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antibiotico beta lactamicos

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Nay Brandão – MEDICINA UNIME VIII 
 
BETA-LACTAMICOS 
 
ANTIBIÓTICO TERAPIA: 
▪ A classe de fármacos designadas como antimicrobianos engloba uma gama de subtipos que inclui: 
antibacterianos, antivirais, anti-helmínticos, antiprotozoários, antifúngicos. 
▪ Os antibacterianos, por sua vez, agrupam duas grades classes de drogas: os antibióticos e os 
quimioterápicos. 
→ Antibióticos: são antibacterianos que provém de organismos vivos. Podem ser naturais 
(quando a molécula da droga é totalmente de origem natural; Ex: penicilina, que é extraída de 
fungos) ou semissintéticos (quando uma molécula, de origem natural, é alterada em 
laboratório; Ex: oxacilina). 
→ Quimioterápicos: drogas sintetizadas completamente em laboratório, podendo ser 
classificadas apenas como sintéticas (Ex: sulfas). Este tipo de antibacterianos é, por critérios 
meramente didáticos, inserido nos grupos dos antibióticos. 
▪ Os antibióticos são ácidos orgânicos fracos produzidos por outros micro-organismos que apresentam 
a capacidade de inibir o crescimento (bacteriostáticos) ou matar (bactericidas) outros micro-
organismos. 
→ Entenda esse efeito bacteriostáticos e bactericidas: 
Visualize o gráfico: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Legenda: 
 A linha vermelha demonstra o crescimento 
bacteriano em um paciente que não fez só 
de um agente antimicrobiano; 
 A linha amarela representa o crescimento 
bacteriano diante da ação de um agente 
bacteriostático (como a tetracilcina), 
administrado no momento indicado pela 
seta preta; 
 A linha azul descreve a reação de uma 
colônia de bactérias diante de um agente 
bactericida, também administrada no 
momento indicado pela. 
→ O crescimento bacteriano é um evento altamente veloz e que o sistema imune do indivíduo, 
por muitas vezes, é incapaz de debelá-lo, um agente bacteriostático, ao inibir este fenômeno, 
torna-se uma opção interessante, priorizando a resposta imune do hospedeiro. 
→ Portanto, para pacientes que fazem uso de corticoides ou de qualquer outra droga que 
diminua a ação de seu sistema imunológico, é totalmente contraindicada a ele a 
prescrição de bacteriostáticos. Para evitar infecções oportunistas nestes casos, devem ser 
administrados agentes bactericidas. 
Nay Brandão – MEDICINA UNIME VIII 
 
▪ É importante conhecer, também, as concentrações em que os antibacterianos agem. Para que um 
antibiótico apresente uma eficácia clínica considerável, este fármaco deve atuar em concentrações 
muito baixas. Caso contrário, o antibiótico pode tornar-se tóxico ao paciente, deixando, então, de ser 
viável. 
▪ Alguns fármacos desta classe (como as quinolonas) apresentam ainda o efeito pós-antibiótico: essas 
substâncias, em certos casos, continuam exercendo a sua ação (eficácia clínica) mesmo em 
concentrações plasmáticas abaixo da mínima. Este efeito não traz malefícios ao paciente; pelo 
contrário, antibióticos que apresentam este efeito serão posologicamente ajustados, sendo necessárias 
poucas doses em poucos dias. 
CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS: 
▪ Os antimicrobianos podem ser 
classificados por: 
(1) por sua estrutura química; 
(2) por seu mecanismo de ação. 
▪ Classificação dos antibióticos quanto ao mecanismo de ação: 
→ Podem ser classificados da seguinte maneira: 
1. Inibidores da síntese da parede celular: beta-lactâmicos, vancomicina, daptomicina, 
telavancina, fosfomicina. 
2. Inibidores das funções da membrana celular: isoniazida, anfotericina, B Polimixina; 
3. Inibidores da síntese de proteínas: tetraciclinas, aminoglicosídeos, macrolidos, 
clindamicina, linezolida, cloranfenicol. 
4. Inibidores da função ou síntese dos ácidos nucleicos: Rifampicina, Fluroquinolonas. 
5. Inibidores do metabolismo: Sulfonamidas, Trimetoprima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA PAREDE CELULAR: 
Obs: é a classificação que nos importa, pois nos foi solicitado os beta-lactâmicos. 
Ref: Golan 
▪ A parede celular é composta de um polímero denominado peptidoglicano. 
▪ Os inibidores da síntese de parede celular apresentam eficácia máxima quando os microrganismos 
estão se proliferando. Eles têm pouco ou nenhum efeito em bactérias que não estejam crescendo e se 
dividindo. 
 
