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2006-dis-phgduarte

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL 
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM SANEAMENTO AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
PAULO HENRIQUE GIRÃO DUARTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÉTODO QUANTITATIVO PARA A AVALIAÇÃO DE 
IMPACTOS AMBIENTAIS APLICADO À INDÚSTRIA TÊXTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fortaleza – CE 
2006 
 
PAULO HENRIQUE GIRÃO DUARTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÉTODO QUANTITATIVO PARA A AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS 
APLICADO À INDÚSTRIA TÊXTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dissertação submetida à Coordenação do 
Curso de Pós-Graduação em Engenharia 
Civil, área de concentração em Saneamento 
Ambiental, da Universidade Federal do 
Ceará, como requisito parcial para a 
obtenção do grau de Mestre. 
 
Orientador: Prof. Dr. Francisco Suetônio 
Bastos Mota 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fortaleza-CE 
2006 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a todos os homens e 
mulheres que, incansáveis, através da sua 
capacidade e talento, contribuem para a 
construção de um mundo em que o respeito ao 
meio ambiente possa ser, definitivamente, uma 
realidade experimentada por todos. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
A Deus, autor da minha vida, pela sua constante presença, amizade e amparo. 
 
 
À minha esposa, Vivianne, pela cumplicidade, incentivo e por comungar dos 
mesmos ideais. 
 
 
À minha filha, Kiara Beatriz, que, na sua pureza de criança, me inspira e me faz 
acreditar que o mundo pode se tornar melhor. 
 
 
Aos meus pais, João Batista e Maria, pelo amor e dedicação incondicionais, que me 
fizeram chegar até aqui. 
 
 
Ao meu sogro Wilson e à minha sogra Auri, por todo o incentivo e apoio. 
 
 
Ao Professor Suetônio Mota, pela sua disponibilidade em orientar a realização deste 
trabalho, de forma objetiva, compreensiva, construtiva e segura. 
 
 
Aos professores Roberto S. Farias de Souza e Marisete Dantas de Aquino, por 
aceitarem o convite para participar da Banca Examinadora deste trabalho. 
 
 
Ao Professor Raimundo Souza, pelo constante incentivo e amizade, durante este 
período de estudos. 
 
 
Ao grande amigo Frederico Lapa, por acreditar na idéia desta pesquisa e tornar 
possível a aplicação prática do método. 
 
 
A Thaïs Trompieri, Ricardo Ribeiro e Macilon Siebra, por todas as informações 
prestadas durante a coleta e a análise de dados desta pesquisa. 
 
 
Aos colegas de turma, pela convivência e experiências trocadas. 
 
 
Ao Erivelton, do Laboratório de Informática, pela disponibilidade e companheirismo. 
 
 
Ao CNPq, pela concessão de bolsa, que tornou viável a realização do trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum 
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, 
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o 
dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações”. 
 
(Constituição Federal de 1988, art. 225, caput)
 
SUMÁRIO 
 
RESUMO...................................................................................................................... i 
ABSTRACT ................................................................................................................. ii 
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. iii 
LISTA DE TABELAS .................................................................................................. vi 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................... vii 
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................1 
1.1 Objetivos do trabalho.........................................................................................3 
1.1.1 Geral ........................................................................................................3 
1.1.2 Específicos ..............................................................................................3 
1.2 Organização do trabalho....................................................................................3 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.....................................................................................6 
2.1 A evolução da temática ambiental .....................................................................6 
2.2 Impacto Ambiental ...........................................................................................12 
2.3 O Estudo de Impacto Ambiental ......................................................................13 
2.3.1 Conceitos básicos..................................................................................13 
2.3.2 O EIA na legislação brasileira................................................................15 
2.3.3 Os componentes de um Estudo de Impacto Ambiental .........................17 
2.4 Métodos de avaliação de impactos ambientais ...............................................20 
2.4.1 Considerações iniciais ...........................................................................20 
2.4.2 Método ad hoc .......................................................................................21 
2.4.3 Listagens de Controle (check-lists) ........................................................21 
2.4.4 Matrizes .................................................................................................23 
2.4.5 Redes de interação................................................................................28 
2.4.6 Superposição de mapas ou cartas (Overlays) .......................................28 
2.4.7 Modelos de simulação ...........................................................................29 
2.4.8 Alguns métodos com ênfase quantitativa ..............................................29 
2.4.8.1 O Método Battelle.....................................................................29 
2.4.8.2 O Sistema APOIA–NovoRural..................................................31 
2.4.8.3 O Sistema SAAP ......................................................................33 
2.5 Indústria e impacto ambiental ..........................................................................35 
2.5.1 O processo têxtil e seus impactos ambientais .......................................37 
 
 
3 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................41 
3.1 Campo de aplicação do trabalho .....................................................................41 
3.1.1 A escolha do campo de trabalho ...........................................................41 
3.1.2 Características gerais e situação ambiental da empresa escolhida ......42 
3.2 Fases do desenvolvimento do método ............................................................44 
3.2.1 Escolha dos indicadores ........................................................................45 
3.2.1.1 Indicadores da categoria Eficiência de Recursos.....................46 
3.2.1.2 Indicadores da categoria Efluentes ..........................................48 
3.2.1.3 Indicadores da categoria Emissões Gasosas...........................49 
3.2.2 Estabelecimento das funções de utilidade.............................................50 
3.2.2.1 O caso específico da medida de pH.........................................53 
3.2.3 Elaboração das planilhas de aplicação..................................................54 
3.2.3.1 Planilha Entrada de Dados.......................................................55 
3.2.3.1.1 Considerações sobre os padrões de emissão de CO e 
NOX para caldeiras ....................................................................57 
3.2.3.2 Planilha IQA (Índice de Qualidade Ambiental) .........................59 
3.2.3.3 Planilhas porcategorias e desempenho geral..........................61 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................63 
4.1 Categoria Eficiência de Recursos....................................................................63 
4.1.1 Consumo de Energia Elétrica (IQA11) ....................................................64 
4.1.2 Consumo de Água (IQA12) .....................................................................65 
4.1.3 Consumo de Água – Preparação (IQA13)...............................................66 
4.1.4 Consumo de Vapor (IQA14)....................................................................66 
4.2 Categoria Efluentes .........................................................................................67 
4.2.1 pH (IQA21) ..............................................................................................68 
4.2.2 Vazão (IQA22) ........................................................................................69 
4.2.3 Temperatura do Efluente (IQA23) ...........................................................70 
4.2.4 Sólidos sedimentáveis (IQA24) ...............................................................71 
4.2.5 Substâncias Solúveis em Hexano (IQA25) .............................................71 
4.2.6 Sulfeto (IQA26) .......................................................................................72 
4.2.7 Sulfato (IQA27) .......................................................................................73 
4.2.8 Amônia total (IQA28)...............................................................................74 
4.2.9 Índice de Fenóis (IQA29) ........................................................................75 
4.2.10 Chumbo (IQA210)..................................................................................75 
 
4.3 Categoria Emissões Gasosas..........................................................................76 
4.3.1 Dióxido de Enxofre – SO2 (IQA31) ..........................................................77 
4.3.2 Monóxido de Carbono – CO (IQA32) ......................................................78 
4.3.3 Óxidos de Nitrogênio – NOX (IQA33) ......................................................79 
4.3.4 Material Particulado (IQA34) ...................................................................80 
4.4 Qualidade ambiental geral ...............................................................................81 
5 APLICAÇÕES À GESTÃO DA EMPRESA.............................................................84 
5.1 Viabilidade da utilização de gás natural como combustível das caldeiras .......84 
5.2 Potencial de aproveitamento de metano..........................................................87 
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.................................................................89 
REFERÊNCIAS.........................................................................................................91 
APÊNDICE A.............................................................................................................98 
APÊNDICE B...........................................................................................................102 
 
 
 i
RESUMO 
 
 
 
A crescente preocupação em relação às questões ambientais, somada à 
necessidade de promover o desenvolvimento sustentável, tornou emergente a 
discussão sobre a avaliação e a redução dos impactos ambientais relacionados às 
atividades industriais. Muitos dos métodos de avaliação de impactos ambientais 
aplicados atualmente, para diversos tipos de empreendimentos, contam com um 
grau considerável de subjetividade. Este trabalho tem como objetivo o 
desenvolvimento de um método quantitativo para a avaliação de impactos 
ambientais, tendo em vista a pouca contribuição científica nesta área de estudos, 
especialmente no Estado do Ceará. O método desenvolvido admite a aplicação de 
indicadores ambientais, organizados por categorias. Aos indicadores, associam-se 
funções matemáticas que possibilitam a obtenção de um valor adimensional, 
denominado de índice de qualidade ambiental. Esses índices são combinados a 
partir de médias aritméticas até a determinação de um único valor numérico, 
representante da condição ambiental da organização. A aplicação prática do método 
foi realizada em uma indústria do ramo têxtil, a partir da escolha de 18 indicadores, 
agrupados em três categorias: eficiência de recursos, efluentes e emissões gasosas. 
Os resultados obtidos revelam a boa aderência do método às variações do processo 
industrial, possibilitando aos gestores ambientais da organização a tomada de 
decisões baseadas em fatos, com simplicidade e significativa redução da 
subjetividade em relação à análise dos impactos ambientais considerados. 
 
