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1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS Fernanda Nishi – MED26 Anatomia do Sistema Urinário Considerações gerais O sistema urinário é responsável por formar e garantir a eliminação da urina para fora do corpo. ❖ Os rins produzem urina que é conduzida pelos ureteres até a bexiga urinária na pelve; ❖ A face superomedial de cada rim normalmente está em contato com a glândula suprarrenal, entretanto não estão fixados um ao outro devido a um delgado septo facial. o O que mantém os rins em posição relativamente fixa? Feixes de colágeno, fáscia renal, cápsula adiposa, corpo adiposo pararrenal, juntamente com o aprisionamento proporcionado pelos vasos renais e ureter. o Quer dizer então que os rins não se movem? Não! Os rins se movem durante a respiração profunda e ao passar da posição de decúbito dorsal para a posição ortostática, e vice-versa. A mobilidade normal é de cerca de 3 cm, a altura aproximada de um corpo vertebral. RINS Os rins, que têm formato oval e coloração marrom- avermelhada durante a vida, retiram o excesso de água, sais e resíduos do metabolismo proteico do sangue e devolvem nutrientes e substâncias químicas. Medem cerca de 10 cm de comprimento, 5 cm de largura e 5,5 cm de espessura. o Onde os rins estão localizados? Estão localizados no retroperitônio sobre a parede posterior do abdome, um de cada lado da coluna vertebral, no nível das vértebras T12 a L3. Dessa forma, são “protegidos” pelas costelas 11 e 12, uma vez que as partes superiores dos rins se situam profundamente nessas costelas. o Como os rins são posicionados? Os rins são posicionados obliquamente, formando um ângulo entre eles, devido à protrusão da coluna vertebral lombar para a cavidade abdominal. Cada rim possui as seguintes faces: ❖ Face anterior; ❖ Face posterior. Cada rim possui também as seguintes margens: ❖ Margem medial: é côncava e voltada para a coluna vertebral. É onde também se localiza o seio renal e a pelve renal; ❖ Margem lateral: é convexa. Cada rim também possui os seguintes polos: ❖ Polo superior; ❖ Polo inferior. RIM ESQUERDO E RIM DIREITO É importante lembrar que existe uma pequena diferença entre o posicionamento tanto do rim esquerdo quanto do rim direito. ❖ O rim direito está um pouco mais inferior – cerca de 5,5 cm mais baixo - em relação ao rim esquerdo devido ao posicionamento do fígado. A topografia tanto do rim esquerdo quanto do rim direito também difere: ❖ Rim direito: o fígado, o duodeno e o colo ascendente são anteriores a esse rim; ❖ Rim esquerdo: relacionado com o estômago, baço, pâncreas, jejuno e colo descendente. ANATOMIA EXTERNA DOS RINS 2 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS Fernanda Nishi – MED26 Na margem medial côncava do rim, há uma fenda vertical, o hilo renal. o O que é o hilo renal? O hilo renal é o condutor para o seio renal, um espaço no rim. Desse modo, as estruturas que servem aos rins (vasos, nervos e estruturas que drenam urina do rim) entram e saem do seio renal através do hilo renal. ❖ O hilo renal esquerdo situa-se perto do plano transpilórico, a cerca de 5 cm do plano mediano; No hilo renal, a veia renal situa-se anteriormente à artéria renal, que é anterior à pelve renal. o O que é o seio renal? É um espaço através do hilo renal que é ocupado pela pelve renal, pelos cálices, por vasos e nervos e por uma quantidade variável de gordura. SUPERIORMENTE AOS RINS Superiormente, os rins estão associados ao diafragma, que os separa das cavidades pleurais e do 12° par de costelas. INFERIORMENTE AOS RINS Inferiormente, as faces posteriores do rim têm relação com os músculos psoas maior medialmente e quadrado do lombo. ANATOMIA INTERNA DOS RINS A pelve renal é a expansão afunilada e achatada da extremidade superior do ureter. O ápice da pelve renal é contínuo com o ureter. o O que a pelve renal recebe? A pelve renal recebe 2 ou 3 cálices maiores, e cada um deles é formado por 2 ou 3 cálices menores. E cada cálice menor é entalhado por uma papila renal, o ápice da pirâmide renal, de onde a urina é excretada. Nas pessoas vivas, a pelve renal e seus cálices geralmente