 
Nay Brandão – MEDICINA UNIME VIII 
 
BETA-LACTÂMICOS: 
Ref: Golan; 
▪ Antimicrobianos úteis e frequentemente prescritos; 
→ Têm em comum uma estrutura e um mecanismo de ação: a inibição da síntese da 
parede celular bacteriana de peptidoglicano. 
▪ Os beta-lactâmicos constituem a classe maior e mais amplamente prescrita de antibióticos. 
▪ Inibem a síntese da parede celular das bactérias. 
▪ Os diferentes agentes pertencentes a essa classe variam em sua estrutura química e, portanto, no 
espectro de ação; todavia, todos os beta-lactâmicos compartilham o mesmo mecanismo antibiótico de 
ação: a inibição da ligação cruzada dos polímeros de mureína. 
QUÍMICA: 
→ O elemento-chave desse mecanismo de ação consiste na presença de um anel beta-
lactâmico de quatro membros. É esta estrutura que confere à droga a sua característica 
antibiótica bactericida. E, portanto, se porventura algum fator do meio quebrar este anel, 
a droga torna-se inativa. 
FAMÍLIAS: 
▪ Subclasses dos agentes beta-talâmicos, divididos em 4 famílias, são eles: 
 Penicilinas; 
 Cefalosporinas (subdivididas em cinco “gerações”); 
 Monobactâmicos e 
 Carbapenêmicos. 
→ As principais características dos fármacos que compõem este grupo são as que seguem: 
 São drogas bactericidas, para ambos os tipos de microrganismos, 
seja Gram positivos ou negativos; 
 Diferem pelo tipo de micro-organismo inibido; 
 Apresentam mesmo mecanismo de ação. 
▪ Cada uma dessas subclasses difere estruturalmente quanto aos substituintes químicos que estão 
fixados ao anel beta-lactâmico. 
▪ É importante lembrar que o espectro de ação se refere à quantidade e à variedade de espécies de 
bactérias contra as quais determinado antibiótico apresenta atividade bactericida ou 
bacteriostática. Por conseguinte, os beta-lactâmicos de amplo espectro são geralmente ativos contra 
bactérias gram-negativas e também contras bactérias gram-positivas, enquanto os beta-lactâmicos de 
espectro estreito são, em geral, efetivos apenas contra microrganismos gram-positivos. 
 Penicilinas: 
→ Incluem incluem as penicilinas G e V, que são altamente ativas contra cocos gram-positivos 
sensíveis; 
→ As penicilinas resistentes à penicilinase, como a nafcilina, que são contra Staphylococcus aureus 
produtor de penicilinase; 
→ a ampicilina e outros antibióticos com espectro ampliado contra microrganismos gram-positivos, 
particularmente quando associados a um inibidor da beta-lactamase; e as penicilinas de espectro 
ampliado, com atividade contra Pseudomonas aeruginosa, como a piperacilina. 
Nay Brandão – MEDICINA UNIME VIII 
 
 Cefalosporinas: 
→ São classificadas por geração: 
 (1ª) Fármacos de primeira geração: têm excelente atividade contra microrganismos gram-
positivos e atividade modesta contra gram-negativos; 
 (2ª) Fármacos de segunda geração: têm atividade um pouco melhor contra os microrganismos 
gram-negativos e incluem algumas cefalosporinas com atividade anti-anaeróbica; 
 (3ª) Fármacos de terceira geração: demonstram atividade contra microrganismos gram-
positivos e atividade muito maior contra as Enterobacteriaceae, com um subgrupo ativo contra P. 
aeruginosa; 
 (4ª) Fármacos de quarta geração: as cefalosporinas de quarta geração possuem o espectro 
antimicrobiano de todos os fármacos de terceira geração, com aumento da estabilidade à hidrólise 
por beta-lactamases cromossômicas induzíveis. 
 
 Carbapenéns: 
→ Os carbapenéns, como imipeném, doripénem, ertapénem e meropeném têm o mais amplo espectro 
antimicrobiano entre todos os antibióticos, ao passo que o monobactâmico aztreonam tem 
espectro gram-negativo semelhante ao dos aminoglicosídeos. 
➔ Os inibidores da beta-lactamase,como o clavulanato, são utilizados para ampliar o espectro 
das penicilinas contra microrganismos produtores de beta-lactamase. 
➔ A resistência bacteriana aos antibióticos beta-lactâmicos continua aumentando em uma 
velocidade assustadora. 
➔ Os mecanismos de resistência incluem não apenas a produção de beta-lactamases que 
destroem os antibióticos, como também alterações das proteínas de ligação das penicilinas ou 
aquisição de novas proteínas de ligação (PLPs) e redução da penetração e/ou efluxo ativo do 
antibiótico. 
 
 
Nay Brandão – MEDICINA UNIME VIII 
 
ATENÇÃO! 
→ Outros fármacos que devem ser descritos nesta mesma ocasião são os inibidores da β-
lactamase, fármacos que se ligam de forma irreversível à enzima β-lactamase e impede a 
sua ação. Como se sabe, esta enzima serve como um mecanismo de resistência para 
bactérias contra antibióticos β-lactâmicos, uma vez que ela é capaz de clivar o anel que 
confere a ação bactericida deste grupo de antibióticos. 
→ Os inibidores da β-lactamase não são conceituados como antibióticos por não 
apresentarem ação bacteriostática ou bactericida. Entretanto, eles se fazem 
necessários, por exemplo, para o tratamento de infecções por microrganismos 
produtores de β-lactamase quando se quer utilizar penicilinas. Isso significa que em 
casos de infecções por estes microrganismos, é contraindicada a prescrição de penicilina 
isolada, ao menos que ela seja prescrita conjuntamente a um inibidor da β-lactamase 
(clavulanato, sulbactam ou tazobactam). Por muitas vezes, estas substâncias já estão 
associadas aos antibióticos dentro da própria fórmula farmacêutica. 
MECANISMO DE AÇÃO: 
▪ O principal mecanismo de ação dos beta-lactâmicos se dá pela inibição da síntese da parede 
celular; 
→ Bactérias gram-negativas: 
 Apresentam uma parede celular revestida por uma membrana externa de LPS e uma fina 
camada de peptideoglicano; 
 O simples fato da presença desta membrana externa de LPS confere maior resistência e 
proteção ás bactéricas gram-negativas, sendo suas infecções mais difíceis de ´´derrubar´´; 
 Grossa camada externa de lipopolissacarídeos: Funciona como uma barreira altamente impermeável à 
maioria dos antibióticos, garantindo maior resistência a estes microorganismos. Isso acontece pois, para 
que o antibiótico (dotado de moléculas altamente hidrofílicas) ultrapasse a membrana para chegar ao 
seu sítio de ação na bactéria, ele deve atravessar por proteínas carreadoras (difusão facilitada) ou por aqua-
porinas (poros aquosos) presentes na membrana externa da bactéria. Entretanto, o tamanho da molécula 
interfere na passagem por estes poros, uma vez que diâmetro de abertura deste canal é pré-determinado. 
Este fato seleciona e interfere ainda mais a passagem e ação dos antibióticos, pois um pequeno número 
de antibióticos é compatível estruturalmente para conseguir atingir essas bactérias Gram-negativas por 
meios dos poros aquosos. 
→ Bactérias gram-positivas: 
 Apresentam uma parede celular formada apenas por uma espessa camada de peptideoglicano, 
sendo ela, muitas vezes, isenta de membrana de LPS externa; 
 A ausência desta membrana externa de LPS confere menor proteção ás bactérias gram-
negativas, que apresentam uma espessa camada de peptidoglicano mas que só lhe confere 
uma forma mais rígida. 
 