 
 
Palavras-chave: Impactos ambientais. Método de avaliação. Indústria têxtil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ii
ABSTRACT 
 
 
 
The increasing concerning about environmental matters, added to the necessity of 
promoting sustainable development, transformed the discussion about evaluation 
and reduction of environmental impacts, related to industrial activities, in an emergent 
issue. Several methods currently applied to evaluate environmental impacts, for 
various types of enterprises, have considerable subjectivity. The objective of this 
work is to achieve the development of a quantitative method for the evaluation of 
environmental impacts; hence there are few scientific studies in this subject, mainly in 
Ceara State. The method developed allows the application of environmental 
indicators, divided in category sets. Mathematical functions are associated to these 
indicators in order to obtain non-dimensional values called environmental quality 
indexes. These indexes are combined using arithmetical means until the 
determination of a unique numerical value, which is representative of the 
organization’s environmental performance. Practical application of the method was 
conducted in a textile industry, in which were elected 18 indicators, grouped in three 
categories: resources efficiency, effluents and gas emissions. Obtained results show 
good effectiveness of the method concerning to the industrial intrinsic process 
variations, giving environmental managers the possibility of making fact based 
decisions, in a simple way and with significant reduction of the subjectivity related to 
the analysis of the environmental impacts considered. 
 
 
 
Key-words: Environmental impacts. Evaluation method. Textile industy. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 iii
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 2.1 Principais fases do desenvolvimento de um Estudo de 
Impacto Ambiental (EIA).......................................................... 19 
Figura 2.2 Exemplo de aplicação de Lista Multiatributiva......................... 23 
Figura 2.3 Matriz de Leopold (idéia geral)................................................ 24 
Figura 2.4 Exemplo de Matriz de Impactos aplicada à construção de um 
Aterro Sanitário........................................................................ 25 
Figura 2.5 Trecho de matriz de avaliação de impactos ambientais.......... 26 
Figura 2.6 Conceito de funcionamento da Matriz “passo-a-passo”.......... 27 
Figura 2.7 Exemplo de rede de interação para os efeitos do lançamento 
de SO2 por uma indústria......................................................... 28 
Figura 2.8 Função de valor típica.............................................................. 30 
Figura 2.9 Exemplo de matriz de ponderação para indicador de 
avaliação de impacto ambiental do sistema APOIA-
NovoRural. Indicador: Saúde e segurança ocupacional.......... 32 
Figura 2.10 Diagrama esquemático para o cálculo do IPA......................... 34 
Figura 2.11 Etapas do processo na indústria têxtil pesquisada.................. 38 
Figura 3.1 Gráfico esquemático do comportamento geral da função de 
cálculo deIQA, considerando um indicador qualquer............. 52 
Figura 3.2 Gráfico da função de cálculo de IQA para o indicador pH....... 54 
Figura 3.3 Esquema de agrupamento dos indicadores por categoria, no 
método desenvolvido, para a composição do Índice de 
Qualidade Ambiental Geral (IQAG), considerando a aplicação 
na indústria têxtil específica..................................................... 59 
Figura 4.1 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
a categoria eficiência de recursos, no período de janeiro a 
dezembro de 2005................................................................... 63 
Figura 4.2 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
o indicador Consumo de Energia Elétrica, no período de 
janeiro a dezembro de 2005.................................................... 64 
Figura 4.3 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
o indicador Consumo de Água, no período de janeiro a 
dezembro de 2005................................................................... 65 
 
 iv
Figura 4.4 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
o indicador Consumo de Água - Preparação, no período de 
janeiro a dezembro de 2005.................................................... 
 
66 
Figura 4.5 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
o indicador Consumo de Vapor, no período de janeiro a 
dezembro de 2005................................................................... 67 
Figura 4.6 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
a categoria efluentes líquidos, no período de janeiro a 
dezembro de 2005................................................................... 68 
Figura 4.7 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
o indicador pH, no período de janeiro a dezembro de 2005.... 68 
Figura 4.8 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
o indicador Vazão, no período de janeiro a dezembro de 
2005......................................................................................... 69 
Figura 4.9 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
o indicador Temperatura do Efluente, no período de janeiro a 
dezembro de 2005................................................................... 70 
Figura 4.10 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
o indicador Sólidos Sedimentáveis, no período de janeiro a 
dezembro de 2005................................................................... 71 
Figura 4.11 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
o indicador Substâncias Solúveis em Hexano, no período de 
janeiro a dezembro de 2005.................................................... 72 
Figura 4.12 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
o indicador Sulfeto, no período de janeiro a dezembro de 
2005......................................................................................... 72 
Figura 4.13 Gráfico comparativo da evolução dos valores de IQA12 
(Consumo de Água) e IQA26 (Sulfeto), no período de janeiro 
a dezembro de 2005................................................................ 73 
Figura 4.14 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
o indicador Sulfato, no período de janeiro a dezembro de 
2005......................................................................................... 74 
Figura 4.15 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
o indicador Amônia Total, no período de janeiro a dezembro 
de 2005.................................................................................... 74 
Figura 4.16 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
o indicador Índice de Fenóis, no período de janeiro a 
dezembro de 2005................................................................... 75 
 
 v
Figura 4.17 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
o indicador Chumbo, no período de janeiro a dezembro de 
2005......................................................................................... 
 
76 
Figura 4.18 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
a categoria Emissões Gasosas, no período de janeiro a 
dezembro de 2005................................................................... 
 
77 
Figura 4.19 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
o indicador Dióxido de Enxofre (SO2), no período de janeiro 
a dezembro de 2005................................................................ 78 
Figura 4.20 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
o indicador Monóxido de Carbono (CO), no período de 
janeiro a dezembro de 2005.................................................... 79 
Figura 4.21 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
o indicador Óxidos de Nitrogênio (NOX), no período de 
janeiro a dezembro de 2005.................................................... 80 
Figura 4.22 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
o indicador Material Particulado, no período de janeiro a 
dezembro de 2005................................................................... 80 
Figura 4.23 Gráfico demonstrativo da evolução dos valores de IQA para 
a Qualidade Ambiental Geral, no período de janeiro a 
dezembro de 2005................................................................... 81 
Figura 4.24 Gráfico demonstrativo do comportamento de IQA1, IQA2, 
IQA3 e IQAG, no período de janeiro a dezembro de 2005....... 82 
Figura A.1 Planilha Entrada de Dados...................................................... 99 
Figura A.2 Planilha IQA............................................................................. 100 
Figura A.3 Aspecto da Planilha de Categoria utilizada para a 
visualização de dados e resultados......................................... 101 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 vi
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 2.1 Comparação entre os tipos de Listagens de Controle (check-
lists).......................................................................................... 22 
Tabela 2.2 Pontuação para impactos ambientais.Adaptado de Cajazeira 
(1997)....................................................................................... 26 
Tabela 2.3 Principais impactos ambientais num processo têxtil................ 40 
Tabela 3.1 Indicadores da categoria eficiência de recursos...................... 47 
Tabela 3.2 Valores limite para os parâmetros relativos aos indicadores 
da Planilha Entrada de Dados................................................. 55 
Tabela 5.1 Valores de FEC para o consumo de gás natural e biomassa 
considerando a emissão de diversos gases............................ 85 
Tabela B.1 Conjunto de dados de entrada, utilizados na aplicação do 
método..................................................................................... 103 
Tabela B.2 Valores de IQA calculados pelo método para o conjunto de 
dados de entrada, utilizados na aplicação............................... 104 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 vii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ACV Análise do Ciclo de Vida 
AIA Avaliação de Impactos Ambientais 
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente 
DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio 
ECO-92 Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992 
EIA Estudo de Impacto Ambiental, adaptado do inglês Environmental 
Impact Assessment 
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 
FIEC Federação das Indústrias do Estado do Ceará 
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade 
Industrial 
IPA Índice de Pressão Ambiental 
IPCC Intergovernmental Panel on Climate Change 
IQA Índice de Qualidade Ambiental 
ISO International Organization for Standardization 
MDL Mecanismo de Desenvolvimento Limpo 
NSF National Sanitation Foundation 
ONU Organização das Nações Unidas 
PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
RIMA Relatório de Impacto Ambiental 
SEMASecretaria Estadual do Meio Ambiente (Estado do Paraná) 
SEMACE Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Estado do Ceará) 
SGA Sistema de Gestão Ambiental 
WQI Water Quality Index 
 
 1
1 INTRODUÇÃO 
 
Nas últimas décadas, tem sido recorrente a discussão das questões 
ambientais por diversos setores da sociedade, tais como: governo, empresas, 
instituições de ensino e pesquisa, organizações não governamentais, dentre outros. 
 
Com o aumento da pressão sobre os recursos naturais e a necessidade 
da preservação desses recursos para as futuras gerações, observa-se uma tomada 
de consciência no sentido de serem criados mecanismos que estabeleçam critérios 
e diretrizes para o tratamento dos problemas ambientais de caráter local e global. 
 
