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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PROFª. ELZELIS MULLER DA SILVA TRABALHO CIENTIFICO ANTONIO EULEN DE FARIAS - MAT.: 20191340027 EVELLY CRISTIANE G.GONCALVES - MAT.: 2021055111 JOANNA DE SOUZA SILVA - MAT.: 2021058338 LEILDE VIEIRA LICAR - MAT.: 2021052998 TRANSFERÊNCIA DE MASSA E CALOR CASTANHAL 2022 4 ANTONIO EULEN DE FARIAS - MAT.: 20191340027 EVELLY CRISTIANE G.GONCALVES - MAT.: 2021055111 JOANNA DE SOUZA SILVA - MAT.: 2021058338 LEILDE VIEIRA LICAR - MAT.: 2021052998 TRANSFERÊNCIA DE MASSA E CALOR Trabalho Científico referente ao módulo ministrado em sala de aula pela Docente Elzelis Muller Da Silva. CASTANHAL – PA 2020 http://docente.uepa.br/30129800244 http://docente.uepa.br/30129800244 “Ao olharmos para o próximo século, os líderes serão aqueles que capacitarão aos outros” - Bill Gades 6 AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus pelas as conquistas até agora, e pedimos a ele a sabedoria para que possamos conquistar muito mais. Temos gratidão a Universidade do Estado do Pará, pela oportunidade de fazer o curso e a seu corpo docente, direção e administração que oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pela acendrada confiança no mérito e ética aqui presentes. Também agradecemos a docente Elzelis Muller Da Silva pelas suas orientações, incentivos e oportunidade de aprendizado, ademais é com muita admiração e carinho que gostaria de expressar nosso agradecimento por tudo que você fez por nós e pela dedicação que deposita em suas aulas. Por fim agradecemos a todos os membros de nossas famílias, parentes e amigos que com seu incentivo nos fizeram chegar a esta fase do curso, e que nos apoie ainda mais até o fim do mesmo e começo de novas carreiras. RESUMO 8 LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................10 1.1 Objetivo ..................................................................................................................10 1.1.1 Objetivo Gera.......................................................................................................10 1.1.2 Objetivos Específicos..........................................................................................11 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................12 2.1 Definição geral dos processos de transmissão de calor....................................12 2.2 Regime de transmissão de calor ..........................................................................12 2.3 Condução ...............................................................................................................13 2.4 Radiação..................................................................................................................15 2.5 Convecção...............................................................................................................17 2.6 O modelo proposto por Basso..............................................................................19 3 . MECANISMOS DE TRANSFORMAÇÃO DE CALOR..............................................22 3.1 ................ ................................................................................................................. 22 3.2 ........................................................................... 26 3.3................................................. 28 4 TROCADOR DE CALOR INDUSTRIAL ....................................................................30 4.1 .................................... 30 4.2 . ....... 30 4.3 ......................................................................................................... 31 4.4 ................ 32 5 LEI DE FOURIER ......................................................................................................33 5.1 Definição................................................................................................................ 33 5.2 Unidades de Medidas........................................................................................... 