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1 FACULDADE ANHANGUERA DE SUMARÉ FILOMENA CRISTINA GALHARDO DA SILVA - RA 24022823 TCC – TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II: A INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL JUNTO AOS FAMILIARES DE PACIENTES ONCOLÓGICOS. Sumaré/SP 2020 6 FILOMENA CRISTINA GALHARDO DA SILVA - RA 24022823 TCC – TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I: A INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL JUNTO AOS FAMILIARES DE PACIENTES ONCOLÓGICOS. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Educação à Distância – CEAD da Universidade Anhanguera UNIDERP, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social. Orientadora Online Prof. Jôsi da Costa Greffe Orientadora Presencial Prof. Waleria Atiani Neres Texeira Sumaré 2020 7 AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus, o maior orientador da minha vida, ele nunca me abandonou nos momentos mais difíceis, sem a direção dele a conclusão deste trabalho jamais seria possível. Agradeço imensamente ao meu esposo Juveci Antônio, amigo, companheiro de todas as horas que esteve ao meu lado em todo tempo, que foi capaz de suportar todos os meus momentos de estresse, demonstrando paciência até mesmo nos momentos em que nos privávamos de nossos passeios, pois eu precisava me debruçar nos textos, livros... Não posso deixar de citar o quanto me incentivou a chegar até aqui tendo em vista as dificuldades enfrentadas com grandes percas. Agradeço aos meus filhos Hebert e Bárbara pelo incentivo em todos esses anos, pois vocês são a minha vida,, agradeço também ao meu neto Luca que muitas das vezes abri mão de estar com ele para me dedicar aos estudos. A minha orientadora Waleria Atiani que foi peça fundamental, para que eu estivesse aqui hoje, obrigada pela paciência e por todo o tempo de aprendizagem e dedicação que teve comigo, guardarei tudo com muito carinho e admiração. E para finalizar agradeço aos meus pais Eduardo e Leonilda (in memoriam) que infelizmente não pode estar presente, neste momento feliz da minha vida, mas não poderia deixar de agradecer a eles, pois se hoje estou aqui, devo muitas coisas a eles por seus ensinamentos e valores. Saudades Eternas. 8 "Lembre se da sabedoria da água: ela nunca discute com um obstáculo simplesmente o contorna" (Augusto Cury) 9 SILVA,Filomena Cristina Galhardo da .A INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL JUNTO AOS FAMILIARES DE PACIENTES ONCOLÓGICOS.. 2020. 31 Folhas.Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) – Faculdade Anhanguera, Sumaré, 2020. RESUMO O presente trabalho explora algumas técnicas interventivas do Assistente Social durante o processo de tratamento aos pacientes oncológicos, as possibilidades de aplicação e seus desafios. O objetivo deste estudo visa compreender o processo histórico da saúde como Política Pública no Brasil, analisar quais as atribuições do Assistente Social no âmbito da saúde e identificar os direitos dos pacientes oncológicos. O impacto da doença para o paciente e seus familiares precisa ser compreendido, ou seja, as condições emocionais, socioeconômicas e culturais. A pesquisa utilizada é pesquisa bibliográfica e documental com a finalidade de alcançar os objetivos propostos. A atenção do Serviço Social possibilita melhoria da qualidade de vida, pois a atenção ao paciente de uma doença que provoca mudanças significativas no comportamento dos indivíduos gera necessidades a serem atendidas e, assim, o Assistente Social exerce intervenção fundamental na colaboração para a melhoria da qualidade de vida, a partir da compreensão da experiência do paciente oncológico.. Palavras-chave: Câncer, Paciente Oncológico, Assistente Social https://www.nucleodoconhecimento.com.br/tag/qualidade-de-vida 10 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6 2 SAÚDE E SERVIÇO SOCIAL...................................................................................8 3 DESCOBRINDO E ENFRENTANDO A DOENÇA.................................................17 3.1 CARACTERÍSTICAS DO PACIENTE ONCOLÓGICO.........................................18 3.2CARACTERÍSTICAS EMOCIONAIS DO PACIENTE E SEUS FAMILIARES..............................................................................................................19 3.3 OS DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA ATENÇÃO AOS PACIENTES ONCOLOGICOS E SUAS FAMILIAS.........................................................................21 4 ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO ACOLHIMENTO AO PACIENTE.................................................................................................................25 4.1 INTERVENÇÃO COMO UMA DAS TÉCNICAS DO ASSISTENTE SOCIAL......................................................................................................................27 4.2AS PRÁTICAS ASSISTENCIAIS DO SERVIÇO SOCIAL NOS CUIDADOS NO FIM DA VIDA..............................................................................................................29 5 CONCLUSÃO.........................................................................................................33 REFERÊNCIAS..........................................................................................................35 11 1 INTRODUÇÃO O trabalho do Assistente Social na Saúde se faz historicamente presente no Brasil desde o surgimento da profissão por volta da década de 40, trabalhando a relação entre as situações sociais da população e as doenças decorrentes das vulnerabilidades por ela apresentadas. Já a atuação do Assistente Social no ambiente hospitalar implica em reforçar as noções de cidadania e de direito à saúde e às demais políticas sociais junto ao paciente e familiares , visando a garantia de direitos destes. Este profissional em uma equipe multidisciplinar de saúde é o profissional que identifica as necessidades dos usuários e as condições sociais em que ele está inserido, numa perspectiva de totalidade, passando a interpretar junto à equipe aspectos relevantes no âmbito social. Dessa forma, utiliza-se de seus conhecimentos teórico-práticos sendo um propositor de novas modalidades de enfrentamento da vulnerabilidade identificada, intervindo frente as necessidades dos pacientes de forma integral e humanizada. O objetivo geral da presente pesquisa, consiste em conhecer como se dá o trabalho do Assistente Social no atendimento. Bem como os objetivos específicos, busca-se compreender o processo histórico da saúde como Política Pública no Brasil, analisar quais as atribuições do Assistente Social no âmbito da saúde e identificar os direitos dos pacientes oncológicos. O presente trabalho de conclusão de curso está dividido em 3 capítulos. Inicialmente será abordado as ideias de saúde e serviço social, suas previsões legais e características. No segundo capítulo, será exposto as formas de descobrir a doença, em como os desafios enfrentados pelas famílias de pacientes oncológicos, assim como algumas características dos pacientes oncológicos, e por fim, a atuação do assistente social no acolhimento ao paciente oncológico e familiares. A pesquisa a ser realizada será bibliográfica, pois, conforme Gil (2002, p. 50) será ―desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos‖. Em relação a análise do material selecionado, a mesma será qualitativa, visto que a análise não resultará em dados estatísticos ou resultados exatos, mas simgerando ―um tipo de síntese em mais alto nível [...] que se espera ao final é a constituição de um quadro mais amplo e coerente‖ (Gil, 2002, p. 51). Levando- se em consideração que a pesquisa será bibliográfica, o 12 instrumento de coleta de dados será a pesquisa e seleção de materiais sobre o tema, tanto obras publicadas. 