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APG 08 - Hemorróida e constipação 1. Revisar a morfofisiologia do reto e anus 2. Compreender a fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico, etiologia, epidemiologia e fatores de risco da hemorroida e constipação Revisão reto e anus O reto mede aproximadamente 15 cm de comprimento e se situa anteriormente ao sacro e cóccix. Os 2 a 3 cm terminais do intestino grosso são chamados canal anal. A túnica mucosa do canal anal é disposta em pregas longitudinais chamadas colunas anais, que contêm uma rede de artérias e veias. A abertura do canal anal para o exterior, o chamado ânus, é guardada pelo músculo esfíncter interno do ânus comporto por músculo liso (involuntário) e pelo esfíncter externo do ânus composto por músculo esquelético (voluntário). Reflexo de defecação Os movimentos peristálticos em massa empurram o material fecal do colo sigmoide para o reto. A distensão resultante da parede retal estimula os receptores de estiramento, que iniciam um reflexo de defecação que resulta na defecação. Isso ocorre do seguinte modo: em resposta à distensão da parede retal, os receptores enviam impulsos nervosos sensitivos para a medula espinal sacral. Impulsos motores da medula viajam ao longo dos nervos parassimpáticos de volta para o colo descendente, colo sigmoide, reto e ânus. A contração resultante dos músculos longitudinais retais encurta o reto, aumentando assim a pressão em seu interior. Esta pressão, junto com contrações voluntárias do diafragma e dos músculos abdominais, além do estímulo parassimpático, abrem o músculo esfíncter interno do ânus. O músculo esfíncter externo do ânus é controlado voluntariamente. Se for voluntariamente relaxado, a defecação ocorre e as fezes são expelidas através do ânus; se for voluntariamente contraído, a defecação pode ser adiada. Se a defecação não ocorrer, as fezes voltam para o colo sigmoide até que a próxima onda de peristaltismo em massa estimule os receptores de estiramento, novamente produzindo a vontade de defecar. Em crianças, o reflexo de defecação provoca esvaziamento automático do reto, porque o controle voluntário do músculo esfíncter externo do ânus ainda não se desenvolveu. A variação normal de atividade intestinal vai de 2 ou 3 defecações por dia a 3 ou 4 defecações por semana. A vascularização da região anorretal é constituída por uma rica rede de arteríolas e vênulas que se comunicam diretamente, formando os corpos cavernosos e chamados de plexos hemorroidários, um interno e outro externo no canal anal. Plexo hemorroidário interno Localiza-se no espaço submucoso do canal anal, acima da linha pectínea (sentido proximal), sendo formado por uma rede de vasos sanguíneos calibrosos. É vascularizado pelos três ramos terminais da artéria retal superior, dois à direita (um anterior e outro posterior) e um lateral esquerdo. Drena para o sistema portal pela veia retal superior, tributária da veia mesentérica inferior. Plexo hemorroidário externo Situa-se no espaço subcutâneo do canal anal, abaixo da linha pectínea (sentido distal), sendo vascularizado pelos ramos terminais das artérias retais inferiores, e drena para a circulação sistêmica (veia cava inferior), pelas veias retais inferiores, tributárias das veias pudendas e ilíacas internas. Ambos os plexos se comunicam, por apresentarem anastomoses arteriovenosas entre si. Doença hemorroidária Definição: A doença hemorroidária surge quando há congestão, dilatação e aumento dos corpos cavernosos do canal anal formando grandes emaranhados vasculares, submucosos e/ou subcutâneos, flexíveis, que se enchem de sangue, constituindo os mamilos hemorroidários. Etiopatogenia ➔ A natureza da doença hemorroidária não é, ainda, completamente conhecida. Vários fatores/motivos podem contribuir: ➢ Veia varicosa Representada pela dificuldade do esvaziamento sanguíneo do canal anal no ato defecatório, com congestão e dilatação dos corpos cavernosos. ➢ Degenerativa Presença de prolapso anormal do plexo hemorroidário interno, durante a evacuação, por deficiência de sua fixação pela musculatura longitudinal da submucosa (músculo de Treitz). ➢ Mecânica Caracterizada pelo excessivo esforço defecatório e/ou pela dieta pobre em resíduos (fibras) e pouca ingestão de líquidos, que