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Ana Carolina Russo 1ª Edição | Junho | 2014 Impressão em São Paulo / SP Coordenação Geral Nelson Boni Coordenação de Projetos Leandro Lousada Professor Responsável Ana Carolina Russo Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353 Copyright © EaD KnowHow 2011 Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. Projeto Gráfico, Capa e Diagramação Marilia Lopes Revisão Ortográfica Vanessa Almeida 1a Edição: Junho de 2014 Impressão em São Paulo/SP Proteção do Meio Ambiente INTRODUÇÃO A presente apostila constitui material de apoio aos alunos da disciplina de Proteção do Meio Ambiente. Este tema é de extrema importância nos dias de hoje, visto que nós, seres humanos, por muitos anos, criamos problemas ao ambiente. Tal prejuízo nos impõe o dever de resolver os proble- mas criados e mitigar seus danos, considerando que deveremos “entregar” o planeta em condições sau- dáveis as nossas futuras gerações. Portanto, temos como dever buscar soluções ambientais sustentá- veis, dentro do próprio modelo econômico em que atualmente vivemos. Sumário Capítulo 1 8 Preservação do Meio Ambiente 1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen- tadores 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio Ambiente 1.3 Programa de Preservação do Meio Ambiente 1.4 Sistemática na Preparação de Um Estudo do Meio Am- biente–(Rima) 1.5 Critérios e Técnicas de Avaliação e Controle De Poluentes Poluição dos Solos Poluição das Águas Poluição do ar Poluição acústica 1.6 Resumo Capítulo 2 35 Saneamento Ambiental 2.1 A Preservação do Meio Ambiente e a Qualidade do Ar 2.2 A Preservação do Meio Ambiente e a Qualidade Da Água 2.3 A Preservação do Meio Ambiente e a Preservação do Solo 2.4 Serviços Básicos de Saneamento em Caso de Emergência 1.4 Sistemática na Preparação de Um Estudo do Meio Am- 1.5 Critérios e Técnicas de Avaliação e Controle De Poluentes 2.4 Serviços Básicos de Saneamento em Caso de Emergência 1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen- 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen- 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen- 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen- 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen- 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen- 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen- 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen- 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen- 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen- 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen- 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen- 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen- 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.4 Sistemática na Preparação de Um Estudo do Meio Am- 1.5 Critérios e Técnicas de Avaliação e Controle De Poluentes 2.4 Serviços Básicos de Saneamento em Caso de Emergência 2.5 Destinação de Resíduos Industriais 2.6 Resumo Capítulo 3 57 SANEAMENTO RURAL 3.1 Aspecto Socioeconômico do Trabalho Rural 3.2 Acidentes De Trabalho Rural 3.3 Segurança Ocupacional Rural 3.4 Principais Fontes de Risco no Trabalho Rural 3.5 Resumo Capítulo 4 79 Higiene Ocupacional - Agrotóxicos 4.1 Resumo Referências 87 Índice de Figuras FIGURA 1 - Lei da Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6938/81) FIGURA 2 - Aplicação de defensivo agrícola FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão) FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca- da pela poluição FIGURA 5 - Poluição atmosférica FIGURA 6 - Inversão térmica FIGURA 7 - Filtros manga FIGURA 8 - Lixiviação e deposição das partí- culas do solo FIGURA 9 - Evento ocorrido em Fukushima FIGURA 10 - Ocorrência anual de inundações brusca e gradual FIGURA 11 - Incinerador industrial FIGURA 12 - Aterro industrial FIGURA 13 - Cores padronizadas para descar- te de resíduos FIGURA 14 - População nos Censos Demográ- fi cos, segundo as Grandes Regiões, as Unidades da Federação e a situação do domicílio – 2010 FIGURA 15 - Família vivendo na extrema po- breza FIGURA 16 - Exemplo de acidente rural FIGURA 17 - Exemplos de ferramentas manuais FIGURA 18 - Corte manual da cana-de-açúcar 9 24 25 26 28 29 31 46 47 48 51 52 53 57 59 60 66 66 FIGURA 14 - População nos Censos Demográ- FIGURA 10 - Ocorrência anual de inundações fi cos, segundo as Grandes Regiões, as Unidades da Federação e a situação do domicílio – 2010 FIGURA 15 - Família vivendo na extrema po- FIGURA 17 - Exemplos de ferramentas manuais FIGURA 18 - Corte manual da cana-de-açúcar FIGURA 1 - Lei da Política Nacional de Meio FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão) FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca- FIGURA 1 - Lei da Política Nacional de Meio FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão) FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca- FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão) FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca- FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão) FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca- FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão) FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca- FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão) FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca- FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão) FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca- FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão) FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca- FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão) FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca- FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão) FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca- FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão) FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca- FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão) FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca- FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão) FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca- FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão) FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca- FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão) FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca- FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão) FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca- FIGURA 1 - Lei da Política Nacional de Meio FIGURA 14 - População nos Censos Demográ- FIGURA 1 - Lei da Política Nacional de Meio FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão) FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca- FIGURA 8 - Lixiviação e deposição das partí- FIGURA 10 - Ocorrência anual de inundações FIGURA 13 - Cores padronizadas para descar- FIGURA 14 - População nos Censos Demográ- fi cos, segundo as Grandes Regiões, as Unidades da Federação e a situação do domicílio – 2010 FIGURA 15 - Família vivendo na extrema po- FIGURA 17 - Exemplos de ferramentas manuais FIGURA 18 - Corte manual da cana-de-açúcarFIGURA 19 - Incêndio Florestal FIGURA 20 - Equipamento para medição de gases FIGURA 21 - Operário entrando em espaço confi nado FIGURA 22 - Certo e errado ao levantar peso FIGURA 23 - Máscaras para poeiras FIGURA 24 - Óculos de segurança FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba- lhadores rurais FIGURA 26 - Animais peçonhentos FIGURA 27 - Cobra em meio a vegetação FIGURA 28 - Fatores determinantes dos im- pactos decorrentes do uso de agrotóxicos (GARCIA & ALVES FILHO, 2005) Índice de Tabelas TABELA 1 - Subgrupos constituintes das ativi- dades de saneamento TABELA 2 - Parâmetros Físicos TABELA 3 - Parâmetros Químicos TABELA 4 - Parâmetros Biológicos TABELA 5 - Métodos de controle 67 70 71 72 72 73 73 74 75 80 35 41 44 82 42/43 FIGURA 20 - Equipamento para medição FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba- pactos decorrentes do uso de agrotóxicos FIGURA 20 - Equipamento para medição FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba- FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba- FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba- FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba- FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba- FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba- FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba- FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba- FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba- FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba- FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba- FIGURA 20 - Equipamento para medição FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 20 - Equipamento para medição de gases FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba- FIGURA 28 - Fatores determinantes dos im- pactos decorrentes do uso de agrotóxicos TABELA 1 - Subgrupos constituintes das ativi- 10 Capítulo 1 1 Preservação do Meio Ambiente Você já parou para pensar no impacto que sua presença e/ou seu comportamento causa ao plane- ta? Vale a pena refletirmos sobre este assunto, pois, dependendo de nossa conduta, podemos ser agentes preservacionistas ou, ao contrário, agentes degra- dantes do meio. 1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamentadores O princípio básico de preservação ambiental está expresso no Artigo 225, da Constituição Bra- sileira, que afirma: “Todos têm direito ao meio am- biente ecologicamente equilibrado, bem de uso