estão colapsados (vazios). PELVE RENAL > CÁLICE MAIOR > CÁLICE MENOR > PAPILA RENAL. As pirâmides e o córtex associado formam os lobos renais. Os lobos são visíveis na face externa dos rins nos fetos, e os sinais dos lobos podem persistir por algum tempo após o nascimento. CÓRTEX E MEDULA RENAL Em um corte frontal, observa-se 2 regiões diferentes: ❖ Córtex renal: uma área mais superficial e de cor vermelho clara. É a região onde ocorre a reabsorção; 3 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS Fernanda Nishi – MED26 ❖ Medula renal: uma região mais profunda e de coloração marrom-avermelhada. É a região onde ocorre a excreção. CÓRTEX RENAL o Como o córtex renal é organizado? O córtex renal possui textura uniforme, estendendo-se desde a cápsula fibrosa até as bases das pirâmides renais. Além disso, possui 2 subdivisões: ❖ Zona cortical; ❖ Zona justa medular interna. o O que são colunas renais? São as partes do córtex que se estendem entre as pirâmides renais. MEDULA RENAL A medula renal é formada por diversas pirâmides renais cônicas, as quais têm uma base e um ápice. A base de cada pirâmide é voltada para o córtex, e o ápice – extremidade mais estreita - termina em uma papila que desemboca no cálice menor. IRRIGAÇÃO ARTERIAL DOS RINS As artérias renais originam-se no nível do disco IV entre as vértebras L1 e L2. Cada artéria renal divide-se perto do hilo renal em 5 artérias segmentares - que são artérias terminais - por meio dos ramos anterior e posterior das artérias renais, sendo 4 segmentares anteriores e 1 segmentar posterior. As 4 artérias segmentares anteriores são distribuídas para os segmentos renais do seguinte modo: ❖ Segmento superior (apical): irrigado pela artéria do segmento superior (apical); ❖ Segmento anterossuperior: suprido pela artéria do segmento anterior superior; ❖ Segmento anteroinferior: suprido pela artéria do segmento anterior inferior; ❖ Segmento inferior: irrigado pela artéria do segmento inferior. AS ARTÉRIAS SEGMENTARES ANTERIORES SÃO ORIUNDAS DO RAMO ANTERIOR DA ARTÉRIA RENAL TANTO DIREITA QUANTO ESQUERDA. A única artéria segmentar posterior será distribuída para o segmento do seguinte modo: ❖ Segmento posterior: irrigado pela artéria do segmento posterior. A ARTÉRIA SEGMENTAR POSTERIOR É ORIUNDA DO RAMO POSTERIOR DA ARTÉRIA RENAL. PS: mesmo em vista posterior, é possível ver os segmentos superior e inferior dos rins. 4 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS Fernanda Nishi – MED26 E cada artéria segmentar dará origem a ramos que penetram no parênquima, atravessam as colunas renais e irrigam as porções entre os lobos dos rins, sendo então chamadas de artérias interlobares. E as artérias interlobares realizam uma curvatura entre a medula e o córtex renal, e a partir desse momento, a sua nomenclatura muda, sendo chamadas de artérias arqueadas. E as artérias arqueadas se dividem, formando diversas artérias interlobulares, que passam entre os lóbulos do rim. E as artérias interlobulares entram no córtex renal, emitindo ramos que são chamados de arteríolas aferentes, que irrigam os néfrons. E essa artériola aferente forma uma estrutura esférica e entrelaçada em cada néfron, formando o glomérulo, do qual é importante saber para entender o processo de filtração sanguínea. E os capilares do glomérulo vão formar uma arteríola eferente, que é menor do que a arteríolas aferentes. A arteríola eferente vai conduzir o sangue até o sistema portal renal. DRENAGEM VENOSA DOS RINS É importante salientar que não existe veias segmentares! Somenteexiste artérias segmentares. Diversas veias renais drenam cada rim e se unem de modo variável para formar as veias renais direita e esquerda. o Onde estão localizadas as veias renais direita e esquerda? As veias renais direita e esquerda situam-se anteriormente às artérias renais direita esquerda. A veia renal esquerda, mais longa (com cerca de 7,5 cm) comunica-se com a veia lomba ascendente e atravessa o ângulo agudo entre a MAS anteriormente e a aorta posteriormente. Recebe tributação das: ❖ Veia suprarrenal esquerda; ❖ Veia gonadal (testicular ou ovárica) esquerda. TODAS AS VEIAS RENAIS