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Proteção do Meio Ambiente

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Prévia do material em texto

Ana Carolina Russo
1ª Edição | Junho | 2014
Impressão em São Paulo / SP
Coordenação Geral
Nelson Boni
Coordenação de Projetos
Leandro Lousada
Professor Responsável
Ana Carolina Russo
Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353
Copyright © EaD KnowHow 2011
Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida por 
qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Projeto Gráfico, Capa 
e Diagramação
Marilia Lopes
Revisão Ortográfica
Vanessa Almeida
1a Edição: Junho de 2014
Impressão em São Paulo/SP
Proteção do Meio Ambiente
INTRODUÇÃO
A presente apostila constitui material de 
apoio aos alunos da disciplina de Proteção do Meio 
Ambiente. Este tema é de extrema importância 
nos dias de hoje, visto que nós, seres humanos, por 
muitos anos, criamos problemas ao ambiente. Tal 
prejuízo nos impõe o dever de resolver os proble-
mas criados e mitigar seus danos, considerando que 
deveremos “entregar” o planeta em condições sau-
dáveis as nossas futuras gerações. Portanto, temos 
como dever buscar soluções ambientais sustentá-
veis, dentro do próprio modelo econômico em que 
atualmente vivemos.
Sumário
Capítulo 1 8
Preservação do Meio Ambiente 
1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen-
tadores
1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 
Ambiente
1.3 Programa de Preservação 
do Meio Ambiente
1.4 Sistemática na Preparação de Um Estudo do Meio Am-
biente–(Rima)
1.5 Critérios e Técnicas de Avaliação e Controle De Poluentes
Poluição dos Solos
Poluição das Águas
Poluição do ar 
Poluição acústica 
1.6 Resumo
Capítulo 2 35
 Saneamento Ambiental
2.1 A Preservação do Meio Ambiente 
e a Qualidade do Ar
2.2 A Preservação do Meio Ambiente
 e a Qualidade Da Água
2.3 A Preservação do Meio Ambiente 
e a Preservação do Solo
2.4 Serviços Básicos de Saneamento em Caso de Emergência
1.4 Sistemática na Preparação de Um Estudo do Meio Am-
1.5 Critérios e Técnicas de Avaliação e Controle De Poluentes
2.4 Serviços Básicos de Saneamento em Caso de Emergência
1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen-
1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 
1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen-
1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 
1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen-
1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 
1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen-
1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 
1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen-
1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 
1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen-
1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 
1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen-
1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 
1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen-
1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 
1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen-
1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 
1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen-
1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 
1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen-
1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 
1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen-
1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 
1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos Regulamen-
1.2 Conceituação e Importância da Preservação do Meio 
1.4 Sistemática na Preparação de Um Estudo do Meio Am-
1.5 Critérios e Técnicas de Avaliação e Controle De Poluentes
2.4 Serviços Básicos de Saneamento em Caso de Emergência
2.5 Destinação de Resíduos Industriais
2.6 Resumo
Capítulo 3 57
SANEAMENTO RURAL
3.1 Aspecto Socioeconômico
 do Trabalho Rural
3.2 Acidentes De Trabalho Rural
3.3 Segurança Ocupacional Rural
3.4 Principais Fontes de Risco
 no Trabalho Rural
3.5 Resumo
Capítulo 4 79
Higiene Ocupacional - Agrotóxicos
4.1 Resumo
Referências 87
Índice de Figuras 
FIGURA 1 - Lei da Política Nacional de Meio 
Ambiente (Lei 6938/81)
FIGURA 2 - Aplicação de defensivo agrícola
FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão)
FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-
da pela poluição
FIGURA 5 - Poluição atmosférica
FIGURA 6 - Inversão térmica
FIGURA 7 - Filtros manga
FIGURA 8 - Lixiviação e deposição das partí-
culas do solo
FIGURA 9 - Evento ocorrido em Fukushima
FIGURA 10 - Ocorrência anual de inundações 
brusca e gradual
FIGURA 11 - Incinerador industrial
FIGURA 12 - Aterro industrial
FIGURA 13 - Cores padronizadas para descar-
te de resíduos
FIGURA 14 - População nos Censos Demográ-
fi cos, segundo as Grandes Regiões, as Unidades 
da Federação e a situação do domicílio – 2010
FIGURA 15 - Família vivendo na extrema po-
breza 
FIGURA 16 - Exemplo de acidente rural
FIGURA 17 - Exemplos de ferramentas manuais
FIGURA 18 - Corte manual da cana-de-açúcar
9
24
25
26
28
29
31
46
47
48
51
52
53
57
59
60
66
66
FIGURA 14 - População nos Censos Demográ-
FIGURA 10 - Ocorrência anual de inundações 
fi cos, segundo as Grandes Regiões, as Unidades 
da Federação e a situação do domicílio – 2010
FIGURA 15 - Família vivendo na extrema po-
FIGURA 17 - Exemplos de ferramentas manuais
FIGURA 18 - Corte manual da cana-de-açúcar
FIGURA 1 - Lei da Política Nacional de Meio 
FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão)
FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-
FIGURA 1 - Lei da Política Nacional de Meio 
FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão)
FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-
FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão)
FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-
FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão)
FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-
FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão)
FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-
FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão)
FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-
FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão)
FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-
FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão)
FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-
FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão)
FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-
FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão)
FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-
FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão)
FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-
FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão)
FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-
FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão)
FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-
FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão)
FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-
FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão)
FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-
FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão)
FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-
FIGURA 1 - Lei da Política Nacional de Meio 
FIGURA 14 - População nos Censos Demográ-
FIGURA 1 - Lei da Política Nacional de Meio 
FIGURA 3 - Disposição de lixo no solo (lixão)
FIGURA 4 - Mortandade dos peixes provoca-
FIGURA 8 - Lixiviação e deposição das partí-
FIGURA 10 - Ocorrência anual de inundações 
FIGURA 13 - Cores padronizadas para descar-
FIGURA 14 - População nos Censos Demográ-
fi cos, segundo as Grandes Regiões, as Unidades 
da Federação e a situação do domicílio – 2010
FIGURA 15 - Família vivendo na extrema po-
FIGURA 17 - Exemplos de ferramentas manuais
FIGURA 18 - Corte manual da cana-de-açúcarFIGURA 19 - Incêndio Florestal
FIGURA 20 - Equipamento para medição 
de gases
FIGURA 21 - Operário entrando em espaço 
confi nado
FIGURA 22 - Certo e errado ao levantar peso 
FIGURA 23 - Máscaras para poeiras
FIGURA 24 - Óculos de segurança
FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-
lhadores rurais
FIGURA 26 - Animais peçonhentos
FIGURA 27 - Cobra em meio a vegetação
FIGURA 28 - Fatores determinantes dos im-
pactos decorrentes do uso de agrotóxicos 
(GARCIA & ALVES FILHO, 2005)
Índice de Tabelas
TABELA 1 - Subgrupos constituintes das ativi-
dades de saneamento
TABELA 2 - Parâmetros Físicos
TABELA 3 - Parâmetros Químicos
TABELA 4 - Parâmetros Biológicos
TABELA 5 - Métodos de controle
 
67
70
71
72
72
73
73
74
75
80
35
41
44
82
42/43
FIGURA 20 - Equipamento para medição 
FIGURA 21 - Operário entrando em espaço 
FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-
pactos decorrentes do uso de agrotóxicos 
FIGURA 20 - Equipamento para medição 
FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 21 - Operário entrando em espaço 
FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-
FIGURA 21 - Operário entrando em espaço 
FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-
FIGURA 21 - Operário entrando em espaço 
FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-
FIGURA 21 - Operário entrando em espaço 
FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-
FIGURA 21 - Operário entrando em espaço 
FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-
FIGURA 21 - Operário entrando em espaço 
FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-
FIGURA 21 - Operário entrando em espaço 
FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-
FIGURA 21 - Operário entrando em espaço 
FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-
FIGURA 21 - Operário entrando em espaço 
FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-
FIGURA 21 - Operário entrando em espaço 
FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-
FIGURA 21 - Operário entrando em espaço 
FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-
FIGURA 20 - Equipamento para medição 
FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 21 - Operário entrando em espaço FIGURA 21 - Operário entrando em espaço 
FIGURA 20 - Equipamento para medição 
de gases
FIGURA 21 - Operário entrando em espaço 
FIGURA 25 - Transporte inadequado de traba-
FIGURA 28 - Fatores determinantes dos im-
pactos decorrentes do uso de agrotóxicos 
TABELA 1 - Subgrupos constituintes das ativi-
10
Capítulo 1 
1 Preservação do Meio Ambiente 
Você já parou para pensar no impacto que sua 
presença e/ou seu comportamento causa ao plane-
ta? Vale a pena refletirmos sobre este assunto, pois, 
dependendo de nossa conduta, podemos ser agentes 
preservacionistas ou, ao contrário, agentes degra-
dantes do meio.
1.1 Aspectos Legais, Institucionais E Órgãos 
Regulamentadores
O princípio básico de preservação ambiental 
está expresso no Artigo 225, da Constituição Bra-
sileira, que afirma: “Todos têm direito ao meio am-
biente ecologicamente equilibrado, bem de uso co-
mum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, 
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o de-
ver de defendê-lo para a presente e as futuras gera-
ções” (BRASIL, ART. 225 DA CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL, 1988).
Um fato bastante interessante é que nossa le-
gislação ambiental é considerada uma das mais avan-
çadas do mundo. São leis que estão diretamente re-
lacionadas com as atividades econômicas de nosso 
país e o dia a dia de cada cidadão brasileiro. No en-
tanto, são pouco conhecidas pelo grande público e, 
11
talvez por isso, sejam pouco aplicadas.
