Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
WBA0267_v1.0 ATENÇÃO PSICOSSOCIAL E USO DE ÁLCOOL E DROGAS APRENDIZAGEM EM FOCO 2 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Autoria: Rogério Adriano Bosso Leitura crítica: Fábio Eiji Sato A disciplina Atenção Psicossocial e Uso de Álcool e Drogas tem como objetivo a capacitação de profissionais de saúde e equipes multidisciplinares que atuam ou tem interesse em compreender os fenômenos da dependência química, uma vez que se percebe o aumento significativo da prevalência desses transtornos na população brasileira e, ao mesmo tempo, a dificuldade de encontrar informações atualizadas e de qualidade. Infelizmente, a dependência química ainda é permeada pelo preconceito, não somente pela população leiga, mas também pelos próprios profissionais da área. Assim, ainda hoje, podemos encontrar desatualizações e um viés puramente moral na forma como os profissionais de saúde olham para o dependente químico. Dessa forma, não é incomum encontrar dependentes insatisfeitos e pouco acolhidos nos serviços da rede de saúde mental. Confiamos que, com os conteúdos desta disciplina, você irá adquirir condições de melhorar suas habilidades e técnicas necessárias ao atendimento do usuário de álcool e outras drogas, conseguindo exercer a empatia, o acolhimento e ofertando um tratamento de qualidade e baseados nas reais necessidades dessa população específica. Bons estudos! 3 INTRODUÇÃO Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática profissional. Vem conosco! TEMA 1 Atenção Psicossocial na abordagem ao usuário de álcool e outras drogas ______________________________________________________________ Autoria: Rogério Adriano Bosso Leitura crítica: Fábio Eiji Sato 5 DIRETO AO PONTO Atualmente, um dos grandes problemas de saúde pública no Brasil tem sido a dependência química, pois essa dependência não se restringe apenas às consequências que o uso acarreta na esfera biológica. Segundo Mendes (2017), como essa é uma doença complexa, ela se expande para outras esferas, como: culturais, sociais e psicológica, podendo levar o indivíduo a prática de violência e vulnerabilidades, como risco de morte. Como estamos diante de uma situação complexa, você perceberá que existem diversas estratégias para a oferta de tratamento da dependência química, contando com diversas abordagens terapêuticas. Nesse sentido, é essencial conhecer a história de vida da pessoa que está acometida com problemas decorrente do uso de drogas, a fim de que os profissionais possam entender a fundo as necessidades primordiais dos usuários e através do uso de ferramentas, como o aconselhamento individual, traçar um plano de atendimento singular (PAS), juntamente com o usuário, para que se torne algo possível de ser realizado e com metas de curto prazo. As metas de curto prazo poderão ser realizadas com sucesso e, assim, reforçar positivamente o usuário em seu processo de recuperação, bem como motivá-lo a continuar em manutenção de sua abstinência. Para contar com todas essas estratégias citadas, podemos realizar parcerias por meio das redes assistenciais, que são um conjunto de serviços, projetos, benefícios e programas que são prestados por meio de convênios com organizações sem fins lucrativos ou diretamente aos usuários. A parceria formada entre esses dispositivos facilita o acesso a informações sobre um usuário que integra vários equipamentos dessa rede. Essas informações são: 6 Figura 1 - Histórico de Acesso à Rede e Presença de Doenças Fonte: elaborada pelo autor. Outro ponto importante na assistência ao usuário é observar seu contexto familiar, sendo um dos fatores mais importantes, pois poderemos observar que os padrões de comportamento aprendidos com os pais e as interações familiares podem influenciar nas atitudes dos filhos. Assim, podemos observar que o comportamento dos responsáveis ou cuidadores acabam servindo como espelho na conduta da pessoa. Por esse motivo, as pesquisas realizadas têm reforçado a ideia de que filhos de usuários podem apresentar maior risco de se tornar dependentes. 