34 5.3 Fórmulas e exemplos............................................................................................35 6 DIFUSÃO MOLECULAR E TURBILHONAR.............................................................36 6.1 Difusão Molecular................................................................................................. 36 6.1.2 Classificação e Aplicação................................................................................. 36 6.2 Difusão Turbilhonar ............................................................................................. 37 7 TRANSFERÊNCIA DE MASSA POR MEIO DE DIFUSÃO: INDÚSTRIA..................39 7.1 Mecanismos de difusão………………………………...………………………………39 7.2 Aplicações na Indústria de Cerâmica………………………………………………..39 7.2.1 O que é porosidade, e como se encaixa na indústria?...................................39 7.2.2 Tipos de Poros………………………………………………………...........…………39 7.3 Difusão em corpos porosos………………………………………...…………………39 8 LEIS DE FICK ............................................................................................................40 8.1 Primeira lei de Fick………………………………………………………………………40 8.2 Segunda lei de Fick……………………………………………..………………………40 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................42 9.1 Conclusão……………………………………………………..................................... 42 9.2 Sugestões …………………………………………………………………………....... 42 REFERÊNCIAS.............................................................................................................43 12 1 INTRODUÇÃO O que é transferência de calor? É uma energia térmica que está em movimento (trânsito), posto que está sendo excitado a um aquecimento. A transferência de calor sempre estará se movimentando de um meio para outro. Ex: o Ar condicionado, ele fica sempre na área superior, pois as moléculas que estão em baixo ficam trocando com as de cima. Visto que, o Ar quente é menos denso, e o Ar frio é mais denso, e essa transferência de calor é chamada de corrente de Convecção. A condução que é as moléculas de um material sólido ou fluido se aquece, sem transporte de matéria. A Radiação térmica ela é transmitida por ondas eletromagnéticas. 1.2 Condução Condução é a partículas que está mais energizada para a menos energizada, associando a temperatura de vários pontos das moléculas, visto que a energia é um movimento de translação aleatório. Ex: quando você está cozinhando e esquece a colher que é um material metálico dentro da panela, e você vai pegá-lo novamente, você se queimará, pois ela está sendo excitada pelo aquecimento das moléculas que é a Condução. Podemos calcular a taxa apropriada para sabermos a quantidade de energia que está sendo transferida por uma unidade de tempo. E essa fórmula de cálculo é chamada de Lei de Fourier. 14 2. 4 Radiação Radiação são ondas eletromagnéticas ou partículas que é propagada com uma determinada velocidade. Possuem cargas eleticas, magnéticas. Pode ser gerada por fontes naturais ou artificiais. Ex: micro-ondas ou raiox. Temos alguns tipos de Radiações. 2.4.1 A Radiação não ionizante. A Radiação não ionizante são modalidades de baixas frequências e baixa energia, conhecidascomo campos magnéticos , que é transportado por ondas eletromagnéticas. Pode ser proveniente de fontes naturais ou não naturais. Figura 2.4.1 2.4.2 Radiação ionizante. A Radiação ionizante são energia muito elevada que é capaz de retirar eletros dos átomos. Assim como na não ionizante, existe também as fontes naturais e não naturais. Ex: os raios cósmicos, os radionuclideos que vem da crosta terrestre, da água potável e até mesmo dos seres humanos. As não natura que são as artificiais como raio X, a tomografia computadorizadas e a radioterapia. E nas usinas nucleares que são geradores de energia. Figura 2.4.2 Diferente da transferência de calor por condução e Convecção que exige um meio material pra se propagar a Radiação térmica não necessita, pois a energia térmica se propaga por meio da energia eletromagnéticas, a perda de energia em uma superfície sólida ocorre pela presença de um vácuo que é consequência da condução e a Convecção, esse resfriamento é