Logo Passei Direto
Buscar

Artigo - IMPACTO DOS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO NO BEM-ESTAR DA PESSOA IDOSA

Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Revista de Divulgação Científica AICA 2021 
 
166 
 
IMPACTO DOS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO 
 NO BEM-ESTAR DA PESSOA IDOSA 
 
Daniela Medeiros Couto * 
danielamc1998@gmail.com 
Teresa Medeiros** 
m.tp.medeiros@uac.pt 
 
Resumo 
O presente artigo visa explorar de que forma é que a companhia dos animais de estimação pode ter influência 
na promoção do bem-estar e na vida da pessoa idosa. Em termos de metodologia optou-se por uma abordagem 
de revisão da literatura, recorrendo às bases de pesquisa B-On e Scholar Google, através da pesquisa das 
palavras: Envelhecimento, Animais de Estimação, Pessoa Idosa, Bem-Estar. Quanto a alguns resultados, 
verificou-se que os animais de estimação parecem ter influência na vida da pessoa idosa, tanto ao nível físico 
através de melhorias na funcionalidade (e.g. exercício físico), como ao nível psicológico (e.g. aumento da 
autoestima, criação de significado/valor na vida), contribuindo para a promoção de bem-estar e aumento da 
qualidade de vida na população geriátrica. No tocante às conclusões apurou-se que os animais de estimação 
contribuem para que os idosos tenham um envelhecimento mais saudável, sendo de grande importância 
incluir, possivelmente, a companhia de um animal de estimação como parte da conceção de um plano para um 
envelhecimento bem-sucedido. 
 
Palavras-chave: animais de estimação, bem-estar, pessoa idosa. 
 
Abstract 
This article aims to explore how the company of pets can influence the promotion of well-being in the elderly 
person's life. In terms of methodology, we chose a literature review approach was chosen, using the B-On and 
Scholar Google search engines, by searching for the words: Aging, Pets, Older Person, Well-Being. As for 
some results, it was found that pets seem to have an influence on the life of the elderly, both at the physical 
level through improvements in functionality (e.g. physical exercise) and at the psychological level (e.g., 
physical exercise), and at the psychological level (e.g., increased self-esteem, creation of meaning/value in 
life), contributing to the promotion of well-being and increased quality of life in the geriatric population 
Regarding the conclusions, it was found that pets contribute to the elderly having a healthier aging process, 
and it is of great importance to include, possibly, the company of a pet as part of the design of a plan for a 
healthy aging process successful. 
 
Keywords: pets, welfare, elderly person. 
 
 
 
 
 
 
* Universidade dos Açores. 
** Professora Catedrática e investigadora na Universidade dos Açores. 
mailto:danielamc1998@gmail.com
mailto:m.tp.medeiros@uac.pt
Revista de Divulgação Científica AICA 2021 
 