13 2 SAÚDE E SERVIÇO SOCIAL Organização Mundial de Saúde – OMS define a saúde hoje como ―o estado completo de bem-estar físico, mental e social‖, aumentando o alcance do termo ao inserir aspectos sociais e aceitando o conceito de felicidade que cada um pode dar ao termo completo ―bem-estar‖, ressaltando as diferentes necessidades do ser humano. Matos (2003 p.45) comenta que: […]na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, reuniu cerca de 4500 pessoas, sendo mil delegados, para discutir os rumos da saúde no país. Os eixos debatidos na conferência foram: ―Saúde como direito de cidadania‖, ―Reformulação do Sistema Nacional de Saúde‖ e ―Financiamento Setorial‖, sendo aprovada a bandeira da Reforma Sanitária. O relatório desta conferência serviu de base para a negociação dos defensores da Reforma Sanitária na reformulação da Constituição Federal e teve como ideias fundamentais: a participação, equidade, descentralização, integralidade e universalização, buscando a extensão dos direitos sociais, como a saúde, que é um direito do cidadão e um dever do Estado como rege a Constituição Federal de 1988, no Artigo 196: ―São direitos sociais, a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição (BRASIL, 1988). (MARCOS, 2003, p. 45) A Constituição de 1988 integralizou mudanças no papel do estado e alterou profundamente o arcabouço jurídico institucional do sistema público de saúde, criando novas relações entre as diferentes esferas de governo. A Constituição Brasileira define a saúde como um direito de todos e dever do Estado e que deve ser garantido mediante políticas sociais e econômicas (Art.6º CF/1988). O trabalho do Assistente Social percorre as instâncias públicas e privadas sempre na perspectiva da garantia de direitos dos usuários, visando a minimização das vulnerabilidades identificadas e a melhora na qualidade de vida destes. O Serviço Social enquanto profissão vai adentrar de forma significativa na área da saúde que passa a requisitar diferentes práticas profissionais, dentre elas, intervenções, acompanhamentos, mediação entre a família e seus direitos sociais entre outros. Assim o assistente social trabalha numa perspectiva multidisciplinar parafraseando (BRAVO & MATOS, 2006). Em relação as Políticas Públicas de garantia de direitos, tem-se na Seguridade Social, conceito trazido ao país através da Constituição Federal de 14 1988, a proteção social ao cidadão, sendo composto pelas Políticas de Saúde, Assistência e Previdência Social, sendo a Saúde direito de todos e dever do Estado, não se exigindo contribuição prévia, como no período anterior à promulgação da Carta Magna, assim, é de extrema importância conhecê-la, para que haja a compreensão de como contribui para a garantia de direitos do cidadão. Assim, tem-se como aspectos relevantes da saúde após a CF de 1988: o direito universal à saúde e o dever do Estado, acabando com discriminações existentes entre segurado/não segurado, rural/urbano; as ações e serviços de saúde passaram a ser considerados de relevância pública, cabendo ao poder público sua regulamentação, fiscalização e controle; constituição do Sistema Único de Saúde, integrando todos os serviços públicos em uma rede hierarquizada, regionalizada, descentralizada e de atendimento integral, com participação da comunidade; A participação do setor privado no sistema de saúde deverá ser complementar, preferencialmente com as entidades filantrópicas, sendo vedada a destinação de recursos públicos para subvenção às instituições com fins lucrativos. Os contratos com entidades privadas prestadoras de serviços far-se-ão mediante contrato de direito público, garantindo ao Estado o poder de intervir nas entidades que não estiverem seguindo os termos contratuais; Proibição da comercialização de sangue e seus derivados. (TEIXEIRA, apud BRAVO, 2004, p. 26) As diretrizes do Sistema Único de Saúde – SUS são inegociáveis. Os princípios de universalidade, preservação da autonomia, igualdade, integralidade e resolutividade, devem estar em sintonia com os princípios de territorialização, intersetorialidade, descentralização, hierarquização entre outros. Os princípios do Sistema Único de Saúde – SUS são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas na Constituição Federal que são: .• Universalidade: todas as pessoas devem ter acesso aos serviços de saúde como direito de cidadania, sendo esse princípio a maior conquista das lutas em favor da Reforma Sanitária; • Preservação da autonomia das pessoas, visando a sua integridade física ou moral; • Igualdade da assistência médica, sem preconceitos ou privilégios, buscando a equidade, afirmando que todo cidadão é igual perante o SUS e deve ser atendido conforme sua necessidade. • Integralidade: conjunto articulado de ações e serviços que visem atender o indivíduo como um ser humano integral e com necessidades de promoção e recuperação; 15 • Resolutividade: quando o indivíduo busca o atendimento ou quando surge algum impacto coletivo da saúde o serviço correspondente deve estar capacitado para resolver o atendimento com eficácia e eficiência (Art. 7º Lei 8.080/90). Esse caráter universal proposto para a Política de Saúde, faz com que os serviços atendam as mais diversas demandas na área, necessitando assim de equipes multidisciplinares que possam compreender essas demandas ao perceber o paciente em sua integralidade, ou seja, o ser biopsicossocial. Com isso, o Assistente Social se faz indispensável, agregando seus conhecimentos técnico- científicos aos demais profissionais, visando a resolubilidade do tratamento oferecido ao paciente. As ações profissionais do assistente social na saúde, assim como em outros, não ocorrem de forma isolada, mas se articulam em eixos/processos à medida que se diferenciam ou se aproximam entre si, e particularmente na saúde integram o processo coletivo do trabalho em saúde. Não seria demais repetir que estão pautados na lógica do Direito e da Cidadania, mais ainda, na lógica do direito a ter direitos, o que na área da saúde, reflete uma visão de cidadania estratégica, baseada na organização em torno das necessidades de saúde, que, no caso, não estão reduzidas unicamente à atenção médica- paradigma que dominou muito tempo o setor. A organização