emitido pela Radiação térmica. A taxa da energia é emitida pela matéria tem um resultado não nulo. A energia da Radiações pode ser transmitida pelas paredes da sua sala, ou pelo solo, atmosfera e o sol. Essas oscilações que acontece nos átomos é o resultado da Radiação. Assim como os gases, sólidos semitransparente, cristais de sais, e vidro em grandes temperaturas são formas de emissão da Radiação. Para calcular as formas de propagação da ração usa-se duas propriedades: 2.5 Convecção A Convecção é a transferência de calor que se dar por meio da movimentação de um fluido que atua como um agente transportador de energia sobre uma superfície e é necessário uma diferença de calor. Observe um fluido em escoamento com uma velocidade V e a temperatura é Tx sobre uma superfície isotermica. 16 Para a compreensão do termo transferência de calor é massa por meio de convecção se faz necessário saber o conceito de camada-limite de velocidade, elas são descritas como relação de coeficiente de atrito, de transferência de calor por Convecção e de massa por Convecção. Esse conceito de limite-calor foi desenvolvido por um cientista chamado L. Prandtl. O escoamento é dividido em duas regiões: uma distante da superfície do objeto, na qual os efeitos viscoso são desprezíveis. Enquanto a outra diz que ela é muito fina e próxima à superfície, e tem como velocidade do escoamento variações entre a própria velocidade do objeto e o escoamento livre ou não perturbado. A grandeza “&” é a espessura da camada-limite. “u”= 0,99 ux “u”= a velocidade do escoamento livre A velocidade na camada-limite tem um perfil de variação entre u e y através da camada- limite. Se usar uma bomba ou um ventilador vai gerar um movimento de um sólido através de um fluido diante de uma temperatura, ocorre a transferência de calor por Convecção forçada. Transferência de massa por Convecção O termo empuxo devido a variações da massa específica no fluido, que tem como tendência a partir de um gradiente de concentração de espécies e bem como, o de temperatura. Equação 3 . MECANISMOS DE TRANSFORMAÇÃO DE CALOR 4 TROCADOR DE CALOR INDUSTRIAL 18 5 LEI DE FOURIER A lei de Fourier é uma lei da Termologia desenvolvida pelo cientista Jean Fourier a respeito do fluxo de calor entre corpos e paredes, o qual se altera de forma proporcional à condutividade térmica do material, à área da secção transversal e à variação de temperatura entre as extremidades e se altera de forma inversamente proporcional à espessura. 5.1 Definição A lei de Fourier, também conhecida como lei da condução térmica, trata do fluxo de calor em corpos homogêneos que estão em um regime estacionário de condução, que é proporcional à condutividade térmica do material, à área da secção transversal e à variação de temperatura, mas é inversamente proporcional à espessura. Ela foi formulada pelo físico e matemático Jean Baptiste Joseph Fourier (1768-1830), conhecido por barão de Fourier, que estudava experimentalmente a propagação de calor por condução. #Legenda das fórmulas da lei de Fourier → Lei de Fourier Φ → fluxo de calor, medido em Watt [W]. K → condutividade térmica, medida em [W/m⋅K]. A → área da secção transversal, medida em [m2]. ∆T → variação de temperatura entre as regiões separadas pela parede, medida em Kelvin [K]. L → espessura da parede ou extenssão atravessada, medida em metros [m]. → Fluxo de calor Φ → fluxo de calor, medido em Watt [W]. Q → quantidade de calor, medida em Joule [J]. ∆t → variação do tempo de transmissão, medida em segundos [s]. → Calor relacionado à lei de Fourier Q → quantidade de calor, medida em Joule [J]. K → condutividade térmica, medida em [W/m⋅K]. A → área da secção transversal, medida em [m2]. ∆T → variação de temperatura entre as regiões separadas pela parede, medida em Kelvin [K] ∆t → variação do tempo de transmissão, medida em segundos [s]. L → espessura da parede ou extenssão atravessada, medida em metros [m].” 5.2 Unidades de Medidas Diversas unidades de medida são empregadas na lei de Fourier. A seguir, veremos uma tabela com as unidades de medida de acordo com o Sistema Internacional de Unidades (S.I.), outra forma comum em que elas aparecem e como converter uma na outra. 