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126-Drenagem_linfYtica_manual_em_paciente_pYs-mastectomia_com_linfedema

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 Drenagem linfática manual em paciente pós-mastectomia com 
linfedema 
 
 
 Sandra Maria Ribeiro Reis¹ 
Sandramrr2009@hotmail.com 
Dayana Priscila Maia Mejia² 
Pós-graduação em Fisioterapia Dermatofuncional – Faculdade Faipe 
 
 
Resumo 
 O câncer de mama é uma doença complexa e heterogênea, no qual depende do tempo de 
duplicação celular e outras características biológicas para que sua evolução seja lenta ou 
rapidamente progressiva. O controle do câncer de mama no Brasil, representa um dos 
grandes desafios que a saúde pública enfrenta, sendo por isso justificado o planejamento de 
estratégias nacionais visando a detecção precoce desse câncer. A cirurgia para a retirada do 
tumor é ainda a forma mais utilizada para o seu tratamento e é estimada grande incidência 
de complicações pós-operatória como o linfedema. A drenagem linfática manual é uma 
técnica de massagem aplicada com movimentos suaves e rítmicos os quais ajudam a eliminar 
edema e retenção de líquidos diminuindo dor e inchaço devido a estimulação do sistema 
linfático. Esse trabalho, Drenagem linfática manual em paciente pós-mastectomia de câncer 
de mama com linfedema, foi realizado por meio de revisão bibliográfica e teve como objetivo 
verificar os benefícios obtidos na aplicação da drenagem linfática pós-mastectomia de 
câncer de mama. Como conclusão desse estudo foi verificada que a drenagem linfática 
manual reduz significantemente os comprometimentos trazidos pela cirurgia, auxiliando na 
diminuição e eliminação das complicações pós-mastectomia de câncer de mama. 
Palavras- chave: Câncer de mama; Mastectomia; Linfedema; Drenagem Linfática Manual. 
 
 
1 – Introdução 
 
O câncer é caracterizado por alterações que determina um crescimento celular desordenado 
comprometendo tecidos e órgãos. Quando tem seu início em tecido epitelial é denominado de 
carcinoma, enquanto quando inicia em tecido conjuntivo é denominado de sarcoma. 
Para Camargo e Marx (2000) o câncer de mama é uma doença complexa e heterogênea, no 
qual depende do tempo e da duplicação celular e outras características biológicas para que sua 
evolução seja lenta ou rapidamente progressiva. A duplicação celular ocorre em um tempo 
médio de 100 dias e para que seja palpável deve atingir um centímetro de diâmetro, portanto 
uma célula maligna levará dez anos para se tornar um tumor de um centímetro e apresentar 
uma massa celular de aproximadamente 109 células e pesar cerca de um grama. Portanto uma 
neoplasia considerada clinicamente precoce, isto é, de até um centímetro, já existiu em fase 
pré-clinica por um período de dois a dezessete anos, tendo evoluído três quartos de sua 
vida biológica antes de causar a morte do hospedeiro. 
_____________________________ 
 ¹Pós-graduanda em Fisioterapia em Dermatofuncional 
 ²Orientadora: Fisioterapeuta. Especialista em Metodologia do Ensino Superior. Mestre em 
Bioética e Direito em Saúde. Doutoranda em Saúde Pública 
mailto:Sandramrr2009@hotmail.com
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De acordo com Camargo e Marx (2000), os carcinomas são classificados em não 
invasivos e invasivos e um diagnóstico precoce é necessário para evitar uma disseminação das 
células malignas pelo corpo, pois geralmente o tumor primário é susceptível à extirpação 
cirúrgica. 
Para Chagas (1997), a propagação às estruturas vizinhas e às estruturas distantes do câncer 
primário de mama pode ser por: Via direta (quando se desenvolvem dentro do tecido de 
origem) atingindo sequencialmente os ductos, parênquima mamário, podendo atingir até o 
tecido perimamário, culminando com a invasão de tecidos adjacentes e por: Via indireta (via 
linfática) que ocorre concomitante com a disseminação sanguínea, através da embolização das 
células neoplásicas ao serem veiculadas pela linfa e por via vascular, originando-se a partir de 
pequenas veias intramamárias. Os linfonodos regionais, pele, osso, fígado, pulmão e cérebro 
são os órgãos mais comumente envolvidos pela metástase (CAMARGO e MARX 2000). 
Segundo o mesmo autor é necessário que haja a identificação dos subtipos especiais puro dos 
carcinomas invasivos, pois estes tipos apresentam melhor prognóstico. O tamanho do tumor 
deve ser levado em consideração e deve ser dada pelo maior diâmetro do componente 
invasivo. Em tumores multifocais ou multicêntricos a medida é dada pelo maior tumor, 
devendo ser relatada a presença e a porcentagem do componente in situ, mas para fins de 
estadiamento deve-se levar em conta somente o componente invasivo. 