O Sistema Nacional do Meio Ambiente – 
SISNAMA - foi instituído pela Lei 6.938, de 31 
de agosto de 1981, regulamentado pelo Decreto 
99.274, de 06 de junho de 1990, sendo constitu-
ído pelos órgãos e entidades da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal, dos Municípios e pelas 
Fundações instituídas pelo Poder Público, res-
ponsáveis pela proteção e melhoria da qualidade 
ambiental. Este sistema possui a seguinte estru-
tura (Figura 1):
Figura 1 - Lei da Política Nacional de Meio Ambiente 
(Lei 6938/81)
12
1.2 Conceituação e Importância da 
Preservação do Meio Ambiente
A palavra meio ambie não admite apenas um 
único significado, porém, a fim de nortear nossos 
estudos, consideraremos a definição preconizada 
pelo CONOMA. De acordo com a resolução CO-
NAMA 306/2002, Anexo I Das Definições, inciso 
XII: “Meio ambiente é o conjunto de condições, 
leis, influência e interações de ordem física, química, 
biológica, social, cultural e urbanística, que permite, 
abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Tal 
conceito pode ser verificado, também, no artigo 3º, I 
da Lei 6938 de 31/08/1981.
Ao analisarmos a definição de meio ambiente, 
devido a sua complexadade, podemos concluir que 
são vários os motivos pelos quais devemos preser-
var o meio ambiente. O primeiro deles é o fato de o 
“homem” ser parte integrante e totalmente depen-
dente dos recursos de nosso planeta. Para que esta 
sinergia se matenha, é necessario que façamos nossa 
parte em prol de um meio ambiente sadio.
A partir da escassez dos recursos naturais, so-
mado ao crescimento desordenado da população 
mundial e intensidade dos impactos negativos ao 
meio ambiente, passam a surgir, inclusive, conflitos 
de ordem econômica, tornando o meio ambiente 
um tema estratégico e urgente em nossa sociedade.
13
A humanidade está fazendo uso de forma des-
medida dos recursos naturais, utilizando, inclusive, 
quantidade superior à capacidade de reposição do 
planeta e comprometendo as gerações futuras.
1.3 Programa de Preservação 
do Meio Ambiente
Para que possamos entender melhor sobre os 
programas de preservação ambiental existentes, é 
conveniente que relembremos alguns conceitos im-
portantes. Preservação do meio ambiente é a “ação 
de proteger contra a destruição e qualquer forma de 
dano ou degradação de um ecossistema, uma área 
geográfica ou espécies animais e vegetais ameaçados 
de extinção”. Mas o que é degradação ambiental? É 
toda e qualquer alteração adversa das características 
qualitativas do meio ambiente. 
A Política Nacional do Meio Ambiente foi 
implementada em 1981, mediante a edição da Lei 
6.938/81, criando o Sistema Nacional do Meio Am-
biente (SISNAMA), bem como sua estrutura básica 
e também o Conselho Nacional de Meio Ambiente 
(CONAMA). O objetivo deste sistema é o estabe-
lecimento de padrões que tornem possível o desen-
volvimento sustentável, por meio de mecanismos e 
instrumentos capazes de conferir ao meio ambiente 
maior proteção (GALVÃO, 2012).
aless
Highlight
aless
Highlight
aless
Highlight
aless
Highlight
14
Apesar das ações governamentais, as empresas 
tambem também devem propor ações favoráveis ao 
meio ambiente saúdavel. Elas realizam suas açoes 
sócio-ambientais por meio de investimentos em tec-
nologias menos impactantes, ao longo de seu pro-
cesso produtivo, matérias-primas menos poluentes, 
capacitação de seus colaboradores e concientização 
da sociedade. Vejamos alguns exemplos de ações 
(LOYOLA, [s.d]):
• Implantação de sistemas de economia e reuso 
da água;
• Redução no uso de papel (impessão);
• Uso racional da energia;
• Campanhas sócio-educativas para os cola-
boradores.
1.4 Sistemática na Preparação de Um 
Estudo do Meio Ambiente–(Rima)
Vivemos, hoje em uma sociedade, cuja econo-
mia se tornou dependente da extração e exploração 
dos recursos naturais. Nosso desafio é fazer com 
que essa dependênciaocorra de maneira sustentável, 
através do licenciamento ambiental.
O licenciamento ambiental exige a avaliação 
de impacto ambiental para os empreendimentos e 
atividades passíveis de licenciamento, de forma a 
prevenir e/ou minimizar os danos ambientais que 
aless
Highlight
15
venham a agir sobre o equilíbrio ecológico e socio-
econômico, comprometendo a qualidade ambiental. 
As atividades licenciáveis são:
• Extração e tratamento de minerais 
o Pesquisa mineral com guia de utilização;
o Lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com 
ou sem beneficiamento;
o Lavra subterrânea com ou sem beneficiamento;
o Lavra garimpeira;
o Perfuração de poços e produção de petróleo 
e gás natural.
• Indústria de produtos minerais não metálicos
o Beneficiamento de minerais não metálicos, 
não associados à extração;
o Fabricação e elaboração de produtos mi-
nerais não metálicos tais como: produção de ma-
terial cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro, 
entre outros.
• Indústria metalúrgica
o Fabricação de aço e de produtos siderúrgicos;
o Produção de fundidos de ferro e aço/forja-
dos/arames/ relaminados com ou sem tratamento 
de superfície, inclusive galvanoplastia;
o Metalurgia dos metais não ferrosos, em for-
mas primárias e secundárias, inclusive ouro;
16
o Produção de laminados/ligas/artefatos de 
metais não ferrosos, com ou sem tratamento de su-
perfície, inclusive galvanoplastia;
o Relaminação de metais não ferrosos, inclu-
sive ligas;
o Produção de soldas e anodos;
o Metalurgia de metais preciosos;
o Metalurgia do pó, inclusive peças moldadas;
o Fabricação de estruturas metálicas com ou sem 
tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia;
o Fabricação de artefatos de ferro/aço e de me-
tais não ferrosos, com ou sem tratamento de super-
fície, inclusive galvanoplastia;
o Têmpera e cementação de aço, recozimento 
de arames, tratamento de superfície.
• Indústria mecânica
o Fabricação de máquinas, aparelhos, peças, 
utensílios e acessórios com e sem tratamento térmi-
co e/ou de superfície.
• Indústria de material elétrico, eletrônico e co-
municações
o Fabricação de pilhas, baterias e outros acu-
muladores;
o Fabricação de material elétrico, eletrônico 
e equipamentos para telecomunicações e infor-
mática;
17
o Fabricação de aparelhos elétricos e eletrodo-
mésticos.
• Indústria de material de transporte
o Fabricação e montagem de veículos rodoviá-
rios e ferroviários, peças e acessórios;
o Fabricação e montagem de aeronaves;
o Fabricação e reparo de embarcações e estru-
turas flutuantes.
• Indústria de madeira
o Serraria e desdobramento de madeira;
o Preservação de madeira;
o Fabricação de chapas, placas de madeira aglo-
meradas, prensadas e compensadas;
o Fabricação de estruturas de madeira e de 
móveis.
• Indústria de papel e celulose
o Fabricação de celulose e pasta mecânica;
o Fabricação de papel e papelão;
o Fabricação de artefatos de papel, papelão, 
cartolina, cartão e fibra prensada.
• Indústria de borracha
o Beneficiamento de borracha natural;
o Fabricação de câmara de ar e fabricação e re-
condicionamento de pneumáticos;
18
o Fabricação de laminados e fios de borracha;
o Fabricação de espuma de borracha e de arte-
fatos de espuma de borracha, inclusive látex.
• Indústria de couros e peles
o Secagem e salga de couros e peles;
o Curtimento e outras preparações de cou-
ros e peles;
o Fabricação de artefatos diversos de couros 
e peles;
o Fabricação de cola animal.
• Indústria química
o Produção de substâncias e fabricação de pro-
dutos químicos;
o Fabricação de produtos derivados do proces-
samento de petróleo, de rochas betuminosas e da 
madeira;
o Fabricação de combustíveis não derivados 
de petróleo;
o Produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-
-animais/óleos essenciais vegetais e outros produtos 
da destilação da madeira;
o Fabricação de resinas e de fibras e fios artifi-
ciais e sintéticos e de borracha e látex sintéticos;
o Fabricação de pólvora/explosivos/detonan-
tes/munição para caça-desporto, fósforo de segu-
rança e artigos pirotécnicos;
19
o Recuperação e refino de solventes, óleos mi-
nerais, vegetais e animais;
o Fabricação de concentrados aromáticos natu-
rais, artificiais e sintéticos;
o Fabricação de preparados para limpeza e 
polimento, desinfetantes, inseticidas, germicidas 
e fungicidas;
o Fabricação de tintas, esmaltes, lacas, vernizes, 
impermeabilizantes, solventes e secantes;
o Fabricação de fertilizantes e agroquímicos;
o Fabricação de produtos farmacêuticos e ve-
terinários;
o Fabricação de sabões, detergentes e velas;
o Fabricação de perfumarias e cosméticos;
o Produção de álcool etílico, metanol e similares.
• Indústria de produtos de matéria plástica
o Fabricação de laminados plásticos;
o Fabricação de artefatos de material plástico.
• Indústria têxtil, de vestuário, calçados e arte-
fatos de tecidos
o Beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de 
origem animal e sintéticos;
o Fabricação e acabamento de fios e tecidos;
o Tingimento, estamparia e outros acaba-
mentos em peças do vestuário e artigos diversos 
de tecidos;
20
o Fabricação de calçados e componentes para 
calçados.
• Indústria de produtos alimentares e bebidas
o Beneficiamento, moagem, torrefação e fabri-
cação de produtos alimentares;
o Matadouros, abatedouros, frigoríficos, char-
queadas e derivados de origem animal;
o Fabricação de conservas;
o Preparação de pescados e fabricação de con-
servas de pescados;
o Preparação, beneficiamento e industrialização 
de leite e derivado;
o Fabricação e refinação de açúcar;
o Refino / preparação de óleo e gorduras vegetais;
o Produção de manteiga, cacau, gorduras de 
origem animal para alimentação;
o Fabricação de fermentos e leveduras;
o Fabricação de rações balanceadas e de ali-
mentos preparados para animais;
o Fabricação de vinhos e vinagre;
o Fabricação de cervejas, chopes e maltes;
o Fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como 
engarrafamento e gaseificação de águas minerais;
o Fabricação de bebidas alcoólicas.
• Indústria de fumo
21
o Fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas 
e outras atividades de beneficiamento do fumo.
• Indústrias diversas
o Usinas de produção de concreto;
o Usinas de asfalto;
o Serviços de galvanoplastia.
• Obras civis
o Rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos;
o Barragens e diques;
o Canais para drenagem;
o Retificação de curso de água;
o Abertura de barras, embocaduras e canais;
o Transposição de bacias hidrográficas;
o Outras obras de arte.