abarca os fatores de ordem política, econômica e social que condicionam o direito a ter acesso aos bens e serviços necessários para se garantir a saúde, bem como exige uma consciência sanitária que se traduz em ações operativas na concretização do direito. (BRAVO et al, 1994, p. 52) No cotidiano profissional, o assistente social é chamado a atuar nas áreas de gestão, assessoria e pesquisa, que se configuram em novas demandas a ele colocadas, conforme apontam Bravo e Matos (2009). Entretanto, muitas vezes, essas atividades podem levar ao equívoco do profissional não as reconhecer como privativas, distanciando-se de sua identificação com a categoria, o que se traduz em uma concepção imediatista de que o serviço social ―consiste apenas na ação direta com os usuários, o que Netto denomina de execução terminal da política social‖ (BRAVO; MATOS, 2009, p. 212). Segundo Martinelli (2007, p.23) o assistente social trabalha com pessoas vulnerabilizadas que pedem um gesto humano: um olhar, um sorriso, uma palavra, uma escuta atenta,um acolhimento, para que possam se fortalecer na sua própria humanidade. 16 O Serviço Social na saúde demonstra sua importância no processo saúde/ doença e suas relações com a questão social, fato determinante aos processos de trabalho realizados pelo assistente social que atua diante de tais situações, trabalho esse baseado na capacidade investigativa do profissional, questionando e refletindo a partir do que lhe é apresentado como situação/problema. 17 3 DESCOBRINDO E ENFRENTANDO A DOENÇA A palavra câncer é de origem latina e quer dizer caranguejo. O tumor maligno tem este nome porque se infiltra nos tecidos sadios como as patas (apêndices) do crustáceo. A doença é também conhecida pela palavra ―neoplasia‖, de origem grega, formada por ―neo + plasis‖ que significa ―nova proliferação‖ (Liga Baiana Contra o Câncer; sem ano). Pode-se compreender o câncer como o crescimento desordenado das células no corpo humano. O INCA propaga que existe cerca de 100 doenças que são denominadas de câncer pelo fato delas serem causadas por essa disseminação desordenada de células. Podendo surgir em qualquer órgão do ser humano, em alguns casos ocorre a metástase, que se dá quando o crescimento dessas células não se concentra em apenas um local do corpo e espalha-se por outras regiões. Nem todo câncer é maligno, esses se caracterizam pelo acúmulo de células cancerosas que formam tumores. Já o câncer denominado de benigno é nada mais que uma massa de células que se reproduzem lentamente e são parecidas com o órgão original, dificilmente os cânceres benignos causam risco de morte às pessoas diagnosticadas. Mesmo com a quantidade de estudos em andamento e a grande variedade de tratamentos existentes ao redor do mundo, ainda hoje, é comum que pessoas diagnosticadas com câncer recebam essa informação como uma sentença de morte, segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS (2014), muitos tipos de câncer podem ser prevenidos, evitando a exposição a fatores de risco comuns, tais como o fumo do tabaco. Além disso, uma proporção significativa de cancros podem ser curados, por cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, especialmente se forem detectados precocemente. [...] o câncer tem sido visto como uma doença cruel, intratável e misteriosa. Por ser algo que ataca, invade o corpo, o seu tratamento tem sido pensado como um contra-ataque, fazendo com que muitas vezes seja visto como algo pior do que a própria doença. Nesse tratamento, costuma-se usar metáforas tiradas da linguagem militar. Assim, a radioterapia é o „bombardeamento‟ com raios tóxicos e a quimioterapia objetiva „matar‟ as células cancerosas. (SONTAG apud SKABA, Márcia Marília Vargas Froés. Compreendendo a trajetória de mulheres em busca do diagnóstico e tratamento do câncer de mama: uma perspectiva sócio-antropológica (Rio de Janeiro, Fundação Oswaldo Cruz,2003, p.38.). Receber o diagnóstico de um câncer acarreta em vários sentimentos, surge preocupação e inquietação pelo fato do futuro se tornar algo incerto. As crenças e culturas de cada diagnosticado muitas vezes influenciarão na maneira como ele vai 18 encarar a doença, pois é comum que já esteja enraizado na mente das pessoas que o único destino possível para uma pessoa diagnosticada com câncer é a morte. Há ainda o grupo de pessoas com diagnósticos recidivos (metástase), que por vezes é ainda mais impactante que a primeira descoberta, pois muitos já vêm fragilizados emocional, psicológica, financeira e fisicamente. Ao ser diagnosticado com câncer o paciente não será o único afetado pela notícia. Toda a sua família passa a compartilhar desse diagnóstico, partilhando assim dos mesmos sentimentos. O contexto familiar no qual o paciente está inserido passa a valorizar mais o presente do que fazer planos para o futuro, isso ainda é provocado pela visão de sentença de morte que as pessoas atribuem ao câncer. Não só vista como sentença de morte, é muito comum ainda hoje vermos pessoas que se recusam a pronunciar a palavra ―câncer‖ procurando sempre alguma outra palavra que possam relacionar à doença. As mudanças provocadas nas famílias após o diagnóstico positivo podem ser chamadas também de estratégia de enfrentamento. Algumas dessas transformações são perceptíveis pouco tempo depois do resultado dos exames e outras vêm como consequências das mudanças iniciais. Uma das transformações que pode ser percebida logo quando iniciado o tratamento quimioterápico são os efeitos colaterais do tratamento que podem levar a uma simples indisposição ou total desolamento com a vida. 3.1 CARACTERÍSTICAS DO PACIENTE ONCOLÓGICO Câncer e uma doença em que as células anormais se dividem incontrolavelmente e destroem o tecido do corpo. Segundo Borges et al. (2006) câncer é o nome genérico de um conjunto de mais de 200 doenças distintas, com multiplicidade de causas, formas de tratamento e prognósticos. Várias transformações podem ocorrer na mesma célula, fazendo com que ela se prolifere rapidamente e se transforme em uma massa tumoral. Portanto, o câncer nada mais é que a multiplicação descontrolada de células defeituosas ou atípicas, que escapam ao controle do sistema imunológico por algum motivo até hoje desconhecido. Para Berlinguer (2008), muitas das causas do câncer estão relacionadas ao estilo de vida de uma pessoa, pois o câncer é uma doença que muitas vezes se 19 desenvolve sem dar sinais claros de sua existência, além do que muitas pessoas pensam que, se ela não tem sintomas, não estão doentes ou não estão adoecendo e, nesse sentido, a maioria não compreende o conceito de que o câncer, em geral, pode levar vários anos para se desenvolver. Conforme estudos realizados, são mais de duzentas formas diferentes de doenças neoplásicas, englobadas na palavra câncer. As neoplasias evoluem de maneiras diferenciadas, muitas crescem somente no local de origem, outras espalham-se pelo organismo, implantando-se em outros órgãos, estas ramificações são denominadas de metástases(Mayol, 