Neste contexto, torna-se evidente a importância da aplicação de 
ferramentas que sejam capazes de fornecer informações adequadas, em relação 
aos impactos ambientais gerados pela interferência do homem sobre a natureza. 
 
Diversos métodos de avaliação de impacto ambiental têm sido 
desenvolvidos desde a adoção, nos Estados Unidos, do National Environmental 
Policy Act (NEPA), de 1969, que se tornou efetivo a partir de Janeiro de 1970. 
 
Canter (1996) destaca que existem inúmeros métodos para a realização 
de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e que a utilização de cada um deles 
depende da situação em questão. Para ele, um método escolhido para a realização 
de um EIA deve levar em consideração as seguintes características: i) ser 
apropriado à tarefa a ser executada, por exemplo, identificação dos impactos ou 
comparação entre alternativas; ii) ser suficientemente livre da subjetividade do 
avaliador, tendo resultados reproduzíveis; iii) ser econômico. 
 
Neste trabalho, destaca-se o segundo aspecto abordado por Canter: a 
subjetividade de quem está avaliando. Muitos fatores estão envolvidos num 
processo de tomada de decisão. Embora a subjetividade não possa e nem deva ser 
desconsiderada, trazê-la a níveis que tornem o processo mais científico, é algo 
desejável. 
 2
As diversas metodologias utilizadas para avaliação de impactos 
ambientais, que serão posteriormente apresentadas de forma sucinta, contam com 
diferentes graus de subjetividade. 
 
Nesse sentido, muitos trabalhos têm sido realizados em busca de se 
estabelecerem métodos que ofereçam valores quantitativos, a partir de critérios 
definidos de forma clara, que tornem o julgamento menos sujeito à subjetividade de 
quem está avaliando (PASTAKIA; JENSEN, 1998; ENEA; SALEMI, 2001; GOYAL; 
DESHPAND, 2001; WERF; PETIT, 2002; RODRIGUES; CAMPANHOLA, 2003). 
 
Cada um desses trabalhos estabelece suas próprias contribuições, de 
forma geral ou específica, aos métodos de avaliação de impacto ambiental já 
existentes. 
 
Embora, em algumas áreas do planeta, como é o caso da maior parte do 
continente europeu, a consciência sobre os problemas ambientais tenha avançado 
bastante, no Brasil e, especialmente, no Estado do Ceará, isso se dá de forma bem 
mais lenta. 
 
Este cenário é muito presente quando se trata do setor industrial, no qual, 
quase sempre, a preocupação ambiental é oriunda das imposições da legislação e 
de mercados importadores cada vez mais exigentes. Este tipo de visão limitada, da 
maioria das empresas, sobre a importância da variável ambiental, pode ser devido 
tanto à falta de estrutura por parte dos órgãos oficiais de controle ambiental, como à 
carência de ferramentas que possam ser facilmente aplicadas à medição contínua 
do desempenho ambiental numa organização. 
 
Ainda é pouco significativa a contribuição destinada à Avaliação de 
Impactos Ambientais na indústria sob esse enfoque. Quase sempre, as 
metodologias matriciais, fundamentadas no método desenvolvido por Leopold et al. 
(1971 apud CANTER, 1996), que são as mais aplicadas na realização dos Estudos 
de Impacto Ambiental, possuem limitações quanto ao aspecto da utilização para a 
medição contínua do desempenho ambiental de uma indústria. 
 
 3
É, propriamente, dentro dessa carência, que se insere este trabalho de 
pesquisa. Através do desenvolvimento de um método, fundamentado em idéias já 
utilizadas anteriormente (DEE et al., 1973; RODRIGUES; CAMPANHOLA, 2003), 
pretende-se contribuir de forma a minimizar a subjetividade encontrada atualmente 
na avaliação de impactos ambientais, especialmente, para as organizações que 
pretendem medir, de forma contínua, o seu desempenho ambiental. 
 
1.1 Objetivos do trabalho 
 
1.1.1 Geral 
 
Desenvolver um método para avaliação de impactos ambientais que 
possa ser aplicado de forma geral ou de maneira específica a um determinado setor 
industrial, tendo como base a combinação dos diversos parâmetros (indicadores) 
ambientais e gerando, usando funções matemáticas, um valor numérico como 
resultado para a avaliação dos impactos ambientais realizada. 
 
1.1.2 Específicos 
 
 Definir indicadores e critérios a serem utilizados na avaliação de impactos 
ambientais de indústrias; 
 Verificar, através da aplicação do método a uma indústria têxtil, o 
comportamento dos indicadores utilizados; 
 Avaliar criticamente os resultados obtidos, de maneira a possibilitar o 
estabelecimento de prioridades, em relação a ações que possam ser tomadas, 
que dependam desses resultados. 
 
1.2 Organização do trabalho 
 
No presente capítulo, tem-se uma breve introdução ao tema, 
apresentando-se as justificativas para a realização do trabalho. Além disso, são 
delimitados o objetivo geral e os objetivos específicos da pesquisa. 
 
 4
No capítulo 2, Revisão Bibliográfica, estabelece-se, primeiramente, um 
breve panorama da temática ambiental, a partir de sua evolução ao longo da história 
da humanidade até os dias de hoje. Em seguida, enumeram-se algumas definições 
de impacto ambiental, a fim de fornecer suporte para a exploração de conceitos 
relacionados ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Ao tratar a questão do EIA, 
além de aspectos gerais, é discutida a evolução da legislação brasileira sobre o 
assunto, comentando-se, também, sobre os componentes desse tipo de estudo 
(EIA). 
 
Ainda na Revisão Bibliográfica, são apresentados diversos métodos de 
avaliação de impacto ambiental, proporcionando uma visão geral de suas principais 
características, bem como vantagens e desvantagens em relação a determinadas 
aplicações. O capítulo é encerrado com uma abordagem sobre indústria e impactos 
ambientais, na qual dá-se ênfase ao processo têxtil. 
 
O capítulo 3, Material e métodos, inicia-se por uma explanação sobre a 
escolha do campo de trabalho e a exposição da situação ambiental da organização 
escolhida para o desenvolvimento da pesquisa. É apresentada a seqüência de 
atividades para o desenvolvimento do método, geralmente, tecendo-se comentários 
sobre as decisões tomadas ao longo desse processo, desde a concepção de 
indicadores até a aplicação de equações para o cálculo dos Índices de Qualidade 
Ambiental, a partir de planilhas eletrônicas. 
 
No capítulo 4, Resultados e discussão, são apresentados os resultados 
da aplicação do método, no período estudado. Esses resultados são discutidos por 
categoria e também no nível de cada indicador, procurando-se estabelecer 
correlações entre os dados obtidos e a situação do processo industrial, a fim de que 
se identifiquem as prioridades, de forma objetiva, para a tomada de ações. 
 
O capítulo 5, Aplicações à gestão da empresa, apresenta estudos 
preliminares que foram realizados em função dos resultados apresentados pela 
aplicação do método. Esses estudos se concentraram sobre a categoria emissões 
gasosas, foco prioritário identificado para a tomada de ações pela empresa 
estudada. 
 5
Por fim, no capítulo 6, Conclusões e recomendações, são estabelecidas 
as conclusões e limitações deste trabalho, bem como as possibilidades de 
continuação a partir de futuras pesquisas que venham a surgir em virtudeda 
discussão provocada por esta pesquisa. 
 6
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
2.1 A evolução da temática ambiental 
 
A questão ambiental tem sido amplamente discutida por diversos setores 
da sociedade (governo, ONGs, iniciativa privada, universidades etc.). Há, hoje, uma 
emergente preocupação com os efeitos das ações do homem sobre o meio 
ambiente. A escassez de água, o aumento da temperatura terrestre, os elevados 
níveis de poluição em algumas regiões do planeta são, dentre outros, temas 
constantemente presentes nos noticiários1 do Brasil e do mundo: 
 
Cerca de 60% de todos os ecossistemas do planeta estão degradados ou 
sendo usados de modo não sustentável. Se nada for feito, as 
conseqüências poderão levar a um cenário desolador em 50 anos. 
(CIÊNCIA, 2005) 
 
Os mecanismos oceânicos do clima vão gerar mudanças em grande escala 
no planeta, advertiu o pesquisador Tim Barnett, destacando que nas 
próximas décadas milhões de pessoas sofrerão escassez de água em 
amplas zonas do globo. (SOCIEDAD, 2005) 
 
A península Antarctica […] é o lugar do globo que tem sofrido o maior 
reaquecimento: + 2,5ºC, desde 1950. Essa situação causou a regressão 
de 87 % das 244 geleiras marinhas relacionadas na área. Um relatório foi 
recentemente divulgado por um grupo de pesquisadores britânicos e 
americanos dirigido por Alison Cook, da British Antarctic Survey (Cambrige, 
Grã-Bretanha). (GALUS, 2005) 
 
Prospecção de uma mina próxima a regiões de pesca de salmão causa 
preocupações no Alasca. 
Prospectores estão gastando milhões de dólares em planos para operações 
de mineração em uma área de depressão do Alasca, o que poderá 
modificar a região definitivamente. (DREW, 2005) 
 
Em virtude de tantas constatações sobre a degradação progressiva do 
planeta, muito tem se estudado sobre como é possível chegar a um estágio de 
desenvolvimento que garanta a conservação do meio ambiente e proporcione uma 
melhor sobrevivência das gerações futuras. Para isso, é fundamental o 
entendimento de como chegamos à situação observada atualmente. 
 