7 Figura 2 – Simulação de uma rede assistencial Fonte: denphumi/Istock.com. Referências bibliográficas MENDES, M. S. Dependência química e fortalecimento psicossocial pelas práticas esportivas. Estudos de psicologia, Natal, v. 22, n. 3, p. 285-292, set. 2017. PARA SABER MAIS É urgente que os profissionais de saúde, que trabalham diretamente com questões da dependência química, entendam que se tratando de cuidados aos usuários de álcool e outras drogas deve ser realizado em conjunto, com atores que vão desde o próprio usuário e sua família, até a ajuda profissional de uma equipe multiprofissional. 8 Ao profissional que acompanha o usuário, não cabe apenas realizar o encaminhamento para um serviço da rede, ele deve também: • Conhecer o serviço para o qual está encaminhando o usuário e prestar as informações que se fizerem pertinentes para a equipe local. • Ficar à disposição para ajuda no caso, caso a equipe do local sinta necessidade. Um bom trabalho desenvolvido de forma integrada a rede de atenção psicossocial pode aumentar as chances de eficácia e sucesso no processo de recuperação de dependentes químicos, além de diminuir as chances de recaída. TEORIA EM PRÁTICA Você recebe em seu serviço um jovem de 20 anos, acompanhado pela tia, sua responsável desde criança, solicitando ajuda devido ao uso exagerado de maconha. Inicialmente, o jovem está junto da tia, mas fica nítido que o desejo de interrupção do uso parte da tia, porém o jovem está pouco motivado para um processo de recuperação. Ao fazer um breve levantamento, a tia relata que o jovem sempre foi de poucos amigos, tímido e que passa boa parte do dia atrás de uma quadra esportiva de uma escola próximo de casa, local onde faz o uso da maconha, geralmente sozinho. A tia relatou que o jovem sempre foi muito inteligente e sempre se interessou por música, mas que nunca participou de nenhum movimento voltado a essa área. Com esse breve relato e pensando no que aprendemos nesta disciplina, nesse caso, o que poderíamos fazer? 9 Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. Resolução: O profissional que recebe esse caso deve acolher a angústia dessa tia e orientá-la em relação à dependência química, bem como encaminhá-la ao um serviço de apoio à família, como o Amor Exigente (AE.). Antes de qualquer julgamento ou “diagnóstico”, deve realizar uma avaliação com o jovem para verificar como se apresenta o uso de maconha, se realmente existe o uso e, em caso positivo, verificar se o uso se enquadra nos níveis de dependência e em qual nível ele está, para a partir disso pensar nas possibilidades de tratamento. Esse levantamento possibilitará um encaminhamento adequado do jovem para um serviço que atenda suas necessidades. A tia relatou também o interesse do jovem em música. Buscar por serviços da rede que ofereçam oficinais de música ou aulas gratuitas para apresentar ao jovem pode ser uma forma de prevenção a dependência. LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 Este trabalho procurou compreender as necessidades da família que possui um usuário de substâncias psicoativas como membro (SPA). Para realizar a leitura, pesquise na internet a referência a seguir. LIMA, D. W. C.; LEITE, A. C. Q. B.; VIEIRA, A. N.; LEITE, A. R.; LUIS, M. A. V.; AZEVEDO, L. D. S.; MELO, J. A. L. de. Necessidades de saúde Indicações de leitura 10 Lorem ipsum dolor sit amet Autoria: Nome do autor da disciplina Leitura crítica: Nome do autor da disciplina de familiares de usuários de substâncias psicoativas. Revista Eletrônica de Enfermagem, Goiânia, v. 20, 2018. Indicação 2 A dissertação de mestradoa seguir teve como objetivo elencar as percepções dos usuários de substâncias psicoativas de um cenário de uso do Rio de Janeiro, além de buscar compreender a visão dos profissionais do SUS sobre o que compreendiam como produção de cuidado em saúde naquele local. Para realizar a leitura, pesquise na internet a referência abaixo: KRAML, I. B. Quando o SUS entra em cena: reflexões sobre a produção de cuidado em uma cena de uso. 2019. 