pode acarretar o endurecimento das fezes e aumentar ainda mais o esforço evacuatório. ➢ Hiperplasia vascular A presença de hiperplasia dos corpos cavernosos do canal anal que poderá ocasionar sua dilatação e aumento. ➢ Hemodinâmica Pela presença das comunicações arteriovenosas, muito calibrosas, na submucosa do canal anal, facilitando o aumento e dilatação dos corpos cavernosos. ➢ Disfunção do esfíncter anal interno Hiperatividade do esfíncter anal interno do ânus com hipertonia ocasionando distensão dos corpos cavernosos. Fatores de risco, desencadeantes e agravantes Os agravantes estão relacionados com hábitos defecatórios errôneos, tais como: insistência em evacuar todos os dias, esforçar-se para defecar em um determinado horário por conveniência ou forçar o esvaziamento total do conteúdo retal de uma só vez. Seus fatores desencadeantes são: constipação intestinal, abuso de laxativos (em especial, os catárticos), diarreia crônica, gravidez (pelo aumento da pressão intra-abdominal), e a posição bípede do ser humano. Envelhecimento, obesidade, humor depressivo e gravidez. Dentre os fatores etiológicos já comprovados estão o bloqueio evacuatório, fezes endurecidas e esforço evacuatório exagerado Em relação ao envelhecimento, acredita-se que com o passar dos anos ou com situações agravantes, o tecido conjuntivo que ancora o plexo hemorroidário ao esfíncter, se deteriora. Quanto à gravidez, embora vários fatores de risco tenham sido descritos, o mecanismo exato e a lógica biológica por trás dos problemas perianais relacionados à gravidez não são claros. Manifestações clínicas A enfermidade hemorroidária pode ser assintomática Sangramento, prolapso, exsudação perianal e desconforto anal. Sangramento É o principal sinal, além de ser o mais frequente, e, às vezes, o primeiro a manifestar-se. O sangue pode ser observado somente no papel higiênico durante a higiene anal e/ou gotejando ou ocorrendo em jato no vaso sanitário durante e/ou imediatamente após a evacuação. Caracteriza-se pela sua cor vermelho-rutilante. Está associado à passagem de fezes endurecidas pelo canal anal que podem traumatizar o mamilo hemorroidário ou pelo tipo de higiene anal utilizado pelo enfermo, como, por exemplo, o uso de papel higiênico. Esse sangramento ou enterorragia é, com frequência, intermitente, é esporádico, em geral acontecendo em crises curtas de dias, pouco volumoso e relacionado com a evacuação. Essa perda sanguínea, discreta e contínua, quando frequente, pode acarretar anemia ferropriva. A enterorragia volumosa causada pela doença hemorroidária é rara. Prolapso Caracteriza-se pela exteriorização do mamilo hemorroidário interno, para fora do canal anal, durante o ato evacuatório ou durante as atividades físicas. (no prolapso, há apenas a exteriorização da mucosa retal) Exsudação perianal Corresponde à umidade da pele perianal causada pela presença de muco nessa região, decorrente, sobretudo, da irritação da mucosa dos mamilos hemorroidários internos prolabados. Acompanha-se, em geral, pela dermatite e pelo prurido ana Desconforto anal Durante ou após a evacuação, pode haver uma pressão anal, definida pelo paciente como um desconforto, porém sem dor anal, porque a simples presença de doença hemorroidária não dói. Dor já é uma complicação A presença de dor no canal anal concomitante à doença hemorroidária ou é causada pelas suas complicações, como a trombose vascular (endoflebite), o hematoma, ou pela presença concomitante de outras enfermidades dolorosas dessa região, como a fissura anal, a infecção perianal (criptite, papilite ou abscesso), as lesões inflamatórias ou tumorais. Classificação dos mamilos hemorroidário ➔ Está relacionada com a localização do mamilo hemorroidário no canal anal e com a presença ou não de seu prolapso.Os mamilos podem ser: internos, externos ou mistos no canal anal. Apresentam consistência amolecida e forma abaulada. Mamilo hemorroidário interno Situado acima da linha pectínea, na parte interna ou proximal do canal anal. Esse mamilo interno é subclassificado, de acordo com a presença ou ausência de seu prolapso para o exterior do canal anal, em: 1° grau: Mamilo hemorroidário interno que não prolaba pelo canal anal quando da evacuação ou aos esforços 2° grau: Quando ele prolaba através do