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www.projetoredacao.com.br 
Lista de Redação – Estilística – 110 Questões [Médio] 
 
 
Questão 01) 
Texto I 
 
MANIFESTO PELA CONCÓRDIA E PELA PAZ 
 
Nenhum ser humano é uma ilha... por isso não perguntem por quem os 
sinos dobram. Eles dobram por cada um, por cada uma, por toda a 
humanidade. Se grandes são as trevas que se abatem sobre nossos 
espíritos, maiores ainda são as nossas ânsias por luz. 
As tragédias dão-nos a dimensão da inumanidade de que somos 
capazes. Mas também deixam vir à tona o verdadeiramente humano que 
habita em nós, para além das diferenças de raça, de ideologia e de religião. 
E esse humano em nós faz com que juntos choremos, juntos nos 
enxuguemos as lágrimas, juntos oremos, juntos busquemos a justiça, juntos 
construamos a paz e juntos renunciemos à vingança. 
A sabedoria dos povos e a voz de nosso coração nos testemunham: não 
é terrorismo que vence terrorismo, nem é ódio que vence ódio. É o amor 
que vence o ódio. É o diálogo incansável, a negociação aberta e o acordo 
justo que tiram as bases de qualquer terrorismo e fundam a paz. 
A tragédia que nos atingiu no mais fundo de nosso coração nos convida 
a repensarmos os rumos das políticas mundiais, o sentido da globalização 
dominante, a definição do futuro da humanidade e a salvaguarda da Casa 
Comum, a Terra. O tempo é urgente. Desta vez não haverá uma arca de 
Noé que salve alguns e deixe perecer os demais. Temos de nos salvar 
todos, a comunidade de vida de humanos e não-humanos. Para isso 
precisamos abolir a palavra inimigo. É o medo que cria o inimigo. E 
exorcizamos o medo quando fazemos do distante um próximo e do próximo, 
um irmão e uma irmã. Afastamos o medo e o inimigo quando começamos a 
dialogar... a nos conhecer... a nos aceitar... a nos respeitar... a nos amar... 
enfim, numa palavra, a nos cuidar. 
Leonardo Boff 
 
Julgue os itens que seguem. 
01. Em “inumanidade” (l. 5), que tem o mesmo significado de 
desumanidade, a palavra que dá origem ao termo perde o h inicial por 
uma questão fonológica. 
02. As expressões “por cada um” (l. 2), “por cada uma” (l. 2), revelam 
cacofonia que deveria ser evitada. 
03. O modo imperativo de formas verbais como “choremos” (l. 8), 
“enxuguemos” (l. 8), “oremos” (l. 9), “busquemos” (l. 9), “construamos” 
(l. 9), e “renunciemos” (l. 10), representam o desejo, a vontade de 
concretização de tais ações. 
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04. Acrescentando-se a desinência –mos às formas verbais “conhecer” (l. 
23), “aceitar” (l. 23), “respeitar” (l. 23), “amar” (l. 24), “cuidar” (l. 24), não 
incorreríamos em erro gramatical. 
05. O uso de reticências, no primeiro (l. 1) e no último parágrafo (l. 23 e 24) 
é um convite à reflexão. 
 
Questão 02) 
 
TEXTO 1 
 
Dorme, ruazinha… É tudo escuro 
E os meus passos, quem é que pode ouví-los? 
Dorme o teu sono sossegado e puro 
Com teus lampiões, com teus jardins tranqüilos… 
Dorme… Não há ladrões, eu te asseguro… 
Nem guardas para acaso perseguí-los… 
Na noite alta, como sobre um muro, 
As estrelinhas cantam como grilos… 
O vento está dormindo na calçada, 
O vento enovelou-se como um cão… 
Dorme, ruazinha… Não há nada… 
Só os meus passos… Mas tão leves são 
Que até parecem, pela madrugada, 
Os da minha futura assombração… 
 
(QUINTANA, Mario. A rua dos cataventos. Porto Alegre: Globo, 1940.) 
 
 
Marque a opção FALSA. 
 
O eu-lírico pede à rua que não se importune com seus passos quase 
inaudíveis. A construção da “atmosfera de silêncio” faz-se a partir do tom de 
sussuro presente no texto I, 
 
a) reforçado pelo uso dos sons fechados /i/e/u nas rimas dos quartetos. 
b) criado pelo emprego reiterado dos sons surdos /s/, como em “sono 
sossegado”. 
c) ampliado pelo uso das reticências que, mais do que uma função de pausa 
na leitura, auxilia no alcance e uma modulação leve e insinuante de suas 
idéias. 
d) sugerindo pelo uso de termos como “escuro”, “sono sossegado”, 
“lampiões”, “tranqüilos”, “madrugadas”, que configuram um clima de paz 
e tranqüilidade. 
e) sustentado pela metáfora presente em “O vento enovelou-se com um 
cão…” (verso 10) 
 
 
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Questão 03) 
TEXTO 1 
 
Dorme, ruazinha… É tudo escuro 
E os meus passos, quem é que pode ouví-los? 
Dorme o teu sono sossegado e puro 
Com teus lampiões, com teus jardins tranqüilos… 
Dorme… Não há ladrões, eu te asseguro… 
Nem guardas para acaso perseguí-los… 
Na noite alta, como sobre um muro, 
As estrelinhas cantam como grilos… 
O vento está dormindo na calçada, 
O vento enovelou-se como um cão… 
Dorme, ruazinha… Não há nada… 
Só os meus passos… Mas tão leves são 
Que até parecem, pela madrugada, 
Os da minha futura assombração… 
(QUINTANA, Mario. A rua dos cataventos. Porto Alegre: Globo, 1940.) 
 
No texto I, o uso dos substantivos ruazinha e estrelinhas, no grau diminutivo, 
a) deixa evidente que a dimensão física é a única coisa que importa ao eu-
lírico. 
b) revela a visão pragmática e redutora da natureza e das coisas pelo eu-
lírico. 
c) é perfeitamente natural, pois o eu-lírico, está se dirigindo a uma criança. 
d) indica que o eu-lírico sente-se responsável pela segurança dos 
moradores. 
e) é aceitável devido ao sentimento de afeição do eu-lírico em relação às 
coisas e à natureza. 
 
Questão 04) 
Texto 
[...] 
E existe um povo que a bandeira empresta 
Pra cobrir tanta infâmia e covardia!... 
E deixa-a transformar-se nessa festa 
Em manto impuro de bacante fria!... 
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, 
Que impudente na gávea tripudia? 
Silêncio!... Musa! chora, chora tanto 
Que o pavilhão se lave no teu pranto 
 
Auriverde pendão da minha terra, 
Que a brisa do Brasil beija e balança, 
Estandarte que a luz do sol encerra 
E as promessas divinas da esperança... 
Tu, que da liberdade após a guerra, 
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Foste hasteado dos heróis na lança, 
Antes te houvessem roto na batalha, 
Que servires a um povo de mortalha!... 
 
Fatalidade atroz que a mente esmaga! 
Extingue nesta hora o brigue imundo 
O trilho que Colombo abriu nas vagas, 
Como um 1 ris no pélago profundo!... 
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga 
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!... 
Andrada! arranca esse pendão dos ares! 
Colombo! fecha a porta dos teus mares! 
“O navio negreiro’, Castro Alves. 
 
Considerando que hipérbole é um recurso que tem por finalidade produzir 
uma afirmação exagerada, assinale a alternativa em que se emprega esse 
recurso. 
a) “Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, / Que impudente na 
gávea tripudia?” 
b) “Auriverde pendão de minha terra,! Que a brisa do Brasil beija e balança” 
[...] 
c) “Silêncio! Musa! chora, chora tanto! Que o pavilhão se lave no teu prantol 
d) “Tu, que da liberdade após a guerra, / Foste hasteado dos heróis na lança” 
[...] 
e) “Andrada! arranca este pendão dos ares! ! Colombo! fecha a porta dos 
teus mares!” 
 
Questão 05) 
Dadas as frases: 
 
1. Fui doente durante dois anos (e estou são). 
2. Fui doente para Buenos Aires (e voltei são). 
 
Analise as formas “Fui doente”: 
a) em termos morfológicos, “fui” constitui flexão de que verbo(s) em 1 e 2? 
b) em termos sintáticos, que tipo de predicado temos em 1 e 2? 
c) em termos semânticos, o que distingue “fui” em 1 e 2? 
 
Questão 06) 
 
"Frederico Paciência vinha me trazer até casa. Sofríamos tanto que parece 
impossível sofrer com tamanha felicidade. E toda noite era aquilo: a boca 
rindo, os olhos cheios de lágrimas." 
(Contos Novos, Mário de Andrade) 
 
Assinale a alternativa que NÃO pode significar uma das figuras de linguagem 
presentes no trecho acima. 
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a) Antítese. 
b) Eufemismo. 
c) Metáfora. 
d) Paradoxo. 
e) Contraste.Questão 07) 
A relação de sentido que há entre as orações grifadas em 
 
“Lá a existência é uma aventura / De tal modo inconseqüente / Que Joana a 
Louca de Espanha / [...] vem a ser contraparente da nora que nunca tive” 
 
manifesta-se em 
a) Eu jogava longe canudo e caneca. Para recomeçar no dia seguinte, sim, 
as bolhas de sabão. 
b) Sua voz era grave: metia medo. 
c) Durante o dia, seu perfume ainda pairou pelo quarto. Ao anoitecer, 
Dionísia abriu as janelas. 
d) Esforçou-se muito, mas não alcançou o que procurava. 
e) Ele não era advogado; mesmo assim quis defender o pai. 
 