159 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública)-Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2019. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 11 1. Sabe-se que a dependência química tem se tornado um grande problema de saúde pública no Brasil (MENDES, 2017). Essa afirmação se dá devido: a. A dependência química não se restringir apenas às consequências que o uso acarreta na esfera biológica, mas por sua complexidade, que se expande às esferas culturais, sociais e psicológica, podendo levar o indivíduo a prática de violência e vulnerabilidades, como risco de morte. b. A dependência química não se restringir apenas às consequências que o uso acarreta na esfera biológica, mas é unanimidade entre os profissionais e pesquisadores que essa esfera é a mais danificada e a que mais precisa de atenção. c. Embora a dependência química não se restrinja apenas às consequências que o uso acarreta na esfera biológica, mas também às esferas culturais, sociais e psicológica, não se expandindo a severidade de colocar os usuários na prática de violência e vulnerabilidades. d. A dependência química não se restringir apenas às consequências que o uso acarreta na esfera biológica, se expandindo às esferas culturais, sociais e psicológica, porém, como não apresenta complexidades, sua cura é rápida e pode ser alcançada apenas com atendimentos pontuais. e. A dependência química ser um problema que atinge apenas as populações mais carentes, sendo que as consequências do uso são pouco pesquisadas e evidenciadas e o tratamento ocorre em hospitais gerais, como qualquer outro problema clínico. 12 2. Entende-se que para aumentar a eficácia no tratamento e no processo de recuperação do usuário de drogas, a presença da família pode ser um fator protetivo e motivador. Por esse motivo, o profissional que acompanha o usuário em algum serviço da rede deve obrigatoriamente: a. Observar o contexto familiar, pois essa observação pode ser importante, mas não traz informações que auxiliem no tratamento, uma vez que os padrões de comportamento aprendidos com os pais e as interações familiares não podem, de forma alguma, influenciam nas atitudes dos filhos. b. Observar apenas o contexto de trabalho do usuário, pois essa observação é um dos fatores mais importantes, uma vez que os padrões de comportamento aprendidos com os pais se repetem no ambiente de trabalho. c. Não deve observar o contexto familiar, pois essa observação não se faz necessária, uma vez que os padrões de comportamento aprendidos com os pais estão presentes na vida adulta e, assim, podemos entender a família apenas observando o usuário. d. Observar o contexto familiar, pois essa observação é um dos fatores mais importantes, uma vez que os padrões de comportamento aprendidos com os pais e as interações familiares podem influenciam nas atitudes dos filhos. e. Observar o contexto familiar, pois essa observação é um dos fatores mais importantes, uma vez que ao perceber um ambiente saudável, o profissional deve aconselhar e encorajar a família e se afastar do usuário para não acarretar em mais problemas no núcleo familiar. 13 GABARITO Questão 1 - Resposta A Resolução: A dependência química atinge as esferas da vida do usuário, causando restrição de repertório global, com complexidades que podem acarretar a morte. Questão 2 - Resposta D Resolução: Entende-se que o comportamento dos pais ou cuidadores servem como exemplo na conduta da pessoa. Dessa forma, pesquisas têm mostrado que filhos de usuários podem apresentar maior risco de se tornar dependente. TEMA 2 Perfil dos Usuários de Álcool e outras Drogas ______________________________________________________________ Autoria: Rogério Adriano Bosso Leitura crítica: Fábio Eiji Sato 15 DIRETO AO PONTO Ao abordarmos sobre álcool e outras drogas, nos referimos a um fenômeno complexo que abrange diversas esferas da vida de uma pessoa, como: biológica, psicológica, sociais, econômica e, alguns autores, se