• Serviços de utilidade
o Produção de energia termoelétrica;
o Transmissão de energia elétrica;
o Estação de tratamento de água;
o Interceptores, emissários, estação elevatória e 
tratamento de esgoto sanitário;
o Tratamento e destinação de resíduos indus-
triais (líquidos e sólidos);
o Tratamento/disposição de resíduos especiais, 
tais como agroquímicos e as embalagens usadas, ser-
viço de saúde, entre outros;
22
o Tratamento e destinação de resíduos sólidos 
urbanos, inclusive aqueles provenientes de fossas;
o Dragagem e derrocamentos em corpos 
d’água;
o Recuperação de áreas contaminadas ou de-
gradadas.
• Transporte, terminais e depósitos
o Transporte de cargas perigosas;
o Transporte por dutos;
o Marinas, portos e aeroportos;
o Terminais de minério, petróleo e derivados e 
produtos químicos;
o Depósitos de produtos químicos e produtos 
perigosos.
• Turismo
o Complexos turísticos e de lazer, inclusive par-
ques temáticos e autódromos.
• Atividades diversas
o Parcelamento do solo;
o Distrito e pólo industrial.
• Atividades agropecuárias
o Projeto agrícola;
o Criação de animais;
o Projetos de assentamentos e de colonização.
23
• Uso de recursos naturais
o Silvicultura;
o Exploração econômica da madeira ou lenha e 
subprodutos florestais;
o Atividade de manejo de fauna exótica e cria-
douro de fauna silvestre;
o Utilização do patrimônio genético natural;
o Manejo de recursos aquáticos vivos;
o Introdução de espécies exóticas e/ou geneti-
camente modificadas;
o Uso dadiversidade biológica pela biotecnologia.
O Estudo de Impacto Ambiental e o respectivo 
Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA - ins-
tituídos pela Resolução do CONAMA nº 001/86, 
são as ferramentas de avaliação de impacto ambien-
tal, utilizadas nos procedimentos de licenciamento 
ambiental de empreendimentos e atividades, poten-
cialmente degradantes ao meio ambiente. No en-
tanto, a julgar pelo órgão ambiental competente, e 
quando verificado que o empreendimento ou ativi-
dade não é causador de significativa degradação, po-
derá ser solicitado um estudo ambiental diverso, de 
acordo com a tipologia, localidade e características 
do empreendimento ou atividade a ser licenciada.
O estudo de impacto ambiental compreende, 
em linhas gerais, as atividades técnicas de diagnós-
tico ambiental, análise de impactos ambientais, defi-
24
nição de medidas mitigadoras de impactos ambien-
tais, elaboração de programa de acompanhamento e 
monitoramento ambiental de projetos e atividades 
impactantes ao meio.
O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
abrangerá as conclusões do Estudo de Impacto 
Ambiental (EIA). O RIMA deve ser apresentado 
de forma objetiva e adequada a sua compreensão. 
As informações devem ser traduzidas em lingua-
gem acessível à população, ilustradas por mapas, 
cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de co-
municação visual, de modo que se possa, facil-
mente, entender as vantagens e desvantagens do 
projeto, bem como todos os impactos ambientais 
de sua implementação. 
1.5 Critérios e Técnicas de Avaliação e 
Controle De Poluentes
Antes de falarmos sobre controle de poluentes, 
devemos saber, primeiro, o que é poluição. Polui-
ção pode ser considerada qualquer alteração em um 
meio, de modo a torná-lo prejudicial aos seres vivos 
presentes neste ambiente, ou que prejudique um uso 
previamente definido para ele.
Na maioria das vezes, a poluição está associada 
à degradação da qualidade ambiental que, segundo 
nossa legislação, pode direta ou indiretamente: 
aless
Highlight
25
a) Prejudicar a saúde, a segurança e o bem estar 
da população;
b) Criar condições adversas às atividades sociais 
e econômicas;
c) Afetar desfavoravelmente a biota;
d) Afetar as condições estéticas ou sanitárias do 
meio ambiente;
e) Lançar matérias ou energia em desacordo 
com os padrões ambientais estabelecidos. 
Em função do meio no qual vivemos hoje, em 
que as atividades industriais e exploração dos recur-
sos naturais acontecem a cada dia de forma mais 
intensa, podem ser observadas diversas formas de 
poluição. Estas, devido aos tipos de resíduos pre-
sentes e ao local em que se encontram, podem ser 
classificadas como: poluição do solo, do ar, da água, 
acústica, radioativa, térmica, dentre outras, que são 
lançadas no ambiente.
Poluição dos Solos
Quando falamos em poluição dos solos, ela 
pode ser proveniente do lançamento de produtos 
químicos ou de quaisquer outros resíduos no solo, 
resultando na poluição dele. Como exemplo, pode-
mos citar as aplicações de defensivos agrícolas
26
Figura 2 - Aplicação de defensivo agrícola
Os defensivos agrícolas têm a finalidade de 
combater animais ou plantas (ervas daninhas) noci-
vos à plantação. Entretanto, estes produtos podem 
alcançar o solo, permanecendo ali por muito tem-
po, como ocorre com os inseticidas organo-clorados 
(DDT, Aldrin, Dieldrin, Clordane e Heptacloro). 
Uma vez atingido o solo, esses produtos químicos 
estão suscetíveis de serem lixiviados, ou seja, car-
regados para as águas superficiais ou subterrâneas, 
expondo ao risco o homem e outros animais, em 
função do contato com estes químicos.
Outra fonte de poluição ocorre com o lança-
mento de esgotos domésticos ou industriais no solo, 
que, por conta da elevada concentração de micro-
organismos patogênicos, pode transmitir doenças, 
quando em contato com a pele humana.
Diante dessas e de muitas outras fontes de con-
taminação do solo, como podemos controlá-la? A 
resposta é: adotando algumas medidas, tais como: 
27
Figura 3 - Disposição de lixo no solo (lixão)
Fonte: http://coisasdavidadeumadolecente.blogspot.com.
br/2012/07/curiosidades-e-assuntos-da-vida-tipos_21.html
• Destinação adequada dos resíduos sólidos, 
evitando a formação de “lixões” (Figura 3);
• Execução de obras e melhorias no saneamen-
to básico;
• Controle na aplicação de defensivos agríco-
las, escolhendo produtos menos impactantes ou, até 
mesmo, optar pela utilização de outros métodos de 
combate às pragas;
Poluição das Águas
Tal como o solo, os recursos hídricos, sejam 
eles superficiais ou subterrâneos, estão sujeitos as 
mais diversas formas de poluição. As mais recorren-
tes ocorrem com lançamento de esgotos domésti-
cos ou industriais nos corpos d’água, percolação de 
28
esgoto no solo, alcançando as águas subterrâneas, 
depósitos de lixo ou do lançamento de resíduos lí-
quidos diretamente no solo etc.
No momento em que estes contaminantes atin-
gem os recursos hidricos, podem promover malefí-
cios aos seres vivos e ao próprio ambiente aquático, 
como por exemplo: 
• Transmissão de doenças, através dos microrga-
nismos patogênicos ou por produtos químicos tóxicos;
• Redução da quantidade de oxigênio dissolvido 
na água (OD), em função da intensa atividade das 
bactérias aeróbicas, no consumo da matéria orgânica 
(DBO), resultando na morte de organismos aquáti-
cos (Figura 4);
• Prejuízos ao abastecimento industrial e aos 
outros usos da água;
• Desvalorização de áreas próximas aos locais 
poluídos;
• Eutrofização.
Figura 4 - Mortandade dos peixes provocada pela poluição
Fonte: http://www.vivaterra.org.br/vivaterra_poluicao_hidrica.htm
29
Sabendo que a água é um recurso vital para os 
seres vivos, é muito importante que garantamos a 
sua qualidade. Ta ação pode ser realizada com a exe-
cução de sistemas sanitários de coleta e tratamento 
de esgotos domésticos e industriais, representando 
a melhor forma de se evitar que esses resíduos che-
guem aos recursos hídricos de modo não sanitário.
A preservação da mata ciliar deve ser garantida 
para assegurar a qualidade das águas e a manutenção 
das nascentes. Esta vegetação influencia diversos fa-
tores importantes, tais como:
• Escoamento das águas da chuva;
• Diminuição do pico dos períodos de cheia;
• Estabilidade das margens e barrancos de cur-
sos d’água;
• Ciclo de nutrientes existentes na água, en-
tre outros.
Poluição do ar 
Os lançamentos de alguns gases e pequenas 
partículas sólidas, na atmosfera, podem alterar a 
qualidade do ar e, consequentemente, provocar a 
poluição dele.
A Figura 5 ilustra uma condição em que o 
ar de determinada cidade se emcontra com altos 
níveis de poluição.
30
Figura 5 - Poluição atmosférica
Fonte: http://professormarcianodantas.blogspot.com.
br/2011/08/as-conferencias-em-defesa-do-meio.html
Além da concentração dos poluentes lançados 
na atmosfera, algumas condições ambientais podem 
interferir no processo de poluição do ar. Estas con-
dições podem estar relacionadas a:
• Tipo e concentração do poluente;
• Período de emissão, condições climáticas e 
topográficas;
Quando nos referimos a condições climáti-
cas, um aspecto que colabora para o agravamento 
da poluição é o fenômeno da “inversão térmica” 
(Figura 6):
31
Figura 6 - Inversão térmica
Fonte: ambiente.hsw.uol.com.br
Em condições normais, a temperatura da at-
mosfera diminui com o aumento da altura, ficando 
as camadas mais frias de ar sobre as camadas mais 
quentes. Ocorre um movimento ascendente do ar, 
a partir da superfície da terra, com o ar mais quente 
(mais leve) subindo e o ar mais frio (mais pesado) 
descendo. Este fenômeno contribui para a dispersão 
do ar, no sentido vertical. Contudo, em alguns locais, 
podem ocorrer condições meteorológicas anormais, 
a inversão térmica, ou seja, a temperatura do ar passa 
a ser maior nas camadas superiores.
Quando configurada a inversão térmica, nota-
-se que o movimento vertical do ar é prejudicado. 
Os poluentes lançados na atmosfera concentram-se,então, nas proximidades da superfície da terra, po-
tencializando o problema de poluição.