167 
 
1. Envelhecimento 
O envelhecimento populacional tem vindo a crescer consideravelmente a nível mundial ao 
longo dos anos (Blessman & Gonçalves, 2015; Medeiros, 2016; Rodrigues, 2018) e Portugal, não 
sendo exceção à regra (Ribeiro, 2015) é considerado o 4º país da União Europeia com maior número 
de pessoas idosas (Direção-Geral de Saúde [DGS], 2017). O Instituto Nacional de Estatística estimou 
que em 2016-2018 a esperança média de vida para a população seria de 80.80 anos, prevendo um 
aumento de pessoas idosas de 2.1 para 2.8 milhões entre o ano 2015 e 2080 (Instituto Nacional de 
Estatística [INE], 2017). 
O envelhecimento humano é um processo dinâmico e bio sociocultural que ocorre de forma 
progressiva, sendo transversal a todos os indivíduos (Blessman & Gonçalves, 2015; Fechine & 
Trompieri, 2012; Lopes, 2010; Moniz, 2016; Antunes, 2015). Este período tende a ser associado a 
três dimensões: idade biológica (i.e. envelhecimento do organismo e declínio na funcionalidade dos 
indivíduos); idade social (i.e. envelhecimento influenciado pelas relações interpessoais e meio 
ambiente); idade psicológica (i.e. envelhecimento influenciado pela forma como os indivíduos 
reagem às mudanças do meio (e.g. memória, inteligência) (Azevedo, 2015; Medeiros, 2013; Moniz, 
2016). 
Envelhecer acarreta um conjunto de perdas e mudanças psicológicas (e.g. imagem corporal 
negativa), sociais (e.g. diminuição das interações sociais) e fisiológicas (e.g. agilidade, força, saúde) 
que afetam a funcionalidade do indivíduo, a sua capacidade de adaptação ao meio-ambiente, bem 
como a capacidade de realização de Atividades de Vida Diária [AVD] (Borges, 2014; Couto, 2021; 
Lopes, 2010; Ribeira, 2016; Tomas-Aragones & Marron, 2014). Sabe-se que o envelhecimento é 
influenciado por fatores intrínsecos (e.g., genéticos, hereditários), fatores extrínsecos (e.g. estilo de 
vida, sociedade, etc.) (Moniz, 2016) e tem um carácter subjetivo, ou seja, as pessoas idosas não 
envelhecem todas da mesma forma (Lopes, 2010). Apesar de algumas perdas serem comuns no 
envelhecimento, estas tendem a variar de indivíduo para indivíduo, logo é possível que indivíduos em 
idade avançada (e.g., com idade superior a 80 anos) possam ter uma melhor funcionalidade do que 
alguns adultos emergentes (Organização Mundial da Saúde, [OMS], 2015). 
Atualmente, no século XXI, o envelhecimento tende a ser sobrevalorizado, de forma negativa, 
como sendo uma etapa da vida marcada pela diminuição das capacidades, aumento da 
vulnerabilidade e dependência do indivíduo, decadência física e falta de envolvimento na 
comunidade (Couto, 2021; Fechine & Trompieri, 2012; Tomas-Aragones & Marron, 2014). Apesar 
desta conotação negativa, é um período do desenvolvimento humano que também acarreta alguns 
Revista de Divulgação Científica AICA 2021 
 
168 
 
ganhos, sobretudo a partir da abordagem de Baltes, Reese, e Lipsitt, (1980)
37
, sendo geralmente 
vinculado à sabedoria, ao bom-senso, à experiência de vida, à serenidade e maior maturidade dos 
indivíduos (Fechine & Trompieri, 2012; Lopes, 2010). Para que os indivíduos possam envelhecer 
bem, é necessário que haja uma planificação prévia do envelhecimento assente na manutenção da 
autonomia e independência (World Health Organization, [WHO], 2005) 
 
2. Envelhecimento Ativo e Saudável 
O envelhecimento ativo envolve essencialmente, a promoção da saúde, os fatores ambientais e 
pessoais, o conceito de bem-estar, a manutenção do funcionamento motor e cognitivo (Cabral & 
Ferreira, 2014), a autonomia e independência, a capacidade de tomada de decisão, uma expetativa de 
vida saudável e as habilidades sociais, emocionais e motivacionais do indivíduo (Ribeiro, 2015). 
Tomás (2016, p. 121) caracteriza o envelhecimento ativo como a adoção de um conjunto de 
atividades que visam a vitalidade, a integração e a prevenção da passividade, percecionando-o como 
“(...) um ideário de vida para os países onde a centrifugação ativa constitui uma realidade premente e 
o sedentarismo uma ameaça ao bem-estar individual e coletivo”). O envelhecimento ativo contribui 
para o aumento da esperança média de vida e a qualidade de vida dos indivíduos (Ferreira et al., 
2017). Ribeiro e Paúl (2011) enunciam quatro conceitos-chave do envelhecimento ativo: 1) 
autonomia e capacidade de decisão; 2) independência na realização das AVD’s; 3) esperança de vida 
saudável; e 4) qualidade de vida (e.g. saúde física psicológica, relações interpessoais). 
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o envelhecimento ativo é um processo que visa a 
melhoria da qualidade de vida e o aumento da expetativa de vida saudável, através da potencialização 
dos serviços de saúde, da participação, envolvimento e segurança do indivíduo na comunidade 
(WHO, 2005). Para tal, a sociedade necessita de criar soluções de forma multidisciplinar (e.g., 
igualdade e inclusão do indivíduo na sociedade, criação de serviços seguros e de qualidade, 
possibilitar a prática de exercício físico, a estimulação cognitiva e a promoção de comportamentos 
positivistas, etc.), com o objetivo de melhorar a qualidade de vida, a saúde e o bem-estar psicológico 
do indivíduo (Mari et al., 2016; Medeiros, 2016; Rodrigues, 2018). Estas soluções surgemde 
políticas públicas que procuram, através de estratégias, desenvolver um envelhecimento ativo com o 
objetivo de aumentar a longevidade (Antunes & Abreu, 2017). 
Para que a pessoa idosa envelheça ativamente é crucial que se envolva em questões do foro 
social, cultural, económico, civil e espiritual que a permitam potencializar o seu bem-estar físico, 
mental e social ao longo da vida (WHO, 2005). A pessoa idosa deve integrar-se na sociedade através 
 