referem também a esfera espiritual. Com a junção dos fenômenos ligados aos fatores biológicos (bio), psicológicos (psico) e os sociais (social), surgiu o termo “biopsicossocial” para tentar expressar a junção dessas esferas. Devido a composição dessas esferas na complexidade da dependência química, não devemos tentar explicar a dependência química como algo que esteja ligado a um fator exclusivo, como a genética. A dependência química é multifatorial, ou seja, existe uma junção de fatores que se somam para que exista a síndrome da dependência química, dado consolidado na literatura. Nesse sentido, constatamos que o uso de drogas não é algo novo. Desde que se tem relatos da existência humana, temos notícias de relatos de que o ser humano se utiliza de elementos da natureza que podem alterar seu comportamento e suas atividades a nível mental, o que deixa evidente que esse comportamento é inerente ao ser humano. Contudo, quando existe uma pessoa em uso abusivo de algum tipo de droga, isso impacta negativamente na saúde pública do país. Além disso, a pessoa que faz uso abusivo ou já possui uma dependência instalada, não acomete apenas a si mesmo, como também sua família e toda a sociedade na qual vive (BRASIL, 2019). A atuação da droga se dá no sistema mesolímbico-mesocortical, popularmente conhecido como sistema de recompensa, sendo composto pelas áreas tegmental ventral, nucleus accumbens, amígdala e córtex pré-frontal. A sua ação primordial é promover 16 e estimular comportamentos responsáveis pela manutenção da espécie humana. O uso de substâncias psicoativas é capaz de produzir um aumento de centenas de vezes da atividade basal do sistema mesolímbico-mesocortical. De acordo com Laranjeira (2012), as substâncias psicoativas corrompem os mecanismos fisiológicos do cérebro, gerando um prazer puramente químico. Além disso, outros circuitos de neurônios também são desregulados pelo uso de substâncias e apresentam prejuízos e danos que podem ser reversíveis, porém com um período longo e prolongado de tempo para sua reestruturação. Conforme o usuário aumenta a quantidade e intensidade do uso de drogas ou álcool, diminuindo o espaçamento de tempo entre as doses, o cérebro vai gerando o que chamamos de tolerância. A tolerância é responsável pelo aumento da quantidade de substância consumida pelo usuário para se obter o mesmo prazer que conseguia anteriormente com pequenas doses. Uma vez gerado tolerância, após a retirada da substância, o indivíduo pode sofrer com a síndrome de abstinência, que são sinais e sintomas negativos devido a retirada abrupta da droga. A manutenção do uso, mesmo com a presença de todas as consequências adversas, pode ocorrer livrar a pessoa da síndrome de abstinência. Os estudos dirigidos por Trevisan e Castro (2019) verificaram que há maior prevalência em usuários do sexo masculino (80,5%), entre 41 e 60 anos (45,8%) e sem companheiro (55,2%). Em sua grande maioria com baixa escolaridade, ensino fundamental incompleto (38,4%) e grande índice de desempregados (34,7%).As comorbidades mais comuns entre os usuários de substâncias são: transtornos de ansiedade/transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de pânico e transtorno de estresse pós-traumático; depressão e transtorno bipolar, transtornos do spetrum psicótico, transtorno de personalidade borderline, 17 transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e transtorno de personalidade antissocial. Os esquizofrênicos, por sua vez, apresentam índices maiores de uso de tabaco e maconha (OLSSON; FRIDELL, 2015; LE FOLL et al., 2015). Figura 1 – Exemplos de apresentações das drogas Crédito: bortonia/iStock.com. Referências bibliográficas BRASIL. Ministério da Cidadania. Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas. Curso CoMPaCTa: Capacitação de Monitores e Profissionais das Comunidades Terapêuticas. Florianópolis: labSEAD, 2019. 18 LARANJEIRA, R. Bases do Tratamento de dependência de crack. In: LARANJEIRA, R.; RIBEIRO, M. O Tratamento do usuário de crack. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. LE FOLL; B.; ENOCH, N. G.; DI CIANO, P.; TRIGO, J. M. Psychiatric disorders as vulnerability factors for nicotine addiction: what have we learned from animal models? The Neuropharmacology of Nicotine Dependence, [s.l.], v. 24, p. 155-70, 1 fev. 2015. TREVISAN, E. R; CASTRO, S de S. Centros de Atenção Psicossocial - álcool e drogas: perfil dos usuários. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 43, n. 121, p. 450-463, abr. 2019. OLSSON, T. M.; FRIDELL, M. Women with comorbid substance dependence and psychiatric disorders in Sweden: a longitudinal study of hospital care utilization and costs. BMC Health Services Research, Berlin, v. 15, n. 224, 6 jun. 2015. PARA SABER MAIS Podemos perceber cada vez, e a literatura tem comprovado, que para se pensar em estratégias eficazes de tratamento para usuários de álcool e outras drogas, os profissionais que atuam com essa demanda devem se capacitar e permanecer atentos as atualizações importantes da área. O transtorno por uso de substâncias é complexo e requer especificidades, que não podem, de maneira alguma, ser tratadas em qualquer ambiente de tratamento. É necessário que o ambiente de tratamento que irá receber a demanda da dependência química seja especializado e com profissionais devidamente capacitados, que entendam da demanda e das 19 complicações que o uso de drogas pode trazer, bem como os riscos associados, para que seja realizada uma boa avaliação e, consequentemente, um bom encaminhamento do caso. Desse modo, acompanhar o usuário não significa apenas realizar o encaminhamento para um serviço da rede, ele deve conhecer o serviço para o qual está encaminhando o usuário, verificar se os profissionais possuem especialização para lidar com a demanda da dependência química e prestar as informações que se fizerem pertinentes para a equipe local relacionadas ao usuário. Além de ficar à disposição para ajuda no caso, caso a equipe do local sinta necessidade. Referências bibliográficas CAMINHA, A. C. Introdução à proteção dos sistemas elétricos. 16. reimp. São Paulo, SP: Editora Blucher, 2019. LEÃO, F.B.; R.S.MANTOVANI, J. Proteção de sistemas de potência. Ilha Solteira, SP: Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, 2018. MAMEDE FILHO, J.; MAMEDE, D. R. Proteção de sistemas elétricos de potência. Rio de Janeiro, RJ, LTC, 2017. TEORIA EM PRÁTICA Um home, de aproximadamente 58 anos, chega até o ambiente de tratamento onde você é o profissional técnico de referência. Ele está com tremores severos de extremidades, relatando muita dor de cabeça e com forte odor etílico. No momento, está com poucas condições de diálogo, pois apresenta- 20 se com importante agitação psicomotora. O paciente está acompanhado por sua filha, que relata que o pai já teve internações por causa da bebida e que teve diagnóstico de esquizofrenia. Você percebe sinais e sintomas floridos, característicos da esquizofrenia. Assim, você tranquiliza a filha e realiza os manejos necessários para aquele momento. Agora, com o paciente estabilizado, ele irá continuar com acompanhamento em seu ambiente de tratamento. Porém, surge uma dúvida: nesses casos, o que você, aluno, pensa ser o mais adequado, uma vez que estamos falando de uma comorbidade psiquiátrica, tratamos inicialmente a dependência do álcool e depois a esquizofrenia? Tratamos primeiramente da esquizofrenia e depois da dependência do álcool? Ou os dois transtornos concomitantemente? Saberia explicar por qual motivo? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. Resolução: Sempre que falamos em comorbidade psiquiátrica, o ideal é que ambas as doenças sejam tratadas concomitantemente. No caso específico, o homem de 58 anos apresentava uso de álcool e esquizofrenia. Tratar apenas o uso do álcool, e deixar a esquizofrenia em segundo plano, pode fazer com que o quadro da esquizofrenia se agrave, acarretando no uso do álcool como possível “automedicação”. Mas o contrário também pode ocorrer, se tratarmos apenas a esquizofrenia e deixarmos o álcool para segundo plano, isso pode fazer com que o uso do álcool se agrave, piorando o curso da esquizofrenia. 