32
Algumas fontes de poluição atmosférica podem 
ser as fontes industriais, tais como a queima de com-
bustíveis fósseis e emissões veiculares. Estas fontes 
podem liberar elementos no ambiente, tais como:
• Material particulado;
• Monóxido de carbono;
• Óxido de enxofre;
• Hidrocarbonetos;
• Óxidos de nitrogênio;
• Oxidantes fotoquímicos.
Quando presentes na atmosfera, estes poluen-
tes podem trazer prejuízos à saúde e danos materiais, 
provocando:
• Aumento da incidência de doenças respiratórias;
• Redução da visibilidade em função dos mate-
riais particulados;
• Corrosão de metais e deterioração de alguns 
materiais; 
• Danos aos vegetais, causando a descoloração 
de folhas e flores, queda de folhas, falhas na floração 
e produção de frutos, má formação e até mesmo a 
morte de plantas. 
Diante de todos os malefícios dicutidos, o con-
trole da poluição atmosférica se faz necessário para 
garantir a qualidade de vida das pessoas. Este objeti-
vo pode ser alcançado ao se realizar um melhor pla-
33
nejamento quanto ao local de instalação de grandes 
indústrias, evitando que estas estejam próximas às 
àreas de residências. 
As indústrias também devem se preocupar com 
efluentes gasosos liberados. A instalação de filtros 
ajuda na redução de poluentes, que serão limera-
dos. Como exemplo podemos mencionar o “filtro 
manga” (Figura 7). Os filtros mangas são bastante 
utilizados para controle da emissão de material par-
ticulado, constituindo a opção preferencial em rela-
ção a outros tipos de equipamentos devido à relação 
custo-benefício.
Figura 7 - Filtros manga
Fonte: dispav.com.br
O controle da emissão de gases dos veículos 
automotores, utilizando novas tecnologias, também 
garantirá reduções nos poluentes atmosféricos. To-
davia, junto a esta medida, devem ser realizadas me-
34
lhorias no sistema de transporte público, visando à 
redução do uso de veículos particulares, muitas ve-
zes utilizados com apenas uma pessoa por veículo.
Poluição acústica 
A grande maioria das atividades em nosso co-
tidiano é responsável pela emissão sonora em alta 
intensidade, provocando alterações ambientais. As 
principais fontes de poluição acústica são: os meios 
de transportes terrestres e aéreo, obras civis, ativida-
des industriais etc.
O impacto desta forma de poluição propicia 
perda gradativa da audição, aumento da irritabili-
dade, exaustão física, distúrbios psíquicos, pertur-
bações do sistema nervoso central e perturbações 
cardíacas e circulatórias. Além disso, o ruído pode 
causar rachaduras em estruturas.
Entre as medidas mitigadoras da poluição acús-
tica, destacam-se:
• Controle da emissão de ruídos: limitação dos 
níveis de emissão; aperfeiçoamento de equipamen-
tos e processos industriais; regulagem das descargas 
dos veículos; disciplinamento dos horários de fun-
cionamento de equipamentos barulhentos;
• Controle da propagação de ruídos: constru-
ção de paredes, pisos e tetos com materiais isolantes;
• Adequação do uso e ocupação do solo, de 
35
modo que as áreas residenciais fiquem distantes de 
atividades emissoras de ruídos intensos.
1.6 Resumo
Caros alunos, neste capítulo, aprendemos sobre 
os aspectos legais e institucionais inerentes às ques-
tões ambientais, em nosso país, além de conhecer 
quais são os órgãos regulamentadores e a função 
exercida por cada um deles. Em seguida, conceitua-
mos o que é meio ambiente e constatamos a impor-
tância de sua preservação, por meio dos programas 
de preservação ambiental.
Estudamos, ainda, sobre como proceder na ela-
boração de um estudo do meio ambiente, levando 
em consideração as diferentes formas de poluição e 
suas respectivas técnicas de avaliação e controle.
36
Exercícios
1. O que é SISNAMA e qual a sua função?
2. De acordo com a resolução CONAMA 
306/2002, qual a definição de meio ambiente?
3. Qual o objetivo da Política Nacional do Meio 
Ambiente?
4. Qual a função do EIA/RIMA?
5. Descreva o fenômeno da “inversão térmica”:
37
Capítulo 2
 Saneamento Ambiental
Antes de iniciarmos o capitulo, vejamos quais 
as atividades que englobam o saneamento ambiental 
(Tabela 1):
Tabela 1 - Subgrupos constituintes das ativida-
des de saneamento
Água
Estações de tratamento de água.
Sistema de Abastecimento.
Sistema de captação.
Esgoto
Interceptores, emissários.
Rede coletora.
Estação elevatória.
Estação de tratamento de esgoto.
Resíduos sólidos e 
líquidos industriais e de 
fossas
Tratamento e destinação de resí-
duos industriais (líquidos e sóli-
dos).
Tratamento/disposição de resídu-
os especiais, tais como: agroquí-
micos e as embalagens usadas e 
serviço de saúde, entre outros.
Tratamento e destinação de resí-
duos sólidos urbanos, inclusive 
aqueles provenientes de fossas.
As atividades listadas na Erro! Fonte de re-
ferência não encontrada. contribuem, significati-
vamente, para a melhoria da qualidade ambiental. 
No entanto, a construção e implementação des-
Fonte: http://www.mma.gov.br
38
tas obras exercem um impacto sobre o meio am-
biente, exigindo a necessidade de prévio licencia-
mento ambiental. Estas obras podem ocasionar 
impactos ambientais nos cursos d’ água, devido 
à remoção de cobertura vegetal na área de capta-
ção, nos mananciais, e inundação de ecossistemas 
para o reservatório de acumulação. Na fase de 
operação, os impactos ambientais negativos es-
tão associados à ocorrência de desequilíbrio entre 
disponibilidade e usos da água pela alteração do 
balanço hidrológico, vazamentos e infiltrações na 
rede, comprometendo a qualidade da água e pro-
piciando riscos para a saúde pública etc.
2.1 A Preservação do Meio Ambiente 
e a Qualidade do Ar
O ar que respiramos é essencial para a nossa so-
brevivência. Dependemos dele para que os gases ne-
cessários ao correto funcionamento de nosso orga-
nismo cheguem até nós. Desta forma, é fundamental 
garantir a sua qualidade.
Os processos industriais e de geração de ener-
gia, os veículos automotores e as queimadas são, 
dentre as atividades antrópicas, as maiores causas da 
introdução de substâncias poluentes na atmosfera, 
muitas delas tóxicas à saúde humana e responsáveis 
por danos à flora e aos materiais.
39
Frequentemente, os efeitos da má qualidade do 
ar não são tão visíveis, comparados a outros fatores 
mais fáceis de serem identificados. Contudo, os estu-
dos epidemiológicos têm demonstrado correlações 
entre a exposição aos poluentes atmosféricos e os 
efeitos de morbidade e mortalidade, causadas por 
problemas respiratórios (asma, bronquite, enfisema 
pulmonar e câncer de pulmão) e cardiovasculares, 
mesmo quando as concentrações dos poluentes na 
atmosfera não ultrapassam os padrões de qualidade 
do ar vigentes. As populações mais vulneráveis são 
as crianças, os idosos e as pessoas que já apresentam 
doenças respiratórias.
Segundo dados da Organização Mundial da 
Saúde (OMS), cerca de 1,3 milhão de mortes no 
mundo são causadas pela poluição urbana. Para 
termos uma ideia da dimensão do problema: so-
mente na região metropolitana de São Paulo, a po-
luição é responsável pela morte de 4 mil pessoas, 
todos os anos, além de reduzir a expectativa de 
vida em cerca de um ano e meio. De acordo com 
estudos realizados, estima-se um aumento de oito 
meses na expectativa de vida, a cada 10 microgra-
mas de poluição retirados do ar.
Entretanto, a poluição atmosférica não traz 
prejuízos apenas à saúde e à qualidade de vida das 
pessoas, ela também acarreta maiores gastos ao Es-
tado, decorrentes do aumento do número de aten-
40
dimentos e internações hospitalares, além do uso de 
medicamentos. Estes custos poderiam ser evitados 
com a melhoria da qualidade do ar dos centros ur-
banos. A poluição do ar pode também afetar a qua-
lidade dos materiais (corrosão), do solo e das águas 
(chuvas ácidas), além de afetar a visibilidade.
A gestão da qualidade do ar objetiva garantir 
que o desenvolvimento socioeconômico ocorrade 
forma sustentável e ambientalmente seguro. Para 
tanto, são necessárias ações de prevenção, combate 
e redução das emissões de poluentes e dos efeitos da 
degradação do ambiente atmosférico.
2.2 A Preservação do Meio Ambiente
 e a Qualidade Da Água
Além do ar, outro recurso vital aos seres vi-
vos é a água. Todavia, apesar de se falar muito 
sobre as consequências do mau uso deste recur-
so, as pessoas continuam poluindo os recursos 
hídricos, esquecendo o quanto a água é essencial 
à permanência da vida no Planeta.
Outro ponto importante a ser considerado é o 
fato de que, apesar de cerca de 70% da superfície do 
Planeta ser constituída por água, apenas 3% são de 
água doce e, desse total, 98% estão na condição de 
água subterrânea. Deste modo, a quantidade oferta-
da para consumo é muito pequena. 
41
É importante identificar quais são as princi-
pais fontes de poluição existentes, a fim de que 
possamos evitar a poluição deste recurso. A clas-
sificação da poluição depende de sua origem ou 
causa e também das consequências geradas. Ob-
servemos esta classificação:
• Poluição microbiológica: possui micro-organis-
mos patogênicos, tais como bactérias, vírus, vermes 
e protozoários originados principalmente de esgotos 
domésticos e industriais. Eles podem ser lançados 
diretamente na água ou podem infiltrar-se nos solos, 
atingindo águas de poços ou de nascentes. Estes or-
ganismos são os responsáveis por doenças que po-
dem ser transmitidas tanto aos humanos, quanto aos 
animais, tais como febre tifoide, cólera, leptospirose, 
hepatites, esquistossomose, amebíase e giardíase.
• Poluição térmica: lançamento de grandes 
quantidades de águas aquecidas, que foram utiliza-
das, por exemplo, em indústrias para aquecer cal-
deiras, em processos de refrigeração de refinarias, 
siderurgias e usinas termoelétricas. A água quente 
promove a diminuição da solubilidade do gás oxi-
gênio na água, provocando a morte de muitos ani-
mais aquáticos, além de acelerar reações de outros 
poluentes presentes na água.