O controle do câncer de mama no Brasil representa um dos grandes desafios que a saúde 
pública enfrenta. O aumento de sua incidência pode estar associado ao crescimento e melhoria 
do diagnóstico e na qualidade das informações. A importância do diagnóstico precoce do 
câncer é para que seja evitada a disseminação por todo o corpo. Como as mamas são de fácil 
acesso à inspeção e palpação e os sintomas das doenças das mamas são simples, as mulheres 
são orientadas a fazer o auto-exame, o qual deve ser feito mensalmente após a menstruação, 
observando o seu tamanho, forma, limites, consistência e mobilidade (CAMARGO e MARX 
2000). 
A mamografia de alta resolução (MAR) é o exame complementar por imagem indicado para 
mulheres acima de 35 anos, sintomáticas ou não. É capaz de detectar precocemente as 
malignidades, com capacidade de revelar uma neoplasia de poucos milímetros geralmente 
não palpável aumentando assim a cura do câncer de mama. A mamografia é o melhor de 
diagnóstico para mulheres acima de 50 anos, pois em torno de 50% das neoplasias de mama 
apresentam microcalcificações, o que facilita o diagnóstico pela mamografia (GODINHO & 
Koch, 2002). 
A ultra-sonografia complementa os achados da mamografia. Ela caracteriza os tumores como 
sólidos e císticos e para guiar punções citológicas ou histológicas, além de ser indispensável 
nas mamas densas. 
As biópsias aspirativas são indicadas nos casos das lesões palpáveis. Os tumores clinicamente 
palpáveis serão submetidos inicialmente à mamografia, seguida de punção aspirativa por 
agulha grossa (core biopsy). A punção por agulha grossa dá o diagnóstico histológico e 
definitivo da lesão, e tem a vantagem de ser um procedimento ambulatorial, o que requer 
apenas anestesia local e pequena incisão na pele, tendo como principal complicação a 
formação de hematoma. A identificação do tipo histológico segue a padronização do Armed 
Forces Institute of pathology (AFIP) e da Organização Mundial de Saúde (OMS). 
Estadiamento do câncer é a avaliação da extensão anatômica e dos órgãos acometidos. O 
sistema TNM baseia-se na pesquisa de três componentes: T é a extensão do tumor primário; 
N é a ausência ou presença de metástase em linfonodos regionais; M a ausência ou presença 
de metástase à distância. A adição de números a esses componentes indica a extensão da 
doença. São duas as classificações escritas para identificar cada local anatômico: 1: 
Classificação clínica (pré-tratamento), baseada em evidências de achados clínicos , 
diagnóstico por imagem, biópsia, entre outros exames. O estádio clínico é essencial para 
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solucionar e avaliar a terapêutica. 2: Classificação histopatológica (pós-cirúrgica), baseada 
nas evidências conseguidas antes do tratamento, suplementada ou modificada pela evidência 
adicional conseguida após cirurgia e exame histopatológico. O estádio histopatológico 
fornece dados mais fidedignos, podendo ter um prognóstico mais preciso e calcular os 
resultados finais (CAMARGO e MARX, 2000). 
De acordo com Kisnner e Colby (2009) o procedimento cirúrgico no câncer de mama é 
denominado como mastectomia ou cirurgias conservadoras, o qual tem como objetivo 
promover o controle local com a remoção mecânica de todas as células malignas do câncer 
primário para o aumento da sobrevida. Ambas são combinadas com a dissecção parcial ou 
total dos linfonodosaxilares. As diferenças nos procedimentos cirúrgicos são determinadas 
pela extensão da retirada dos tecidos mamários e dos tecidos moles ao redor e subadjacentes. 
Para o mesmo autor, a mastectomia é a remoção de toda a mama, podendo envolver a retirada 
da fáscia sobre os músculos torácicos levando a fraqueza muscular e comprometimento na 
função do ombro. 
 Mastectomia Radical Modificada é a retirada da mama e o esvaziamento radical com ou sem 
preservação do músculo peitoral menor. Consiste em duas variantes: Mastectomia Radical 
Modificada Tipo Patey quando são removidos as glândulas mamárias e o músculo peitoral 
menor; e Mastectomia Radical Modificada tipo Madden quando é removida a glândula 
mamária com a preservação dos músculos peitoral menor (KISNNER e COLBY, 2009). 
A Mastectomia total é a remoção da glândula mamária, aponeurose anterior do músculo 
grande peitoral e segmento cutâneo, sem esvaziamento axilar. A Mastectomia subcultânea 
consiste na retirada da glândula mamária, conservando os músculos peitorais, sendo 
atualmente questionada sua realização por causa das complicações resultantes dessa cirurgia 
(CAMARGO e MARX 2000). 
Para o mesmo autor a Mastectomia Radical é a extirpação da mama, músculos peitorais e 
esvaziamento axilar radical. 