 
 
 
 
 
Nay Brandão – MEDICINA UNIME VIII 
 
Observação: 
→ É por meio da parede celular e da Técnica de Coloração Gram que se pode classificar o tipo de 
bactéria. 
→ Bactérias Gram-negativas (coram-se em vermelho) possuem uma parede composta de várias 
camadas que diferem na sua composição química e, consequentemente, é mais complexa que a 
parede das Gram-positivas (coram-se em azul) que, apesar de ser mais espessa, apresenta 
predominantemente um único tipo de macromolécula. 
→ Quando, porventura, o indivíduo faz uso destes antibióticos, se ele for estruturalmente compatível 
com os poros aquosos, garante sua entrada. A partir daí, o antibiótico cruza a malha formada pela 
camada de peptidoglicano para se ligar a proteína ligante de penicilina (PLP). Esta PLP, além de 
apresentar um sítio de ligação para antibióticos β-lactâmicos, ela é capaz de catalisar a reação de 
transpeptidação (consiste na formação das ligações do peptidoglicano da parede celular). Uma vez 
ligando-se à PLP, o β-lactâmico passa a inativá-la, inibindo a reação de transpeptidação, 
interferindo, assim, na produção da parede celular das bactérias. 
→ Os β-lactâmicos inibem o chamado fator de inativação de enzimas autolíticas bacterianas. Uma 
vez inibido o fator de regulação dessas enzimas autolíticas, elas passam a se ativar 
indiscriminadamente e destruir as organelas que compõem a célula bacteriana. 
EFEITOS ADVERSOS DOS BETA-LÂCTAMICOS: 
Ref: Golan. 
▪ Reações de hipersensibilidade – efeito mais comum. 
→ Por serem moléculas pequenas, não é de esperar que possam estimular as respostas imunes 
por eles mesmos. Com efeito, esses fármacos não o fazem. Entretanto, os anéis beta-
lactâmicos podem reagir com grupos amino nas proteínas humanas, criando um complexo 
hapteno-carreador. A seguir, o conjugado beta-lactâmico-proteína pode desencadear 
resposta de hipersensibilidade. 
▪ Anafilaxia – mais temida das reações adversas. 
→ Ocorre geralmente dentro de uma hora após a administração do fármaco, resultando em 
broncospasmo, angioedema e/ou colapso cardiovascular. 
▪ Urticária; 
▪ Erupção medicamentosa morbiliforme; 
▪ Doença do soro; 
▪ Febre medicamentosa. 
▪ Raramente, os antibióticos beta- lactâmicos provocam lúpus induzido por fármacos. 
Atenção! 
→ Os beta-lactâmicos de determinada classe frequentemente exibem reação cruzada entre si; 
→ Os pacientes com alergia à penicilina não devem receber ampicilina nem outras penicilinas, 
dado o alto risco de reatividade cruzada. 
→ Os pacientes com alergia à penicilina que não seja anafilaxia podem receber uma 
cefalosporina. 
→ O aztreonam (monobactâmico) é singular, uma vez que não apresenta nenhuma reatividade 
cruzada com penicilinas ou carbapenêmicos; todavia, foi observada ocorrência de reação 
cruzada entre aztreonam e ceftazidima (cefalosporina), dada uma cadeia lateral 
compartilhada. Embora possam ocorrer reações alérgicas a carbapenêmicos em pacientes 
com alergia à penicilina, elas são infrequentes. 
 
Nay Brandão – MEDICINA UNIME VIII 
 
PENICILINAS: 
Ref: Farmacologia ilustrada. 
▪ Constituem um dos grupos mais importantes de antibióticos. 
▪ As penicilinas estão entre os fármacos mais amplamente eficazes e entre os menos tóxicos 
conhecidos, mas o aumento da resistência limitou o seu uso. 
▪ Os membros dessa família diferem entre si no substituinte R ligado ao ácido 6-aminopenicilânico 
(Fig. 38.2). 
→ A natureza dessa cadeia lateral afeta o espectro antimicrobiano, a estabilidade no suco 
gástrico, a hipersensibilidade cruzada e a suscetibilidade às enzimas bacterianas de 
degradação (b-lactamases). 
 
 
SUBCLASSES DA PENICILINA – ESPECTRO ANTIMICROBIANO: 
Ref: Golan (predominou) + Farmacologia ilustrada. 
▪ Como já dito, existem quatro subclasses estruturalmente distintas de antibióticos betalactâmicos. 
▪ A primeira dessas subclasses, as penicilinas, podem ser ainda subdivididas em cinco grupos, com base 
em seus espectros de ação. 
❖ GRUPO 1 – PENICILINAS NATURAIS: 
▪ Penicilina G, administrada IV, e penicilina V, seu correspondente oral estável em ácido gástrico. 
 Penicilina G: 
→ Uso mais disseminado que a penicilina V; 
→ É administrada principalmente no tratamento de infecções aeróbico-anaeróbicas mistas de 
cabeça e pescoço, como abscessos dentários. 
→ Utilizada no tratamento de infecções graves por bactérias gram-positivas, como 
pneumococo e S. pyogenes, diplococos gram-negativos, como espécies de Neisseria 
(exceto: N. gonorrhoeae), bacilos gram-positivos do gênero Clostridium, a maioria dos 
anearóbios (exceto Bacteroides) e espiroquetas, como Treponemae Leptospira. 
→ Em altas doses pode provocar convulsões, reações de hipersensibilidade e exantema. 
 Penicilina V: 
→ Utilizada na prevenção de febre reumática recidivista em pacientes com episódio anterior e 
de celulite estreptocócica recorrente em pacientes com linfedema. 
A! Todas as penicilinas podem causar nefrite intersticial aguda. 
A! As interações medicamentosas são raras, porém os efeitos anticoagulantes da varfarina podem ser 
potencializados pela administração concomitante de penicilina. 
Nay Brandão – MEDICINA UNIME VIII 
 