1989, p. 50). A finalidade oncologia denota-se aplicação de medicamentos quimioterápicos e radioterápicos para arguir as células malignas em pacientes portadores de câncer. Lembrando que o surgimento do câncer está, como se sabe, associado ao acúmulo de mudanças genéticas numa mesma célula. Cabe destacar que câncer é uma doença dinâmica e com características agressivas. Nesse período, os pacientes oncológicos passam por momentos de fragilidade. Pois os remédios agem de maneira avassaladora nas células onde quer que ela esteja inclusa no corpo. Cabe ressaltar que é necessário obser também as condições emocionais de seus familiares. Diante disso, busca-se chamar a atenção dos profissionais que atuam na área da oncologia quanto à necessidade de voltarem sua atenção para os pacientes e também um acompanhamento psicossocial familiar, e em toda a sua complexidade, atentando para a singularidade da doença de cada paciente/família, sem perder de vista o caráter coletivo das demandas apresentadas, na perspectiva da qualidade da assistência prestada 3.2 CARACTERÍSTICAS EMOCIONAIS DO PACIENTE E SEUS FAMILIARES O câncer é visto como uma doença que causa muito sofrimento e, comumente levar a morte em pouco tempo Em determinadas circunstâncias, e no imaginário popular, não se fala em câncer, sendo, simplesmente, usado o termo - doença ruim" ou "aquela doença". Almeida et al. (2010) afirmam que o câncer é uma doença estigmatizante, que dá margem a um processo de significação, gerado pela percepção de que a doença possibilita a reformulação de preconcepções e a elaboração de novos 20 conceitos sobre ter uma doença incurável. Segundo os autores: A interpretação da experiência de viver com a doença oncológica e seu tratamento gerasentimentos e atitudes que refletem um grau de incerteza a partir da revelação do diagnóstico e das suas concepções a respeito da doença, suas possibilidades de recorrência e causalidade, representando ―uma visão assustadora e temerosa e que desperta temor‖, pois o ocultamento dos sinais e sintomas físicos dificulta um diagnóstico precoce, o que é percebido como o lado sombrio da doença, além da possibilidade de sua recorrência, visto ser ela imprevisível (ALMEIDA et al., 2010, p. 64). Diante disso, as vitimas do câncer buscam verificar sentimentos e para tal tentam compreender sua própria responsabilidade no processo de adoecer, assim como passam a conviver com uma nova concepção de si mesmas, a qual nem sempre é facilmente aceita e, desse modo, tendem a se comportar como pessoas com um estigma particular que tendem a vivenciar experiências similares de aprendizagem, relativas à sua condição e a sofrer mudanças análogas na concepção do eu, que não sejam apenas causa, mas também efeito do compromisso com uma sequência semelhante de ajustamentos pessoais, em que ao enfrentarem a doença adquirem o sentido de conviver com sentimentos negativos através da culpa e autocensura, percebendo-se com alterações corporais (FIGUEIREDO, 2009). Segundo Laplantine (2008), o câncer, simbolicamente representado no imaginário popular pelas crenças tradicionais sobre a natureza moral da saúde, da doença e do sofrimento humano traz para as pessoas acometidas dificuldades para elaborar uma imagem satisfatória da doença, visto que é percebida por todos como o próprio mal; além de a doença ser constantemente associada como a perda do poder físico ou da dignidade humana, fato que se traduz na prepotência dos sadios e que acentua a desigualdade social, que acentua o constrangimento por serem portadoras de uma doença impregnada de preconceitos. Para Simonetti (2008), o recebimento do diagnóstico de uma doença grave como o câncer possui as seguintes fases: – Fase 1 – Reacional: a doença é um evento em que tudo o mais perde importância ou passa a girar em torno dela, resultando em negação, revolta, depressão e enfrentamento (sem ordem fixa); – Fase 2 – Negação: é a primeira reação diante da doença, sendo diferente 21 de desconhecimento, variando de forma e ocorrendo por falta de condições psicológicas da pessoa doente; – Fase 3 – Revolta: é a reação dirigida contra a doença, o médico, os enfermeiros, a família, pois para o doente a situação de doença não é justa, se caracterizando pela frustração, raiva e depressão, em vista das limitações impostas pela doença. Possui estreita ligação com a reação de agitação (choros, gritos e agressões), em decorrência da injustiça da doença, que é entendida como um castigo. No entanto, se caracteriza, também, como um estado de estresse, que é um estado de prontidão para a luta. – Fase 4 – Depressão: é a entrega passiva à doença, em sinal de desistência, desesperança na cura e tristeza, em que o silêncio é mais comum. Pode chegar ao nível patológico em vista da melancolia e do sentimento de luto e impotência, principalmente perante uma doença grave. – Fase 5 – Enfrentamento: É uma reação às outras posições, uma mistura entre a luta e o luto, uma polaridade e uma estratégia humana para lidar com mudanças, em decorrência do adoecimento e em busca de soluções do tipo realista, misturando potência e impotência em relação à doença e, dessa forma, não negar a doença. É uma posição de fluidez emocional partilhada com a família. (SIMONETTI, 2008, p. 56) Observa-se que o tratamento do câncer é longo e com grande desgaste emocional e físico e requer persistência e esperança do paciente e da família. Toda a doença é uma situação traumática e com o câncer não é diferente. É uma doença que traz consigo o estigma da morte e a relação equipe-paciente mostra-se com características bem diferentes de situações menos graves. Portanto, é fundamental uma equipe que se compadeça e que tenha competência técnica para lidar com as diversas fases da doença oncológica (ALMEIDA et al., 2010). 3.3 OS DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA ATENÇÃO AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS E SUAS FAMÍLIAS O trabalho do assistente social pode ser analisado a partir de três dimensões, que surgiram através das mudanças históricas encaradas pela profissão. Sobre isso Farias (2007) afirma que O serviço social passou por mudanças, as quais aborda-se em três dimensões: a primeira diz respeito às alterações do mercado de trabalho 22 e das condições de trabalho desse profissional; a segunda refere-se às novas demandas que foram postas à profissão, como é o caso da oncologia e a terceira relaciona-se à identificação da direção das respostas a tais demandas.