co- mum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o de- ver de defendê-lo para a presente e as futuras gera- ções” (BRASIL, ART. 225 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988). Um fato bastante interessante é que nossa le- gislação ambiental é considerada uma das mais avan- çadas do mundo. São leis que estão diretamente re- lacionadas com as atividades econômicas de nosso país e o dia a dia de cada cidadão brasileiro. No en- tanto, são pouco conhecidas pelo grande público e, 11 talvez por isso, sejam pouco aplicadas. O Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA - foi instituído pela Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentado pelo Decreto 99.274, de 06 de junho de 1990, sendo constitu- ído pelos órgãos e entidades da União, dos Esta- dos, do Distrito Federal, dos Municípios e pelas Fundações instituídas pelo Poder Público, res- ponsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. Este sistema possui a seguinte estru- tura (Figura 1): Figura 1 - Lei da Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6938/81) 12 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio Ambiente A palavra meio ambie não admite apenas um único significado, porém, a fim de nortear nossos estudos, consideraremos a definição preconizada pelo CONOMA. De acordo com a resolução CO- NAMA 306/2002, Anexo I Das Definições, inciso XII: “Meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influência e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Tal conceito pode ser verificado, também, no artigo 3º, I da Lei 6938 de 31/08/1981. Ao analisarmos a definição de meio ambiente, devido a sua complexadade, podemos concluir que são vários os motivos pelos quais devemos preser- var o meio ambiente. O primeiro deles é o fato de o “homem” ser parte integrante e totalmente depen- dente dos recursos de nosso planeta. Para que esta sinergia se matenha, é necessario que façamos nossa parte em prol de um meio ambiente sadio. A partir da escassez dos recursos naturais, so- mado ao crescimento desordenado da população mundial e intensidade dos impactos negativos ao meio ambiente, passam a surgir, inclusive, conflitos de ordem econômica, tornando o meio ambiente um tema estratégico e urgente em nossa sociedade. 13 A humanidade está fazendo uso de forma des- medida dos recursos naturais, utilizando, inclusive, quantidade superior à capacidade de reposição do planeta e comprometendo as gerações futuras. 1.3 Programa de Preservação do Meio Ambiente Para que possamos entender melhor sobre os programas de preservação ambiental existentes, é conveniente que relembremos alguns conceitos im- portantes. Preservação do meio ambiente é a “ação de proteger contra a destruição e qualquer forma de dano ou degradação de um ecossistema, uma área geográfica ou espécies animais e vegetais ameaçados de extinção”. Mas o que é degradação ambiental? É toda e qualquer alteração adversa das características qualitativas do meio ambiente. A Política Nacional do Meio Ambiente foi implementada em 1981, mediante a edição da Lei 6.938/81, criando o Sistema Nacional do Meio Am- biente (SISNAMA), bem como sua estrutura básica e também o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). O objetivo deste sistema é o estabe- lecimento de padrões que tornem possível o desen- volvimento sustentável, por meio de mecanismos e instrumentos capazes de conferir ao meio ambiente maior proteção (GALVÃO, 2012). aless Highlight aless Highlight aless Highlight aless Highlight 14 Apesar das ações governamentais, as empresas tambem também devem propor ações favoráveis ao meio ambiente saúdavel. Elas realizam suas açoes sócio-ambientais por meio de investimentos em tec- nologias menos impactantes, ao longo de seu pro- cesso produtivo, matérias-primas menos poluentes, capacitação de seus colaboradores e concientização da sociedade. Vejamos alguns exemplos de ações (LOYOLA, [s.d]): • Implantação de sistemas de economia e reuso da água; • Redução no uso de papel (impessão); • Uso racional da energia; • Campanhas sócio-educativas para os cola- boradores. 1.4 Sistemática na Preparação de Um Estudo do Meio Ambiente–(Rima) Vivemos, hoje em uma sociedade, cuja econo- mia se tornou dependente da extração e exploração dos recursos naturais. Nosso desafio é fazer com que essa dependênciaocorra de maneira sustentável, através do licenciamento ambiental. O licenciamento ambiental exige a avaliação de impacto ambiental para os empreendimentos e atividades passíveis de licenciamento, de forma a prevenir e/ou minimizar os danos ambientais que aless Highlight 15 venham a agir sobre o equilíbrio ecológico e socio- econômico, comprometendo a qualidade ambiental. As atividades licenciáveis são: • Extração e tratamento de minerais o Pesquisa mineral com guia de utilização; o Lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem beneficiamento; o Lavra subterrânea com ou sem beneficiamento; o Lavra garimpeira; o Perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural. • Indústria de produtos minerais não metálicos o Beneficiamento de minerais não metálicos, não associados à extração; o Fabricação e elaboração de produtos mi- nerais não metálicos tais como: produção de ma- terial cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro, entre outros. • Indústria metalúrgica o Fabricação de aço e de produtos siderúrgicos; o Produção de fundidos de ferro e aço/forja- dos/arames/ relaminados com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; o Metalurgia dos metais não ferrosos, em for- mas primárias e secundárias, inclusive ouro; 16 o Produção de laminados/ligas/artefatos de metais não ferrosos, com ou sem tratamento de su- perfície, inclusive galvanoplastia; o Relaminação de metais não ferrosos, inclu- sive ligas; o Produção de soldas e anodos; o Metalurgia de metais preciosos; o Metalurgia do pó, inclusive peças moldadas; o Fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; o Fabricação de artefatos de ferro/aço e de me- tais não ferrosos, com ou sem tratamento de super- fície, inclusive galvanoplastia; o Têmpera e cementação de aço, recozimento de arames, tratamento de superfície. • Indústria mecânica o Fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios com e sem tratamento térmi- co e/ou de superfície. • Indústria de material elétrico, eletrônico e co- municações o Fabricação de pilhas, baterias e outros acu- muladores; o Fabricação de material elétrico, eletrônico e equipamentos para telecomunicações e infor- mática; 17 o Fabricação de aparelhos elétricos e eletrodo- mésticos. • Indústria de material de transporte o Fabricação e montagem de veículos rodoviá- rios e ferroviários, peças e acessórios; o Fabricação e montagem de aeronaves; o Fabricação e reparo de embarcações e estru- turas flutuantes. • Indústria de madeira o Serraria e desdobramento de madeira; o Preservação de madeira; o Fabricação de chapas, placas de madeira aglo- meradas, prensadas e compensadas; o Fabricação de estruturas de madeira e de móveis. • Indústria de papel e celulose o Fabricação de celulose e pasta mecânica; o Fabricação de papel e papelão; o Fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fibra prensada. • Indústria de borracha o Beneficiamento de borracha natural; o Fabricação de câmara de ar e fabricação e re- condicionamento de pneumáticos; 18 o Fabricação de laminados e fios de borracha; o Fabricação de espuma de borracha e de arte- fatos de espuma de borracha, inclusive látex. • Indústria de couros e peles o Secagem e salga de couros e peles; o Curtimento e outras preparações de cou- ros e peles; o Fabricação de artefatos diversos de couros e peles; o Fabricação de cola animal. • Indústria química o Produção de substâncias e fabricação de pro- dutos químicos; o Fabricação de produtos derivados do proces- samento de petróleo, de rochas betuminosas e da madeira; o Fabricação de combustíveis não derivados de petróleo; o Produção de óleos/gorduras/ceras vegetais- -animais/óleos essenciais vegetais e outros produtos da destilação da madeira; o Fabricação de resinas e de fibras e fios artifi- ciais e sintéticos e de borracha e látex sintéticos; o Fabricação de pólvora/explosivos/detonan- tes/munição para caça-desporto, fósforo de segu- rança e artigos pirotécnicos; 19 o Recuperação e refino de solventes, óleos mi- nerais, vegetais e animais; o Fabricação de concentrados aromáticos natu- rais, artificiais e sintéticos; o Fabricação de preparados para limpeza e polimento, desinfetantes, inseticidas, germicidas e fungicidas; o Fabricação de tintas, esmaltes, lacas, vernizes, impermeabilizantes, solventes e secantes; o Fabricação de fertilizantes e agroquímicos; o Fabricação de produtos farmacêuticos e ve- terinários; o Fabricação de sabões, detergentes e velas; o Fabricação de perfumarias e cosméticos; o Produção de álcool etílico, metanol e similares. • Indústria de produtos de matéria plástica o Fabricação de laminados plásticos; o Fabricação de artefatos de material plástico. • Indústria têxtil, de vestuário, calçados e arte- fatos de tecidos o Beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem animal e sintéticos; o Fabricação e acabamento de fios e tecidos; o Tingimento, estamparia e outros acaba- mentos em peças do vestuário e artigos diversos de tecidos; 20 o Fabricação de calçados e componentes para calçados. • Indústria de produtos alimentares e bebidas o Beneficiamento, moagem, torrefação e fabri- cação de produtos alimentares; o Matadouros, abatedouros, frigoríficos, char- queadas e derivados de origem animal; o Fabricação de conservas; o Preparação de