As cirurgias conservadoras são as opções para a ressecção do tumor e a preservação de uma 
porção da mama. São classificadas como lumpectomia e quadrantectomia. Lumpectomia é a 
remoção do tumor e uma margem do tecido mamário saudável circunjacente; 
Quadrantectomia ou mastectomia segmentar é a remoção de um quadrante ou segmento da 
glândula mamária onde se encontra o tumor maligno. Estes métodos juntamente com a terapia 
coadjuvante estão sendo eleitos com maior preferência ao invés da mastectomia para 
pacientes com tumores nos estágios I ou II. (KISNER e COLBY 2009) 
De acordo com o mesmo autor, a dissecção de linfonodos axilares (linfadenectomia) é parte 
convencional da mastectomia e da cirurgia conservadora da mama. A extensão da remoção 
dos nodos é controversa. É necessário no mínimo uma dissecção de nível I de nodos axilares e 
a remoção do linfonodo sentinela na axila nas bordas laterais da mama da biópsia para 
avaliação do envolvimento dos linfonodos regionais, para que seja determinado o estágio da 
doença. Em caso de metástase será realizada uma dissecção mais extensa, removendo os 
nodos sob o músculo peitoral menor e ao redor da clavícula. 
Os comprometimentos e complicações ocorridos após o tratamento do câncer de mama 
podem estar inter-relacionados e precisam ser visto como um conjunto ao desenvolvimento de 
um programa abrangente da reabilitação pós-operatória. As complicações se resumem em dor 
pós-operatória e complicações pós-operatória vascular e pulmonar e o linfedema. O linfedema 
pode ocorrer imediatamente a dissecção dos linfonodos, ou enquanto realizada radioterapia 
ou até anos depois da terapia (KISNNER E COLBY 2009). 
De acordo com Godoy e Godoy (2006) as ressecções dos linfonodos é uma agressão ao 
sistema linfático, proporcionando um estágio latente do linfedema. 
O sistema linfático faz parte do sistema circulatório e é responsável pela drenagem da linfa, se 
assemelha ao sistema sanguíneo e está intimamente relacionado anatomicamente, mas com 
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algumas distinções, como a ausência de um órgão central bombeador (GUIRR0 e GUIRRO 
2006). 
 O sistema sanguíneo tem como função levar os nutrientes às células vivas como também 
remover o que as mesmas produzem para ser utilizadas ou eliminadas pelo nosso organismo. 
Os alimentos para chegarem até as células precisam sair da parede dos vasos arteriais e ir para 
o espaço entre as células (interstício), onde acontecem as trocas entre o sistema circulatório e 
as células (GODOY e GODOY, 2011). 
De acordo com Camargo e Marx (2000) isso ocorre por meio da pressão hidrostática positiva 
dada pela sístole cardíaca que ocorre pelo processo da ultrafiltração. Tudo que sai do interior 
do vaso é um filtrado que passa a ser constituinte do interstício. Para que não haja uma perda 
de volume sanguíneo e o paciente não tenha um choque hipovolêmico, o mesmo volume deve 
retornar para a corrente sanguínea através do sistema venoso. Esse processo é denominado de 
processo de absorção venosa, porém as partículas maiores e as macromoléculas como ácido 
hialurônico não conseguem retornar, necessitando do sistema linfático para essa ação. Esse 
processo é denominado de absorção linfática. Quando o conteúdo que está no interstício passa 
para dentro do sistema linfático esse passa a se chamar de linfa. A linfa não é sangue, mas é 
formada por elementos oriundo da corrente sanguínea (GODOY e GODOY 2011). 
De acordo com Godoy e Godoy (2006) a função do sistema linfático também tem diferenças 
importantes do sistema sanguíneo, pois drenam a linfa e não o sangue a qual é conduzida para 
os linfonodos, onde são retidas as partículas estranhas ao organismo e iniciadas as defesas 
imunológicas. Quando no organismo há presença de células cancerígenas elas podem ser 
retidas, evitando assim sua disseminação. 
O sistema linfático é composto pelos capilares linfáticos, vasos pré-coletores, vasos coletores, 
coletores linfáticos principais e os nódulos linfáticos (CAMARGO e MARX, 2000) 
Os capilares linfáticos são formados por um cilindro de células endoteliais, organizadas em 
uma única camada, muito finos, delicados e transparentes. Porém são maiores e mais 
irregulares e com o lúmen maior que os capilares sanguíneos; Os vasos pré-coletores possuem 
a mesma estrutura dos capilares linfáticos com a diferença de serem recobertos internamente 
por tecido conjuntivo, o qual se prolonga juntamente com as células endoteliais para o lúmen 
do vaso, o que forma as válvulas que dão direção centrípeta ao fluxo da linfa; Os vasos 
coletores tem um maior calibre e com estrutura semelhante à das grandes veias e possuem três 
camadas: túnica íntima, túnica média e túnica adventícia; Os coletores linfáticos principais 
são os coletores de toda a linfa provenientes das várias regiões do corpo e são compostos pelo 
canal linfático direito e o ducto torácico; Os nódulos linfáticos representam as verdadeiras 
unidades estruturais do tecido linfático, é composto por células linfóides, portadoras de 
memória imunológica e por células reticulares, as quais realizam a defesa do organismo 
(CAMARGO e MARX 2000). 
Os linfáticos do membro superior são constituídos de sistema superficial e profundo. O 
sistema superficial localiza-se na pele e é rico em capilares, com os coletores acompanhando 
os vasos sanguíneos superficiais, terrminando nos nódulos axilares e supraclaviculares. Os 
vasos superficiais provêm do sistema osteo-músculo-articular e desembocam nos grupos 
nodulares da concavidade axilar Ele está disposto em toda a superfície do membro, e na mão. 