20 5.3 Fórmulas e exemplos De acordo com a figura acima, consideremos uma placa feita de um mesmo material. Vamos supor que L seja a espessura e A, a área desse material. Vamos supor também que T1 e T2 sejam as temperaturas das faces da placa, e sempre constantes. Caso T1 > T2, haverá transmissão de calor da face esquerda para a face direita. Em fatos históricos, o primeiro cientista a realizar estudos detalhados sobre a transmissão de calor por condução foi o físico Joseph Fourier. Através de experimentos ele conseguiu formular matematicamente a “rapidez” com que o calor é transmitido por condução. Podemos definir matematicamente que o fluxo de calor nada mais é do que o quociente do calor Q transmitido de uma face para outra, num intervalo de tempo ΔT, então o fluxo de calor é definido por: No SI, a unidade do fluxo de calor é J/s, que é equivalente a watt (W); isto é, a unidade do fluxo de calor é igual à unidade de potência. Os experimentos de Fourier mostraram que: Onde k é uma constante que depende do material e é denominada condutividade térmica do material. Da equação acima temos: Assim, no SI teremos: Podemos também expressar o calor em calorias e a diferença de temperatura em ºC. Assim: De acordo com a faixa de temperatura, podemos verificar que há uma variação no valor da unidade de k. Portanto, podemos verificar que a condutividade dos materiais metálicos é muito maior do que em outros materiais. Os metais são bons condutores, e os materiais com pequena condutividade são chamados isolantes. Um exemplo básico de materiais isolantes são o isopor, a lã, o amianto, etc. Exemplo: Duas salas vizinhas possuem temperaturas de T2=40°CT2=40°C e T1=20°CT1=20°C e estão separadas por uma parede fina de 0,2 cm de espessura, com área de 20 000 cm². Sabendo que a condutividade térmica dessa parede é de 0,082 cal/s⋅cm⋅°C0,082 cal/s⋅cm⋅°C, qual foi o fluxo de calor entre elas? Resolução: Encontraremos o fluxo de calor usando a fórmula da lei de Fourier: Nesse caso, não há necessidade de converter as unidades de medida, porque todas são proporcionais: O fluxo de calor foi de 164 kcal por segundo. 22 6 DIFUSÃO MOLECULAR E TURBILHONAR 6.1 Difusão Molecular A difusão molecular é um exemplo de fenômeno de transporte de matéria à curta distância no qual um soluto é transportado devido aos movimentos das moléculas de um fluido (líquido ou gás), pelo movimento térmico de todas as partículas a temperaturas acima dozero absoluto. Estes movimentos fazem com que, do ponto de vista macroscópico, o soluto passe das zonas mais elevadas de concentração para zonas de baixa concentração. A difusão molecular de um solvente ocorre no sentido inverso, ou seja, de uma solução menos concentrada para uma solução mais concentrada. Quando esta difusão do solvente ocorre através de uma membrana semi-permeável é denominada de osmose. A solução menos concentrada é denominada hipotônica e a mais concentrada de hipertônica. Este processo de difusão do soluto ou solvente é extremamente importante na absorção de nutrientes pelas células, através da membrana celular. A difusão acontece até as duas soluções ficarem “isotônicas”, isto é, com a mesma concentração. A taxa deste movimento é uma função da temperatura, viscosidade do fluido e o tamanho (massa) das partículas, mas não é função da concentração. Difusão explica o fluxo líquido (o balanço) de moléculas de uma região de concentração mais alta para uma de concentração mais baixa, mas é importante se notar que difusão também ocorre onde não existe um gradiente de concentração. O resultado da difusão é uma gradual mistura de materiais. Em uma fase com temperatura uniforme, ausência de forças externas líquidas atuando sobre as partículas, o processo de difusão acabará por resultar em mistura completa. A difusão molecular é tipicamente descrita matematicamente usando-se as leis de Fick da difusão. 