21 LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 O artigo trata de uma análise do perfil sociodemográfico, histórico de doenças e a prevalência de comorbidades em usuários de drogas acompanhados em um modelo de tratamento específico: Comunidade Terapêutica. Para realizar a leitura, pesquise o artigo a seguir na internet. DANIELI, R. V.; FERREIRA, M. B. M.; NOGUEIRA, J. M.; OLIVEIRA, L. N. de C.; CRUZ, E. M. T. N. da; ARAÚJO FILHO, G. M. de. Perfil sociodemográfico e comorbidades psiquiátricas em dependentes químicos acompanhados em comunidades terapêuticas. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Rio de Janeiro, v. 66, n. 3, p. 139-149, set. 2017. Indicação 2 Este artigo alisa o uso contínuo de maconha (Cannabis Sativa) e o desenvolvimento de transtornos mentais em usuários de drogas. Para realizar a leitura, pesquise o artigo a seguir na internet. HENRIQUES, A. L. da C. R.; AMORIM, D. S.; CARDOSO, D. V.; MELLO, L. V. de; DAMASCENO, M. R. Relação do uso da Cannabis com o desenvolvimento de transtornos mentais: revisão bibliográfica. In: SEMINÁRIO CIENTÍFICO DO UNIFACIG, 5., 2019. Anais... Manhuaçu: UNIFACIG, 2019. Indicações de leitura 22 QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. O sistema mesolímbico-mesocortical, popularmente conhecido como sistema de recompensa, é composto pelas áreas tegmental ventral, nucleus accumbens, amígdala e córtex pré- frontal (LARANJEIRA, 2012). Qual é a função primordial desse sistema? a. Formar uma camada cerebral protetora para que a pessoa não desenvolva uma dependência química. b. Inibir comportamentos responsáveis pelo desenvolvimento da dependência química. c. Promover e estimular comportamentos responsáveis pela manutenção da espécie humana. d. Selecionar os circuitos neuronais dos comportamentos responsáveis pela manutenção da espécie humana, e destruir os que promovem mal-estar mental. e. Promover e estimular, exclusivamente, o aumento da dopamina. 23 2. O estudo realizado por Trevisan e Castro (2019) verificou que há maior prevalência em usuários do sexo masculino (80,5%), entre 41 e 60 anos (45,8%) e sem companheiro(a) (55,2%). Em geral, segundo esse estudo, qual é a escolaridade e posição que essas pessoas ocupam no mercado de trabalho? a. Em sua grande maioria possuem ensino fundamental completo(42,4%) e, em sua totalidade, estão empregados. b. Em sua grande maioria possuem ensino fundamental incompleto (38,4%) e 34,7% estão desempregados. c. Em sua grande maioria possuem ensino superior incompleto (38,4%) e 34,7% estão desempregados. d. Em sua grande maioria possuem ensino médio incompleto (38,4%) e 34,7% estão desempregados. e. Em sua grande maioria, os usuários nunca frequentaram a escola e apenas 38,4% estão empregados. GABARITO Questão 1 - Resposta C Resolução: O sistema de recompensa cerebral tem como função a manutenção da espécie. Toda vez que uma pessoa estiver realizando uma atividade em prol da manutenção de sua espécie, como comer, realizar exercício, estudar etc., o sistema de recompensa estará em ação. Questão 2 - Resposta B Resolução: O estudo de Trevisan e Castro (2019) apresenta uma taxa de baixa escolaridade e alto índice de desemprego entre os usuários de álcool e outras drogas. TEMA 3 Políticas Públicas na Atenção aos Usuários de Álcool e outras Drogas ______________________________________________________________ Autoria: Rogério Adriano Bosso Leitura crítica: Fabio Eiji Sato 25 DIRETO AO PONTO Neste módulo estudaremos sobre as Políticas Públicas e as drogas no Brasil. As Políticas Públicas, por sua vez, nada mais são que um conjunto de estratégias que podem ser pensadas e desenvolvidas pelo Estado, nos níveis: municipal, estadual e federal. Todo grupo populacional específico na sociedade carece de políticas públicas específicas, que alcancem as necessidades do grupo e tentem solucionar os problemas emergentes. As políticas públicas sobre as