❖ GRUPO 2 – PENICILINAS ANTIESTAFICÓCICAS: 
▪ Inclui: oxacilina, cloxacilina, dicloxacilina, nafcilina e meticilina. 
→ Esses fármacos são estruturalmente resistentes à beta-lactamase estafilocócica, que é 
codificada por genes de plasmídios na maioria dos microrganismos isolados. São 
penicillinase-resistentes, ou seja são penicilinas beta-lactamse. 
▪ As penicilinas antiestafilocócicas carecem de atividade contra as bactérias Gram-negativas. Por 
conseguinte, esses agentes são utilizados, em sua maior parte, no tratamento de infecções da pele ou 
dos tecidos moles ou infecções documentadas por S. aureus sensível à meticilina. 
▪ O uso das penicilinas antiestafilocócicas orais (cloxacilina e dicloxacilina) é limitado, em decorrência 
de seus efeitos adversos gastrintestinais (náuseas, vômitos e diarreia associada a antibióticos), bem 
como do desenvolvimento secundário de colite por C. difficile. 
▪ Os efeitos adversos da nafcilina IV incluem flebite no local de injeção; ocorrem agranulocitose e 
nefrite intersticial aguda em maior proporção, comparativamente a outras penicilinas. 
▪ Oxacilina pode causar hepatotoxicidade, reversível após a interrupção do fármaco. 
❖ GRUPO 3 – PENICILINAS DE ESPECTRO ESTENDIDO: 
▪ Ampicilina e amoxicilina são membros do terceiro grupo de penicilinas, as aminopenicilinas, que 
apresentam grupo amino carregado positivamente na cadeia lateral R. 
→ Essa carga positiva aumenta a difusão por meio dos canais de porina, mas não confere 
resistência às Beta-lactamases. 
→ Esses agentes são efetivos contra uma variedade de cocos gram-positivos, cocos gram-
negativos como Neisseria gonorrhoeae e N. meningitidis, e bacilos gram-negativos, como 
E. coli e Haemophilus influenzae, seu espectro, porém, é limitado por sua sensibilidade à 
maioria das betalactamases. 
▪ Ampicilina IV é utilizada mais comumente no tratamento de infecções enterocócicas invasivas e 
meningite por Listeria; 
▪ Amoxicilina VO é prescrita no tratamento de infecções otorrinolaringológicas não complicadas, 
na prevenção da endocardite em pacientes de alto risco submetidos a procedimentos dentários e 
como componente da terapia de combinação para a infecção causada por Helicobacter pylori. 
▪ O efeito adverso mais comum consiste em exantema não urticariforme. 
▪ O espectro de ambos os agentes é ampliado quando são coadministrados com inibidores da beta-
lactamase, como ácido clavulânico (com amoxicilina) ou sulbactam (com ampicilina) para o 
tratamento de infecções por microrganismos produtores de beta-lactamase, como S. aureus, H. 
influenzae, E. coli, Klebsiella e anaeróbios. O próprio sulbactam tem atividade contra Acinetobacter. 
❖ GRUPO 4: 
▪ As carboxipenicilinas, também apresentam amplo espectro de ação. 
▪ O grupo carboxila da cadeia lateral R fornece uma carga negativa que confere resistência a algumas 
beta-lactamases; todavia, é menos efetivo que um grupo amino de carga positiva para facilitar a 
difusão através dos canais de porina. Para superar essa limitação no processo de difusão, são 
administradas altas doses. A resistência às beta-lactamases codificadas por cromossomos de 
Enterobacter e Pseudomonas faz com que esses microrganismos sejam incluídos no espectro das 
carboxipenicilinas. Esse grupo é constituído de dois membros: carbenicilina e ticarcilina. 
❖ GRUPO 5 – ANTIPSEUDOMONAS: 
▪ As ureidopenicilinas, é representado por piperacilina e mezlocilina. 
▪ Esses fármacos apresentam cargas positivas e negativas em suas cadeias laterais R e, em geral, são 
mais potentes que as carboxipenicilinas. 
Nay Brandão – MEDICINA UNIME VIII 
 
▪ Seu espectro de ação assemelha-se ao das carboxipenicilinas, além disso, exibem atividade contra 
Klebsiella e enterococos. 
MECANISMO DE AÇÃO - PENICILINAS: 
Ref: Farmacologia Ilustrada 
▪ As penicilinas interferem na última etapa da síntese da parede bacteriana (transpeptidação ou 
ligações cruzadas), resultando em exposição da membrana osmoticamente menos estável. 
▪ Então pode ocorrer lise celular, seja pela pressão osmótica, seja pela ativação de autolisinas. 
▪ Esses antibacterianos são bactericidas e atuam de modo tempo-dependente. 
▪ As penicilinas são eficazes somente contra microrganismos em crescimento rápido, que sintetizem a 
parede celular de peptidoglicano. Consequentemente, elas são inativas contra microrganismos sem 
essa estrutura, como micobactérias, protozoários, fungos e vírus. 
 