6.1.2 Classificação e Aplicação Para efeitos de classificação, e dos equacionamentos específicos, a difusão é dividida quanto à homogeneidade ou heterogeneidade das espécies em difusão como autodifusão, quando a difusão se dá entre átomos de mesma espécie (como entre seus isótopos) e interdifusão, quando a difusão se dá entre átomos de espécies diferentes. Exemplificando: quando se tem duas misturas gasosas, consideradas a mesma pressão e temperatura, formadas apenas de hidrogênio prótio e seu isótopo mais pesado, com um nêutron a mais no núcleo, deutério, mas de composições destes diferentes, e que são colocadas em contato, a difusão dos isótopos na mistura trata-se de autodifusão. Quando temos carbono em liga de ferro, e este migra para outra parte da liga com menor concentração de carbono, como os átomos são de diferentes elementos, de núcleos de diferentes números de prótons, trata-se de interdifusão. Difusão é de importância fundamental em muitas disciplinas de física, química e biologia. Alguns exemplos de aplicações da difusão são: Sinterização para produzir materiais sólidos (metalurgia do pó, produção de cerâmicas) Projeto de reatores químicos Projeto de catalisadores em indústria química Aço pode passar por processos que incluam difusão (e.g., com carbono ou nitrogênio) para modificar suas propriedades Aplicação de dopantes durante a produção de semicondutores. 6.2 Difusão Turbilhonar Matéria, da mesma forma que quantidade de movimento e de calor podem ser transportados por movimento de parcelas macroscópicas de fluido, devido a diferenças de densidade. A difusão turbilhonar é evidente na dissipação de fumaça que sai de uma chaminé. 24 7 TRANSFERÊNCIA DE MASSA POR MEIO DE DIFUSÃO: INDÚSTRIA 7.1 Mecanismos de difusão: O processo de difusão é um importante fenômeno de transporte de matéria que ocorre em escala atômica, em perspectiva atômica, o movimento dos átomos ocorre por meio da migração, por exemplo os átomos de gases, líquidos e sólidos estão em constante movimentação, e para ocorrer o movimento dos átomos, é necessário que haja espaço livre entre eles, além disso, é ideal que os átomos possuam energia suficiente para quebrar as ligações químicas existentes que une um átomo ao outro.(Lopes, 2021). De acordo com o estudo de Bregolin (2008), há dois tipos básicos de migração dos átomos. O primeiro deles envolve o deslocamento dos átomos em lacunas vazias na rede estrutural do átomo, denominado difusão substitucional ou por lacunas. Neste mecanismo, a movimentação dos átomos se baseia de uma posição a outra dependendo da energia de vibração disponível, sendo está a energia térmica dos átomos. Há mecanismo básico de movimentação dos átomos e diversos tipos, um deles é o mecanismo intersticial que se dá quando os átomos se movem de uma posição intersticial a outra vizinha sem que haja o movimento dos átomos da matriz estrutural. Para que esse movimento aconteça, é necessário que os átomos de difusão sejam de tamanho menor que os átomos da matriz. Esse tipo de mecanismo é comum ocorrer entre os átomos de hidrogênio, oxigênio, carbono e nitrogênio, em sólidos cristalinos. (Cabral, 2017) No mecanismo de difusão em sólidos é o mecanismo de anel, sendo este um dos mecanismos mais raros, devido às suas particularidades. Para que aconteça esse mecanismo de difusão, é necessário que haja o movimento dos átomos de forma simultânea, considerando assim, o movimento de rotação de três ou quatro átomos ao mesmo tempo. Além disso, o alto nível de energia para que ocorra essa movimentação dos átomos, faz com isso seja a maior dificuldade desse mecanismo de difusão (Moura,2018). De acordo com o estudo de Arruda, et al (2017) , um ponto importante do mecanismo de difusão é que dificilmente ocorre em um material puro, monofásico, já que o movimento dos átomos é ao acaso. Entretanto, caso haja essa movimentação, ela ocorrerá em isótopos radioativos, sendo possível identificar a difusão atômica dentro da própria estrutura do átomo, recebendo o nome de autodifusão. Ainda, pode-se ressaltar que o mecanismo de difusão, a temperatura no qual ocorre a difusão, tipo de estrutura, tipo e quantidade de imperfeições na estrutura do átomo, influenciam de forma direta no coeficiente de difusão, sendo este, a taxa de dissolução do soluto no solvente. Este coeficiente, se dá pela equação de Arrhenius, representada abaixo, sendo que a equação relaciona o fator de frequência, com a energia de ativação, temperatura e a constante dos gases. 