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Análise de impactos ambientais

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Prévia do material em texto

André Henrique Rosa
Leonardo Fernandes Fraceto
Viviane Moschini-Carlos
Organizadores
M514 Meio ambiente e sustentabilidade [recurso eletrônico] / 
 Organizadores, André Henrique Rosa, Leonardo Fernandes 
 Fraceto, Viviane Moschini-Carlos. – Dados eletrônicos. – 
 Porto Alegre : Bookman, 2012. 
 Editado também como livro impresso em 2012. 
 ISBN 978-85-407-0197-7
 1. Meio ambiente. 2. Sustentabilidade. I. Rosa, André 
 Henrique. II. Fraceto, Leonardo Fernandes. III. Moschini- 
 Carlos, Viviane. 
CDU 502-022.316
Catalogação na publicação: Natascha Helena Franz Hoppen CRB10/2150
10
Análise de impactos 
e riscos ambientais
FLÁVIO HENRIQUE MINGANTE SCHLITTLER
processo de avaliação de impactos ambien-
tais no Brasil é um instrumento legal, fun-
damentado na Constituição Brasileira e 
preconizado na Política Nacional do Meio 
Ambiente (Lei Federal nº 6.938, de 31 de 
agosto de 1981). Com isso, o processo segue 
diretrizes apropriadas, que são observadas 
pela atuação do Conselho Nacional do 
Meio Ambiente (CONAMA) e de seus simi-
lares nos estados da federação brasileira. 
Essas diretrizes estabelecem relações de in-
terdependência entre a legislação ambiental 
Objetivos do capítulo
Existe impacto ambiental quando uma atividade produz uma alteração no meio ou 
em qualquer um de seus componentes. Analisar os impactos ambientais é qualificar 
e quantificar estas alterações. Essas análises avaliam a qualidade ambiental com e 
sem determinada ação ou empreendimento. É necessário que se realizem essas ava-
liações antes da realização de um projeto, com o objetivo de efetuar o planejamento 
e a formulação de propostas do ponto de vista ambiental, ou seja, considerando 
todos os fatores ambientais. Isto deve acontecer por parte do empreendedor da ati-
vidade ou ação e por parte das autoridades públicas quando aprovam, ou rejeitam, 
uma proposta ou uma determinada alternativa. A análise de riscos ambientais é uma 
atividade correlata à análise de impactos e que pode, inclusive, ocorrer em conjunto 
com esta. Risco é conceituado como uma situação de perigo, com a imediata possi-
bilidade de um evento indesejável ocorrer. A análise de riscos envolve a identificação, 
avaliação, gerenciamento e contenção de riscos ao ambiente e também à saúde pú-
blica. Os estudos de riscos ambientais antecipam eventos ambientalmente maléficos, 
planejando ações de controle e de emergência.
INTRODUÇÃO
Inicialmente, é preciso que se faça uma clara 
identificação da diferença entre o processo 
de avaliação de impactos ambientais (AIA) 
e a etapa de avaliação dos impactos que de-
correm de determinada ação ou empreen-
dimento e que têm presença obrigatória 
nos estudos de impactos ambientais (EIA/
RIMA) e similares, como relatórios am-
bientais preliminares (RAP), relatórios am-
bientais simplificados (RES) e outros. O 
220 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
vigente e a postulação de licenciamentos 
ambientais por parte dos empreendedores, 
tanto de origem particular quanto pública.
Existe um impacto ambiental quando 
uma ação ou atividade produz uma altera-
ção no meio ou em algum de seus compo-
nentes (Bolea, 1977).
Fundamentalmente, nos estudos de 
impactos ambientais, objetiva-se quantificar 
essas alterações, já que são variáveis relativas, 
posto que podem ser positivas ou negativas, 
grandes ou pequenas, etc. Por outro lado, 
na definição de impacto ambiental, deve-se 
con siderar dois aspectos importantes. O eco-
lógico, orientado para os estudos de impac-
tos biológicos e geofísicos, e o humano, que 
contempla os aspectos sociais, políticos, eco-
nômicos e culturais. Os estudos de impacto 
ambiental devem avaliar as consequências de 
uma ação, com o intuito de prevenir a quali-
dade do ambiente que haverá no meio após a 
execução desta ação ou projeto. 