37 Abordagem de desenvolvimento coextensivo à duração da vida “lifespan”. 
 
Revista de Divulgação Científica AICA 2021 
 
169 
 
da participação em atividades ligadas ao emprego, religião, educação, artes, entre outras). A título de 
exemplo apresenta-se o Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida (PALV) – atual Academia 
Sénior – destinado/a a estudantes seniores da Universidade dos Açores, considerando-se uma 
excelente fonte para a integração e melhoria das relações sociais (e.g., convívio entre pares), da saúde 
(e.g., aumento do bem-estar físico e psicológico) e da qualidade de vida da pessoa idosa (Ribeiro & 
Medeiros, 2016). 
O envelhecimento é saudável quando percecionado pela própria pessoa idosa como sinónimo 
de adoção de comportamentos saudáveis, de ter uma rede de apoio social, ter saúde, manter-se ativo, 
ser independente, autónomo e ter sentimentos positivos (Valer et al., 2015). Este envelhecimento é 
possível através de uma preparação ponderada, prévia e feita ao longo de todo o ciclo vital, mediante 
uma adequação das experiências do indivíduo (OMS, 2015; Antunes, 2015) e da adaptação de 
políticas públicas, com o intuito de melhorar as condições de vida da pessoa idosa (Assis & Parra, 
2014; Pereira et al., 2016). Por exemplo, a inclusão do tema do envelhecimento na educação dos 
indivíduos é uma estratégia de prevenção que visa diminuir os comportamentos de risco, através da 
promoção de estilos de vida saudável, aumentando a qualidade de vida, bem-estar, satisfação e 
autorrealização pessoal (Assis & Parra, 2014; Antunes, 2015; Ribeiro, 2012; Medeiros, & Melo, 
2015; Pereira et al., 2016). 
 
3. Animais de estimação e os seus benefícios no bem-estar da pessoa idosa 
O século XVII foi uma época fundamental na cultura-ocidental, uma vez que os animais 
adquiriram um papel na socialização, e em meados do século XX começaram a ser considerados 
como parte integrante do bem-estar na saúde do ser humano (Rocha, 2016). A relação humano-
animal é caracterizada pela existência de um laço de vinculação entre o animal e o seu dono, vinda da 
prestação de cuidados e proteção, sendo comparada, por Fernandes (2018), à Teoria da Vinculação 
(Attachment Theory) de Bowlby (1969). Segundo esta teoria estabelece-se um vínculo emocional 
muito estreito entre o bebé e a figura de vinculação – a mãe, garante do desenvolvimento socio 
emocional saudável da criança, o que irá determinar os padrões de vinculação ao longo da vida. 
O bem-estar está associado a um conjunto de dimensões heterogéneas ligadas à satisfação das 
necessidades básicas, ao nível de vida socioeconómico e cultural e ao estado de saúde do indivíduo 
(Antunes, 2015). O bem-estar envolve a capacidade de os indivíduos vivenciarem de forma positiva 
os acontecimentos do seu quotidiano, avaliando a qualidade de vida de forma subjetiva (Giacomoni, 
2004). No entanto, é muito comum que em idade avançada os indivíduos experienciem níveis de 
Revista de Divulgação Científica AICA 2021 
 
