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Hipertensão Pulmonar 1 🫁 Hipertensão Pulmonar Especialidade Pneumologia Assunto Hipertensão Pulmonar Date Materials https://www.tadeclinicagem.com.br/guia/78/hipertensao- pulmonar/ Reviewed Tipo Revisão Hipertensão Pulmonar é uma síndrome caracterizada por sobrecarga da circulação pulmonar gerando consequências no VD. Suspeita Percebida através de sinais de insuficiência do VD, além das manifestações das causas de HP, o que torna o quadro muito variável. Um dos sintomas mais precoces é a dispneia aos esforços → com o tempo, pode ocorrer palpitações, hemoptise, retenção de volume e síncope → dor torácica (compressão dinâmica do tronco da coronária esquerda) e disfonia (compressão do nervo laríngeo recorrente esquerdo) são relatados, mas raros.7 Os principais sinais de insuficiência de VD ao exame físico são decorrentes de sobrecarga hídrica → edema de MMII, hepatomegalia, ascite e turgência jugular. Radiografia de tórax e ECG podem apresentar alterações → aumento da silhueta de VD e desvio do eixo para direita → se normais, não excluem HP. @November 28, 2022 https://www.tadeclinicagem.com.br/guia/78/hipertensao-pulmonar/ Hipertensão Pulmonar 2 Sinais de alarme relacionados a pior prognóstico → sintomas graves de instalação rápida, síncope, arritmias, instabilidade hemodinâmica → investigação diagnóstica dentro do hospital, em centros de referência de HP e com urgência. Rastreio e Detecção Precoce Algumas doenças aumentam muito o risco de HP, levando à alta suspeição → divididas nas que precisam de rastreio (mesmo assintomáticos) e as que precisam de investigação no primeiro possível sintomas (detecção precoce). Rastreio: esclerose sistêmica; parentes de 1º grau com hipertensão arterial pulmonar hereditária; paciente que irá fazer transplante hepático; pacientes que possuem mutação BMPR2. Detecção Precoce: hipertensão portal; infecção por HIV; doenças do tecido conjuntivo (exceto esclerose sistêmica); TEP prévio. Diretrizes recomendam rastreio anual com ECO. Ecocardiograma ECO transtorácica é o exame inicial de escolha na suspeita de HP → anamnese, exame físico e exames complementares iniciais buscam indícios de disfunção de VD. Os dois parâmetros mais importantes do ECOTT para estimar a probabilidade de HP são: pressão sistólica da artéria pulmonar (PSAP) e velocidade do refluxo da tricúspide (VRP) → diretrizes recomendam apenas o uso da VRT, pois a PSAP tem valores menos precisos. Outros sinais que aumentam a probabilidade de HP são → ventrículos: diâmetro basal de VD/VE > 10; achatamento de septo IV; TAPSE/PSAP < 0,55 mm/mmHg → artéria pulmonar: tempo de aceleração na via de saída de VD < 105 ms; velocidade de regurgitação pulmonar diastólica precoce > 2,2 m/s; artéria pulmonar maior que a raiz da aorta; artéria pulmonar > 25mm → veia cava inferior e AD: área do AD no final da sístole > 18cm²; diâmetro da cava inferior > 21mm com redução de colapso inspiratória. Hipertensão Pulmonar 3 Cateterismo de Coração Direito e Definição Definição de HP é baseada em parâmetros hemodinâmicos obtidos por cateterização de câmaras cardíacas direitas → 3 valores principais são estimados: pressão média da artéria pulmonar (PAPm); pressão de oclusão da artéria pulmonar (POAP); resistência vascular pulmonar (RVP). HP é definida por uma PAPm > 20 mmHg → reduziu de 25 para 20 por haver pior prognóstico nessa população, mas isso gera o problema das terapias para HP terem sido testadas em pacientes com PAPm > 25. Hipertensão Pulmonar 4 Com os parâmetros, é possível categorizar a HP como pré-capilar → não é causada por sobrecarga da circulação esquerda → os valores que definem são POAP (reflete a pressão do AE) < 15 mmHg e RVP > 2 Wu. HP é pós-capilar se POAP > 15 → RVP auxiliar a estimar se há um componente da pré-capilar envolvido, sendo valores > 2 Wu (principalmente > 5) indicam haver componente pré-capilar. O procedimento