Essas avaliações devem ser realizadas 
antes que algum projeto seja realizado, pois 
com isso podem-se efetuar um melhor pla-
nejamento e uma melhor e mais consistente 
formulação de propostas alternativas para o 
ambiente.
Todo e qualquer levantamento prévio 
realizado em áreas cuja divisão seja política, 
tais como municípios, regiões administrati-
vas, ou mesmo estados, ou ainda áreas com 
individualização geográfica, tais como ba-
cias, baixadas litorâneas, estuários, espigões 
divisores, “cuestas”, etc., são importantes na 
medida em que servem como parâmetros 
para a análise ambiental da área, cujos fato-
res ambientais, tanto do ponto de vista geo-
biofísico, como do socioeconômico, devem 
ser considerados como agentes e receptores 
potenciais do impacto ambiental, que são 
os principais fatores ambientais que devem 
integrar a análise ambiental de uma deter-
minada área. Obrigatoriamente, devem ser 
considerados, na avaliação de um possível im-
pacto ambiental, os seguintes agentes modi-
ficadores do meio: poluição atmosférica e 
da água, uso e degradação dos solos, subs-
tâncias radioativas, ruído, alterações na bio-
cenose (fauna e flora), uso do território e 
dos recursos naturais, mudanças no uso do 
território, expropriação do terreno e espe-
culações imobiliárias, doenças, variação da 
população, taxa de emprego, incrementos 
econômicos (comércio, serviços, etc.), lo-
cais histórico-culturais que possam ser afe-
tados, moradia, infraestrutura viária e sani-
tária, serviços comunitários e equipamen-
tos urbanos.
Literalmente, impacto significa mudan-
ça. Qualquer mudança positiva ou negativa 
de um ponto qualquer. Uma análise de im-
pacto ambiental, então, é um estudo das 
prováveis mudanças de várias característi-
cas socioeconômicas e biogeofísicas de um 
ambiente que deve resultar de uma ação 
proposta ou pendente.
Então, é necessário desenvolver uma 
completa compreensão da ação proposta, o 
que deve ser feito e que tipo de materiais, 
trabalho humano e os recursos que estarão 
envolvidos, além de obter uma completa 
compreensão do ambiente afetado e qual a 
natureza biogeofísica e socioeconômica que 
será modificada pela ação. É necessário, 
também, projetar a ação proposta para o 
futuro e determinar os possíveis impactos 
nas características do ambiente, quantifi-
cando as mudanças quando possível e di-
vulgando os resultados da análise de manei-
ra que possam ser utilizados no processo de 
tomada de decisão.
O procedimento exato que deve ser 
seguido no desenvolvimento de cada análi-
se de impacto ambiental não é simples e di-
reto. Isto se deve basicamente ao fato de que 
muitos e variados projetos são propostos 
para diferentes ambientes. Cada combina-
ção resulta numa única relação causa-con-
dição-efeito, e cada combinação deve ser es-
tudada individualmente para que seja de-
senvolvida uma análise compreensível.
As equipes que preparam os estudos 
de impactos ambientais devem ser multi-
Meio ambiente e sustentabilidade 221
disciplinares, com diferentes profissionais 
que trabalham com os variados componen-
tes do ambiente. Assim, formadas por gru-
pos de biólogos, economistas, engenheiros, 
ecólogos, sociólogos, planejadores, quími-
cos, agrônomos, arquitetos e outros espe-
cialistas ou generalistas, estas equipes de-
senvolvem a análise dos impactos ambien-
tais com base interdisciplinar. O estudo 
deve envolver a coleta de dados, tanto de 
campo como de fontes de recursos existen-
tes. Com base nestes dados e no julgamento 
dos analistas, projeções de mudanças no 
ambiente são feitas, finalizando-se estas pro-
jeções na forma de documentação.
As avaliações de impacto ambiental 
nasceram nos Estados Unidos (Jain et al. 
1977), como consequência da lei nacional de 
política ambiental, a NEPA (National Envi-
ronmental Policy Act), de 01 de Janeiro de 
1970, e é exatamente onde se tem feito a 
maior parte de estudos deste tipo e onde se 
tem desenvolvido a maioria dos métodos 
empregados.
AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS 
AMBIENTAIS NO BRASIL
Resolução CONAMA 
no 01 de 23 de janeiro de 1986
Embasada juridicamente na Política Nacio-
nal do Meio Ambiente, esta resolução defi-
ne, no Brasil, anecessidade e obrigatorieda-
de da apresentação de estudo de impactos 
ambientais para empreendimentos, de na-
tureza privada ou pública, considerados po-
tencialmente impactantes. A própria reso-
lução 01/86 condiciona que dependem do 
EIA/RIMA, e da sua aprovação pelo órgão 
estadual ou pelo CONAMA (Conselho Na-
cional do Meio Ambiente), o licenciamento 
de atividades modificadoras do meio am-
biente, as seguintes ações e empreendimen-
tos: estradas de rodagem com duas ou mais 
faixas de rolamento; ferrovias, portos e ter-
minais de minério, petróleo e produtos quí-
micos; aeroportos; oleodutos; gasodutos; 
minerodutos; emissários de esgotos sani-
tários; linhas de transmissão superiores a 
230 Kv; obras hidráulicas como irrigação, 
saneamento, drenagem, canais de navega-
ção, retificação de cursos d’água, diques, 
etc; extração de combustíveis fósseis (pe-
tróleo, xisto, carvão); extração de miné-
rios; aterros sanitários, processamento e 
destino final de resíduos tóxicos ou peri-
gosos; usina de geração de eletricidade 
(qualquer que seja a fonte primária – hi-
dráulica, termoelétrica); complexo de uni-
dades industriais e agroindustriais (petro-
químicas, siderúrgicas, cloroquímicas, des-
tilarias de álcool, hulhas, extração e cultivo 
de recursos bióticos); distritos industriais e 
zonas estritamente industriais (ZEI); explo-
ração econômica de madeira ou lenha, em 
áreas superiores a 100 ha ou menores; pro-
jetos urbanísticos (superiores a 100 ha), ou 
em áreas consideradas de relevante interes-
se ambiental, a critério do IBAMA ou dos 
órgãos estaduais e municipais; qualquer ati-
vidade que utilize carvão vegetal, em quan-
tidade superior a 10 ton/dia; e projetos 
agropecuários que contemplem áreas supe-
riores a 1.000 ha ou menores, neste caso, 
quando se tratar de áreas significativas em 
termos percentuais ou de importância do 
ponto de vista ambiental, inclusive nas 
áreas de proteção ambiental (APAs).
O EIA deve atender à legislação, em 
especial os objetivos expressos na lei da Po-
lítica Nacional do Meio Ambiente, com as 
seguintes diretrizes:
 1. Contemplar todas as alternativas tec-
nológicas e de localização do projeto, 
confrontando-as com a hipótese da 
não execução do projeto.
 2. Identificar e avaliar sistematicamente 
os impactos ambientais gerados nas 
fases de implantação e operação da ati-
vidade.
222 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
 3. Definir os limites da área geográfica a 
ser direta ou indiretamente afetada 
pelos impactos, denominada área de 
influência do projeto, considerando, 
em todos os casos, a bacia hidrográfica 
na qual se localiza.
 4. Considerar os planos e programas go-
vernamentais, propostos e em implan-
tação na área de influência do projeto e 
sua compatibilidade.
10.2.2 Diagnóstico ambiental
O diagnóstico ambiental da área de influên-
cia do projeto contemplará a descrição e a 
análise dos recursos ambientais e suas inte-
rações considerando os meios físico, bioló-
gico e socioeconômico.
a) Meio físico: o subsolo, as águas, o ar e o 
clima, destacando os recursos minerais, 
a topografia, os tipos e aptidões do solo, 
os corpos d’água, o regime hidrológico, 
as correntes marinhas, as correntes at-
mosféricas;
b) Meio biológico e os ecossistemas naturais: 
a fauna e a flora, destacando as espécies 
indicadoras da qualidade ambiental, as 
de valor científico e econômico, as raras 
e as ameaçadas de extinção, e as áreas de 
preservação permanente.
c) Meio socioeconômico: o uso e ocupação 
do solo, os usos da água e a economia da 
região, destacando os sítios e monu-
mentos arqueológicos, históricos e cul-
turais da comunidade, as relações de de-
pendência entre a sociedade local, os re-
cursos ambientais e a potencial utili zação 
futura desses recursos.
Análise dos impactos
A análise dos impactos presentes nos docu-
mentos de estudos de impactos ambientais 
ou similares, constitui-se, sem dúvida, em 
item primordial para a correta identificação 
causa-efeito, para o cálculo dos valores e 
magnitudes dos indicadores de impacto e 
para a mensuração, valoração e interpreta-
ção dos efeitos ambientais e sua possível 
prevenção (SANCHEZ, 2002). Os chamados 
indicadores de impacto são parâmetros que 
proporcionam a medida da grandeza do 
impacto no tocante aos aspectos quantitati-
vos e qualitativos.