(FARIAS, 2007,p.100). Iremos aqui a falar sobre a segunda dimensão, que são as novas demandas para o serviço social, com enfoque no trabalho realizado na área da oncologia. Um dos primeiros passos no atendimento do paciente oncológico feito pelos assistentes sociais é justamente tirá-lo da situação de passividade em que, muitas vezes, os familiares os colocam, quando não os deixam decidir sobre o tratamento ou até escondem a doença, tomando assim as rédeas da vida do cidadão. É necessário que este sujeito continue ativo e ciente dos seus direitos como cidadão portador de neoplasia. É preciso enfatizar o papel do (a) assistente social na constituição do paciente como indivíduo que vive o processo de cisão, ao ter acesso aos serviços de saúde, entre um ser político, que possui direitos, e o seu corpo doente; e ainda refletir até que ponto o fazer cotidiano do Serviço Social corrobora com o que Antunes chama de ―suspensão do exercício pleno da cidadania‖ do indivíduo doente, analisando como esse profissional se posiciona frente à realidade de um usuário que busca os seus serviços, na tentativa de obter uma resposta humanizada no campo da saúde. (FARIAS, 2007, p.100). Ao assistente social é fundamental conhecer e a família, saber quais são os anseios e dúvidas que permeiam aquele circulo familiar, assim Identificar quem são essas famílias, quais as dificuldades que apresentam, quais são suas dúvidas e questionamentos e em que contexto cultural, social e econômico se inserem, constitui um dos seus trabalhos na saúde. (SILVA, 2010, p.140). O atendimento ao paciente com câncer é feito através de uma equipe multidisciplinar, onde se encontram médicos oncologistas, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais e outras categorias profissionais, mas, Especificamente em oncologia, Mejía (2004) explicita que o assistente social é o profissional apto a, num primeiro momento, identificar a fonte e o grau de recursos e flexibilidades sociais e financeiras da família, e, num segundo momento, identificar quais recursos podem ser acionados na rede para dar o suporte necessário com vistas à garantia do seu acesso aos cuidados propostos. (MEÍJA, 2004 apud SILVA, 2010). O atendimento multidisciplinar visa sempre um resultado positivo para o tratamento da neoplasia. As competências conferidas ao serviço social dentro dessa equipe envolvem as ―esferas social, econômica, educativa e reabilitacional. 23 Seu campo de atuação implica um contato íntimo com o paciente e sua família, sendo esse profissional determinante para o sucesso no tratamento do câncer.‖ (Farias, 2007). O trabalho através dessas esferas é feito visando à garantia tanto do paciente quanto dos familiares às políticas institucionais e sociais, para que seus direitos sejam garantidos. Esses trabalhos são realizados em quatro dimensões: Ambulatório: o(a) assistente social propõe uma intervenção profissional; e orientada no acolhimento ao paciente, contribuindo para a construção de uma análise reflexiva sobre sua trajetória, tanto do ponto de vista das dificuldades de acesso aos serviços de saúdequanto ao caráter estigmatizador da doença. (FARIAS, 2007, p.101). Para o trabalho no ambulatório Farias (2007) afirma que ―o profissional precisa estar atualizado com o projeto ético-político da profissão, preparando-se para dar respostas significativas às demandas provenientes da instituição e da população usuária.‖. Neste ambiente o profissional se depara com a necessidade de averiguar todas as situações que fazem parte da vida do paciente (social, financeiro, psicológico, ambiental e cultural), pós a investigação é necessária repassar a situação à equipe que o assistente social está inserido para que sejam pensadas as melhores condições para cada paciente específico. Enfermaria: O trabalho na enfermaria é tido como complementar ao trabalho feito nos ambulatórios. Para Farias (2007) ―Essa atuação do(a) assistente social identifica e intervém nas situações que emergem durante o período de internação, de forma a contribuir para a realização do trabalho em equipe, como também para o tratamento médico.‖. Uma noção geral de clínica é essencial ao assistente social que atua nas enfermarias. Grupos de Apoio: Técnica muito utilizada pelo serviço social na oncologia, busca com que as próprias experiências de vida dos pacientes sejam motivacionais para o sucesso do enfrentamento da doença. O(a) assistente social nos grupos de apoio tem a habilidade de identificar e discutir os valores culturais, utilizando-os como subsídios de sua atuação, cabendo também a esse profissional desencadear um processo reflexivo com pacientes e/ou familiares, quanto ao diagnóstico, tratamento e 24 reabilitação, visando a contribuir para o enfrentamento da nova situação, permitindo que o(a) paciente assuma a condição de sujeito de sua história de vida, durante o tratamento do câncer. (FARIAS, 2007, p.107). Radioterapia/ Quimioterapia: O tratamento de radioterapia é longo, ininterrupto e dispendioso, pois há a necessidade de estar no hospital todos os dias, já o quimioterápico tem prazo definido, mesmo que longo, mas não é diário. Assim o trabalho do assistente social é fundamental para a quebra de tabus que os pacientes e familiares muitas vezes criam acerca dos tratamentos. Cabe ao assistente social a competência de educador nos processos de trabalho, desmistificando esses mitos postos pelos próprios pacientes junto a equipe médica, tentando estabelecer uma relação de confiança entre os mesmos, pois é preciso termos cuidado de não assumirmos papéis que não são os nossos, relembrando o processo ético-político que norteia nossa profissão. (FARIAS, 2007, p. 108-109). Dentro desses 04 espaços hospitalares, o serviço social aplica técnicas próprias da profissão para que a investigação para cada caso que chegue ao profissional seja efetuada com sucesso. A entrevista social é feita para ser instrumento norteador das futuras ações do profissional para com aquele paciente, nessa entrevista busca-se saber as condições sociais, culturais e econômicas, que cercam o doente e sua família. 25 4 ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO ACOLHIMENTO AO PACIENTE O Serviço Social, assim como nas demais áreas da saúde, compartilha de um trabalho coletivo com vistas à humanização do atendimento. Na área dos cuidados paliativos oncológicos, o assistente social precisa de uma visão holística da situação de cada usuário, procurando criar mecanismos e estratégias para atender as suas necessidades, para o que necessita conhecer o paciente e seus anseios, a família, sua história de vida e estar em conjunto com a equipe discutindo e avaliando o tratamento, assim como o prognóstico. Diante disso, pode-se dizer que esse profissional direciona sua atuação a três segmentos que constituem o processo de tratamento: o paciente (o protagonista principal), a família e a equipe, visto a necessidade de oferecer acolhimento a eles, uma vez que nesse momento será constituída uma relação de segurança e confiança com a equipe, pois ―desta vinculação dependerá também a aderência ao tratamento, essencial para a realização de um bom trabalho para ambas as partes‖ (SANTOS, 2010, p. 62). A atuação colaborativa do assistente social com os demais profissionais da saúde é uma busca permanente. A prática cotidiana desse profissional tem reforçado a necessidade de conhecimentos multidisciplinares e interdisciplinares para alcançar uma visão ampla do paciente, considerando suas circunstâncias sociais, econômicas e culturais, visando contribuir para uma assistência humanizada e qualificada. Nesse contexto, a intervenção do assistente social tem ampliado a sua perspectiva ao entender que o processo saúde-doença também é determinado socialmente. Por isso, o profissional considera os aspectos emocional e social do paciente como fatores determinantes para a evolução do tratamento. À medida que o paciente mostra-se fragilizado devido à enfermidade, algumas vezes agravada por problemas sociais e familiares, necessita ser acolhido e ouvido, tendo espaço para expressar suas angústias, esclarecer dúvidas e ser percebido em sua amplitude. O Serviço Social, segundo Martinelli (2012), é uma profissão de natureza eminentemente interventiva que atua no campo das relações humano sociais. É uma forma de especialização do trabalho coletivo, socialmente construído. Participa do processo global de trabalho e tem, portanto, uma dimensão sócio-histórica e política que lhe é constitutiva e constituinte. 