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FORMAÇÃO ECONOMICA DO BRASIL (1)

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08/03/2022 15:47 SU_BL4_NEG_FOEBRA_20_E1
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Introdução
Caro (a) aluno (a), o estudo apresentado, neste
presente livro, irá introduzir o processo de
entendimento sobre a formação econômica do
Brasil, e de como extrair informações de extrema
importância para sua formação. 
Nossa disciplina tem como principal objetivo
introduzir e demonstrar como se deu o
desenvolvimento de nosso país, desde a era do
Brasil Colônia, implicando em seus problemas
contemporâneos, desenvolvidos pelo nosso país,
no decorrer do tempo. 
Formação econômica do Brasil
Unidade 1 - Fundamentos econômicos
para introdução da formação econômica
do Brasil
Autor: Eloísa Aparecida Cecílio dos Santos
Revisor técnico: Rita Vasconcelos
Iniciar
08/03/2022 15:47 SU_BL4_NEG_FOEBRA_20_E1
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=V3yjq8vca%2fKG8pTxl0B2kg%3d%3d&l=zRhMRctBXcAGXxQA0VZDHw%3d%3d&cd=9Xt… 2/21
As demonstrações apresentadas neste livro, te
  auxiliarão a visualizar as atividades econômicas
exercidas, desde o descobrimento do Brasil de
forma mais detalhada, dando suporte para tomada
de decisões. 
Pare e pense que, para avaliar o cenário
socioeconômico, não basta apenas conhecer os
números destacados nos relatórios. É importante
também conhecer a forma, que ocorreu o seu
desenvolvimento; o seu ramo de atividade
exercida; e os fatores externos, que in�uenciam,
até hoje, na moeda. 
Abordaremos temas especí�cos como o comércio
exterior e o crescimento econômico; e a análise
dos diversos ciclos da economia, escravatura,
imigração, migração interna e o processo de
industrialização. 
Agora que já conhecemos o contexto da Formação
Econômica do Brasil, quero convidá-lo (a) a
continuar em nossa jornada de estudos, através do
presente livro. 
Vamos lá? 
1. Fundamentos econômicos da
ocupação territorial do Brasil
O período pré-colonial foi marcado com a chegada de Portugal ao Brasil. Nos
primeiros trinta anos, o Brasil foi objeto de pouco interesse para Portugal, que estava
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https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=V3yjq8vca%2fKG8pTxl0B2kg%3d%3d&l=zRhMRctBXcAGXxQA0VZDHw%3d%3d&cd=9Xt… 3/21
mais envolvido com o lucrativo comércio de especiarias com as Índias, além de não
dispor de homens su�cientes para povoar todas as regiões descobertas.
Após os europeus tomarem posse de nossas terras, tiveram os primeiros contatos
com os indígenas, os quais foram denominados, pelos portugueses de “selvagens”.
Logo após realizarem os primeiros contatos, os portugueses e indígenas acabaram
realizando algumas trocas de produtos.
Furtado (2005 p.16) aponta que, inicialmente, a ocupação econômica do território
brasileiro foi, em boa medida, realizada em consequência da pressão política
exercida sobre Espanha e Portugal e também pelas demais nações europeias. O
princípio dessa medida, era de que os espanhóis e portugueses não tinham direito
senão àquelas terras que estivessem efetivamente ocupadas.
Por volta de 1500 a 1530, os portugueses realizaram poucos empreendimentos no
território, algumas outras expedições chegaram, como por exemplo a de 1501,
trazendo Gaspar de Lemos no comando e também a expedição de Gonçalo Coelho
de 1503. Essas expedições acabaram nomeando algumas localidades no litoral e
con�rmando a existência do pau-brasil
Os portugueses enfrentaram também alguns contratempos, como o enfrentamento
da resistência de algumas populações indígenas e a ameaça de invasão por outros
povos europeus, que também tinham interesse em explorar as terras brasileiras.
A primeira atividade econômica, realizada pelos portugueses, ocorria em torno da
exploração do pau-brasil, existente em grande quantidade na costa brasileira, em
especial no nordeste do País. Esse período �cou conhecido como “Ciclo do Pau-
Brasil”. Os indígenas realizavam o trabalho de derrubar árvores e preparar a madeira
para embarque, enquanto uns poucos europeus permaneciam em feitorias,
localizadas na costa.