Existem várias e diferentes técnicas 
para se avaliar os impactos ambientais de-
correntes de determinada ação ou empreen-
dimento. Os principais e mais utilizados são:
a) listagens de controle;
b) matrizes;
c) sobreposição de cartas;
d) métodos quantitativos;
e) redes de interação.
Listagens de controle
São utilizadas para uma avaliação rápida de 
impactos, de forma qualitativa, identifican-
do-os para tipos específicos de projetos a 
fim de que todos os itens sejam abordados. 
Os itens considerados em uma lista são de 
natureza ampla e os impactos prováveis são 
qualificados. Os fatores ambientais listados 
são associados e caracterizados com a natu-
reza do impacto.
Matrizes
Consistem em duas listagens de controle, 
dispostas em forma de matriz, uma das lis-
tagens com as atividades (ações) do projeto 
e outra com os fatores ambientais que 
podem ser afetados por essas atividades. O 
cruzamento entre essas listas permite iden-
tificar as relações causa e efeito, ou seja, o 
impacto ambiental. As matrizes se caracteri-
zam por serem muito flexíveis, adaptando-se 
às diversas situações e projetos a serem ana-
Meio ambiente e sustentabilidade 223
lisados. A matriz mais conhecida e mais uti-
lizada é a matriz de Leopold (Leopold et al., 
1971). Na sua concepção original, possui 88 
linhas (aspectos ambientais) e 100 colunas 
(atividades) perfazendo um total de 8.800 
quadrículas. O preenchimento de uma qua-
drícula representa a identificação de um 
impacto para o qual são atribuídos valores 
de 1 a 10 quanto a dois aspectos. O primeiro 
é a definição da magnitude do impacto 
sobre um setor específico do ambiente. O 
segundo aspecto é a medida do grau de im-
portância de uma determinada ação sobre o 
fator ambiental. Se o impacto for positivo, 
deve-se indicar com um sinal positivo antes 
do valor de magnitude.
A matriz deve vir acompanhada de 
um texto que aborde os aspectos mais rele-
vantes dos impactos identificados.
Superposição de cartas
Elabora-se um inventário onde os fatores 
ambientais são mapeados. Esses dados são in-
terpretados em função da localização das ati-
vidades e traduz-se em mapas de capacidade 
para cada atividade. A área de estudo é subdi-
vidida em unidades geográficas (quadrícu-
las). Para cada unidade são levantadas infor-
mações sobre os fatores ambientais e os inte-
resses da comunidade. Esses interesses são 
agrupados por categorias não conflitantes 
(econômicas, sociais, paisagísticas), limitadas 
quanto à abrangência de identificação de im-
pactos, pois só utilizam dados que podem ser 
representados pela cartografia. No entanto, 
esta limitação pode ser contornada com a uti-
lização de um Sistema de Informação Geo-
gráfica (SIG). Assim torna-se extremamente 
eficaz para a definição de padrões espaciais e 
localização dos efeitos e impactos, pois as pre-
visões são feitas por unidade de área.
Esse método é adequado para síntese e 
importante na elucidação de relações espa-
ciais complexas e é recomendável nos pro-
jetos de desenvolvimento regional e naque-
les com configuração linear (ferrovias, ro-
dovias, oleodutos e outros).
Métodos quantitativos
Os impactos são quantificados e transfor-
mados em unidades padronizadas, ponde-
radas em função da importância relativa, e 
manipulados matematicamente. Obtêm-se 
índices de impacto total para um número 
de alternativas a serem comparadas. Um 
exemplo clássico é o Sistema Battelle – Co-
lumbus (DEE et al 1973), que foi desenvol-
vido para avaliar projetos de recursos hídri-
cos e manejo de qualidade de água, mas 
que, no entanto, podem ser adaptados para 
outros tipos de empreendimentos.
Os tópicos de interesse são divididosem quatro categorias: ecologia, poluição 
ambiental, estética, interesse humano e so-
cial. Cada categoria é composta por um 
conjunto de componentes. Cada compo-
nente compreende um conjunto de fatores, 
totalizando 78 variáveis.