Questão 08) 
Texto 
 
País imenso, o Brasil bem que podia ter se fragmentado em diversos 
Estados [...]. No entanto, permaneceu unitário, provavelmente em 
conseqüência da escravidão, base da organização brasileira. Apesar de toda 
a diversidade social e cultural de suas regiões, a identidade nacional foi 
sendo moldada e alguns mitos foram sendo construídos como símbolos 
dessa unidade. Um desses mitos, que completou 80 anos no mês passado, 
foi a Semana de Arte Moderna de São Paulo, em 1922. Desde cedo, na 
escola, aprendemos que a literatura brasileira do século XX é um vasto 
campo composto de modernismo, modernismo e modernismo, tudo 
antecedido de pré-modernismo e vagamente seguido de pós-modernismo. 
Não é bacana, singelo e econômico? 
É um pavor, do ponto de vista crítico. Fica parecendo que tudo o que vale 
na produção da literatura brasileira ou canta pela pauta modernista, ou pode 
tirar suas esperanças do sol – porque não entrará na escola, no vestibular, 
na compra de livros para a biblioteca. Traduzindo em miúdos: levando a sério 
a absoluta dominância modernista, só tem valor a literatura arrojada, de 
vanguarda, experimental em forma e em tema, que revire ou pareça revirar a 
identidade nacional eternamente pelo avesso e contradite tudo o que for ou 
parecer conservador. Se um autor escrever romance de feição tradicional, se 
compuser teatro não-agressivo, se sua poesia dialogar com a tradição 
clássica, se seu conto não fizer careta para a platéia, esquece. 
Escritores que não rezam pela cartilha modernista e, ainda por cima, 
freqüentam tema local, fora de São Paulo e do Rio de Janeiro, padecem do 
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estranho problema de escreverem e serem lidos, mas não recebem validação 
por parte de críticos e professores. De onde nasceu isso? 
 […] 
Um país deste tamanho tem uma riqueza imensa justamente em sua 
variedade musical, lingüística e literária também. Por isso é que precisamos 
passar em revista a supercentralidade do Modernismo paulista na descrição 
de nossa história cultural e, particularmente, na validação crítica da literatura 
– a favor de todas as vozes disponíveis, que não são ouvidas apenas porque 
nosso ouvido não aprendeu. Mas bem que pode. 
(Augusto L. Fischer. Revista Superinteressante, março/2002) 
 
Há evidente equívoco quanto ao valor significativo atribuído ao sufixo do 
vocábulo em: 
a) supercentralidade (posição) 
b) modernismo (doutrina) 
c) validação (ato ou efeito de ato) 
d) vagamente (modo) 
e) modernista (adepto) 
 
Questão 09) 
 
Olhava mais era para Mãe. Drelina era bonita, a Chica, Tomezinho. Sorriu 
para Tio Terêz: - “Tio Terêz, o senhor parece com Pai...” Todos choravam. O 
doutor limpou a goela, disse: - “Não sei, quando eu tiro esses óculos, tão 
fortes, até meus olhos se enchem d’água...” Miguilim entregou a ele os óculos 
outra vez. Um soluçozinho veio. Dito e a Cuca Pingo-de-Ouro. E o Pai. 
Sempre alegre, Miguilim... Sempre alegre, Miguilim... Nem sabia o que era 
alegria e tristeza. Mãe o beijava. A Rosa punha-lhe doces-de-leite nas 
algibeiras, para a viagem. Papaco-o-Paco falava, alto, falava. 
 
Do ponto de vista do estilo e da relação deste com o sentido, esse trecho 
caracteriza-se: 
a) pela sucessão de frases curtas e entrecortadas, que mimetizam o ritmo 
da emoção implicada na cena. 
b) pela conjunção de narrador em primeira pessoa e em terceira pessoa, 
interligando solidamente emissor e receptor. 
c) pelo recurso intensivo às figuras de linguagem, com predomínio das 
metáforas sobre as metonímias - o que potencia o teor simbólico do texto. 
d) pelo predomínio da função emotiva sobre as funções poética e conativa, 
o que gera a força encantatória própria do texto. 
e) pela dominância da adjetivação afetiva, que traz à tona e potencia a 
emoção própria da cena. 
 
Questão 10) 
 
Na posição em que se encontram, as palavras assinaladas nas frases abaixo 
geram ambigüidade, EXCETO em: 
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a) Pagar o FGTS já custa R$13,3 bi, diz o consultor. 
b) Pais rejeitam menos crianças de proveta. 
c) Consigo me divertir também aprendendo coisas antigas. 
d) É um equívoco imaginar que a universidade do futuro será aquela que 
melhor lidar com as máquinas. 
e) Não se eliminará o crime com burocratas querendo satisfazer o apetite 
por sangue do público. 
 
Questão 11) 
Outro dia, falando na vida do caboclo nordestino, eu disse aqui que ele não 
era infeliz. Ou não se sente infeliz, o que dá no mesmo. Mas é preciso 
compreender quanto varia o conceito de felicidade entre o homem urbano e 
essa nossa variedade de brasileiro rural. Para o homem da cidade, ser feliz 
se traduz em “ter coisas”: ter apartamento, rádio, geladeira, televisão, 
bicicleta, automóvel. Quanto mais engenhocas mecânicas possuir, mais feliz 
se presume. Para isso se escraviza, trabalha dia e noite e se gaba de bem 
sucedido. O homem daqui, seu conceito de felicidade é muito mais subjetivo: 
ser feliz não é ter coisas; ser feliz é ser livre, não precisar de trabalhar. E, 
mormente, não trabalhar obrigado. Trabalhar à vontade do corpo, quando há 
necessidade inadiável. Tipicamente, os três dias de jornal por semana que o 
morador deve a fazenda, segundo o costume, são chamados “a sujeição”. O 
melhor patrão do mundo não é o que paga mais, é o que não exige sujeição. 
E a situação de meeiro é considerada ideal, não porque permita um maior 
desafogo econômico – o que nem sempre acontece – mas sim porque meeiro 
não é sujeito. 
(Rached de Queiroz. Cem crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: J. Olympio 
Editora, 1989. p. 216) 
 
Quanto mais engenhocas mecânicas possuir, mais feliz se presume. 
Na frase acima há uma relação de: 
a) condição 
b) proporcionalidade 
c) temporalidade 
d) causalidade 
e) finalidade 
Questão 12) 
Texto 
 
Quando estou, quando estou apaixonado 
tão fora de mim eu vivo 
que nem sei se vivo ou morto 
quando estou apaixonado. 
 
Não pode a fera comigo 
quando estou, quando estou apaixonado, 
mas me derrota a formiga 
se é que estou apaixonado. 
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Estarei, quem, e entende, apaixonado 
neste arco de danação? 
Ou é a morta paixão 
que em deixa, que me deixa neste estado? 
 (Carlos Drummond de Andrade) 
 
Assinale a opção em que se encontra exemplo de elipse. 
a) “tão fora de mim eu vivo” (v. 2) 
b) “que nem sei se vivo ou morto” (v. 3) 
c) “Não pode a fera comigo” (v. 5) 
d) “mas me derrota a formiga” (v. 7) 
e) “Ou é a morta paixão” (v. 11) 
 
Questão 13) 
AMOR DE PERDIÇÃO 
 
E Simão Botelha fugindo à claridade da luz e ao voejar das aves, 
meditando, chorava e escrevia assim as suas meditações: 
 “O pão do trabalho de cada dia, e o teu seio para repousar uma hora a 
face, pura de manchas: não pedi mais ao céu. 
Ache-me homem aos dezesseis anos. Vi a virtude à luz do teu amor. 
Cuidei que era santa a paixão que absorvia todas as outras, ou as depurava 
com o seu fogo sagrado. 
Nunca os meus pensamentos foram denegridos por um desejo que eu 
não possa confessar alto diante de todo o mundo. Dize tu, Teresa, se os 
meus lábios profanaram a pureza de teus ouvidos. Pergunta a Deus quando 
quis eu fazer do meu amoro teu opróbrio. 
Nunca, Teresa! Nunca, ó mundo que me condenas! 
Se teu pai quisesse que eu me arrastasse a seus pés para te merecer, 
beijar-lhos-ia. Se tu me mandasse morrer para te não privar de ser feliz com 
outro homem, morreria, Teresa!” 
in: CASTELO BRANCO, Camilo. Amor de Perdição –A Brasileira de 
Prazins. São Paulo:Difusão Européia do Livro, 1971, p. 151. 
 
OS MAIAS 
 
Mas Carlos vinha de lá enervado, amolecido, sentido, já na alma os 
primeiros bocejos da sociedade. Havia três semanas apenas que aqueles 
braços perfumados de verbena se tinham atirado ao seu pescoço – e agora, 
pelo passeio de São Pedro de Alcântara, sob o ligeiro chuvisco que batia as 
folhagens da alameda, ele ia pensando como se poderia desembaraçar da 
sua tenacidade, do seu ardor, do seu peso… É que a condessa ia-se 
tornando absurda com aquela determinação ansiosa e audaz de invadir toda 
a sua vida, tomar nela o lugar mais largo e mais profundo – como se o 
primeiro beijo trocado tivesse unido não só os lábios de ambos um momento, 
mas os seus destinos também e para os olhos afogados numa ternura 
suplicante: Se tu quisesses! que felizes que seríamos! que vida adorável! 
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ambos sós!… E isto era claro – a condessa concebera a idéia extravagante 
de fugir com ele, ir viver num sonho eterno de amor lírico, nalgum canto do 
mundo, o mais longe possível da Rua de São João Marçal! Se tu quisesses! 
Não, com mil demônios, não queria fugir com a sra. condessa de 
Gouvarinho!… 
in: QUEIRÓS, Eça de. Obras. Porto:Lello & Irmão – Editores, [s.d.], v. II, p. 210. 
 
Em Amor de Perdição, quando Simão Botelho afirma “Dize tu, Teresa, se 
os meus lábios profanaram a pureza de teus ouvidos.”, a palavra “lábios”, 
que significa uma parte do seu corpo, é empregada para designar o próprio 
Simão. Este recurso é denominado sinédoque. Baseado nesta informação, 
releia o segundo período do fragmento de Os Maias e responda: 
a) Encontre no mencionado período um exemplo de sinédoque e explique-
o. 
b) Identifique, comprovando com elementos do próprio período, o 
sentimento que Carlos revela em relação à condessa de Gouvarinho. 
 
Questão 14) 
Texto I 
 
Quem somos nós, quem é cada um de nós senão uma combinatória de 
experiências, de informações, de leituras, de imaginações? Cada vida é uma 
enciclopédia, uma biblioteca, um inventário de objetos, uma amostragem de 
estilos, onde tudo pode ser continuamente remexido e reordenado de todas 
as maneiras possíveis. 
Ítalo Calvino 
 
Texto II 
 
Não há a possibilidade de existir um homem livre de todas as coerções 
sociais. Isso não ocorre nem mesmo no interior do ser humano. Sabemos 
que as normas sociais impõem até que desejos são admissíveis e que 
desejos são inadmissíveis. 
José Luiz Fiorin 
 
Texto III 
 
O inferno são os outros. 
Jean Paul Sartre 
 
Sobre o texto I é correto afirmar: 
a) o segundo período estabelece com o primeiro uma relação de finalidade. 
b) o segmento destacado equivale a: “cada um de nós é apenas uma 
combinatória”. 
c) o emprego do pronome nós indica distanciamento do falante em relação 
ao enunciado. 
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d) os complementos de combinatória constituem aspectos que contrariam 
o sentido abrangente de enciclopédia. 
e) a interrogação introduz dúvida para a qual o falante não propõe resposta. 
 