Goudie (1993) destaca dois importantes fatores, através dos quais, o 
homem pode causar transformações na natureza: o crescimento da população; e a 
evolução da cultura e da tecnologia. 
 
1 Tradução livre para as notícias originalmente em língua estrangeira. 
 7
O domínio do fogo foi uma das primeiras ações antrópicas a influenciar o 
ambiente. No entanto, o homem primitivo não representava exatamente uma 
ameaça ao planeta, de forma global, pois as modificações ocasionadas por suas 
ações eram essencialmente locais, restritas a determinadas regiões. 
 
A partir do estabelecimento das primeiras cidades, especialmente devido 
à adoção das práticas agrícolas e à domesticação de animais, começaram a surgir 
as grandes civilizações. Nesse estágio, o homem já exercia o trabalho com metais e 
os seus impactos sobre a natureza começavam a se tornar significativos. 
 
Com a Revolução Industrial, que trouxe consigo inventos como a máquina 
a vapor (século XVIII) e o motor de combustão interna (século XIX), surgiu uma 
necessidade cada vez maior da utilização de novas fontes de energia (nessa 
ocasião, sobretudo, os combustíveis fósseis). A utilização contínua desses recursos, 
em quantidades sempre maiores, passou a produzir, desde então, efeitos que nunca 
haviam sido presenciados pelo homem. 
 
Em contraste com o acelerado crescimento gerado pela Revolução 
Industrial a partir do século XVIII, especialmente nos países desenvolvidos, as idéias 
sobre a proteção do meio ambiente evoluíram de forma lenta. Mesmo com a 
publicação de diversos trabalhos científicos, merecendo destaque os citados por 
Goudie (1993), os quais enfocam a questão do homem e suas interferências no meio 
ambiente (LYELL, 1835; SOMERVILLE, 1858; MARSH, 1864; BRUNHES, 1920), o 
que se observava, à época, era uma intensa preocupação com o desenvolvimento 
econômico, em detrimento da condição ambiental do planeta. 
 
Sobre isso, Sauer (1938 apud GOUDIE, 1993) afirma que a constante 
preocupação em aumentar a produção, ocupar espaços vazios e desenvolver 
tecnologias eram razões para que as teorias econômicas existentes não levassem 
em consideração os efeitos produzidos por estas mudanças, capazes de provocar a 
degradação e o conseqüente empobrecimento do planeta. 
 
Ainda nessa mesma visão, Soares (2003, p. 15) afirma: 
 
 8
Não deixa de ser inacreditável o fato de as ciências de observação da 
natureza, como a física e a química, com o notável desenvolvimento que 
tiveram nos séculos XVIII e XIX, não terem se dado conta das ameaças ao 
desequilíbrio natural causado pela ação do homem. Mais incrível ainda é a 
ausência, na denominada civilização ocidental, de qualquer atitude crítica 
em relação aos efeitos deletérios do progresso, desde sempre considerado 
como um ideal a ser atingido por todos os povos. 
 
A partir da década de 60, os riscos da degradação do meio ambiente 
passaram a ser muito mais representativos sob o aspecto global, uma vez que os 
problemas ambientais de cada país e as conseqüências da degradação gerada 
deixaram de ter uma influência simplesmente interna. O resultado da degradação 
podia ser sentido além das fronteiras. Esse fator motivou a convocação, pela ONU, 
da primeira grande discussão internacional sobre o tema: a Conferência de 
Estocolmo, em 1972. 
 
Dentre os pontos votados na Conferência de Estocolmo, merecem 
destaque: a Declaração das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, o Plano 
de Ação para o Meio Ambiente, aspectos financeiros relacionados à proteção 
ambiental e a instituição do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(PNUMA), que teria sede em Nairóbi, no Quênia. 
 
No Brasil, um dos principais efeitos resultantes da Conferência de 
Estocolmo foi a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente, que iniciou suas 
atividades em 1974. Uma das mais importantes ações desta secretaria foi o 
estabelecimento de programas de educação ambiental. 
 
Apesar das diretrizes expressas na Conferência de Estocolmo, a situação 
ambiental no planeta se tornou mais crítica: vários acidentes ambientais, de 
proporções gravíssimas, foram registrados nas décadas de 70 e 80; a poluição 
aumentava, especialmente devido aos gases geradores do efeito-estufa, 
decorrentes de atividades industriais e de geração de energia, principalmente nos 
países desenvolvidos; a pobreza, alcunha dos países em desenvolvimento, se 
tornava, muitas vezes, causa de degradação ambiental, pela falta de saneamento ou 
outros fatores. 
 
 9
Chegou-se, então, a um ponto onde podia ser observada uma dicotomia: 
enquanto os países desenvolvidos (a partir de Estocolmo) exigiam medidas para a 
redução da degradação gerada nos países em desenvolvimento, estes defendiam a 
idéia de que o desenvolvimento ambiental não poderia estar separado do 
desenvolvimento sócio-econômico. 
 
Nesse contexto, começam a surgir contribuições de cientistas de grande 
importância mundial como, por exemplo, Ignacy Sachs, que formulou os conceitos 
básicos do que se chamava, então, de eco-desenvolvimento2. De acordo com Sachs 
(1976 apud BRÜSEK, 2001, p.31), estes aspectos eram: 
 
a) a satisfação das necessidades básicas; 
b) a solidariedade com as gerações futuras; 
c) a participação da população envolvida; 
d) a preservação dos recursos naturais e do meio ambiente em geral; 
e) a elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social 
e respeito a outras culturas; e 
f) programas de educação. 
 
Percebendo essa realidade, a ONU formou uma comissão de 
especialistas para estudar as questões ligadas ao desenvolvimento e meio 
ambiente, presidida pela então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem 
Brundtland. Essa comissão, em 1987, apresentou à Assembléia Geral da ONU o 
chamado “Relatório Brundtland”. A partir daí, foi delineado o conceitode 
desenvolvimento sustentável. 
 
Esse relatório foi um dos principais subsídios para a realização da 
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de 
Janeiro, no ano de 1992, mais conhecida como ECO-92. Além da conhecida Agenda 
21, um dos mais importantes resultados da ECO-92 foi a Declaração do Rio, 
destinada a reafirmar o que já havia sido estabelecido anteriormente, bem como a 
trazer novas idéias em relação a Estocolmo. 
 
Dentre os pontos estabelecidos pela Declaração do Rio, de 1992, 
merecem destaque, segundo Soares (2003): o princípio do poluidor-pagador; o 
 
2 As idéias de Ignacy Sachs serviram de base para o estabelecimento do que hoje chamamos por 
“Desenvolvimento Sustentável”. 
 10
princípio da prevenção (ou precaução); a integração da proteção ao meio ambiente 
em todas as esferas da política e das atividades normativas dos estados; a aplicação 
de estudos de impacto ambiental; e a internalização de custos externos. 
 
Sobre a aplicação de Estudos de Impacto Ambiental, o Princípio 17, da 
Declaração do Rio afirma: 
 
A avaliação do impacto ambiental, como instrumento nacional, será 
efetuada para as atividades planejadas que possam vir a ter um impacto 
adverso significativo sobre o meio ambiente e estejam sujeitas à decisão de 
uma autoridade nacional competente (BRASIL, 2005). 
 
É fato que, no Brasil, a implementação de Estudos de Impacto Ambiental 
já vinha sendo realizada desde a década de 70, época do conhecido “milagre 
brasileiro”. De acordo com Moreira (1989 apud TOMMASI, 1994, p. 6), “o primeiro 
EIA realizado no Brasil foi o da barragem e usina hidrelétrica de Sobradinho em 
1972”. 
 
A princípio, estes estudos foram aplicados por causa das exigências de 
organismos de financiamento internacional. Porém, ainda na década de 80, a 
legislação brasileira começou a contemplar essa realidade, tornando o Estudo de 
Impacto Ambiental uma ferramenta legal, aspecto que será discutido, com mais 
detalhes, posteriormente. 
 
Como se pode perceber, a avaliação de impacto ambiental reafirmou-se, 
com a Declaração do Rio, como uma ferramenta a ser utilizada pelos Estados a fim 
de se contribuir para o desenvolvimento sustentável. 
 
