programa de
Desenvolvimento Sustentável da Serra do Papagaio, que conta com
apoio do SEBRAE-MG. As parcerias firmadas com a Secretaria de
Desenvolvimento Social e Ambiental e a Secretaria de Educação do
município de Aiuruoca foram muito importantes para materializar
algumas das estruturas necessárias ao encontro. 
A idéia acabou se transformando em um encontro de dois dias,
que contou com a presença de 160 pessoas, entre produtores
rurais, professores e estudantes de nove municípios (Aiuruoca,
Alagoa, Baependi, Caxambu, Itamonte, Itanhandu, Passa Quatro,
Pouso Alto e São Sebastião do Rio Verde), que foram mobilizados
pelos extensionistas da EMATER- MG e acolhidos pelos
moradores do Vale do Matutu.
PRIMEIRO DIA: No primeiro dia, a Dra Ana Primavesi
ministrou a palestra de abertura, trazendo a simplicidade do pensar
agroecológico para os presentes. Com o auditório repleto, Primavesi
brindou a todos com sua serenidade e sabedoria, deixando a
síntese de sua mensagem gravada: 
”Solo saudável, plantas saudáveis. Plantas saudáveis, Homem
saudável. Homem saudável, sociedade saudável. Cuidem dos solos”.
O dia encerrou-se com um encontro cultural, com teatro,
bingo, poesias e a narração de “causos”, em que adultos e crianças
celebraram juntos sob as grandes tendas armadas para o evento.
SEGUNDO DIA: No dia seguinte, houve uma manhã de
exposição de experiências locais, algumas delas apresentadas
neste primeiro Caderno da Agroecologia de Montanha. Foi um
momento muito rico de trocas e aprendizados. 
No período da tarde foi formada uma grande roda para levantar
os principais aprendizados do encontro. Foi então aberta a palavra
para que todos se expressassem sobre seus interesses e motivações
em relação à agroecologia de montanhas. Muitas questões impor-
tantes foram levantadas e agrupadas em quatro grandes temas:
BUSCAR A CONSTRUÇÃO COLETIVA DO CONCEITO DE AGROECOLOGIA DE MONTANHA, A PARTIR
DE EXPERIÊNCIAS PRÁTICAS DE TÉCNICOS E PRODUTORES RURAIS DA REGIÃO, FOI O QUE MOTIVOU
O 1º ENCONTRO DE AGROECOLOGIA DE MONTANHA DAS TERRASALTAS DA MANTIQUEIRA.
Fotos: Luiz Midea e Manno França
C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 1
E X P O S I T O R E S D O E N C O N T R O ( o r d e m a l f a b é t i c a d e e x p o s i t o r e s ) :
1. Associação de produtores de queijo parmesão de Alagoa
Associativismo e organização social no município de Alagoa 
2. Associação para o ecodesenvolvimento - Broto Brasilis (Aiuruoca e Carvalhos)
Associativismo de mulheres para a promoção do Ecodesenvolvimento- Broto Brasilis 
3. EMATER MG Escritório Caxambu
O Papel do Vertiver na Agroecologia
4. EMATER-MG Escritório Pedralva
A rede de agroecologia de Pedralva
5. Fazenda Guatambu (Itamonte)
Fruticultura temperada perto da floresta
6. Fazenda Ribeirão Vale Formoso (Caxambu)
Café agroecológico
7. Fundação Matutu (Aiuruoca)
Valorizando Paisagens – o Turismo Ecológico no Matutu 
8. Hélène Arthur Delmonte (Itamonte)
Plantas Medicinais
9. Olival Santa Maria/ Instituto Alma da Terra
Produção agroecológica de oliveiras
10. Rose Rosental
As bases da Permacultura 
11. Sítio Mombaça (Caxambu)
Horticultura agroecológica
12. Universidade Federal de Lavras
Manejo sustentável da Candeia
PARTICIPANTES DO ENCONTRO
Adnilson José de Faria, Adreia Noronha, Adriana Medina, Adriano Felipe Vieira, Alan Ribeiro Halfeld, Alex Mendes de Carvalho, Alexandre Mattar, Alice Michaelis de Souza Campos, Allan Sene de
Carvalho, Alzira Martins Noronha, Amadeu Marcelino, Amana Bahia Arthur, Ana Cristina Flaeschen, Ana Maria da Silva, Ana Noronha, Anderson Alberto Marçal, Anderson Manuel, André da Silva