As medidas ou estimativas dos parâ-
metros ambientais são transformadas e 
normalizadas através de curvas específicas 
ou funções, em índices de qualidade am-
biental (IQA), para permitir a comparação 
entre os impactos. Este índice varia de 0 a 1. 
Quando a variável possui apenas juízo de 
valor, a população é consultada.
Cada variável possui um valor de im-
portância relativa dentro do sistema, que é 
fixado para projetos similares e baseia-se no 
julgamento da equipe multidisciplinar.
Multiplica-se o IQA de cada fator am-
biental e seu peso. A somatória desses pro-
dutos resulta no valor para o meio ambien-
te. Faz-se o cálculo para o ambiente sem o 
projeto (partindo-se de medidas reais dos 
parâmetros ambientais) e com o projeto e 
suas várias alternativas.
O impacto ambiental é expresso pela 
diferença do valor do ambiente com e sem a 
ação, mais as várias alternativas.
224 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
Redes de interação
Identificam os impactos indiretos. Funda-
mentam-se na construção de fluxogramas 
ou redes de interação que apresentam a su-
cessão de impactos ambientais gerados pelas 
diversas fases do empreendimento (constru-
ção, operação, desativação). Identificam os 
processos e as sequências pelos quais os im-
pactos diretos e indiretos são produzidos.
Não se trata de um sistema de avalia-
ção de impactos, pois, apesar de identificar 
as alterações, não há previsão de magnitude 
(quantificação) ou importância relativa, não 
havendo também previsão para a participa-
ção da comunidade no processo.
Medidas mitigadoras
As medidas mitigadores referem-se aos im-
pactos negativos detectados no estudo, vi-
sando amenizar, ou mitigar, seus efeitos de-
letérios sobre o ambiente e seus componen-
tes. Normalmente seguem uma classificação 
genérica que pretende caracterizar estas 
medidas, baseada em diferentes aspectos. 
Assim, as medidas mitigadoras adotadas 
podem ser classificadas quanto:
a) Natureza (preventiva ou corretiva).
b) Fase (construção, operação, desativação).
c) Fator afetado (físico, biológico, antrópi-
co).
d) Prazo de validação (curto, médio ou 
longo).
e) Responsabilidade (empreendedor ou po-
der público).
Observação: Deverão ser mencionados 
os impactos não mitigáveis e que não po-
dem ser evitados.
Programa de monitoramento
Indicação e justificativa de parâmetros sele-
cionados para acompanhamento por parte 
do empreendedor, com a produção periódi-
ca e sistemática de relatórios enviados ao 
órgão ambiental, ou outros, contendo:
a) Rede de amostragem, seu dimensiona-
mento e distribuição espacial.
b) Metodologia de coleta e análise das 
amostras.
c) Periodicidade.
d) Metodologia do processamento das infor-
mações levantadas.
Observação: Quando necessário, e de 
acordo com a natureza do empreendimen-
to, deverá ser apresentado ao órgão am-
biental um Plano de Recuperação de Áreas 
Degradadas (PRAD), aplicável após sua de-
sativação.
Relatório de impactos 
ambientais (RIMA)
O RIMA não tem vida própria. Ele só tem 
existência em função de um estudo de im-
pacto ambiental (EIA) que é o instrumento 
que lhe oferece substância e conteúdo. O 
RIMA deve ser apresentado de forma obje-
tiva e adequada ao entendimento do públi-
co, acompanhado e ilustrado por mapas, 
gráficos e figuras. Sua acessibilidade deve 
ser garantida pelo órgão ambiental, que, 
sempre que julgar pertinente, realizará uma 
audiência pública com a participação dos 
agentes envolvidos, da comunidade e de-
mais interessados.