• Poluição química: presença de produtos quí-
micos nocivos e indesejáveis. Dentre os principais, 
aless
Highlight
aless
Highlight
aless
Highlight
aless
Highlight
aless
Highlight
42
podemos citar os fertilizantes agrícolas, herbicidas, 
inseticidas, tintas, detergentes, solventes, fármacos 
etc. Há ainda os casos de vazamentos de óleo e o 
descarte de compostos inorgânicos e minerais, como 
os metais pesados, extremamente nocivos à saúde.
• Poluição sedimentar: presença de partículas 
em suspensão, originadas do solo ou de produtos 
insolúveis inorgânicos e orgânicos. O problema com 
estas partículas ocorre porque elas impedem a entra-
da de luminosidade nos corpos d’água, dificultando 
a realização da fotossíntese pelas algas e a visualiza-
ção da comida pelos animais aquáticos.
• Poluição radioativa: presença de resíduos ra-
dioativos que, uma vez lançados no ar ou no solo 
por experiências nucleares, lixos atômicos gerados 
em usinas nucleares e em hospitais, acabam por atin-
gir os recursos hídricos.
Como pudemos observar nos itens elencados 
anteriormente, a poluição das águas pode ser deriva-
da de componentes que provêm do próprio ambien-
te natural ou foram introduzidos a partir de ativida-
des humanas. Entretanto, como determinar se há ou 
não contaminação? Para tanto, é necessário que haja 
a caracterização da água, em que se determinam seus 
parâmetros físicos, químicos e biológicos. Estes pa-
râmetros são indicadores da qualidade da água e são 
considerados impurezas quando alcançam valores 
aless
Highlight
aless
Highlight
43
superiores aos estabelecidos para determinado uso. 
Os principais indicadores de qualidade da água são 
(Tabela 2, Tabela 3 e Tabela 4):
Temperatura
Influi em algumas propriedades da água 
(densidade, viscosidade, oxigênio dissolvi-
do), com reflexos diretos sobre a vida aquá-
tica. A temperatura pode variar em função 
de fontes naturais (energia solar) e fontes 
antropogênicas (despejos industriais e águas 
de resfriamento de máquinas).
Sabor e odor
Derivam de eventos naturais (algas; vege-
tação em decomposição; bactérias; fungos; 
compostos orgânicos e/ou artificiais (esgo-
tos domésticos e industriais).
Cor
Provenientes de substâncias em solução; 
pode ser causada pelo ferro ou manganês, 
pela decomposição da matéria orgânica da 
água (principalmente vegetais), pelas algas 
ou pela introdução de esgotos industriais 
e domésticos. Padrão de potabilidade: cor 
inferior a 5 unidades.
Turbidez
Presença de matéria em suspensão na água, 
como argila, silte, substâncias orgânicas 
finamente divididas, organismos micros-
cópicos e outras partículas. O padrão de 
potabilidade: turbidez inferior a 1 unidade.
Sólidos em 
suspensão
Resíduo que permanece em um filtro de 
asbesto, após filtragem da amostra. Podem 
ser divididos em: sólidos sedimentáveis e 
sólidos não sedimentáveis.
Sólidos dis-
solvidos
Material que passa através do filtro. Repre-
sentam a matéria em solução ou em estado 
coloidal presente na amostra de efluente.
Condutivida-
de Elétrica
Capacidade da água em conduzir corrente 
elétrica. Está relacionada à presença de íons 
dissolvidos na água. 
Tabela 2 - Parâmetros Físicos
Fonte: http://www.ufv.br/dea/lqa/qualidade.htm
44
pH
Balanço entre íons H+ e OH. Varia de 
7 a 14, indicando se é uma água é ácida 
(pH inferior a 7), neutra (pH igual a 7) ou 
alcalina (pH maior do que 7), em função 
de sua origem e características naturais. 
No entanto, pode ser alterado pela intro-
dução de resíduos. É recomendável pH 
próximo de neutro.
Alcalinidade
Causada por sais alcalinos, principalmen-
te sódio e cálcio. Ela mede a capacidade 
da água em neutralizar os ácidos. 
Dureza Resultante da presença, principalmente, 
de sais alcalinos terrosos (cálcio e magné-
sio) ou de outros metais bivalentes. 
Cloretos
Geralmente, provêm da dissolução de 
minerais ou da intrusão de águas do 
mar; podem, também, advir dos esgotos 
domésticos ou industriais. 
Ferro e man-
ganês
Podem originar-se da dissolução de com-
postos do solo ou de despejos industriais. 
São responsáveis por conferir uma co-
loração avermelhada à água, no caso do 
ferro, ou marrom, no caso do manganês, 
dando sabor metálico à água.
Nitrogênio
Indispensável ao crescimento de algas, 
porém, em excesso (esgotos domésticos 
e industriais, fertilizantes, excrementos 
de animais), pode ocasionar um desen-
volvimento exagerado desses organismos 
(eutrofização). 
Fósforo
Essencial para o crescimento de algas, 
porém em excesso (dissolução de com-
postos do solo; decomposição da matéria 
orgânica, esgotos domésticos e indus-
triais; fertilizantes; detergentes; excre-
mentos de animais) causa a eutrofização. 
45
Fluoretos
Quando em concentrações adequadas 
têm ação de prevenção da cárie dentária. 
Se elevadas, podem provocar alterações 
da estrutura óssea.
Oxigênio 
Dissolvido 
(OD)
Essencial aos organismos aeróbios. Sua 
concentração depende da altitude e da 
temperatura.
Matéria Or-
gânica
Necessária à nutrição dos seres heterótro-
fos e aos autótrofos, como fonte de sais 
nutrientes e gás carbônico. Quando em 
grandes quantidades pode causar alguns 
impactos, como: cor, odor, turbidez, 
consumo do oxigênio dissolvido, pelos 
organismos decompositores.
Demanda 
Bioquímica 
de Oxigênio 
(DBO)
Quantidade de oxigênio necessária à 
oxidação da matéria orgânica por ação de 
bactérias aeróbias. Representa, portanto, 
a quantidade de oxigênio que seria neces-
sário fornecer às bactérias aeróbias, para 
consumirem a matéria orgânica presente 
em um líquido (água ou esgoto). 
Demanda 
Química de 
Oxigênio 
(DQO)
Quantidade de oxigênio necessária à 
oxidação da matéria orgânica, através de 
um agente químico. A DQO também é 
determinada em laboratório, em prazo 
muito menor do que o teste da DBO. 
Para o mesmo líquido, a DQO é sempre 
maior que a DBO.
Componen-
tes Inorgâni-
cos
Alguns componentes inorgânicos da água 
são tóxicos aohomem: arsênio, cádmio, 
cromo, chumbo, mercúrio, prata, cobre 
e zinco. Podem ser incorporados à água 
por meio de despejos industriais ou a 
partir das atividades agrícolas, de garimpo 
e de mineração.
46
Componen-
tes orgânicos
Alguns componentes orgânicos da água 
são resistentes à degradação biológica, 
acumulando-se na cadeia alimentar.
Tabela 3 - Parâmetros Químicos
Fonte: http://www.ufv.br/dea/lqa/qualidade.htm
Tabela 4 - Parâmetros Biológicos
Fonte: http://www.ufv.br/dea/lqa/qualidade.htm
Coliformes
Indicadores de presença de microrganismos 
patogênicos na água. Os coliformes do tipo 
fecais existem em grande quantidade nas fe-
zes humanas e, quando encontrados na água, 
pode ser um indício de que a mesma recebeu 
esgotos domésticos.
Algas
São responsáveis pela produção de grande 
parte do oxigênio dissolvido do meio. Quan-
do em excesso, trazem inconvenientes como: 
sabor e odor; toxidez, turbidez e cor; forma-
ção de massas de matéria orgânica que, ao 
serem decompostas, provocam a redução do 
oxigênio dissolvido; corrosão; interferência 
nos processos de tratamento da água: aspecto 
estético desagradável.
A Resolução do CONAMA no 357, de 17 de 
março de 2005, dentre outras legislações, dispõe sobre 
as condições e padrões de lançamento de efluentes.
 Os teores máximos de impurezas permitidos 
na água são estabelecidos em função dos seus usos. 
Esses teores constituem os padrões de qualidade, 
os quais são fixados por entidades públicas, com o 
objetivo de garantir que a água, a ser utilizada para 
47
um determinado fim, não contenha impurezas que 
prejudiquem este uso.
Os padrões de qualidade da água variam para 
cada tipo de uso. Assim, os padrões de potabilida-
de (água destinada ao abastecimento humano) são 
diferentes dos de balneabilidade (água para fins de 
recreação de contato primário), os quais, por sua 
vez, não são iguais aos estabelecidos para a água de 
irrigação ou destinada ao uso industrial. Mesmo en-
tre as indústrias, existem requisitos variáveis de qua-
lidade, dependendo do tipo de processamento e dos 
produtos das mesmas.
Uma forma de definir a qualidade das águas dos 
mananciais é enquadrá-los em classes, em função 
dos usos propostos para estes mananciais, estabele-
cendo critérios ou condições a serem atendidos.
2.3 A Preservação do Meio Ambiente 
e a Preservação do Solo
A vida dos seres vivos está condicionada a di-
versos recursos que a natureza nos oferece, muitos 
deles advindos do solo, como por exemplo, os ali-
mentos. Entretanto, para que o solo consiga atender 
à demanda de alimento, ele deverá ser fértil, garan-
tindo o cultivo de alimentos.
Segundo Corrêa (s.d.), o homem, ao retirar a 
camada vegetal que cobre a terra para, em seu lugar, 
48
realizar a exploração, está expondo o solo à ação di-
reta dos agentes intempéricos, como a água da chuva 
e/ou vento. A ação destes agentes pode ocasionar 
erosão, provocando o desgaste do solo e causando 
a perda de nutrientes necessários às culturas. Com 
as chuvas, ocorre o processo de lixiviação das partí-
culas que constituem o solo. Estas partículas se de-
positam nos leitos dos rios e de reservatórios, propi-
ciando eventos de inundações e, consequentemente, 
provocando danos ambientais (Figura 8):
Figura 8 - Lixiviação e deposição das partículas do solo
Fonte: www.oocities.org
Desta forma, a prática de atividades conserva-
cionistas é indispensável à manutenção das caracte-
rísticas produtivas do solo, por meio de ações que 
objetivem eliminar a ação da água da chuva e do ven-
to sobre os terrenos.