Rodrigues, André Guerra de Mello França, Andrea Nogueira J. Carvalho, Andresa Maria Campos da Cunha, Angela Apª Arantes, Antônio Santo Líquido, Arnaldo Costa Júnior, Atha Andrade França,
Aton A. Wilches, Austílio Felipe Vieira Neto, Autieres Donizete, Beatriz Moreno Pegorim, Bruno de Souza Tabacco, Carlos Adalberto Pila, Cassimiro Soares, Celina Apª da Silva, Cláudio Fraenkel,
Cristiane R. de Campos Magalhães, Damião Ribeiro da Cruz, Danilo Francisco Sant'ana, Darnício Assis, Dayane Francisca da Rocha, Dener José Rigotte Chaves, Djay Paris Campos, Dulce Bahia Arthur,
Édem Correa da Silva, Eder Maciel Nogueira, Elaine Cristina Maciel, Eliana Moraes, Eliano Ribeiro da Cunha, Eliete de Campos da Silva, Elisson de Campos da Silva, Endy Bahia Arthur, Erly Silva,
Everaldo Xavier Diniz Campos, Felipe Maciel da Silva, Felipe Mauro Filho, Fernanda Cougo Mendonça, Flávia Cristina Barbosa, Flávio Chueire, Francisco de Neto, Francisco Samuel da Silva, Gabriel
de Mendonça Domingues, Gayati das Delavy, Geliane Apª da Silva, Gladson Dias Natal, Guilherme Cordeiro, Guilherme de Mello França, Guilherme Fonseca de Luca, Gustavo Geraldo da Silva,
Hara Flaeschen de Campos, Helene Arthur Delmonte, Hélio Harmonia, Irena Shutova, Isaías Gonçalves da Silva, Ismael Rodrigues da Cunha, Javan dos Santos Senador, Jeberson José da Silva, João
Américo Inácio, Joelma Auxiliadora Pereira de Souza, José Carlos Guimarães, José Custódio Pinto, José Edimundo de Noronha, José Rafael Soares, José Sarto de Carvalho, Júlio César da Silva, Karla
Oddone Ribeiro, Kênia Barbosa, Lázaro A., Leal Carlho de Castro, Lenadro Costta Silva, Lidia B. Zorrella Berrella, Lourenço L. Dalmasso, Luan C.dos Santos Fonseca, Lúcia Helena Silveira, Luciana
Munhoz Ferraz, Lucinéa Cristiane de Faria Marques, Luis Gustavo M. dos Santos, Luiz Fernando de Melo Midea, Magali W. Rodrigues, Maira Helena da Silva, Manno Andrade França, Manuel Carlos
Moreira Gomes, Marcelino Ribeiro Caetano, Marceu Correa da Silva, Márcia Arreguey Campos, Marcia Max Ferreira, Marcos Gadben, Marcos J. S. Rosental, Marcos Ribeiro dos Santos, Marcos
Roberto da Silva, Mariaelisa Nervanti, Mariana Marcon, Mariana Mendonça Pires Trigo, Mariano José Dirube,Marilza Faria Pereira, Marinilsa Costa Fávaro, Maristela de Macedo Dertoni, Marlene Diniz
Campos, Marta Maria de Noronha,Michele Apª da Silva Sobrinho, Michele Apª dos Santos, Miguel A. D., Miguel Arcanjo Robeiro, Murilo Fonseca Bortolozzi, Natalino D. P. de C. Júnior, Newton
Avarez Rodruiguez Filho, Ney Teixeira, Nílcea Correa de Paula, Nina Michaelis, Odenildo Carlos Ribeiro, Omar do Nascimento, Otacil Rodrigo da silva, Patrícia Vaz, Pedro Felipe Junqueira Carvalho,
Priscila Cibele Rocha Guimarães, Rafael da Silva Mendes, Rafael Rodrigues Pedemonte, Rafaela Apª Gonçalves, Regina A. Guerra, Rita de Cássia A. Prado Perim, Rodrigo Campos Camara, Rodrigo
Mendes Pinto, Roseni Maria da Silva, Rosileli Pereira Neves, Rute Kimy Misaki, Samuel Midám Levy França, Sereno Junqueira Carvalho, Silmara Bustamante Noronha, Silvana de Cássia Gonsalves,
Simone Leny, Sofia Arreguy Campos Sluss, Solange Apª Nogueira, Solange Apª O. Carvalho, Solange Maria de S. Machado, Susiane Amélia Castro, Talita Arthur Delmonte, Thais Maria de Almeida,
Valdilene Apª Silva, Vanise Passos maciel, Vera Lúcia B. de Souza, Vera Lúcia Mendes da Silva, Vitor Bicalho Pontedeiro, Vitório Marçolla, Xairon Misaki Raeder.

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