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Estudo de caso DPOC

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Nycol� Santan�, 3ºP
Estud� d� cas� DPOC
→ Paciente do sexo masculino, 69 anos, tabagista de longa data, relata história de tosse crônica e comparece à
consulta com dispneia aos moderados esforços que começou há 8 meses, e que nas últimas 2 semanas vem piorando,
chegando por vezes a acontecer em repouso.
Identificação: VLM, sexo masculino, 69 anos, natural e procedente de Itaberaba – Ba, brasileiro, casado, ceramista,
negro, católico, ensino fundamental incompleto.
- Queixa principal: Paciente queixa-se de “falta de ar que vem piorando há 8 meses”.
- HDA: Paciente apresenta tosse crônica há 2 anos, geralmente seca, sendo algumas poucas vezes produtiva,
mas sempre associou ao cigarro e nunca procurou investigar. Relata também que há 8 meses vem
apresentando dispnéia aos moderados esforços, especialmente quando estava pegando peso no trabalho. Essa
dispneia vem piorando, e, nas últimas 2 semanas, está acontecendo, por vezes, até em repouso, o impedindo de
realizar suas atividades diárias, o que o levou a se afastar da fábrica de cerâmica que trabalhava. Não tem
nada que ele faça que melhore o sintoma, chegou a diminuir a quantidade de cigarros para 1 maço/dia, mas
a dispneia está cada vez pior.
Antecedentes pessoais: Hipertenso em uso de Losartana 50 mg/dia, sem outras comorbidades. Nega alergia
medicamentosa e alimentar, cirurgias prévias e transfusões sanguíneas.
Antecedentes familiares: Pai era hipertenso e faleceu de infarto agudo do miocárdio e a mãe era hipertensa e diabética
e faleceu de câncer de mama.
- Hábitos de vida: Tabagista há 38 anos de 2 maços/dia, reduzindo para 1 maço/dia há 2 semanas. Estilista
social de cerveja aos finais de semana. Alimentação rica em carboidratos e gorduras. Não fazia exercício
físico, mas realizava trabalho braçal na fábrica antes de começar a sentir os sintomas, chegava a carregar
caminhão com blocos de cerâmica.
INTERROGATÓRIO SISTEMÁTICO
Geral: Refere astenia e perda ponderal (não soube quantificar). Respiratório: Refere dispneia progressiva e tosse
crônica sendo a maior parte do tempo seca. Cabeça e pescoço: sem queixas. Pele e fâneros: sem queixas.
Cardiovascular: sem queixas. Geniturinário: sem queixas. Neurológico: sem queixas.
EXAME FÍSICO→ Ectoscopia: Paciente em regular estado geral, emagrecido, lúcido e orientado no tempo e espaço,
longilíneo, sem alterações na marcha, dispneico com uso de musculatura acessória, anictérico, acianótico e descorado +.
PA: 130×90 mmHg; FR: 26 irpm; PR: 100 bpm; Temperatura axilar: 36,5 Cº; SpO2: 89%.
Aparelho Respiratório: Tórax com aumento do diâmetro ântero-posterior, taquipneia com expiração prolongada,
presença de tiragem intercostal, diminuição da expansibilidade e do FTV, som hipertimpânico à percussão, murmúrio
vesicular presente, porém reduzido globalmente e sem ruídos adventícios.
Aparelho Cardiovascular: Precórdio sem abaulamentos, ictus cordis não palpável, ausculta com ritmo cardíaco regular
em 2 tempos, bulhas hipofonéticas e sem sopros. Abdome: Plano, flácido, indolor à palpação, ruídos hidroaéreos
presentes bem distribuídos e sem visceromegalias. Extremidades: Bem perfundidas e sem edemas em MMII.
Suspeitas diagnósticas
● DPOC, Asma, Bronquiectasia, Tuberculose, Insuficiência Cardíaca
Exames complementares- Solicitado ao paciente a realização de uma espirometria, gasometria arterial e
radiografia de tórax em PA.
- Gasometria arterial:
PH 7,35
PaCO2 62 mmHg
PaO2 59 mmHg
HCO3 28 mEq/l
BE +4
Sat 89%
Radiografia de tórax PA
Laudo: Campos pleuro-pulmonares com transparência aumentada,
cúpulas diafragmáticas retificadas, seios costofrênicos livres, arcabouço
costal apresentando aumento dos espaços intercostais, mediastino sem
alterações. Achados radiológicos podem sugerir, em um contexto clínico
adequado, doença pulmonar obstrutiva crônica.
Espirometria
Laudo: Valor da capacidade vital forçada (CVF) normal, volume expiratório forçado no 1° segundo (VEF1) abaixo
do limite inferior e VEF1/CVF abaixo do limite inferior. Achados espirométricos sugerem distúrbio ventilatório
obstrutivo grave.
Diagnóstico
A história clínica do paciente e o exame físico constituem a base da suspeita diagnóstica. O paciente procurou
atendimento médico com uma história clínica de dispnéia, de evolução progressiva, que foi agravada nas últimas 2
semanas, associado a um exame físico que apresenta sinais compatíveis com limitação de fluxo aéreo, caracterizado pelo
prolongamento expiratório. Esta limitação promove o aprisionamento de ar, que pode ser observado pelo aumento do
diâmetro AP do tórax (“tórax em tonel”), hipertimpanismo à percussão e diminuição do FTV. Casos assim podem
produzir uma resposta compensatória que foi traduzida no paciente com o aumento da frequência respiratória e do
trabalho respiratório. A suspeita diagnóstica foi confirmada através dos exames complementares onde o paciente
apresentou uma radiografia de tórax com sinais de hiperinsuflação pulmonar e uma espirometria compatível com
distúrbio obstrutivo. Portanto, associando os achados clínicos com os resultados obtidos nos exames complementares
conclui-se que o paciente é um portador de DPOC.
NOTA: A presença de VEF1/CVF pós-broncodilatador < 0,70, confirma a presença de limitação persistente ao fluxo
aéreo.
Diante da confirmação do diagnóstico, é realizado o estadiamento clínico do paciente, para que ele possa ser
monitorado ao longo do tempo e avaliada a resposta do tratamento instituído. Este paciente apresenta uma obstrução
grave do fluxo aéreo, sendo categorizado como perfil B devido ao MRC ≥ 2, um CAT ≥ 10 e sem relato de
internações anteriores, seguindo o algoritmo proposto pelo GOLD 2020, o manejo inicial será:
→ utilização de um broncodilatador de longa ação (BALA ou AMLA)
+ caso os sintomas persistam estará indicado a associação do BALA + AMLA. O paciente será orientado quanto à
cessação do tabagismo e encaminhado para a reabilitação pulmonar.
SOBRE O TRATAMENTO

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