Questão 15) 
É verdade que podemos votar, é verdade que podemos, como cidadãos 
eleitores e normalmente por via partidária, escolher os nossos 
representantes no parlamento. Mas é igualmente verdade que a 
possibilidade de ação democrática começa e acaba aí. O eleitor poderá tirar 
do poder um governo que não lhe agrade e pôr outro no seu lugar, mas o 
seu voto não teve, não tem, nem nunca terá qualquer efeito visível sobre a 
única e real força que governa o mundo, e portanto o seu país e a sua 
pessoa: refiro-me, obviamente, ao poder econômico, em particular à parte 
dele, sempre em aumento, gerida pelas empresas multinacionais de acordo 
com estratégias de domínio que nada têm que ver com aquele bem comum 
a que, por definição, a democracia aspira. 
Todos sabemos que é assim, e contudo, por uma espécie de automatismo 
verbal e mental que não nos deixa ver a nudez crua dos fatos, continuamos 
a falar de democracia como se se tratasse de algo vivo e atuante, quando 
dela pouco mais nos resta que um conjunto de formas ritualizadas, os 
inócuos passes e os gestos de uma espécie de missa laica. 
José Saramago 
 
Assinale a alternativa que identifica corretamente o termo a que se refere a 
palavra destacada. 
a) acaba aí (linha 2)  a possibilidade de escolha do representante 
b) não lhe agrade (linha 3)  o governo 
c) pôr outro no seu lugar (linha 3)  o eleitor 
d) aquele bem comum (linha 5)  o poder econômico 
e) quando dela pouco mais nos resta (linha 8)  a nudez crua dos fatos 
Questão 16) 
Mote 
 
Perdigão perdeu a pena, 
Não há mal que lhe não venha. 
 
Volta 
 
Perdigão que o pensamento 
Subiu a um alto lugar, 
Perde a pena do voar, 
Ganha a pena do tormento. 
Não tem no ar nem no vento 
Asas com que se sustenha: 
Não há mal que lhe não venha. 
Camões 
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Considerando o sentido conotativo do texto, é correto afirmar que: 
a) Camões defende os ideais mercantilistas do século XVI, exaltando o 
poder ilimitado dos portugueses, aqui representado pela metáfora da ave 
que Subiu a um alto lugar. 
b) Camões, ao contrário do que fez em Os lusíadas, enaltece a busca de 
fama e glória, prevendo um futuro glorioso para a pátria, o que se 
comprova pelo sentido do último verso. 
c) o poeta relativiza o valor da ambição desmesurada, representada pelo 
ato do Perdigão, e confirma, assim, o ponto de vista crítico expresso na 
obra épica Os lusíadas. 
d) a visão de mundo renascentista tem como base ideológica os princípios 
religiosos que condenam a busca de prazeres mundanos, por isso a ave 
Ganha a pena do tormento. 
e) Camões endossa o ideal da propagação da fé católica e do 
expansionismo português, representados, no poema, pelo vôo heróico 
do Perdigão. 
 
Questão 17) 
Portal do Assinante Estadão. Aqui não há visitantes, só gente de casa. 
 
O Portal do Assinante Estadão é um lugar dedicado especialmente a você, 
24 horas por dia, feito para as pessoas se sentirem em casa. Veja alguns 
privilégios: entrega em dois endereços, transferência temporária, interrupção 
de entrega, promoções exclusivas do Clube do Assinante, informações sobre 
o jornal. Entre sem bater, fique à vontade e acesse. Afinal, a casa é sua. 
 
No texto, 
a) a expressão gente de casa poderia ser substituída, sem prejuízo do 
sentido original, pela expressão “donos da casa”. 
b) Afinal pode ser substituído, sem que haja alteração do sentido original, 
por “finalmente”. 
c) expressões utilizadas comumente para visitantes bem-vindos são 
empregadas para transmitir os conteúdos de “aproximação”, 
“familiaridade”. 
d) Afinal pode ser substituído, sem que haja alteração do sentido original, 
por “portanto”. 
e) em feito para as pessoas se sentirem em casa, o termo as pessoas tem 
como referência visitantes e assinantes, que, por sua vez, têm sentidos 
opostos. 
 
Questão 18) 
Pela manhã Madalena trabalhava no escritório, mas à tarde saía a 
passear, percorria as casas dos moradores. Garotos empalamados e 
beiçudos agarravam-se à saia dela. 
Foi à escola, criticou o método de ensino do Padilha e entrou a amolar-
me reclamando um globo, mapas, outros arreios que não menciono porque 
não quero tomar o incômodo de examinar ali o arquivo.Um dia, 
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distraidamente, ordenei a encomenda. Quando a fatura chegou, tremi. Um 
buraco: seis contos de réis. Calculem. Contive-me porquetinha feito tenção 
de evitar dissidências com minha mulher e porque imaginei mostrar aquelas 
complicações ao governador quando ele aparecesse aqui. Em todo o caso 
era despesa supérflua. 
Graciliano Ramos, São Bernardo 
 
Pela manhã Madalena trabalhava no escritório, mas à tarde saía a passear 
… 
 
Uma nova redação para a frase acima, que comece com “À tarde Madalena 
saía a passear, ” e não prejudique nem o sentido original nem a correção, 
deverá ter a seguinte continuidade: 
a) se bem que pela manhã tinha trabalhado no escritório. 
b) porém pela manhã trabalhou no escritório. 
c) todavia pela manhã iria trabalhar no escritório. 
d) embora pela manhã trabalhasse no escritório. 
e) quando pela manhã costumava trabalhar no escritório. 
 
Questão 19) 
O major era pecador antigo, e no seu tempo fora daqueles de que se diz 
que não deram o seu quinhão ao vigário: restava-lhe ainda hoje alguma 
cousa que às vezes lhe recordava o passado: essa alguma cousa era a 
Maria-Regalada que morava na prainha. Maria-Regalada fora no seu tempo 
uma mocetona de truz, como vulgarmente se diz: era de um gênio 
sobremaneira folgazão, vivia em contínua alegria, ria-se de tudo, e de cada 
vez que se ria fazia-o por muito tempo e com muito gosto; daí é que vinha o 
apelido – regalada – que haviam ajuntado a seu nome. 
Isto de apelidos, era no tempo destas histórias uma cousa muito comum; 
não estranhem pois os leitores que muitas das personagens que aqui figuram 
tenham esse apêndice ao seu nome. 
Obs.: de truz – de primeira ordem, magnífica 
Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias 
 
A frase que, no contexto, pode ser corretamente entendida como uma 
conseqüência é: 
a) (linha 02) essa alguma cousa era a Maria-Regalada. 
b) (linha 02 e 03) Maria-Regalada fora no seu tempo uma mocetona de truz. 
c) (linha 03) era de um gênio sobremaneira folgazão. 
d) (linha 04) fazia-o por muito tempo e com muito gosto. 
e) (linha 06) não estranhem pois os leitores. 
 
Questão 20) 
 
Compare o provérbio "Por fora bela viola, por dentro pão bolorento" com a 
seguinte mensagem publicitária de um empreendimento imobiliário: 
 
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Por fora as mais belas árvores. Por dentro a melhor planta. 
 
a) Os recursos sonoros utilizados no provérbio mantêm-se na mensagem 
publicitária? Justifique sua resposta. 
b) Aponte o jogo de palavras que ocorre no texto publicitário, mas não no 
provérbio. 
 
Questão 21) 
AS POMBAS 
 
Vai-se a primeira pomba despertada... 
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas 
De pombas vão-se dos pombais, apenas 
Raia sangüínea e fresca a madrugada 
 
E à tarde, quando a rígida nortada 
Sopra, aos pombais, de novo, elas, serenas 
Ruflando as asas, sacudindo as penas, 
Voltam todas em bando e em revoada... 
 
Também dos corações onde abotoam, 
Os sonhos, um por um, céleres voam 
Como voam as pombas dos pombais; 
 
No azul da adolescência as asas soltam, 
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam 
E eles aos corações não voltam mais... 
 (Raimundo Correia) 
 
Pobre é a rima que se processa entre palavras da mesma classe gramatical, 
tal qual esta: 
a) despertada / madrugada 
b) dezenas / apenas 
c) nortada / revoada 
d) serenas / penas 
e) pombais / mais 
 
Questão 22) 
 
Observe as frases que seguem: 
 
1. Ela também sofrera muito com a morte do pai. 
2. Os suspeitos do crime eram três, aliás, quatro. 
3. Era eu mesmo que queria deixar o cargo que ocupava. 
4. Assistiram ao espetáculo cerca de 50 mil espectadores. 
 
Os termos assinalados em negrito denotam, respectivamente: 
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a) inclusão, retificação, reforço, avaliação; 
b) reforço, inclusão, avaliação, retificação; 
c) inclusão, avaliação, retificação, reforço; 
d) avaliação, reforço, retificação, inclusão; 
e) retificação, avaliação, inclusão, reforço. 
 
Questão 23) 
Leia os quadrinhos. 
 
 
(www.gilmaronline.zip.net. Adaptado.) 
 
O elemento-surpresa da história é explorado por meio de 
a) sequência de verbos no futuro do presente, formando uma gradação. 
b) ambiguidades, decorrentes do emprego de pronomes demonstrativos. 
c) frases cujos sujeitos não podem ser recuperados pelo contexto. 
d) elipses dos complementos verbais e emprego de termos de sentido 
vago. 
e) reiteração de palavras de sentido negativo, para reforçar a recusa do 
pedido. 
 
Questão 24) 
O parágrafo reproduzido abaixo introduz a crônica intitulada Tragédia 
concretista, de Luís Martins. 
 
1O poeta concretista acordou inspirado. Sonhara a noite toda com a 
namorada. E pensou: lábio, lábia. O 2lábio em que pensou era o da 
namorada, a lábia era a própria. Em todo o caso, na pior das hipóteses, já 
tinha 3um bom começo de poema. Todavia, cada vez mais obcecado pela 
lembrança daqueles lábios, achou que 4podia aproveitar a sua lábia e, 
provisoriamente desinteressado da poesia pura, resolveu telefonar à criatura 
5amada, na esperança de maiores intimidades e vantagens. Até os poetas 
concretistas podem ser homens 6práticos. 
(Luís Martins, Tragédia concretista, em As cem melhores 
crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007, p. 132.) 
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a) Compare lábio e lábia quanto à forma e ao significado. Considerando a 
especificidade do poeta, justifique a ocorrência dessas duas palavras 
dentro da crônica. 
b) Explique por que a palavra todavia (ref. 3) é usada para introduzir um 
dos enunciados da crônica. 
 