O RIMA conterá os objetivos e justifi-
cativas do projeto, sua relação e compatibi-
lidade com políticas setoriais, planos e pro-
gramas governamentais; a discriminação 
do empreendimento e suas alternativas tec-
nológicas e locacionais, matérias-primas, 
área de influência, fontes de energia, pro-
cessos e técnicas operacionais, os prováveis 
efluentes, emissões, resíduos de energia, 
empregos diretos e indiretos a serem gera-
dos; a síntese dos resultados dos estudos de 
Meio ambiente e sustentabilidade 225
diagnósticos ambiental da área de influên-
cia do projeto; a identificação dos prováveis 
impactos ambientais da implantação e ope-
ração da atividade, considerando o projeto, 
suas alternativas, os horizontes de tempo de 
incidência dos impactos e indicando os mé-
todos, técnicas e critérios adotados para sua 
identificação, quantificação e interpretação; 
a caracterização da qualidade ambiental fu-
tura da área de influência comparando as 
diferentes situações da adoção do empreen-
dimento e suas alternativas, bem como a hi-
pótese de sua não realização; a descrição do 
efeito esperado das medidas mitigadoras 
previstas em relação aos impactos negati-
vos, mencionando aqueles que não pude-
rem ser evitados, e o grau de alteração espe-
rado; o programa de acompanhamento e 
monitoramento dos impactos; e, finalmen-
te, a recomendação quanto a alternativa 
mais favorável (conclusões e comentários 
de ordem geral).
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
O processo de avaliação de impactos am-
bientais (AIA), no Brasil, está vinculado, 
pela legislação, ao processo de licenciamen-
to ambiental pelas empresas e pelo setor 
público quando da instalação de ações, pro-
gramas e projetos. O licenciamento am-
biental apresenta uma variada gama de par-
ticularidades, cuja complexidade e nível de 
exigências estão relacionadas com as dife-
rentes naturezas dos empreendimentos ou 
projetos apresentados aos órgãos ambien-
tais. Assim, basicamente os empreendimen-
tos necessitam de três licenças fundamen-
tais para seu pleno funcionamento e cum-
primento das etapas de sua existência:
Licença prévia (LP)
Deve ser requerida pelo empreendedor no 
início do planejamento da obra, contendo os 
requisitos básicos a serem atendidos nas fases 
de localização, instalação e operação, obser-
vados os planos municipais, estaduais e fede-
rais de uso do solo. A emissão da LP ocorre 
somente após a aprovação do EIA/RIMA.
Licença de instalação (LI)
Solicitada depois de concluído o projeto 
executivo do empreendimento e antes do 
início das obras. É concedida após análise e 
aprovação dos projetos que especificam os 
dispositivos de controle ambiental e as me-
didas de mitigação ou compensação am-
biental.
Licença de operação (LO)
Solicitada antes da operação comercial do 
empreendimento. Autoriza, após diferentes 
verificações, o início da atividade e o fun-
cionamento de seus equipamentos de con-
trole ambiental, de acordo com o previsto 
nas licenças anteriores.
Os agentes que participam da elabora-
ção da avaliação de impactos ambientais 
devem conduzir suas atuações de maneira 
integrada, visando sempre aos princípios 
norteadores da Política Nacional do Meio 
Ambiente e a Legislação Brasileira. O pro-
cesso de avaliação de impactos ambientais 
é, em suma, um conjunto tripartite de ações 
conjugadas, configurado pela participação 
dos órgãos ambientais, dos empreendedo-
res e de equipes multidisciplinares encarre-
gadas de produzir documentos técnicos que 
irão subsidiar as tomadas de decisão. Este 
conjunto integrado nada mais é do que o 
reflexo das conjunturas formais de partici-
pação no referido processo, que são: a socie-
dade, que afinal vai julgar e decidir sobre a 
relação custo-benefício de determinada ação 
ou empreendimento; a economia de uma 
região ou país, que se consolida com a apli-
cação de recursos financeiros, energia e ma-
226 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
téria-prima em determinada ação ou em-
preendimento; e a ciência e a tecnologia 
empregadas na elaboração dos estudos pré-
vios necessários para o licenciamento am-
biental da ação ou empreendimento.
ESTRUTURA DOS ESTUDOS 
DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Problemas ambientais sempre existiram, o 
que tem variado é sua escala, e a esta dimen-
sãoda problemática ambiental têm contri-
buído muitas causas:
a) Elevado crescimento demográfico.
b) Desenvolvimento e difusão da tecnolo-
gia industrial.
c) Avanços da medicina e do saneamento e 
seus efeitos sobre a demografia.
d) Avanços da comunicação.
e) Crescente urbanização.
Para conciliar a necessidade do me-
lhoramento da qualidade de vida mediante 
a qualidade ambiental, é necessário que se 
conheça e estude todos os benefícios e ma-
lefícios causados pelas realizações indus-
triais, obras turísticas, urbanas, etc.
O levantamento e o estudo das causas 
destas ações no ambiente podem ser feitos 
através de avaliações de impactos ambien-
tais que têm por objetivo introduzir a vari-
ável ambiental nos programas de desenvol-
vimento.