26 Iniciado o tratamento do paciente, portanto, é verificada a situação previdenciária, a situação trabalhista, assim como a situação financeira, a necessidade de encaminhamento a outros setores para realização de algum procedimento, encaminhamentos a serviços jurídicos: preparação de procuração quando não há condições físicas para exercer a autonomia de caráter cível; encaminhamento a instituições defensoras de seus direitos (Ministério Público, Defensoria Pública, Promotorias) quando estes em processo são indeferidos para concessão, além de verificar e orientar o paciente e seus familiares acerca do Tratamento Fora de Domicílio (TFD), auxílio (transporte, estadia e alimentação) de direito a pacientes e acompanhantes quando o tratamento necessário não é oferecido pelo seu município de origem. Além de oferecer o suporte à família, necessita-se de uma articulação com a Rede de Serviços dos outros setores (assistência social, previdência social, educação, etc.). Nesse sentido, o assistente social também atua na organização e planejamento com esses outros setores a fim de verificar uma forma de ser viabilizado o acesso aos serviços necessários pelo paciente e sua família. Em relação à intervenção junto à família, Santos (2010) assevera que é na maioria das vezes o pilar de sustentação do tratamento do paciente, pois o cuidador desse paciente geralmente é um familiar e, portanto, um ator importantíssimo nesse processo, logo requer intervenção do assistente social e da equipe. Além disso, essa família estará em constante estresse em virtude do acúmulo de responsabilidades e sentimentos em relação ao tratamento de um paciente que se encontra em cuidados paliativos oncológicos, o qual não apresenta mais condições para realizar um tratamento curativo. O Assistente Social é o profissional que, preferencialmente, é chamado a implementar políticas socioassistenciais no interior das organizações públicas governamentais e não-governamentais, das organizações privadas, operando sob duas perspectivas: a prestação de serviços e a ação educativa. Segundo Martinelli (2012), o Assistente Social muito contribui, por exemplo, com o paciente doente de câncer e seus familiares, a partir das seguintes ações: – Atendimento/ acolhimento individual a pacientes; – Atendimento/ acolhimento a acompanhantes/familiares; – Intervençãosobre internação (admissão social); – Procedimento de interconsulta com equipe de saúde; 27 – Intervenção interprofissional (articulações internas); – Articulação interinstitucional; – Encaminhamento à rede de serviços – interna e externa; – Atendimento e visita domiciliar; – Orientação sobre Tratamento Fora de Domicílio (TFD). O profissional do Serviço Social, segundo Gualda (2008), com objetivos de minimizar os impactos psicológicos e emocionais que envolvem o paciente com câncer, pode instituir as seguintes ações: a) Orientação e informação sobre a instituição hospitalar e seus recursos; b) Orientação e encaminhamento a serviços e recursos previdenciários; c) Realização de contato com o paciente e sua família; d) Interpretação dos fatores sociais, políticos e econômicos que permeiam a realidade dos pacientes e de seus familiares; e) Orientação do tratamento global nos aspectos biopsicossociais; f) Realização de trabalho integral, multidisciplinar, com os membros da equipe de saúde. O assistente social está preparado para acrescentar na relação com o paciente, elementos que possibilitem o enfrentamento de sua condição de pessoa doente, sua relação com a família […] a continuidade do tratamento e outras condições chamadas ―sociais‖, vitais ao SUS e à sobrevivência, que são de seu domínio profissional (BRETANI, 2013, p. 43). 4.1 INTERVENÇÃO COMO UMA DAS TÉCNICAS DO ASSISTENTE SOCIAL Conforme A ilustre autora Ancona Lopez: Intervir vem do latim intervenire, que significa meter-se de permeio, ser ou estar presente, assistir, interpor seus bons ofícios. Meter-se de permeio: indica atuação. Posição ativa de alguém que interfere que se coloca entre pessoas, que de algum modo estabelece um elo, uma ligação. Interpor os seus bons ofícios: ação de quem tem algum preparo em determinada área e põe seus conhecimentos à disposição de quem deles necessita. Ação de quem acredita no que faz. Estar presente: não indica necessariamente uma ação, o que leva a pensar em alguém disponível, que aguarda uma solicitação. Estar presente parece indicar uma posição, alguém a quem se pode recorrer e que está inteiro na situação. Assistir: indica ajuda, cuidados, apoio. (LOPEZ, 1998, p. 26) 28 Durante o processo histórico na perspectiva conservadora de Serviço Social entende que o foco da intervenção é o indivíduo que necessita mudar seus hábitos e 9 atitudes para inserir-se na sociedade. Encontra-se respaldada no referencial teórico positivista funcionalista que teve forte influência na prática profissional dos primeiros assistentes sociais (MARTINELLI, 1991). De acordo com Gualda (2008): A necessidade de intervenção social para o doente visa à humanização dos procedimentos a fim de que o indivíduo doente reelabore seu estado emocional e lide com a doença de maneira menos agressiva possível. Nesse sentido, o Assistente Social, como profissional de Saúde, possui competências para intervir junto aos fenômenos socioculturais (emocionais e comportamentais) que contribuem para a melhoria da qualidade de vida de doentes oncológicos. Portanto, todos os profissionais envolvidos na área da saúde devem se preocupar com o ser humano, assim como têm que desenvolver meios para oferecer a oportunidade de uma existência mais digna, mais compreensiva e menos solitária no momento da doença (GUALDA, 2008, p. 32) Conforme Franco et al.