Tem uma rede capilar muito desenvolvida na região palmar, que se comunica com a rede 
dorsal, explicando a maior incidência de edema na face dorsal da mão. Enquanto que o 
sistema profundo possui menos vasos linfáticos superficiais e os vasos linfáticos profundos 
seguem o trajeto dos vasos sanguíneos, compreendem de dois coletores radiais profundo que 
seguem a artéria radial e formam o coletor terminal, localizado no trajeto dos vasos braquiais, 
terminando na cadeia axilar (CAMARGO E MARX, 2000). 
A dissecção axilar e a remoção dos linfonodos propicia a disfunção do sistema linfático, 
interrompendo e tornando mais lento a circulação da linfa, o que pode resultar em linfedema. 
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A cavidade axilar pode ser comparada a uma pirâmide triangular e possui três paredes: uma 
anterior (constituída da fáscia profunda do músculo grande peitoral); uma posterior 
(determinada pela parede torácica); e uma superior (onde se encontra o plexo braquial, a 
artéria e a veia axilar, a veia cefálica e o feixe vasculonervoso toracoacromial). Neste espaço 
delimitadoencontram-se também vários nódulos linfáticos, definidos como cinco grupos de 
nódulos linfáticos axilares: Grupo braquial lateral ou da veia axilar, grupo mamário externo 
ou torácico ou axilar anterior, grupo subescapular, grupo central ou intermédio, grupo 
subclavicular ou apical. 
De acordo com kisner e Colby (2009) a drenagem linfática manual é uma técnica que envolve 
o deslizamento superficial lento, repetitivo e muito suave, em movimentos circulares de 
massagem feitos com uma sequência específica e de preferência com o membro tratado 
elevado para um resultado melhor do linfedema. 
A drenagem linfática foi desenvolvida pelo casal Vodder entre os anos de 1932 a 1936, sendo 
consagrado nesse último ano com sua publicação em Paris. Inicialmente foi divulgada no 
meio da estética e na década de 1960 a 1970 foi despertado o interesse de alguns médicos para 
o tratamento do linfedema. Essa técnica teve como origem a massagem, como era utilizada 
pelo casal Vodder. Outras variantes foram desenvolvidas e denominadas como drenagem 
linfática pelo fisioterapeuta Albert Leduc. Entretanto, foi o casal Vodder que transformou a 
drenagem linfática manual como abordagem terapêutica e estética. Outra forma de aplicação 
da drenagem linfática foi destacada pelo casal Foldi, que utilizou drenagem associada a 
exercícios, mecanismo de contenção e cuidados higiênicos no tratamento do linfedema. 
Godoy e Godoy (2011) em 1990 publicaram um novo conceito nos movimentos de drenagem, 
utilizando roletes para facilitar a drenagem linfática. Esses roletes servem como facilitadores 
para o carreamento da linfa. Durante esses anos houve uma evolução a partir dessa 
abordagem, sendo desenvolvido o conceito de drenagem linfática global, com a filosofia de 
envolver todos os estímulos fisiológicos conhecidos na drenagem linfática mais o 
envolvimento com o meio ambiente e direcionado com as interferências fisiopatológicas, 
visando a ampliação dos estímulos. 
Drenagem linfática manual é uma técnica de massagem aplicada com movimentos suaves e 
rítmicos os quais ajudam a eliminar edema e retenção de líquidos diminuindo dor e inchaço. 
Para a realização da drenagem linfática deve-se ter conhecimento da anatomia, fisiologia do 
sistema linfático e dos princípios de hidráulica e hidrodinâmica. Godoy e Godoy (2006) 
compara a drenagem do sistema linfático como a de um rio durante uma enchente. Esvaziando 
o leito principal automaticamente os leitos menores são drenados para o leito principal, 
debelando a enchente. Pode-se colocar uma barragem nesse rio para limitar a vazão dessa 
água, mas qualquer pressão maior que a tolerada pela barreira poderá danificar essa barragem. 
No sistema linfático a barreira é representada pelos linfonodos. 
A hidrodinâmica mostra que ao drenar no sentido do trajeto dos vasos, um maior volume de 
fluidos se desloca em sentido proximal, proporcionando um melhor enchimento dos vasos 
proximais, os quais são os linfangions. Para Camargo e Marx (2000) um linfangion é a 
unidade funcional do sistema linfático, o qual consiste de uma parte valvular com pouco ou 
nenhum músculo e de uma parte com espessa e forte camada muscular. A borda de um 
linfangion forma a válvula-base do linfangion seguinte. 
Para o mesmo autor, o mecanismo de propulsão da drenagem linfática ocorre de forma 
sequencial; o linfangion, com sua válvula inicial aberta e a final fechada, começa a se 
preencher de linfa; quando se encontrar totalmente preenchido, a linfa pressiona a parede do 
linfangion estimulando as fibras musculares da túnica média, que ao se contrair, alongam o 
seguimento, abrindo a válvula final e fechando a inicial, ocorrendo sucessivamente nos 
linfangions seguintes em movimentos peristálticos, com pulsações que podem variar de 8 a 22 
vezes por minuto. 