Por outro lado, é importante ressaltar que essa preocupação não se 
restringiu às esferas governamentais. A partir de 1993, a ISO, organismo 
internacional encarregado da elaboração de normas em diversos temas, com sede 
em Genebra, constituiu um comitê técnico (denominado TC 207) incumbido de 
trabalhar na concepção de uma série de normas relativas à gestão ambiental. Dos 
trabalhos do TC 207, foram publicadas, em 1996, as normas da série ISO 14000, 
destinadas a orientar as organizações na implementação, manutenção e melhoria de 
 11
um Sistema de Gestão Ambiental (SGA). As normas da série ISO 14000 foram, 
desde então, gradualmente difundidas no mundo. Para a NBR ISO 14001:2004, 
norma brasileira equivalente à ISO 14001:2004, um dos fatores mais importantes na 
implementação de um SGA é a identificação de aspectos e impactos ambientais, 
ponto a partir do qual podem ser estabelecidos planos e padrões que possibilitam a 
melhoria contínua do desempenho ambiental da organização. 
 
No Brasil, segundo dados do INMETRO (2005), já são mais de 900 
empresas certificadas, em concordância com a ISO 14001, com a marca de 
credenciamento desse organismo. 
 
A importância dos processos de certificação, seja através da ISO 14001 
ou de outro tipo de “selo verde”, tem fundamento quando se leva em consideração 
que as exportações brasileiras têm crescido e que muitas barreiras técnicas para a 
aceitação de nossos produtos são de caráter ambiental (ALMEIDA; PRESSER; 
ANSANELLI, 2004). 
 
No caso do Estado do Ceará, essa realidade é ainda mais presente, visto 
que as exportações cearenses, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, 
Indústria e Comércio (MDIC, 2005): a) cresceram cerca de 142 %, no período de 
1998 a 2004; b) têm como principais mercados os Estados Unidos e a União 
Européia. 
 
Resta, portanto, comentar que a Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) 
tem, atualmente, uma importância crucial, seja para a aprovação legal de projetos, 
seja para o estabelecimento do desempenho ambiental das organizações. Por essa 
razão, a AIA tornou-se uma ferramenta cada vez mais presente no cotidiano de 
gestores e técnicos ligados à área ambiental. 
 
Ao considerar os diversos pontos aqui expostos, especialmente no que 
tange ao desenvolvimento histórico das idéias relativas à questão ambiental, é que 
se percebe que a sociedade e, principalmente, as instituições destinadas à 
pesquisa, à geração e à ampliação do conhecimento adquirem um papel 
fundamental nessa discussão. É sob este aspecto que se delimita a contribuição à 
 12
qual se destina este trabalho, de forma a favorecer a ampliação das discussões 
científicas sobre o tema proposto, que se torna, a cada dia, mais relevante para a 
sociedade. 
 
2.2 Impacto Ambiental 
 
Há muitas definições disponíveis sobre o que pode ser considerado 
impacto ambiental, as quais se diferenciam, em alguns casos, pela abrangência. A 
idéia de impacto ambiental pode variar de acordo com aquilo que se considera como 
meio ambiente. 
 
O conceito atual de meio ambiente é complexo e envolve fatores que vão 
além das condições físicas, químicas e biológicas. À idéia de meio ambiente também 
estão associadas questões econômicas, políticas, sociais e culturais. Dessa forma, 
impacto ambiental pode ser conceituado, de modo abrangente, como o conjunto de 
alterações (benéficas ou adversas) ocasionadas no meio ambiente pelas ações do 
homem, em relação aos diversos fatores supracitados. 
 
Este entendimento encontra-se bem difundido na literatura, merecendo 
destaque as definições a seguir, que consideram impacto ambiental como sendo: 
 
[...] uma alteração física ou funcional em qualquer dos componentes 
ambientais. Essa alteração pode ser qualificada e, muitas vezes, 
quantificada. Pode ser favorável ou desfavorável ao ecossistema ou à 
sociedade humana. (TOMMASI, 1994, p. 19) 
 
Qualquer alteração no sistema ambiental físico, químico, biológico, cultural 
e sócio-econômico que possa ser atribuída a atividades humanas relativas 
às alternativas em estudo para satisfazer as necessidades de um projeto. 
(Canter, 1977 apud MOREIRA, 1990, p. 113) 
 
Sob esse aspecto, é de suma importância que se mencione a definição 
fornecida pela Resolução CONAMA nº 01/1986, no seu art. 1º: 
 
[...] considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades 
físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer 
forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta 
ou indiretamente, afetam: 
I- a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II- as atividades sociais e econômicas; 
 13
III- a biota; 
IV- as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
V- a qualidade dos recursos ambientais. (BRASIL, 1986) 
 
Alguns autores definem impacto ambiental de uma forma mais analítica. 
Para Jain et. al (1993, p. 5, tradução do autor), impacto pode ser entendido como 
“qualquer modificação, positiva ou negativa, de um ponto inicialmente desejado”. 
Essa idéia também é observada no trabalho de Dee et. al. (1973), o qual leva em 
consideração, na determinação do impacto ambiental, a diferença numérica entre a 
situação analisada antes e depois da aplicação de um determinado projeto. 
 
Em geral, as definições de impacto ambiental podem mostrar uma 
tendência a que sejam considerados apenas os aspectos negativos, numa primeira 
análise. Porém, na idéia defendida por Tommasi (1994), o impacto ambiental deve 
ser analisado como uma alteração que pode ser benéfica ou maléfica ao ambiente 
em estudo, não se restringindo somente ao lançamento de poluentes. 
 
Mota (2000) classifica os impactosambientais quanto ao tipo (positivo ou 
negativo), magnitude, duração, reversibilidade, dentre outros fatores. Tal 
classificação pode ser facilmente encontrada em diferentes metodologias para a 
realização de Avaliação de Impactos Ambientais, aspecto que será abordado 
posteriormente. 
 
2.3 O Estudo de Impacto Ambiental 
 
2.3.1 Conceitos básicos 
 
Como foi destacado anteriormente, a idéia de impacto ambiental evoca 
alterações que são causadas no meio ambiente, especialmente pela intervenção 
humana. A sistematização dessas alterações, suas causas e conseqüências pode 
ser realizada através de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA). 
 
Para Jain et. al. (1993, p. 5, tradução do autor), um EIA é o “estudo das 
prováveis modificações das características biofísicas e sócio-econômicas do meio 
ambiente, que resultam de uma ação proposta”. Canter (1996, p. 2, tradução do 
 14
autor) estabelece que um Estudo de Impacto Ambiental pode ser definido como 
sendo: 
 
A identificação e avaliação sistemática dos impactos (efeitos) potenciais de 
projetos, planos, programas ou ações legais propostas, relativos aos 
componentes físico-químicos, biológicos, culturais e sócio-econômicos do 
ambiente, como um todo. 
 
A princípio, pode-se pensar que a idéia defendida por esses autores está 
centrada, simplesmente, na questão da avaliação dos efeitos e na apresentação 
sistemática dos resultados. Nesse sentido, inúmeras metodologias foram 
desenvolvidas, desde a década de 70, a fim de otimizar a utilização dessas 
informações. 
 
Não obstante, é importante observar que o resultado de um EIA deve 
contribuir com a tomada de decisão e também envolver a participação do público na 
aceitação de determinados tipos de empreendimentos, bem como estabelecer 
procedimentos para acompanhamento posterior. Esses aspectos são destacados 
por Barret e Therivel (1991 apud CANTER, 1996). 
 
Para Tommasi (1994, p. 19), um EIA visa “assegurar que os efeitos 
ambientais, sociais, políticos e econômicos sejam identificados e avaliados na fase 
de planejamento daquelas ações, antes que decisões irrevogáveis sejam tomadas”. 
Nesse sentido, Mota (2000, p. 333) afirma que o estudo de impacto ambiental, 
relativo a uma determinada atividade, deve: 
 
[...] identificar e avaliar os impactos positivos sobre os meios físico, biológico 
e antrópico de sua área de influência, e propor medidas mitigadoras para as 
conseqüências adversas, de modo a incrementar os seus benefícios. 
 
Percebe-se, portanto, a partir do conjunto das idéias expostas, que o EIA 
não se restringe, simplesmente, a um documento onde são organizadas informações 
acerca dos possíveis efeitos de um projeto, plano ou ação sobre o meio ambiente; 
mas deve ser apresentado como uma ferramenta dotada de valiosas informações, 
que podem ter caráter fundamental nos processos de tomada de decisão. 
 
 15
2.3.2 O EIA na legislação brasileira 
 
Segundo Machado (1993), a primeira legislação brasileira a mencionar um 
tipo de Avaliação de Impactos Ambientais, mesmo que de forma bastante superficial, 
foi a Lei nº 6.803, de 2 de Julho de 1980, que dispõe sobre o Zoneamento Industrial, 
para o caso de áreas críticas de poluição. 
 
A partir da Lei nº 6.938/81, que estabelece a Política Nacional do Meio 
Ambiente, a Avaliação de Impactos Ambientais, juntamente com outras ações, 
passou a ser importante instrumento desta política, como é possível observar, in 
verbis: 
 
Art. 9º São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
I- o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
II- o zoneamento ambiental; 
III- a avaliação de impactos ambientais; [...] (BRASIL, 1981) 
 
No entanto, a aplicação desta lei dependia de regulamentação, que veio a 
ocorrer somente com o Decreto nº 88.351, de 01 de junho de 1983. Neste decreto, 
estão previstas as premissas básicas para a realização de um EIA, quais sejam: “a) 
diagnóstico ambiental da área; b) descrição da ação proposta e suas alternativas; c) 
identificação, análise e previsão dos impactos significativos, positivos e negativos” 
(BRASIL, 1983). Além disso, a partir do referido Decreto, também ficou definido que 
as despesas com a realização do estudo são de responsabilidade do empreendedor 
do projeto. 
 