Questão 25) 
 
(www.uol.com.br, acesso em 30/08/2011) 
 
A alternativa que corrige a falha de paralelismo gramatical existente na 
manchete, mantendo o mesmo sentido, é: 
 
a) Presidente do UFC prevê abertura de escritório no Brasil e fazer evento 
na Rocinha. 
b) Presidente do UFC prevê que escritório seja aberto no Brasil e evento 
na Rocinha. 
c) Presidente do UFC prevê que abertura de escritório no Brasil crie evento 
na Rocinha. 
d) Presidente do UFC prevê abrir escritório no Brasil e realizar evento na 
Rocinha. 
e) Presidente do UFC prevê escritório no Brasil ou evento na Rocinha. 
 
Questão 26) 
Leia o fragmento a seguir. 
 
 “Quando saí do tribunal, vim pensando na frase do Lopes, e pareceu-me 
entendê-la. ‘Suje-se gordo!’ era como se dissesse que o condenado era mais 
que ladrão, era um ladrão reles, um ladrão de nada.” 
ASSIS, Machado. Relíquias de Casa Velha. 
 
Em “...vim pensando...”, quanto ao aspecto verbal, a expressão é uma 
perífrase 
 
a) incoativa. 
b) durativa. 
c) pontual. 
d) descontínua. 
e) conclusiva. 
 
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Questão 27) 
Considerando os pares de frases a seguir, avalie em que casos a informação 
em (a) permite afirmar (b). 
 
1. a) Em 01 de setembro de 2012, a cidade de São Paulo registrou a tarde 
mais quente do inverno. 
b) A tarde de 01 de setembro foi a mais quente do ano na cidade de São 
Paulo. 
2. a) A música dita “sertanejo universitário” visa às classes A e B, enquanto 
as demais variedades sertanejas visam às camadas mais populares. 
b) A música conhecida como “sertanejo universitário”, ao contrário das 
demais variedades sertanejas, não visa às camadas populares. 
3. a) Apesar de trabalharem juntos, a relação entre o técnico e o goleiro foi 
pautada por uma desconfiança recíproca. 
b) Tanto o técnico quanto o goleiro tinham restrições mútuas. 
 
Atende(m) à condição acima estabelecida o(s) item(ns): 
 
a) 1 apenas. 
b) 2 apenas. 
c) 3 apenas. 
d) 1 e 3 apenas. 
e) 2 e 3 apenas. 
 
Questão 28) 
Aquela olhadinha despretensiosa no Facebook pode consumir horas de 
trabalho. Segundo uma pesquisa divulgada recentemente, 62% das pessoas 
admitem que navegar na internet faz com que elas procrastinem (...). 
Na pesquisa, 71%dos entrevistados disseram deixar tudo para a última hora. 
"Eles reclamam de falta de tempo, mas perdem tempo em redes sociais", diz 
Barbosa. 
A internet não é a única culpada, mas é como se ela juntasse a fome com a 
vontade de comer: a preguiça com a oferta de algo divertido que exige pouco 
esforço. "Procrastinação sempre existiu, mas antigamente não tinha Skype 
e Facebook. Hoje a luta é mais severa, há mais coisas para nos sabotar", 
afirma Barbosa. 
(http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1124603-internet-e-a- 
maior-causa-de-procrastinacao-diz-estudo.shtml) 
 
O termo “procrastinem”, empregado no primeiro parágrafo, tem significado 
novamente explorado no texto em 
 
a) “navegar na internet”. 
b) “deixar tudo para a última hora”. 
c) “juntasse a fome com a vontade de comer”. 
d) “a luta é mais severa”. 
e) “coisas para nos sabotar”. 
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Questão 29) 
Observe com atenção a comunicação entre os dois falantes na tirinha 
abaixo. 
 
DAVIS, Jim. Garfield em grande forma. Porto Alegre: L&PM, 2011. 
 
Na tirinha, o efeito de humor é gerado pela não convergência semântica 
conferida ao significante ele pelos dois falantes, uma vez que 
a) o segundo interlocutor não estava atento à situação comunicativa, o que 
gerou a falha na comunicação. 
b) ele, por ser uma palavra polissêmica, sempre necessitará do sujeito 
explicitado no texto. 
c) há no texto uma indeterminação do sujeito, o que gera ambiguidade. 
d) se trata de uma palavra homônima, gerando ambiguidade sintática. 
e) em 3ª pessoa, o vocábulo ele, no contexto dessa frase, provoca 
ambiguidade. 
Questão 30) 
ASA BRANCA 
(Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira) 
 
Quando "oiei" a terra ardendo 
Qual a fogueira de São João 
Eu perguntei a Deus do céu, ai 
Por que tamanha judiação 
 
Que braseiro, que fornaia 
Nem um pé de "prantação" 
Por farta d'água perdi meu gado 
Morreu de sede meu alazão 
 
Por farta d'água perdi meu gado 
Morreu de sede meu alazão 
 
Inté mesmo a asa branca 
Bateu asas do sertão 
"Intonce" eu disse, adeus Rosinha 
Guarda contigo meu coração 
"Intonce" eu disse, adeus Rosinha 
Guarda contigo meu coração 
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Hoje longe, muitas légua 
Numa triste solidão 
Espero a chuva cair de novo 
Pra mim vortar pro meu sertão 
 
Espero a chuva cair de novo 
Pra mim vortar pro meu sertão 
 
Quando o verde dos teus "óio" 
Se "espaiar" na prantação 
Eu te asseguro não chore não, viu 
Que eu vortarei, viu 
Meu coração 
 
Eu te asseguro não chore não, viu 
Que eu vortarei, viu 
Meu coração. 
(Disponível em: < http://letras.mus.br/luiz-gonzaga/47081/ > Acesso em: 
08/11/2012. 
 
Assim como “prantação”, no 2º verso e 3ª estrofe da canção de Luiz 
Gonzaga, outras palavras da língua portuguesa, como, por exemplo, 
“ingrês”, “pubricar”, “pranta” “frauta”, “frecha”, são pronunciadas por falantes 
que não tiveram acesso à norma culta dentro de uma variação linguística 
considerada não padrão. 
Todavia, na história da formação da língua portuguesa já foram consideradas 
como pronúncias corretas. 
Assinale a opção que nomeia esse fenômeno fonético que contribuiu para a 
formação da própria língua portuguesa. 
 
a) Dislexia 
b) Rotacismo 
c) Vícios de linguagem 
d) Provincianismo 
e) Palatalização 
 
Questão 31) 
Na última década, os sites de comércio eletrônico têm alterado preços com 
base em seus hábitos na Web e atributos pessoais. Qual é a sua situação 
geográfica e seu histórico de compras? Como você chegou ao site de 
comércio eletrônico? Em que momentos do dia você o visita? Toda uma 
literatura emergiu sobre ética, legalidade e promessas econômicas de 
otimização de preços. E o campo está avançando rapidamente: em setembro 
passado, o Google recebeu a patente de uma tecnologia que permite que 
uma companhia precifique de forma dinâmica o conteúdo eletrônico. Pode, 
por exemplo, subir o preço de um livro eletrônico se determinar que você tem 
mais chances de comprar aquele item em particular do que um usuário 
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médio; ao contrário, pode ajustar o preço para baixo como um incentivo se 
julgar que é menos provável que você o compre. E você não saberá que está 
pagando mais do que outros exatamente pelo mesmo produto. 
(Michael Fertik, Um conto de duas internets. Scientific American Brasil, 
São Paulo, março 2013, p. 18.) 
 
a) Considerando as informações presentes no trecho, explique o sentido de 
“precificar”. 
b) Substitua os dois conectivos “se” sublinhados, fazendo as adaptações 
gramaticais necessárias e mantendo o nível de formalidade do período. 
 
Questão 32) 
O CAVALO QUE BEBIA CERVEJA 
 
 “[...] Seo Priscílio apareceu, falou com seo Giovânio: se que estórias 
seriam aquelas, de um cavalo beber cerveja? Apurava com ele, apertava. 
Seo Giovânio permanecia muito cansado, sacudia devagar a cabeça, 
fungando o escorrido do nariz, até o toco do charuto; mas não fez mau rosto 
ao outro. Passou muito a mão na testa: - “Lei, quer ver?” Saiu, para surgir 
com um cesto com as garrafas cheias, e uma gamela, nela despejou tudo, 
às espumas. Me mandou buscar o cavalo: o alazão canela-clara, bela face. 
O qual – era de se dar a fé? – Já avançou, avispado, de atreitas orelhas, 
arredondando as ventas, se lambendo: e grosso bebeu o rumor daquilo, 
gostado, até o fundo; a gente vendo que ele já era manhudo, cevado naquilo! 
Quando era que tinha sido ensinado, possível? Pois, o cavalo ainda queria 
mais e mais cerveja. Seo Priscílio se vexava, no que agradeceu e se foi. Meu 
patrão assoviou de esguicho, olhou para mim: - “Irivalíni, que estes tempos 
vão cambiando mal. Não laxa as armas!” Aproveitei. Sorri de que ele tivesse 
as todas manhas e patranhas. Mesmo assim, meio me desgostava”. 
 
(ROSA, João Guimarães. O cavalo que bebia cerveja”. In:______. 
Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. p. 145). 
 
 Guimarães Rosa, na sua obra, revela a necessidade de revitalizar o 
homem, por meio de uma estrutura linguística autêntica, promovendo, 
sobretudo, uma revolução instrumental: a revolução estilística. Esse é um 
ponto de vista apontado pelos críticos Afrânio Coutinho e Eduardo Coutinho, 
no livro A Literatura no Brasil, volume 4, publicado pela editora de São Paulo 
em 2004. Nessa perspectiva, marque a alternativa que identifica, nos dois 
trechos, essa revolução estilística, pela desconstrução da linguagem no 
conto “O cavalo que bebia cerveja”: 
 
a) Seo Giovânio permanecia muito cansado, sacudia devagar a cabeça / 
Saiu, para surgir com um cesto com as garrafas cheias. 
b) Saiu, para surgir com um cesto com as garrafas cheias / Me mandou 
buscar o cavalo. 
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c) A gente vendo que ele já era manhudo, cevado naquilo! / Seo Giovânio 
permanecia muito cansado, sacudia devagar a cabeça. 
d) Seo Giovânio permanecia muito cansado, sacudia devagar a cabeça / 
Pois, o cavalo ainda queria mais e mais cerveja. 
e) Me mandou buscar o cavalo / A gente vendo que ele já era manhudo, 
cevado naquilo! 
 