49
2.4 Serviços Básicos de Saneamento 
em Caso de Emergência
Os impactos vivenciados em decorrência das 
mudanças climáticas apresentam-se como uma das 
principais questões a serem enfrentadas na atualidade. 
Tal cenário tem conduzido as populações do mundo 
inteiro a uma posição de maior vulnerabilidade, ante 
a essas ocorrências. Um exemplo destes eventos foi o 
caso de Fukushima no Japão (Figura 9);
Figura 9 - Evento ocorrido em Fukushima
Fonte: www.globalresearch.ca
Conforme apresentado na Figura 10, abaixo, o 
Brasil também está sofrendo com o aumento dos nú-
meros de desastres naturais, ocasionados por inunda-
ções brusca e gradual. Tal fato reforça a necessidade 
de preparação para o enfrentamento dos impactos 
negativos provenientes desses eventos.
50
Figura 10 - Ocorrência anual de inundações brusca e gradual
Fonte: Adaptado de Atlas Brasileiro de Desastres Naturais 1991 - 
2010, CEPED 2012.
De acordo com seu padrão evolutivo, as inun-
dações (Brasil, 2012) podem ser classificadas em: 
a) Enchentes ou inundações graduais - elevação 
gradual do nível de água de um rio, acima de sua 
vazão normal;
b) Enxurradas ou inundações bruscas - volu-
me de água que escoa na superfície do terreno, com 
grande velocidade, resultante de fortes chuvas. 
As inundações, em grande parte das vezes, 
apresenta um elevado potencial destrutivo, provo-
cando, inclusive, danos aos sistemas de saneamento. 
Estes danos (OPAS, 2004) podem se apresentar da 
seguinte forma: 
a) Destruição total ou parcial de sistemas de 
captação localizados nos mananciais; 
51
b) Danos em estações de bombeamento; 
c) Carreamento de sedimentos; 
d) Perdas na captação; 
e) Ruptura de tubulações expostas ou não; 
f) Contaminação da água;
g) Interrupção no fornecimento de energia elé-
trica, necessária ao funcionamento dos sistemas;
h) Entrada de água marinha nos aquíferos con-
tinentais, implicando em diminuição de água subter-
rânea e/ou sua contaminação.
Todos estes efeitos negativos nos sistemas de 
abastecimento de água e serviços de saneamento 
implicam em problemas de interrupção destes ser-
viços. A Organização Panamericana de Saúde (1982) 
estabeleceu algumas ações de atuação, nestas situa-
ções, divididas em fases: 
I. Medidas adotadas preventivamente ao de-
sastre, com objetivo de manter um adequado esta-
do de preparação, desenvolvendo um planejamento 
que foque locais que apresentem histórico de risco e 
ocorrência de desastre natural;
II. Atividades de resposta em emergências, no 
momento em que acontece o impacto, se estenden-
do por um período de, aproximadamente, sete dias, 
considerando as seguintes subfases: 
a. Medidas imediatas e emergenciais nos pri-
meiros três dias que se seguem ao desastre; 
52
b. Medidas reparadoras, a partir do quarto dia;
III. Ações de reconstrução e reparação, consi-
derando as seguintes subfases: 
a. Medidas a curto prazo para restabelecer con-
dições básicas de funcionamento; 
b. Medidas de reconstrução a longo prazo, ou 
seja, intervenções programadas que requeiram mais 
tempo para restabelecer condições existentes, ante-
riores ao desastre. 
2.5 Destinação de Resíduos Industriais
De modo a evitar prejuízos ao meio ambien-
te, as indústrias não podem descartar seus efluentes, 
sem que eles sejam submetidos a prévio tratamento.
A forma com que devem ser tratados estes re-
síduos é definida pela Associação Brasileira de Nor-
mas Técnicas (ABNT). Segundo a ABNT, resíduos 
sólidos industriais são aqueles resultantes deste setor 
de atividade, incluindo lodos e determinados líqui-
dos, cujas características tornem inviável seu lança-
mento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, 
ou que exijam para isso soluções técnicas e econo-
micamente inviáveis.
Podemos classificar os resíduos em três classes: 
• Perigosos; 
• Não inertes; 
• Inertes. 
53
É importante destacar que os dois primeiros 
itens, apontados acima, podem ser tóxicos e/ou 
contaminantes, exigindo atenção especial. 
No que se refere ao tratamento de resíduos in-
dustriais, o objetivo é a transformação dos resíduos 
em inertes ou a sua reutilização. Dentre os principais 
métodos para amenizar os efeitos desses resíduos, 
temos o processo de incineração, os aterros indus-
triais e a reciclagem.
A incineração (Figura 11) consiste no proces-
so de queima controlada, na presença de oxigênio, 
no qual os materiais à base de carbono são transfor-
mados em gases, materiaisinertes e calor. A grande 
vantagem da incineração é a redução de cerca de 60 
a 90%, em volume e peso, dos resíduos sólidos.
Figura 11 - Incinerador industrial
Fonte: www.cimm.com.br
54
No caso dos aterros industriais, eles são utili-
zados para a disposição controlada de resíduos no 
solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e 
minimizando os impactos ambientais (Figura 12):
Figura 12 - Aterro industrial
Fonte: www.tecnoplas.com.br
Nesta forma de disposição, os resíduos ficam 
confinados e são cobertos por uma camada de ma-
terial inerte. A maneira como os resíduos são distri-
buídos, nestes aterros, dependerá do grau de peri-
culosidade dele. Os aterros podem ser divididos, de 
acordo com as seguintes classes:
• Classe I: podem receber resíduos industriais 
perigosos;
• Classe II: resíduos não inertes;
• Classe III: somente resíduos inertes.
55
Figura 13 - Cores padronizadas para descarte de resíduos
Fonte: http://www.cimm.com.br/portal/noticia/exibir_
noticia/6788-o-destino-certo-dos-residuos-industriais
A escolha da área para a construção de um ater-
ro de resíduos sólidos industriais perigosos deverá 
considerar alguns itens importantes para o projeto. 
O local deverá ser de preferência, naturalmente im-
permeável, possuir baixo grau de saturação, e relati-
va profundidade do lençol freático e o subsolo deve 
ser constituído de material argiloso. Além destes re-
quisitos, o local precisa estar de acordo com as dis-
tâncias mínimas, preconizadas em norma, de corpos 
d’água, núcleos urbanos, rodovias e ferrovias. 
Por fim, outra forma bastante importante de 
destinação dos resíduos industriais é a reciclagem. 
Com a reciclagem, aquilo que a princípio era consi-
derado resíduo passa a ser matéria-prima, gerando 
economias no processo industrial.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CO-
NAMA) define as cores que serão utilizadas nos 
recipientes de materiais recicláveis, para que exista 
uma padronização, de modo a facilitar a reciclagem 
(CIMM, 2010).
 As cores padronizadas são (Figura 13): 
56
Além dos métodos mencionados, existem ou-
tros meios de tratamento de resíduo. Alguns deles 
são listados a seguir (CIMM, 2010):
• Neutralização: para resíduos com característi-
cas ácidas ou alcalinas;
• Secagem: é a mistura de resíduos com alto 
teor de umidade com outros resíduos secos ou com 
materiais inertes, como serragem;
• Encapsulamento: consiste em revestir os resí-
duos com uma camada de resina sintética imperme-
ável e de baixíssimo índice de lixiviação;
• Incorporação: os resíduos são agregados à 
massa de concreto ou de cerâmica, em uma quan-
tidade tal que não prejudique o meio ambiente, ou 
ainda que possam ser acrescentados a materiais 
combustíveis, sem gerar gases prejudiciais ao meio 
ambiente, após a queima.
2.6 Resumo
Caros alunos, neste capítulo, nós abordamos como 
as alterações nas propriedades (químicas, físicas e/ou 
biológicas), em diferentes recursos do meio ambiente, 
interferem na preservação da qualidade ambiental.
 Outro assunto enfocado foi a questão da 
situação dos serviços básicos de saneamento em 
casos de emergência, como no caso de inunda-
ções, por exemplo.
57
Por fim, aprendemos sobre algumas formas 
de disposição dos resíduos industriais, sem que haja 
prejuízo ao meio ambiente. 
58
EXERCÍCIOS
1. Além dos danos à saúde, quais outros malefí-
cios a poluição atmosférica pode trazer?
2. Quais os tipos de poluição da água?
3. Quais as consequências da não existência de 
práticas conservacionistas para o solo?
4 Quais os danos provocados pelas inundações 
ao sistema de saneamento?
5. Quais são os principais métodos para ameni-
zar os efeitos dos resíduos industriais?
59
Capítulo 3
SANEAMENTO RURAL
A Fundação Nacional de Saúde – FUNASA - é 
o órgão do Governo Federal, vinculado ao Minis-
tério da Saúde, responsável por implementar ações 
sanitárias em áreas rurais de todos os municípios do 
território nacional, inclusive no atendimento às po-
pulações remanescentes de quilombos, assentamen-
tos rurais e populações ribeirinhas.
Segundo Censo Demográfico, realizado em 
2010, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística – IBGE, no Brasil, há cerca de 29,9 milhões de 
pessoas residentes em áreas rurais, contabilizando um 
total de aproximadamente 8,1 milhões de domicílios.
Na Figura, a seguir, é ilustrada a distribuição da 
população rural por estado (Figura 14):
Figura 14 - População nos Censos Demográficos, segundo as Grandes 
Regiões, as Unidades da Federação e a situação do domicílio – 2010.
Fonte: http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.
php?dados=8
60
De acordo com a Figura 14, nota-se que a po-
pulação rural concentra-se principalmente entre o 
Norte e o Centro Oeste do país.
Segundo dados da FUNASA, os serviços de 
saneamento prestados a esta parcela da população 
apresentam elevado déficit de cobertura. De acor-
do com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra 
de Domicílios – PNAD/2012 – totalizam apenas 
33,2% os domicílios, nas áreas rurais, que estão li-
gados às redes de abastecimento de água. Nos res-
tantes 66,8%, a população capta água de chafarizes e 
poços protegidos ou não, diretamente de cursos de 
água, sem que haja nenhum tratamento prévio.