Primeiramente, antes de discutir o 
tema das avaliações de impacto ambiental, 
convém definir alguns conceitos:
a) O meio ambiente natural: constituído 
por quatro sistemas interrelacionados: 
atmosfera, hidrosfera, litosfera, biosfera, 
da qual o homem faz parte.
b) O meio ambiente social: conjunto de in-
fraestruturas materiais construídas pelo 
homem, os sistemas sociais e as institui-
ções.
O meio ambiente social define a forma 
como as sociedades humanas estão organi-
zadas, e funcionam para satisfazer suas ne-
cessidades básicas (ou necessidades físicas: 
alimentação, saúde, moradia, vestuário) e 
necessidades sociais: educação, trabalho, la-
zer, liberdade individual e possibilidade de 
participar do sistema existente.
Tipos de avaliações
As avaliações têm uma finalidade principal 
que são as previsões. Estas podem ser inte-
grais ou parciais, ou seja, podem ser aplica-
das total ou parcialmente:
a) Distintas alternativas de um mesmo 
projeto ou ação.
b) Estudos prévios ou preliminares deta-
lhados.
c) Distintas fases do projeto (preliminar, 
na fase de construção e/ou na fase de 
operação).
Ações e projetos contidos em um pla-
nejamento completo, que considera várias 
alternativas tecnológicas e locacionais têm 
por objetivos:
a) Avaliação do meio no estado pré-opera-
cional.
b) Estudo de medidas corretoras e instru-
mentos de controle.
c) Determinação dos impactos.
d) Cálculo da resistência do meio a esses 
impactos e a sua capacidade de absorção 
de tais impactos.
e) Aceitação do projeto na situação atual, 
introdução de melhoras e modificações.
Tipos de impactos
a) Impactos primários – fatores físicos e 
biológicos que causam maiores efeitos e 
são mais facilmente determinados.
Meio ambiente e sustentabilidade 227
b) Impactos secundários – aspectos sociais, 
econômicos e políticos.
c) Impactos diretos – causados diretamente 
por uma ação ou modificação no meio.
d) Impactos indiretos – causados pela con-
junção de fatores determinados pelos 
impactos diretos.
Indicadores de 
impacto ambiental
São parâmetros que proporcionam a medi-
da da grandeza do impacto em aspectos 
qualitativos e quantitativos. Podem ser in-
dicadores de forma numérica ou mesmo 
pelo estabelecimento de padrões (muito 
mal, mal, regular, bom, muito bom; ou sim-
plesmente aceitável ou não aceitável).
Os melhores indicadores são os rela-
cionados com a qualidade do meio físico e 
social e os que possuem um aparato legal 
estabelecendo os valores máximos permiti-
dos para suas ocorrências (níveis de quali-
dade da água, do ar, ruído, sensibilidade vi-
sual, etc). Porém, não se sabe se esses valores 
já estabelecidos condizem com a rea lidade 
do problema.
Também é importante observar que 
não basta apresentar os resultados obtidos 
através da quantificação e da compilação 
dos pesos dos indicadores de impacto físico 
e suas consequências, faz-se necessária tam-
bém a observação de aspectos sociocultu-
rais, políticos, econômicos, visando final-
mente à proposição de novas alternativas de 
uso para os recursos.
Procedimentos para 
realização do EIA
Os estudos de impactos ambientais devem 
atentar também para quatro pontos princi-
pais:
a) identificação causa-efeito;
b) previsão ou cálculo dos efeitos e magni-
tudes dos indicadores de impacto;
c) interpretação dos impactos e efeitos am-
bientais;
d) prevenção dos efeitos.
Outro ponto importante a ser levado 
em consideração é a extensão do projeto e 
sua área de influência, onde deve ser reali-
zado o diagnóstico ambiental. A equipe rea-
lizadora do estudo deverá estabelecer, com 
base na caracterização geográfica da região, 
a área de influência do empreendimento, 
ou, em última análise, considerar a bacia hi-
drográfica abrangida pelo projeto.
Avaliação de tecnologias
São avaliações mais profundas que as ava-
liações de impactos ambientais. Pode-se 
chamar de tecnologias limpas aquelas que 
têm como objetivo reduzir a emissão de re-
síduos antes da saída final, reduzindo a con-
taminação e, consequentemente, reduzindo 
os impactos biológicos e socioculturais.