1. Proteínas ligadoras de penicilina (PLPs): 
 As penicilinas inativam também diversas proteínas na membrana celular da bactéria. 
 Essas PLPs são enzimas bacterianas envolvidas na síntese da parede celular e na manutenção 
das características morfológicas das bactérias. 
 A exposição a esses antimicrobianos pode, portanto, não somente bloquear a síntese da 
parede celular, mas também levar a alterações morfológicas ou lise das bactérias suscetíveis. 
 O número de PLPs varia conforme o tipo de microrganismo. Alterações em algumas dessas 
PLPs faz surgir microrganismos resistentes à penicilina. 
2. Inibição da transpeptidase: 
 Algumas PLPs catalisam a formação de ligações cruzadas entre as cadeias de peptidoglicano; 
 As penicilinas inibem a reação catalisada pela transpeptidase, inibindo, assim, a formação das 
ligações cruzadas essenciais para a integridade da parede celular. 
 
3. Produção de autolisinas: 
 Várias bactérias, particularmente os cocos gram-positivos, produzem enzimas degradativas 
(autolisinas) que participam da remodelagem normal da parede celular bacteriana. 
 Na presença de penicilina, a ação degradativa das autolisinas ocorre na ausência de síntese da 
parede celular. Assim, o efeito antibacteriano de uma penicilina resulta da inibição da síntese 
da parede celular e da destruição da parede celular existente pelas autolisinas. 
FARMACOCINÉTICA – PENICILINA: 
1. Administração: 
▪ A via de administração dos antimicrobianos β-lactâmicos é determinada pela estabilidade do fármaco 
ao suco gástrico e pela gravidade da infecção. 
→ Vias de administração: 
 As associações de ampicilina com sulbactam, ticarcilina com ácido clavulânico, 
piperacilina com tazobactam, e as penicilinas antiestafilocócicas nafcilina e 
oxacilina devem ser administradas por via intravenosa (IV) ou intramuscular (IM). 
 Fenoximetilpenicilina, amoxicilina e dicloxacilina estão disponíveis apenas como 
preparações orais. 
→ Formas de depósito: 
 Benzilpenicilina procaína e Benzilpenicilina benzatina são administradas por via 
IM e servem como formas de depósito. Elas são absorvidas lentamente para a 
circulação e persistem em níveis baixos durante longo tempo. 
2. Absorção: 
▪ A maioria das penicilinas é incompletamente absorvida após administração oral e alcança o 
intestino em quantidade suficiente para afetar a composição da flora intestinal. 
Nay Brandão – MEDICINA UNIME VIII 
 
▪ O alimento diminui a absorção de todas as penicilinas penicilinase-resistentes, porque, como o 
tempo de esvaziamento gástrico aumenta, o antimicrobiano é destruído no meio ácido do estômago. 
Por isso, elas devem ser ingeridas em jejum. 
3. Distribuição: 
▪ Os antimicrobianos β-lactâmicos se distribuem bem pelo organismo. Todas as penicilinas 
atravessam a barreira placentária, mas nenhuma mostrou efeito teratogênico. Contudo, a 
penetração nos ossos ou no líquido cerebrospinal (LCS) é insuficiente para otratamento, a menos 
que esses locais estejam inflamados (Nota: as meninges inflamadas são mais permeáveis às 
penicilinas, resultando em aumento da relação do fármaco no LCS comparado com o soro.) 
▪ Os níveis de penicilina na próstata são insuficientes para serem eficazes contra infecções. 
4. Biotransformação: 
▪ O metabolismo dos β-lactâmicos pelo hospedeiro, em geral, é insignificante, mas alguma 
biotransformação da benzilpenicilina pode ocorrer em pacientes com função renal insuficiente. 
5. Excreção: 
▪ A via primária de excreção é pelo sistema secretor de ácido orgânico no túbulo renal, bem 
como por filtração glomerular. 
▪ Pacientes com função renal insuficiente precisam de ajuste no regime de doses. Nafcilina e 
oxacilina são exceções à regra. 
▪ Elas são biotransformadas primariamente pelo fígado e não requerem ajuste de dose na 
insuficiência renal. 
▪ A probenecida inibe a secreção das penicilinas, competindo pela secreção tubular ativa do 
transportador de ácido orgânico e, assim, pode aumentar os níveis séricos. As penicilinas também 
são excretadas no leite. 
REAÇÕES ADVERSAS - PENICILINA: 
Ref: Farmacologia ilustrada. 
1. Hipersensibilidade: 
→ Aproximadamente 5% dos pacientes têm algum tipo de reação, variando de urticária até 
angioedema (inchaço acentuado de lábios, língua e área periorbital) e anafilaxia. 
2. Diarreia: 
→ A diarreia é um problema comum causado pela ruptura no equilíbrio normal dos microrganismos 
intestinais. 
→ Ela ocorre em maior extensão com os fármacos que são absorvidos incompletamente e têm espectro 
antibacteriano estendido. 
3. Nefrite: 
→ Todas as penicilinas, particularmente a meticilina, têm potencial de causar nefrite intersticial 
aguda. (Nota: por isso, a meticilina não é mais usada na clínica.) 
4. Neurotoxicidade: 
→ As penicilinas são irritantes ao tecido nervoso e podem provocar convulsões se forem injetadas 
intratecalmente ou se forem alcançados níveis sanguíneos muito elevados. 
→ Pacientes epiléticos estão sob risco maior devido à propriedade das penicilinas de causar inibição 
gaba-érgica. 
5. Toxicidade hematológica: 
→ Diminuição da coagulação pode ser observada com dosagens elevadas de piperacilina, ticarcilina 
e nafcilina (e, em certa extensão, com benzilpenicilina). 
USO TERAPÊUTICO - PENICILINAS: 
▪ Infecções pneumocócicas: pneumonia pneumocócica, Meningite pneumocócica. 
▪ Infecções estreptocócicas: faringite estreptocócica, Pneumonia, artritre, meningite e endocardite, 
infecções causadas por outros estreptococos. 
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▪ Infecções bacterianas causadas por organismos gram-positivos e outros que não sejam suspeitos 
de resistência – considerada a primeira escolha nesses casos. 
▪ Eficaz contra espécies gram-positivas ou de Streptococcus, Clostridium, Nisseria e anaérobios 
excluindo bacteroides. 
▪ Casos de meningite bacteriana, bacteremia, endocardite, infecções no trato respiratório 
(pneumonia), faringite, escarlatina, sífilis, gonorreia, otite média e infecções de pele causada 
pelos organismos referidos. 
 