(1999): O acolhimento enquanto diretriz operacional tem como proposta inverter a lógica de organização e funcionamento do serviço de saúde, partindo de três princípios: 1) atender a todas as pessoas que procuram os serviços de saúde, garantindo a acessibilidade universal, o que para o autor traduz-se na função de acolher, escutar e dar uma resposta positiva capaz de resolução dos problemas de saúde da população; 2) reorganizar o processo de trabalho, a fim de que este desloque seu eixo central do médico para uma equipe multiprofissional - equipe de acolhimento -, encarregada da escuta do usuário, comprometendo-se a resolver seu problema de saúde; 3) qualificar a relação trabalhador-usuário, que deve dar-se por parâmetros humanitários, de solidariedade e cidadania (FRANCO et al.,1999, p. 3). Entretanto, muitos são os desafios a serem ultrapassados para que esses princípios sejam colocados em prática em sua integralidade, de tal forma que a população possa ter acesso aos serviços de saúde e o atendimento de suas necessidades. Tendo isso em vista, o acolhimento enquanto diretriz operacional deve basear-se nesses três princípios, tendo como meta a escuta qualificada, exercida por todos os profissionais que compõem uma equipe multiprofissional, e não apenas pelo médico. Para tal, faz se necessária a qualificação da relação profissional-usuário, pois é por meio dela que poder-se-á atingir a meta principal: o 29 atendimento qualificado ao usuário. Atualmente, o Serviço Social constitui-se como uma profissão de modo eminente interventiva. Isso remete à ideia de que existe a precisão de um maior entendimento teórico e metodológico dos assistentes sociais na qual entendem sobre a questão social nos processos de trabalho em que participam e como intervêm sobre a mesma. O profissional deve utilizar seus conhecimentos, autodeterminando, mesmo que relativamente, a sua ação profissional em um sentido contrário à reprodução das relações sociais postas, transformando-as. Diante disso, o trabalho dos assistentes sociais na saúde, em contraposição a um trabalho espontâneo e/ou instintivo, procura uma série de requisitos que perpassa: pela formação profissional e continuada de qualidade; compreensão do campo da seguridade social como direito; organização e planejamento do trabalho profissional com base em estudos e pesquisas; conexão entre programas e equipes e implementação de estratégias e táticas de ação e formação de uma consciência sanitária que demanda uma consciência social sobre a questão: saúde. Á vista disso, a discussão é de suma importância, pois ela possibilita mediações entre teoria com a prática a partir da realidade em que a profissão é desempenhada, em um movimento dialético em que a prática proporciona subsídios à construção de conhecimentos teóricos para a implementação de novas intervenções. 4.2 AS PRÁTICAS ASSISTENCIAIS DO SERVIÇO SOCIAL NOS CUIDADOS NO FIM DA VIDA A perspectiva de contribuir no processo de qualidade de vida e de morte digna aos pacientes oncológicos em fim da vida, no contexto de situação de vulnerabilidade é atribuição pertinente a toda a equipe de saúde envolvida no processo, assim como do assistente social. Considerando que a prática do assistente social neste campo ainda é recente, é primordial ressaltar algumas questões relativas ao papel do assistente social junto ao paciente e sua família incluindo sua participação no processo de finitude visando a assegurar uma condição de boa morte, ou seja, colaborar para que o paciente tenha uma morte digna. 30 Entende-se por morte digna como uma situação que se distancia do quadro de mistanásia. Portanto, na perspectiva adotada aqui é aquela que proporciona acesso ao tratamento adequado mesmo àqueles que nunca tiveram uma vida digna evitando o abandono. Daí, a importância da associação das políticas de assistência social e saúde. (FROSSARD, 2016). O paciente oncológico em fase de final de vida apresenta múltiplos sofrimentos, passa por situações difíceis, sendo necessário que diversos profissionais desenvolvam seu trabalho de maneira articulada, desenvolvendo um trabalho de cuidado complexo para que seja possível dar conta da magnitude de intervenções que serão importantes nesse processo. COLLIÉRE (2003, p.180) afirma que: ―podemos viver sem tratamento, mas não sem cuidados‖. Assim sendo, a morte não deve ser vista como uma inimiga do homem, e sim como algo a ser enfrentado com a consciênciade que ela faz parte da vida. Mesmo a finitude sendo conhecida como um acontecimento real, a morte ainda é estigmatizada. Sabe-se que é algo que é parte do processo natural da vida. O ser humano, ao vivenciar situações de doenças onde não há, a partir do diagnóstico clínico, chances de cura, inicia uma fase onde os sujeitos envolvidos e próximos aos pacientes passam a ter que lidar com dificuldades, independente se for de cunho social, emocional, financeiro, dentre outras. No mundo contemporâneo, a morte é entendida em sua dimensão de fracasso e, consequentemente, como uma circunstância que deve ser camuflada. Nos casos de doenças que estão fora de possibilidade de cura, em geral, os enfermos não decidem sobre sua hospitalização (Ariès 1981, citado por SIMÃO et al. 2010, p.355). Assim, com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia, a morte passou a ser medicalizada, destituindo o indivíduo enfermo do seu poder de decisão quanto ao modo como deseja vivenciá-la – muitas vezes em domicílio, próximo aos seus familiares e amigos ou num ambiente hospitalar. A morte não é estranha ao homem, pois está associada à sua própria realidade biológica. Ela acontece à medida que a vida é vivida, aos poucos, de modo progressivo e inexorável. Falar em morrer implica em falar das atitudes humanas durante a vida. Assim sendo, a consciência da realidade da vida e da inexorabilidade da morte gera angústia e medo, o que pode levar à atitude de negação da realidade (HENNEMANN-KRAUSE, 2012). 31 Do ponto de vista social a morte decorre de um extenso processo histórico, apontada por distintos modelos sociais e econômicos, assim como por práticas que circundam áreas subjetivas, existenciais e espirituais. Nesse contexto, os profissionais de saúde desenvolvem suas competências para que o paciente oncológico em fase final de vida possa ser assistido em sua totalidade e ter qualidade no suporte assistencial e consequentemente ter direito a uma boa morte. Dessa maneira, (CARVALHO 2008, p.620) afirma que: O processo de morrer faz parte da vida humana que, como tal, deve ser vivida com dignidade. Se a morte é parte da vida e o direito à vida implica na garantia de dignidade, parece possível argumentar pela existência de um direito à morte digna, situação na qual se busca garantir o direito de pacientes recusarem abuso ou excesso terapêutico. O essencial não é simplesmente apoiar o paciente para que este morra em paz, mas proporcionar meios para que ele, juntamente com sua família, seja capaz de viver da melhor forma possível todo o tempo que lhe resta, até que a morte ocorra. CARVALHO e ARANTES (2008, p.183) referem que a doença e o sofrimento andam sempre juntos. A doença é que causa ao corpo a dor física e pode levar ao sofrimento o que implica no desencadeamento de outras dimensões da dor, aumentando ainda mais o sofrimento. Nesse momento, o cuidado, em especial os cuidados paliativos, tem uma importância preponderante, como dizem os mesmos autores: ―quando a doença é grave existe tratamento intensivo. Do mesmo modo, quando o sofrimento é intenso, os Cuidados Paliativos proporcionam o tratamento intensivo‖. Segundo Nascimento (2015): E perceptível notar que o cuidado denominado paliativo se apresenta muito mais do que a única alternativa para quem já não possui mais indicação de tratamentos curativos, mas constitui-se em uma proposta de atenção ampla, consciente e organizada, na qual os profissionais de diferentes áreas unem- se com o objetivo de oferecer ao paciente e a família a atenção que requerem em momento tão especial. Tal proposta perpassa, sim, o tratamento clínico, mas abrange uma gama de ações que busca oferecer conforto, esperança, escuta efetiva, atenção ás ―dores‖ emocionais e sociais, resolução para causas prementes e a certeza sempre presente de que o homem é um ser único, com necessidades, desejos, possibilidades e limites que o fazem sempre e a cada vez especial. 