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Antimicrobianos inibidores da parede celular 1 Antimicrobianos inibidores da parede celular Created Tags Farmacologia Antimicrobianos que interferem na síntese e restauração da parede celular dos microorganismos. São eficazes contra microorganismos que estão se proliferando. Principais membros: ß-lactâmicos, vancomicina e daptomicina. Penicilinas As penicilinas são amplamente eficazes e poucos tóxicas. No entanto, o aumento da resistência limitou o seu uso. @September 21, 2022 8:49 PM Antimicrobianos inibidores da parede celular 2 As penicilinas interferem na síntese da parede celular através da inibição das proteínas ligadoras de penicilina (PLPs), enzimas responsáveis pela síntese da parede celular e pela manutenção das características morfológicas das bactérias. São bactericidas. Alterações nas PLPs podem conferir resistência à bactéria, pois o ATB não consegue se ligar a elas para inibir a sua função. Os MRSA, Staphylococcus aureus resistente à meticilina, surgiu devido a uma alteração dessa. As penicilinas atuam melhor em bactérias gram-positivas, que possuem parede celular mais desenvolvida. Apesar disso, podem atuar em bactérias gram- negativas também, uma vez que elas possuem porinas que permitem a entrada das penicilinas. 📚 Aplicações terapêuticas da benzilpenicilina (penicilina G) As penicilinas são suscetíveis à inativação pelas ß-lactamases (penicilinases), enzimas produzidas pelas bactérias resistentes, que clivam o antibiótico. Existem penicilinas resistentes às penicilinases, chamados de penicilinas ß- lactamases, ex: meticilina, nafcilina, oxacilina e dicloxacilina. Seu uso é restrito para o tratamento de infecções causadas por estafilococos produtores de penicilinase, incluindo o S. aureus sensível a meticilina. Não são eficazes contra microorganismos gram-negativos. A ampicilina e amoxicilina possuem um espectro antibacteriano similar ao benzilpenicilina mas são mais eficazes contra bacilos gram-negativos. São Antimicrobianos inibidores da parede celular 3 bastante utilizadas no tratamento de infecções respiratórias também. São conhecidas como aminopenicilinas A ampicilina é o fármaco de escolha no tratamento de Listeria monocytogenes e enterococos. A amoxicilina é empregada para previnir endocardite bacteriana. Elas podem ser inativadas por ß-lactamases e sofrem bastante com a resistência bacteriana. Dessa forma, podem ser administradas com um inibidor de ß-lactamase para protegê-las. Os microorganismos que não possuem parede celular de peptidoglicano ou que têm paredes celulares impermeáveis a esses fármacos possuem uma resistência natural às penicilinas. A aquisição de resistência às penicilinas se dá quando a bactéria adquire uma ou mais das seguintes propriedades: Atividade ß-lactamase. Diminuição da permeabilidade ao antimicrobiano por diminuição da quantidade de porinas, ou aumento de efluxo. Alteração estrutural nas PLPs, que modificam a sua afinidade pelo antimicrobiano. A piperacilina e ticarcilina são conhecidas como penicilinas antipseudomonas, devido a sua ação contra Pseudomonas aeruginosa. São eficazes contra bacilos gram-negativos, exceto Klebsiella. Podem ser administradas juntamente com inibidores das ß-lactamases (ácido clavulânico ou tazobactam) para aumentar seu espectro Características farmacocinéticas Administração: depende da estabilidade do fármaco ao suco gástrico e pela gravidade da infecção Absorção: a maioria das penicilinas é incompletamente absorvida após administração oral e alcançam o intestino em quantidade suficiente para afetar a flora intestinal. O alimento diminui a absorção de todas as penicilinas penicilinase-resistentes, devendo ser ingeridas em jejum. Distribuição: se distribuem bem pelo organismo. Não penetra bem em ossos nem no LCR, exceto quando há inflamação e consequente aumento de permeabilidade da barreira hematoencefálica, como no caso das meningites. Antimicrobianos inibidores da parede celular 4 Biotransformação: insignificante. Excreção: renal, sendo a nafcilina e oxacilina exceções à regra Reações adversas: hipersensibilidade, diarreia, nefrite (sobretudo a meticilina, por isso ela não é mais utilizada), neurotoxicidade (podendo causar convulsões se atingir concentrações séricas muito elevadas), diminuição da coagulação. Cefalosporinas Antimicrobianos inibidores da parede celular 5 As cefalosporinas possuem o mesmo mecanismo de ação das penicilinas e são afetados