 
 
 
 
CEFALOSPORINAS: 
Ref: Farmacologia Ilustrada 
▪ São antimicrobianos β-lactâmicos muito relacionados estrutural e funcionalmente com as penicilinas. 
▪ A maioria das cefalosporinas é produzida semissinteticamente pelo acréscimo de cadeias laterais ao 
ácido 7-amino-cefalosporânico. 
▪ As cefalosporinas têm o mesmo mecanismo de ação das penicilinas e são afetadas pelos mesmos 
mecanismos de resistência. Contudo, elas tendem a ser mais resistentes a certas β-lactamases do que 
as penicilinas. 
ESPECTRO ANTIMICROBIANO- CEFALOSPORINAS: 
▪ As cefalosporinas são classificadas de acordo com as gerações em primeira, segunda, terceira, quarta 
e avançada, com base principalmente no padrão de suscetibilidade bacteriana e resistência às β-
lactamases. 
1. Primeira geração: 
▪ As cefalosporinas de primeira geração atuam como substitutas da benzilpenicilina. 
▪ Elas são resistes à penicilinase do estafilococo e também têm atividade contra Proteus mirabilis, E. 
coli e K. pneumoniae. 
2. Segunda geração: 
▪ Apresentam maior atividade contra três microrganismos gram-negativos adicionais: H. influenzae, 
Enterobacter aerogenes e algumas espécies de Neisseria, e a atividade contra microrganismos 
positivos é mais fraca. 
▪ A cobertura antimicrobiana das cefamicinas (cefotetano e cefoxitina) também inclui anaeróbicos (p. 
ex., Bacteroides fragilis). 
▪ Elas são as únicas cefalosporinas disponíveis comercialmente com atividade apreciável contra 
bactérias gram-negativas anaeróbicas. Contudo, nenhuma é um fármaco de primeira escolha, devido 
à crescente prevalência de resistência do B. fragilis aos dois fármacos. 
3. Terceira geração: 
▪ Essas cefalosporinas assumiram um papel importante no tratamento das doenças infecciosas. 
▪ Têm atividade aumentada contra bacilos gram-negativos, incluindo os já mencionados, bem como 
contra a maioria dos outros microrganismos entéricos, além de Serratia marcescens. Ceftriaxona e 
cefotaxima tornaram-se os fármacos de escolha no tratamento da meningite. 
▪ As cefalosporinas de terceira geração devem ser usadas com cautela, pois são associadas com “lesão 
colateral” importante, o que significa, essencialmente, a indução e a disseminação da resistência 
antimicrobiana. 
4. Quarta geração: 
▪ Cefepima é classificada como cefalosporina de quarta geração e deve ser administrada por via 
parenteral. Ela apresenta amplo espectro antibacteriano, com atividade contra estreptococos e 
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estafilococos (mas apenas os que são suscetíveis à meticilina). Ela também é eficaz contra 
microrganismos gram-negativos, como espécies de Enterobacter, E. coli, K. pneumoniae, P. 
mirabilis e P. aeruginosa. 
5. Geração avançada: 
▪ Ceftarolina é uma cefalosporina de geração avançada e amplo espectro, administrada por via IV 
como um pró-fármaco, a ceftarolina fosamila. 
▪ Ela é o único antimicrobiano disponível comercialmente nos EUA ativo contra MRSA e é indicada 
para o tratamento de infecções complicadas da pele e sua estrutura, e pneumonias adquiridas na 
comunidade. 
▪ A estrutura singular da ceftarolina permite que se fixe na PLP2a encontrada nos MRSA e na PLP2x 
presente no Streptococcus pneumoniae. Além do amplo espectro de atividade gram-positiva, tem 
também atividade gram--negativa similar à da ceftriaxona e das cefalosporina de terceira geração. 
▪ Lacunas importantes na cobertura incluem P. aeruginosa, Enterobacteriaceae produtoras de β-
lactamase de espectro estendido (β-LEE) e Acinetobacter baumannii. O regime de duas dosificações 
diárias limita também o uso fora do ambiente hospitalar. 
FARMACOCINÉTICA - CEFALOSPORINAS: 
1. Administração: 
▪ Várias das cefalosporinas precisam ser administradas por via IV ou IM, devido à sua escassa 
absorção oral. 
2. Distribuição: 
▪ Todas as cefalosporinas se distribuem bem nos líquidos corporais. Contudo, níveis terapêuticos 
adequados no LCS, independentemente de inflamação, são alcançados apenas com poucas 
cefalosporinas. 
▪ Por exemplo, ceftriaxona ou cefotaxima são eficazes no tratamento da meningite neonatal e 
da infância 
▪ causada por H. influenzae. A cefazolina é usada comumente em dose simples profilática antes 
das cirurgias devido à sua meia-vida de 1,8 hora e à sua atividade contra S. aureus, produtor de 
penicilinase. 
▪ A cefazolina é eficaz para a maioria dos procedimentos cirúrgicos, incluindo cirurgias 
ortopédicas, por sua propriedade de entrar nos ossos. 
▪ Todas as cefalosporinas atravessam a placenta. 
 