pescados e fabricação de con- servas de pescados; o Preparação, beneficiamento e industrialização de leite e derivado; o Fabricação e refinação de açúcar; o Refino / preparação de óleo e gorduras vegetais; o Produção de manteiga, cacau, gorduras de origem animal para alimentação; o Fabricação de fermentos e leveduras; o Fabricação de rações balanceadas e de ali- mentos preparados para animais; o Fabricação de vinhos e vinagre; o Fabricação de cervejas, chopes e maltes; o Fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como engarrafamento e gaseificação de águas minerais; o Fabricação de bebidas alcoólicas. • Indústria de fumo 21 o Fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas e outras atividades de beneficiamento do fumo. • Indústrias diversas o Usinas de produção de concreto; o Usinas de asfalto; o Serviços de galvanoplastia. • Obras civis o Rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos; o Barragens e diques; o Canais para drenagem; o Retificação de curso de água; o Abertura de barras, embocaduras e canais; o Transposição de bacias hidrográficas; o Outras obras de arte. • Serviços de utilidade o Produção de energia termoelétrica; o Transmissão de energia elétrica; o Estação de tratamento de água; o Interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de esgoto sanitário; o Tratamento e destinação de resíduos indus- triais (líquidos e sólidos); o Tratamento/disposição de resíduos especiais, tais como agroquímicos e as embalagens usadas, ser- viço de saúde, entre outros; 22 o Tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive aqueles provenientes de fossas; o Dragagem e derrocamentos em corpos d’água; o Recuperação de áreas contaminadas ou de- gradadas. • Transporte, terminais e depósitos o Transporte de cargas perigosas; o Transporte por dutos; o Marinas, portos e aeroportos; o Terminais de minério, petróleo e derivados e produtos químicos; o Depósitos de produtos químicos e produtos perigosos. • Turismo o Complexos turísticos e de lazer, inclusive par- ques temáticos e autódromos. • Atividades diversas o Parcelamento do solo; o Distrito e pólo industrial. • Atividades agropecuárias o Projeto agrícola; o Criação de animais; o Projetos de assentamentos e de colonização. 23 • Uso de recursos naturais o Silvicultura; o Exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais; o Atividade de manejo de fauna exótica e cria- douro de fauna silvestre; o Utilização do patrimônio genético natural; o Manejo de recursos aquáticos vivos; o Introdução de espécies exóticas e/ou geneti- camente modificadas; o Uso dadiversidade biológica pela biotecnologia. O Estudo de Impacto Ambiental e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA - ins- tituídos pela Resolução do CONAMA nº 001/86, são as ferramentas de avaliação de impacto ambien- tal, utilizadas nos procedimentos de licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades, poten- cialmente degradantes ao meio ambiente. No en- tanto, a julgar pelo órgão ambiental competente, e quando verificado que o empreendimento ou ativi- dade não é causador de significativa degradação, po- derá ser solicitado um estudo ambiental diverso, de acordo com a tipologia, localidade e características do empreendimento ou atividade a ser licenciada. O estudo de impacto ambiental compreende, em linhas gerais, as atividades técnicas de diagnós- tico ambiental, análise de impactos ambientais, defi- 24 nição de medidas mitigadoras de impactos ambien- tais, elaboração de programa de acompanhamento e monitoramento ambiental de projetos e atividades impactantes ao meio. O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) abrangerá as conclusões do Estudo de Impacto Ambiental (EIA). O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua compreensão. As informações devem ser traduzidas em lingua- gem acessível à população, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de co- municação visual, de modo que se possa, facil- mente, entender as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todos os impactos ambientais de sua implementação. 1.5 Critérios e Técnicas de Avaliação e Controle De Poluentes Antes de falarmos sobre controle de poluentes, devemos saber, primeiro, o que é poluição. Polui- ção pode ser considerada qualquer alteração em um meio, de modo a torná-lo prejudicial aos seres vivos presentes neste ambiente, ou que prejudique um uso previamente definido para ele. Na maioria das vezes, a poluição está associada à degradação da qualidade ambiental que, segundo nossa legislação, pode direta ou indiretamente: aless Highlight 25 a) Prejudicar a saúde, a segurança e o bem estar da população; b) Criar condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) Afetar desfavoravelmente a biota; d) Afetar as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) Lançar matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. Em função do meio no qual vivemos hoje, em que as atividades industriais e exploração dos recur- sos naturais acontecem a cada dia de forma mais intensa, podem ser observadas diversas formas de poluição. Estas, devido aos tipos de resíduos pre- sentes e ao local em que se encontram, podem ser classificadas como: poluição do solo, do ar, da água, acústica, radioativa, térmica, dentre outras, que são lançadas no ambiente. Poluição dos Solos Quando falamos em poluição dos solos, ela pode ser proveniente do lançamento de produtos químicos ou de quaisquer outros resíduos no solo, resultando na poluição dele. Como exemplo, pode- mos citar as aplicações de defensivos agrícolas 26 Figura 2 - Aplicação de defensivo agrícola Os defensivos agrícolas têm a finalidade de combater animais ou plantas (ervas daninhas) noci- vos à plantação. Entretanto, estes produtos podem alcançar o solo, permanecendo ali por muito tem- po, como ocorre com os inseticidas organo-clorados (DDT, Aldrin, Dieldrin, Clordane e Heptacloro). Uma vez atingido o solo, esses produtos químicos estão suscetíveis de serem lixiviados, ou seja, car- regados para as águas superficiais ou subterrâneas, expondo ao risco o homem e outros animais, em função do contato com estes químicos. Outra fonte de poluição ocorre com o lança- mento de esgotos domésticos ou industriais no solo, que, por conta da elevada concentração de micro- organismos patogênicos, pode transmitir doenças, quando em contato com a pele humana. Diante dessas e de muitas outras fontes de con- taminação do solo, como podemos controlá-la? A resposta é: adotando algumas medidas, tais como: 27 Figura 3 - Disposição de lixo no solo (lixão) Fonte: http://coisasdavidadeumadolecente.blogspot.com. br/2012/07/curiosidades-e-assuntos-da-vida-tipos_21.html • Destinação adequada dos resíduos sólidos, evitando a formação de “lixões” (Figura 3); • Execução de obras e melhorias no saneamen- to básico; • Controle na aplicação de defensivos agríco- las, escolhendo produtos menos impactantes ou, até mesmo, optar pela utilização de outros métodos de combate às pragas; Poluição das Águas Tal como o solo, os recursos hídricos, sejam eles superficiais ou subterrâneos, estão sujeitos as mais diversas formas de poluição. As mais recorren- tes ocorrem com lançamento de esgotos domésti- cos ou industriais nos corpos d’água, percolação de 28 esgoto no solo, alcançando as águas subterrâneas, depósitos de lixo ou do lançamento de resíduos lí- quidos diretamente no solo etc. No momento em que estes contaminantes atin- gem os recursos hidricos, podem promover malefí- cios aos seres vivos e ao próprio ambiente aquático, como por exemplo: • Transmissão de doenças, através dos microrga- nismos patogênicos ou por produtos químicos tóxicos; • Redução da quantidade de oxigênio dissolvido na água (OD), em função da intensa atividade das bactérias aeróbicas, no consumo da matéria orgânica (DBO), resultando na morte de organismos aquáti- cos (Figura 4); • Prejuízos ao abastecimento industrial e aos outros usos da água; • Desvalorização de áreas próximas aos locais poluídos; • Eutrofização. Figura 4 - Mortandade dos peixes provocada pela poluição Fonte: http://www.vivaterra.org.br/vivaterra_poluicao_hidrica.htm 29 Sabendo que a água é um recurso vital para os seres vivos, é muito importante que garantamos a sua qualidade. Ta ação pode ser realizada com a exe- cução de sistemas sanitários de coleta e tratamento de esgotos domésticos e industriais, representando a melhor forma de se evitar que esses resíduos che- guem aos recursos hídricos de modo não sanitário. A preservação da mata ciliar deve ser garantida para assegurar a qualidade das águas e a manutenção das nascentes. Esta vegetação influencia diversos fa- tores importantes, tais como: • Escoamento das águas da chuva; • Diminuição do pico dos períodos de cheia; • Estabilidade das margens e barrancos de cur- sos d’água; • Ciclo de nutrientes existentes na água, en- tre outros. Poluição do ar Os lançamentos de alguns gases e pequenas partículas sólidas, na atmosfera, podem alterar a qualidade do ar e, consequentemente, provocar a poluição dele. A Figura 5 ilustra uma condição em que o ar de determinada cidade se emcontra com altos níveis de poluição. 