Questão 33) 
O fragmento a seguir refere-se ao personagem Joaquim dos Anjos, do livro 
Clara dos Anjos, de Lima Barreto. 
 
O seu saber musical era fraco; adivinhava mais do que empregava noções 
teóricas que tivesse estudado. Aprendeu a "artinha" musical na terra do seu 
nascimento, nos arredores de Diamantina, em cujas festas de igreja a sua 
flauta brilhara, e era tido por muitos como o primeiro flautista do lugar. 
Embora gozando desta fama animadora, nunca quis ampliar os seus 
conhecimentos musicais. Ficara na "artinha" de Francisco Manuel, que sabia 
de cor; mas não saíra dela, para ir além. (BARRETO, Lima. Clara dos Anjos, 
ano, p. 60.) 
 
Após a leitura, assinale a alternativaINCORRETA. 
 
a) O uso do diminutivo “artinha” expressa entonação preconceituosa do 
narrador em relação ao instrumento da flauta e das músicas executadas 
pelo personagem. 
b) O uso do diminutivo “artinha” revela o caráter popular da música 
praticada pelo personagem, sem intenção de degradá-la. 
c) O uso do diminutivo “artinha”, grafado entre aspas, explicita a 
consciência linguística do narrador, que opta pelo registro popular para 
dar mais autenticidade a seu relato. 
d) O uso do diminutivo “artinha” revela concomitantemente entonações 
irônicas e afetivas na expressão narrativa de Lima Barreto. 
 
Questão 34) 
 
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas 
mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, 
em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-
alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.” 
 
Carlos Drummond de Andrade 
 
Sobre as relações semânticas estabelecidas entre alguns segmentos do 
texto, analise as assertivas abaixo. 
 
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I. Em “Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas 
mimosas e muito prendadas”, a conjunção “e” apresenta a causa e a 
consequência de um fenômeno. 
II. Embora o conectivo “mas” funcione, na maioria das vezes, para 
adicionar uma relação de oposição, nesse caso, traduz em “mas ficavam 
longos meses debaixo do balaio.”, – esse conectivo pode ser substituído 
por “uma vez que”. 
III. O trecho “Os janotas, mesmo sendo rapagões” traduz uma referência de 
concessão. 
 
É correto o que se afirma em 
 
a) I, II e III. 
b) II e III, apenas. 
c) II, apenas. 
d) III, apenas. 
e) I, apenas. 
 
Questão 35) 
Leia os textos a seguir. 
 
E nunca realizei nada na vida. 
Sempre a inferioridade me tolheu. 
E foi assim, sem luta, que acomodei 
na mediocridade de meu destino. 
CORALINA, Cora. Poemas dos becos de Goiás e histórias mais. 
Goiânia: UFG, 1980. p. 157. 
 
Não te deixes destruir... 
Ajuntando novas pedras 
e construindo novos poemas. 
Recria tua vida, sempre, sempre, sempre. 
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça. 
Faz de tua vida mesquinha 
um poema. 
CORALINA, Cora. Vintém de cobre 
: meias confissões de Aninha Goiânia: UFG, 1985. p. 139. 
 
A poética de Cora Coralina é acentuadamente autobiográfica. Nestes dois 
fragmentos, ao falar de certos contornos de sua própria vida, a escritora 
apresenta a si mesma de forma contraditória, ora marcada por resignação 
(primeiro poema), ora marcada pelo desafio (segundo poema). 
 
Essa contradição pode ser identificada a partir dos seguintes recursos 
linguísticos: 
 
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a) presença de períodos simples (primeiro poema) e de períodos 
compostos por subordinação (segundo poema). 
b) uso da 1ª pessoa do singular do pretérito perfeito (primeiro poema) e da 
2ª pessoa do singular do imperativo (segundo poema). 
c) predominância de frases afirmativas (primeiro poema) e de frases 
negativas (segundo poema). 
d) emprego de advérbios de negação (primeiro poema) e de advérbios de 
tempo (segundo poema). 
 
Questão 36) 
Labaredas nas trevas 
Fragmentos do diário secreto de 
Teodor Konrad Nalecz Korzeniowski 
 
20 DE JULHO [1912] 
 
Peter Sumerville pede-me que escreva um artigo sobre Crane. Envio-lhe 
uma carta: “Acredite-me, prezado senhor, nenhum jornal ou revista se 
interessaria por qualquer coisa que eu, ou outra pessoa, escrevesse sobre 
Stephen Crane. Ririam da sugestão. […] Dificilmente encontro alguém, 
agora, que saiba que é Stephen Crane ou lembre-se de algo dele. Para os 
jovens escritores que estão surgindo ele simplesmente não existe.” 
 
20 DE DEZEMBRO [1919] 
 
Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal. Sou reconhecido como o 
maior escritor vivo da língua inglesa. Já se passaram dezenove anos desde 
que Crane morreu, mas eu não o esqueço. E parece que outros também não. 
The London Mercury resolveu celebrar os vinte e cinco anos de publicação 
de um livro que, segundo eles, foi “um fenômeno hoje esquecido” e me 
pediram um artigo. 
FONSECA, R. Romance negro e outras histórias. 
São Paulo: Companhia das Letras, 1992 (fragmento). 
 
Na construção de textos literários, os autores recorrem com frequência a 
expressões metafóricas. Ao empregar o enunciado metafórico “Muito peixe 
foi embrulhado pelas folhas de jornal”, pretendeu-se estabelecer, entre os 
dois fragmentos do texto em questão, uma relação semântica de 
 
a) causalidade, segundo a qual se relacionam as partes de um texto, em 
que uma contém a causa e a outra, a consequência 
b) temporalidade, segundo a qual se articulam as partes de um texto, 
situando no tempo o que é relatado nas partes em questão. 
c) condicionalidade, segundo a qual se combinam duas partes de um texto, 
em que uma resulta ou depende de circunstâncias apresentadas na 
outra. 
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d) adversidade, segundo a qual se articulam duas partes de um texto em 
que uma apresenta uma orientação argumentativa distinta e oposta à 
outra. 
e) finalidade, segundo a qual se articulam duas partes de um texto em que 
uma apresenta o meio, por exemplo, para uma ação e a outra, o 
desfecho da mesma. 
 
Questão 37) 
Tarefa 
Morder o fruto amargo e não cuspir 
Mas avisar aos outros quanto é amargo 
Cumprir o trato injusto e não falhar 
Mas avisar aos outros quanto é injusto 
Sofrer o esquema falso e não ceder 
Mas avisar aos outros quanto é falso 
Dizer também que são coisas mutáveis... 
E quando em muitos a não pulsar 
— do amargo e injusto e falso por mudar — 
então confiar à gente exausta o plano 
de um mundo novo e muito mais humano. 
CAMPOS, G. Tarefa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981. 
 
Na organização do poema, os empregos da conjunção “mas” articulam, para 
além de sua função sintática, 
 
a) a ligação entre verbos semanticamente semelhantes. 
b) a oposição entre ações aparentemente inconciliáveis. 
c) a introdução do argumento mais forte de uma sequência. 
d) o reforço da causa apresentada no enunciado introdutório. 
e) a intensidade dos problemas sociais presentes no mundo. 
 
Questão 38) 
DIGA NÃO AO NÃO 
 
Quem disse que alguma coisa é impossível? 
Olhe ao redor. O mundo está cheio de coisas que, segundo os pessimistas, 
nunca teriam acontecido. 
“Impossível.” 
“Impraticável.” 
“Não”. 
E ainda assim, sim 
Sim, Santos Dumont foi o primeiro homem a decolar a bordo de um avião, 
impulsionado por um motor aeronáutico. 
Sim, Visconde de Mauá, um dos maiores empreendedores do Brasil, 
inaugurou a primeira rodovia pavimentada do país. 
Sim, a SXY Brasil também inovou no país. 
Abasteceu o primeiro voo comercial brasileiro. 
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Foi a primeira empresa privada a produzir petróleo na Bacia de Campos. 
Desenvolveu um óleo combustível mais limpo, o OC Plus. 
O que é necessário para transformar o não em sim? 
Curiosidade. Mente aberta. Vontade de arriscar. 
E quando o problema parece insolúvel, quando o desafio é muito duro, dizer: 
vamos lá. 
 
Soluções de energia para um mundo real. 
Jornal da ABI, Órgão Oficial da Associação 
Brasileira de Imprensa, n.º 336, dezembro de 
2008, p. 4. (adaptado). 
 
O autor do texto utiliza, como recurso evidente para a progressão temática, 
 
a) as relações de tempo estabelecidas entre as informações apresentadas. 
b) a apresentação de diversos efeitos dos fatos elencados. 
c) a repetição do advérbio de afirmação “sim” articulando as informações. 
d) as relações de causa estabelecidas entre as informações apresentadas. 
e) o estabelecimento de relações de condição entre as informações do 
texto. 
 
Questão 39) 
 
Eu sei que a gente se acostuma. Mas nãodevia. 
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter 
outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se 
acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se 
acostuma a não abrir todas as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo 
se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, 
esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. 
 
COLASANTI, M. Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1996. 
 
A progressão é garantida nos textos por determinados recursos linguísticos, 
e pela conexão entre esses recursos e as ideias que eles expressam. Na 
crônica, a continuidade textual é construída, predominantemente, por meio 
 
a) do emprego de vocabulário rebuscado, possibilitando a elegância do 
raciocínio. 
b) da repetição de estruturas, garantindo o paralelismo sintático e de ideias. 
c) da apresentação de argumentos lógicos, constituindo blocos textuais 
independentes. 
d) da ordenação de orações justapostas, dispondo as informações de modo 
paralelo. 
e) da estruturação de frases ambíguas, construindo efeitos de sentido 
opostos. 
 
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Questão 40) 
Não há crenças que Nelson Leirner não destrua. Do dinheiro à religião, 
do esporte à fé na arte, nada resiste ao deboche desse iconoclasta. O 
principal mérito da retrospectiva aberta em setembro na Galeria do SESI-SP 
é justamente demonstrar que as provocações arquitetadas durante as 
últimas cinco décadas pelo artista quase octogenário continuam vigorosas. 
Bravo, n. 170, out. 2011 (adaptado). 
 