DRENAM PARA A VEIA CAVA INFERIOR. DRENAGEM LINFÁTICA DOS RINS Os vasos linfáticos renais acompanham as veias renais e drenam para os: ❖ Linfonodos lombares direito; ❖ Linfonodos lombares esquerdo (cavais e aórticos). INERVAÇÃO DOS RINS 5 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS Fernanda Nishi – MED26 Os nervos para os rins originam-se do plexo nervoso renal, sendo formados por: ❖ Fibras simpáticas; ❖ Fibras parassimpáticas. O plexo nervoso renal é suprido por fibras dos nervos esplâncnicos abdominopélvicos (principalmente o imo), que conduzem fibras simpáticas pré-ganglionares para a cavidade abdominopélvica. URETERES Os ureteres são ductos musculares (com cerca de 25 a 30 cm de comprimento) com lumens estreitos que conduzem urina dos rins para a bexiga. Seguem inferiormente, dos ápices das pelves renais nos hilos renais, passando sobre a margem da pelve na bifurcação das artérias ilíacas comuns. A seguir, passam ao longo da parede lateral da pelve e entram na bexiga urinária. Os ureteres podem ser divididos em 2 partes: ❖ Abdominal; ❖ Pélvica; As partes abdominais dos ureteres aderem intimamente ao peritônio parietal e têm trajeto retroperitoneal. As partes pélvicas dos ureteres seguem nas paredes laterais da pelve, paralelas à margem anterior da incisura isquiática maior, entre o peritônio parietal da pelve e as artérias ilíacas internas. Os ureteres apresentam constrições relativas em 3 locais, os quais são possíveis locais de obstrução por cálculos uretrais: ❖ Na junção dos ureteres e pelves renais; ❖ Onde os ureteres cruzam a margem da abertura superior da pelve; ❖ Durante sua passagem através da parede da bexiga urinária. Os ureteres passam obliquamente através da parede muscular da bexiga urinária em direção inferomedial, entrando na face externa da bexiga urinária distantes um do outro cerca de 5 cm, mas suas aberturas internas no lúmen da bexiga urinária vazia são separadas por apenas metade dessa distância. Essa passagem oblíqua através da parede da bexiga urinária forma uma “válvula” unidirecional, e a pressão interna ocasionada pelo enchimento da bexiga urinária provoca o colapso da passagem intramural. Além disso, as contrações da musculatura vesical atuam como esfíncter, impedindo o refluxo de urina para os ureteres quando a bexiga urinária se contrai, o que aumenta a pressão interna durante a micção. A urina percorre os ureteres por meio de contrações peristálticas, sendo levadas algumas gotas a intervalos de 12 a 20 segundos. o Onde se localiza o ureter masculino? O ureter situa-se posterolateralmente ao ducto deferente – estrutura entre o ureter e o peritônio - e entra no ângulo posterossuperior da bexiga urinária, logo acima da glândula seminal. o Onde se localiza o ureter feminino? O ureter passa medialmente à origem da artéria uterina e continua até o nível da espinha isquiática, onde é cruzado superiormente pela artéria uterina. Em seguida, passa próximo da parte lateral do fórnice da vagina e entra no ângulo posterossuperior da bexiga urinária. IRRIGAÇÃO ARTERIAL DOS URETERES Os ramos arteriais para a parte abdominal do ureter originam-se regularmente das artérias renais, com ramos menos constantes originando-se das: ❖ Artérias testiculares ou ováricas; 6 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS Fernanda Nishi – MED26 ❖ Parte abdominal da aorta; ❖ Artérias ilíacas comuns. Os ramos aproximam-se dos ureteres medialmente e dividem-se em ramos ascendente e descendente, formando uma anastomose longitudinal na parede do ureter. Entretanto, os ramos uretéricos são pequenos e relativamente delicados, e a ruptura pode causar isquemia apesar do canal anastomótico contínuo formado. A irrigação arterial das partes pélvicas dos ureteres é variável, proporcionada por ramos uretéricos originados das: ❖ Artérias ilíacas comuns; ❖ Artérias ilíacas internas; ❖ Artérias ováricas. As artérias mais constantes que irrigam as partes terminais do ureter nas mulheres são ramos das artérias uterinas. As origens de ramos semelhantes nos homens são as artérias vesicais inferiores. DRENAGEM VENOSA DOS URETERES As veias que drenam a parte abdominal