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Ao ocorrer qualquer comprometimento linfático como insuficiência valvular, linfangites ou 
obstrução, a composição do líquido acumulado no interstício modifica-se e torna-se rica em 
proteína, formando o linfedema, o qual é definido como tumefação de tecidos moles como 
resultado do acúmulo de fluído intersticial com alta concentração proteica, diferente do edema 
que é definido como acúmulo de líquido intersticial com composição predominantemente 
aquosa e não possui alta concentração de proteínas (CAMARGO e MARX, 2000). 
Para Godoy e Godoy (2006) o linfedema se desenvolve a partir de uma disfunção do sistema 
linfático quando este deixa de remover as substãncias drenadas por ele. Em torno de 100 g de 
proteínas saem dos capilares para o espaço intersticial diariamente, além das macromoléculas 
que são produzidas nesse espaço, como o ácido hialurônico. A função dessas macromoléculas 
e outras proteoglicanos não são bem definidas, sabe-se somente que essas funcionam como 
esponjas as quais retém em torno de 100 vezes a quantidade de água com relação ao seu peso 
seco e dão a característica gelatinosa no interstício. Com o acúmulo dessas macromoléculas as 
características do linfedema podem ser alteradas de acordo com a quantidade dos fluidos 
presentes. 
Os linfedemas são classificados em primários e secundários. Para Camargo e Marx (2000) o 
linfedema pós-cirurgia de câncer de mama é secundário, por decorrência da linfadenectomia 
axilar, o que altera a drenagem linfática da mama, dos quadrantes torácicos e do membro 
superior e da radioterapia que gera uma fibrose subcutânea a qual pode provocar compressão 
dos vasos e capilares linfáticos. Apesar desses fatores pré-disponentes, nem todas as pacientes 
apresentam o linfedema e quando ocorre é derivado de erisipela ou linfangite decorrente de 
alguma lesão de pele ou trauma em membro superior. Essas lesões ou traumas ocorrem 
geralmente cerca de um ano após á cirurgia, quando já não há mais praticamente os cuidados 
que se deve ter com a pele, orientados no pós-operatório imediato. 
As alterações do linfedema ocorrem no tecido superficial: na região da pele e do tecido 
subcutâneo. Em relação ao tecido profundo, o acúmulo de proteínas deveria levar à síndrome 
compartimental, o que não é observado no linfedema. Os mecanismos fisiopatológicos do 
linfedema envolvem desde alterações moleculares que interferem na formação e na função do 
sistema linfático e alterações no espaço intersticial (GODOY e GODOY 2011). 
Camargo e Marx (2000) ressaltam que somente 90% das substâncias que são reabsorvidas 
pelo sistema venoso como nas concentrações das substâncias no espaço que interferem no 
dinamismo dos fluidos, na proteólise desse espaço, na anatomia dos coletores, nas suas 
válvulas, na estrututa contrátil dos linfangions e nos linfonodos. 
Para o mesmo autor, a exposição do paciente a algumas situações podem determinar seu 
agravamento, como: interferência da pressão gravitacional no membro, infecção, traumatismo, 
edemas de origem venosa, hipoproteinemia, insuficiência cardíaca e renal, tipos de exercícios, 
atividades diárias nocivas, recidivas de neoplasia de mama. 
De acordo com Godoy e Godoy (2006) a drenagem linfática constitui em um dos pilares no 
tratamento do linfedema, sendo essa abordagem a principal forma de tratamento. Constituído 
de movimentos de deslizamento e compressão sobre o trajeto dos vasos linfáticos, com 
pressão e velocidade controlada para conduzir a linfa de forma sistematizada, com 
movimentos e sequência determinada. A pressão externa a ser aplicada pela massagem 
manual deve superar a pressão interna fisiológica, podendo chegar a 25-40 mmHg nos 
grandes vasos linfáticos, proporcionando assim a pressão mecânica para eliminar o excesso de 
líquido, diminuindo a probabilidade da fibrose, expulsando o líquido do meio tissular para os 
vasos venosos e linfáticos. 
No linfedema pós-cirurgia de câncer de mama, os linfonodos foram bloqueados 
irreversivelmente quando realizada a ligadura dos vasos linfáticos, após a remoção dos 
linfonodos. Esse procedimento é necessário para prevenirque a linfa seja coletada nos tecidos 
ao redor da remoção dos linfonodos causando cistos, infecção etc. Entretanto a linfa continua 
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ser formada se direcionando para os vasos linfáticos, que se enchem até o ponto em que a 
pressão é aumentada, não permitindo a entrada da linfa para seu interior. Pressão menores de 
10mmHg chegam ultrapassar mais de 100mmHg, deixando os vasos linfáticos frágeis e com 
maior chance de rupturas, devendo a drenagem linfática manual ser realizada de forma muito 
suave para manutenção de sua integridade, evitando seu agravamento (GODOY e GODOY 
2006). 