Para Braga (1997 p. 11), o monopólio assinalava bem um dos aspectos que ocorria na
política colonial que Portugal adotou, em relação às novas terras. O pau-brasil,
também �cou conhecido como pau-de-tinta, ele ganhou esse nome por ser uma
madeira tintorial, tendo sido empregado na Europa, para tingir tecidos e realizar
confecção de peças nobres de armação de naus e carpintaria.
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Braga ainda cita que o produto proporciona pouca renda à Coroa portuguesa, porém
ajustou-se bem ao modelo da época mercantilista-colonialista, adotado por Portugal.
Apesar de todas as descrições realizadas, a ocupação portuguesa, em solo brasileiro,
efetivamente só se deu de fato por volta de 1530. Este  momento, data a implantação
do sistema das capitanias hereditárias, que teve o intuito de proteger toda a costa
das invasões francesas e holandesas, pois as terras brasileiras já eram consideradas
como patrimônio de Portugal.
A promessa da existência de muito ouro e prata, determinou a colonização do Brasil,
fazendo com que as explorações marítimas fossem substituídas pelas expedições
terrestres, com o principal objetivo de invadir e dominar os espaços considerados
privilegiados em recursos naturais. O foco era de que os nossos rios servissem de
caminho para as expedições portuguesas, que acabaram contribuindo para a
escravização dos índios e, também, com a fundação de vilas e cidades.
Todavia, Portugal não apresentava condições para investir na colonização de terras
com uma extensa faixa marítima. As Índias orientais geraram grandes gastos
agravados com a in�ação crescente na Europa. Essa situação interna de Portugal
demonstrava exaustão e a administração tornava-se onerosa. Desta forma, a solução
era atribuir a colonização à iniciativa privada, dando início ao sistema de donatários.
Você sabia
O Donatário das Capitanias teve origem devido o projeto Novo Mundo, onde
foram administradores de grandes extensões territoriais, chamadas de
Capitanias Hereditárias. 
A escolha dos donatários era realizada, a partir de concursos entre pessoas da
nobreza e aquelas enriquecidas pelo mercantilismo , as quais eram favorecidas
pela proximidade de suas relações com a Coroa. Os selecionados tinham como
missão investir, de seus próprios bolsos, no projeto de instauração e
organização das capitanias, materializando o projeto geopolítico português na
https://www.infoescola.com/sociedade/nobreza/
https://www.infoescola.com/economia/mercantilismo/
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Com a falta de um órgão coordenador das donatarias, ocasionou-se uma crescente
dispersão administrativa. Após a expansão das colônias e de suas atividades, os
interesses das donatarias tornaram-se mais independentes, agravando o surgimento
de hostilidades recíprocas. Pois as escolhas desses coordenadores foram realizadas
com base em sua posição social e capacidade �nanceira.
A grande maioria possuía pouca ou nenhuma experiência administrativa, porém a
estrutura socioeconômica colonial, nesse sistema, se originou e perdurou por
séculos, em especial, na região rural do Nordeste.
Em 1549, se estabeleceu o governo geral, que, mesmo não �nalizando o sistema de
donatarias, acabou o enfraquecendo. A administração centralizou-se mais, em
decorrência da inimizade de Espanha e Portugal, originada pela rigidez de Felipe II,
responsável pelo vice-reino da Espanha. Esses fatores foram primordiais para que os
donatários perdessem parte de seu poder.
Houve grandes di�culdades de administrar a colônia e os ocupantes que nela se
estabeleciam. A Coroa portuguesa sentia a necessidadede instalar um corpo
administrativo, em que pudesse organizar de perto toda a imensa extensão
territorial, que se formava em posse do Império Português, principalmente, após o
fracasso do sistema de capitanias.
Por volta de 1549, Tomé de Sousa aportou no litoral brasileiro com a missão de
desempenhar uma série de funções administrativas, devido à necessidade que
ocorria naquela época. Apesar do relativo êxito da centralização da administração
América. 
Segundo a carta de doação, o donatário tinha como principais deveres: fundar
povoações, cobrar impostos dos mesmos, administrar a justiça, doar sesmarias
aos colonos e nomear funcionários, como alcaides, meirinhos e tabeliães. O
capitão-donatário exercia funções militares, também funções judiciárias, como a
indicação de ouvidores e a presença em julgamentos. Esse sistema foi criado
durante a expansão ultramarina, a partir do século XV, com a �nalidade de
facilitar e evitar despesas com a administração das novas terras conquistadas. 
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com o governador-geral, que era um português, nomeado pela Coroa para o cargo,
as condições de comunicação e transporte, no século XVI, eram extremamente
precárias, di�cultando bastante o controle administrativo.