dos ureteres drenam para as veias renais e gonadais (testiculares ou ováricas). A drenagem venosa das partes pélvicas dos ureteres geralmente é paralela à irrigação arterial, drenando para veias de nomes correspondentes. DRENAGEM LINFÁTICA DOS URETERES Os vasos linfáticos da parte superior do ureter podem se unir àqueles do rim ou seguir diretamente para os linfonodos lombares. Os vasos linfáticos da parte média do ureter geralmente drenam para os linfonodos ilíacos comuns. Os vasos de sua parte inferior drenam para os linfonodos ilíacos comuns, externos ou internos. INERVAÇÃO DOS URETERES Os nervos da parte abdominal dos ureteres provêm dos plexos: ❖ Renal; ❖ Aórtico abdominal; ❖ Hipogástrico superior. As fibras aferentes viscerais que conduzem a sensação de dor (p. ex., causada por obstrução e consequente distensão) acompanham as fibras simpáticas retrógradas até os gânglios sensitivos espinais e segmentos medulares T10–L2 ou L3. A dor ureteral geralmente é referida ao quadrante inferior ipsilateral da parede anterior do abdome e principalmente na região inguinal. BEXIGA URINÁRIA A bexiga urinária, uma víscera oca que tem fortes paredes musculares, é caracterizada por sua distensibilidade, sendo um reservatório temporário de urina. Varia em: ❖ Tamanho; ❖ Formato; ❖ Posição; ❖ Relações, de acordo com seu conteúdo e com o estado das vísceras adjacentes. . Quando vazia, a bexiga urinária do adulto está localizada na pelve menor, situada parcialmente superior e parcialmente posterior ao púbis. o Onde se localiza a bexiga urinária? 7 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS Fernanda Nishi – MED26 A bexiga urinária situa-se principalmente inferior ao peritônio, apoiada sobre o púbis e a sínfise púbica anteriormente e sobre a próstata (homens) ou parede anterior da vagina (mulheres) posteriormente. o Como a bexiga urinária é mantida na sua posição? A bexiga urinária está relativamente livre no tecido adiposo subcutâneo extraperitoneal, exceto por seu colo, que é mantido firmemente no lugar pelos: ❖ Ligamentos laterais vesicais; ❖ Arco tendíneo da fáscia da pelve, sobretudo seu componente anterior, o ligamento puboprostático em homens e o ligamento pubovesical em mulheres. PS: nas mulheres, como a face posterior da bexiga urinária está diretamente apoiada na parede anterior da vagina, a inserção lateral da vagina ao arco tendíneo da fáscia da pelve, o paracolpo, é um fator indireto, mas importante na sustentação da bexiga urinária. Já em lactentes e crianças pequenas, a bexiga urinária está quase toda no abdome mesmo quando vazia. Em geral, a bexiga urinária entra na pelve maior aos 6 anos de idade; entretanto, só depois da puberdade está completamente localizada na pelve menor. o O que acontece quando a bexiga urinária se enche? A bexiga urinária entra na pelve maior enquanto ascende no tecido adiposo extraperitoneal da parede abdominal anterior. Em alguns indivíduos, abexiga urinária cheia pode chegar até o nível do umbigo. Ao fim da micção, a bexiga urinária de um adulto normal praticamente não contém urina. Quando vazia, a bexiga urinária tem um formato quase e externamente tem ápice, corpo, fundo e colo. Além disso, a bexiga urinária tem 4 faces: ❖ Face superior: é a única coberta por peritônio; ❖ 2 faces inferolaterais; ❖ Face posterior. A bexiga urinária pode ser dividida em 4 partes: ❖ Ápice: aponta em direção à margem superior da sínfise púbica quando a bexiga urinária está vazia; ❖ Corpo: parte principal da bexiga urinária entre o ápice e o fundo; ❖ Fundo: oposto ao ápice, formado pela parede posterior um pouco convexa; ❖ Colo. O leito da bexiga é formado pelas estruturas que têm contato direto com ela. A bexiga urinária é revestida por uma fáscia visceral de tecido conjuntivo frouxo. As paredes da bexiga urinária são formadas principalmente pelo músculo detrusor. Em direção ao colo da bexiga masculina, as fibras musculares formam o músculo esfíncter interno da uretra 8 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS Fernanda Nishi – MED26 involuntário. Esse esfíncter se contrai durante a ejaculação para evitar a ejaculação retrógrada (refluxo