30 Figura 5 - Poluição atmosférica Fonte: http://professormarcianodantas.blogspot.com. br/2011/08/as-conferencias-em-defesa-do-meio.html Além da concentração dos poluentes lançados na atmosfera, algumas condições ambientais podem interferir no processo de poluição do ar. Estas con- dições podem estar relacionadas a: • Tipo e concentração do poluente; • Período de emissão, condições climáticas e topográficas; Quando nos referimos a condições climáti- cas, um aspecto que colabora para o agravamento da poluição é o fenômeno da “inversão térmica” (Figura 6): 31 Figura 6 - Inversão térmica Fonte: ambiente.hsw.uol.com.br Em condições normais, a temperatura da at- mosfera diminui com o aumento da altura, ficando as camadas mais frias de ar sobre as camadas mais quentes. Ocorre um movimento ascendente do ar, a partir da superfície da terra, com o ar mais quente (mais leve) subindo e o ar mais frio (mais pesado) descendo. Este fenômeno contribui para a dispersão do ar, no sentido vertical. Contudo, em alguns locais, podem ocorrer condições meteorológicas anormais, a inversão térmica, ou seja, a temperatura do ar passa a ser maior nas camadas superiores. Quando configurada a inversão térmica, nota- -se que o movimento vertical do ar é prejudicado. Os poluentes lançados na atmosfera concentram-se,então, nas proximidades da superfície da terra, po- tencializando o problema de poluição. 32 Algumas fontes de poluição atmosférica podem ser as fontes industriais, tais como a queima de com- bustíveis fósseis e emissões veiculares. Estas fontes podem liberar elementos no ambiente, tais como: • Material particulado; • Monóxido de carbono; • Óxido de enxofre; • Hidrocarbonetos; • Óxidos de nitrogênio; • Oxidantes fotoquímicos. Quando presentes na atmosfera, estes poluen- tes podem trazer prejuízos à saúde e danos materiais, provocando: • Aumento da incidência de doenças respiratórias; • Redução da visibilidade em função dos mate- riais particulados; • Corrosão de metais e deterioração de alguns materiais; • Danos aos vegetais, causando a descoloração de folhas e flores, queda de folhas, falhas na floração e produção de frutos, má formação e até mesmo a morte de plantas. Diante de todos os malefícios dicutidos, o con- trole da poluição atmosférica se faz necessário para garantir a qualidade de vida das pessoas. Este objeti- vo pode ser alcançado ao se realizar um melhor pla- 33 nejamento quanto ao local de instalação de grandes indústrias, evitando que estas estejam próximas às àreas de residências. As indústrias também devem se preocupar com efluentes gasosos liberados. A instalação de filtros ajuda na redução de poluentes, que serão limera- dos. Como exemplo podemos mencionar o “filtro manga” (Figura 7). Os filtros mangas são bastante utilizados para controle da emissão de material par- ticulado, constituindo a opção preferencial em rela- ção a outros tipos de equipamentos devido à relação custo-benefício. Figura 7 - Filtros manga Fonte: dispav.com.br O controle da emissão de gases dos veículos automotores, utilizando novas tecnologias, também garantirá reduções nos poluentes atmosféricos. To- davia, junto a esta medida, devem ser realizadas me- 34 lhorias no sistema de transporte público, visando à redução do uso de veículos particulares, muitas ve- zes utilizados com apenas uma pessoa por veículo. Poluição acústica A grande maioria das atividades em nosso co- tidiano é responsável pela emissão sonora em alta intensidade, provocando alterações ambientais. As principais fontes de poluição acústica são: os meios de transportes terrestres e aéreo, obras civis, ativida- des industriais etc. O impacto desta forma de poluição propicia perda gradativa da audição, aumento da irritabili- dade, exaustão física, distúrbios psíquicos, pertur- bações do sistema nervoso central e perturbações cardíacas e circulatórias. Além disso, o ruído pode causar rachaduras em estruturas. Entre as medidas mitigadoras da poluição acús- tica, destacam-se: • Controle da emissão de ruídos: limitação dos níveis de emissão; aperfeiçoamento de equipamen- tos e processos industriais; regulagem das descargas dos veículos; disciplinamento dos horários de fun- cionamento de equipamentos barulhentos; • Controle da propagação de ruídos: constru- ção de paredes, pisos e tetos com materiais isolantes; • Adequação do uso e ocupação do solo, de 35 modo que as áreas residenciais fiquem distantes de atividades emissoras de ruídos intensos. 1.6 Resumo Caros alunos, neste capítulo, aprendemos sobre os aspectos legais e institucionais inerentes às ques- tões ambientais, em nosso país, além de conhecer quais são os órgãos regulamentadores e a função exercida por cada um deles. Em seguida, conceitua- mos o que é meio ambiente e constatamos a impor- tância de sua preservação, por meio dos programas de preservação ambiental. Estudamos, ainda, sobre como proceder na ela- boração de um estudo do meio ambiente, levando em consideração as diferentes formas de poluição e suas respectivas técnicas de avaliação e controle. 36 Exercícios 1. O que é SISNAMA e qual a sua função? 2. De acordo com a resolução CONAMA 306/2002, qual a definição de meio ambiente? 3. Qual o objetivo da Política Nacional do Meio Ambiente? 4. Qual a função do EIA/RIMA? 5. Descreva o fenômeno da “inversão térmica”: 37 Capítulo 2 Saneamento Ambiental Antes de iniciarmos o capitulo, vejamos quais as atividades que englobam o saneamento ambiental (Tabela 1): Tabela 1 - Subgrupos constituintes das ativida- des de saneamento Água Estações de tratamento de água. Sistema de Abastecimento. Sistema de captação. Esgoto Interceptores, emissários. Rede coletora. Estação elevatória. Estação de tratamento de esgoto. Resíduos sólidos e líquidos industriais e de fossas Tratamento e destinação de resí- duos industriais (líquidos e sóli- dos). Tratamento/disposição de resídu- os especiais, tais como: agroquí- micos e as embalagens usadas e serviço de saúde, entre outros. Tratamento e destinação de resí- duos sólidos urbanos, inclusive aqueles provenientes de fossas. As atividades listadas na Erro! Fonte de re- ferência não encontrada. contribuem, significati- vamente, para a melhoria da qualidade ambiental. No entanto, a construção e implementação des- Fonte: http://www.mma.gov.br 38 tas obras exercem um impacto sobre o meio am- biente, exigindo a necessidade de prévio licencia- mento ambiental. Estas obras podem ocasionar impactos ambientais nos cursos d’ água, devido à remoção de cobertura vegetal na área de capta- ção, nos mananciais, e inundação de ecossistemas para o reservatório de acumulação. Na fase de operação, os impactos ambientais negativos es- tão associados à ocorrência de desequilíbrio entre disponibilidade e usos da água pela alteração do balanço hidrológico, vazamentos e infiltrações na rede, comprometendo a qualidade da água e pro- piciando riscos para a saúde pública etc. 2.1 A Preservação do Meio Ambiente e a Qualidade do Ar O ar que respiramos é essencial para a nossa so- brevivência. Dependemos dele para que os gases ne- cessários ao correto funcionamento de nosso orga- nismo cheguem até nós. Desta forma, é fundamental garantir a sua qualidade. Os processos industriais e de geração de ener- gia, os veículos automotores e as queimadas são, dentre as atividades antrópicas, as maiores causas da introdução de substâncias poluentes na atmosfera, muitas delas tóxicas à saúde humana e responsáveis por danos à flora e aos materiais. 39 Frequentemente, os efeitos da má qualidade do ar não são tão visíveis, comparados a outros fatores mais fáceis de serem identificados. Contudo, os estu- dos epidemiológicos têm demonstrado correlações entre a exposição aos poluentes atmosféricos e os efeitos de morbidade e mortalidade, causadas por problemas respiratórios (asma, bronquite, enfisema pulmonar e câncer de pulmão) e cardiovasculares, mesmo quando as concentrações dos poluentes na atmosfera não ultrapassam os padrões de qualidade do ar vigentes. As populações mais vulneráveis são as crianças, os idosos e as pessoas que já apresentam doenças respiratórias. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,3 milhão de mortes no mundo são causadas pela poluição urbana. Para termos uma ideia da dimensão do problema: so- mente na região metropolitana de São Paulo, a po- luição é responsável pela morte de 4 mil pessoas, todos os anos, além de reduzir a expectativa de vida em cerca de um ano e meio. De acordo com estudos realizados, estima-se um aumento de oito meses na expectativa de vida, a cada 10 microgra- mas de poluição retirados do ar. Entretanto, a poluição atmosférica não traz prejuízos apenas à saúde e à qualidade de vida das pessoas, ela também acarreta maiores gastos ao Es- tado, decorrentes do aumento do número de aten- 40 dimentos e internações hospitalares, além do uso de medicamentos. Estes custos poderiam ser evitados com a melhoria da qualidade do ar dos centros ur- banos. A poluição do ar pode também afetar a qua- lidade dos materiais (corrosão), do solo e das águas (chuvas ácidas), além de afetar a visibilidade. A gestão da qualidade do ar objetiva garantir que o desenvolvimento socioeconômico ocorrade forma sustentável e ambientalmente seguro. Para tanto, são necessárias ações de prevenção, combate e redução das emissões de poluentes e dos efeitos da degradação do ambiente atmosférico. 2.2 A Preservação do Meio Ambiente e a Qualidade Da Água Além do ar, outro recurso vital aos seres vi- vos é a água. Todavia, apesar de se falar muito sobre as consequências do mau uso deste recur- so, as pessoas continuam poluindo os recursos hídricos, esquecendo o quanto a água é essencial à permanência da vida no Planeta. Outro ponto importante a ser considerado é o fato de que, apesar de cerca de 70% da superfície do Planeta ser constituída por água, apenas 3% são de água doce e, desse total, 98% estão na condição de água subterrânea. Deste modo, a quantidade oferta- da para consumo é muito pequena. 