Esse modelo de administração durou até a chegada da Família Real no Brasil, em
1808, inaugurando aquilo conhecido como Período Joanino.
A economia nacional originou-se dependente do mercado externo, com base em
produções monoculturas, seguindo a determinação desse mercado, sujeitando-se às
oscilações ocasionadas pelo mesmo. Sendo esta uma das principais características
das colônias em regime de exploração, em contrapartida as colônias de povoamento
.
No início do século XVI, a burguesia e o governo português lucravam através do
comércio dos produtos do Oriente. A maneira de seu envolvimento neste negócio,
entretanto, dava-se a partir da movimentação de mercadoria, levando-as daquele
continente para a Europa. Isso porque as regiões do Oriente já ofereciam, por si
mesmas, bens acabados, prontos para a comercialização, não necessitando aos
portugueses investirem diretamente na produção daqueles bens.
Portugal estava em crise comercial com o Oriente, desta forma, passa a interferir na
produção de forma direta. Devido a essa crise, eles chegaram à conclusão de que era
necessário montar uma empresa para produzir uma mercadoria, onde a mesma
tinha que ser de fácil acesso ao mercado europeu. Para isso, era primordial atrair os
colonos e povoar as terras, criando condições mínimas de produção.
Assim, foi instalado no Brasil uma colonização baseada no cultivo de cana-de-açúcar
e com base na mão de obra escrava, oferecendo lucros em alta escala para os
colonos que �zeram adesão a esse tipo de atividade agrícola, que ocorria em especial
no Nordeste, devido a região oferecer condições favoráveis ao cultivo.
Com o objetivo de proteger as terras conquistadas, os portugueses acompanhavam
de perto esses movimentos e, até pelo suborno, atuaram na corte francesa, para
desviar as atenções do Brasil.
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Este fato, desencadeou o surgimento das primeiras empresas agrícolas. Durante o
período colonial, a empresa açucareira foi um grande investimento dos portugueses
nas terras brasileiras. Porém, as necessidades de consumo das populações nativas e
coloniais serviram para o desenvolvimento de outras atividades econômicas
destinadas à subsistência.
Esses empreendimentos econômicos �caram conhecidos como atividades acessórias
ou secundárias. As práticas abrangeram o plantio de pequenas e médias culturas e
produção como as de algodão, rapadura, aguardente, tabaco e mandioca.
No Brasil Colonial, a mandioca era um item alimentar primordial entre os colonos,
principalmente, para os escravos. Eles consideravam tão importante que a Coroa
Portuguesa chegou a exigir que parte das terras dos senhores de engenho fosse
destinada a esta cultura. Mas a maioria deles não aceitavam perder recursos e mão
de obra para a realização desse tipo de atividade.
É importante ressaltar que, em decorrência da típica pecuária, instalada nas regiões
nordeste e sul, foi impulsionado, no Brasil, o surgimento de outras classes
econômicas, sociais e culturais, como também, a expansão dos territórios coloniais.
Essas atividades tinham como principal função abastecer as populações coloniais e,
como consequência,
1.1 Concorrência colonial nas américas
De acordo com Furtado (2005), as colônias de povoamento, no hemisfério norte,
surgiram no século XVII, e representou o principal acontecimento na história das
Américas, para o Brasil.   Podemos dizer que foi o surgimento de uma poderosa
economia concorrente, no mercado dos produtos tropicais. Em conjunto com o
Brasil, existiam três grandes potências, cujo poder colonial crescia na mesma época,
sendo elas: Holanda, França e Inglaterra.
De acordo com a obra de Furtado (2005), os franceses e ingleses se empenharam em
concentrar, nas Antilhas, importantes núcleos de população europeia, com a
expectativa de um salto em larga escala aos ricos domínios da grande potência
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enferma desse século. Devido aos seus objetivos políticos, essa colonização tinha
como função basear-se no sistema de pequena propriedade.
Ao contrário do ocorrido entre Espanha e Portugal, que estavam a�igidos por uma
permanente escassez de mão de obra, em decorrência do início da ocupação da
América, a Inglaterra, do século XVII, apresentava uma população considerável, mas
que abandonavam os campos, na medida em que o velho sistema de agricultura
coletiva ia sendo eliminado.
As terras agrícolas eram desviadas para a criação de gado lanígero. Nestas, os
produtores viviam em condições su�cientemente precárias para submeter-se a um
regime de servidão, por tempo limitado, com o �m de acumular um pequeno
patrimônio.