7.2 Aplicações na Indústria de Cerâmica 7.2.1 O que é porosidade, e como se encaixa na indústria? A porosidade é uma característica de diversos materiais presente no cotidiano. E o que classifica a porosidade de um sólido são os espaços vazios presentes no material no qual pode-se passar líquido ou gás. Alguns exemplos de materiais porosos são areia, solo e alguns tipos de pedras, esponjas, cerâmicas, espuma, tijolos, filtros, carvão, dentre outros 5. Os materiais porosos são presentes nas indústrias em uma larga extensão, que pode ter como exemplo: tratamento de água, refino de petróleo, fabricação de cerâmicas entre outros. Sendo assim, é de extrema importância o estudo sobre esse material, pois a porosidade apresenta vantagens e desvantagens. Sendo a desvantagem, as trincas, que são causadas por presença desordenada de poros, ocasionado em tensões estruturais7. Não obstante, como vantagem pode-se citar como exemplo o processo endotérmico que ocorre em filtros de barros, a presença de pequenos poros permite que a água atravesse e evapore retirando então o calor da vizinhança, purificando a água, sendo melhor para o consumo8 . 7.2.2 Tipos de Poros: Os sólidos podem possuir três classificações que são microporos que tem influência na retração e fluência do material, mesoporos e macroporos que exerce influência na resistência e permeabilidade. De acordo com Maxwell (2018), os microporos são denominados assim por possuírem diâmetro menores que 2 µm, os mesoporos tem diâmetro variando entre 2 a 50 µm e os macroporos, recebem essa classificação por possuírem diâmetro maiores que 50 µm. A classificação dos materiais com relação ao diâmetro dos poros pode ser vista por meio da tabela abaixo. Tabela: Classificação dos poros 7.2.2.1 Densidade e cálculo de porosidade: sólidos Para a análise de densidade de sólidos porosos deve se considerar os espaços vazios, e por isso esses materiais costumam apresentarbaixa densidade pois possuem baixo peso e grande área superficial, sendo necessário encontrar a densidade real e aparente 12. Para calcular a densidade real, usa-se uma balança analítica com alta precisão para determinar a massa, já para determinar o seu volume real usa-se um aparelho que se chama picnômetro a gás, que utiliza o gás hélio para adentrar nos espaços vazios do sólido, tornando mais fácil descobrir o volume real 13. De acordo com César et al. (2004), para encontrar a densidade aparente do material será necessário calcular sua massa e o seu volume, mas nesse caso o volume pode ser calculado de uma forma mais simples, envolvendo o sólido de plástico a fim de considerar o volume ocupado pelos poros e o colocando em um recipiente para obter o volume de água deslocado. 26 Após encontrar a massa e volume em ambos experimentos, só resta fazer o cálculo de densidade real e aparente. Sabendo a densidade se torna possível fazer o cálculo de porosidade do material, para esse cálculo será necessário usar a fórmula descrita abaixo: Por meio dessa equação é possível obter a porosidade através da divisão da densidade aparente pela densidade real, onde a ρap é a densidade aparente, ρt é a densidade teórica e ρr é a densidade real. Conforme estudos de Plucenio (2016)15, a porosidade também pode ser calculada de acordo com a equação descrita abaixo. Por meio desta, é possível encontrar a porosidade através da divisão do volume presente nos poros pelo volume total do sólido. A equação relaciona Vp que é o volume total e Vs é o volume real. 7.3 Difusão em corpos porosos: A transferência de massa através da difusão se dá por meio de um elemento sólido, através dos poros do material. O processo de difusão se caracteriza pelo transporte de matéria de uma região de maior concentração, para outra região de menor concentração, tendo como resultados o movimento