41 É importante identificar quais são as princi- pais fontes de poluição existentes, a fim de que possamos evitar a poluição deste recurso. A clas- sificação da poluição depende de sua origem ou causa e também das consequências geradas. Ob- servemos esta classificação: • Poluição microbiológica: possui micro-organis- mos patogênicos, tais como bactérias, vírus, vermes e protozoários originados principalmente de esgotos domésticos e industriais. Eles podem ser lançados diretamente na água ou podem infiltrar-se nos solos, atingindo águas de poços ou de nascentes. Estes or- ganismos são os responsáveis por doenças que po- dem ser transmitidas tanto aos humanos, quanto aos animais, tais como febre tifoide, cólera, leptospirose, hepatites, esquistossomose, amebíase e giardíase. • Poluição térmica: lançamento de grandes quantidades de águas aquecidas, que foram utiliza- das, por exemplo, em indústrias para aquecer cal- deiras, em processos de refrigeração de refinarias, siderurgias e usinas termoelétricas. A água quente promove a diminuição da solubilidade do gás oxi- gênio na água, provocando a morte de muitos ani- mais aquáticos, além de acelerar reações de outros poluentes presentes na água. • Poluição química: presença de produtos quí- micos nocivos e indesejáveis. Dentre os principais, aless Highlight aless Highlight aless Highlight aless Highlight aless Highlight 42 podemos citar os fertilizantes agrícolas, herbicidas, inseticidas, tintas, detergentes, solventes, fármacos etc. Há ainda os casos de vazamentos de óleo e o descarte de compostos inorgânicos e minerais, como os metais pesados, extremamente nocivos à saúde. • Poluição sedimentar: presença de partículas em suspensão, originadas do solo ou de produtos insolúveis inorgânicos e orgânicos. O problema com estas partículas ocorre porque elas impedem a entra- da de luminosidade nos corpos d’água, dificultando a realização da fotossíntese pelas algas e a visualiza- ção da comida pelos animais aquáticos. • Poluição radioativa: presença de resíduos ra- dioativos que, uma vez lançados no ar ou no solo por experiências nucleares, lixos atômicos gerados em usinas nucleares e em hospitais, acabam por atin- gir os recursos hídricos. Como pudemos observar nos itens elencados anteriormente, a poluição das águas pode ser deriva- da de componentes que provêm do próprio ambien- te natural ou foram introduzidos a partir de ativida- des humanas. Entretanto, como determinar se há ou não contaminação? Para tanto, é necessário que haja a caracterização da água, em que se determinam seus parâmetros físicos, químicos e biológicos. Estes pa- râmetros são indicadores da qualidade da água e são considerados impurezas quando alcançam valores aless Highlight aless Highlight 43 superiores aos estabelecidos para determinado uso. Os principais indicadores de qualidade da água são (Tabela 2, Tabela 3 e Tabela 4): Temperatura Influi em algumas propriedades da água (densidade, viscosidade, oxigênio dissolvi- do), com reflexos diretos sobre a vida aquá- tica. A temperatura pode variar em função de fontes naturais (energia solar) e fontes antropogênicas (despejos industriais e águas de resfriamento de máquinas). Sabor e odor Derivam de eventos naturais (algas; vege- tação em decomposição; bactérias; fungos; compostos orgânicos e/ou artificiais (esgo- tos domésticos e industriais). Cor Provenientes de substâncias em solução; pode ser causada pelo ferro ou manganês, pela decomposição da matéria orgânica da água (principalmente vegetais), pelas algas ou pela introdução de esgotos industriais e domésticos. Padrão de potabilidade: cor inferior a 5 unidades. Turbidez Presença de matéria em suspensão na água, como argila, silte, substâncias orgânicas finamente divididas, organismos micros- cópicos e outras partículas. O padrão de potabilidade: turbidez inferior a 1 unidade. Sólidos em suspensão Resíduo que permanece em um filtro de asbesto, após filtragem da amostra. Podem ser divididos em: sólidos sedimentáveis e sólidos não sedimentáveis. Sólidos dis- solvidos Material que passa através do filtro. Repre- sentam a matéria em solução ou em estado coloidal presente na amostra de efluente. Condutivida- de Elétrica Capacidade da água em conduzir corrente elétrica. Está relacionada à presença de íons dissolvidos na água. Tabela 2 - Parâmetros Físicos Fonte: http://www.ufv.br/dea/lqa/qualidade.htm 44 pH Balanço entre íons H+ e OH. Varia de 7 a 14, indicando se é uma água é ácida (pH inferior a 7), neutra (pH igual a 7) ou alcalina (pH maior do que 7), em função de sua origem e características naturais. No entanto, pode ser alterado pela intro- dução de resíduos. É recomendável pH próximo de neutro. Alcalinidade Causada por sais alcalinos, principalmen- te sódio e cálcio. Ela mede a capacidade da água em neutralizar os ácidos. Dureza Resultante da presença, principalmente, de sais alcalinos terrosos (cálcio e magné- sio) ou de outros metais bivalentes. Cloretos Geralmente, provêm da dissolução de minerais ou da intrusão de águas do mar; podem, também, advir dos esgotos domésticos ou industriais. Ferro e man- ganês Podem originar-se da dissolução de com- postos do solo ou de despejos industriais. São responsáveis por conferir uma co- loração avermelhada à água, no caso do ferro, ou marrom, no caso do manganês, dando sabor metálico à água. Nitrogênio Indispensável ao crescimento de algas, porém, em excesso (esgotos domésticos e industriais, fertilizantes, excrementos de animais), pode ocasionar um desen- volvimento exagerado desses organismos (eutrofização). Fósforo Essencial para o crescimento de algas, porém em excesso (dissolução de com- postos do solo; decomposição da matéria orgânica, esgotos domésticos e indus- triais; fertilizantes; detergentes; excre- mentos de animais) causa a eutrofização. 45 Fluoretos Quando em concentrações adequadas têm ação de prevenção da cárie dentária. Se elevadas, podem provocar alterações da estrutura óssea. Oxigênio Dissolvido (OD) Essencial aos organismos aeróbios. Sua concentração depende da altitude e da temperatura. Matéria Or- gânica Necessária à nutrição dos seres heterótro- fos e aos autótrofos, como fonte de sais nutrientes e gás carbônico. Quando em grandes quantidades pode causar alguns impactos, como: cor, odor, turbidez, consumo do oxigênio dissolvido, pelos organismos decompositores. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) Quantidade de oxigênio necessária à oxidação da matéria orgânica por ação de bactérias aeróbias. Representa, portanto, a quantidade de oxigênio que seria neces- sário fornecer às bactérias aeróbias, para consumirem a matéria orgânica presente em um líquido (água ou esgoto). Demanda Química de Oxigênio (DQO) Quantidade de oxigênio necessária à oxidação da matéria orgânica, através de um agente químico. A DQO também é determinada em laboratório, em prazo muito menor do que o teste da DBO. Para o mesmo líquido, a DQO é sempre maior que a DBO. Componen- tes Inorgâni- cos Alguns componentes inorgânicos da água são tóxicos aohomem: arsênio, cádmio, cromo, chumbo, mercúrio, prata, cobre e zinco. Podem ser incorporados à água por meio de despejos industriais ou a partir das atividades agrícolas, de garimpo e de mineração. 46 Componen- tes orgânicos Alguns componentes orgânicos da água são resistentes à degradação biológica, acumulando-se na cadeia alimentar. Tabela 3 - Parâmetros Químicos Fonte: http://www.ufv.br/dea/lqa/qualidade.htm Tabela 4 - Parâmetros Biológicos Fonte: http://www.ufv.br/dea/lqa/qualidade.htm Coliformes Indicadores de presença de microrganismos patogênicos na água. Os coliformes do tipo fecais existem em grande quantidade nas fe- zes humanas e, quando encontrados na água, pode ser um indício de que a mesma recebeu esgotos domésticos. Algas São responsáveis pela produção de grande parte do oxigênio dissolvido do meio. Quan- do em excesso, trazem inconvenientes como: sabor e odor; toxidez, turbidez e cor; forma- ção de massas de matéria orgânica que, ao serem decompostas, provocam a redução do oxigênio dissolvido; corrosão; interferência nos processos de tratamento da água: aspecto estético desagradável. A Resolução do CONAMA no 357, de 17 de março de 2005, dentre outras legislações, dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes. Os teores máximos de impurezas permitidos na água são estabelecidos em função dos seus usos. Esses teores constituem os padrões de qualidade, os quais são fixados por entidades públicas, com o objetivo de garantir que a água, a ser utilizada para 47 um determinado fim, não contenha impurezas que prejudiquem este uso. Os padrões de qualidade da água variam para cada tipo de uso. Assim, os padrões de potabilida- de (água destinada ao abastecimento humano) são diferentes dos de balneabilidade (água para fins de recreação de contato primário), os quais, por sua vez, não são iguais aos estabelecidos para a água de irrigação ou destinada ao uso industrial. Mesmo en- tre as indústrias, existem requisitos variáveis de qua- lidade, dependendo do tipo de processamento e dos produtos das mesmas. Uma forma de definir a qualidade das águas dos mananciais é enquadrá-los em classes, em função dos usos propostos para estes mananciais, estabele- cendo critérios ou condições a serem atendidos. 