Um dos elementos importantes na constituição do texto é o desenvolvimento 
do tema por meio, por exemplo, do encadeamento de palavras em seu 
interior. A clareza do tema garante ao autor que seus objetivos — narrar, 
descrever, informar, argumentar, opinar — sejam atingidos. No parágrafo do 
artigo informativo, os termos em negrito 
 
a) evitam a repetição de termos por meio do emprego de sinônimos. 
b) fazem referências a outros artistas que trabalham com Nelson Leirner. 
c) estabelecem relação entre traços da personalidade do artista e suas 
obras. 
d) garantem a progressão temática do texto pelo uso de formas nominais 
diferentes. 
e) introduzem elementos novos, que marcam mudança na direção 
argumentativa do texto. 
 
Questão 41) 
O bonde abre a viagem, 
No banco ninguém, 
Estou só, stou sem. 
Depois sobe um homem, 
No banco sentou, 
Companheiro vou. 
O bonde está cheio, 
De novo porém 
Não sou mais ninguém. 
ANDRADE, M. Poesias completas. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005. 
 
Em um texto literário, é comum que os recursos poéticos e linguísticos 
participem do significado do texto, isto é, forma e conteúdo se relacionam 
significativamente. Com relação ao poema de Mário de Andrade, a 
correlação entre um recurso formal e um aspecto da significação do texto é 
 
a) a sucessão de orações coordenadas, que remete à sucessão de cenas 
e emoções sentidas pelo eu lírico ao longo da viagem. 
b) a elisão dos verbos, recurso estilístico constante no poema, que acentua 
o ritmo acelerado da modernidade. 
c) o emprego de versos curtos e irregulares em sua métrica, que 
reproduzem uma viagem de bonde, com suas paradas e retomadas de 
movimento. 
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d) a sonoridade do poema, carregada de sons nasais, que representa a 
tristeza do eu lírico ao longo de toda a viagem. 
e) a ausência de rima nos versos, recurso muito utilizado pelos 
modernistas, que aproxima a linguagem do poema da linguagem 
cotidiana. 
 
TEXTO: 1 - Comum à questão: 42 
 
 
Morte e Vida Severina 
 
O meu nome é Severino 
não tenho outro de pia. 
Como há muitos Severinos 
que é santo de romaria, 
deram então de me chamar 
Severino de Maria; 
Como há muitos Severinos 
com mães chamadas Maria, 
fiquei sendo o da Maria 
do finado Zacarias. 
Mas isso ainda diz pouco: 
há muitos na freguesia, 
por causa de um coronel 
que se chamou Zacarias 
e que foi o mais antigo 
senhor desta sesmaria. 
Como então dizer quem fala 
ora a Vossas Senhorias? 
Vejamos: é o Severino 
da Maria do Zacarias, 
lá da serra da Costela, 
limites da Paraíba. 
Mas isso ainda diz pouco: 
se ao menos mais cinco havia 
com nome de Severino 
filhos de tantas Marias 
mulheres de outros tantos, 
já finados Zacarias, 
vivendo na mesma serra 
magra e ossuda em que eu vivia. 
Somos muitos Severinos 
iguais em tudo na vida: 
na mesma cabeça grande 
que a custo se equilibra, 
no mesmo ventre crescido 
sobre as mesmas pernas finas, 
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e iguais também porque o sangue 
que usamos tem pouca tinta. 
E se somos Severinos 
iguais em tudo na vida, 
morremos de morte igual, 
mesma morte Severina: 
que é a morte de que se morre 
de velhice antes dos trinta, 
de emboscada antes dos vinte, 
de fome um pouco por dia 
(de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, 
e até gente não nascida). 
Somos muitos Severinos 
Iguais em tudo e na sina: 
a de abrandar estas pedras 
suando-se muito em cima, 
a de tentar despertar 
terra sempre mais extinta, 
a de querer arrancar 
algum roçado da cinza. 
Mas, para que me conheçam 
melhor Vossas Senhorias 
e melhor possam seguir 
a história da minha vida, 
passo a ser o Severino 
que em vossa presença emigra. 
 
 
(João Cabral M. Neto – Morte e Vida Severina – Ed. Nova. Fronteira – 1997 
– adaptado) 
 
 
 
Questão 42) 
 
Elipse é um recurso de coesão textual que consiste na omissão de um termo 
anteriormente mencionado. Assinale a passagem do texto em que o autor 
não utilizou este recurso. 
 
a) não tenho outro de pia. 
b) fique sendo o da Maria. 
c) há muitos na freguesia. 
d) e que foi o mais antigo. 
e) a de abrandar estas pedras. 
 
 
 
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TEXTO: 2 - Comum à questão: 43 
 
Declaração 
 
 Devia começar, como o sabe de cor e salteado a maioria dos leitores, que 
é sem dúvida nenhuma muito entendida na matéria, por uma declaração em 
forma. 
 Mas em amor, assim como em tudo, a primeira saída é o mais difícil. 
Todas as vezes que esta idéia vinha à cabeça do pobre rapaz, passava-lhe 
uma nuvem escura por diante dos olhos e banhava-se-lhe o corpo em suor. 
Muitas semanas levou a compor, a estudar o que havia de dizer a Luizinha 
quando aparecesse o momento decisivo. Achava com facilidade milhares de 
idéias brilhantes: porém, mal tinha assentado em que diria isto ou aquilo, já 
isto ou aquilo lhe não parecia bom. Por várias vezes, tivera ocasião favorável 
para desempenhar a sua tarefa, pois estivera a sós com Luizinha; porém, 
nessas ocasiões, nada havia que pudesse vencer um tremor nas pernas que 
se apoderava dele, e que não lhe permitia levantar-se do lugar onde estava, 
e um engasgo que lhe sobrevinha, e que o impedia de articular uma só 
palavra. Enfim, depois de muitas lutas consigo mesmo para vencer o 
acanhamento, tomou um dia a resolução de acabar com o medo, dizer-lhe a 
primeira coisa que lhe viesse à boca. 
 Luizinha estava no vão de uma janela a espiar para a rua pela rótula: 
Leonardo aproximou-se tremendo, pé ante pé, parou e ficou imóvel como 
uma estátua atrás dela que, entretida para fora, de nada tinha dado fé. Esteve 
assim por longo tempo calculando se devia falar em pé ou se devia ajoelhar-
se. Depois fez um movimento como se quisesse tocar no ombro de Luizinha, 
mas retirou depressa a mão. Pareceu-lhe que por aí não ia bem; quis antes 
puxar-lhe pelo vestido, e ia já levantando a mão quando também se 
arrependeu. Durante todos esses movimentos o pobre rapaz suava a não 
poder mais. Enfim, um incidente veio tirá-lo da dificuldade. 
 Ouvindo passos no corredor, entendeu que alguémse aproximava, e 
tomado de terror por se ver apanhado naquela posição, deu repentinamente 
dois passos para trás, e soltou um – ah! – muito engasgado. Luizinha, 
voltando-se, deu com ele diante de si, e recuando espremeu-se de costas 
contra a rótula: veio-lhe também outro - ah! – porém não lhe passou da 
garganta e conseguiu apenas fazer uma careta. 
 A bulha dos passos cessou sem que ninguém chegasse à sala; os dois 
levaram algum tempo naquela mesma posição, até que Leonardo, por um 
supremo esforço, rompeu o silêncio, e com voz trêmula e em tom o mais sem 
graça que se possa imaginar perguntou desenxabidamente: 
 
 - A senhora... sabe...uma coisa? 
 E riu-se com uma risada forçada, pálida e tola. 
 Luizinha não respondeu. Ele repetiu no mesmo tom: 
 - Então... a senhora... sabe ou... não sabe? 
 E tornou a rir-se do mesmo modo. Luizinha conservou-se muda. 
 - A senhora bem sabe...é porque não quer dizer... 
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 Nada de resposta. 
 - Se a senhora não ficasse zangada ... eu dizia ... 
 Silêncio. 
 - Está bom ... Eu digo sempre... mas a senhora fica ou não fica zangada? 
 Luizinha fez um gesto de quem estava impacientada. 
 - Pois então eu digo ... a senhora não sabe ... eu...eu lhe quero ... muito 
bem... 
 
 Luizinha fez-se cor de uma cereja; e fazendo meia volta à direita, foi dando 
as costas ao Leonardo e caminhando pelo corredor. Era tempo, pois alguém 
se aproximava. 
 Leonardo viu-a ir-se, um pouco estupefato pela resposta que ela lhe dera, 
porém, não de todo descontente: seu olhar de amante percebera que o que 
se acabava de passar não tinha sido totalmente desagradável a Luizinha. 
 Quando ela desapareceu, soltou o rapaz um suspiro de desabafo e 
assentou-se, pois se achava tão fatigado como se tivesse acabado de lutar 
braço a braço com um gigante. 
Manuel Antônio de Almeida. Memórias de um Sargento de Milícias 
 
Questão 43) 
 
O vocábulo “Enfim”, utilizado na última frase do segundo parágrafo, 
apresenta valor semântico: 
 
a) conclusivo. 
b) explicativo. 
c) concessivo. 
d) contrastivo . 
e) comparativo. 
 
TEXTO: 3 - Comum à questão: 44 
 
 
I. 
 
Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul 
vimos, até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste ponto 
temos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco 
léguas por costa. Tem, ao longo do mar, em algumas partes, grandes 
barreiras, algumas vermelhas, outras brancas; e a terra por cima é toda 
5chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é tudo praia 
redonda, muito chã e muito formosa. 
Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque a 
estender d´olhos não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos 
parecia muito longa. 
[...] 
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As águas são muitas e infindas. E em tal maneira é graciosa que, 
querendo 10aproveitá-la, tudo dará nela, por causa das águas que tem. 
Porém, o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar 
esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza nela 
deve lançar. 
CASTRO, Silvio. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 
1996. p.97-98. 
 