Ao analisarmos os dados de esgotamento sani-
tário, a situação é ainda pior. Apenas 5,2% dos do-
micílios estão ligados à rede de coleta de esgotos e 
28,3% fazem uso da fossa séptica, como forma de 
tratamento dos dejetos. Os 66,5% restantes deposi-
tam os dejetos de maneira apropriada (PNAD/2012).
Diante deste cenário, nos deparamos com con-
dições propícias para o surgimento de doenças de 
transmissão hídrica, parasitoses intestinais e diar-
reias, responsáveis pela elevação da taxa de mortali-
dade infantil no Brasil.
Deste modo, as ações de saneamento em áre-
as rurais visam reverter estes índices, incentivando a 
inclusão social dos grupos sociais minoritários, por 
meio da implantação aliada com outras políticas pú-
61
blicas setoriais, como por exemplo: saúde, habitação, 
igualdade racial e meio ambiente.
É importante frisar que o meio rural não é homo-
gêneo, é constituído de vários tipos de comunidades e 
cada uma com suas especificidades, exigindo medidas 
distintas de intervenção em saneamento básico.
3.1 Aspecto Socioeconômico
 do Trabalho Rural
De acordo com o Plano Brasil sem Miséria, ins-
tituído pelo Decreto nº 7.492/2011, e com base no 
Censo/2010, observa-se que da população total que 
se encontra na faixa de extrema pobreza no Brasil 
(16,2 milhões de habitantes), aproximadamente me-
tade localiza-se na área rural, ou seja, 25% do total 
da população rural do Brasil.
A faixa de extrema pobreza foi definida em R$ 
70,00 per capita, considerando o rendimento nomi-
nal mensal domiciliar. Assim, qualquer pessoa com 
rendimento menor ou igual a esse valor é considera-
da extremamente pobre (Figura 15):
Figura 15 - Família 
vivendo na extrema 
pobreza
Fonte: http://agrande-
jogada.futblog.com.
br/148623/O-Brasil-
tem-16-2-milhoes-na-
pobreza-extrema/
62
3.2 Acidentes De Trabalho Rural
Conforme a Organização Internacional do Tra-
balho - OIT, a agricultura está entre as atividades 
laborais que mais provocam mortes entre os traba-
lhadores. Por conta deste cenário, foi criada no ano 
de 2005 a Norma Regulamentadora de Segurança e 
Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicul-
tura, Exploração Florestal e Aquicultura - NR31, do 
Ministério do Trabalho e Emprego - MTE.
A Figura 16 ilustra um dos inúmeros tipos de 
acidentes possíveis no ambiente rural: 
Figura 16 - Exemplo de acidente rural
Fonte: www.edcentaurus.com.br
Acidente de trabalho rural, conforme o Regu-
lamento do Seguro de Acidentes do Trabalho Rural, 
é definido como:
63
“acidente do Trabalho Rural, a serviço de empregador, 
provocando lesão corporal, perturbação funcional ou 
doença, e que cause a morte ou a perda ou a redução 
permanente ou temporária da capacidade para o traba-
lho e que, embora não tenha sido causaúnica, contribua 
diretamente para a morte ou perda ou redução da ca-
pacidade para o trabalho, equiparando-se ao acidente a 
doença profissional inerente à atividade rural e definida 
em portaria ministerial”.
O número de acidentes que ocorrem na agri-
cultura, apesar de ser alto, está muito longe de refle-
tir a realidade, visto que os dados oficiais referem-se 
apenas aos trabalhadores formais, contrapondo-se 
à realidade dos muitos trabalhadores que não pos-
suem registro e, por isso, estão desassistidos pelos 
órgãos de assistência social e saúde públicos.
Estes acidentes, além de representar um custo ele-
vado ao empregador (tratamento médico, indenizações, 
perdas de produção, danos às máquinas etc.), trazem 
graves problemas ao funcionário e a seus familiares.
 
3.3 Segurança Ocupacional Rural
Na ocorrência de acidente de trabalho rural, 
deve-se considerar que os princípios fundamentais 
de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, tal 
64
como a sua aplicação, são os mesmos dos demais 
tipos de exploração econômica.
Em função da natureza das atividades rurais, os 
trabalhadores, dificilmente, são supervisionados de 
forma mais incisiva, dificultando o estabelecimento 
e o controle de medidas prevencionistas de seguran-
ça ocupacional. Desta maneira, torna-se importante 
despender esforços em educação e treinamento, a 
fim de alertar os trabalhadores sobre os riscos ine-
rentes a sua atividade.
Dentre as atividades executadas por estes 
trabalhadores, podemos citar: limpeza e prepa-
ro do solo para o plantio, operações de manejo 
da cultura, colheita, transporte e armazenamen-
to, tratamentos de sementes e partes vegetati-
vas, abertura de canais de irrigação e drenagem, 
criação de animais, construção e manutenção de 
estradas, cercas, estábulos, paiol etc., controle de 
doenças e pragas, aplicação de corretivos e adu-
bos (TEIXEIRA, [s.d.]).
Para que os trabalhadores possam executar cor-
retamente suas atividades, eles utilizam ferramentas 
manuais, máquinas, veículos, produtos químicos, 
substâncias inflamáveis etc. Quando não manejadas 
corretamente, estas ferramentas podem causar aci-
dentes graves e comprometer, seriamente, a saúde 
do trabalhador.
Alguns fatores podem causar, tais como (TEI-
65
XEIRA, [s.d.]):
• Condições Inseguras: defeitos, irregularidades 
técnicas, falta de dispositivos de segurança e as con-
dições do meio em que o trabalho é realizado, com 
riscos para a vida e a saúde do trabalhador e para as 
condições operacionais dos equipamentos em uso.
• Ato Inseguro: comportamento inseguro ou o 
excesso de confiança na forma com que o trabalha-
dor se expõe ao executar uma determinada tarefa. 
3.4 Principais Fontes de Risco
 no Trabalho Rural
Tratores agrícolas, máquinas e implementos agrícolas
Tratores agrícolas, máquinas e implementos 
agrícolas são instrumentos de trabalho muito impor-
tante para os trabalhadores rurais. Entretanto, são 
fonte de muitos acidentes, alguns dos quais levando 
o trabalhador a óbito. 
O uso indevido destes equipamentos pode 
ocasionar riscos de acidentes de três naturezas 
(MONTALVO, [s.d.]):
• Ambiente - terreno onde opera;
• Agente - equipamento em si; 
• Homem - imperícia ou desconhecimento 
do operador. 
66
Segundo Montalvo (s.d), a maioria dos aciden-
tes ocorre em função do erro humano. Os principais 
fatores são:
• Falta de atenção;
• Fadiga;
• Preocupação;
• Falta de treinamento;
• Incompatibilidade homem-máquina;
• Outros. 
O erro humano e sua influência nos acidentes 
estão atrelados às limitações humanas, que podem ser:
a) Físicas;
b) Fisiológicas;
c) Psicológicas. 
As características físicas podem ser comparadas 
às especificações de projeto de uma máquina (tama-
nho, peso, potência, voltagem etc.). Uma vez que o 
trabalhador reconheça suas limitações físicas e traba-
lhe de acordo com estas, a probabilidade de ocorrer 
um acidente será menor. 
Com relação aos fatores fisiológicos, nosso or-
ganismo possui algumas limitações, tais como: tono 
muscular e força, eficiência metabólica (quanto de 
alimento é utilizado para o organismo funcionar), 
resistência a certas doenças, horas de sono e de des-
canso exigidas pelo corpo. Estes fatores são analo-
67
gamente similares ao desempenho de uma máquina 
(quanto de combustível ela consome, a temperatura 
de operação, as ligações do sistema elétrico etc.) e 
podem ser afetados por: 
• Fadiga;
• Drogas, álcool e fumo;
• Produtos químicos (agrotóxicos);
• Doenças;
• Condições ambientais: temperatura, umidade, 
vibração, ruído, poeira, etc. 
Por fim, no que se referem aos fatores psico-
lógicos, estes atuam diretamente sobre a segurança 
e o desempenho pessoal do trabalhador. Diferentes 
dos outros fatores, anteriormente elencados, neste 
as pessoas não são como máquinas, uma vez que são 
detentoras de emoções e sentimentos que as máqui-
nas não possuem.
Os problemas psicológicos podem ser resultan-
tes de algumas causas, como por exemplo:
• Conflitos pessoais;
• Tragédia pessoal;
• Problemas interpessoais; 
• Problemas profissionais; 
• Dificuldades financeiras;
• Insegurança (ou introversão). 
68
Ferramentas manuais
Outra fonte corriqueira de acidentes são as fer-
ramentas manuais (Figura 17):
Figura 17 - Exemplos de ferramentas manuais
Fonte: www.ehow.com.br
Figura 18 - Corte manual da cana-de-açúcar
Fonte: acpessoal.blogspot.com
Em atividades como, por exemplo, o corte ma-
nual da cana-de-açúcar (Figura 18), o trabalhador 
fica suscetível a uma variedade de riscos de acidentes 
(cortes nas mãos, pernas e pés, provenientes da utili-
zação do facão, foice ou podão), além de lombalgias, 
dores musculares, lesões oculares, irritação da pele, 
quedas e ferimentos (COUTO, 2004).
69
Figura 19 - Incêndio Florestal
Fonte: www.teckler.com
Deste modo, a fim de prevenir acidentes com 
essas ferramentas, podem-se adotar algumas ações:
• Depois do uso, arrumar cuidadosamente as 
ferramentas em local apropriado;
• Conferir a condição das ferramentas, antes do 
início do trabalho; 
• Transportar as ferramentas em utensílios 
apropriados, nunca conduzir ferramentas afiadas ou 
pontiagudas no bolso;
• Usar equipamento de proteção individual 
(EPI) tais como óculos de segurança, máscaras, lu-
vas etc.;
• Atenção ao realizar a tarefa.
Incêndio florestais
Incêndio Florestal é todo fogo sem controle 
nas áreas florestadas. Eles são causa de grandes pre-
juízos ao meio ambiente e ao homem.
70
Considerando a importância da temática, em 
1989, foi criado pelo IBAMA o Centro Nacional 
de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais – 
PREVFOGO. Este órgão tem atuado na promoção, 
apoio, coordenação e execução de atividades educa-
tivas, pesquisa, monitoramento, controle de queima-
das, prevenção e combate aos incêndios florestais, 
em todo território nacional.