Desta forma, o norte da América Setentrional encontrou grandes di�culdades para
criar uma base econômica estável. A produção era exatamente aquilo que se
produzia na Europa, onde os salários, na época, estavam determinados por um nível
de subsistência extremamente baixo, Furtado (2005).
As condições climáticas das Antilhas permitiam a produção de algumas agriculturas,
como o algodão, o café e, principalmente, o fumo. As produções desses artigos eram
compatíveis com o regime de pequena propriedade agrícola e permitia que as
companhias colonizadoras realizassem lucros substanciais, ao mesmo tempo em que
os governos das potências expansionistas, França e Inglaterra, viam crescer seus
domínios.
2. O ciclo agroexportador do
açúcar
A atividade originou-se no Brasil, devido ao aumento generalizado do consumo de
açúcar na Europa, surgindo, naturalmente, como uma produção na colônia
americana, servindo como base para a �xação do mesmo, no nosso país. Os
portugueses esperavam que, ao introduzir o cultivo da cana, conseguissem se �rmar
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ainda mais e garantir a presença portuguesa nestas terras, impedindo as invasões e
ameaças estrangeiras (Furtado,2003).
O cultivo da cana-de-açúcar teve como principais características as seguintes:
Mão de obra escrava;
Grandes latifúndios (extensões de terra);
Monocultura (plantio de um mesmo produto em larga escala).
Para realizar a produção do açúcar, o engenho possuía um grande conjunto de
instalações, dentre elas, a moenda (local onde era extraído o caldo dacana). Além do
engenho, existiam também as senzalas (local de moradia dos escravos), a casa
grande (moradia do proprietário), as estrebarias e o�cinas.
Os portugueses não conseguiram submeter as populações indígenas, que aqui
viviam, ao ritmo intenso de trabalho, e por isso, deu início à prática do trá�co
negreiro.
O mercado era promissor, mas por conta do pacto colonial realizado, em decorrência
 do tratado de Tordesilhas, a determinação era que todo açúcar que saísse do nosso
país, fosse encaminhado diretamente para Portugal. Sendo assim, a produção de
cana tinha sua economia voltada para a prática de exportações. Em decorrência
disso, Portugal quase não obtinha lucro, pois o produto era repassado para a
Holanda, onde tinha, como principal atividade, re�nar e passar para o consumidor
�nal.
Devido a Portugal não ter todo o capital exigido para realizar a implantação de
negócios na colônia, contou com o auxílio de banqueiros europeus, os quais
�nanciaram uma considerável parte deste empreendimento. Entre esses
�nanciadores, podemos destacar os banqueiros holandeses, que, com o passar do
tempo, passaram também a realizar a negociação do produto, em diferentes pontos
da Europa, assumindo o papel de atravessadores, e acabavam obtendo uma
considerável parcela dos lucros.
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3. A geografia econômica da
colonização
O engenho também contava com construções utilizadas para o abrigo da população,
que moravam nas colônias, além das unidades utilizadas para produção.
A chamada casa-grande, era o nome dado às casas dos proprietários das terras,
onde moravam com suas famílias e alguns escravos domésticos. A senzala era
destinada para os escravos, que trabalhavam nas colheitas e instalações produtivas
do engenho. Por meio dessa visão, podemos perceber que a formulação desses
espaços in�uiu nos contrastes que marcaram o desenvolvimento da sociedade
colonial.
Os engenhos não estavam disponíveis para todas as propriedades que plantavam
cana-de-açúcar. Assim, os praticantes dessa agricultura, que não possuíam recursos
para construírem o seu próprio engenho, eram geralmente conhecidos como
lavradores de cana. A maior parte, desses cultivadores de cana, utilizava o engenho
de outra propriedade, mediante algum tipo de compensação material.
A sociedade era considerada ruralizada, pois o local, onde se produzia o açúcar, na
maioria das vezes, era no campo, e onde as pessoas habitavam. Ainda com pouca
existência, as cidades que �cavam no litoral eram portos para vender açúcar.
Os senhores de engenho tinham suas casas nas cidades. Porém, só as utilizavam nas
épocas de festa da cidade ou quando chegava a temporada de venda do açúcar, para
os grandes comerciantes. O senhor de engenho era considerado o grande
dominador.
Você sabia
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Como já mencionado, a economia cresceu grandemente na região do Nordeste.
