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HISTÓRIA DO BRASIL COLONIAL AULA 5

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HISTÓRIA DO BRASIL COLONIAL
A ECONOMIA COLONIAL
OLÁ!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Analisar as características da economia colonial; 
2. investigar o processo de administração da economia açucareira; 
3. analisar o sistema plantation na economia brasileira no período colonial.
A partir de meados do século XVI, os interesses e objetivos de Portugal em relação ao território brasileiro se tornaram mais intensos. A Europa mantinha sua organização econômica baseada no mercantilismo, onde o comércio internacional e as políticas econômicas protecionistas eram as principais regras.
“(...) Poder do Estado para defender o comércio com as armas e com as barreiras alfandegárias; comerciantes enriquecidos com a exportação de produtos acabados, que contribui para a acumulação de metais preciosos importados e mantém, dentro do território nacional, a produção de alimentos.”
Fonte: BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. Brasília : Editora Universidade de Brasília, 1. ed., 1998. p. 746.
Baseada no monopólio colonial, a economia brasileira nesse período era integrada ao processo mundial de expansão do mercantilismo.
O sistema configurava-se por relações econômicas, políticas, sociais e culturais que tornavam o país dependente de Portugal, sua metrópole. Essa ligação de dependência ficou conhecida como Pacto Colonial ou Exclusivo Comercial.
As riquezas encontradas na colônia, tais como o pau-brasil, posteriormente o ouro, etc., e as riquezas produzidas, provenientes das atividades econômicas desenvolvidas na colônia, eram exclusivas da metrópole, porém não devemos entender o pacto colonial como uma espécie de lei que fora sempre respeitada.
Luiz Felipe Alencastro discute a administração das rotas comerciais, observando que não só havia excedente econômico, mas que ele fugia ao controle de Portugal. Ao apontar a questão, o autor desconstrói a ideia desse pacto de exclusividade comercial entre colônia e metrópole.
ALENCASTRO, Luís Felipe de. O trato dos viventes: Formação do Brasil no Atlântico Sul, séculos XVI e XVII. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
O excedente muitas vezes acabava sendo consumido pelos colonos ou vazava pelo ralo do comércio regional. Alencastro ainda aponta que produtos foram negociados inclusive entre as colônias de Portugal, como Moçambique, por exemplo.
As colônias eram responsáveis por dinamizar a economia das metrópoles através do acúmulo de riquezas. Forneciam produtos primários por valores baixos e consumiam produtos manufaturados de custo elevado.
As colônias eram responsáveis por dinamizar a economia das metrópoles através do acúmulo de riquezas. Forneciam produtos primários por valores baixos e consumiam produtos manufaturados de custo elevado.
A sociedade colonial neste momento possuía características bem estabelecidas, senhores de engenho configurando a elite brasileira, uma classe média formada essencialmente por militares, comerciantes, funcionários públicos e, sustentando a economia através de trabalho escravo, os negros de origem africana.
Assim, mesmo no Brasil, o que era produzido era voltado e dirigido para o mercado externo e internamente possuía caráter predatório sobre os recursos naturais.
O esgotamento dos recursos naturais ocorria pelas técnicas rudimentares de exploração agrícola. Unido a esse fator a produção era concentrada em grandes propriedades, os latifúndios e a mão de obra utilizada era escrava – inicialmente dos indígenas e posteriormente dos negros.
1 Pau-brasil
A exploração do pau-brasil pode ser considerada a primeira atividade econômica brasileira. Para a extração das árvores era necessária uma autorização por parte da Coroa Portuguesa, que também era responsável por estipular e acertar as taxas referentes à retirada do produto. Aos colonos não era permitida a exploração do pau-brasil e ainda era proibido queimar a madeira. O pau-brasil era extraído principalmente por servir de corante para tecidos, enquanto sua madeira servia para a construção de móveis.
O carregamento da madeira seguia para Portugal, depois para Antuérpia, na Bélgica, onde havia a divisão e distribuição da matéria-prima para seus principais consumidores: Inglaterra, Alemanha e Florença, na Itália.
Os portugueses não eram os únicos a perceberem a extração como algo lucrativo. Os franceses que, ao contrário dos espanhóis, não se retiraram do litoral brasileiro em respeito às condições do Tratado de Tordesilhas, passaram a retirar as árvores ilicitamente e de forma ainda mais predatória que os portugueses, lançando fogo e causando diversos incêndios. Contribuindo ainda mais para a escassez do produto que por volta de 1530 já se mostrava insuficiente em determinadas regiões.
2 Produção açucareira
Observando a demanda do mercado internacional, os portugueses não mediram esforços para transformar o Brasil em um grande produtor de açúcar, beneficiando-se, é claro, dos lucros provenientes da comercialização do produto.
O “carro chefe” da economia naquele momento era, sem dúvidas, a produção açucareira, mas a pecuária não deixou de ser importante. Assim como atividades agrícolas secundárias como o plantio de algodão, tabaco e mandioca e a produção de rapadura e aguardente, a pecuária se caracterizou como um empreendimento econômico considerado necessário às populações nativas.
Aos poucos a atividade passou a ganhar espaço e a ser utilizada dentro dos engenhos de açúcar, porém com o passar do tempo a quantidade do rebanho começou a causar problemas.
Parte da plantação foi destruída pelos animais gerando diminuição no lucro proveniente do açúcar. 
A questão chegou ao ponto de ser tratada pelas autoridades, quando foi estabelecido um decreto que proibia a realização de atividades pecuaristas nas regiões litorâneas do Brasil.
E então essa atividade foi impulsionada para o interior do território, o que contribuiu para o estímulo de novas relações de trabalho dissociadas do trabalho escravo. Além de, é claro, se constituir como uma atividade econômica alternativa Isso se deu, principalmente, pelo fato de ser uma atividade que não necessitava de grandes quantidades de trabalhadores.
Á proibição da pecuária nas regiões litorâneas estimulou o crescimento da ocupação do território. Posteriormente, com o início das atividades mineradoras (Sudeste e Centro•Oeste) essa atividade se ampliou e expandindo-se para o Nordeste e para a região Sul. Servia de abastecimento para a população, além disso, os animais passaram a ser de extrema importância, também eram utilizados para carregar e puxar grandes objetos.
Na primeira metade do século XVIII o ciclo do açúcar entrou em decadência, a partir do final do século XVII o produto era também produzido nas Antilhas, financiado e comercializado pelos holandeses.
Aliado a esse fatos, inicia-se a exploração do ouro e a exploração de diamantes, gerando assim um novo ciclo econômico.
O que vem na próxima aula
• As transformações sociais trazidas com a economia mineradora;
• o crescimento populacional e a ocupação do interior com a criação de novas vilas e cidades;
• a transição do eixo nordeste da economia para o centro-sul do Brasil.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
compreendeu as estruturas da economia colonial;
aprendeu a mudança na visão de Portugal em relação ao Brasil, que passou a explorar o território de forma mais intensa e estimular a produção econômica;
analisou a extração e comercialização do açúcar, do pau-brasil e o sistema plantation.
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