é contraindicado se presença de trombos nas câmaras direitas, endocardite ou valvas mecânicas e o evento adverso mais temido é a perfuração da artéria pulmonar. Classificação e Abordagem Grupo 1: hipertensão arterial pulmonar Grupo 2: HP associada à disfunção cardíaca esquerda Grupo 3: HP associada à doenças pulmonares Grupo 4: HP associada à obstruções arteriais pulmonares Grupo 5: HP associada à mecanismos multifatoriais ou não estabelecidos Hipertensão Pulmonar 5 Hipertensão Pulmonar 6 Após ECOTT levantar suspeita de HP, o diagnóstico é confirmado por cateterismo de câmaras direitas em centros especializados → após confirmar o diagnóstico, o cateterismo avaliar se a etiologia é do grupo 2 (pós-capilar) através da PAOP e RVP. Se não há etiologia definida da HP na história, recomenda-se cintilografia de ventilação/perfusão para excluir grupo 4 e TC de tórax e medida da capacidade pulmonar de difusão do monóxido de carbono (DLCO) para avaliar possíveis causas do gripo 3. Recomenda-se coleta de sorologia de HIV, perfil tireoidiano e hemograma para investigar etiologia e condições associadas a HP, além de USG de abdome para avaliar hipertensão portal. Terapia no Grupo 1 - Hipertensão Arterial Pulmonar Recomendado que mantenha atividade física, mesmo dentro da sua limitação, evitar retenção de fluídos com diureticoterapia, oxigenioterapia se hipoxemia e vacinação. Orienta-se considerar anticoagulação, pois pacientes com HAP possuem maior risco de trombose pulmonar → conflitante, por maior risco de sangramento em pacientes com HP associado a esclerose sistêmica. Terapia direcionada depende de outro teste realizado no cateterismo de câmaras direitas: teste de vasorreatividade (grupo 1 idiopático, hereditário ou induzido por drogas) → caso PAPm reduza 10 mmHg ou mais e para valores < 40 mmHg, sem déficit no DC, considera-se como teste positivo → se positivo, paciente pode se beneficiar de terapia com BCC (nifedipina, diltiazem e anlodipino) → se negativo ou sem testes, pode-se usar antagonistas do receptor da endotelina, inibidores da fosfodiesterase e estimuladores da guanilato ciclase ou análogos da prostaciclina. Hipertensão Pulmonar 7 Terapia nos Grupos 2 e 3 HP associada a disfunção de VE é responsável por 65-80% dos casos de HP → tratamento envolve otimização das medicações para IC e terapia vista no grupo 1 não é recomendada. Se componente pré-capilar associado (RVP > 5), pode haver benefício de inibidores de fosfodiesterase. No grupo 3 (doenças pulmonares), o tratamento é da doença de base, com oxigenioterapia e VNI quando indicados → a terapia mais promissora é o uso de treprostinil inalatório em pacientes com HP secundária a doença pulmonar intersticial, mas sem recomendação estabelecida. Terapia no Grupo 4 e 5 Doença tromboembólica pulmonar crônica (TEP crônica) é a principal representando do grupo 4 → suspeita surge depois de um episódio de TEP em que, após no mínimo 3 meses de anticoagulação, os sintomas persistem → deve-se solicitar cintilografia de ventilação/perfusão para verificar a presença de mismatch → qualquer obstrução de artéria pulmonar é colocada nesse grupo, como neoplasias, arterites, estenoses adquiridas ou congênitas e corpos estranhos. O tratamento inespecífico se assemelha ao grupo 1, recomendando-se atividade física, vacinação e oxigenoterapia se necessário. No grupo 4, recomenda-se anticoagulação por tempo indeterminado com bom nível de evidência. Recomenda-se rastreio para SAAF, pois 10% da população com HP por TEP crônico possui essa doença. Se trombo acessível, o tratamento é ressecção cirúrgica. Se inoperável ou refratário, indica-se medicação riociguat, ou também angioplastia pulmonar por balão → medicamentos do grupo 1 podem ser usados de forma off- label. No grupo 5, não há recomendações pela heterogeneidade desse grupo, devendo realizar terapia individualizadas.
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