Como por exemplo, a cidade de Salvador que se destacava por ser uma região
litorânea, exerceu funções como de porto transatlântico e de cabotagem para o
comércio de fumo, algodão, couro e açúcar (principal produto de exportação), onde
ocorria também a utilização do trá�co de escravos, como meio de troca. Na Baía de
Todos os Santos, a agricultura comercial se destacou, ao concentrar um grande
número de engenhos de açúcar, onde se encontrava também, a cultura do fumo e
ainda, mais ao sul, uma agricultura de subsistência.
No sertão brasileiro, era desenvolvido como atividade principal a pecuária, tanto
como produção de carne; couro e sebo, quanto com o fornecimento de gado, que
serviam de força motriz para os engenhos e para o abastecimento da cidade de
Salvador e do Recôncavo (Bahia de todos os Santos). Girando em torno da atividade
açucareira, a vida sócio-política baiana era re�exo da “grande lavoura”, existente na
era colonial.
Os jesuítas pertenciam a uma parte de ordem religiosa católica chamada
Companhia de Jesus. O objetivo deles era de disseminar sua fé pelo mundo, os
padres jesuítas eram subordinados a um regime de privações que os
preparavam para viverem em locais distantes, geralmente, fora de suas nações
e se adaptarem às mais adversas condições de subsistência. Esses padres
chegaram em nosso país por volta de 1549, com o objetivo de cristianizar as
populações indígenas do território colonial. 
A partir de suas missões, promoveram uma educação católica e práticas de
catequização, organizando as populações indígenas em torno de um regime que
combinava trabalho e religiosidade. 
Ao mesmo tempo que os jesuítas atuavam junto aos povos originários, eles
foram os responsáveis pela fundação das primeiras instituições de ensino do
Brasil aos moldes europeus, durante a era colonial. Os principais centros de
exploração contavam com colégios administrados, dentro das colônias. Assim,
todo acesso ao conhecimento laico da época era controlado pela Igreja. Essa
ação na educação, trazida ao nosso país pelos jesuítas, é de grande importância
para compreensão dos traços da cultura brasileira. 
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Por volta de 1639, o valor do açúcar exportado pelo Brasil holandês, nos portos de
embarque, teria sido aproximadamente de 1,2 milhão de libras. Deve-se ter em
conta, entretanto, que os gastos de consumo se ampliaram muito na época
holandesa, seja pela necessidade de manter tropa numerosa, seja em razão do custo
da administração, do período de Nassau (1637-44).
Inicialmente, o empresário brasileiro operou relativamente em grande escala. As
condições do meio não permitiam pensar em pequenos engenhos, como fora o caso
nas ilhas do Atlântico. Desta forma, deduzimos, portanto, que os capitais foram
importados.
O mais importante, na etapa inicial, eram os equipamentos e a mão de obra
europeia especializada. A mão de obra indígena foi utilizada na comunidade e
também nas tarefas não especializadas, das obras de instalação.
Nas primeiras fases realizadas dessa operação, coube ao trabalho indígena um papel
igualmente importante. Com os engenhos já implantados para a operação, o valor
destes, deveria pelo menos dobrar o capital importado, sob a forma de
equipamentos e destinado a �nanciar a transplantação dos operários especializados.
No início, o trabalhador escravo africano veio para substituir o trabalho indígena,
com mais possibilidade de resistência, menor e�ciência e de submissão mais incerta.
Após a instalação dos engenhos, seu processo de expansão seguiu sempre as
mesmas linhas: gastos monetários na importação de equipamentos, de alguns
materiais de construção e de mão de obra escrava. Posteriormente, essa mão de
obra foi ganhando força, pois os administradores perceberam que os africanos eram
produtivos e compreendiam melhor o cultivo.
Após efetivação da importação dos equipamentos e da mão de obra escrava, a etapa
subsequente foi de inversão de novas plantações, construção e instalação de
engenhos, tendo sido concluída sem que houvesse lugar para a formação de um
�uxo de renda monetária.
Uma parte da força de trabalho escravo dedicou-se a produzir alimentos para servir
a população, e os demais se ocupavam nas obras de instalação e, também, nas
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tarefas agrícolas e industriais do engenho. Numa economia industrial, a inversão fez
crescer diretamente a renda da coletividade, em quantidade idêntica a ela mesma.
Isto ocorreu devido a inversão que se transformou, automaticamente,em
pagamento a fatores de produção. Esta, a inversão em uma construção, estava
basicamente constituída pelo pagamento do material nela utilizado e da força de
trabalho absorvido. A compra do material de construção, por seu lado, não foi outra
coisa senão a remuneração da mão de obra e do capital utilizados em sua fabricação
e transporte (FURTADO, 2015).