Para Garcia (2006), a prevenção das complicações deve ser iniciada no primeiro dia do pós-
operatório, com a elevação do braço do lado que foi realizado a cirurgia, com o suporte de um 
travesseiro. Leves movimentos das articulações subjacentesdevem ser iniciadas no segundo 
dia, evoluindo até 90° durante o período que estiver com os pontos. Após a retirada dos pontos 
pode voltar a amplitude normal do braço com movimentos leves e livres. 
De acordo com Guirro e Guirro (2006), a drenagem deve-se iniciar por regiões distantes da 
área afetada, sendo realizada no quadrante contralateral ao edema com o intuito do aumento da 
atividade linfocinética, proporcionando assim o descongestionamento do quadrante 
homolateral que se beneficia pela drenagem entre as anastomoses dos capilares nessas regiões. 
Portanto a manobras iniciais são de evacuação, aplicada na cavidade axilar contralateral, tórax 
e membro afetado sempre em sentido de distal-proximal, drenando em seguida a mama e o 
tórax, para depois ser drenado o membro afetado com manobras em ondas ou semi-círculos. 
As manobras também deve ser feita na região toráxica abaixo da cirurgia, além da região do 
cisterna do quilo, podendo ser associada à respiração diafragmática. 
Para Baracho (2002) a drenagem linfática manual tem como objetivo drenar o excesso de 
líquido acumulado no interstício, no tecido e dentro dos vasos, através das anastomoses 
superficiais linfo-linfáticas, áxilo-axilar e áxilo inguinal e até mesmo para dissolução de 
fibroses linfostáticas que se apresentam como linfedema mais exuberantes, pois a drenagem 
linfática manual produz um aumento de absorção, do transporte e do fluxo linfático superficial, 
deslocando a linfa mais rapidamente, além da estimulçaão dos pequenos capilares que se 
encontram inativos e aumentar a motricidade da unidade linfática, o linfagion. 
Vodder propôs quatro tipos movimentos para a drenagem linfática: círculos fixos, movimentos 
de bombeamento, de doador e de rotação (JACQUES 2005). 
Círculos fixos: coloca as mãos espalmadas sobre a pele e com os dedos realizam-se 
movimentos circulares, promovendo estiramento do tecido, produz uma 
pressão/descompressão. Os movimentos devem ser realizados de 5 a 7 vezes no mesmo lugar. 
Movimento de bombeamento: as mãos são acopladas no tecido a ser drenado, aplica-se 
pressões decrescente da palma da mão para os dedos de forma intermitente com compressão e 
descompressão com direção e sentido determinada pela localização das vias. Os movimentos 
devem ser aplicados em torno de 5 a 7 vezes. 
Movimento de doador: Essa técnica é baseada em manobra de arraste envolvendo 
combinações de movimentos. A palma da mão é posicionada perpendicularmente à área 
tratada, toca-se com a borda medial da mão seguido dos movimentos de pronação do antebraço 
e abdução do braço. Na sequência, a outra mão com o polegar em extensão realiza o 
movimento de arraste com a borda lateral associando movimentos de supinação do antebraço 
com adução do braço, sendo repetido na região imediatamente adjacente à região manipulada. 
Movimento de rotação: empregado em superfície planas. O braço é posicionado em leve 
abdução no plano da escápula, com o antebraço em supinação. A mão que inicia o movimento 
toca a superfície do segmento com a face palmar e realiza movimento de desvio ulnar na 
direção e sentido da drenagem proposta, simultaneamente aos movimentos de supinação e 
adução. A outra mão terá o mesmo posicionamento realizando os mesmos movimentos da 
outra mão sendo com a mesma sequência e ritmo, alternando as mãos para a região adjacente. 
Segundo Camargo e Marx (2000) a linfodrenagem manual (drenagem linfática manual) deverá 
ter seu início no pós-operatório imediato. Em condições normais o paciente permanece 
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internado por 2 a 5 dias. Durante esse tempo o paciente é orientado a manter o membro 
superior homolateral à cirurgia apoiado sobre um travesseiro, abduzido aproximadamente a 
45° e elevado a 30°, para que haja diminuição da formação de edema pós-operatório e 
facilitação da circulação venosa. 
Para o mesmo autor, a linfodrenagem manual de membro superior pós-cirurgia de câncer de 
mama deve seguir uma sequência. No caso de cirurgia unilateral, com linfadenectomia axilar 
unilateral deve-se aplicar da seguinte forma: 
a) Manobras ganglionares na região axilar oposta; 
b) Manobras ganglionares na região inguinal homolateral; 
c) Manobras em ondas na linha interaxilar anterior, partindo do lado não afetado para o lado 
comprometido, mas com pressão oposta; 
d) Manobras em ondas na região lateral do tronco (homolateral á cirurgia) seguindo da região 
inguinal para a axilar, com pressão no sentido oposto; 
e) Manobras combinadas; 
f) Igual ao item c, mas com a paciente sentada e na parte posterior; 
g) Igual ao item d, com a paciente sentada; 
h) Manobras combinadas em região posterior, com paciente sentada. 