32 Cabe enfatizar que a atenção profissional do assistente social requer a associação do saber técnico e práticas humanizadas. O ato de cuidar do ser humano perpassa a autonomia e responsabilidade com o paciente em situação de fim da vida, família e coletividade, e isso independe da sua condição de saúde, socioeconômica, de suas crenças ou opções religiosas e raça. O Assistente Social no exercício de suas práticas assistenciais com pacientes oncológicos, em situação de final de vida, recorrentemente elabora seu plano de cuidado considerando uma realidade ainda pouco esclarecida e propícia ao desconhecimento sobre seus direitos. Sabe-se que no momento em que o conhecimento de seus direitos é apropriado, torna-se possível o estabelecimento de uma relação que o leve à obtenção de estabilidade emocional e social necessária a um padrão adequado para manutenção de sua qualidade de vida. Com base em diversas dificuldades e necessidades que surgem, excedendo a compreensão única de uma profissão, é indiscutível a importância da prática profissional relacionada a várias profissões que intervêm em conjunto. E o Assistente Social, como membro da equipe, realiza seu trabalho dando respostas às diversas demandas retratadas no contexto de adoecimento/morte. As demandas apresentadas são dos pacientes assistidos, dos seus familiares e de toda a rede de apoio. Nesse universo, mesmo a intervenção profissional do assistente social sendo necessária, ainda é pouco conhecida e as considerações referentes às perspectivas e atribuições desses profissionais com os pacientes em situação de fase final de vida precisam ser aprimoradas. Neste sentido, sugere-se estudos no campo de Serviço Social sobre a morte que aborde como os profissionais lidam com a finitude, seus medos, sobre a espiritualidade como componente fundamental do conceito de saúde e as perspectivas da formação profissional direcionada para essa área de conhecimento. O profissional de Serviço Social desenvolve sua prática assistencial ao paciente oncológico em fase final de vida em diversos espaços ocupacionais, seja no ambiente hospitalar (enfermaria, ambulatório, pronto-socorro) seja no domicílio, em conjunto a equipe multidisciplinar requerendo um trabalho que prime pela complementação de saberes, partilha de responsabilidades, de tarefas e de cuidados. 33 5 CONCLUSÃO No presente trabalho, a atenção recai sobre a contribuição do Serviço Social ao atendimento do paciente oncológico. Diante disso, foi necessário inicialmente, conhecer e compreender as características desses pacientes. Conforme vimos o câncer é uma doença que traz profundas e graves consequências para o paciente, tais como: depressão, angústia, medo e ansiedade que somadas a fragilidade decorrente da patologia e as medicações, habitualmente provoca regressão no estado geral do paciente, podendo leva-lo à dependência. Dessa forma, a doença não compromete apenas o indivíduo, mas, também, suas relações sociais, principalmente com seus familiares. Assim, faz-se necessário reconhecer a realidade de vida do paciente e de sua família: a organização familiar, a qualidade das relações, os limites de compreensão da totalidade, o papel do sujeito enfermo na família, o impacto às atividades laborativas dos potenciais cuidadores, as condições habitacionais, a renda familiar. Contudo, compreender a complexidade que é ter um enfermo grave para cuidar, especialmente quando as condições de vida e trabalho são precárias. À vista do exposto, defini-se que o profissional Assistente Social deve possuir as competências e habilidades necessárias para atuação junto ao paciente da área oncológica, haja vista também atuar em conjunto com equipe multidisciplinar na elaboração de planos referentes ao atendimento e atenção ao paciente em nível individual ou familiar. Em relação aos direitos sociais, vale destacar a importânciados profissionais buscarem constante formação sobre o assunto, tendo em vista que as legislações sofrem modificações ou readequações. Assim, para que o paciente (usuário) possa ser bem orientado e acompanhado, o profissional deve estar bem esclarecido quanto às informações necessárias para a viabilização do acesso a esses direitos. Desta forma, ações são de fundamental importância, haja vista que a orientação referente a benefícios assistenciais, previdenciários, auxílios, é uma das principais atribuições da(o) assistente social, assim como o acompanhamento contínuo dessas demandas até que soluções e respostas sejam fornecidas. Entretanto, vale ressaltar que a(o) assistente social e os demais profissionais da equipe multiprofissional se deparam com problemas das mais diversas ordens em seu cotidiano de trabalho: estrutura, recursos, materiais, fragilidade nas redes de 34 serviços, acúmulo de funções, dentre outros. Essas dificuldades podem refletir sobremaneira no trabalho realizado em seu cotidiano, o que gera implicações na assistência direta aos pacientes e seus familiares. Por conseguinte, a atenção do Serviço Social possibilita melhoria da qualidade de vida de pacientes oncológicos, pois a atenção ao paciente de uma doença que provoca mudanças significativas no comportamento dos indivíduos gera necessidades a serem atendidas e, assim, o Assistente Social exerce intervenção fundamental na colaboração para a melhoria da qualidade de vida da pessoa acometida pela doença a partir da compreensão da experiência da pessoa com câncer e o adequado acolhimento e apoio ao indivíduo e a seus familiares. 35 6 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Ana Maria de; MAMEDE, Marli Villela; PANOBIANCO, Marislei Sanches; PRADO, Maria Antonieta Spinoso; CLAPIS, Maria José. Construindo o significado da recorrência da doença: a experiência de mulheres com câncer de mama. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, 2010. Ancona-Lopez, M. (org.) (1998). Psicodiagnóstico: processo de intervenção. São Paulo: Cortez. Ayres JRC, França Jr IF, Calazans GJ, Saletti Filho HCS. 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