2.3 A Preservação do Meio Ambiente e a Preservação do Solo A vida dos seres vivos está condicionada a di- versos recursos que a natureza nos oferece, muitos deles advindos do solo, como por exemplo, os ali- mentos. Entretanto, para que o solo consiga atender à demanda de alimento, ele deverá ser fértil, garan- tindo o cultivo de alimentos. Segundo Corrêa (s.d.), o homem, ao retirar a camada vegetal que cobre a terra para, em seu lugar, 48 realizar a exploração, está expondo o solo à ação di- reta dos agentes intempéricos, como a água da chuva e/ou vento. A ação destes agentes pode ocasionar erosão, provocando o desgaste do solo e causando a perda de nutrientes necessários às culturas. Com as chuvas, ocorre o processo de lixiviação das partí- culas que constituem o solo. Estas partículas se de- positam nos leitos dos rios e de reservatórios, propi- ciando eventos de inundações e, consequentemente, provocando danos ambientais (Figura 8): Figura 8 - Lixiviação e deposição das partículas do solo Fonte: www.oocities.org Desta forma, a prática de atividades conserva- cionistas é indispensável à manutenção das caracte- rísticas produtivas do solo, por meio de ações que objetivem eliminar a ação da água da chuva e do ven- to sobre os terrenos. 49 2.4 Serviços Básicos de Saneamento em Caso de Emergência Os impactos vivenciados em decorrência das mudanças climáticas apresentam-se como uma das principais questões a serem enfrentadas na atualidade. Tal cenário tem conduzido as populações do mundo inteiro a uma posição de maior vulnerabilidade, ante a essas ocorrências. Um exemplo destes eventos foi o caso de Fukushima no Japão (Figura 9); Figura 9 - Evento ocorrido em Fukushima Fonte: www.globalresearch.ca Conforme apresentado na Figura 10, abaixo, o Brasil também está sofrendo com o aumento dos nú- meros de desastres naturais, ocasionados por inunda- ções brusca e gradual. Tal fato reforça a necessidade de preparação para o enfrentamento dos impactos negativos provenientes desses eventos. 50 Figura 10 - Ocorrência anual de inundações brusca e gradual Fonte: Adaptado de Atlas Brasileiro de Desastres Naturais 1991 - 2010, CEPED 2012. De acordo com seu padrão evolutivo, as inun- dações (Brasil, 2012) podem ser classificadas em: a) Enchentes ou inundações graduais - elevação gradual do nível de água de um rio, acima de sua vazão normal; b) Enxurradas ou inundações bruscas - volu- me de água que escoa na superfície do terreno, com grande velocidade, resultante de fortes chuvas. As inundações, em grande parte das vezes, apresenta um elevado potencial destrutivo, provo- cando, inclusive, danos aos sistemas de saneamento. Estes danos (OPAS, 2004) podem se apresentar da seguinte forma: a) Destruição total ou parcial de sistemas de captação localizados nos mananciais; 51 b) Danos em estações de bombeamento; c) Carreamento de sedimentos; d) Perdas na captação; e) Ruptura de tubulações expostas ou não; f) Contaminação da água; g) Interrupção no fornecimento de energia elé- trica, necessária ao funcionamento dos sistemas; h) Entrada de água marinha nos aquíferos con- tinentais, implicando em diminuição de água subter- rânea e/ou sua contaminação. Todos estes efeitos negativos nos sistemas de abastecimento de água e serviços de saneamento implicam em problemas de interrupção destes ser- viços. A Organização Panamericana de Saúde (1982) estabeleceu algumas ações de atuação, nestas situa- ções, divididas em fases: I. Medidas adotadas preventivamente ao de- sastre, com objetivo de manter um adequado esta- do de preparação, desenvolvendo um planejamento que foque locais que apresentem histórico de risco e ocorrência de desastre natural; II. Atividades de resposta em emergências, no momento em que acontece o impacto, se estenden- do por um período de, aproximadamente, sete dias, considerando as seguintes subfases: a. Medidas imediatas e emergenciais nos pri- meiros três dias que se seguem ao desastre; 52 b. Medidas reparadoras, a partir do quarto dia; III. Ações de reconstrução e reparação, consi- derando as seguintes subfases: a. Medidas a curto prazo para restabelecer con- dições básicas de funcionamento; b. Medidas de reconstrução a longo prazo, ou seja, intervenções programadas que requeiram mais tempo para restabelecer condições existentes, ante- riores ao desastre. 2.5 Destinação de Resíduos Industriais De modo a evitar prejuízos ao meio ambien- te, as indústrias não podem descartar seus efluentes, sem que eles sejam submetidos a prévio tratamento. A forma com que devem ser tratados estes re- síduos é definida pela Associação Brasileira de Nor- mas Técnicas (ABNT). Segundo a ABNT, resíduos sólidos industriais são aqueles resultantes deste setor de atividade, incluindo lodos e determinados líqui- dos, cujas características tornem inviável seu lança- mento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou que exijam para isso soluções técnicas e econo- micamente inviáveis. Podemos classificar os resíduos em três classes: • Perigosos; • Não inertes; • Inertes. 53 É importante destacar que os dois primeiros itens, apontados acima, podem ser tóxicos e/ou contaminantes, exigindo atenção especial. No que se refere ao tratamento de resíduos in- dustriais, o objetivo é a transformação dos resíduos em inertes ou a sua reutilização. Dentre os principais métodos para amenizar os efeitos desses resíduos, temos o processo de incineração, os aterros indus- triais e a reciclagem. A incineração (Figura 11) consiste no proces- so de queima controlada, na presença de oxigênio, no qual os materiais à base de carbono são transfor- mados em gases, materiaisinertes e calor. A grande vantagem da incineração é a redução de cerca de 60 a 90%, em volume e peso, dos resíduos sólidos. Figura 11 - Incinerador industrial Fonte: www.cimm.com.br 54 No caso dos aterros industriais, eles são utili- zados para a disposição controlada de resíduos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e minimizando os impactos ambientais (Figura 12): Figura 12 - Aterro industrial Fonte: www.tecnoplas.com.br Nesta forma de disposição, os resíduos ficam confinados e são cobertos por uma camada de ma- terial inerte. A maneira como os resíduos são distri- buídos, nestes aterros, dependerá do grau de peri- culosidade dele. Os aterros podem ser divididos, de acordo com as seguintes classes: • Classe I: podem receber resíduos industriais perigosos; • Classe II: resíduos não inertes; • Classe III: somente resíduos inertes. 55 Figura 13 - Cores padronizadas para descarte de resíduos Fonte: http://www.cimm.com.br/portal/noticia/exibir_ noticia/6788-o-destino-certo-dos-residuos-industriais A escolha da área para a construção de um ater- ro de resíduos sólidos industriais perigosos deverá considerar alguns itens importantes para o projeto. O local deverá ser de preferência, naturalmente im- permeável, possuir baixo grau de saturação, e relati- va profundidade do lençol freático e o subsolo deve ser constituído de material argiloso. Além destes re- quisitos, o local precisa estar de acordo com as dis- tâncias mínimas, preconizadas em norma, de corpos d’água, núcleos urbanos, rodovias e ferrovias. Por fim, outra forma bastante importante de destinação dos resíduos industriais é a reciclagem. Com a reciclagem, aquilo que a princípio era consi- derado resíduo passa a ser matéria-prima, gerando economias no processo industrial. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CO- NAMA) define as cores que serão utilizadas nos recipientes de materiais recicláveis, para que exista uma padronização, de modo a facilitar a reciclagem (CIMM, 2010). As cores padronizadas são (Figura 13): 56 Além dos métodos mencionados, existem ou- tros meios de tratamento de resíduo. Alguns deles são listados a seguir (CIMM, 2010): • Neutralização: para resíduos com característi- cas ácidas ou alcalinas; • Secagem: é a mistura de resíduos com alto teor de umidade com outros resíduos secos ou com materiais inertes, como serragem; • Encapsulamento: consiste em revestir os resí- duos com uma camada de resina sintética imperme- ável e de baixíssimo índice de lixiviação; • Incorporação: os resíduos são agregados à massa de concreto ou de cerâmica, em uma quan- tidade tal que não prejudique o meio ambiente, ou ainda que possam ser acrescentados a materiais combustíveis, sem gerar gases prejudiciais ao meio ambiente, após a queima. 2.6 Resumo Caros alunos, neste capítulo, nós abordamos como as alterações nas propriedades (químicas, físicas e/ou biológicas), em diferentes recursos do meio ambiente, interferem na preservação da qualidade ambiental. Outro assunto enfocado foi a questão da situação dos serviços básicos de saneamento em casos de emergência, como no caso de inunda- ções, por exemplo. 57 Por fim, aprendemos sobre algumas formas de disposição dos resíduos industriais, sem que haja prejuízo ao meio ambiente. 58 EXERCÍCIOS 1. Além dos danos à saúde, quais outros malefí- cios a poluição atmosférica pode trazer? 2. Quais os tipos de poluição da água? 3. Quais as consequências da não existência de práticas conservacionistas para o solo? 4 Quais os danos provocados pelas inundações ao sistema de saneamento? 5. Quais são os principais métodos para ameni- zar os efeitos dos resíduos industriais? 