170 
 
bem-estar baixos associados a sentimentos de solidão e abandono (Paço, 2016), com sentimentos 
depressivos. 
A solidão advém, muitas vezes, de situações ligadas ao luto e perda de entes queridos, sendo as 
pessoas idosas confrontadas com uma nova realidade e com a necessidade de adaptação à mesma, o 
que gera muitas dificuldades (Lopes, 2015). O bem-estar subjetivo está relacionado com a busca do 
suporte social, de forma a evitar o isolamento e a falta de esperança (Ribeiro et al., 2017). 
A pessoa idosa, ao deparar-se com inúmeras perdas ao longo da vida (e.g. falecimentos, 
afastamento, separação ou perda de intimidade com os entes queridos), sente uma diminuição na sua 
rede de suporte social, o que leva à necessidade de desenvolver interações sociais alternativas que 
ajudem a melhorar a sua saúde e bem-estar (Costa et al., 2009), mas nem todos conseguem. 
As estratégias de coping são entendidas como meios que os indivíduos adotam para lidar com 
adversidades da vida (Silva et al., 2020). As estratégias de coping revelam-se fundamentais no 
processo do luto, uma vez que permitem à pessoa idosa superar a perda significativa e caminhar em 
direção a novas formas de viver (Gonçalves & Bittar, 2016). Segundo Rocha (2016), os animais de 
estimação podem surgir como estratégias de coping relativamente a situações de falecimento, pois 
geram sensação de conforto, sentido de responsabilidade e intimidade. 
São considerados animais de estimação aqueles que têm como finalidade fazer companhia aos 
indivíduos (Rocha, 2016). Os animais de estimação fazem parte “(...) das habitações dos seus donos, 
têm um nome e participam das rotinas familiares, gerando benefícios através das relações afetivas 
que estabelecem com os mesmos.” (Rocha, 2016 p. 25). Cães, gatos, peixes, aves, pequenos roedores, 
cobras e répteis são considerados as principais espécies de animais de estimação (Rocha, 2016), 
sendo que os animais de companhia mais comum são o gato, o cão, o papagaio e o pássaro (Costa 
Chaves, 2006; Costa et al., 2009). 
A interação com os animais de estimação desenvolve no ser humano sentimentos de 
companheirismo, responsabilidade, felicidade e motivação, sendo uma mais-valia para a saúde física 
e mental (Fernandes, 2018; Giumelli & Santos, 2016). Lousana e Accetturi (sd) relatam que os 
indivíduos que usufruem da companhia de animais de estimação apresentam menores níveis de 
insatisfação face ao seu estado físico, emocional e social. Os animais de estimação chegam a ser 
considerados membros integrantes da família (Costa et al., 2009; Fernandes, 2018); têm um impacto 
positivo na vida da pessoa idosa, sendo vistos como uma fonte de apoio psicossocial; desencadeiam 
sentimentos de bem-estar e felicidade; aumentam a quantidade de interações sociais; diminuem 
sentimentos de solidão; e fomentam as práticas de exercício físico, preservando as capacidades 
motoras do indivíduo (Cherniack & Cherniack, 2014; Fernandes, 2018; Lousana & Accetturi, sd; 
Revista de Divulgação Científica AICA 2021 
 
171 
 
Rocha, 2016). Os animais de estimação contribuem, desta forma, para a promoção de um 
envelhecimento bem-sucedido (Mueller et al., 2018) e asseguram uma relação livre de julgamentos e 
rejeição social, o que contribui para a salvaguarda e aumento da autoestima da pessoa idosa 
(Fernandes, 2018). 
Por outro lado, a convivência com animais de estimação pode trazer alguns inconvenientes para 
a pessoa idosa, sendo eles: os custos, potenciais fobias, aparecimento de alergias e possíveis 
mordidas (Costa et al., 2009). Podem ainda promover níveis de sofrimento acentuados na pessoa 
idosa, em caso de doença ou morte do animal, podendo assemelhar-se à perda de um ente querido, 
originando potenciais estados depressivos (Rocha, 2016; Fernandes, 2018). 
Apesar dos inconvenientes descritos, a convivência com um animal de estimação não deixa de 
trazer benefícios para a saúde física e bem-estar psicológico, aumentando a qualidade de vida da 
pessoa idosa (Rocha, 2016). 
 
