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INCLUI: • Quadros de ATENÇÃO • Tabelas Comparativas • Esquemas Didáticos • Referências a temas cobrados em provas anteriores OABNAMEDIDA.COM.BR ÉTICA PROFISSIONAL LIVRO INTEGRADO COM O APP! XXIX EXAME ATUALIZADO COM: • Lei nº 13.793/2019 (Acesso aos autos eletrônicos) • Lei nº 13.725/2018 (Honorários assistenciais de entidade de classe) OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL Alteração Legislativa Atenção Exemplo 2 SUMÁRIO 1. ATIVIDADE DE ADVOCACIA 1.1. ABRANGÊNCIA E TEMPO 1.2. CARACTERÍSTICAS DA ADVOCACIA 1.3. ATIVIDADES PRIVATIVAS DA ADVOCACIA 1.4. MANDATO 1.5. SUBSTABELECIMENTO 2. DIREITOS DO ADVOGADO 3. INSCRIÇÃO NA OAB 4. ADVOGADO ESTRANGEIRO 5. ESTAGIÁRIO 6. SOCIEDADE DE ADVOGADOS 7. ADVOGADO EMPREGADO 8. ÉTICA DO ADVOGADO 8.1. DISPOSIÇÕES GERAIS 8.2. DEVERES DO ADVOGADO 8.3. RELAÇÕES COM O CLIENTE 8.4. SIGILO PROFISSIONAL 8.5. PUBLICIDADE 9. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 10. INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMENTO 10.1. INCOMPATIBILIDADE 10.2. IMPEDIMENTO 11. INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES 11.1. APLICAÇÃO DA SANÇÃO DE CENSURA 11.2. APLICAÇÃO DA SANÇÃO DE SUSPENSÃO 11.3. APLICAÇÃO DA SANÇÃO DE EXCLUSÃO 11.4. REABILITAÇÃO 11.5. REVISÃO DO PROCESSO DISCIPLINAR 11.6. PRESCRIÇÃO 12. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 12.1. CARACTERÍSTICAS, FINS E ORGANIZAÇÃO 12.2. CONSELHO FEDERAL 12.3. CONSELHOS SECCIONAIS 12.4. SUBSEÇÕES OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 3 12.5. CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS 12.6. ELEIÇÕES E MANDATOS 12.7. AQUISIÇÃO, ONERAÇÃO OU ALIENAÇÃO DE BENS DA OAB 13. PROCESSO NA OAB 13.1. PROCESSO DISCIPLINAR 13.2. RECURSOS 1 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 4 1. ATIVIDADE DE ADVOCACIA 1.1. ABRANGÊNCIA E TEMPO Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 8.906/94, também conhecida como EAOAB), os advogados privados e os advogados públicos. São advogados públicos os membros da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional (§ 1º do art. 3º do EAOAB). Já os advogados privados são, por exclusão, todos aqueles que não são advogados públicos. Desse modo, todos os advogados, sejam públicos ou privados, são obrigados à inscrição na OAB para o exercício de suas atividades TEMA COBRADO NO XVII EXAME DA OAB/FGV. ADVOCACIA PRIVADA ADVOCACIA PÚBLICA Abrange todos aqueles que não exercem advocacia pública, incluindo os advogados das sociedades de economia mista e das empresas públicas, uma vez que, apesar de integrarem a Administração Pública Indireta, são pessoas jurídicas de Direito Privado TEMA COBRADO NO VII EXAME DA OAB. Exercem a advocacia pública os integrantes da Advocacia-Geral da União, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, das autarquias e das fundações públicas, estando obrigados à inscrição na OAB para o exercício de suas atividades. Os integrantes da advocacia pública são elegíveis e podem integrar qualquer órgão da OAB. Para fins de comprovação do tempo de exercício de advocacia, o art. 5º do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB (RGEAOAB) estabelece que é considerado efetivo exercício da atividade de advocacia a participação anual mínima em cinco atos privativos previstos no artigo 1º do EAOAB, em causas ou questões distintas TEMA COBRADO NOS EXAMES VII E XI DA OAB/FGV. 1.2. CARACTERÍSTICAS DA ADVOCACIA De acordo com o estabelecido no art. 133 da Constituição Federal, o advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. O exercício da advocacia, portanto, é indispensável como forma de garantir justiça às decisões OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 5 judiciais, assumindo verdadeiro caráter de múnus público, mesmo quando exercido no âmbito privado do advogado. Em outras palavras, ainda que a advocacia seja realizada de forma privada, ela se reveste de caráter público e função social porque ultrapassa os interesses das partes litigantes, na medida em que permite a concretização do interesse da sociedade de se ter decisões justas. Nesse sentido, o art. 2 º do EAOAB dispõe que: Art. 2º O advogado é indispensável à administração da justiça. § 1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social TEMA COBRADO NO VII EXAME DA OAB/FGV. § 2º No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público. § 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites desta lei. Além de se tratar de serviço público, cujos atos constituem múnus público e possuem função social, abaixo listamos outras características importantes da advocacia: • Indispensabilidade: o advogado é indispensável à administração da Justiça, conforme previsto no art. 133 da Constituição Federal de 1988. • Inviolabilidade: o advogado não pode ser punido pelos atos referentes ao exercício da sua profissão, garantindo-se a liberdade necessária para sua atuação. • Independência: o advogado é independente em relação ao seu pensamento e ao exercício da profissão, não havendo qualquer subordinação em relação aos demais operadores do direito. • Exclusividade: a advocacia não pode ser divulgada em conjunto com qualquer outra atividade, sendo vedada sua mercantilização. • Parcialidade: apesar de a advocacia constituir um múnus público, o advogado a exerce de forma parcial, a favor dos interesses de seu constituinte. Sobre a parcialidade, o art. 2º, §2º, do EAOAB dispõe que “no processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público”. O art. 23 do CEDOAB, por sua vez, estabelece que é direito e dever do advogado assumir a defesa criminal, sem considerar sua própria opinião sobre a culpa do acusado. OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 6 • Onerosidade Mínima obrigatória: deverá o advogado observar o valor mínimo da Tabela de Honorários instituída pelo respectivo Conselho Seccional onde for realizado o serviço, inclusive aquele referente às diligências, sob pena de caracterizar aviltamento de honorários (§ 6º do art. 48 do CEDOAB). O Código de Ética e Disciplina passou a prever, como exceção à onerosidade mínima obrigatória, a advocacia “pro bono”, considerada a prestação gratuita, eventual e voluntária de serviços jurídicos em favor de instituições sociais sem fins econômicos e aos seus assistidos, sempre que os beneficiários não dispuserem de recursos para a contratação de profissional. A advocacia “pro bono” pode ser exercida em favor de pessoais naturais que, igualmente, não dispuserem de recursos para, sem prejuízo do próprio sustento, contratar advogado, mas não pode ser utilizada para fins político-partidários ou eleitorais, nem beneficiar instituições que visem a tais objetivos, ou como instrumento de publicidade para captação de clientela TEMA COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV. Além disso, de acordo com o art. 4º do Provimento n. 166/2015 do CFOAB, os advogados que desempenharem a advocacia pro bono estão impedidos de exercer a advocacia remunerada, em qualquer esfera, para a pessoa natural ou jurídica que utilizou de seus serviços pro bono, pelo período de 03 (três) anos. 1.3. ATIVIDADES PRIVATIVAS DA ADVOCACIA Em razão da importância da advocacia, a postulação em juízo, salvo algumas raras exceções, bem como as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas devemser feitas por advogado regularmente constituído (incisos I e II do art. 1º do EAOAB). É importante consignar que a redação original do art. 1º, I, do EAOAB, previa como atividade privativa do advogado a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais. Entretanto, na ADIN 1.127-8, o STF considerou inconstitucional a expressão “qualquer”, uma vez que, embora o advogado seja indispensável à administração da Justiça, sua presença pode ser dispensada em situações excepcionais. Abaixo listamos as principais exceções em relação à participação de advogado em atos judiciais: • Impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal (§ 1º do art. 1º do EAOAB). TEMA COBRADO NO XXVII EXAME DA OAB/FGV. • Nas causas até 20 salários mínimos no Juizado Especial Cível • Causas no Juizado Especial Federal • Justiça de Paz • Medidas Protetivas com caráter de urgência na Lei Maria da Penha • Propositura de ação de alimentos pelo próprio credor (art. 2 º da Lei n. 5.478/68) OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 7 • Processo Administrativo Disciplinar: De acordo com a Súmula Vinculante nº 5 do STF, a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. • Jus postulandi na Justiça do Trabalho O art. 7º do RGEAOAB, por sua vez, estabelece que a função de diretoria e gerência jurídicas em qualquer empresa pública, privada ou paraestatal, inclusive em instituições financeiras, é privativa de advogado, não podendo ser exercida por quem não se encontre inscrito regularmente na OAB