ejaculatório) do sêmen para a bexiga urinária. Algumas fibras seguem radialmente e ajudam na abertura do óstio interno da uretra. Nos homens, as fibras musculares no colo da bexiga são contínuas com o tecido fibromuscular da próstata, ao passo que nas mulheres essas fibras são contínuas com fibras musculares da parede da uretra. TRÍGONO DA BEXIGA Os óstios do ureter e o óstio interno da uretra estão nos ângulos do trígono da bexiga. Os óstios do ureter são circundados por alças do músculo detrusor, que se contraem quando a bexiga urinária se contrai para ajudar a evitar o refluxo de urina para o ureter. A úvula da bexiga é uma pequena elevação do trígono. Geralmente é mais proeminente em homens idosos por causa do aumento do lobo posterior da próstata. IRRIGAÇÃO ARTERIAL DA BEXIGA As principais artérias que irrigam a bexiga urinária são ramos das artérias ilíacas internas. As artérias vesicais superiores irrigam as partes anterossuperiores da bexiga urinária. Nos homens, as artérias vesicais inferiores irrigam o fundo e o colo da bexiga. Nas mulheres, as artérias vaginais substituem as artérias vesicais inferiores e enviam pequenos ramos para as partes posteroinferiores da bexiga urinária. As artérias obturatória e glútea inferior também enviam pequenos ramos para a bexiga urinária. DRENAGEM VENOSA DA BEXIGA As veias que drenam a bexiga urinária correspondem às artérias e são tributárias das veias ilíacas internas. Nos homens, o plexo venoso vesical é contínuo com o plexo venoso prostático, e o conjunto de plexos associados envolve o fundo da bexiga e a próstata, as glândulas seminais, os ductos deferentes e as extremidades inferiores dos ureteres. Também recebe sangue da veia dorsal profunda do pênis, que drena para o plexo venoso prostático. O plexo venoso vesical é a rede venosa que tem associação mais direta à própria bexiga urinária. Drena principalmente através das veias vesicais inferiores para as veias ilíacas internas; entretanto, pode drenar através das veias sacrais para os plexos venosos vertebrais internos. Nas mulheres, o plexo venoso vesical envolve a parte pélvica da uretra e o colo da bexiga, recebe sangue da veia dorsal do clitóris e comunica-se com o plexo venoso vaginal ou uterovaginal. INERVAÇÃO DA BEXIGA As fibras simpáticas são conduzidas dos níveis torácico inferior e lombar superior da medula espinal até os plexos vesicais (pélvicos), principalmente através dos plexos e nervos hipogástricos. Já as fibras parassimpáticas dos níveis sacrais da medula espinal são conduzidas pelos nervos esplâncnicos pélvicos e pelo plexo hipogástrico inferior. As fibras parassimpáticas são motoras para o músculo detrusor e inibitórias para o músculo esfíncter interno da uretra na bexiga urinária masculina. Consequentemente, quando as fibras aferentes viscerais são estimuladas por estiramento, ocorre contração reflexa da bexiga urinária, relaxamento do músculo esfíncter interno da uretra (nos homens) e a urina flui para a uretra. Com treinamento, nós aprendemos a suprimir esse reflexo quando não desejamos urinar. A inervação simpática que estimula a ejaculação causa simultaneamente a contração do músculo esfíncter interno da uretra para evitar refluxo de sêmen para a bexiga urinária. Uma resposta simpática em outros momentos diferentes da ejaculação (p. ex., 9 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS Fernanda Nishi – MED26 constrangimento ao estar no mictório na frente de uma fila de espera) pode causar contração do músculo esfíncter interno, prejudicando a capacidade de urinar até que haja inibição parassimpática do esfíncter. As fibras sensitivas da maior parte da bexiga urinária são viscerais; as fibras aferentes reflexas seguem o trajeto das fibras parassimpáticas, do mesmo modo que aquelas que transmitem sensações de dor (como a resultante da hiperdistensão) da parte inferior da bexiga urinária. PS: a face superior da bexiga urinária é coberta por peritônio e, portanto, está acima da linha de dor pélvica. Assim, as fibras de dor da parte superior da bexiga urinária seguem as fibras simpáticas retrogradamente até os gânglios sensitivos de nervos