Apesar da regulamentação ocorrida em 1983, o passo definitivo para a 
aplicação de Estudos de Impacto Ambiental no Brasil só foi dado a partir de 1986, 
com o advento da Resolução nº 01/86, do CONAMA, a qual dispõe sobre os critérios 
básicos e diretrizes gerais para o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). 
 
Tal resolução (BRASIL, 1986) estabelece, como atividades mínimas de 
um estudo de impacto ambiental: a) o diagnóstico ambiental da área de influência, 
compreendendo meio físico, biológico e sócio-econômico; b) a análise dos impactos 
 16
ambientais do projeto e suas alternativas; c) a definição de medidas mitigadoras dos 
impactos; d) a elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento. 
 
Assim, é possível observar que a idéia do Estudo de Impacto Ambiental 
na legislação brasileira tornou-se abrangente, pois os resultados de um EIA não se 
restringem ao empreendimento somente ao longo de seu planejamento e execução, 
mas atingem, também, a fase de operação do mesmo, através da proposição de 
medidas mitigadoras e ações de acompanhamento. 
 
O avanço da legislação brasileira, neste aspecto, ficou definitivamente 
comprovado com a Constituição Federal de 1988, a qual dedica um capítulo inteiro à 
questão, em seu art. 225, do qual merece destaque: 
 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado 
[...], impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
§1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
[...] 
IV – exigir, na forma da lei, para a instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, 
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (BRASIL, 
1988) 
 
Para o devido funcionamento do sistema, foi publicada a Resolução 
CONAMA nº 237/97, que regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental 
estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente. Por meio desta resolução, o 
CONAMA (BRASIL, 1997) define claramente: o que é o processo de licenciamento 
ambiental, quais os empreendimentos sujeitos a esse processo, as competências 
dos órgãos ambientais (federal, estadual e municipais), as etapas do processo de 
licenciamento ambiental, bem como outros aspectos pertinentes. 
 
No Estado do Ceará, há diversos instrumentos legais que prevêem e 
regulamentam a aplicação de estudos de impacto ambiental, destacando-se, dentre 
eles, a Lei nº 11.411/87, que dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente 
(CEARÁ, 1987). Assim como a legislação federal, esta Lei determina a apresentação 
de EIA / RIMA como condição para o licenciamento ambiental de certas atividades. 
 
 17
Embora a legislação sobre o tema seja vasta e completa, a efetivação dos 
Estudos de Impacto Ambiental ainda não acontece de forma plena. Alguns trabalhos 
foram desenvolvidos abordando esse aspecto (SANTANA; MAYORGA, 2000; DIAS, 
2001). 
 
Estes trabalhos mostraram que, dentre os fatores causadores dessa 
realidade, está a deficiência na fase de acompanhamento, que apresenta origens 
diversas (ausência de informações e metodologias adequadas, carência de recursos 
e pessoal por parte dos órgãos fiscalizadores etc.). Nesse ponto de vista, ainda há 
muito a ser melhorado para que os estudos de impacto ambiental tenham efetiva 
aplicação. 
 
2.3.3 Os componentes de um Estudo de Impacto Ambiental 
 
Conforme foi destacado anteriormente, a legislação brasileira determina 
que um EIA deve reunir informações sobre impactos ambientais, sua análise, 
proposições de medidas mitigadoras e planos de acompanhamento. 
 
Em geral, amaneira como essas informações devem ser detalhadas e 
apresentadas fica a critério do órgão ambiental responsável pela análise do projeto 
(de competência federal, estadual ou municipal), o qual decidirá pela adoção de um 
roteiro padrão ou de um termo de referência, para cada tipo de empreendimento. 
 
Tommasi (1994) apresenta roteiros para a elaboração de EIA / RIMA 
relativos aos Estados de São Paulo e Minas Gerais. O “Roteiro para apresentação 
de Estudos de Impacto Ambiental”, elaborado pela Secretaria do Meio Ambiente do 
Estado de São Paulo, também discutido por Mota (2000), estabelece, em linhas 
gerais, a seguinte seqüência a ser adotada na elaboração de um EIA / RIMA: 
 
 Informações gerais (identificação do empreendimento, histórico, 
síntese dos objetivos etc.) 
 Caracterização do empreendimento 
 Área de influência 
 Diagnóstico ambiental da área de influência 
 18
− Qualidade ambiental 
− Fatores ambientais (meios físico, biológico e antrópico) 
 Análise dos impactos ambientais 
 Proposição de medidas mitigadoras 
 Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos 
ambientais 
 Relatório de Impacto Ambiental - RIMA 
 
Analisando o roteiro proposto, percebe-se que todos os aspectos 
determinados pela legislação estão previstos. No entanto, ao elaborar um EIA / 
RIMA, o risco de dar importância a determinados componentes em detrimento de 
outros está constantemente presente. Sobre esse aspecto, é muito significativo 
destacar que, em alguns casos, os estudos de impacto ambiental têm se tornado 
longos compêndios, com uma série de informações descritivas sobre o ecossistema, 
muitas vezes desnecessárias, de acordo com o que estabelecem determinados 
trabalhos (Holling, 1978; Roberts e Roberts, 1984), comentados por Tommasi 
(1994). 
 
Aliado a essa realidade, ainda surge o fato de que as avaliações 
propriamente ditas, nem sempre, geram conclusões significativas. Segundo Santana 
e Mayorga (2000, p. 150), dentre as ineficiências para se alcançar a efetividade de 
um EIA : “Há precariedade na sistemática de avaliação, desenvolvendo abordagens 
parciais e genéricas; Há precariedade na abrangência de medidas mitigadoras”. Tal 
observação é um indicativo de que uma avaliação onde os pontos mais relevantes 
são considerados apenas de forma superficial, ou com grande grau de subjetividade, 
pode comprometer o processo, especialmente no que diz respeito à adoção de 
medidas mitigadoras. 
 
Outro aspecto fundamental é a apresentação do RIMA. Vale ressaltar que 
o RIMA não deve ser uma mera cópia ou compilação resumida do EIA. Segundo 
Mota (2000, p. 311): 
O RIMA é o documento que se destina à comunidade, devendo ser 
elaborado em linguagem acessível, ilustrado por mapas, cartas, quadros, 
gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modo que se possam 
entender, claramente, as possíveis conseqüências ambientais do projeto e 
 19
suas alternativas, comparando as vantagens e desvantagens de cada uma 
delas. 
 
Nota-se, portanto, que a participação do público, como um fator que é 
causa de permanentes discussões e abordagens por diversos autores (JAIN et al., 
1993; MACHADO, 1993; CANTER, 1996; DIAS, 2001), é essencial em todo o 
processo, a fim de que os objetivos de um estudo de impacto ambiental sejam 
realmente alcançados. 
 
Uma visão geral do processo de preparação de um EIA pode ser 
observada na Figura 2.1, que destaca o esquema proposto por Stamm (2003), 
adaptado a partir de considerações do PNUMA, no qual a participação do público é 
fator crucial, especialmente na fase de revisão do documento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.1 – Principais fases do desenvolvimento de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA). 
Identificação da necessidade
Descrição da proposta
SELEÇÃO
Exame inicial do
Meio AmbienteRequer EIA Não requer EIA
Escopo
IDENTIFICAÇÃO DO IMPACTO
AVALIAÇÃO AMBIENTAL (AIA)
Análise do impacto/previsão
Significância do impacto
Relatório
REVISÃO
Qualidade do documento
Participação dos interessados
Aceitabilidade da proposta
TOMADA DE DECISÃO
NÃO
APROVADO APROVADO
REVISÃO
RESUBMISSÃO
AUDITORIA E
AVALIAÇÃO DO EIA
ENVOLVIMENTO PÚBLICO
ENVOLVIMENTO PÚBLICO
Informações para este
processo contribuem para
um efetivo futuro do EIA
Envolvimento público
ocorre tipicamente nestas fases.
Isso pode ocorrer para qualquer
outro estágio do EIA.
Identificação da necessidade
Descrição da proposta
SELEÇÃO
Exame inicial do
Meio AmbienteRequer EIA Não requer EIA
Escopo
IDENTIFICAÇÃO DO IMPACTO
AVALIAÇÃO AMBIENTAL (AIA)
Análise do impacto/previsão
Significância do impacto
Relatório
REVISÃO
Qualidade do documento
Participação dos interessados
Aceitabilidade da proposta
TOMADA DE DECISÃO
NÃO
APROVADO APROVADO
REVISÃO
RESUBMISSÃO
AUDITORIA E
AVALIAÇÃO DO EIA
ENVOLVIMENTO PÚBLICO
ENVOLVIMENTO PÚBLICO
Informações para este
processo contribuem para
um efetivo futuro do EIA
Envolvimento público
ocorre tipicamente nestas fases.
Isso pode ocorrer para qualquer
outro estágio do EIA.
Fonte: Stamm (2003). 
 20
2.4 Métodos de avaliação de impactos ambientais 
 
2.4.1 Considerações iniciais 
 
Há um grande número de metodologias destinadas à avaliação de 
impactos ambientais. Alguns autores adotaram formas de classificar esses métodos, 
com base nas características semelhantes entre eles, considerando aspectos como: 
a organização das informações, a forma de apresentação e a sistemática de geração 
e interpretação dos resultados. 
 