TEMA COBRADO NO IX EXAME DA OAB. Da mesma forma, os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados (§ 2º do art. 1º do EAOAB), salvo no caso das Microempresas e Empresas de Pequeno porte, em que essa exigência é dispensada pela LC n. 123/2016 TEMA COBRADO NO XVII EXAME DA OAB/FGV. São impedidos de visar atos de pessoas jurídicas os advogados que prestem serviços a órgãos ou entidades da Administração Pública direta ou indireta, da unidade federativa a que se vincule a Junta Comercial, ou a quaisquer repartições administrativas competentes para o mencionado registro, conforme art. 2º, parágrafo único, do RGEAOAB TEMA COBRADO NOS EXAMES VII e X DA OAB/FGV. Resumindo: ATIVIDADES PRIVATIVAS DE ADVOGADO EXCEÇÕES Postulação em juízo; Impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal (§ 1º do art. 1º do EAOAB). Nas causas até 20 salários mínimos no Juizado Especial Cível Causas no Juizado Especial Federal Justiça de Paz Medidas Protetivas com caráter de urgência na Lei Maria da Penha Propositura de ação de alimentos pelo próprio credor (art. 2 º da Lei n. 5.478/68) Processo Administrativo Disciplinar Jus postulandi na Justiça do Trabalho OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 8 Visar os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas Microempresas e Empresas de Pequeno porte Consultoria e assessoria jurídicas, bem como direção jurídica de empresa pública, privada ou paraestatal. Ressalta-se ainda que o exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), sendo nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, ou por advogado, suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia, conforme art. 4º do EAOAB TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV. 1.4. MANDATO O Mandato é o contrato pelo qual alguém (mandatário) recebe de outrem (mandante) poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses e não se confunde com a procuração, que é considerada o instrumento do mandato, ou seja, o documento que o cliente assina conferindo os poderes ao advogado. O mandato se inicia com a assinatura da procuração, sendo que o advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo plenamente justificável ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis (art. 14 do CED), sob pena de configurar infração disciplinar. Além disso, a procuração deve ser outorgada ao advogado pessoa física, devendo conter o nome do advogado, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, endereço completo e, se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração também deverá conter os dados dessa (§§ 2º e 3º do art. 105 do CPC/2015). A procuração não pode ser outorgada de forma genérica em favor da sociedade de advogado. Ela deve ser outorgada individualmente ao advogados e indicar a sociedade de que faça parte (§ 3º do art. 15 do EAOAB). Conforme previsto no art. 5º do EAOAB, o advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato, ou seja, mediante juntada da procuração. Entretanto, se houver urgência, o advogado pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período. A procuração para o foro em geral (ad judicia) habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais, quando será necessária a outorga de uma procuração com poderes específicos (ad judicia et extra). As hipóteses em que se exige poderes especiais estão expressamente previstas em lei, como no caso do oferecimento de representação criminal ou queixa-crime, ou ainda nas hipóteses citadas pelo art. 105, caput, do CPC/2015, a saber: receber citação, confessar, reconhecer a procedência do OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 9 pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica. O § 4º do art. 105 do CPC/2015 estabelece que, salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio instrumento, a procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença. Nos termos do art. 18 do CEDOAB, o mandato judicial ou extrajudicial não se extingue pelo decurso de tempo, salvo se o contrário for consignado no respectivo instrumento TEMA COBRADO NO XXVI EXAME DA OAB/FGV. Entretanto, haverá extinção do mandato nas seguintes situações: • Renúncia: em face de dificuldades insuperáveis ou inércia do cliente quanto a providências que lhe tenham sido solicitadas, o advogado pode renunciar ao mandato (art. 15 do CEDOAB). A renúncia ao patrocínio deve ser feita sem menção do motivo que a determinou (art. 16 do CEDOAB) TEMA COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/ FGV, devendo o advogado comunicar ao cliente por escrito, preferencialmente, com aviso de recebimento (AR) e, posteriormente, ao juiz da causa (RGEAOAB). Além disso, o advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os 10 (dez) dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, salvo se for substituído antes do término desse prazo TEMA COBRADO NOS EXAMES XI, XIV E XVI DA OAB/FGV. • Revogação: o cliente pode revogar os poderes dados ao advogado. Entretanto, a revogação do mandato judicial por vontade do cliente não o desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas, assim como não retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja devido em eventual verba honorária de sucumbência, calculada proporcionalmente em face do serviço efetivamente prestado, conforme art. 14 do CEDOAB. • Substabelecimento sem reservas de poderes: o substabelecimento permite que o advogado transfira a outro profissional os poderes que lhe foram conferidos pelo cliente. • Arquivamento dos autos ou conclusão da causa (extinção presumida): concluída a causa ou arquivado o processo, presume-se cumprido e extinto o mandato, conforme art. 13 do CEDOAB TEMA COBRADO NOEXAME XII DA OAB/FGV. 1.5. SUBSTABELECIMENTO O substabelecimento permite que o advogado transfira a outro profissional os poderes que lhe foram conferidos pelo cliente. O substabelecimento pode ser feito com reserva de poderes ou sem reserva de poderes. No substabelecimento com reserva de poderes, o advogado originário transfere os poderes que lhe foram concedidos a outro advogado, permitindo-se que ambos os profissionais pratiquem os atos em defesa do cliente. Trata-se de ato pessoal do advogado da causa, não se exigindo OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 10 concordância do cliente. Além disso, no substabelecimento com reserva de poderes, deve- se ajustar antecipadamente os honorários, não podendo o substabelecido (quem recebeu o substabelecimento) cobrar diretamente do cliente os honorários advocatícios, conforme art. 26 do EAOAB TEMA COBRADO NOS EXAMES XV E XIX DA OAB/FGV. Art. 26 do EAOAB. O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários sem a intervenção daquele que lhe conferiu o substabelecimento. Já no substabelecimento sem reserva de poderes, o advogado originário transfere de forma definitiva os poderes que lhe foram concedidos, extinguindo-se o mandato. O substabelecimento sem reserva de poderes exige o prévio e inequívoco conhecimento do cliente, conforme art. 26 do CEDOAB TEMA COBRADO NOS EXAMES XIII e XVII DA OAB/FGV. COM RESERVA DE PODERES SEM RESERVAS DE PODERES • Ato pessoal do advogado. Não precisa da concordância do cliente. • Não extingue o mandato, mas permite o substabelecente e o substabelecido atua em favor do cliente. • Substabelecido não pode cobrar os honorários advocatícios diretamente do cliente. • Precisa da concordância do cliente (prévio e inequívoco conhecimento). • Gera a extinção do mandato. • Como há extinção do mandato originário, o substabelecido poderá cobrar os honorários devidos do cliente. OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 11 2 2. DIREITOS DO ADVOGADO A primeira ideia que se deve ter em relação a atuação do advogado é que não existe qualquer hierarquia entre o advogado e os demais operadores do direito, devendo todos se respeitarem reciprocamente. Art. 6º do EAOAB: Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos. Parágrafo único. As autoridades, os servidores públicos e os serventuários da justiça devem dispensar ao advogado, no exercício da profissão, tratamento compatível com a dignidade da advocacia e condições adequadas a seu desempenho. Para garantir a independência profissional, o art. 7º do EAOAB assegura uma série de direitos aos advogados, conforme abaixo transcrito: I - exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional: o advogado possui liberdade para atuar em todo o território nacional TEMA COBRADO NO EXAME X DA OAB/FGV. Entretanto, se pretender atuar de forma habitual em Estado diverso do qual tenha sua inscrição principal, o advogado deve promover a inscrição suplementar no Conselho Seccional da OAB do Estado que pretende atuar. Considera-se habitual o trabalho do advogado que exceder 5 causas no ano. Assim, se o advogado atuar em até 5 causas no ano em outro Estado não precisará