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Análise de Inexigibilidade de Licitação

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Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura
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CEP 60.020-181- FORTALEZA-CEARÁ.
CP. 12.132 - CNPJ 05.330.436/0001-62.
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FCPC=~==
PARECERN!! 018/2018 - ASJUR- CPL- FCPC
PROCESSOADMINSTRATIVONº 2017.1213.1552.4322.58
ORIGEM:Setor de Compras
ASSUNTO:Análise jurídica de procedimento de inexigibilidade de licitação
OBJETO:Aquisição material de consumo.
EMENTA: Contratação Direta.
Inexigibilidade de licitação.
Inteligência do Artigo 25, caput, da
Lei Nº 8.666/93. Possibilidade.
Vem ao exame desta Assessora Jurídica consulta acerca da viabilidade jurídica de contratar
diretamente, com fundamento na hipótese de inexigibilidade de licitação do artigo 25, caput, da Lei
8.666/93, a empresa SETHIINDÚSTRIAECOMÉRCIODEPRODUTOSELETRÔNICOSLTDAME para o
fornecimento peças de reposição de uma impressora 3D Sethi APl A3, conforme especificações
técnicas, constantes no ofício nº 13, anexo ao processo.
O processoem alusão veio acompanhado de:
1. Ofício nº 13, datado de 07 de dezembro de 2017, do Coordenador do Projeto, Prof. Sérgio
Bezerra Sombra, com recursos provenientes do Projeto: ELETROACRE-IFCE,Sistema Remoto de
Análise Continua, GPF3268, sub 01, rubrica 015, solicitando a aquisição de peças reposição de
uma impressora 3D, acompanhado de Justificativa Técnica,e Orçamento anexos;
2. Justificativa Técnica, do professor Dr. Antonio Sérgio Bezerra Sombra, Coordenador do Projeto
ELETROACRE,afirmando a inviabilidade de competição e a essencialidadeda impressora para o
projeto, aduzindo que a impressora 3D Sethi APl A3 encontra-se inoperante, necessitando das
peças listadas no of. 13, que a impressora é necessária para a realização de impressão 3D de
protótipos para visão computacional de grandes dimensões, desse modo, fundamental para o
andamento dos testes pretendidos no projeto. Que a eficácia dos resultados depende da
utilização da referida impressora, pois sem ela o projeto fica prejudicado, e que a empresa
SETHIINDÚSTRIAECOMÉRCIODEPRODUTOSELETRÔNICOSLTDA,é distribuidora exclusiva da
impressora 3D Sethi APl A3 no território brasileiro, e detém exclusividade de comercialização,
distribuição, assistência técnica e de manutenção, portanto, é inviável a competição, em
virtude de ser a única empresa que fornece as peçassolicitadas.
3. Proposta de preço apresentada pela empresa a ser contrata, a qual detalha as especificações
do material a ser fornecido, atendendo prontamente o objeto da referida contratação.
Eiso havia a relatar. Passoà analise da possibilidade da contratação pretendida.
A Constituição Federal de 1988, ao dispor sobre os princípios que regem a Administração Pública,
estabeleceu, em seu artigo 37, inciso XXI, a necessidade de um procedimento prévio formal de
escolha para as contratações de obra, serviços compras e alienações. Esse procedimento
administrativo preparatório de um contrato a ser celebrado entre Poder público e os Particulares é oV
que se denomina de "Licitação". r
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Como regra geral, tem-se a obrigatoriedade de licitação para a celebração de contratos com
particulares. Entretanto, referido dispositivo Constitucional (art. 37, XXI) ressalvou algumas
situações, a serem previstas pela legislação infraconstitucional, isentado a Administração Pública do
procedimento licitatório. Sãoos casosde licitação dispensada, dispensa e inexigibilidade de licitação,
institutos previstos nos artigos 17, 24 e 25, respectivamente, da Leinº 8.666/93, lei de Licitações.