As manobras citadas acima compõem o processo de evacuação. A linfa do membro superior é 
drenada para a axila contralateral e para a região inguinal homolateral. Inicia-se o processo de 
captação com manobras no membro superior. Essas manobras são concluídas com as manobras 
combinadas e ganglionares. 
- Manobras em ondas e combinadas em todo o membro, respeitando os princípios de 
linfodrenagem as quais vão direcionar e conduzir a linfa superficialmente para uma linha 
lateral em todo o membro e para os grupamentos ganglionares anteriormente citados. 
- Manobras em bracelete realizado em todo membro. 
- Manobras em “S” nas regiões afetadas, quando houver indicação. 
Nas cirurgias de mamas bilaterais, com linfadenectomia axilar bilateral, o processo de 
captação é igual ao da cirurgia unilateral, com diferenciação no processo de evacuação: 
a) Manobra dos cinco pontos. 
b) Manobras ganglionares em região inguinal homolateral ao membro com linfedema. 
c) Manobras ganglionares na outra região inguinal. 
d) Manobras em ondas na região lateral do tronco do mesmo lado do membro afetado, partindo 
da região inguinal para a axilar, com pressão no sentido oposto. 
e) Manobras em ondas na linha interinguinal, partindo da região inguinal contralateral para a 
homolateral, com pressão oposta. 
f) Manobras combinadas: direção áxilo-inguinal e inguino-inguinal. 
g) Repetir os itens d, e f na região posterior. 
Para que a linfodrenagem tenha um efeito eficaz é necessário que o fisioterapeuta seja 
especializado em linfodrenagem manual, pois é necessário o conhecimento da anatomia, 
fisiologia e patologias linfáticas para que possa aplicar com segurança todos os componentes 
da massagem, pois a direção, a pressão e o ritmo são componentes que precisam ser bem 
conduzidos para que haja a evacuação e drenagem esperada. 
 
2 - Metodologia 
 
Essa pesquisa foi realizada por meio de uma revisão bibliográfica. 
O material foi retirado de fontes da literatura bibliográfica e de artigos científicos retirados de 
site eletrônicos. Os títulos de pesquisa foram analisados a fim de obter informações no que diz 
respeito a aplicação da drenagem linfática manual em pacientes pós-cirurgia de mastectomia 
no câncer de mama para tratamento do linfedema. As palavras-chave utilizadas foram: Câncer 
9 
 
de mama; mastectomia; Linfedema; Drenagem linfática manual. Os textos foram analisados e 
sintetizados deforma reflexiva a fim de obter informações consistentes. 
O objetivo da pesquisa foi verificar a eficácia e a aplicabilidade da drenagem linfática manual 
em pacientes pós-mastectomia de câncer de mama para tratamento do linfedema. 
 
3 - Resultados e Discussão 
Segundo Godoy e Godoy (2011) a drenagem linfática manual é considerada um dos grandes 
pilares no tratamento do linfedema e é considerada a principal forma de tratamento. Os 
mesmos autores preconizaram em 1999 um novo conceito nos movimentos de drenagem, com 
a utilização de roletes, os quais consistem em movimentos de deslizamento sobre o trajeto dos 
vasos linfáticos e de compressão nas regiões dos linfonodos. A aplicação dos movimentos com 
roletes atingem uma extensão maior da área a ser tratada. Nesse período foi desenvolvido o 
conceito de Drenagem Linfática Global, o qual envolve todos os estímulos fisiológicos 
conhecidos na drenagem linfática associado à interação com o meio ambiente e direcionando 
pelas interferências fisiopatológicas. 
A Sociedade Internacional de Linfologia reconhece a Fisioterapia Complexa Descongestiva 
(FCD) o método fisioterapêutico mais eficaz para o tratamento do linfedema. Esse método 
abrange uma série de medidas, incluindo drenagem linfática manual, vestuário de compressão, 
bandagens, meticulosa higiene da pele e exercícios terapêuticos. Ela é dividida em duas fases: 
uma fase intensiva de tratamento diário, durante a qual é aplicada 
em um período de duas a quatro semanas, somente sendo finalizada quando atingir o máximo 
em um período de duas a quatro semanas, somente sendo finalizada quando atingir o máximo 
de redução do linfedema; e uma fase de manutenção, em que especialmente a terapia de 
compressão é mantida, a fim de garantir os efeitos positivos alcançados durante a primeira 
fase. Nessa fase, a paciente deve ser conscientizada da cronicidade da patologia, da 
obrigatoriedade de controles periódicos e da necessidade constante da contenção elástica. 
(CAMARGO e MARX 2000). 
Para o mesmo autor a drenagem linfática manual (linfodrenagem), para ser efetiva, deve ser 
realizada por profissional fisioterapeuta especializado em linfodrenagem, com conhecimento 
da anatomia, fisiologia e patologias do sistema linfático, pois se nessa técnica for aplicada os 
componentes de pressão, direção e o ritmo de forma inadequada, o resultado poderá ser 
negativo, podendo lesar alguns capilares, acarretando uma piora no quadro clínico a médio e 
longo prazo. 