da inscrição suplementar, mas, se ultrapassar esse limite, a inscrição suplementar é obrigatória. Além disso, a liberdade do advogado abrange a sua independência de atuação, de modo que ele não é obrigado a aceitar outro advogado atuando na mesma causa, não se submete hierarquicamente a nenhum outro operador do direito, além do que pode recusar o patrocínio de causa e de manifestação, no âmbito consultivo, de pretensão concernente a direito que também lhe seja aplicável ou contrarie orientação que tenha manifestado anteriormente, conforme previsto no art. 4º do CEDOAB TEMA COBRADO NOS EXAMES XV, XIX e XXV DA OAB. II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia: não se trata, entretanto, de inviolabilidade absoluta. Com efeito, presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB, sendo vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes, salvo se o cliente estiver sendo formalmente investigado como partícipe ou coautor pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade, conforme §§s 6º e 7º do art. 7º do EAOAB TEMA COBRADO NOS EXAMES III, VII e XVIII DA OAB/FGV.. OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 12 III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis: o advogado, portanto, tem o direito de conversar com o seu cliente em qualquer situação, mesmo sem possuir procuração TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV. IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB: o advogado poderá ser preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da profissão, apenas no caso de crime inafiançável (§ 3º do art. 7º do EAOAB) e desde que haja a presença de um representante da OAB. Nas demais hipóteses de prisão, não há necessidade da presença de representante da OAB, mas apenas a comunicação expressa à Seccional da OAB TEMA COBRADO NOS EXAMES IV e XVII DA OAB/FGV. V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar: a sala de Estado-Maior não se confunde com a prisão especial, constituindo uma verdadeira sala, destituída de grades, semelhante à instalada no Comando das Forças Armadas ou de outras instituições militares. Não havendo sala de Estado-Maior, deve o advogado ser recolhido em prisão domiciliar. No entanto, após o trânsito em julgado da sentença condenatória, o advogado deverá ser recolhido à cela comum TEMA COBRADO NOS EXAMES XI e XIV DA OAB/FGV. No julgamento da ADIN 1.127-8 o STF determinou a suspensão da expressão “assim reconhecida pela OAB”, no que diz respeito às instalações e comodidades condignas da sala de Estado Maior, em que deve ser recolhido preso o advogado, antes de sentença transitada em julgado. VI - ingressar livremente: a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados; b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares; c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado; d) em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais: para garantir a liberdade de atuação na defesa de seu cliente, o advogadotem livre acesso a prédios públicos, incluindo as salas de sessões dos tribunais, mesmo na parte reservada aos magistrados. Entretanto, para participar de reuniões ou assembleias que deva participar o seu cliente, o advogado pode comparecer sozinho, mas deve possuir procuração com poderes especiais TEMA COBRADO NOS EXAMES V, X ,XIII e XVII DA OAB/FGV. Para participar de reuniões ou assembleias que deva participar o seu cliente, o advogado pode comparecer sozinho, mas deve possuir procuração com poderes especiais. OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 13 VII - permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados no inciso anterior, independentemente de licença: o advogado não precisa prestar esclarecimentos ou pedir licença a qualquer autoridade, podendo permanecer em pé ou sentado, ausentando-se do recinto quando quiser. Esse direito ressalta a liberdade e a ausência de subordinação do advogado em relação aos demais operadores do direito. VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando- se a ordem de chegada: o advogado tem direito de ser atendido pelos magistrados sem necessidade de marcar horário previamente, respeitando-se apenas a ordem de chegada TEMA COBRADO NOS EXAMES III e VI DA OAB/FGV. O inciso IX do art. 7º do EAOAB estabelecia o direito do advogado “sustentar oralmente as razões de qualquer recurso ou processo, nas sessões de julgamento, após o voto do relator, em instância judicial ou administrativa, pelo prazo de quinze minutos, salvo se prazo maior for concedido”. No julgamento da ADIN 1.105-7, o STF declarou inconstitucional o conteúdo desse inciso, de modo que o advogado não tem o direito de fazer sustentação oral depois do voto do relator, e sim antes (art. 937 do CPC/2015), além do que o direito à sustentação oral está vinculado a sua previsibilidade recursal, ou seja, o recurso deve permitir a sustentação oral TEMA COBRADO NO EXAME V DA OAB/FGV. X - usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem feitas: o advogado pode solicitar o uso da palavra em qualquer juízo ou tribunal para esclarecer dúvidas a favor do seu cliente ou para afastar acusação que lhe tenha sido feita, devendo solicitar que sua manifestação seja registrada em ata de audiência TEMA COBRADO NO EXAMES II, VI E XVI DA OAB/FGV. XI - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento: não havendo a intervenção sumária citada no item anterior, o advogado tem o direito de reclamar verbalmente ou por escrito contra o descumprimento de preceito legal, a fim de que a irregularidade não seja repetida TEMA COBRADO NO EXAMES V e XVII DA OAB/FGV. XII - falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder Legislativo: o advogado tem o direito de se manifestar sentado ou em pé, não podendo ser constrangido, por exemplo, a se manifestar obrigatoriamente em pé TEMA COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV. XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos: o advogado pode examinar processos já terminados ou em andamento mesmo quando não estiver munido de procuração, salvo aqueles sujeitos a sigilo, em que será exigida a procuração TEMA COBRADO NOS EXAMES IV e X DA OAB/FGV. A Leiº 13.793/2019 alterou o EOAB e o CPC/2015, para deixar claro que o direito dos advogados de terem acesso e vista dos autos judiciais inclui os autos eletrônicos, mesmo sem procuração, salvo quando se tratar de processo sujeito a segredo de justiça, hipótese em que se exigirá procuração. OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 14 XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/ FGV: o advogado também tem direito de ter acesso aos autos sujeitos a sigilo, mas, neste caso, deverá apresentar procuração TEMA COBRADO NOS EXAMES XIX E XXV DA OAB/FGV. Além disso, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências (§§ 10 e 11 do art. 7º do EAOAB). A inobservância aos direitos estabelecidos no inciso XIV, o fornecimento incompleto de autos ou o fornecimento de autos em que houve a retirada de peças já incluídas no caderno investigativo implicará responsabilização criminal e funcional por abuso de autoridade do responsável que impedir o acesso do advogado com o intuito de prejudicar o exercício da defesa, sem prejuízo do direito subjetivo do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz competente (§ 12 do art. 7 do EAOAB). Súmula Vinculante 14 do STF: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa TEMA COBRADO NO EXAME XVI DA OAB/FGV. XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais: atente-se que a vista abrange os processos judiciais e administrativos TEMA COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV. XVI - retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias: se o processo já tiver sido encerrado, o advogado pode retirá-lo para análise pelo prazo de 10 dias, não sendo necessário apresentar procuração TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV. De acordo com § 1º do art. 7º do EAOAB, não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI: 1) aos processos sob regime de segredo de justiça, devendo neste caso o advogado apresentar procuração; 2) quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada; 3) até o encerramento do processo, ao advogado que houver deixado de devolver os respectivos autos no prazo legal, e só o fizer depois de intimado TEMA COBRADO NO XVIII EXAME DA OBA/FGV. XVII - ser publicamente desagravado, quando ofendido no exercício da profissão ou em razão dela: conforme previsto no art. 18 do RGEAOAB, o advogado, quando ofendido comprovadamente em razão do exercício profissional ou de cargo ou função da OAB, tem direito ao desagravo público promovido pelo Conselho Seccional competente, de ofício, a seu pedido ou de qualquer pessoa. O desagravo não depende da concordância do advogado ofendido, tendo como função reestabelecer a dignidade