3. Eliminação: 
▪ As cefalosporinas são eliminadas por meio de secreção tubular e/ou filtração glomerular. 
Portanto, as doses precisam ser ajustadas no caso de disfunção renal para evitar acúmulo e 
toxicidade. 
→ A ceftriaxona é uma exceção, pois é excretada por meio da bile pelas fezes e, portanto, 
empregada com frequência em pacientes cominsuficiência renal. 
EFEITOS ADVERSOS - CEFALOSPORINAS: 
▪ Como as penicilinas, as cefalosporinas são geralmente bem toleradas. Contudo, as reações alérgicas 
são um problema. 
▪ Pacientes que tiveram resposta anafilática, síndrome de Stevens-Johnson ou necrólise epidermal 
tóxica a penicilinas não devem receber cefalosporinas. 
▪ As cefalosporinas devem ser evitadas ou usadas com cautela em pessoas com alergia a penicilina. 
→ Dados atuais sugerem que a reatividade cruzada entre penicilinas e cefalosporinas é ao redor 
de 3 a 5%. 
→ A maior taxa de alergias cruzadas é entre as penicilinas e as cefalosporinas de primeira 
geração. 
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OUTROS ANTIMICROBIANOS BETA-LACTÂMICOS: 
→ Monobactâmicos e carbapenêmicos 
MONOBACTÂMICO: 
▪ Os monobactamos, que também desorganizam a síntese da parede celular bacteriana, são singulares, 
pois o anel β-lactâmico não está fundido com outro anel 
 Aztreonam: 
▪ O único monobactâmico disponível comercialmente, o aztreonam, mostra-se ativo contra a maioria 
das bactérias gram-negativas, incluindo P. aeruginosa e Enterobacteriaceae, porém carece de 
atividade contra microrganismos gram-positivos e anaeróbios. 
▪ O aztreonam é resistente à ação da maioria das β-lactamases, com exceção das β-LEE. Ele é 
administrado por via IV ou IM e pode se acumular no paciente com insuficiência renal. 
▪ O aztreonam mostra-se particularmente útil em pacientes com grave alergia à penicilina e que 
apresentam infecções por microrganismos gram-negativos resistentes, dada a ausência de 
alergenicidade cruzada com as penicilinas. Todavia, as bactérias gram-negativas com beta-lactamases 
de espectro ampliado são resistentes ao fármaco. 
▪ Seu uso é limitado em decorrência de flebite no local da administração IV, e a sua meia-vida curta 
exige doses frequentes. 
▪ O aztreonam é relativamente não tóxico, mas pode causar flebite, erupções cutâneas e, 
ocasionalmente, testes de função hepática anormais. 
▪ Ele tem baixo potencial imunogênico e apresenta escassa reatividade cruzada com anticorpos 
induzidos por outros β-lactâmicos. Assim, esse fármaco pode ser uma alternativa segura no 
tratamento de pacientes alérgicos a penicilinas, cefalosporinas ou carbapenemos. 
CARBAPENÊMICOS / CARBAPENEMOS: 
▪ Os carbapenemos são antimicrobianos β-lactâmicos sintéticos cuja estrutura difere das penicilinas, 
porque o átomo de enxofre do anel tiazolidínico foi externalizado e substituído por carbono. 
▪ São quatro os carbapenêmicos utilizados na prática clínica: imipeném, meropeném, doripeném e 
ertapeném. Todos apresentam amplo espectro e proporcionam cobertura contra a maioria dos 
microrganismos gram-positivos, gram-negativos e anaeróbios. Nenhum deles é ativo contra SARM, 
ERV ou Legionella, e as bactérias gram-negativas com carbapenemases (particularmente K. 
pneumoniae) exibem resistência a esses fármacos. 
 Ertapeném: 
→ É importante assinalar que ertapeném é muito menos ativo contra P. aeruginosa e Acinetobacter 
que os outros três agentes; seu benefício consiste na administração de dose única ao dia. 
 Imipeném: 
→ O imipeném é composto com cilastatina para protegê-lo da biotransformação pela 
desidropeptidase renal. 
→ Como imipeném é inativado pela enzima renal humana, a desidropeptidase I, ele é coadministrado 
com o inibidor da desidropeptidase, a cilastatina. 
 Meropeném, doripeném e ertapeném: 
→ Não são inativados pela enzima renal. 
→ Todos os quatro fármacos podem causar reações de hipersensibilidade e flebite no local de 
administração IV. 
→ Em níveis plasmáticos elevados, imipeném e meropeném podem causar convulsões. 
→ A probenecida pode aumentar os níveis de meropeném. 
→ Carbapenêmicos podem diminuir os níveis de valproato. 
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 ESPECTRO ANTIBACTERIANO – CARBAPENÊMICOS: 
▪ O imipeném resiste à hidrólise pela maioria das β-lactamases, mas não pelas metalo-β-lactamases. 
▪ Esse fármaco tem papel no tratamento empírico devido à sua atividade contra microrganismos 
produtores de β-lactamase gram-positivos e gram-negativos, anaeróbicos e P. aeruginosa (embora 
outras cepas de pseudomonas sejam resistentes e haja relatos de que cepas resistentes de P. 
aeruginosa aparecem durante o tratamento). 
▪ O meropeném e o doripeném têm atividade antibacteriana similar à do imipeném 
▪ Diferentemente dos outros carbapenemos, o ertapeném não cobre P. aeruginosa, espécies de 
Enterococcus e espécies de Acinetobacter. 
 FARMACOCINÉTICA – CARBAPENÊMICOS: 
▪ Imipeném + cilastina e meropeném são administrados por via IV e penetram bem nos tecidos e 
líquidos corporais, incluindo o LCS quando as meninges estão inflamadas. 
▪ O meropeném alcança níveis terapêuticos na meningite bacteriana mesmo sem inflamação. Eles são 
excretados por filtração glomerular. 
▪ O imipeném sofre clivagem pela desidropeptidase existente no bordo em escova do túbulo renal 