canal anal durante o esforço evacuatório, exteriorizando-se pelo ânus, porém retraindo-se, espontaneamente, cessado esse esforço 3° grau: Mamilo que prolaba à evacuação e/ou aos esforços e não retorna espontaneamente, necessitando ser recolocado digitalmente para o interior do canal anal 4° grau: Mamilo interno permanentemente prolabado pelo canal anal (lado externo), sem possibilidade de ser recolocado para o interior do canal anal Mamilo hemorroidário externo O mamilo localizado abaixo da linha pectínea, no anoderma (porção externa ou distal do canal anal), é denominado externo. Caracteriza-se por dilatações dos vasos subcutâneos do anoderma, formando um abaulamento de consistência mole, indolor e, às vezes, de coloração vinhosa. Mamilo hemorroidário misto Na existência, concomitante, de mamilos internos e externos Diagnóstico É realizado por meio de anamnese pormenorizada dos sintomas e sinais anteriormente mencionados, além da avaliação dos hábitos evacuatórios e alimentares dos pacientes, do uso de laxativos, da existência de doenças anteriores ou de cirurgias no trato digestivo. Deve-se questionar, também, a existência de doenças gastrintestinais nos familiares. Nas enfermidades agudas e dolorosas, como na trombose hemorroidária, o exame proctológico deverá limitar-se ao mínimo necessário para confirmar o diagnóstico, sem agravar o sofrimento do paciente. Exame proctológico completo: 1º) O exame abdominal: Em pacientes que referem queixas de dor ou desconforto abdominais deve-se fazer a inspeção e palpação do abdômen a fim de detectar a localização da dor bem como de massas dentro da cavidade abdominal que podem representar a presença de tumores. 2º) Inspeção anal: Realizada em TODOS os pacientes com queixas anais. Serve para visualizar quaisquer alterações da região anal incluindo hemorróidas, fissuras (ferimentos na borda do ânus), fístulas (orifícios com saída de pus), condilomas (verrugas), alterações dermatológicas e até tumores. É feita em 2 etapas: A) Estática: Ânus em repouso. B) Dinâmica: Com o paciente fazendo esforço para evacuar. Serve para verificar se há saída de hemorroidas ou para evidenciar pequenas fissuras que não foram vistas na primeira etapa. Posições para realização do exame: A) Deitado para o lado esquerdo (Posição de Sims) B) Genupeitoral 3º) Toque retal: É feita a introdução do dedo indicador pelo ânus e tem a intenção de verificar a força da musculatura anal, flagrar a presença de tumores do reto inferior e, no caso dos homens, também checar se há alguma alteração na próstata 4º) Anuscopia: Utiliza-se pra este exame o anuscópio o qual é introduzido no ânus e permite a visualização de doenças do canal anal como as hemorroidas internas. 5º) Rectosigmoidoscopia: Realizado comumente em consultório principalmente quando a causa da queixa do paciente não foi revelada com os exames anteriores. É um exame que é mais profundo que a anuscopia e pode constatar a presença de tumores de reto e doenças inflamatórias. Epidemiologia É uma das doenças mais comuns nos países industrializados. Quase 70% de todos os adultos são afetados em algum momento de suas vidas. Além disso, especialmente as hemorróidas trombosadas, não são apenas uma doença, mas também um problema social Houve uma predominância no sexo feminino representando cerca de 57% do valor total. Provavelmente essa prevalência se resulta devido às hemorróidas serem extremamente comuns durante a gravidez. Ao analisar a variável raça foi encontrada uma prevalência de casos totais entre a raça branca (37,56%) e parda (31,46%). Foi registrado (3,17%) na raça preta, (1,29%) na raça amarela e (0,04%) na raça indígena Foram registrados (1,76%) entre 0-19 anos, (33,57%) entre 20-39 anos, (49,31%) entre 40-59 anos, e por fim, (15,37%) acima de 60 anos. Sendo assim, conforme o gráfico abaixo, notou-se uma forte prevalência em pacientes portadores de DH com a idade de 40-59 anos, representando praticamente metade dos casos. Constipação intestinal ➔ Constipação intestinal não é uma doença, mas meramente um sintoma. Definição: Defini-se constipação intestinal, de uma maneira simplista, como a evacuação intestinal abaixo de 3 vezes/semana ou defecação insatisfatória caracterizada por reduzido número de evacuações e dificuldade para evacuar, pelo