Com exceção das hipóteses de dispensa, a regra é que o administrador público deva realizar
certame licitatório sempre que for possível.Somente naqueles casosonde a licitação for inviável ou
impossível é que poderá se optar pela inexigibilidade. Sobre o tema Hely LopesMeirelles é bastante
preciso, in litteris:
[...] a licitação é inexigível em razão da impossibilidade jurídica de se
instaurar competição entre eventuais interessados, pois não se pode
pretender melhor proposta quando apenas um é proprietário do bem
desejado pelo Poder Público, ou reconhecidamente capaz de atender
às exigências da Administração no que concerne à realização do objeto
do contrato.
Vale lembrar que Carta Magna no art. 218 e seus parágrafos, endereça ao Poder Público a
responsabilidade por "promover e incentivar o desenvolvimento científico, a pesquisa e a
capacitação tecnológicas", "tratar a pesquisa científica com prioridade" bem como, apoiar a
formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa e tecnologia, inclusive favorecendo
as condições de trabalho dos profissionais que delas se ocupam.
Pelascaracterísticas das peças a serem adquiridas, analisaremos se o caso se enquadra na hipótese
descrita no art. 25, caput da Lei nº 8.666/93, que diz o seguinte:
"Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição,
em especial:
Ressalte-seque a contratação direta para aquisição de peças de reposição de uma impressora 3D,
com fundamento no caput do art. 25, da Lei nº 8.666/93, impõe que a Administração demonstre não
apenas a inviabilidade de competição, mas também que a contratação - considerada em sua
essencialidade, a razão da escolha do fornecedor - se constitua na única solução capaz de atender
satisfatoriamente as necessidades do Poder Público, no que concerne à realização do objeto do
contrato.
Importa comentar, ainda, que a Magna Charta, em outros pontos, também trata de questões
pertinentes à licitação, verbi gratia, art. 22, incisos XXI e XXVII,e art. 173, inciso III. Em que pese
toda a importância inerente ao Texto Constitucional, é na Lei nº 8.666/93, entre outras inúmeras
denominações, chamada de Lei de Licitações e Contratos, que se encontra a verdadeira
sistematização da licitação. Do mesmo modo, é no citado diploma que se encontram as hipóteses
relativas à inexigibilidade de licitação. Esta tem como cerne o art. 25, que em seus três incisos
elenca algumas das situações onde a inexigibilidade é aplicável. Tal relação, cabe ser dito, não é
exaustiva, masnumerus apertus, opinião esta corroborada pela doutrina e jurisprudência pacífica.~
Sobre o assunto, opina DiógenesGasparini, in verbis: pr
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FCPC
~~n:.
Consoante a redação do art. 25, caput, do Estatuto federal Licitatório, vê-
se que as hipóteses elencadas em seus três incisos não são taxativas.
Com efeito, a locução "em especial", consignada no final de seu texto,
indica apenas uma exemplificação. Daí, outras hipóteses poderão surgir
no dia-a-dia da Administração Pública e autorizar a pessoa, em tese
obrigada a licitar, a contratar diretamente [...]
A doutrina pátria tem entendido que o artigo 25 da Lei nº 8.666/93 define ser inexigível a licitação
quando houver inviabilidade de competição, exemplificando [-em especial-] com as hipóteses
descritas em seus incisos I, II e III (fornecedor exclusivo; serviços técnicos enumerados no artigo 13,
de natureza singular; e contratação de profissional artístico consagrado).
JESSÉTORRESPEREIRAJUNIOR,em sua obra afirma que: "Autorizar a contratação direta, porque
dispensável a licitação, de bens destinados a tais propósitos é cumprir o mandamento
constitucional"
Namesma linha, fixando a idéia de que os casos não elencados nos incisos são fundamentados
com espeque no próprio caput do art. 25, afirma JORGEULISSESJACOBVFERNANDESque:
"a inexigibilidade é salientada pela doutrina pátria para assegurar que se
trata de elenco exemplificativo, firmando a assertiva de que os casos
registrados não são únicos. Há, porém, outra consequência decorrente do
uso de tal expressão, nem sempre alcançada pelos estudiosos do tema:
ao impor taxativamente a inviabilidade, associando-a ao termo
inexigibilidade, a lei estabeleceu característica essencial e inafastável do
instituto da inexigibilidade. Assim, mesmo quando se caracterizar um dos
casos tratados nos incisos, se for viável a competição, a licitação é
exigível, porque não foi preenchido o requisito fundamental descrito
no caput do art. 25. Todavia, o contrário poderá ocorrer, isto é,
apresentar- se hipótese em que é inviável a competição; mas o caso
descrito não se enquadra em nenhuma das situações estabelecidas nos
incisos. Nessashipóteses o fundamento legal será o próprio caput do art.