Segundo Canter (1996), que divide os métodos em três categorias 
(matrizes, redes e listas de verificação - checklists), as metodologias são importantes 
para possibilitar a síntese e a análise dos resultados, a partir de uma única base. 
Neste enfoque, o autor destaca que os métodos são apresentados em sua forma 
simplificada, ou seja, combinações posteriores poderão ser realizadas a fim de que 
possam ser atendidas as necessidades do estudo. Além disso, é defendida a idéia 
de que a adoção de uma metodologia generalizada se torna inviável, devido à 
diversidade das análises e decisões que podem ser requeridas. 
 
Jain et al (1993) estabelecem seis categorias dentre as quais os métodos 
de avaliação de impacto estariam distribuídos: Ad hoc; Superposição (de mapas, 
cartas etc.); Listas de verificação; Matrizes; Redes; Combinações assistidas por 
computador. No seu trabalho, os autores realizam uma revisão de 19 metodologias, 
aplicadas a diversos tipos de empreendimentos, servindo como referência para a 
realização de futuros trabalhos. 
 
Uma classificação muito semelhante é apresentada por Tommasi (1994), 
que, além dos métodos já abordados, também menciona os modelos de simulação 
matemática, destacando que os mesmos são específicos para cada aplicação e que 
podem contribuir na previsão dos impactos. 
 
Em seguida, serão apresentadas diversas metodologias de avaliação de 
impactos ambientais, numa abordagem que visa demonstrar as vantagens e 
 21
limitações de cada método, com a intenção de tornar mais clara a contribuição à 
qual se destina o desenvolvimento do método proposto por este trabalho. 
 
2.4.2 Método ad hoc 
 
Segundo Stamm (2003), este método era utilizado com bastante 
freqüência no início da aplicação das Avaliações de Impacto Ambiental. Esta técnica 
consiste na reunião de um grupo de especialistas de diversas áreas, com alto grau 
de experiência no projeto a ser analisado, que têm a função de avaliar os impactos 
das alternativas existentes para este empreendimento. 
 
Para Jain et al (1993), o método ad hoc tem sua efetividade diretamente 
vinculada ao nível de experiência dos especialistas envolvidos no estudo. Embora 
tenha como vantagem a facilidade da execução, o resultado da análise geralmente 
estará sujeito à subjetividade da equipe e poderá ser afetado se não houver 
imparcialidade na coordenação do grupo e na escolha de seus membros.2.4.3 Listagens de Controle (check-lists) 
 
As listagens de controle constam, quase sempre, de uma relação de 
impactos ou fatores ambientais que devem ser considerados de maneira sistemática, 
no projeto em análise. 
 
Há diversas apresentações para esta metodologia, que podem variar 
desde uma simples relação dos impactos até a descrição dos mesmos, com a 
atribuição de pontos, que possibilitam a comparação entre as alternativas de um 
projeto (MOTA, 2000). Stamm (2003) enumera cinco tipos de listas, encontrados na 
bibliografia: simples, descritivas, escalares, questionários e multiatributivas. Para 
efeito de comparação, elaborou-se a Tabela 2.1, indicando as características gerais 
desses tipos de listagens. Na mesma tabela, também é possível observar se as 
listas contemplam critérios de avaliação dos impactos ou a adoção de valores 
numéricos na análise. 
 
 
 22
Tabela 2.1 – Comparação entre os tipos de Listagens de Controle (check-lists). 
 
Tipo de Lista Forma de apresentação Critérios Valores numéricos 
Simples 
 
Enumera os fatores ambientais afetados em 
cada fase do projeto. 
 
Não Não 
Descritiva 
 
Enumera os fatores ambientais e estabelece 
critérios para a avaliação destes. 
 
Sim Não 
Escalar 
 
Estabelece os elementos a serem avaliados, 
com critérios definidos e a atribuição de 
valores entre as alternativas de um projeto. 
 
Sim Sim 
Questionário 
 
Perguntas relativas às alterações dos fatores 
ambientais. 
 
Não Não 
Multiatributos 
 
Para cada fator ambiental, considera atributos 
que influenciam nos mesmos, dando valores 
numéricos que possibilitam comparar a 
situação em relação à aplicação do projeto. 
 
Sim Sim 
 
 
 
O método é mais simplificado no caso das listas simples, descritivas e 
questionário. Por outro lado, nas listas escalares e multiatributos, há uma 
preocupação com a redução da subjetividade, através da utilização de critérios que 
norteiem a avaliação de cada fator e, também, pelo estabelecimento de escalas de 
valores. 
 
No caso da lista de multiatributos, mencionada por Rodrigues (1998 apud 
STAMM, 2003), exemplificada na Figura 2.2, a utilização de valores numéricos para 
cada atributo se dá a partir da aplicação de valores de utilidade, em combinação 
com pesos para cada um desses atributos. O somatório total desses valores 
resultará em um IQA (índice de qualidade ambiental), que será útil para comparar os 
impactos em uma característica ambiental. Os valores de IQA são expressos em 
percentual, sendo que, na situação ótima, IQA é igual a 100% (1,00). Embora a 
utilização de valores numéricos torne o processo menos subjetivo, a escolha dos 
pesos para cada atributo pode interferir no resultado da avaliação. 
 23
 
Avaliação de impacto ambiental na qualidade da água em área intensamente cultivada 
 
xi = mérito para o respectivo parâmetro indicador 
Ui = função utilidade (obtida de gráfico com % saturação) 
 
Parâmetros Indicadores 
Situação 
Importância 
relativa (k) 
Montante 
xi MÁX 
Jusante 
xi MÁX 
Montante 
Ui 
Jusante 
Ui 
Condutividade elétrica 0,2 47,5 66,6 1 1 
Nitrato (mg/L) 0,1 0,16 0,82 1 1 
Amônia (mg/L) 0,1 0,12 0,46 1 1 
Sódio (mg/L) 0,1 2,16 5,28 0,8 0,2 
Sólidos em suspensão (mg/L) 0,2 21,6 29,5 0,8 0,5 
Porcentagem de saturação de O2 0,3 64 26 0,5 0,1 
Σk = 1 
 
Índice de Qualidade Ambiental (IQA) ΣkiU(xi) 
Índice de Qualidade Ambiental a Montante 22,8% 
Índice de Qualidade Ambiental a Jusante 17,3% 
 
Quanto maior for o IQA, melhor será a alternativa efetuada. Situação ótima: IQA = 1. 
 
Fonte: Stamm (2003). 
 
Figura 2.2 – Exemplo de aplicação de Lista Multiatributiva3. 
 
Em geral, a aplicação das listas de controle não exige complexidade. 
Dentre as desvantagens do método, podem ser citadas: a subjetividade, a 
impossibilidade de se estabelecer impactos de segunda ordem e a não visualização 
das relações existentes entre os impactos identificados. 
 
2.4.4 Matrizes 
 
As matrizes de impacto ambiental são elementos bidimensionais que 
relacionam as atividades existentes na execução de um empreendimento aos 
impactos causados por estas nos meios físico, biológico e antrópico. 
 
 
3 No exemplo apresentado, IQA = ∑KiU(xi), onde Ki é a importância relativa do parâmetro e U(xi) é o valor de 
utilidade desse parâmetro, calculado com base numa função matemática. 
 24
Dentre as diversas matrizes existentes, é muito conhecida a Matriz de 
Leopold e outros, desenvolvida em 1971, freqüentemente citada na bibliografia 
(CANTER, 1996; MOTA, 2000; TOMMASI, 1994). A matriz de Leopold pode ser 
considerada como um dos trabalhos mais completos dentro dos métodos matriciais. 
A referida matriz conta com 88 fatores ambientais, normalmente relacionados nas 
linhas da tabela, em combinação com 100 atividades, listadas nas colunas, gerando 
8.800 possibilidades de impacto ambiental. 
 
Por sua abrangência, a Matriz de Leopold se aplica bem a quase todos os 
tipos de empreendimentos. Além disso, a magnitude dos impactos pode ser 
considerada, numa escala de 0 a 10 pontos. Na Figura 2.3, pode ser observada a 
idéia geral para a aplicação da matriz de Leopold. 
 
 Ações Causadoras de Impacto 
 
 
 
 
 
 
 
A
tr
ib
ut
os
 A
m
bi
en
ta
is
 
 
Legenda: M = Magnitude; I = Importância 
 
Figura 2.3 – Matriz de Leopold (idéia geral). Adaptado de Canter (1996). 
 