 
II. 
–– Em toda a parte –– não acha, meu padrinho? –– há terras férteis. 
Mas como no Brasil, apressou-se ele em dizer, há poucos países que as 
tenham. 
Vou fazer o que tu dizes: plantar, criar, cultivar o milho, o feijão, a batata 
inglesa... Tu irás ver as minhas culturas, a minha horta, o meu pomar –– 
então é que te convencerás como 5são fecundas as nossas terras! 
A idéia caiu-lhe na cabeça e germinou logo. O terreno estava 
amanhado e só esperava uma boa semente. 
[...] 
As primeiras semanas que passou no “Sossego”, Quaresma as 
empregou numa exploração em regra da sua nova propriedade. Havia 
nela terra bastante, velhas árvores 10frutíferas, um capoeirão grosso com 
camarás, bacurubus, tinguacibas, tibibuias, monjolos, e outros 
espécimes. Anastácio que o acompanhara, apelava para as suas 
recordações de antigo escravo de fazenda, e era quem ensinava os 
nomes dos indivíduos da mata a Quaresma muito lido e sabido em coisas 
brasileiras. 
BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Ática, 
1996. p. 74-76. 
 
Questão 44) 
Analise o jogo semântico, ou seja, a polissemia que se verifica no emprego 
da palavra “semente” (I, l. 12) em comparação com “semente” (II, l. 7), 
identificando, qual o sentido em que essa palavra foi usada em cada caso. 
 
TEXTO: 4 - Comum à questão: 45 
 
 
TEXTO I 
 
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu 
Iracema. 
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que 
a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. 
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no 
bosque como seu hálito perfumado. 
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Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as 
matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. 
O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a 
terra com as primeiras águas. 
Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe 
o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos 
da acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na 
folhagem os pássaros ameigavam o canto. 
(ALENCAR, José de. Iracema. São Paulo: Ática, 1994, cap 2.) 
 
 
TEXTO II 
 
(Iracema voou) 
 
Iracema voou 
Para a América 
Leva roupa de lã 
E anda lépida 
Vê um filme de quando em vez 
Não domina o idioma inglês 
Lava chão numa casa de chá 
 
Tem saído ao luar 
Com um mímico 
Ambiciona estudar 
Canto lírico 
Não dá mole pra polícia 
Se puder, vai ficando por lá 
Tem saudades do Ceará 
Mas não muita 
Uns dias, afoita, 
Me liga a cobrar: 
− É Iracema da América. 
(HOLANDA, F. Buarque. As cidades. Rio de Janeiro: BMG, 1998.) 
 
Questão 45) 
Os recursos expressivos utilizados em um texto contribuem para a 
construção dos sentidos. Em relação aos recursos fonéticos do texto I, 
assinale a afirmativa correta. 
a) A ocorrência exclusiva de fonemas sonoros em Mais rápida que a corça 
selvagem contraria a idéia de velocidade que Alencar quis imprimir à ação 
da personagem. 
b) Na expressão lábios de mel, a utilização de recursos sonoros abertos, 
tônicos e orais cria idéia de sensualidade com valor negativo. 
c) A noção de valentia em guerreira tribo, da grande nação tabajara. é 
ressaltada pela predominância de fonemas vibrantes. 
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d) A idéia de distância espacial em Além, muito além é enfatizada pelo 
alongamento dos fonemas nasais. 
e) Em Um dia, ao pino do sol, a repetição do fonema tônico e fechado /i/ 
sugere pausa forte como é forte o calor do sol. 
 
TEXTO: 5 - Comum à questão: 46 
 
 
Olho as minhas mãos 
 
Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas 
Porque são minhas. Mas é tão esquisito distendê-las 
Assim, lentamente, como essas anêmonas do 
 fundo do mar... 
Fechá-las, de repente, 
5Os dedos como pétalas carnívoras! 
Só apanho, porém, com elas, esse alimento 
 impalpável do tempo, 
Que me sustenta, e mata, e que vai secretando 
 o pensamento 
Como tecem as teias as aranhas. 
A que mundo 
10Pertenço? 
No mundo há pedras, baobás1 , panteras, 
Águas cantarolantes, o vento ventando 
E no alto as nuvens improvisando sem cessar. 
Mas nada,disso tudo, diz: “existo”. 
15Porque apenas existem... 
Enquanto isto, 
O tempo engendra a morte, e a morte gera os deuses 
E, cheios de esperança e medo, 
Oficiamos rituais, inventamos 
20Palavras mágicas, 
Fazemos 
Poemas, pobres poemas 
Que o vento 
Mistura, confunde e dispersa no ar... 
25Nem na estrela do céu nem na estrela do mar 
Foi este o fim da Criação! 
Mas, então, 
Quem urde eternamente a trama de tão velhos 
 sonhos? 
Quem faz – em mim – esta interrogação? 
 
(QUINTANA, Mário. Apontamentos de história sobrenatural. Porto Alegre: 
Globo, 1984.) 
 
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Questão 46) 
Além de funcionar como elemento de ligação entre termos de mesmo valor, 
o conectivo e foi utilizado no texto, algumas vezes, para exprimir o efeito de 
aceleração contínua. 
Esse conectivo foi empregado para produzir tal efeito em: 
a) “Que me sustenta, e mata, e que vai secretando o pensamento” (v. 7) 
b) “E no alto as nuvens improvisando sem cessar.” (v. 13) 
c) “E, cheios de esperança e medo,” (v. 18) 
d) “Mistura, confunde e dispersa no ar...” (v. 24) 
 
TEXTO: 6 - Comum à questão: 47 
 
 
Quase-noite 
 
01Chegava aquele momento em que a tarde parecia neutra – não 
pertencendo a tempo algum. As 02andorinhas haviam se recolhido à fresta 
das telhas depois de terem sobrevoado a cidade o dia inteiro. 03Os gritos das 
crianças em ruas bem distantes agora eram ouvidos como em um sonho – 
ecoavam talvez 04de tempos longínquos... vozes que, com certeza, nem mais 
existiam. 
05Do pomar da casa-grande já não se avistava o sol, que havia pouco 
sumira atrás do casarão ao 06lado. As plantas iam sendo banhadas por uma 
luz amarela, quase noite... e as coisas foram adquirindo 07um formato 
estranho, um ritmo lento: como se não fosse somente hoje, mas todos os dias 
de todos os 08tempos... naquela hora morta da tarde. 
09O relógio preparava-se para anunciar a hora do Ângelus. Um rádio triste, 
perdido em algum 10quintal da vizinhança, logo mais tocaria a Ave-Maria, 
espalhando por todas as casas um ar grave, de 11paz e medo. A velha 
senhora, nesse momento, largaria o tricô sobre a cadeira e pensaria nos 
filhos 12distantes, quando eles ainda brincavam entre as árvores do quintal. 
Recordaria inutilmente o marido, 13mesmo sabendo que depois sempre 
vinham as lembranças tristes. 
14Lembrou-se de que exatamente a essa hora, há muito tempo, tivera pela 
primeira vez a mesma 15impressão sobre o final da tarde. O filho menor entrou 
porta adentro, vinha do pomar, dizendo ter visto 16o primo Isaías entre as 
plantas, e que lhe perguntara pela tia. Ao olhar novamente, não o avistou 
mais. 17Então veio correndo me contar aos gritos. Na madrugada seguinte, 
chegou (a cavalo do lugarejo 18distante) um mensageiro, anunciando a morte 
do menino na tarde anterior. 
19Desde aquele dia ela tem certeza de que à boquinha da noite – quando 
não é mais tarde, nem 20ainda é noite – se estabelece um vínculo entre todas 
as coisas em todos os tempos. Talvez por isso 21largue o que esteja fazendo, 
apure bem os ouvidos e reze uma prece em silêncio... no mais absoluto 
22silêncio. 
SALGUEIRO, Pedro. Dos valores do inimigo. Fortaleza: Ed. UFC, 2005. p. 
59-60. 
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Questão 47) 
a) Por priorizar alguns efeitos de sentido, dentre os quais estão o efeito 
estético da mensagem ou uma ambigüidade intencional, o texto literário 
pode se permitir liberdades formais. Pode, por exemplo, desviar-se do 
paralelismo sintático, sem que isto deva ser considerado incorreção de 
linguagem. No período “O filho menor entrou porta adentro, vinha do 
pomar, dizendo ter visto o primo Isaías entre as plantas, e que lhe 
perguntara pela tia” (linhas 15-16), a quebra do paralelismo sintático é, na 
verdade, necessária. 
Com base nisto, diga em que ponto se dá a quebra de paralelismo 
sintático referido acima. 
b) Escreva S (sim) ou N (não), conforme se mantenha ou não o paralelismo 
sintático entre as orações que completam o sentido de dizendo. 
1. ( ) O filho menor entrou porta adentro, vinha do pomar, dizendo 
que tinha visto o primo Isaías entre as plantas e que lhe perguntara 
pela tia. 
2. ( ) O filho menor entrou porta adentro, vinha do pomar, dizendo 
que tinha visto o primo Isaías entre as plantas e ter perguntado pela 
tia. 
3. ( ) O filho menor entrou porta adentro, vinha do pomar, dizendo 
que tinha visto o primo Isaías entre as plantas e perguntando-lhe pela 
tia. 
c) Diga por que a frase abaixo não é fiel ao sentido do texto, apesar de 
respeitar o paralelismo sintático. 
O filho menor entrou porta adentro, vinha do pomar, dizendo ter visto o 
primo Isaías entre as plantas e ter-lhe perguntado pela tia. 
 
TEXTO: 7 - Comum à questão: 48 
 
 
Impasses na lógica global? 
 