Esses pagamentos geraram uma criação de renda monetária ou de poder de compra,
somados. A inversão realizada numa economia exportadora-escravista foi um
fenômeno inteiramente diverso.  Para Furtado (1959), parte dela transformou-se em
pagamentos feitos no exterior, por exemplo: importação de mão de obra, de
equipamentos e materiais de construção, a parte maior, sem embargo, tem como
origem a utilização da força de trabalho escravo.
Podemos dizer que a diferença entre o custo de reposição e de manutenção dessa
mão de obra, e o valor do produto do trabalho da mesma, era lucro para o
empresário. Sendo assim, a nova inversão faz crescer a renda real, apenas no
montante.
Furtado (2003) cita que a formação de um sistema econômico de alta produtividade e
em rápida expansão, na faixa litorânea do Nordeste brasileiro, teria necessariamente
de causar algumas consequências diretas e também indiretas, para as demais
regiões do subcontinente que os portugueses reivindicaram.
Ainda de acordo com o autor, a extrema especialização da economia açucareira
constitui, na verdade, uma contraprova de sua elevada rentabilidade do negócio
açucareiro, no qual fez surgir, em tempo relativamente curto, um mercado
completamente novo para um número de produtos, (particularmente nas ilhas
inglesas) onde não usavam suas terras e seus escravos, senão para produzir açúcar.
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4. A crise do açúcar e as novas
perspectivas, através do
surgimento de novos ciclos
econômicos
Alguns fatores primordiais acarretaram a crise do açúcar, sendo o principal deles a
constituição da União Ibérica, que �rmou o domínio da Espanha sobre Portugal e
suas colônias. Este fato fez com que os espanhóis tirassem os holandeses da
lucrativa atividade açucareira brasileira, expulsando-os do Nordeste brasileiro. Após
este fato, os holandeses passaram a produzir açúcar em suas colônias nas Antilhas.
Os colonizadores conheciam muito bem o processo de fabricação do açúcar e tinham
em suas mãos o controle sobre a distribuição e comercialização deste produto. Desta
forma, rapidamente conseguiram conquistar os grandes mercados de consumidores,
deixando o açúcar, produzido do Brasil, em segundo plano, no mercado
internacional.
Eles obtiveram um grande desenvolvimento sobre a produção do açúcar, dominando
técnicas e produzindo manufaturas utilizadas na fabricação, além de possuir o
controle do sistema bancário e creditício da época. De modo que a realização da
indústria açucareira também começou a ser desenvolvida na Antilhas, sem
interferência do monopólio português no Brasil.
Podemos destacar, em Furtado (2005), a existência de três etapas sobre o
desenvolvimento econômico americano não português. Primeiro, foi realizado a
procura por metais preciosos que visava a produção de um excedente líquido,
utilizando a mão de obra indígena. Na segunda etapa, desenvolveu-se uma produção
agrícola exportadora, �nanciada por grandes empresas sem empregar ainda a mão
de obra escrava importada.
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Ocorreu o �orescimento de uma economia similar à da Europa contemporânea, no
qual era dirigida de dentro para fora, a partir de um mercado interno não
especializado, voltado para o mercado exportador, mas sem uma distinção profunda
entre a produção do mercado interno em relação às exportações
O desenvolvimento da terceira etapa econômica contrariou alguns dos interesses
metropolitanos fundados no monopólio. O baixo preço do frete internacional,
somente foi possível, em razão da conjugação de alguns fatores geopolíticos
favoráveis, nesta época.
A plantação de açúcar foi extremamente favorável aos holandeses, pois eles estavam
geogra�camente bem localizados, favorecendo, assim, a sua exportação, dando o
lugar das propriedades pequenas das Antilhas, aos grandes latifúndios .
Na Virgínia, onde as terras não estavam todas divididas em mãos de pequenos
produtores, a formação de grandes unidades agrícolas se desenvolveu, mais
rapidamente, surgindo assim uma situação totalmente nova no mercado de
produtos tropicais: ocorreu uma intensa concorrência entre regiões que exploram
mão de obra escrava, em grandes unidades produtivas, e regiões de pequenas
propriedades e mão de obra europeia.
Estes fatos mudaram a trajetória da economia açucareira do Brasil, pois introduziram
a concorrência entre o açúcar brasileiro e o açúcar das Antilhas, fazendo com que
houvesse a redução dos preços e a redução da margem de lucro da produção
brasileira.