das moléculas de forma aleatória. Esse movimento é gerado por gradientes de concentrações 21 Durante a transferência de massa por difusão, há a colisão das partículas em difusão com o fluido em que estão imersas. Além disso, o fluido em que se encontra o material, pode estar em repouso ou fluido 22 . O processo de difusão em materiais porosos relaciona-se com a dimensão dos poros e a concentração em que se encontram, dependendo da sua matriz sólida. Com isso, há a difusão molecular (Fick ou ordinária), difusão de Knudsen e difusão superficial, sendo que o foco de estudo serão os dois primeiros tipos de difusões 23 . Podemos dizer que a difusão molecular (Fick ou ordinária) ocorre devido ao tamanho dos pores do material, sendo esses muito maiores do que o caminho médio das moléculas. Esse tipo de mecanismo, é o mais dominante entre os materiais macroporos. Para melhor entendimento, a difusão molecular, pode ser entendida pela Lei de Fick124 . 8 LEIS DE FICK No processo de difusão, o fluxo difusional (J) expressa o número de átomos ou a massa (M) que passa por uma seção transversal de área unitária perpendicular ao movimento, então na difusão em regime estacionário, assume-se um caso em que o fluxo difusional não varia com o tempo, ou seja, a massa do componente em difusão que entra numa região a ser analisada, é a mesma que sai, não existindo acúmulo. 8.1 Primeira lei de Fick: Sendo assim, a primeira Lei de Fick é definida nas condições de difusão em regime estacionário, numa direção (x), pela equação: J = -D(dC/dx), em que D (m²/s) é a constante de proporcionalidade, chamada coeficiente de difusão, e indica a proporcionalidade entre o fluxo difusional e o gradiente de concentração (dC/dx). Sendo assim, quando a difusão ocorre nas condições descritas por essa equação, a força motriz para o processo é o gradiente de concentração. (CALLISTER, 2002) Logo demonstra que o transporte das moléculas é dada pela diferença de concentração, onde uma região há uma maior concentração de A e em outra região uma menor concentração de B, mostrará no resultado que, o transporte de A será maior para a região de B. Ou seja, haverá colisão das partículas até que em ambas as regiões haja a mesma concentração, de forma uniforme. “O sinal negativo da equação representa o decréscimo da concentração da espécie A em sentido do fluxo B.” Essa equação relaciona a concentração molar e o coeficiente de difusão, que será encontrado de maneira tabelada. 8.2 Segunda lei de Fick: Seguindo uando a maior parte das situações ocorre com a variação do fluxo difusional e do gradiente de concentração com o tempo, ocasionando um acúmulo do componente em difusão, podemos substituir equação anterior pela equação diferencial parcial: ∂C/∂t = ∂/x(D*∂C/∂x). Essa equação é denominada segunda lei de Fick, e pode ser reescrita como ∂C/∂t = D*∂²C/∂x², se o coeficiente D for independente da composição. Condições de contorno devem ser especificadas para resolver tal equação, é uma solução importante para os casos práticos envolve as seguintes considerações: um sólido semi-infinito com concentração na superfície constante e o componente em difusão sendo uma fase gasosa com pressão parcial constante. Além disso, todos os átomos deste componente estão distribuídos com concentração C0 de maneira uniforme, o valor x aumenta na direção do interior do sólido, sendo 0 na superfície, e o tempo t = 0 é o instante anterior ao início da difusão. Com essas condições, a solução da equação é expressa por: (Cx – C0)/(Cs – C0) = 1 – erf (x/(2(Dt)1/2)). Nela, Cs é a concentração constante na superfície, Cx é a concentração após um tempo t numa profundidade x e a expressão erf é a função erro de Gaus. Então, seja u(x,t) a concentração de uma substância, que depende da posição (pensada como unidimensional) e do tempo t. Seguindo a afirmação que (Segunda Lei de Fick) a difusão da substância em um meio homogêneo se expressa pela equação diferencial parcial: Onde k² é chamada de constante de difusão (supondo constante a temperatura do meio). 28
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