25."
Oportuno ressaltar, de início, que o presente exame jurídico considera exclusivamente os elementos
constantes nos autos do processo administrativo acima citado. Tem natureza estritamente jurídica,
sem imiscuir-se na conveniência e na oportunidade da prática dos atos administrativos.
Finalmente, já tratando, propriamente, do casoem exame:
Cumpre verificarmos se estamos, no caso, diante de concreção da hipótese prevista no inciso I do
artigo 25 da Lei nº 8.666/93, na qual, como vimos que a Justificativa Técnica, que veio junto à
consulta, atesta que as peças de reposição, [especificadas no ofício nº 131,da impressora 3D é de
extrema importância, haja vista que a impressora é essencial para o andamento e conclusão do
projeto, q~e sem ela o projeto fica prejudicado, e,~são fornecidas no Brasil apenas pela empyesa ,
SETHIINDUSTRIAECOMERCIODEPRODUTOSELETRONICOSLTDA. I. ~
t
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FCPC
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Assim, para verificar o enquadramento do caso da consulta no ordenamento jurídico, essaAssessora
baseiao Presente na Justificativa Técnicajá mencionada e demais documentos apresentados.
o dever da Administração, de não licitar a aquisição das peças de reposição da impressora acima
mencionada, está galgado na clarezade que essasituação corresponde de fato, ao expresso no caput
do artigo 25, haja vista a impossibilidade de competição, uma vez que, as peças requisitadas são
necessáriaspara o funcionamento da impressora e ela é essencial o desenvolvimento do projeto, e
que possui apenas um único representante no Brasil, no caso, a empresa SETHI INDÚSTRIAE
COMÉRCIODEPRODUTOSELETRÔNICOSLTDA,que fornece as peçassolicitadas.
CONCLUSÃO
O exame do caso concreto permitiu-me ao elaborador o pressente Parecer aprofundar conceitos e
fazer um correto enquadramento jurídico da matéria, sem afastar-se das conclusões genéricas da
doutrina, quanto a inexigibilidade de licitação. Com efeito, parece-me incontestável que a
inviabilidade de competição é a pedra de toque de toda a problemática da inexigibilidade de
licitação.
Da analise da documentação apresentada, nos leva ao entendimento que a inviabilidade de
competição, foi devidamente comprovada no campo técnico, mediante a demonstração da
impossibilidade de se adquirir outra peças,que não as fornecidas pela empresa SETHI,haja vista que
é a única no Brasil que fornece as peças necessáriaspara funcionamento da impressora, essencial
para o desenvolvimento do projeto, motivo pelo qual a inexigibilidade com base ca pu t do art.
25, da Lei8.666/93, semostra razoável.
Com objetivo de preservar os princípios da legalidade, moralidade e principalmente da
publicidade, a inexigibilidade deve ser comunicada, dentro de três dias, ao Presidente da FCPC,para
ratificação e publicação no DOU,no prazo de 05 (cinco) dias, nos termos do art. 26 da Lei8.666/93.
Finalmente, válido ressaltar que o presente parecer é peça meramente opinativa, não vinculando o
administrador em suadecisão (MS nº 30.892 - DF,relator Ministro LuizFux,STF).
Éo relatório. Opina-se.
Tendo em vista o exposto, uma vez atendida as recomendações citadas neste opinativo, conclui-se
que nada obsta a contratação, desde observado os dispositivos da legislação pertinente à matéria,
em particular a Lei nº 8.666/93.
É o parecer que se submete à consideração superior.
Fortaleza,08 de maio de 2018.
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