59 Capítulo 3 SANEAMENTO RURAL A Fundação Nacional de Saúde – FUNASA - é o órgão do Governo Federal, vinculado ao Minis- tério da Saúde, responsável por implementar ações sanitárias em áreas rurais de todos os municípios do território nacional, inclusive no atendimento às po- pulações remanescentes de quilombos, assentamen- tos rurais e populações ribeirinhas. Segundo Censo Demográfico, realizado em 2010, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta- tística – IBGE, no Brasil, há cerca de 29,9 milhões de pessoas residentes em áreas rurais, contabilizando um total de aproximadamente 8,1 milhões de domicílios. Na Figura, a seguir, é ilustrada a distribuição da população rural por estado (Figura 14): Figura 14 - População nos Censos Demográficos, segundo as Grandes Regiões, as Unidades da Federação e a situação do domicílio – 2010. Fonte: http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index. php?dados=8 60 De acordo com a Figura 14, nota-se que a po- pulação rural concentra-se principalmente entre o Norte e o Centro Oeste do país. Segundo dados da FUNASA, os serviços de saneamento prestados a esta parcela da população apresentam elevado déficit de cobertura. De acor- do com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD/2012 – totalizam apenas 33,2% os domicílios, nas áreas rurais, que estão li- gados às redes de abastecimento de água. Nos res- tantes 66,8%, a população capta água de chafarizes e poços protegidos ou não, diretamente de cursos de água, sem que haja nenhum tratamento prévio. Ao analisarmos os dados de esgotamento sani- tário, a situação é ainda pior. Apenas 5,2% dos do- micílios estão ligados à rede de coleta de esgotos e 28,3% fazem uso da fossa séptica, como forma de tratamento dos dejetos. Os 66,5% restantes deposi- tam os dejetos de maneira apropriada (PNAD/2012). Diante deste cenário, nos deparamos com con- dições propícias para o surgimento de doenças de transmissão hídrica, parasitoses intestinais e diar- reias, responsáveis pela elevação da taxa de mortali- dade infantil no Brasil. Deste modo, as ações de saneamento em áre- as rurais visam reverter estes índices, incentivando a inclusão social dos grupos sociais minoritários, por meio da implantação aliada com outras políticas pú- 61 blicas setoriais, como por exemplo: saúde, habitação, igualdade racial e meio ambiente. É importante frisar que o meio rural não é homo- gêneo, é constituído de vários tipos de comunidades e cada uma com suas especificidades, exigindo medidas distintas de intervenção em saneamento básico. 3.1 Aspecto Socioeconômico do Trabalho Rural De acordo com o Plano Brasil sem Miséria, ins- tituído pelo Decreto nº 7.492/2011, e com base no Censo/2010, observa-se que da população total que se encontra na faixa de extrema pobreza no Brasil (16,2 milhões de habitantes), aproximadamente me- tade localiza-se na área rural, ou seja, 25% do total da população rural do Brasil. A faixa de extrema pobreza foi definida em R$ 70,00 per capita, considerando o rendimento nomi- nal mensal domiciliar. Assim, qualquer pessoa com rendimento menor ou igual a esse valor é considera- da extremamente pobre (Figura 15): Figura 15 - Família vivendo na extrema pobreza Fonte: http://agrande- jogada.futblog.com. br/148623/O-Brasil- tem-16-2-milhoes-na- pobreza-extrema/ 62 3.2 Acidentes De Trabalho Rural Conforme a Organização Internacional do Tra- balho - OIT, a agricultura está entre as atividades laborais que mais provocam mortes entre os traba- lhadores. Por conta deste cenário, foi criada no ano de 2005 a Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicul- tura, Exploração Florestal e Aquicultura - NR31, do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. A Figura 16 ilustra um dos inúmeros tipos de acidentes possíveis no ambiente rural: Figura 16 - Exemplo de acidente rural Fonte: www.edcentaurus.com.br Acidente de trabalho rural, conforme o Regu- lamento do Seguro de Acidentes do Trabalho Rural, é definido como: 63 “acidente do Trabalho Rural, a serviço de empregador, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença, e que cause a morte ou a perda ou a redução permanente ou temporária da capacidade para o traba- lho e que, embora não tenha sido causaúnica, contribua diretamente para a morte ou perda ou redução da ca- pacidade para o trabalho, equiparando-se ao acidente a doença profissional inerente à atividade rural e definida em portaria ministerial”. O número de acidentes que ocorrem na agri- cultura, apesar de ser alto, está muito longe de refle- tir a realidade, visto que os dados oficiais referem-se apenas aos trabalhadores formais, contrapondo-se à realidade dos muitos trabalhadores que não pos- suem registro e, por isso, estão desassistidos pelos órgãos de assistência social e saúde públicos. Estes acidentes, além de representar um custo ele- vado ao empregador (tratamento médico, indenizações, perdas de produção, danos às máquinas etc.), trazem graves problemas ao funcionário e a seus familiares. 3.3 Segurança Ocupacional Rural Na ocorrência de acidente de trabalho rural, deve-se considerar que os princípios fundamentais de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, tal 64 como a sua aplicação, são os mesmos dos demais tipos de exploração econômica. Em função da natureza das atividades rurais, os trabalhadores, dificilmente, são supervisionados de forma mais incisiva, dificultando o estabelecimento e o controle de medidas prevencionistas de seguran- ça ocupacional. Desta maneira, torna-se importante despender esforços em educação e treinamento, a fim de alertar os trabalhadores sobre os riscos ine- rentes a sua atividade. Dentre as atividades executadas por estes trabalhadores, podemos citar: limpeza e prepa- ro do solo para o plantio, operações de manejo da cultura, colheita, transporte e armazenamen- to, tratamentos de sementes e partes vegetati- vas, abertura de canais de irrigação e drenagem, criação de animais, construção e manutenção de estradas, cercas, estábulos, paiol etc., controle de doenças e pragas, aplicação de corretivos e adu- bos (TEIXEIRA, [s.d.]). Para que os trabalhadores possam executar cor- retamente suas atividades, eles utilizam ferramentas manuais, máquinas, veículos, produtos químicos, substâncias inflamáveis etc. Quando não manejadas corretamente, estas ferramentas podem causar aci- dentes graves e comprometer, seriamente, a saúde do trabalhador. Alguns fatores podem causar, tais como (TEI- 65 XEIRA, [s.d.]): • Condições Inseguras: defeitos, irregularidades técnicas, falta de dispositivos de segurança e as con- dições do meio em que o trabalho é realizado, com riscos para a vida e a saúde do trabalhador e para as condições operacionais dos equipamentos em uso. • Ato Inseguro: comportamento inseguro ou o excesso de confiança na forma com que o trabalha- dor se expõe ao executar uma determinada tarefa. 3.4 Principais Fontes de Risco no Trabalho Rural Tratores agrícolas, máquinas e implementos agrícolas Tratores agrícolas, máquinas e implementos agrícolas são instrumentos de trabalho muito impor- tante para os trabalhadores rurais. Entretanto, são fonte de muitos acidentes, alguns dos quais levando o trabalhador a óbito. O uso indevido destes equipamentos pode ocasionar riscos de acidentes de três naturezas (MONTALVO, [s.d.]): • Ambiente - terreno onde opera; • Agente - equipamento em si; • Homem - imperícia ou desconhecimento do operador. 66 Segundo Montalvo (s.d), a maioria dos aciden- tes ocorre em função do erro humano. Os principais fatores são: • Falta de atenção; • Fadiga; • Preocupação; • Falta de treinamento; • Incompatibilidade homem-máquina; • Outros. O erro humano e sua influência nos acidentes estão atrelados às limitações humanas, que podem ser: a) Físicas; b) Fisiológicas; c) Psicológicas. As características físicas podem ser comparadas às especificações de projeto de uma máquina (tama- nho, peso, potência, voltagem etc.). Uma vez que o trabalhador reconheça suas limitações físicas e traba- lhe de acordo com estas, a probabilidade de ocorrer um acidente será menor. Com relação aos fatores fisiológicos, nosso or- ganismo possui algumas limitações, tais como: tono muscular e força, eficiência metabólica (quanto de alimento é utilizado para o organismo funcionar), resistência a certas doenças, horas de sono e de des- canso exigidas pelo corpo. Estes fatores são analo- 67 gamente similares ao desempenho de uma máquina (quanto de combustível ela consome, a temperatura de operação, as ligações do sistema elétrico etc.) e podem ser afetados por: • Fadiga; • Drogas, álcool e fumo; • Produtos químicos (agrotóxicos); • Doenças; • Condições ambientais: temperatura, umidade, vibração, ruído, poeira, etc. Por fim, no que se referem aos fatores psico- lógicos, estes atuam diretamente sobre a segurança e o desempenho pessoal do trabalhador. Diferentes dos outros fatores, anteriormente elencados, neste as pessoas não são como máquinas, uma vez que são detentoras de emoções e sentimentos que as máqui- nas não possuem. Os problemas psicológicos podem ser resultan- tes de algumas causas, como por exemplo: • Conflitos pessoais; • Tragédia pessoal; • Problemas interpessoais; • Problemas profissionais; • Dificuldades financeiras; • Insegurança (ou introversão). 68 Ferramentas manuais Outra fonte corriqueira de acidentes são as fer- ramentas manuais (Figura 17): Figura 17 - Exemplos de ferramentas manuais Fonte: www.ehow.com.br Figura 18 - Corte manual da cana-de-açúcar Fonte: acpessoal.blogspot.com Em atividades como, por exemplo, o corte ma- nual da cana-de-açúcar (Figura 18), o trabalhador fica suscetível a uma variedade de riscos de acidentes (cortes nas mãos, pernas e pés, provenientes da utili- zação do facão, foice ou podão), além de lombalgias, dores musculares, lesões oculares, irritação da pele, quedas e ferimentos (COUTO, 2004). 69 Figura 19 - Incêndio Florestal Fonte: www.teckler.com Deste modo, a fim de prevenir acidentes com essas ferramentas, podem-se adotar algumas ações: • Depois do uso, arrumar cuidadosamente as ferramentas em local apropriado; • Conferir a condição das ferramentas, antes do início do trabalho; • Transportar as ferramentas em utensílios apropriados, nunca conduzir ferramentas afiadas ou pontiagudas no bolso; • Usar equipamento de proteção individual (EPI) tais como óculos de segurança, máscaras, lu- vas etc.; • Atenção ao realizar a tarefa. Incêndio florestais Incêndio Florestal é todo fogo sem controle nas áreas florestadas. Eles são causa de grandes pre- juízos ao meio ambiente e ao homem. 