A vantagem da aplicação dessa matriz é a sua simplicidade. Como 
desvantagem, tem-se o grau de subjetividade para a escolha da pontuação. 
 
Muitas outras formas de matrizes podem ser originadas da Matriz de 
Leopold. Com algumas modificações na aplicação das células, é possível prover 
mais informações sobre o tipo de análise que está sendo realizada. No exemplo da 
Figura 2.4, a análise leva em consideração o tipo de impacto, sua importância, 
duração e intensidade. Esse tipo de matriz pode, ainda, ser modificada de maneira 
que se acrescentem valores consolidados, comparando os impactos positivos com 
os negativos, facilitando os processos de decisão. 
M 
I 
 25
 
Figura 2.4 – Exemplo de Matriz de Impactos aplicada à construção de um Aterro Sanitário. Fonte: 
Exercício prático da disciplina de Estudos de Impacto Ambiental, ministrada pelo Prof. Suetônio Mota, 
no Mestrado em Saneamento Ambiental, Dep. de Engenharia Hidráulica e Ambiental, UFC, 2004.2. 
-
M
-
P
5
2
7
2
-
M
-
M
-
M
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2
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2
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2
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M
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M
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P
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M
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G
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G
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M
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M
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M
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M
+
M
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G
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G
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M
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G
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Topografia
Erosão
Superficial
Subterrânea
Odores
Gases 
Ruídos
Flora 
Fauna
Insetos e roedores
Culturais e psicológicos
Paisagístico
Geração de empregos
Desenvolvimento e tecnologia
Agricultura e pecuária
HabitaçãoSaúde
Lazer
M
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Geração de subproduto
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st
as
 26
Outra aplicação deste método é discutida por Cajazeira (1997), que 
elaborou matrizes relacionando uma série de fatores ambientais com as diversas 
fases do processo de fabricação de uma indústria de papel e celulose. Para a forma 
de pontuação, foi adotada uma sistemática que considera a importância e a 
intensidade (ou probabilidade) de ocorrência de um determinado impacto, conforme 
demonstrado na Tabela 2.2. 
 
Tabela 2.2 – Pontuação para impactos ambientais. 
 
 Intensidade / Probabilidade 
 1 2 3 
1 2 3 4 
2 3 4 5 Importância 
3 4 5 6 
Fonte: Adaptado de Cajazeira (1997). 
 
A importância foi considerada em relação à abrangência do impacto 
(pontual, local ou global). Para a intensidade, o critério foi o grau de impacto 
negativo ao meio ambiente (alto, médio ou baixo). Já para a probabilidade, avaliou-
se a chance de ocorrência do impacto (alta, média ou baixa). A pontuação final para 
cada impacto resultava da soma desses critérios, como se percebe na Tabela 2.2. 
 
Dessa forma, para cada impacto, em cada fase do processo, eram 
atribuídos valores, em combinação com sinais positivos ou negativos, de acordo com 
a característica do mesmo. Essa pontuação permitia a distinção entre os impactos, 
dando-se maior ênfase, na etapa de tratamento, aos que apresentassem os maiores 
valores. Um trecho da aplicação pode ser observado na Figura 2.5. 
 
 Áreas de Estudo 
 Fontes 
 Cozimento Cald. Recup. Forno de Cal Evaporação 
Fatores Ambientais 
1 – Atmosféricos 
Emissão de TRS -6 -6 -6 -6 
Fonte: Cajazeira (1997). 
 
Figura 2.5 – Trecho de matriz de avaliação de impactos ambientais. 
 
 27
Há, ainda, outro tipo de matriz citada por Canter (1996), chamada de 
matriz “passo-a-passo” ou “cruzada”. Nesta aplicação podem ser avaliados impactos 
de segunda e terceira ordem, o que chega a ser uma vantagem em relação às 
formas que foram apresentadas. Na Figura 2.6, é apresentado o mecanismo de 
funcionamento desta matriz. 
 
 
 Ações 
 1 2 3 4 5 A B F G H 
A 
B 
C 
D 
E 
 
Fa
to
re
s 
A
m
bi
en
ta
is
 
F 
 
 Impacto de 1ª ordem A 
 B 
 Impacto de 2ª ordem H 
 I 
 Impacto de 3ª ordem J 
 
 Fonte: Adaptado de Canter (1996). 
 
Figura 2.6 – Conceito de funcionamento da Matriz “passo-a-passo”. 
 
 
De acordo com o exemplo da Figura 2.6, a ação 3 gera impacto no fator 
ambiental D que, por sua vez, ocasiona mudanças nos fatores A e F. Por fim, as 
alterações em A modificarão os fatores B e I, enquanto F será responsável pelas 
mudanças em H. Observa-se, portanto, a seqüência de impactos que são 
desencadeados a partir de uma determinada ação. Este tipo de matriz é muito 
aproximado das redes de interação, as quais serão discutidas posteriormente. 
 
 28
2.4.5 Redes de interação 
 
 Este método permite que os impactos ambientais sejam dispostos de 
maneira a serem identificados impactos de segunda, terceira ordem e assim por 
diante. Sorensen (1971 apud CANTER, 1996) foi um dos pioneiros na aplicação 
dessa metodologia. A grande utilização deste método se dá quando se deseja 
avaliar um projeto previamente, atentando para os tipos de interação que podem 
surgir entre os impactos ambientais nos diversos meios (físico, biológico e antrópico) 
e suas características. Na Figura 2.7, tem-se um exemplo simplificado de uma rede 
de interação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Tommasi (1994). 
 
Figura 2.7 – Exemplo de rede de interação para os efeitos do lançamento de SO2 por uma indústria. 
 
2.4.6 Superposição de mapas ou cartas (Overlays) 
 
Consiste na aplicação de mapas que, isoladamente, contêm informações 
sobre determinados fatores ambientais (físicas, ecológicas, estéticas etc.). A 
combinação destes fatores, que pode ser feita através de transparências ou de 
programas de computador, permite que se avalie a melhor localização para um 
projeto. Através deste método é possível, por exemplo, combinar mapas relativos ao 
tipo de solo e ao relevo de uma região, identificando as áreas mais críticas, 
estabelecendo, portanto, diretrizes para definição de critérios e restrições para a 
ocupação dessas áreas. 
Indústria SO2 Poluição do ar H2SO4
Corrosão de Materiais
Acidificação de lagos
Efeitos sobre a navegação
Problemas respiratórios
Cardiopatias
Deposição de sulfatos, 
efeitos sobre o solo
Redução da biodiversidade
do lago
Indústria SO2 Poluição do ar H2SO4
Corrosão de Materiais
Acidificação de lagos
Efeitos sobre a navegação
Problemas respiratórios
Cardiopatias
Deposição de sulfatos, 
efeitos sobre o solo
Redução da biodiversidade
do lago
 29
2.4.7 Modelos de simulação 
 
Os modelos de simulação são uma ferramenta poderosa para a previsão 
de impactos ambientais. Aplicados a situações específicas, sua contribuição 
dependerá dos objetivos da análise. 
 
De acordo com James (1993), para a elaboração de um modelo 
matemático que simule o comportamento de uma ou mais variáveis ambientais, são 
necessárias as seguintes etapas: definição dos objetivos; revisão da teoria de 
modelos já existentes; formulação do modelo; criação da estrutura do modelo; 
formulação das equações; desenvolvimento dos métodos de solução; elaboração de 
programas computacionais; calibração e validação; e análise de sensibilidade. 
 
Em virtude do seu complexo desenvolvimento, o processo de elaboração 
de um modelo pode apresentar altos custos. Apesar disso, a precisão requerida para 
a avaliação de determinadas situações (ex. dispersão de poluentes em corpos 
hídricos, poluição por emissões gasosas, modelagem de sistemas ecológicos etc.) 
justifica a adoção do método. 
 
2.4.8 Alguns métodos com ênfase quantitativa 
 
2.4.8.1 O Método Battelle 
 
Apresentado no trabalho de Dee et al. (1973), o método desenvolvido no 
Batelle Institute, dos Estados Unidos, para a avaliação de impactos ambientais em 
um projeto de planejamento de recursos hídricos foi, provavelmente, um dos 
pioneiros nesta categoria. 
 
Jain et al. (1993), em seu comentário sobre esse método, ressaltam que 
sua importância reside no fato de que ele pode ser aplicado a diversos tipos de 
empreendimentos, apesar de ter sido desenvolvido para projetos na área de 
recursos hídricos. 
 
 30
O método consiste no desenvolvimento de um Sistema de Avaliação 
Ambiental (Environmental Evaluation System – EES), que é dotado de 78 
parâmetros ambientais específicos, divididos em 4 categorias: ecologia, poluição 
ambiental, estética e interesse humano. 
 
Numa primeira etapa, cada parâmetro (ex. pH, DBO, oxigênio dissolvido 
etc.) é medido em sua unidade específica e convertido, através de funções de valor, 
num valor de “qualidade ambiental” entre 0 e 1. O conceito deste tipo de função é 
mostrado na Figura 2.8. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Adaptado de Dee et al. (1973). 
 
Figura 2.8 – Função de valor típica. 
 
As funções de valor,

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