proximal. Essa enzima forma um metabólito inativo que é potencialmente nefrotóxico. 
▪ A associação de imipeném e cilastatina protege o fármaco e, assim, evita a formação do metabólito 
tóxico. Os outros carbapenemos não necessitam da coadministração de cilastatina. 
▪ O ertapeném pode ser administrado pelas vias IM ou IV uma vez ao dia. 
 EFEITOS ADVERSOS – CARBAPENÊMICOS: 
▪ Imipeném + cilastatina podem causar náusea, êmese e diarreia. 
▪ Eosinofilia e neutropenia são menos comuns do que com outros β-lactâmicos. 
▪ Níveis elevados de imipeném podem provocar convulsões, o que é menos provável com os demais 
carbapenemos. 
INIBIDORES DA BETA-LACTAMASE: 
Ref: farmacologia ilustrada. 
▪ A hidrólise do anel β-lactâmico, seja por hidrólise enzimática com β-lactamase ou por ácidos, destrói 
a atividade antimicrobiana do fármaco β-lactâmico. 
▪ Inibidores da β-lactamase, como ácido clavulânico, sulbactam e tazobactam, contêm um anel β-
lactâmico, mas por si não têm atividade antibacteriana significativa nem causam algum efeito adverso 
significativo. Ao contrário, ligam-se às β-lactamases e as inativam, protegendo, assim, os 
antimicrobianos que normalmente seriam substratos dessas enzimas. Por isso, os inibidores das β-
lactamases são formulados em associação com os antimicrobianos suscetíveis à β-lactamase. 
 (Nota: o ácido clavulânico sozinho é praticamente isento de atividade antibacteriana.) 
USO RACIONAL E SEGURO DE ANTIBIÓTICOS NA NEONATOLOGIA: 
Ref: Sociedade Brasileira de Pediatria. 
▪ Sempre que possível dizer NÃO as cefalosporinas, carbapenêmicos (imipenen, meropenen) e 
glícopeptídeos (vancomicina). 
▪ Cefalosporinas de terceira geração: o uso tem sido associado à emergência preocupante de 
enterobactérias produtoras de betalactamases de espectro estendido (ESBL), capazes de hidrolisar a 
cefotaxima, ceftriaxona, ceftazidima e o aztreonan. Entre as espécies ESBL-positivas estão a 
Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli, Enterobacter sp, bacilos gram-negativos não fermentadores 
como Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumanii. 
▪ Carbapenêmicos: são antimicrobianos de maior amplo espectro de ação conhecidos na atualidade. 
São ativos contra a maioria das bactérias gram- positivas, gram-negativas, incluindo as especies 
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ESBL e AmpC positivas, e anaeróbios. Entretanto, são fortes indutores de resistência, alteram 
profundamente a microbiota dos recém-nascidos e estão associados ao surgimento de Pseudomonas 
sp resistentes a carbapenêmicos. Seu uso, portanto, deve ser restrito a situações onde não há outra 
possibilidade terapêutica, como surtos de infecção ou enterobactérias produtoras de ESBL Os 
processos de eliminação renal ou hepática são mal desenvolvidos em recém-nascidos, tornando os 
neonatos particularmente vulneráveis aos efeitos tóxicos do cloranfenicol e das sulfonamidas. Não 
devem ser tratadas com tetraciclinas ou quinolonas, as quais afetam o crescimento ósseo e as 
articulações, respectivamente.TRATAMENTO EMPÍRICO DAS INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA EM 
NEONATOLOGIA 
▪ Oxacilina e amicacina: é altamente recomendado devido à baixa indução de resistência, alta 
sensibilidade dos bastonetes gram-negativos a amicacina, além da ampla disponibilidade e baixo 
custo dos fármacos. 
▪ Aminoglicosídeos: uso cauteloso devido ao risco de nefro e ototoxidade deve ser considerado em 
RN de maior risco, especialmente quando em uso com outras drogas potencialmente nefro e 
ototóxicas como, por exemplo, a vancomicina. Adequar o antibiótico após resultado de 
hemoculturas e antibiograma, sempre que possível optar por monoterapia e por droga de menor 
toxicidade. 
▪ Cefalosporinas de terceira e quarta geração: deve ser evitado devido ao risco de indução de 
resistência, sendo recomendada no tratamento de meningite, infecção em recém-nascidos com 
insuficiência renal e nas infecções por bactérias resistentes aos aminoglicosídeos. 
▪ Ceftriaxona: está contraindicado em crianças recebendo solução parenteral contendo cálcio, devendo 
nesta situação ser substituída por cefotaxima. 
▪ Vancomicina: no esquema empírico inicial poderá ser justificado somente em unidades de terapia 
intensiva neonatal com alta prevalência de infecções da corrente sanguínea (ICS) por 
Staphylococcus aureus resistente à meticilina/oxacilina. Em unidades com prevalência elevada de 
ICS por Staphylococcus coagulase-negativa, mesmo que resistente à oxacilina, este esquema 
empírico inicial com vancomicina não está indicado, considerando que estas infecções são de baixa 
morbidade/mortalidade, o que permite tempo de troca com segurança quando este agente for isolado 
em hemoculturas. O antibiótico empírico deve ser suspenso imediatamente quando o diagnóstico de 
infecção for descartado. 
DURAÇÃO DO TRATAMENTO: 
▪ A duração do tratamento depende da gravidade do caso e da presença de localização e agente 
etiológico isolado em culturas. 
▪ No entanto, a duração habitual dos esquemas terapêuticos é baseada na prática clínica, empírica, e 
não em estudos controlado. 
▪ Quadros com infecção localizada ou mínima (celulites/flebites): manter tratamento por 7 a 10 
dias.

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