70 Considerando a importância da temática, em 1989, foi criado pelo IBAMA o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais – PREVFOGO. Este órgão tem atuado na promoção, apoio, coordenação e execução de atividades educa- tivas, pesquisa, monitoramento, controle de queima- das, prevenção e combate aos incêndios florestais, em todo território nacional. Dentre as causas originadoras destes incêndios, podemos destacar: estiagem, baixa umidade relativa do ar, ventos, uso do fogo na agricultura e pecuária, ignorância, impunidade, falta de consciência ecoló- gica e carência absoluta de meios para combater o fogo em florestas no Brasil. Os incêndios nas florestas, devido a grande proporção, são difíceis de combater, reforçando a necessidade da prevenção para que focos de incên- dio não se iniciem. Depósito de matéria Os silos e os armazéns são locais destinados ao armazenamento da produção agrícola e, segun- do Montalvo (s.d), eles exercem influência direta na qualidade e preço dos produtos. No entanto, por suas características físicas, eles podem servir de cau- sa para graves acidentes do trabalho. Por se tratar de locais fechados, enclausurados e perigosos, são co- 71 nhecidos como espaços confinados, regulamentados pela NR33 - Espaços Confinados, pela NBR 14.787 da ABNT e por alguns itens da NR 18 - Construção Civil, do MTE. Outros exemplos de espaços confinados, pre- sentes nas diversas atividades ligadas à agroindústria são: tonéis (de vinho/aguardente etc.), reatores, co- lunas de destilação, vasos, cubas,tinas, misturadores, secadores, moinhos, depósitos e outros. Listamos alguns dos possíveis acidentes em si- los e armazéns agrícolas: a) Riscos de explosões O acúmulo de poeiras, depositadas no local de trabalho, representa elevado risco de incêndio. Quando aquecidas, as poeiras passam a liberar gases inflamáveis, que aliados à presença de uma fonte de ignição, podem iniciar o incêndio. Além dos incêndios, as poeiras, quando agi- tadas ou colocadas em suspensão e na presença de uma chama, podem ocasionar explosões, cau- sando prejuízos irreversíveis ao patrimônio, além de haver a possibilidade de ocorrer vítimas, neste tipo de acidente. Para viabilizar o trabalho em espaços confi- nados, há equipamentos que indicam a concen- tração de gases combustíveis no interior destes ambientes (Figura 20): 72 Figura 20 - Equipamento para medição de gases Fonte: segurancadotrabalhonwn.com Podem-se adotar as seguintes medidas, a fim de diminuir o risco de explosões (MONTALVO, [s.d.]): • Limpeza frequente do local; • Evitar fontes de ignição (solda, fumo etc.); • Manutenção periódica dos equipamentos; • Peças girantes devem trabalhar sem pó; • Sistema de aterramento (eletricidade estática); • Nunca varrer o armazém, usar o aspirador de pó; • Equipar elevadores, balanças e coletores de alívios contra pressões; • Sistemas corta-fogo em dutos de transpor- te e outros; 73 Figura 21 - Operário entrando em espaço confinado Fonte: www.ropemb.com.br • Cuidados com ventiladores e peças girantes (faíscas); • Controle da umidade do local em 50% (am- biente seco é explosivo). b)Problemas ergonômicos As questões ergonômicas, normalmente, ocor- rem devido às reduzidas dimensões do acesso ao es- paço confinado e ao transporte de sacos pesados. Observemos algumas destas ocorrências: • Portinhola de acesso; • Agressões à coluna vertebral; • Lombalgias; • Torções; e • Esmagamento de discos da vértebra. A Figura 21 mostra um operário entrando em um espaço confinado: 74 A Figura 22 ilustra a forma certa e a forma erra- da (ou não ergonômica) de levantar peso: Figura 22 - Certo e errado ao levantar peso Fonte: www.ebah.com.br Figura 23 - Máscaras para poeiras Fonte: www.materialsegur- ancaepi.com.br c) Problemas com os pulmões e os olhos Alguns tipos de grãos armazenados, como o ar- roz em casca, liberam uma poeira. Uma vez que esta poeira atinja os olhos, ela pode causar lesão aos olhos e quando inalada, dificulta o processo respiratório. Os Equipamentos de Proteção Individual – EPIs - recomendados são as máscaras contra poeiras (Figura 23) e óculos de segurança (Figura 24): 75 Figura 24 - Óculos de segurança Fonte: www.hsj.com.br Figura 25 - Transporte inad- equado de trabalhadores rurais Fonte: laorquesta.mx d) Riscos físicos (ruídos, iluminação etc.) Aos riscos físicos, já citados anteriormente, juntam-se: iluminação inadequada, ruído, vibração etc. Recomenda-se, nestes casos, o uso de proteto- res auriculares, capacete de segurança, dentre outros possíveis EPIs. Transportes Normalmente, a zona rural brasileira é espar- samente localizada e afastada dos centros urbanos, gerando a dependência de transporte para que os funcionários cheguem ao trabalho. Por vezes este transporte é realizado na carro- ceria de caminhões, podendo propiciar graves aci- dentes (Figura 25): 76 De acordo com a Lei 9.503/97, do Código Na- cional de Trânsito e a Resolução nº 811/77, apenas ônibus e micro-ônibus podem ser utilizados no trans- porte coletivo de passageiros. Todavia, ainda encon- tramos situações como a ilustrada na Figura 25. Animais peçonhentos No ambiente rural, é muito comum a presença de animais peçonhentos, tais como cobras, aranhas e escorpiões (Figura 26): Figura 26 - Animais peçonhentos Fonte: amandadiasb.blogspot.com Eles se encontram em meio à vegetação, tron- cos de árvores, sobre as pedras etc. Alguns deles possuem cores semelhantes às cores do ambiente em que vivem (Figura 27), dificulta a visualização desses animais: 77 Figura 27 - Cobra em meio a vegetação Fonte: blogs.ruralbr.com.br No caso das cobras, quando o trabalhador for picado, é desejável que se identifique a espécie do animal, para que a vítima receba o soro antio- fídico adequado. Pés, pernas, mãos e antebraços são os segmen- tos corpóreos mais atingidos nos acidentes com animais peçonhentos. Desta forma, é importante a atenção em ações como: • Manuseio de tijolos, pedras, blocos, pilhas de lenha, folhas secas, palhas de feijão, milho, cana e outros materiais, pois pode haver animais peçonhen- tos alojados entre eles. • Utilizar botas de cano alto, de preferência até a altura do joelho, perneiras e luvas em lidas rurais, jardinagem, hortas, limpeza de áreas externas, entre outras atividades. 78 3.5 Resumo Caros alunos, neste capitulo, estudamos os di- versos fatores de risco que permeiam o ambiente rural. Observamos as condições sanitárias, muitas vezes precárias, e aspectos socioeconômicos da po- pulação que habita estas regiões. Outra questão importante foi o levantamento sobre os aspectos ocupacionais e os riscos inerentes a esse tipo de ambiente. 79 Exercícios 1. Qual o órgão responsável por implementar ações sanitárias em áreas rurais de todos os municí- pios do território nacional? 2 Qual a faixa salarial adotada para a classifica- ção de extrema pobreza? 3. Quais as implicações resultantes do acidente com o trabalhador rural? 4. As causas dos acidentes rurais podem estar atreladas a, basicamente, dois fatores. Quais são eles? 5. Quais os perigos envolvidos nos locais para depósito de matéria? 81 Capítulo 4 Higiene Ocupacional - Agrotóxicos De acordo com o Ministério da Agricultura, os agrotóxicos são produtos e agentes de proces- sos físicos, químicos ou biológicos, para uso no cultivo, armazenamento e beneficiamento de pro- dutos agrícolas, a fim de alterar a composição da flora ou da fauna, de modo a preservá-las da ação de seres vivos nocivos. Em 2005, a Organização Mundial da Saúde (OMS), em conjunto com a Organização Interna- cional do Trabalho (OIT), estimava em 7 milhões os casos de intoxicações agudas e 70 mil óbitos, to- dos os anos, em decorrência do uso de agrotóxicos (GARCIA & ALVES FILHO, 2005). O Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos e, por isso, calcula-se que cerca de 15 milhões de trabalhadores sejam expostos e que ocorram de 150 mil a 200 mil intoxicações agudas por ano (GARCIA, 2001). Qual seria a explicação para os problemas com o uso dos agrotóxicos? Normalmente, os problemas são decorrentes do uso inadequado destes produtos, como por exemplo: • Não observação das orientações e instruções transmitidas pelo empregador; 82 • Não observação das orientações e instruções contidas em rótulos e bulas dos produtos; • Ausência dos cuidados necessários para ma- nuseio e aplicação do produto; • Não utilização dos equipamentos de proteção individual necessários para o trabalho. De fato, a utilização inadequada destes produ- tos causa danos à saúde do trabalhador. No entanto, esta relação errônea é fruto de diversos outros fato- res que interferem diretamente nas condições e no meio ambiente do trabalho. A Figura 28 apresenta a complexidade dos as- pectos envolvidos na determinação dos impactos negativos relacionados ao uso de agrotóxicos: Figura 28 - Fatores determinantes dos impactos decorrentes do uso de agrotóxicos (GARCIA & ALVES FILHO, 2005) 83 Os riscos envolvidos na utilização destes pro- dutos estão relacionados ao fator de toxicidade e ao fator de exposição. No caso da toxicidade, devem-se considerar, por exemplo, a composição química do produto, as condições ambientais de uso (temperatura, umidade) e as condições biológicas (inerente ao indivíduo ex- posto). Por sua vez, o fator exposição deve ponderar as quantidades aplicadas do produto, formulação e concentração, métodos e equipamentos de aplica- ção, frequência das aplicações, medidas de seguran-
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