Diante deste fato, a concorrência holandesa foi uma das principais causas da crise do
açúcar brasileiro, no período colonial, pois eles produziam um produto mais barato e
com uma melhor qualidade do que o brasileiro.
Ainda, de acordo com Furtado (2005), nesse contexto, Portugal não conseguiu
ultrapassar em competitividade o açúcar antilhano. Tal fato, assim, fez com que a
produção açucareira entrasse em crise. A falta de condições para investimento e as
várias oscilações experimentadas no mercado externo, acabavam por de�agrar esses
tempos de crise da economia açucareira. Mas não podemos nos esquecer que essa
atividade econômica sempre �gurou entre as mais importantes de nossa economia
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colonial. E, por isso, nunca chegou a entrar em uma crise de�nitiva que viesse a
encerrar o negócio.
Os lucros dos senhores de engenho do Nordeste foram reduzidos drasticamente e
como consequência diminuiu-se a arrecadação de impostos, provocando uma crise
�nanceira, em Portugal. A coroa portuguesa rapidamente agiu em busca de uma
nova forma de exploração colonial.
A coroa não via uma saída a não ser estimular a produção de outros gêneros
agrícolas no Brasil, por exemplo, tabaco e algodão. Incentivou, também, a busca
pelas drogas do sertão, na região da Amazônia. Estas nada mais eram do que
especiarias (canela, ervas aromáticas e medicinais, cacau, castanha-do-pará,
baunilha, cravo e guaraná), muito apreciadas na Europa.
O rei de Portugal viu, nesta atividade, uma esperança de voltar a se reerguer,
gerando uma nova fonte de renda e desenvolvimento de sua principal colônia. As
entradas e bandeiras tiveram um papel fundamental na busca por estas especiarias
mencionadas acima.
4.1 O ciclo do ouro no Brasil
De acordo com Braga (1999), também no século XVI, Portugal realizava estímulos
para pessoas interessadas na exploração do território, conhecido como Brasil
Colônia. As operações com o objetivo de expansão territorial, �nanciadas e
organizadas pelo próprio governo, eram chamadas de entradas. Houveram também
indivíduos interessados nestas empresas, organizando expedições próprias. Ainda
que também incentivados pela Coroa, empregaram com recursos próprios buscas
por pedras preciosas, ou também para captura de indígenas para vendê-los como
escravos, entre outras motivações. Estes indivíduos �caram, posteriormente,
conhecidos como bandeirantes.
Tais expedições foram fomentadas em momentos e por motivos diferentes,
principalmente, após o �m do ciclo do açúcar, quando Portugal necessitava buscar
novos recursos. Todo metal encontrado, durante as expedições, deveria ser levado
às Casas de Fundição, onde um quinto era retirado, como impostopago à Coroa
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portuguesa. Esses métodos de exploração foram de grande importância para a
expansão territorial do Império Português, na América.
Com o intuito de aprisionar indígenas, recuperar escravos foragidos e buscar pedras
e metais preciosos, os bandeirantes, nos séculos XVII e XVIII, tiveram como foco
expandir territorialmente o centro-sul do Brasil. Eles chegaram a ultrapassar o
Tratado de Tordesilhas e, em meados do século XVII, encontraram em suas
movimentações grandes reservas de ouro, em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
Por várias décadas, pequenos depósitos de ouro aluvial foram explorados em
segredo para não despertar a ganância das autoridades portuguesas. Esses
depósitos foram descobertos em meados de 1693 e 1695, na região hoje chamada
de Minas Gerais, entre a Serra da Mantiqueira e as cabeceiras do rio São Francisco.
Porém, essa tranquilidade não durou para sempre.
Espalharam-se notícias relatando ricos depósitos, com rios, riachos e ribeirinhos
brilhando em ouro. Logo, acampamentos se transformaram em cidades e nasceram
Ouro Preto, Mariana e Sabará. Inicialmente, os paulistas viram surgir concorrentes
do Nordeste, mas as notícias chegaram também a Portugal.
A descoberta do minério brasileiro foi um marco histórico, favorecendo a economia
portuguesa que estava em baixa, devido à queda do valor dos seus produtos
coloniais, no século XVII. A Coroa portuguesa, dentre os impostos mais comuns,
cobrava o quinto, a captação, as tarifas de importação e exportação, além dos
impostos sobre transmissão de propriedade. Por volta de 1713, mais do que o
quinto, os mineradores também pagavam a �nta anual de trinta arrobas, reduzida
para vinte e cinco, em 1718.