menos nos últimos 3 meses. A dificuldade para evacuar inclui: Fezes endurecidas ou em cíbalos; Necessidade de esforço para evacuar; Sensação de evacuação incompleta; Sensação de obstrução anorretal; Necessidade de usar manobras manuais para facilitar a evacuação. Etiopatogenia Podemos classificar a constipação intestinal em três grupos: ➔ Constipação intestinal primária Também chamada de constipação intestinal simples, é aquela provocada por situações inerentes aos hábitos de vida do paciente ou por outras circunstâncias, geralmente banais. Neste caso, a anatomia do órgão está preservada. A mulher grávida pode ficar constipada por dois motivos: alterações hormonais e compressão extrínseca que o útero gravídico faz sobre o intestino. A posição ereta adotada pelo homem na sua evolução reduziu a velocidade de progressão do bolo alimentar, devido às angulações formadas no estômago e alças intestinais, através dos ligamentos e flexuras, que funcionam como um obstáculo mecânico. ➔ Constipação intestinal secundária Neste caso, a constipação intestinal é ocasionada por uma doença sistêmica, por iatrogenia ou, então, por problemas psicossociais. As situações mais frequentes são: doenças do cólon, doenças neurológicas, distúrbios endócrinos, medicamentos e distúrbios psiquiátricos. O Hirschsprung é uma afecção congênita caracterizada pela ausência, ou redução, dos plexos nervosos em determinados segmentos do intestino. A região afetada torna-se espástica, acarretando estenose funcional. A ausência de inervação interrompe o estímulo nervoso nesse segmento. Essa doença é responsável por 1/3 dos casos de obstrução intestinal neonatal. Tanto a diminuição quanto o aumento da concentração neuronal no intestino (hipo e hiperganglionose) podem causar constipação intestinal. A doença de Chagas constitui uma das causas mais frequentes de constipação intestinal em nosso meio. Caracteriza-se por destruição dos plexos neuronais da musculatura lisa do intestino, especialmente o plexo de Auerbach. Distúrbios psiquiátricos Pacientes que sofrem de depressão, ansiedade e, sobretudo, aqueles com distúrbios psiquiátricos mais sérios (psicose, neurose, anorexia nervosa, entre outros) geralmente apresentam, entre suas queixas, constipação intestinal. Nesses casos, é preciso atenção especial, pois, muitas vezes, a queixa é constipação intestinal, mas, na verdade, o paciente não se sente satisfeito com a evacuação, quer seja quanto ao volume de fezes, quer seja na consistência, ou até mesmo na sensação da evacuação em si. Muitas vezes, são pacientes fóbicos e, nas suas fantasias, creem ser portadores de grave doença intestinal. Nos pacientes com anorexia nervosa, a reduzida ingesta de água e alimentos é a causa da constipação intestinal. ➔ Constipação intestinal idiopática ou funcional Nesta situação, não há nenhuma alteração estrutural ou metabólica, nem qualquer alteração na rotina diária do paciente que possa justificar o sintoma. Do ponto de vista fisiopatológico, pode ser dividida em três subgrupos: Constipação intestinal com trânsito normal É a forma mais comum na prática clínica. Neste caso, o trânsito colônico e a frequência das evacuações são normais. Entretanto, os pacientes consideram-seconstipados. Sentem dificuldade para evacuar e/ou apresentam fezes endurecidas. Constipação intestinal com trânsito lento Também chamada inércia colônica, caracteriza-se por um prolongado tempo no trânsito das fezes através do cólon. Esta lentidão do trânsito pode ser devida a uma disfunção da musculatura colônica (miopatia), ou na inervação intrínseca (neuropatia). Estas alterações acarretarão uma diminuição na peristalse normal, em decorrência de uma redução no número e amplitude das contrações que são responsáveis pelo movimento de massa. A ausência ou diminuição destes movimentos resulta em prolongada permanência do bolo fecal no interior do cólon, sobretudo ascendente. Defecação dissinérgica ou obstrutiva Nesta situação, existe uma falência do mecanismo de coordenação da evacuação. Este defeito funcional tem recebido vários nomes: obstrução da via de saída, defecação obstrutiva, disquesia anorretal, anismus; dissinergia do assoalho pélvico. Do ponto de vista prático, o que ocorre é uma contração da musculatura da pelve, em vez de