Uma das certezas que movem a lógica global é a de que a China e a Índia 
manterão as trajetórias atuais de estabilidade política e altas taxas de 
crescimento econômico. 
As projeções de longo prazo supõem uma contínua melhora 5de renda 
dos 2,4 bilhões de chineses e indianos – que constituem 25% da população 
mundial –, mantendo o vigor do capitalismo globalizado. 
É curioso como não aprendemos com a história e com nossos inúmeros 
erros de previsão; a arrogância não nos deixa perceber que 10é preciso 
suportar um futuro freqüentemente além da nossa percepção, tantas são as 
variáveis que nele influem. Lidamos com o tempo que virá de forma pouco 
responsável. 
Na verdade, não agüentamos não saber. E, por isso, transformamos 
meras hipóteses em certezas, deixando na beira da 15estrada justamente as 
dúvidas que nos poderiam salvar. Basta verificar que boa parte das projeções 
de mais de 10 anos, feitas durante o século 20, foi equivocada. Crises 
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imprevistas são inerentes ao capitalismo, que delas se nutre, renovando-se 
em meio a cinzas e sucatas. 
20Se analisarmos o complexo quadro atual, não é difícil enxergar graves 
impasses estruturais que o mundo pode ter de enfrentar ainda na próxima 
década. 
Alguns são decorrentes justamente do padrão de inserção da China e da 
Índia numa lógica global que se aproveita deles para um 25casamento de 
interesses, à primeira vista, virtuoso. 
Suponhamos, em primeiro lugar, que essas duas nações apenas 
pretendam atingir, em 10 anos, um padrão de vida equivalente à média atual 
do Brasil e do México, que ainda são pobres. Na verdade, a maioria dos 
analistas internacionais espera muito mais que isso. 
30Vamos tentar indicar – de maneira simplificada – que impactos isso 
poderia causar. A renda anual média de cada brasileiro, medida pelo Banco 
Mundial (2005), é de US$ 8.195 e a do mexicano, de US$ 9.803. Ou seja, a 
média dos dois é de US$ 8.999. A China tem, hoje, US$ 5.896 por 
habitante/ano e a Índia, US$ 3.139, o que dá 35uma média de US$ 4.518. 
Para que esse valor atinja a média de Brasil e México em 10 anos, será 
necessário adicionar US$ 4.518 a cada cidadão chinês e indiano; se 
multiplicarmos esse valor pelos seus 2.375 milhões de habitantes, teremos 
um total de US$ 10.647 bilhões. 
40Ora, esse imenso valor, a ser criado em apenas uma década, seria 
próximo do PIB norte-americano (US$ 11.641 bilhões), que responde, hoje, 
por 28% do total mundial. 
Imagine-se o impacto brutal que isso significaria em recursos naturais, 
matérias-primas, poluição ambiental e efeito estufa em nível 45planetário. 
Alguns cenários, bem mais pessimistas, se delineiam. Um deles poderá 
eclodir por meio de tensões sociais e políticas na China, que conduzam a 
distúrbios e rupturas; cenário, aliás, muito possível para um país gigantesco 
em tamanho e desafios. 
50Outro eventual impasse estrutural é a tendência declinante de salários 
mundiais a partir da pressãopor competitividade global. 
O custo médio salarial de uma faixa-padrão de trabalhador qualificado, na 
União Européia, é de US$ 25 por hora; nos EUA, é de US$ 20; no Leste da 
Europa e no Brasil, é de US$ 4; mas, na 55China, é de US$ 0,7. 
Diante dessa assimetria brutal, o México já perdeu para os chineses 
quase metade dos empregos de suas maquiadoras; a Europa tem 
dificuldades em utilizar os “baixos” salários dos países do Leste; e a América 
Latina fica fora das oportunidades que a fragmentação 60da produção global 
gera, porque não consegue competir com os salários de fome da Ásia. 
Pelo visto, parece que uma diminuição do nível de emprego no mundo 
não-asiático e uma convergência geral dos salários globais em direção a um 
nível inferior, puxada pela Ásia, é uma das alternativas 65concretas de médio 
prazo. 
Isso significaria redução geral de renda, pressão contínua para 
rebaixamento de proteção social e mais uma forte diluição das classes 
médias tradicionais. 
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Para além da euforia com o crescimento do mundo puxado 70pela China 
e pela Índia, nuvens carregadas também tingem o céu do futuro. O 
pretensioso mundo global quer viver de certezas; no entanto é bom estarmos 
preparados para surpresas. 
DUPAS, Gilberto. “Impasses na lógica global?”. Disponível em 
www.jornaldaciencia.org.br, de 18 dez. 2006. Acesso: 26 dez. 2006. (Texto 
adaptado) 
 
Questão 48) 
Assinale a alternativa em que os dois termos destacados, no par de frases 
transcritas, exercem a mesma função sintática. 
a) ... a arrogância não nos deixa perceber que é preciso suportar... (linhas 
9-10) 
Lidamos com o tempo que virá de forma pouco responsável. (linhas 11-
12) 
b) ... inerentes ao capitalismo, que delas se nutre... (linhas 17-18) 
Uma das certezas [...] é a de que a China e a Índia manterão... (linhas 1-
2) 
c) ... justamente as dúvidas que nos poderiam salvar. (linha 15) 
... numa lógica global que se aproveita deles... (linha 24) 
d) Vamos tentar indicar [...] que impactos isso poderia causar. (linhas 30-31) 
Suponhamos [...] que essas duas nações apenas pretendam... (linhas 26-
27) 
TEXTO: 8 - Comum à questão: 49 
 
TEXTO II 
A doença 
(Manoel de Barros) 
 
Nunca morei longe do meu país. 
Entretanto padeço de lonjuras. 
Desde criança minha mãe portava essa doença. 
Ela que me transmitiu. 
Depois meu pai foi trabalhar num lugar que dava 
essa doença nas pessoas. 
Era um lugar sem nome nem vizinhos. 
Diziam que ali era a unha do dedão do pé do fim 
do mundo. 
A gente crescia sem ter outra casa ao lado. 
No lugar só constavam pássaros, árvores, o rio e 
os seus peixes. 
Havia cavalos sem freios dentro dos matos cheios 
de borboletas nas costas. 
O resto era só distância. 
A distância seria uma coisa vazia que a gente 
portava no olho 
E que meu pai chamava exílio. 
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Questão 49) 
O campo semântico relacionado à doença é construído pelo emprego dos 
seguintes vocábulos: 
a) pessoas, doença, transmitiu, portavam; 
b) padeço, borboletas, exílio, transmitiu; 
c) pessoas, pé, costas, olho; 
d) padeço, doença, transmitiu, portavam; 
e) padeço, doença, transmitiu, constavam. 
 
TEXTO: 9 - Comum à questão: 50 
 
 
Ninguém aí do poder em Brasília manja de marxismo e semiologia. Fala-
se na necessidade de eliminar a herança feagaceana (que, aliás, não é 
maldita, é sinistra), mas não da ruptura lingüística com essa herança, ou seja, 
o PT reproduz a mesma linguagem feia e inestética do PSDB. 
“Custo Brasil” é de matar! 
A “flexibilização laboral” designa desemprego. Carteira de trabalho é luxo. 
Se a polícia der uma blitz e pedir carteira de trabalho, 40 por cento da 
população vai em cana. 
A linguagem revela a ideologia e governa os homens. 
Prova é que nunca até hoje existiu político mudo. Ao contrário, político é 
falastrão, fala qualquer coisa, fala pelos cotovelos. Não é senão por isso que 
o enigmático ministro José Dirceu prestigia no Paraná o comediante Ratinho, 
cujo gogó midiático agrada aos ouvidos da plebe boçalizada que não 
freqüentou os Cieps. 
 
VASCONCELLOS, Gilberto F. O Richelieu do Ratinho e a herança 
lingüística tucana. Caros Amigos. São Paulo: Casa Amarela, n. 61, jul. 
2003, p. 17. 
 
Questão 50) 
 
Considerando a variedade lingüística do texto, tem-se que 
 
a) o uso do verbo manjar, em “manja de marxismo e semiologia”, denota 
apropriação de termo exclusivo de grupo social estigmatizado. 
b) a expressão “herança feagaceana“ é um empréstimo lingüístico que 
significa o conjunto da política social empreendida pelo ex-presidente 
FHC. 
c) a expressão em cana, em “40 por cento da população vai em cana”, é 
uma variedade regional, empregada com sentido pejorativo. 
d) a expressão “gogó midiático“ é um exemplo de que o autor, no seu 
raciocínio, combina registro coloquial com registro formal. 
e) a palavra “blitz“ é um neologismo, consolidado no português, que integra 
o léxico ativo de segmentos sociais marginalizados. 
 
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TEXTO: 10 - Comum à questão: 51 
 
O território 
 
O trem de ferro partia cedo, acordando Ilhéus, os trilhos na terra 
esbranquiçada do mar. Rompia léguas, a máquina fervendo, as vilas e 
arruados ficando atrás. Internava-se pouco a pouco na mata, fumaça e pó 
nos vagões, seu apito gritando nos campos. Os cacaueiros escuros, casas 
em solidão, bolsões de capim alto. Ele passava, homens a sua carga, a selva 
ainda como nascera, virgem e sem caminhos. Estacava na ponta dos trilhos, 
o rio ali se alargava, os grapiúnas* esperavam. A última estação, um arruado 
de casas pobres, casebres arruinados, cor-de-chumbo a terra. Sequeiro, 
lugar de guerras, muito sangue no chão, as balas dos rifles nas paredes, 
cheiro de cacau no calor pesado. 
– Aqui começa o território – o menino sabia. 
......................................................................................... 
Grande e selvagem o território. Viajar, percorrendo-o nos vales e nos flancos 
da selva, era conhecer lajedos fechando as passagens e deter-se para vê-lo 
melhor. Sua aspereza, a força, seus viventes. Ninguém fraco em suas 
fronteiras, nem mesmo os pássaros, muito menos os homens. A pólvora na 
aguardente uma bebida, o domador tão selvagem quanto o cavalo, o gavião 
se fazia rei porque matava. Era assim o território. 
Adonias Filho. Léguas da promissão. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 
1968. 
*grapiúna: nome dado pelos sertanejos aos habitantes do litoral. 
 
Questão 51) 
Um dos principais recursos utilizados pelo autor para descrever o espaço em 
que se dá a ação é o uso reiterado de: 
 
a) frases nominais. 
b) adjetivos antepostos. 
c) orações subordinadas. 
d) advérbios de lugar. 
e) verbos no presente. 
 
TEXTO: 11 - Comum à questão: 52 
 
 
Todos os Nomes 
1 Passar os olhos pela relação dos jogadores inscritos por nossos clubes 
profissionais para a atual 2 temporada profissional pode ser uma experiência 
reveladora. 
3 O que primeiro salta à vista é a quantidade de nomes estrangeiros – em 
geral de origem 4 inglesa, ainda que existam alguns Jeans, Michels e Pierres 
de sabor francês e um ou outro Juan de sonoridade castelhana. 
5 O grosso mesmo é de nomes anglo-saxões. 
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6 Só de Wellingtons eu contei seis. Se bobear, tem mais Wellington que José 
no nosso futebol. 
7 Nem vamos perder tempo falando da profusão de Williams, de Christians, 
de Rogers e de Andersons. 
8 Até aqui, parece que eu, um mero Zé, estou me queixando dessa invasão 
onomástica 8 estrangeira e engrossando o coro dos que, como o deputado 
Aldo Rebelo, querem defender a 10 “pureza” da língua pátria a golpes de 
multas e proibições. 
11 Longe de mim tal insensatez. 
12 Uma língua se enriquece

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