pelos mesmos mecanismos de resistência. Contudo, tendem a ser mais resistentes a certas ß-lactamases do que as penicilinas. São usadas para tratar PAC São classificadas de acordo com o padrão de suscetibilidade bacteriana e resistência às ß-lactamases Primeira geração: são substitutas da benzilpenicilina. São resistentes à penicilinase do estafilococo e também têm atividade contra Proteus mirabilis, E. coli e K. pneumoniae Segunda geração: apresentam maior eficácia no tratamento de H influenzae, Enterobacter aerogenes e algumas espécies de Neisseria. No geral, possuem melhor atividade no combate de bactérias gram-negativas e são fracas contra microorganismos gram-positivos. Não são fármacos de primeira escolha. Terceira geração: possuem uma atividade aumentada contra bacilos gram- negativos. A ceftriaxona e a cefotaxima são fármacos de primeira escolha no tratamento de meningite. As cefalosporinas de terceira geração devem ser utilizadas com cautela, pois estão associadas a um risco considerável de induzir resistência. Quarta geração: a Cefepima apresenta amplo espectro antibacteriano, tendo atividade contra estreptococos, estafilococos e alguns gram- negativos. Geração avançada: Ceftarolina é um antimicrobiano que atua contra MRSA. Antimicrobianos inibidores da parede celular 6 Características farmacocinéticas Administração: via IV ou IM Distribuição: se distribuem bem no líquido corporal. Concentrações adequadas no LCR são alcançadas apenas com algumas cefalosporinas independente de inflamação, ex: ceftriaxona ou cefotaxima. Antimicrobianos inibidores da parede celular 7 Eliminação: por via renal, exceto a ceftriaxona que é por excretada por meio da bile pelas fezes. As cefalosporinas, assim como as penicilinas, geralmente são bem toleradas. Devemos evitar ou usar com cautela cefalosporinas em pacientes com alergia a penicilina. Carbapenemos Fármacos desse grupo: imipeném, meropeném, doripeném ertapeném. São utilizados no tratamento empírico devido à sua atividade contra microorganismos produtores de ß-lactamases gram positivos e gram negativos, anaeróbicos e P. aeruginosa Intra-hospitalar O imipeném é administrado com cilastatina para protegê-lo da biotransformação renal, inibindo a atividade da desidropeptidase renal. Monobactamos Fármaco desse grupo: aztreonam Possui atividade contra gram-negativos. Não possuem atividade contra gram- positivos nem anaeróbios. Geralmente é utilizado quando o paciente apresenta alergia a penicilina, cefalosporina ou carbapenemos Vancomicina São usados para o tratamento de infecções graves causadas por gram- positivos resistentes aos ß-lactâmicos ou pacientes com infecções por gram- positivos que tenham grave alergia aos ß-lactâmicos. São utilizados em pacientes com prótese de válvulas cardíacas e em pacientes que serão submetidos à implantação da prótese. Antimicrobianos inibidores da parede celular 8 Daptomicina Indicada para tratamento de infecções causadas por gram-positivos resistentes, incluindo os MRSAs e enterococos resistentes à vancomicina. Nunca deve ser utilizada no tratamento de pneumonias pois é inativada pelos surfactantes pulmonares. Anotações extras A e D estão incorretas pois não cobrem MRSA. A ceftarolina cobre MRSA mas precisa ser administrada 2x ao dia. Milagias e rabdomiólise foram relatadas no tratamento com daptomicina. Aminopenicilinas: amoxicilina e ampicilina As penicilinas naturais de uso clínico incluem: benzilpenicilina (penicilina G)e a fenoximetilpenicilina (peniclina V) Existem 3 tipos de penicilina G: Penicilina G cristalina: atinge rápida elevações na concentração sérica que se mantém por curto tempo, sendo necessário ser administrada a cada 4 Antimicrobianos inibidores da parede celular 9 horas. É utilizada por via intravenosa em infecções mais graves ou do sistema nervoso central, que requerem níveis mais elevados de antibiótico. Penicilina G procaína: promove vasoconstricção no local de administração, permitindo uma absorção mais lenta e níveis séricos mais duradoures, apesar de menores em comparação com a cristalina. Deve ser administrada a cada 12h por via intramuscular. Penicilina G benzatina (bezetacil): atua como estabilizador de algumas medicações e prolonga o tempo de absorção e liberação da medicação associada. Esse antibiótico atinge níveis séricos baixos mas prolongados, por mais que 2 semanas. Via intramuscular. Treponema pallidum causa síflis
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