4. Considerações finais 
Ao longo deste estudo percebeu-se que, apesar de todos os avanços científicos, o conceito de 
envelhecimento continua a estar envolto de complexidade. Porém, verificou-se um consenso 
relativamente à importância dada ao envelhecimento ativo e saudável, sendo estes promovidos 
através da valorização das práticas de estilos de vida saudáveis, da promoção da saúdee do bem-estar 
e da participação social. 
Os animais de estimação têm um papel fundamental na vida e no bem-estar da pessoa idosa, 
visto que podem ajudar a promover estilos de vida saudáveis, contribuindo para que a pessoa idosa 
possa envelhecer de forma mais ativa. A presença de um animal de estimação na vida de uma pessoa 
idosa pode permitir que este tenha uma oportunidade de otimizar a sua rede de apoio social, através 
da influência que estes têm no aumento da socialização (e.g., levar o animal a passear pode potenciar 
novas interações sociais), na responsabilidade de alimentar e de mimar e dar afeto e, ainda, na 
obrigação de levar o animal a sair, contribuindo para aumentar a caminhada da pessoa idosa e 
estreitar o contacto com o ambiente. 
A companhia de um animal de estimação pode aumentar o sentido de responsabilidade, 
funcionalidade e utilidade, através da prestação de cuidados ao animal, a promoção da autoestima, a 
promoção de sentimentos de felicidade. Os animais de estimação podem surgir também como 
estratégias de coping para a pessoa idosa. Tendo em conta que o envelhecimento é marcado por 
várias perdas, os animais de estimação podem agir neste sentido (e.g., preencher o lugar de um ente 
querido) sendo responsáveis pelo alívio da dor psíquica advinda destas perdas. 
Revista de Divulgação Científica AICA 2021 
 
172 
 
Considera-se assim que a companhia de um animal de estimação deve ser vista como uma 
alternativa benéfica e parte da conceção de um plano para um envelhecimento bem-sucedido. 
As principais limitações deste artigo assentam na reduzida quantidade de artigos científicos 
sobre esta temática, tendo sido necessário recorrer a literatura mais antiga. 
Sugerem-se estudo futuros que foquem a relação entre a pessoa idosa e os animais de 
estimação, especificando quais os principais animais de estimação que trazem vantagens e 
desvantagens para o bem-estar da pessoa idosa. Seria de igual modo interessante, estudar a 
importância que os animais de estimação têm na vida da pessoa idosa durante a pandemia COVID-
19. 
Referências bibliográficas 
Antunes, M. C., & Abreu, V. (2017). As novas tecnologias na promoção do envelhecimento bem-
sucedido. Ensino e Tecnologia em Revista, 1(1), 3–15. 
Assis, F. S., & Parra, C. R. (2014). Envelhecimento bem sucedido e a participação nos serviços de 
convivência para idosos. Psicologia.PT. O Portal dos Psicólogos. 
Azevedo, M. S. (2015). O envelhecimento ativo e a qualidade de vida: Uma revisão integrativa 
[Mestrado]. Escola Superior de Enfermagem do Porto. 
Baltes, P. B., Reese, H. W., & Lipsitt, L. P. (1980). Lifespan developmental psychology. Em P. B. 
Baltes, O. G. Brim, Jr. (Eds.). Annual Review of Psychology, 31, 65-110. 
Blessman, E., & Gonçalves, A. (2015). Envelhecimento: Equilíbrio, cognição, audição e qualidade 
de vida. https://www.ufrgs.br/3idade/wp-content/uploads/2010/10/ebook-pronto-oficial-
2015.pdf. 
Borges, A. (2014). Estimulação cognitivo-sensorial em idosos de uma IPSS. Psicologia.PT O Portal 
dos Psicólogos. 
Bowlby, J. (1969). Attachment and loss (vol. 1. Attachment). New York: Basic Books. 
Brooks, H. L., Rushton, K., Lovell, K., Bee, P., Walker, L., Grant, L., & Rogers, A. (2018). The 
power of support from companion animals for people living with mental health problems: A 
systematic review and narrative synthesis of the evidence. BMC Psychiatry, 18(1), 31. 
https://doi.org/10.1186/s12888-018-1613-2 
Cabral, M. V., & Ferreira, P. M. (2014). Envelhecimento activo em Portugal: Trabalho, reforma, 
lazer e redes sociais. Fundação Francisco Manuel dos Santos. 
Revista de Divulgação Científica AICA 2021 
 