Deve-se considerar também que a tec-
nologia afeta não só o meio ambiente como 
também os aspectos sociais e econômicos 
(positiva ou negativamente), inclusive a 
própria avaliação dessa tecnologia implica 
custos, por vezes relativamente altos, de-
vendo-se, portanto, considerar as limita-
ções de uma avaliação, sendo importantís-
simo fixar claramente sua propositura e ob-
jetivos antes mesmo de iniciá-la.
Relação custo-benefício
Não se deve esquecer que, além de oferecer 
um conhecimento do ambiente regional, as 
avaliações pretendem também escolher as 
melhores alternativas para um projeto ou 
ação determinados.
Como o objetivo fundamental de um 
estudo de impacto ambiental é a otimização 
228 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
do uso de um território e dos recursos nele 
existentes, deve-se balancear as consequên-
cias do impacto ao ambiente (que seriam 
causados por um projeto) e os benefícios 
socioeconômicos que este projeto poderia 
trazer para a região.
Outro ponto que deve ser analisado 
com cuidado é a generalização de soluções, 
ou seja, aplicar soluções regionais de um 
modo global para qualquer área física, des-
respeitando as características específicas de 
cada região.
Os estudos ambientais podem tam-
bém ser benéficos do ponto de vista econô-
mico, uma vez que podem prever e corrigir 
os impactos por custos menores, uma vez 
que proporcionam amplos conhecimentos 
dos recursos ambientais existentes.
Importante que se reconheçam que to-
dos os procedimentos a serem tomados se-
jam bem estabelecidos legal e institucional-
mente para que existam aparatos econômi-
cos e humanos bem definidos pelos agentes 
que precisam realizar um estudo de impac-
tos ambientais.
Participação do público
A participação do público em um estudo de 
impactos ambientais é um importante as-
pecto. As audiências públicas podem ser so-
licitadas pela comunidade afetada por um 
empreendimento ou pelo próprio órgão 
ambiental, quando existem aspectos polê-
micos ou esclarecimentos obscuros no pro-
jeto. Não se exige cidadania brasileira para 
manifestar-se sobre os estudos ambientais. 
Não se concebe um EIA sem a possibilidade 
de serem emitidas opiniões de pessoas e de 
entidades (ONGs, sindicatos, universida-
des, partidos políticos, tribos indígenas, 
etc). Uma decisão política, e mesmo técni-
ca, em matéria de meio ambiente torna-se 
coerente quando as opiniões dos especialis-
tas são esclarecidas, publicadas e em segui-
da avaliadas pelo público para posterior jul-
gamento (Machado, 2009).
Tramitação do EIA 
(com ênfase para o 
Estado de São Paulo)
A Secretaria do Meio Ambiente fornece o 
Roteiro Básico para elaboração do EIA/
RIMA e, a partir deste, se desenvolverá o Pla-
no de Trabalho que será submetido à apro-
vação da Secretaria.
Com o Plano de Trabalho aprovado, o 
interessado (proponente do projeto e a equi-
pe multidisciplinar) desenvolverá e apresen-
tará o EIA/RIMA, em tantas vias quantas 
forem solicitadas pela Secretaria, através do 
Departamento de Avaliação de Impactos 
Ambientais (DAIA) que procederá:
a) à abertura de processo;
b) ao preenchimento de ficha contendo:
– identificação e caracterizaçãodo em-
preendimento;
– localização do empreendimento;
– identificação dos principais impactos
e das áreas técnicas a serem consulta-
das para análise do estudo.
c) à preparação de informe a ser enviado 
pela Assessoria de Comunicação, ao Di-
ário Oficial e/ou órgãos da imprensa 
local, para divulgação;
d) à coordenação da análise do estudo, corre-
lacionando os pareceres emitidos pelas 
áreas consultadas, e resultando na prepa-
ração de parecer estabelecendo exigências, 
ou recomendando condições em que o 
empreendimento deva ser licenciado;
e) após a análise, a Secretaria submete o 
EIA/RIMA, bem como parecer ao CON-
SEMA (Conselho Estadual do Meio 
Ambiente), para decisão;
f) após a decisão do CONSEMA, o proces-
so retorna ao DAIA para preparação de 
informação aos órgãos licenciadores e à 
Assessoria de Comunicação sobre a de-
cisão do CONSEMA.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.

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