Guirro e Guirro (2002) concluíram que a drenagem linfática manual isolada não é eficaz em 
linfedemas. Tendo os melhores resultados quando essa técnica é utilizada em associação à 
bandagem compressiva. A análise constou de perimetria, volumetria e goniometria, e os 
resultados encontrados com maior significância apontaram para a associação da drenagem 
linfática manual, compressão e exercícios. Esses dados entraram em conformidade com 
estudos realizados por outros autores. 
Uma abordagem abrangente para o tratamento pós-operatório do câncer de mama,engloba 
desde a educação do paciente a exercícios terapêuticos e outras intervenções diretas para 
prevenir ou tratar o linfedema e outros comprometimentos ou limitações funcionais é 
preconizado por kisner e Colby (2006). As referências literárias utilizam uma variedade de 
termos para este tratamento abrangente: terapia complexa para linfedema, fisioterapia 
descongestiva completa ou complexa ou terapia descongestiva. Este autor aborda diretrizes de 
tratamento de linfedema com exercícios empregados nos programas de drenagem linfática, o 
que engloba um amplo espectro de intervenções com exercícios terapêuticos, especificamente 
respiração profunda, relaxamento, flexibilidade, fortalecimento, exercícios de 
condicionamento cardiovascular e também uma sequência de exercícios de drenagem 
linfática. A meta geral para quando o linfedema se desenvolveu é a drenagem das áreas 
10 
 
obstruídas e direcionamento do liquido para os vasos colaterais desobstruídos podendo ser 
utilizados drenagem linfática manual, aparelhos de compressão pneumática sequencial ou 
meia compressivas. 
Luz (2011), concluiu por meio de estudo bibliográfico que as terapias aplicadas para o 
tratamento do linfedema que obtiveram maior êxito foram: fisioterapia complexa 
descongestiva (FCD); drenagem linfática manual; exercícios; drogas; cuidados gerais; e 
hidroterapia. No entanto, a redução de edema conseguida somente com as drogas foi mais 
lenta do quando estas foram associadas com a FCD. O mesmo aconteceu com os exercícios, 
que obtiveram maiores reduções quando combinados com outras terapias. Compressão 
pneumática intermitente, vestuários de compressão, bandagens, laser e drenagem linfática 
mecânica conseguiram melhores resultados quando associados com outras terapias. 
Para Godoy e Godoy (2006), a orientação às pacientes mastectomizadas em relação aos 
cuidados posteriores a cirurgia é extremamente importante, pois o linfedema mesmo quando 
não se apresenta logo após a mastectomia, pode se manifestar por descuido das pacientes 
quando essas se despreocupam com os cuidados necessários ao membro superior homolateral 
a cirurgia. O cuidado com a pele para que essa não seja um intermediário de contaminação 
e propensão a formação do linfedema. necessita ser sempre lembrado. 
 
4 - Conclusão 
 
O controle da incidência do câncer de mama no Brasil representa um dos grandes desafios que 
a saúde pública enfrenta. E como na maioria dos cânceres, o diagnóstico de câncer de mama e 
os protocolos de tratamentos a serem realizados produzem um impacto emocional muito 
grande na paciente e em seus familiares. No câncer de mama ainda se apresenta o linfedema, 
o qual pode causar limitações na função motora exercendo efeito adverso sobre a qualidade de 
vida ligada à saúde. Apesar da incidência dessa complicação estar diminuindo decorrente do 
progresso nas estratégias terapêuticas, o linfedema ainda representa um desafio importante 
para as pacientes e seus fisioterapeutas. 
A atuação da fisioterapia está deixando de ser apenas “curativa/reabilitativa”, passando a ser 
principalmente preventiva. Proporcionando uma melhor qualidade de vida às pacientes, 
minimizando e regredindo as complicações no pós-operatório do câncer de mama, como o 
controle da dor, prevenção das complicações pulmonares, prevenção e tratamento do 
linfedema e alterações posturais, promoção do relaxamento muscular, manutenção da 
amplitude do membro superior envolvido, melhora da tolerância aos exercícios e o senso de 
bem estar, redução da fadiga, melhora do aspecto e mabealidade da cicatriz, prevenção e 
tratamento das aderências. 
A fisioterapia defende a intervenção precoce para prevenção dos comprometimentos do 
membro superior com a utilização da drenagem linfática manual, contudo ainda é necessária a 
realização de mais estudos para redução das complicações trazidas pelo câncer de mama, pois 
além dos comprometimentos da função do membro superior, má aparência e angústia 
emocional, ainda apresentam alterações psicológicas sociais, sexuais e funcionais 
importantes. 
A drenagem linfática manual é um dos métodos mais eficiente utilizados no tratamento do 
linfedema pós-mastectomia de câncer de mama, e a associação com outras técnicas 
fisioterapêuticas produzem um efeito mais eficaz. Vale ressaltar a necessidade de 
profissionais fisioterapeutas especializados nessa técnica para que os resultados esperados 
sejam positivos. Pois para aplicação dessa técnica é de suma importância o conhecimento da 
anatomia, fisiologia e fisiopatologia do sistema linfático e a aplicabilidade da técnica. 
 
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11 
 
 
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