173 
 
Cherniack, E. P., & Cherniack, A. R. (2014). The benefit of pets and animal-assisted therapy to the 
health of older individuals. Current Gerontology and Geriatrics Research, 1–9. 
https://doi.org/10.1155/2014/623203 
Costa Chaves, E. (2006). Animais de estimação: Uma abordagem psico-sociológica da concepção 
dos idosos. Universidade Estadual do Ceará. 
Costa, E. C., Jorge, M. S., Saraiva, E. R., & Coutinho, M. da P. (2009). Aspectos psicossociais da 
convivência de idosas com animais de estimação: Uma interação social alternativa. 
Psicologia: Teoria e Prática, 11(3), 2–15. 
Couto, D. (2021). Imagem corporal, uma perspetiva lifespan: Breve revisão narrativa. Revista 
Portuguesa de Psicologia da Aparência, 1(1), 23–39. 
https://doi.org/10.52014/rppa.v1.i1.2021.16 
Fechine, B. R. A., & Trompieri, N. (2012). O processo de envelhecimento: As principais alterações 
que acontecem com o idoso com o passar dos anos. Inter Science Place, 1(20), 106–132. 
https://doi.org/10.6020/1679-9844/2007 
Fernandes, M. A. (2018). Ligação humano-animal na população idosa: Uma revisão sistemática da 
literatura [Mestrado]. Universidade do Porto. 
Ferreira, O. G., Torres, T. de L., Alves, M. do S., & Moreira, M. A. (2017). Representações sociais 
sobre envelhecimento ativo de pessoas idosas com e sem o diagnóstico de hiv/aids. In 
representações sociais do envelhecimento e da saúde (Editora da UFRN). 
Giacomoni, C. H. (2004). Bem-estar subjetivo: Em busca da qualidade de vida. Temas em Psicologia 
Da SBP, 12(1), 43–50. 
Giumelli, R. D., & Santos, M. C. (2016). convivência com animais de estimação: Um estudo 
fenomenológico. Revista da Abordagem Gestáltica, 22(1), 49–58. 
Gonçalves, P. C., & Bittar, C. M. L. (2016). Estratégias de enfrentamento no luto. Mudanças. 
Psicologia da Saúde, 24(1), 39–44. https://doi.org/10.15603/2176-1019/mud.v24n1p39-44 
Krause-Parello, C. A., & Kolassa, J. (2016). Pet therapy: Enhancing Social and cardiovascular 
wellness in community dwelling older adults. Journal of Community Health Nursing, 33(1), 
1–10. https://doi.org/10.1080/07370016.2016.1120587 
Lopes, M. (2010). Imagens e estereótipos de idoso e de envelhecimento em idosos institucionalizados 
e não institucionalizados [Mestrado, Universidade da Beira Interior]. 
https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/2500/3/Dissertaçao.pdf 
Lopes, N. (2015). A solidão nos idosos em função da rede de suporte social, no concelho de vila do 
bispo [Mestrado, Universidade do Algarve]. https://core.ac.uk/download/pdf/216330836.pdf 
Revista de Divulgação Científica AICA 2021 
 