do exercício da advocacia TEMA COBRADO NOS EXAMES II, V, VII e XII e XX DA OAB/FGV. OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 15 Somente cabe desagravo quando houver ofensa ao advogado no exercício de sua função. Se houver ofensa de caráter pessoal ou a outra atividade do advogado não cabe desagravo. Além disso, o advogado não pode dispensar o desagravo público quando o Conselho Seccionaldecidir promovê-lo. XVIII - usar os símbolos privativos da profissão de advogado; XIX - recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional: cabe ressaltar que além de direito, constitui dever do advogado guardar sigilo dos fatos de que tome conhecimento no exercício da profissão, conforme art. 35 do CEDOAB TEMA COBRADO NOS EXAMES III, XIV e XVII DA OAB/FGV. XX - retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo: é importante registrar que o direito de se retirar do recinto apenas ocorre quando, além do critério temporal de 30 minutos, o juiz não tiver comparecido para realizar a audiência. Se houver o comparecimento do juiz e a pauta de audiência estiver atrasada, não há o direito de retirada TEMA COBRADO NOS EXAMES II, XIII e XIV DA OAB/FGV. A regra do inciso XX não se aplica ao processo do trabalho, uma vez que a CLT possui regra própria estampada no parágrafo único do art. 815, que estabelece prazo de espera de 15 minutos. XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração apresentar razões e quesitos: trata-se de direito acrescido pela Lei n. 13.245/2016, garantindo- se ao advogado participar de interrogatório ou depoimento em procedimentos de investigação, permitindo-se ainda ao advogado apresentar razões e quesitos, sob pena de nulidade absoluta dos elementos probatórios decorrentes. Cabe ressaltar ainda que o § 2º do art. 7º do EAOAB garante ao advogado imunidade profissional, não constituindo injúria ou difamação puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer TEMA COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV. A redação original do § 2º do art. 7º do EAOAB previa incialmente a imunidade profissional também para eventuais atos que caracterizassem desacato. Entretanto, no julgamento da ADIN 1.127-8, o STF suspendeu a eficácia da expressão “desacato”, de modo que o advogado pode responder por atos que caracterizem desacato, ainda que no exercício de sua função. Além disso, a imunidade profissional do advogado não abrange eventuais atos que caracterizem calúnia TEMA COBRADO NO XVIII EXAME DA OAB/FGV. OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 16 O § 4º do art. 7º do EAOAB estabelece ainda que o Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em todos os juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas especiais permanentes para os advogados, com uso e controle assegurados à OAB TEMA COBRADO NO XXVI EXAME DA OAB/FGV A Lei nº 13.363, de 2016, acrescentou o art. 7-A ao EAOAB, estabelecendo direitos à advogada gestante, lactante, adotante ou que der à luz: DIREITOS DA ADVOGADA GESTANTE: TEMA COBRADO NOS EXAMES XXIV E XXVII DA OAB. • Entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e aparelhos de raios X; • Reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais; • Preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição; DIREITOS DA ADVOGADA LACTANTE, ADOTANTE OU QUE DER À LUZ: TEMA COBRADO NO XXII EXAME DA OAB/FGV. • Acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao atendimento das necessidades do bebê; • Preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição; DIREITO DA ADVOGADA ADOTANTE OU QUE DER À LUZ: • Para a advogada adotante ou que der à luz, suspensão de prazos processuais quando for a única patrona da causa, desde que haja notificação por escrito ao cliente (período de suspensão será de 30 (trinta) dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção). Os direitos assegurados à advogada adotante ou que der à luz serão concedidos pelo prazo previsto no art. 392 do CLT, ou seja, o prazo de 120 dias de licença maternidade. OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 17 3 3. INSCRIÇÃO NA OAB Para exercer a advocacia, o bacharel em direito deve estar regulamente inscrito nos quadros da OAB, exigindo-se, para tanto, o preenchimento dos requisitos previstos no art. 8 do EAOAB: I - capacidade civil; II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada; Na falta de diploma regularmente registrado, o bacharel pode apresentar certidão de graduação em direito, acompanhada de cópia autenticada do respectivo histórico escolar, conforme art. 23 do RGEAOAB TEMA COBRADO NO IX EXAME DA OAB/FGV. III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; IV - aprovação em Exame de Ordem; V - não exercer atividade incompatível com a advocacia; O requisito da incompatibilidade serve inclusive para a inscrição de estagiário. Assim, a título de exemplo, um militar não pode se inscrever como advogado nem como estagiário, já que a atividade militar é incompatível com a advocacia TEMA COBRADO NO EXAME VIII DA OAB/FGV. VI - idoneidade moral; VII - prestar compromisso perante o conselho. Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado por crime infamante, salvo reabilitação judicial. Além disso, a inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada mediante decisão que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os membros do conselho competente, em procedimento que observe os termos do processo disciplinar. TEMA COBRADO NO XXVII EXAME DA OAB/FGV. • Inscrição principal: conforme previsto no art. 10 do EAOAB, a inscrição principal do OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 18 advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo território pretende estabelecer o seu domicílio profissional, na forma do regulamento geral. Considera-se domicílio profissional a sede principal da atividade de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio da pessoa física do advogado TEMA COBRADO NO IV EXAME DA OAB/ FGV. • Inscrição suplementar: o advogado possui liberdade para atuar em todo o território nacional. Entretanto, se pretender atuar de forma habitual em Estado diverso do qual tenha sua inscrição principal, o advogado deve promover a inscrição suplementar no Conselho Seccional da OAB do Estado que pretende atuar. Considera-se habitual o trabalho do advogado que exceder 5 causas no ano (art. 10, § 2º, do EAOAB). Assim, se o advogado atuar em até 5 causas no ano em outro Estado não precisará da inscrição suplementar, mas, se ultrapassar esse limite, a inscrição suplementar é obrigatória TEMA COBRADO NO XIX EXAME DA OAB/FGV. • Transferência da inscrição: no caso de mudança efetiva de domicílio profissional para outra unidade federativa, deve o advogado requerer a transferência de sua inscrição para o Conselho Seccional correspondente (§ 3º do art. 10 do EAOB). • Cancelamento da Inscrição: trata-se de interrupção definitiva da inscrição, que pode ocorrer nos seguintes casos (art. 11 do EAOAB): I – se o advogado assim o requerer (não precisa de motivação, sendo ato personalíssimo e irretratável. Entretanto, o advogado poderá posteriormente requerer nova inscrição); II - sofrer penalidade de exclusão (o advogado pode requerer novamente a inscrição, comprovando a reabilitação, conforme art. 41 do EAOAB); III - falecer; IV - passara exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia, como no caso das atividades de juiz e de promotor de justiça TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV, V - perder qualquer um dos requisitos necessários para inscrição. O advogado que tiver sua inscrição cancelada poderá posteriormente solicitar nova inscrição, sem necessidade de ser aprovado novamente no Exame da Ordem, mas perderá o número antigo de inscrição. • Licenciamento da Inscrição: trata-se de interrupção temporária da inscrição, que pode ocorrer nos seguintes casos (art. 12 do EAOAB): I – se o advogado assim o requerer, por motivo justificado; II - passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercício da advocacia (ex: exercício do cargo de prefeito e governador); III - sofrer doença mental considerada curável TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV. No licenciamento, o advogado não perde o número de inscrição da OAB, podendo retomá-lo quando cessar a causa que gerou o licenciamento. Durante o período de licenciando, não há necessidade de pagamento da anuidade da OAB nem necessidade de votar. OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 19 CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO LICENCIAMENTO DA INSCRIÇÃO Interrupção definitiva. O advogado perde o número de inscrição originário, podendo solicitar nova inscrição, sem necessidade de prestar novamente a prova da OAB. Interrupção provisória. O advogado não perde o número de inscrição originário. O advogado não precisa pagar anuidade