espinais torácicos inferiores e lombares superiores (T11 a L2 ou L3). URETRA MASCULINA A uretra masculina é um tubo muscular (18 a 22 cm de comprimento) que conduz urina do óstio interno da uretra na bexiga urinária até o óstio externo da uretra, localizado na extremidade da glande do pênis em homens. É também a via de saída do sêmen (espermatozoides e secreções glandulares). Para fins didáticos, a uretra é dividida em quatro partes: ❖ Parte intramural; ❖ Parte prostática: é subdividida ainda em parte proximal (voltada para superior) e parte distal (voltada para inferior); ❖ Parte membranácea (intermédia): atravessa a membrana profunda da musculatura do períneo; ❖ Parte esponjosa da uretra: é a maior parte. PARTE INTRAMURAL DA URETRA O diâmetro e o comprimento da parte intramural (pré- prostática) da uretra variam quando a bexiga urinária está se enchendo. PS: durante o enchimento, há contração tônica do colo da bexiga de modo que o óstio interno da uretra apresenta-se pequeno e alto. Durante o esvaziamento, o colo da bexiga é relaxado de modo que o óstio apresenta- se largo e baixo. PARTE PROSTÁTICA DA URETRA A característica mais proeminente da parte prostática da uretra é a crista uretral, uma elevação mediana entre sulcos bilaterais, os seios prostáticos. Os dúctulos prostáticos secretores abrem-se nos seios prostáticos. O colículo seminal é uma elevação arredondada no meio da crista uretral com um orifício semelhante à fenda que se abre em um fundo de saco pequeno, o utrículo 10 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS Fernanda Nishi – MED26 prostático. O utrículo é o vestígio remanescente do canal uterovaginal embrionário, cujas paredes adjacentes, na mulher, constituem o primórdio do útero e uma parte da vagina (Moore et al., 2016). Os ductos ejaculatórios se abrem na parte prostática da uretra através de pequenas aberturas semelhantes a fendas localizadas adjacentes ao orifício do utrículo prostático e, às vezes, logo dentro dele. Assim, os sistemas urinário e genital se fundem nesse ponto. IRRIGAÇÃO ARTERIAL DA URETRA MASCULINA As partes intramural e prostática da uretra são irrigadas por: ❖ Ramos prostáticos das artérias vesicais inferiores e retais médias. DRENAGEM VENOSA DA URETRA MASCULINA As veias das duas partes proximais da uretra drenam para o plexo venoso prostático.INERVAÇÃO DA URETRA MASCULINA Os nervos são derivados do plexo prostático (fibras simpáticas, parassimpáticas e aferentes viscerais mistas). O plexo prostático é um dos plexos pélvicos (extensão inferior do plexo vesical) que se originam como extensões órgão-específicas do plexo hipogástrico inferior. URETRA FEMININA A uretra feminina (com cerca de 4 cm de comprimento e 6 mm de diâmetro) segue anteroinferiormente do óstio interno da uretra na bexiga urinária, posterior e depois inferior à sínfise púbica, até o óstio externo da uretra. A musculatura que circunda o óstio interno da uretra da bexiga urinária feminina não está organizada em um esfíncter interno. O óstio externo da uretra feminina está localizado no vestíbulo da vagina, a fenda entre os lábios menores do pudendo, diretamente anterior ao óstio da vagina. A uretra situa-se anteriormente à vagina. Seu eixo é paralelo ao da vagina. A uretra segue com a vagina através do diafragma da pelve, músculo esfíncter externo da uretra e membrana do períneo. IRRIGAÇÃO ARTERIAL DA URETRA FEMININA A uretra feminina é irrigada pelas: ❖ Artérias pudenda interna; ❖ Artéria vaginal. DRENAGEM VENOSA DA URETRA FEMININA As veias seguem as artérias e têm nomes semelhantes. INERVAÇÃO DA URETRA FEMININA Os nervos que suprem a uretra têm origem no plexo (nervo) vesical e no nervo pudendo. O padrão é semelhante em homens, tendo em conta a ausência de um plexo prostático e de um músculo esfíncter interno da uretra. As fibras aferentes viscerais da maior parte da uretra seguem nos nervos esplâncnicos pélvicos, mas a terminação recebe fibras aferentes somáticas do nervo pudendo. As fibras aferentes viscerais e somáticas partem dos corpos celulares nos gânglios sensitivos de nervos espinais S2–S4.
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