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AMEBÍASE AULA 4 – PARASITOLOGIA INTRODUÇÃO É uma doença causada pela infecção pelo parasito Entamoeba histolytica E. hystolytica é um protista do Filo Rhizopoda (comumente chamados de amebas) Apresenta distribuição global e prevalência de 12% Segunda maior causa de mortes por parasitoses no mundo Apresenta ciclo monoxeno no qual o homem é o hospedeiro principal (zooantroponose) INTRODUÇÃO Gênero Entamoeba Todas as espécies do gênero vivem no intestino grosso de humanos ou animais (exceto E. moshkoviskii) A distinção entre as espécies é muito difícil Dentre elas encontramos no homem: E. histolytica (única patogênica) E. hartmanni E. dispar E. coli Endolimax nana Iodamoeba butschlii Dientamoeba fragilis MORFOLOGIA Apresentam 4 tipos morfológicos Trofozoíto Forma vegetativa, encontrada no intestino grosso Pleomófico (emissão contínua de pseudópodes grossos e hialinos) Mononucleada, núcleo em forma de “roda de carroça” Pré-cisto Intermediário entre trofozoíto e cisto Oval ou arredondado, menor que trofozoíto Núcleo semelhante ao do trofozoíto Cisto São esféricos ou ovais (corpúsculos hialinos) Núcleos variam de 1 a 4 Metacisto Forma multinucleada que emerge do cisto Dá origem aos trofozoítos trofozoíto cisto metacisto CICLO BIOLÓGICO EVOLUÇÃO DA DOENÇA Ao ingerir os cistos, os trofozoítos se alojam no intestino grosso e mantém um ciclo de equilíbrio com hospedeiro Na grande maioria dos casos – 80 a 90% - os trofozoítos vivem como comensais (fase assintomática) Cistos são formados e liberados pelas fezes Sob condições não conhecidas, o equilíbrio é quebrado e a fase patogênica se instala Trofozoítos, por ação macrofágica, rompem a mucosa e submucosa intestinal (forma-se a úlcera de “botão de camisa”) As úlceras desencadeiam respostas inflamatórias Caracteriza a fase intestinal EVOLUÇÃO DA DOENÇA Sintomas da amebíase intestinal Forma não-disentérica Aumento no número de evacuações (2 a 4 por dia) Fezes podendo conter muco ou sangue Desconforto abdominal Forma disentérica Cólicas intestinais Aumento no número de evacuações (8 a 10 por dia) Fezes contendo muco ou sangue Prostração, calafrios e desidratação EVOLUÇÃO DA DOENÇA Fase extra-intestinal Os trofozoítos podem romper a mucosa e atingir o sistema porta-hepático Nesta fase os trofozoítos agem fagocitando hemácias O principal órgão atacado é o fígado formando abcessos no tecido hepático Outros órgãos podem ser parasitados (mais raramente) Rins Pulmões Cérebro Pele EVOLUÇÃO DA DOENÇA Sintomas da fase extra-intestinal Colonização hepática Febre Dor abdominal Hepatomegalia Anorexia, calafrios Abcessos pulmonares e cerebrais são geralmente decorrentes do rompimento do abcesso hepático DIAGNÓSTICO Clínico Fase assintomática: inviável Fase intestinal: muito difícil pois sintomas são genéricos Fase hepática: raio-X, ultrassonografia e tomografia abdominais Laboratorial Pesquisa dos parasitos nas fezes (“exame de fezes”) Imunológico ELISA viável para amebíase extra-intestinal Pesquisa dos parasitos nos abcesso Biópsias das ulcerações Retossigmoidoscopia EPIDEMIOLOGIA Doença de distribuição global de alta prevalência Estima-se que 480 milhões de pessoas estejam infectadas Apenas 10% dos casos são sintomáticos Maior número de casos entre adultos Maior prevalência na região tropical Sem relação com clima Relacionada à: precariedade no saneamento básico educação alimentação EPIDEMIOLOGIA A patogenicidade varia de acordo com a região No Brasil a parcela de formas sintomáticas varia entre as regiões Sul e Sudeste: 2,5 a 11% Norte: 19% Nordeste e Centro-Oeste: 10% Principais reservatórios são os indivíduos assintomáticos Coelhos, gatos, cães, porcos e primatas também podem se infectar Principal forma de infecção é ingestão de água e alimentos contaminados Cistos se mantém viáveis no ambiente por 20 dias PROFILAXIA E TRATAMENTO A profilaxia está focada no saneamento básico A educação da população quanto a manipulação de alimentos é importante Exames de fezes periódicos e administração de drogas contra o parasito Tratamento Principais fármacos: metronidazol, secnidazol, tinidazol
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