nem votar. Causas: I - se o advogado assim o requerer (não precisa de motivação); II - sofrer penalidade de exclusão; III - falecer; IV - passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia; V - perder qualquer um dos requisitos necessários para inscrição. Causas: I - se o advogado assim o requerer, por motivo justificado; II - passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercício da advocacia; III - sofrer doença mental considerada curável. É importante destacar, ainda, que o licenciamento do sócio para exercer atividade incompatível com a advocacia em caráter temporário deve ser averbado no registro da sociedade, não alterando sua constituição (§ 2º do art. 16 do EAOAB). OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 20 4 4. ADVOGADO ESTRANGEIRO O advogado estrangeiro pode atuar no Brasil, mesmo sem a inscrição na OAB, desde que obtenha autorização do Conselho Seccional pelo prazo de 3 anos (renovável a cada período de 3 anos), mas apenas para os atos de consultoria/assessoria do direito estrangeiro referente ao seu país de origem, sendo vedadas a postulação judicial e/ou assessoria jurídica em direito brasileiro, mesmo que esses atos sejam realizados em conjunto com o advogado brasileiro (Provimento n. 91/2000 do CFOAB). Lucca, advogado italiano, pode atuar como advogado no Brasil, mesmo sem inscrição na OAB, desde que obtenha autorização do Conselho Seccional do local onde exercerá sua atividade e desde que os seus atos sejam referentes à consultoria/assessoria do direito italiano. Não poderá, entretanto, atuar na justiça brasileira mesmo que em conjunto com advogados brasileiros. Para exercer amplamente a advocacia, o estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no Brasil, deve fazer prova do título de graduação, obtido em instituição estrangeira, devidamente revalidado, além de atender aos demais requisitos previstos no art. 8 do EAOAB, incluindo a aprovação no exame da OAB/FGV. Como exceção à regra geral, o advogado de nacionalidade portuguesa poderá exercer a advocacia no Brasil sem necessidade de prestar a prova da OAB e sem revalidar seu diploma, desde que seja observada a reciprocidade de tratamento (Provimento n. 129/2008 CFOAB). OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 21 5 5. ESTAGIÁRIO O estágio profissional de advocacia pode ser oferecido pela instituição de ensino superior autorizada e credenciada, em convênio com a OAB, complementando-se a carga horária do estágio curricular supervisionado com atividades práticas típicas de advogado e de estudo do Estatuto e do Código de Ética e Disciplina, observado o tempo conjunto mínimo de 300 (trezentas) horas, distribuído em dois ou mais anos TEMA COBRADO NO VII EXAME DA OAB/FGV. A inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo território se localize seu curso jurídico e, para ser deferida, o estagiário deve preencher os seguintes requisitos: a) capacidade civil, b) título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro, c) não exercer atividade incompatível com a advocacia; d) idoneidade moral e e) prestar compromisso perante o conselho. Os atos de advocacia, previstos no art. 1º do EAOAB, ou seja, postulação a órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais e as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas, podem ser subscritos por estagiário inscrito na OAB, desde que em conjunto com o advogado ou o defensor público. TEMA COBRADO NO XI EXAME DA OAB/FGV O estagiário, entretanto, pode praticar isoladamente os seguintes atos, sempre sob a responsabilidade do advogado (art. 29, § 1º, do RGEOAB) TEMA COBRADO NO XXIII EXAME DA OAB/FGV: I – retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga; II – obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos; III – assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos. ATOS DO ESTAGIÁRIO EM CONJUNTO COM O ADVOGADO ATOS ISOLADOS DO ESTAGIÁRIO Postulação a órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais Atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas Retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga; Obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos; Assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos. OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 22 Além disso, para o exercício de atos extrajudiciais, o estagiário pode comparecer isoladamente, quando receber autorização ou substabelecimento do advogado. O estagiário que praticar ato excedente de sua habilitação cometerá infração disciplinar punível com censura, conforme art. 34, XXIX, c/c art. 36, I, do EAOAB. Por fim, registra-se que o aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a advocacia pode frequentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para fins de aprendizagem, mas é vedada a inscrição na OAB TEMA COBRADO NO XVIII EXAME DA OAB/FGV. OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 23 6 6. SOCIEDADE DE ADVOGADOS Com as modificações promovidas pela Lei n. 13.247/2016, além de se admitir a reunião de advogados para formar sociedade simples de prestação de serviços de advocacia, passou-se a admitir também a sociedade unipessoal de advocacia. Em qualquer hipótese, a sociedade de advogados não poderá desenvolver atividade empresarial. O EAOAB passou a autorizar que o advogado constitua sociedade simples (reunido com outros advogados) ou sociedade unipessoal de advocacia (art. 15, caput), as quais adquirem personalidade jurídica com o registro de seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede (art. 15, § 1º), sendo certo que a denominação da sociedade unipessoal de advocacia deve ser obrigatoriamente formada pelo nome do seu titular, completo ou parcial, com a expressão ‘Sociedade Individual de Advocacia’ (art. 16, § 4º). TEMA COBRADO NO XXIII EXAME DA OAB/FGV. A sociedade de advogados adquire personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede, ou seja, não se permite o registro de sociedade de advogado na Junta Comercial nem no Registro Civil TEMA COBRADO NOII EXAME DA OAB/FGV. De acordo com § 3º do art.16 do EAOAB, é proibido o registro, nos cartórios de registro civil de pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade que inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia. Abaixo destacamos as principais regras em relação às sociedades de advogados: • A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado responsável pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo, ou na alteração social. Exige-se, portanto, a forma “firma”, isto é, o nome de ao menos um dos sócios, ainda que de forma abreviada ou sobrenome TEMA COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV. • Não se permite sociedade que adote denominação de fantasia, que realize atividades estranhas à advocacia, que inclua como sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar. • A denominação da sociedade unipessoal de advocacia deve ser obrigatoriamente formada pelo nome do seu titular, completo ou parcial, com a expressão ‘Sociedade Individual de Advocacia’. • Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 24 de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional TEMA COBRADO NOS EXAMES VII E XXVI DA OAB/FGV. O EAOAB proíbe apenas que o advogado integre mais de uma sociedade de advogados, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional, não proibindo a participação de advogados em sociedades sediadas em áreas territoriais de seccionais diversas TEMA COBRADO NO IV EXAME DA OAB/FGV. • Os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou reunidos em caráter permanente para cooperação recíproca, não podem representar, em juízo ou fora dele, clientes com interesses opostos (art. 19 do CEDOAB). TEMA COBRADO NO XVIII EXAME DA OAB/FGV. • A sociedade de advogados pode constituir filial. O ato de constituição de filial deve ser averbado no registro da sociedade e arquivado no Conselho Seccional onde se instalar, ficando os sócios, inclusive o titular da sociedade unipessoal de advocacia, obrigados à inscrição suplementar (§ 5º do art. 15 do EAOAB). • O sócio e o titular da sociedade individual de advocacia respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer, conforme art. 17 do EAOAB TEMA COBRADO NOS EXAMES IX E XVIII DA OAB/FGV. Sobre a responsabilidade dos advogados, o art. 40 do RGEAOAB dispõe: “Os advogados sócios e os associados respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados diretamente ao cliente, nas hipóteses de dolo ou culpa e por ação ou omissão, no exercício dos atos privativos da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer”. OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 25 7 7. ADVOGADO EMPREGADO O advogado, além de atuar como profissional autônomo, pode também ser empregado, hipótese em que terá alguns direitos específicos previstos pela Lei n. 8.906/94 (EAOAB). A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção técnica nem reduz a independência profissional inerentes à advocacia. Além disso, o advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego. Vejamos os principais direitos dos advogados empregados: • Salário mínimo profissional do advogado será fixado em sentença normativa, salvo se ajustado em acordo ou convenção coletiva de trabalho. • A jornada de trabalho será de no máximo quatro horas contínuas diárias e a de vinte horas semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva, hipótese em que a jornada diária será de 8 horas (art. 12 do RGEAOAB). Além disso, considera-se como período de trabalho o tempo em que o advogado estiver à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte, hospedagem e alimentação (art. 20 do EAOAB). TEMA COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/FGV. ADVOGADO SEM DEDICAÇÃO EXCLUSIVA ADVOGADO COM DEDICAÇÃO EXCLUSIVA Jornada de 4 horas diárias e 20 horas semanais Jornada de 8 horas diárias e 40 horas semanais • Adicional de horas extras de 100% (§ 2º do art. 20 do EAOAB). • Horário noturno das 20h às 5h, com adicional de 25% (§ 3º do art. 20 do EAOAB). Digno de nota ainda que o advogado não é obrigado a prestar serviços de interesse pessoal de seu empregador e, se o fizer, será de forma desvinculada do emprego TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV. Além disso, de acordo com o art. 14 do RGEOAB, os honorários de sucumbência, por decorrerem precipuamente do exercício da advocacia e só acidentalmente da relação de emprego, não integram o salário ou a remuneração, não podendo, assim, ser considerados para efeitos trabalhistas ou previdenciários TEMA COBRADO NO XXVII EXAME DA OAB/FGV. OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 26 8 8. ÉTICA DO ADVOGADO 8.1. DISPOSIÇÕES GERAIS Ao mesmo tempo que deve manter independência em qualquer circunstância, sem receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade, o advogado deve atuar de forma ética, que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia. Art. 31 do EAOAB - O advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia.§ 1º O advogado, no exercício da profissão, deve manter independência em qualquer circunstância. § 2º Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade, deve deter o advogado no exercício da profissão. Art. 32. O advogado é responsável pelos atos que, no exercício profissional, praticar com dolo ou culpa. Parágrafo único. Em caso de lide temerária, o advogado será solidariamente responsável com seu cliente, desde que coligado com este para lesar a parte contrária, o que será apurado em ação própria. Art. 33. O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os deveres consignados no Código de Ética e Disciplina. Parágrafo único. O Código de Ética e Disciplina regula os deveres do advogado para com a comunidade, o cliente, o outro profissional e, ainda, a publicidade, a recusa do patrocínio, o dever de assistência jurídica, o dever geral de urbanidade e os respectivos procedimentos disciplinares. Sobre a lisura da conduta do advogado, o Código de Ética e Disciplina traz várias disposições importantes, conforme doravante estudado. 8.2. DEVERES DO ADVOGADO O art. 2º do CEDOAB elenca diversos deveres que o advogado deve observar no exercício de sua profissão, vejamos: I - preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo caráter de essencialidade e indispensabilidade da advocacia; II - atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé; III - velar por sua reputação pessoal e profissional; OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 27 IV - empenhar-se, permanentemente, no aperfeiçoamento pessoal e profissional; V - contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis; VI - estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios; VII - desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo preliminar de viabilidade jurídica; VIII - abster-se de: a) utilizar de influênciaindevida, em seu benefício ou do cliente; b) vincular seu nome a empreendimentos sabidamente escusos; c) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana; d) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste. e) ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante autoridades com as quais tenha vínculos negociais ou familiares; TEMA COBRADO NO XXIII EXAME DA OAB/FGV, f) contratar honorários advocatícios em valores aviltantes. IX - pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos direitos individuais, coletivos e difusos; X - adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à administração da Justiça; XI - cumprir os encargos assumidos no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil ou na representação da classe; XII - zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia; XIII - ater-se, quando no exercício da função de defensor público, à defesa dos necessitados. Além de ser um direito do advogado, a sua atuação com liberdade também pode ser considerada um dever, já que o advogado que não atua de acordo com suas convicções, macula sua atividade, prejudicando o seu cliente. Nesse aspecto, o advogado, ainda que vinculado ao cliente ou constituinte, mediante relação empregatícia ou por contrato de prestação permanente de serviços, ou como integrante de departamento jurídico, ou de órgão de assessoria jurídica, público ou privado, deve sempre zelar pela sua liberdade e independência. Por esse motivo, o advogado pode se recusar a patrocínar causa ou se manifestar, no âmbito consultivo, de pretensão concernente a direito que também lhe seja aplicável ou contrarie orientação que tenha manifestado anteriormente, conforme art. 4º do CEDOAB TEMA COBRADO NO X EXAME DA OAB/FGV. 8.3. RELAÇÕES COM O CLIENTE O Código de Ética e Disciplina da OAB dedica o seu capítulo III para tratar da relação do advogado com o seu cliente. Em termos gerais, o advogado deve estabelecer com o seu cliente uma relação de confiança OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 28 recíproca, sendo que, faltando elementos de confiança entre as partes, é recomendável que o advogado externe ao cliente sua impressão e, não se resolvendo as dúvidas existentes, promova, em seguida, o substabelecimento do mandato ou a ele renuncie. Em outras palavras, não deve o advogado continuar patrocinando causa de cliente que com ele não possua relação de confiança. Entretanto, o fato de o cliente outorgar um mandato ao advogado, não lhe retira a sua liberdade e independência de atuação, devendo atuar de acordo com suas convicções para melhor atender aos interesses de seu cliente, conforme art. 11 do CEDOAB: Art. 11. O advogado, no exercício do mandato, atua como patrono da parte, cumprindo- lhe, por isso, imprimir à causa orientação que lhe pareça mais adequada, sem se subordinar a intenções contrárias do cliente, mas, antes, procurando esclarecê-lo quanto à estratégia traçada TEMA COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV. O art. 12 do CEDOAB, por sua vez, estabelece que a conclusão ou desistência da causa, tenha havido, ou não, extinção do mandato, obriga o advogado a devolver ao cliente bens, valores e documentos que lhe hajam sido confiados e ainda estejam em seu poder, bem como a prestar- lhe contas, pormenorizadamente, sem prejuízo de esclarecimentos complementares que se mostrem pertinentes e necessários. O advogado, entretanto, tem direito a ficar com a parcela dos honorários paga pelos serviços até então prestados. Como forma de manter a ética profissional e o bom relacionamento entre os advogados, o art. 14 do CEDOAB dispõe que o advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo plenamente justificável ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis TEMA COBRADO NOS EXAMES XII, XVIII, XXIII e XXVIII DA OAB/ FGV. Além disso, os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou reunidos em caráter permanente para cooperação recíproca, não podem representar, em juízo ou fora dele, clientes com interesses opostos (art. 19 do CEDOAB) TEMA COBRADO NO XI EXAME DA OAB/FGV. Sobrevindo conflitos de interesse entre seus constituintes e não conseguindo o advogado harmonizá-los, caber-lhe-á optar, com prudência e discrição, por um dos mandatos, renunciando aos demais, resguardado sempre o sigilo profissional (art. 20 do CEDOAB). TEMA COBRADO NOS EXAMES XV E XXIII DA OAB/FGV. Uma questão bastante polêmica e muitas vezes criticada pela sociedade diz respeito aos advogados que defendem conhecidos criminosos, que cometeram infrações graves, como no caso de assassinos em série e estupradores. Sobre o tema, o art. 23 do CEDOAB dispõe que é direito e dever do advogado assumir a defesa criminal, sem considerar sua própria opinião sobre a culpa do acusado. Não há causa criminal indigna de defesa, cumprindo ao