Dentre as causas originadoras destes incêndios, 
podemos destacar: estiagem, baixa umidade relativa 
do ar, ventos, uso do fogo na agricultura e pecuária, 
ignorância, impunidade, falta de consciência ecoló-
gica e carência absoluta de meios para combater o 
fogo em florestas no Brasil.
Os incêndios nas florestas, devido a grande 
proporção, são difíceis de combater, reforçando a 
necessidade da prevenção para que focos de incên-
dio não se iniciem.
Depósito de matéria
Os silos e os armazéns são locais destinados 
ao armazenamento da produção agrícola e, segun-
do Montalvo (s.d), eles exercem influência direta na 
qualidade e preço dos produtos. No entanto, por 
suas características físicas, eles podem servir de cau-
sa para graves acidentes do trabalho. Por se tratar de 
locais fechados, enclausurados e perigosos, são co-
71
nhecidos como espaços confinados, regulamentados 
pela NR33 - Espaços Confinados, pela NBR 14.787 
da ABNT e por alguns itens da NR 18 - Construção 
Civil, do MTE. 
Outros exemplos de espaços confinados, pre-
sentes nas diversas atividades ligadas à agroindústria 
são: tonéis (de vinho/aguardente etc.), reatores, co-
lunas de destilação, vasos, cubas,tinas, misturadores, 
secadores, moinhos, depósitos e outros.
Listamos alguns dos possíveis acidentes em si-
los e armazéns agrícolas:
a) Riscos de explosões
O acúmulo de poeiras, depositadas no local 
de trabalho, representa elevado risco de incêndio. 
Quando aquecidas, as poeiras passam a liberar gases 
inflamáveis, que aliados à presença de uma fonte de 
ignição, podem iniciar o incêndio.
Além dos incêndios, as poeiras, quando agi-
tadas ou colocadas em suspensão e na presença 
de uma chama, podem ocasionar explosões, cau-
sando prejuízos irreversíveis ao patrimônio, além 
de haver a possibilidade de ocorrer vítimas, neste 
tipo de acidente.
Para viabilizar o trabalho em espaços confi-
nados, há equipamentos que indicam a concen-
tração de gases combustíveis no interior destes 
ambientes (Figura 20):
72
Figura 20 - Equipamento para medição de gases
Fonte: segurancadotrabalhonwn.com
Podem-se adotar as seguintes medidas, a fim de 
diminuir o risco de explosões (MONTALVO, [s.d.]):
• Limpeza frequente do local;
• Evitar fontes de ignição (solda, fumo etc.);
• Manutenção periódica dos equipamentos;
• Peças girantes devem trabalhar sem pó;
• Sistema de aterramento (eletricidade estática);
• Nunca varrer o armazém, usar o aspirador 
de pó;
• Equipar elevadores, balanças e coletores de 
alívios contra pressões;
• Sistemas corta-fogo em dutos de transpor-
te e outros;
73
Figura 21 - Operário entrando em espaço confinado
Fonte: www.ropemb.com.br
• Cuidados com ventiladores e peças girantes 
(faíscas); 
• Controle da umidade do local em 50% (am-
biente seco é explosivo).
b)Problemas ergonômicos
As questões ergonômicas, normalmente, ocor-
rem devido às reduzidas dimensões do acesso ao es-
paço confinado e ao transporte de sacos pesados. 
Observemos algumas destas ocorrências:
• Portinhola de acesso;
• Agressões à coluna vertebral;
• Lombalgias;
• Torções; e
• Esmagamento de discos da vértebra. 
A Figura 21 mostra um operário entrando em 
um espaço confinado: 
74
A Figura 22 ilustra a forma certa e a forma erra-
da (ou não ergonômica) de levantar peso:
Figura 22 - Certo e errado ao levantar peso
Fonte: www.ebah.com.br
Figura 23 - Máscaras para 
poeiras
Fonte: www.materialsegur-
ancaepi.com.br
c) Problemas com os pulmões e os olhos
Alguns tipos de grãos armazenados, como o ar-
roz em casca, liberam uma poeira. Uma vez que esta 
poeira atinja os olhos, ela pode causar lesão aos olhos 
e quando inalada, dificulta o processo respiratório.
Os Equipamentos de Proteção Individual – 
EPIs - recomendados são as máscaras contra poeiras 
(Figura 23) e óculos de segurança (Figura 24):
75
Figura 24 - Óculos de segurança
Fonte: www.hsj.com.br
Figura 25 - Transporte inad-
equado de trabalhadores rurais
Fonte: laorquesta.mx
d) Riscos físicos (ruídos, iluminação etc.)
Aos riscos físicos, já citados anteriormente, 
juntam-se: iluminação inadequada, ruído, vibração 
etc. Recomenda-se, nestes casos, o uso de proteto-
res auriculares, capacete de segurança, dentre outros 
possíveis EPIs.
Transportes
Normalmente, a zona rural brasileira é espar-
samente localizada e afastada dos centros urbanos, 
gerando a dependência de transporte para que os 
funcionários cheguem ao trabalho.
Por vezes este transporte é realizado na carro-
ceria de caminhões, podendo propiciar graves aci-
dentes (Figura 25):
76
De acordo com a Lei 9.503/97, do Código Na-
cional de Trânsito e a Resolução nº 811/77, apenas 
ônibus e micro-ônibus podem ser utilizados no trans-
porte coletivo de passageiros. Todavia, ainda encon-
tramos situações como a ilustrada na Figura 25.
Animais peçonhentos
No ambiente rural, é muito comum a presença 
de animais peçonhentos, tais como cobras, aranhas e 
escorpiões (Figura 26):
Figura 26 - Animais peçonhentos
Fonte: amandadiasb.blogspot.com
Eles se encontram em meio à vegetação, tron-
cos de árvores, sobre as pedras etc. Alguns deles 
possuem cores semelhantes às cores do ambiente 
em que vivem (Figura 27), dificulta a visualização 
desses animais:
77
Figura 27 - Cobra em meio a vegetação
Fonte: blogs.ruralbr.com.br
No caso das cobras, quando o trabalhador 
for picado, é desejável que se identifique a espécie 
do animal, para que a vítima receba o soro antio-
fídico adequado.
Pés, pernas, mãos e antebraços são os segmen-
tos corpóreos mais atingidos nos acidentes com 
animais peçonhentos. Desta forma, é importante a 
atenção em ações como:
• Manuseio de tijolos, pedras, blocos, pilhas de 
lenha, folhas secas, palhas de feijão, milho, cana e 
outros materiais, pois pode haver animais peçonhen-
tos alojados entre eles.
• Utilizar botas de cano alto, de preferência até 
a altura do joelho, perneiras e luvas em lidas rurais, 
jardinagem, hortas, limpeza de áreas externas, entre 
outras atividades.
78
3.5 Resumo
Caros alunos, neste capitulo, estudamos os di-
versos fatores de risco que permeiam o ambiente 
rural. Observamos as condições sanitárias, muitas 
vezes precárias, e aspectos socioeconômicos da po-
pulação que habita estas regiões.
Outra questão importante foi o levantamento 
sobre os aspectos ocupacionais e os riscos inerentes 
a esse tipo de ambiente.
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Exercícios
1. Qual o órgão responsável por implementar 
ações sanitárias em áreas rurais de todos os municí-
pios do território nacional?
2 Qual a faixa salarial adotada para a classifica-
ção de extrema pobreza?
3. Quais as implicações resultantes do acidente 
com o trabalhador rural?
4. As causas dos acidentes rurais podem estar 
atreladas a, basicamente, dois fatores. Quais são eles?
5. Quais os perigos envolvidos nos locais para 
depósito de matéria?
81
Capítulo 4
Higiene Ocupacional - Agrotóxicos
De acordo com o Ministério da Agricultura, 
os agrotóxicos são produtos e agentes de proces-
sos físicos, químicos ou biológicos, para uso no 
cultivo, armazenamento e beneficiamento de pro-
dutos agrícolas, a fim de alterar a composição da 
flora ou da fauna, de modo a preservá-las da ação 
de seres vivos nocivos.
Em 2005, a Organização Mundial da Saúde 
(OMS), em conjunto com a Organização Interna-
cional do Trabalho (OIT), estimava em 7 milhões 
os casos de intoxicações agudas e 70 mil óbitos, to-
dos os anos, em decorrência do uso de agrotóxicos 
(GARCIA & ALVES FILHO, 2005).
O Brasil é um dos maiores consumidores de 
agrotóxicos e, por isso, calcula-se que cerca de 15 
milhões de trabalhadores sejam expostos e que 
ocorram de 150 mil a 200 mil intoxicações agudas 
por ano (GARCIA, 2001).
Qual seria a explicação para os problemas com 
o uso dos agrotóxicos? Normalmente, os problemas 
são decorrentes do uso inadequado destes produtos, 
como por exemplo:
• Não observação das orientações e instruções 
transmitidas pelo empregador; 
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• Não observação das orientações e instruções 
contidas em rótulos e bulas dos produtos;
• Ausência dos cuidados necessários para ma-
nuseio e aplicação do produto; 
• Não utilização dos equipamentos de proteção 
individual necessários para o trabalho. 
De fato, a utilização inadequada destes produ-
tos causa danos à saúde do trabalhador. No entanto, 
esta relação errônea é fruto de diversos outros fato-
res que interferem diretamente nas condições e no 
meio ambiente do trabalho.
A Figura 28 apresenta a complexidade dos as-
pectos envolvidos na determinação dos impactos 
negativos relacionados ao uso de agrotóxicos: 
Figura 28 - Fatores determinantes dos impactos decorrentes do 
uso de agrotóxicos (GARCIA & ALVES FILHO, 2005)
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Os riscos envolvidos na utilização destes pro-
dutos estão relacionados ao fator de toxicidade e ao 
fator de exposição.
No caso da toxicidade, devem-se considerar, 
por exemplo, a composição química do produto, as 
condições ambientais de uso (temperatura, umidade) 
e as condições biológicas (inerente ao indivíduo ex-
posto). Por sua vez, o fator exposição deve ponderar 
as quantidades aplicadas do produto, formulação e 
concentração, métodos e equipamentos de aplica-
ção, frequência das aplicações, medidas de seguran-

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