174 
 
Lousana, G., & Accetturi, C. (n.d.). Idosos e animais de estimação: Uma interação terapêutica. 
Pesquisa Clínica. 
Mari, F. R., Alves, G. G., Aerts, D. R. G. de C., & Camara, S. (2016). The aging process and health: 
What middle-aged people think of the issue. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 
19(1), 35–44. https://doi.org/10.1590/1809-9823.2016.14122 
Medeiros, T. (2013). Desafio(s) dos envelhecimento(s). In T. Medeiros, C. Ribeiro, B. Pimentel 
Miúdo & A. Fialho (Coord.s), Envelhecer e conviver (cap. 2; p.29-46). Coleção Psicologia e 
Educação, 2. Letras Lavadas. ISBN 978-989-735-042-9 
Medeiros, T. (2016). (Re)Pensar as pessoas idosas no século XXI. Coleção Psicologia e Educação. 
Letras Lavadas. 
Medeiros, T., & Melo, C. (2015). Saúde e qualidade de vida em pessoas idosas. In A. L. de Oliveira, 
& Q. P. Kamimura (Org.s), Saúde, qualidade de vida e desenvolvimento (pp.181-197). 
Taubaté: Editora da UNITAU. ISBN: 978-85-66128-46-2. 
Moniz, J. (2016). Saúde nas pessoas idosas. In (Re)pensar as pessoas idosas no século XXI (cap. 5; 
p.95-112). Coleção Psicologia e Educação. Letras Lavadas. 
Mueller, M. K., Gee, N. R., & Bures, R. M. (2018). Human-animal interaction as a social 
determinant of health: Descriptive findings from the health and retirement study. BMC Public 
Health, 18(1), 305. https://doi.org/10.1186/s12889-018-5188-0 
Organização Mundial da Saúde. (2015). Relatório Mundial de Envelhecimento e Saúde. 
Paço, C. (2016). “Solidão e Isolamento na Velhice”: Um estudo realizado na Freguesia da 
Misericórdia em Lisboa [Mestrado, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas]. 
https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/13212/1/tese%20Carlos%20Paço.pdfPereira, M. C., Santos, L. de F., Moura, T. N., Pereira, L. C., & Landim, M. B. (2016). Contribuições 
da socialização e das políticas públicas para a promoção do envelhecimento saudável: Uma 
revisão de literatura. Revista Brasileira Em Promoção da Saúde, 29(1), 124–131. 
Pinto Antunes, M. C. (2015). Educar para un envejecimiento exitoso: Reflexiones y propuestas de 
acción. Teoría de La Educación. Revista Interuniversitaria, 27(2), 185. 
https://doi.org/10.14201/teoredu2015272185201 
Ribeira, J. (2016). Lidar com a perda sensorial e as alterações comportamentais no envelhecimento. 
In (RE)PENSAR as pessoas idosas no século XXI. Coleção Psicologia e Educação (Letras 
Lavadas). 
Revista de Divulgação Científica AICA 2021 
 
175 
 
Ribeiro, E. da C. (2015). Programa de aprendizagem ao longo da vida para estudantes seniores: 
bem-estar psicológico, qualidade de vida e a satisfação com a vida [Mestrado]. Universidade 
dos Açores. 
Ribeiro, E., & Medeiros, T. (2016). Educação sénior: A voz de estudantes adultos em idade 
avançada. In (RE)PENSAR as pessoas idosas no século XXI. Coleção Psicologia e Educação. 
Letras Lavadas. 
Ribeiro, M. dos S., Borges, M. da S., Araújo, T. C. C. F. de, & Souza, M. C. dos S. (2017). Coping 
strategies used by the elderly regarding aging and death: An integrative review. Revista 
Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 20(6), 869–877. https://doi.org/10.1590/1981-
22562017020.170083 
Ribeiro, O. (2012). O envelhecimento “ativo” e os constrangimentos da sua definição. Sociologia, 
Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2, 33–52. 
Rocha, M. I. (2016). Os animais de estimação na promoção do envelhecimento saudável em 
indivíduos em tratamento por consumo de substâncias psicoactivas [Mestrado]. Instituto 
Superior de Serviço Social do Porto. 
Rodrigues, A. M. (2018). Envelhecimento ativo, trajetórias de vida e ocupações na reforma. Instituto 
Politécnico de Santarém. 
Silva, O., Caldeira, S., Sousa, Á., & Mendes, M. (2020). Estratégias de coping e resiliência em 
estudantes do Ensino Superior. Revista E-Psi, 9(1), 118–136. 
Tomás, L. M. (2016). Qualidade de vida e bem-estar na velhice - Inventariação crítica de um 
conceito fluído. In (Re)Pensar as pessoas idosas no século XXI (cap. 6; p.113-128). Coleção 
Psicologia e Educação. Letras Lavadas. 
Tomas-Aragones, L., & Marron, S. (2014). Body image and body dysmorphic concerns. Acta 
Dermato Venereologica, 0. https://doi.org/10.2340/00015555-2368 
Valer, D. B., Bierhals, C. C. B. K., Aires, M., & Paskulin, L. M. G. (2015). The significance of 
healthy aging for older persons who participated in health education groups. Revista 
Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 18(4), 809–819. https://doi.org/10.1590/1809-
9823.2015.14042 
World Health Organization. (2005). Envelhecimento ativo: Uma política de saúde. Brasília: 
Organização Pan-Americana Da Saúde. 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf

Mais conteúdos dessa disciplina