relaxamento, durante a evacuação, resultando em acúmulo do bolo fecal na região retossigmoidiana Diagnóstico O estudo diagnóstico de pacientes portadores de constipação intestinal deve ser realizado em três planos: ● Orgânico ● Funcional ● Psicológico ➢ Avaliação orgânica Quadro clínico Exame proctológico completo Exames bioquímicos e microbiológicos O hemograma, a determinação de glicemia em jejum e testes para avaliar a função da tireoide devem ser realizados rotineiramente. Devido à frequente associação entre constipação intestinal e infecção do trato urinário, exame do sedimento urinário e urocultura também devem fazer parte da rotina. Colonoscopia poderá ser necessária naqueles casos em que se suspeita de malignidade. Enema opaco: Na constipação intestinal de aparecimento recente, o enema opaco é obrigatório, no sentido de afastar a possibilidade de um carcinoma. Nos casos crônicos, permite avaliar o tamanho do intestino, a presença ou não de divertículos, megacólon, estenoses, entre outros achados. Defecografia: esse exame permite avaliar a anatomia e a dinâmica da evacuação. A técnica do exame varia entre os diferentes centros, mas, de uma maneira geral, usam-se 150 ml de uma pasta espessa de bário, imitando a consistência das fezes. Isso pode ser facilmente conseguido adicionando-se ao bário celulose, ou batata cozida amassada. O exame permite diagnosticar prolapso retal, enterocele, prolapso de mucosa, peritoniocele, retocele, queda do períneo e reação paradoxal do esfíncter, e ainda permite estudar o esvaziamento do reto e do canal anal. ➢ Avaliação funcional Determinação do tempo de trânsito colônico 1° Transito normal: quando, ao final do 5° dia, restaram menos de 20% dos marcadores no cólon. 2° Transito lento ou inercia colonica: observam-se, após o 5° dia, mais de 20% dos marcadores espalhados pelo cólon ou concentrados no cólon ascendente. 3° Padrão obstrutivo: retenção de mais de 20% dos marcadores na região retossigmoidiana com um trânsito praticamente normal no restante do cólon. Manometria anorretal: para medir a pressão na região anorretal. Eletromiografia do cólon: registro da atividade elétrica do cólon Eletromiografia do esfíncter anal: pode ser realizada utilizando-se eletrodo em agulhas, permitindo detecção de dissinergia em um músculo isoladamente. Avaliação dinâmica da evacuação Pode ser feita através da defecografia, ou, então, pelo teste de expulsão de balão. Consiste na introdução de um balão de silicone, com formato de fezes, preenchido com 50 ml de água morna VR e na observação da dinâmica da evacuação enquanto o paciente evacua o balão. Avaliação psicológica Constipação intestinal não é somente a evacuação pouco frequente e/ou com fezes duras, mas, também, a sensação subjetiva que o paciente apresenta. Fatores de risco Sexo feminino, inatividade física, baixa escolaridade e renda, uso concomitante de medicamentos e depressão. Um estudo mostrou que os idosos que consomem menos calorias e refeições também são mais propensos a sofrer de constipação. Doenças comórbidas e residência em casa de repouso são outros fatores de risco para constipação. Abuso sexual: metade das mulheres com distúrbios funcionais do aparelho digestivo é, ou foi, vítima de abuso sexual. Embora o diagnóstico mais comum nesses casos seja de cólon irritável, o sintoma predominante é a constipação intestinal. Cerca de 20% das crianças submetidas a abuso sexual são levadas ao médico não por essa razão, mas por dor abdominal e constipação intestinal. Epidemiologia A incidência pode variar na dependência de vários fatores Idade: a ocorrência de constipação intestinal aumenta muito após os 60 anos. Estatísticas revelam que 21 a 34% das mulheres e 9 a 26% dos homens, após 65 anos, são constipados. É interessante ressaltar que isso não representa uma consequência fisiológica do envelhecimento. A etiologia nestes casos é multifatorial, incluindo comorbidades, diminuição da motilidade, defecação e medicamentos. Sexo: meninos em geral apresentam maior incidência do que meninas. Essa situação se inverte na idade adulta, sendo até duas vezes mais frequente na mulher. Sedentarismo: pessoas sedentárias têm maior dificuldade para evacuar e o fazem com menor frequência.
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