advogado agir, como defensor, no sentido de que a todos seja concedido tratamento condizente com a dignidade da pessoa humana, sob a égide das garantias constitucionais. Em outras palavras, não cabe ao advogado fazer juízo de valor sobre a culpa ou inocência do seu cliente, devendo tomar todas as medidas adequadas para garantir um julgamento condigno com o ordenamento jurídico. Ainda como forma de manter a liberdade e independência do advogado, o CEDOAB, em OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 29 seu art. 24, dispõe que advogado não se sujeita à imposição do cliente que pretenda ver com ele atuando outros advogados, nem fica na contingência de aceitar a indicação de outro profissional para com ele trabalhar no processo. Desse modo, ao receber uma procuração, o advogado não é obrigado aceitar que outro profissional atue ou interfira no curso do processo que patrocina TEMA COBRADO NOS EXAMES XIV E XX DA OAB/FGV. Digno de nota, por fim, que o advogado é proibido de atuar no mesmo processo, simultaneamente, como patrono e preposto do empregador ou cliente, conforme art. 25 do CEDOAB. TEMA COBRADO NOS EXAMES IX E XXI DA OAB/FGV. 8.4. SIGILO PROFISSIONAL Entende-se por sigilo profissional a obrigação de não se revelar as informações obtidas em razão do exercício da profissão. O advogado, portanto, não pode revelar fatos e dados obtidos do seu cliente ou em razão de funções desempenhadas na Ordem dos Advogados do Brasil (art. 35 do CEDOAB), mantendo-se o sigilo inclusive quando o advogado atuar no exercício das funções de mediador, conciliador e árbitro (§ 2º do art. 36 do CEDOAB). Ainda que o cliente acabe não contratando o advogado, este deve manter o sigilo profissional. O sigilo profissional decorre da lei (matéria de ordem pública), devendo ser respeitado independentemente de pedido expresso do cliente. Além disso, as comunicações feitas entre advogado e cliente (carta, telefonemas, e-mail, etc.) presumem-se confidenciais, não podendo ser violadas, conforme § 1º do art. 36 do CEDOAB TEMA COBRADO NO XIV EXAME DA OAB/FGV. Apesar de não haver impedimento para que o advogado atue contra clientes antigos, deverá observar os preceitos éticos com relação às informações sigilosas que lhe tenham sido confiadas, conforme disposto no art. 21 do CEDOAB: “O advogado, ao postular em nome de terceiros, contra ex-cliente ou exempregador, judicial e extrajudicialmente, deve resguardar o sigilo profissional” TEMA COBRADO NOS EXAMES IX E XXII DA OAB/FGV. Como forma de garantir o sigilo profissional, o art. 7º, XIX, do EAOAB e o art. 38 do CEDOAB asseguram, ainda, ao advogado o direito de não depor, em processo ou procedimento judicial, administrativo ou arbitral, sobre fatos a cujo respeito deva guardar sigilo profissional TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV. O sigilo profissional, entretanto, não é absoluto, podendo ceder em face de circunstâncias excepcionais que configuremjusta causa, como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à honra ou que envolvam defesa própria (art. 37 do CEDOAB) TEMA COBRADO NO XXVI EXAME DA OAB/FGV. OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 30 8.5. PUBLICIDADE Art. 39. A publicidade profissional do advogado tem caráter meramente informativo e deve primar pela discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização da profissão. Art. 40. Os meios utilizados para a publicidade profissional hão de ser compatíveis com a diretriz estabelecida no artigo anterior, sendo vedados: I - a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e televisão; II - o uso de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade; III - as inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço público; IV - a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outras atividades ou a indicação de vínculos entre uns e outras; V - o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem assim quando de eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou em veiculação de matérias pela internet, sendo permitida a referência a e-mail; VI - a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, com o intuito de captação de clientela. Parágrafo único. Exclusivamente para fins de identificação dos escritórios de advocacia, é permitida a utilização de placas, painéis luminosos e inscrições em suas fachadas, desde que respeitadas as diretrizes previstas no artigo 39. Levando-se em consideração que a advocacia não pode assumir feição empresarial e que não pode ser instrumento de mera captação de clientela, a publicidade profissional do advogado deve ter caráter meramente informativo primando pela discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização da profissão, conforme art. 39 do CEDOAB TEMA COBRADO NO XIII EXAME DA OAB/FGV. O meio mais comum de publicidade do advogado é o uso de cartões profissionais e de materiais de escritório. Nesse caso, o advogado fará constar seu nome ou o da sociedade de advogados, o número ou os números de inscrição na OAB, podendo ainda fazer menção aos seus títulos acadêmicos (doutor, mestre, especialidade, etc.) distinções honoríficas relacionadas à vida profissional, bem como as instituições jurídicas de que faça parte, e as especialidades a que se dedicar, o endereço, e-mail, site, página eletrônica, QR code, logotipo e a fotografia do escritório, o horário de atendimento e os idiomas em que o cliente poderá ser atendido (art. 44 do CEDOAB). TEMA COBRADO NO XXVIII EXAME DA OAB/FGV. O advogado, entretanto, não poderá incluir nos cartões fotografias pessoais ou de terceiros nem fazer menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou pretérito, em qualquer órgão ou instituição, salvo o de professor universitário TEMA COBRADO NOS EXAMES XVII E XXI DA OAB/FGV. OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 31 Além disso, para evitar a mercantilização da advocacia, o Código de Ética e Disciplina veda que a publicidade seja veiculada em rádio, cinema, televisão, outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade, inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço público, bem como a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, com o intuito de captação de clientela, conforme art. 40 do CEDOAB. TEMA COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/FGV. Apesar de ser proibida a publicidade em painéis luminosos, o CEDOAB permite, exclusivamente para fins de identificação dos escritórios de advocacia, a utilização de placas, painéis luminosos e inscrições em suas fachadas (parágrafo único do art. 40 do CEDOAB). O art. 40, VI, do CEDOAB, por sua vez, veda ainda a publicidade por meio de panfleto se houver finalidade de captação de clientela. O CEDOAB (art. 45) permite a divulgação de boletins, por meio físico ou eletrônico, sobre matéria cultural de interesse dos advogados, desde que sua circulação fique adstrita a clientes e a interessados do meio jurídico. TEMA COBRADO NO XII EXAME DA OAB/ FGV. O CEDOAB passou a permitir a publicidade feita pela internet ou outros meios eletrônicos, estabelecendo em que a telefonia e a internet podem ser utilizadas como veículo de publicidade, inclusive para o envio de mensagens a destinatários certos, desde que estas não impliquem o oferecimento de serviços ou representem forma de captação de clientela (art. 46 do CEDOAB). Veda-se ainda a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outra atividades ou a indicação de vínculos entre uns e outras; bem como o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem assim quando de eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou em veiculação de matérias pela internet, permitindo-se apenas a referência a e-mail TEMA COBRADO NOS EXAMES XXI E XII DA OAB/FGV. Além disso, o advogado que eventualmente participar de programa de televisão ou de rádio, de entrevista na imprensa, de reportagem televisionada ou veiculada por qualquer outro meio, para manifestação profissional, deve visar a objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais e instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou profissional, vedados pronunciamentos sobre métodos de trabalho usados por seus colegas de profissão (art. 43, caput, do CEDOAB). Da mesma forma, quando convidado para manifestação pública, por qualquer modo e forma, visando ao esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve o advogado evitar insinuações com o sentido de promoção pessoal ou profissional, bem como o debate de caráter sensacionalista (art. 43, parágrafo único, do CEDOAB). OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 32 9 9. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, conforme inclusive previsto na Súmula Vinculante n. 47 do STF: Súmula Vinculante n. 47 do STF: Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante principal devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza. De acordo com o art. 22 do EAOAB, os honorários advocatícios podem ser: convencionados, arbitrados judicialmente e de sucumbência. • Honorários Convencionados: também chamados de honorários contratuais, são aqueles recebidos em razão de contrato feito com cliente. Embora possam ser estipulados verbalmente, é recomendável que os honorários sejam estipulados por escrito, valendo o contrato como título jurídico extrajudicial. A forma de pagamento dos honorários contratuais pode ser livremente estipulada pelas partes. Entretanto, se não houver convenção sobre a forma de pagamento, os honorários serão pagos da seguinte forma: um terço é devido no início do serviço, outro terço até a decisão de primeira instância e o restante no final, conforme § 3º do art. 22 do EAOAB TEMA COBRADO NOS EXAMES X, XII e XXVIII DA OAB/FGV. Importante destacar, ainda, que, de acordo com o art. 17 do CDEOAB, a revogação do mandato judicial por vontade do cliente não o desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas, bem como não retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja devido em eventual verba honorária de sucumbência, calculada proporcionalmente, em face do serviço efetivamente prestado TEMA COBRADO NO XVIII EXAME DA OAB/FGV. OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 33 Os honoráriosdevem ser fixados com moderação, evitando-se não apenas os valores muito altos como também os valores muitos baixos, para não representar aviltamento da advocacia e captação ilegal de clientela. Para tanto, os honorários devem ser fixados respeitando-se o limite mínimo da Tabela de Honorários Advocatícios, que deve ser estabelecida pelos Conselhos Seccionais, bem como com base nos critérios previstos no art. 49 CEDOAB TEMA COBRADO NO XI EXAME DA OAB/FGV. Art. 49. Os honorários profissionais devem ser fixados com moderação, atendidos os elementos seguintes: I - a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas; II - o trabalho e o tempo a ser empregados; III - a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros casos, ou de se desavir com outros clientes ou terceiros; IV - o valor da causa, a condição econômica do cliente e o proveito para este resultante do serviço profissional; V - o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente eventual, frequente ou constante; VI - o lugar da prestação dos serviços, conforme se trate do domicílio do advogado ou de outro; VII - a competência do profissional; VIII - a praxe do foro sobre trabalhos análogos Importante lembrar ainda que a fixação de honorários irrisórios é infração disciplinar punível com censura (art. 36, II e III, do EAOAB). • Honorários arbitrados judicialmente: são aqueles arbitrados pelo Poder Judiciário por existir dúvida acerca do seu valor, como nos casos de honorários convencionados sem contrato escrito, ou quando houver substituição do advogado no curso do processo. Devem ser fixados de forma compatível com o trabalho e o valor econômico da questão, não podendo ser inferiores aos estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB. De acordo com § 1º do art. 22 do EAOAB, o advogado, quando indicado para patrocinar causa de juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade da Defensoria Pública no local da prestação de serviço, tem direito aos honorários fixados pelo juiz, segundo tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB, e pagos pelo Estado TEMA COBRADO NO XXIV EXAME DA OAB/FGV. OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 34 • Honorários de sucumbência: são aqueles devidos pela parte vencida para pagar as despesas do advogado da parte vencedora. De acordo com o CPC/2015, serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. No caso de substabelecimento, a verba correspondente aos honorários da sucumbência será repartida entre o substabelecente e o substabelecido, proporcionalmente à atuação de cada um no processo ou conforme haja sido entre eles ajustado (§ 1º do art. 51 do CEDOAB). Nos termos do § 3º do art. 24 do EAOAB, é nula qualquer disposição, cláusula, regulamento ou convenção individual ou coletiva que retire do advogado o direito ao recebimento dos honorários de sucumbência. O acordo feito pelo cliente do advogado e a parte contrária (conciliação), salvo aquiescência do profissional, não lhe prejudica os honorários, quer os convencionados, quer os concedidos por sentença. Assim, ainda que haja conciliação no processo, os honorários são devidos na forma acordada, salvo concordância do advogado em receber outro valor. TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV. • O novo CPC dispõe que é obrigatória majoração dos honorários fixados na sentença quando houver interposição de recurso, observado o limite máximo de 20% estabelecido no § 2º do art. 85 do CPC/2015. • A Lei nº 13.725/2018 acrescentou o §6º e o §7º ao art. 22 do EAOAB, passando a tratar dos honorários assistenciais (aqueles fixados em ações coletivas em favor da entidade de classe que atua em substituição processual), deixando claro: I) a possibilidade de cumulação entre honorários assistenciais e honorários de sucumbência, o que muitas vezes era vedado pela Justiça do trabalho em relação às ações dos sindicatos e II) a possibilidade de a entidade de classe firmar contato de honorários advocatícios diretamente com os beneficiários da ação coletiva. TEMA COBRADO NO XXVIII EXAME DA OAB/FGV. Os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor (art. 23 do CEDOAB). TEMA COBRADO NO XXVII EXAME XX DA OAB/FGV. Além disso, se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários antes de expedir-se o mandado de levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os pagou (art. 22, § 4º, do EAOAB). TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV. A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito que os estipular são títulos executivos e constituem crédito privilegiado na falência, recuperação judicial, concurso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial, conforme art. 24 do EAOAB TEMA COBRADO NO VIII EXAME DA OAB/FGV. OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 35 Havendo mais de um advogado atuando no processo, eventual divergência entre os advogados sobre o montante que cada um deve receber a título de honorários pode ser levada ao Tribunal de Ética e Disciplina, que poderá atuar como mediador na partilha de honorários, contribuindo no sentido de que a distribuição se faça proporcionalmente à atuação de cada um no processo (art. 71, VI, do CEDOAB). O Código de Ética e Disciplina (art. 50) permite ainda a estipulação da denominada cláusula quota litis, considerada aquela que estipula participação do advogado sobre o ganho da demanda. Nesse caso, os honorários devem ser necessariamente representados por pecúnia e, quando acrescidos dos honorários da sucumbência, não podem ser superiores às vantagens advindas a favor do cliente. Registra-se ainda que a participação do advogado em bens particulares do cliente só é admitida em caráter excepcional, quando esse, comprovadamente, não tiver condições pecuniárias de satisfazer o débito de honorários e ajustar com o seu patrono, em instrumento contratual, tal forma de pagamento. Quando o objeto do serviço jurídico versar sobre prestações vencidas e vincendas, os honorários advocatícios poderão incidir sobre o valor de umas e outras, atendidos os requisitos da moderação e da razoabilidade. A execução dos honorários pode ser promovida nos mesmos autos da ação em que tenha atuado o advogado, se assim lhe convier. Em outras palavras, não há necessidade de um novo processo para que o advogado possa executar os honorários devidos. Conforme art. 54 do CEDOAB, havendo necessidade de promover arbitramento ou cobrança judicial de honorários, deve o advogado renunciar previamente ao mandato que recebera do cliente em débito. Digno de nota, ainda, que, de acordo com o art. 25 do EAOAB, o prazo prescricional para que o advogado ajuíze a ação de cobrança dos honorários advocatícios é de 5 anos, contados: TEMA COBRADO NOS EXAMES IV, VIII, XII, XIII e XXV DA OAB/FGV: I - do vencimento do contrato, se houver; II - do trânsito em julgado da decisão que os fixar; III - da ultimação do serviço extrajudicial; IV - da desistência ou transação; V - da renúncia ou revogação do mandato. O art. 25-A do EAOAB, por sua vez, estabelece que também prescreve em cinco anos a ação de prestação de contas pelas quantias recebidas pelo advogado de seu cliente, ou de terceiros por conta dele. OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 36 O crédito por honorários advocatícios, seja do advogado autônomo, seja de sociedade de advogados, não autoriza o saque de duplicatas ou qualquer outro título de crédito de natureza mercantil, podendo, apenas,
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