O quinto correspondia à entrega de 20% do total retirado para os cofres da Coroa.
Contudo, como o ouro comercialmente circulava sob a forma de pepitas ou em pó,
se tornava de fácil manuseio, o que facilitava com que escapassem aos olhos dos
agentes �scalizadores. Isso, além do fato de a prática do contrabando ter
rapidamente se tornado comum nas áreas de garimpo.
Vale destacar que os próprios mineradores também tentavam driblar a �scalização,
escondendo o ouro em suas roupas, bolsas e até mesmo nos animais, que
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realizavam o transporte na época, como as mulas e bois. Pois, adotando esta
estratégia eles poderiam aumentar sua renda �nal na comercialização. Por outro
lado, alguns historiadores mencionam que os próprios �scais tentavam angariar
rendas, através da mineração, contrabandeando as riquezas de seus senhores.
A sociedade mineradora, diferente da açucareira, se compunha de pessoas de feitio
mais urbanos e per�s mais diversi�cados. Essa população era composta, em grande
maioria, pelos donos das minas, funcionários da Coroa, homens livres, em resumo,
era uma pro�ssão de prestígio àquela época, no interior das classes de
trabalhadores.
Devido aos impactos sociais e econômicos causados nesse período, a região das
Minas se tornou um polo repleto de indígenas, escravos, bandeirantes, colonos,
dentre outros grupos. Com o intuito de comprar a sua liberdade, os negros
escravizados escondiam o ouro, ou então realizavam fugas rumo aos quilombos.
4.2 O ciclo do fumo
Não podemos especi�car ao certo quando o fumo começou a ser utilizado para a
compra de escravos na África. O trá�co começou em 1570, mas o fumo apareceu no
comércio somente no �nal do século XVII. Dada então a virada do século para o XVIII,
o fumo ocupou o segundo lugar no comércio de exportação, vindo logo abaixo do
açúcar, produto o qual ainda passava por período de crise.
Sua produção ocorria, principalmente, na Bahia e em Alagoas. O tabaco (nome
também dado ao fumo), junto com a cachaça e a rapadura, foi utilizado como
produto de troca por negros, na África. Devido à realização dessa troca, o fumo
passou a ser o principal gênero de comércio, empregado no escambo dos escravos,
na Costa da Mina.
A medida que essa agricultura se transformava em êxito comercial, cresciam as
di�culdades apresentadas pelo abastecimento de mão de obra europeia. Do ponto
de vista das companhias interessadas no comércio das novas colônias, a solução do
problema estava na introdução da mão de obra escrava, realizada pelos africanos.
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Como já observamos, o comércio de escravos, vindos da África, constituía um
negócio mais rentável para o capitalismo, mas, de maneira geral, não estava ao
alcance do pequeno produtor. Porém, as atividades agrícolas dessas colônias não
justi�cavam grandes inversões.
Pode-se explicar que a importação de mão de obra europeia, em regime de servidão
temporária, tenha continuado nas colônias mais pobres e excluída das colônias mais
ricas, já que estava, amplamente reconhecido, que o trabalho escravo era o mais
barato.
A transição para a escravização dos povos negros africanos se realizou onde foi
possível especializar a agricultura, num artigo exportável em grande escala. As
colônias de pequenos proprietários, onde podemos dizer que em grande parte eram
autossu�cientes, constituem comunidades com características totalmente distintas
das que predominavam nas prósperas colônias agrícolas de exportação. A
concentração da renda era menor, e as mesmas estavam menos sujeitas a bruscas
contrações econômicas.
Síntese
A disciplina de Formação Econômica do Brasil está baseada na obra de Celso
Furtado, que fundamenta o início do primeiro capítulo, colocando a implantação da
colonização na América como algo previsível, dentro da expansão mercantilista da
Europa.
Vimos também que as preocupações demonstradas, tanto pela Espanha como por
Portugal, após a colonização do “Novo Mundo”, foram principalmente de cunho
comercial, mas, também, de proteção de território dessas terras, contra a ambição
de outros reinos na Europa.
Para conseguir proteger seus novos territórios e ainda assim não se tornar tão
custoso aos cofres, os portugueses apostaram na produção agrícola. Assim, a
América, aos poucos, foi se integrando, embora, com um sistema europeu de
produção, não sendo apenas um local voltado à extração.
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Após a crise do açúcar, a Coroa Portuguesa passa a investir em novos ciclos
econômicos, onde, também, descobrem o vantajoso negócio do ouro, no Brasil.
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Bibliografia
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