drogas têm a função de direcionar, por meio de suas diretrizes, todo o país. Você sabe quem participa da criação das políticas públicas sobre drogas no país? Os debates acontecem entre diferentes setores, os quais nem sempre pactuam de interesses em comum. Esses setores são: • Sociedade civil. • O poder do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário). • Indústrias das drogas, como tabaco e bebidas alcoólicas. • Universidades com dados científicos. • Mídia. Vale lembrar que nem em todos os locais as políticas públicas ditam as mesmas diretrizes, ou seja, elas podem sofrer alterações dependendo do município, estado, país ou cultura. Assim, vale lembrar que as políticas públicas não podem ser engessadas, pois elas devem ser revistas ao longo dos tempos, conforme as necessidades emergentes dos usuários, sofrendo as alterações necessárias. 26 Desse modo, as mudanças na legislação do tabaco podem ilustrar essas legislações. Há trinta anos, era possível ver inúmeras propagandas relacionadas ao tabaco. Além disso, seu uso era permitido nos locais coletivos, porém, após muita discussão dos setores e colaboração da área acadêmica com seus estudos e pesquisas, atualmente, com as mudanças das políticas públicas em relação ao tabaco, a propaganda e os locais para uso foram restritos. A seguir, vamos decorrer pela história das políticas públicas sobre drogas no Brasil, entre os anos de 1973 e 2019 (BRASIL, 2019). Figura 1 – Simulação de uma assembleia para discussão das políticas públicas relacionadas ao usuário de álcool e outras drogas, no Brasil Fonte: Irina Griskova/iStock.com. O objetivo deste material é conscientizá-lo em relação às políticas públicas sobre drogas no Brasil. Para que, a partir disso, você possa tomar consciência dos direitos previstos para os usuários de álcool e outras drogas e, durante os atendimentos nos serviços, 27 trazer a luz, também, para o usuário os seus direitos assistenciais, para que possam ser atendidos de forma humanizada. Assim, é função do profissional de saúde, que trabalha com a demanda de álcool e outras drogas, garantir a diminuição do estigma sobre os usuários, percebendo-os como pessoas que estão acometidas por um transtorno psiquiátrico e que precisam de cuidados especializados. Referências bibliográficas BRASIL. Presidência da República. Decreto n. 9.761, de 11 de abril de 2019. Aprova a Política Nacional sobre Drogas. Diário Oficial da União, Brasília, seção 1, extra – A, p. 7, 11 abr. 2019. PARA SABER MAIS O profissional, que trabalha com a demanda da dependência química, precisa se atualizar a cada dia e estar por dentro das legislações que ditam as diretrizes de funcionamento das ações relacionadas ao usuário de álcool e outras drogas no Brasil. Desse modo, conhecer a história e a evolução das políticas públicas sobre drogas no Brasil é indispensável. Assim, por meio das políticas públicas podemos conhecer as diretrizes que norteiam as ações do governo para redução da oferta e da demanda de drogas no país. Vale lembrar, que o objeto da presente aula não é esgotar toda a rede normativa relacionada às políticas públicas sobre drogas no Brasil, mas apresentar a evolução de forma sucinta, bem como as legislações vigentes. 28 Hoje, no Brasil, existe uma dicotomia de pensamento. Alguns profissionais, se baseiam no viés da redução de danos e outros no viés da abstinência total, para estruturar a oferta do tratamento, porém, seja qual for o norte do profissional, ele não poderá deixar de alicerçar-se nas políticas públicas relacionadas ao usuário de álcool e outras drogas que esteja vigente. TEORIA EM PRÁTICA Você recebe em seu serviço um jovem de 30 anos, com relato de ser usuário crônico de crack. Nesse contexto, o rapaz aparenta estar emagrecido, ofegante, com asseio prejudicado, vestes e aparência desleixadas, que sugerem ser de morador de rua. Ele não apresenta alterações da sensopercepção, porém, em alguns momentos, mostra-se ambivalente. Em seu acolhimento, o indivíduo pede para que seja realizada uma internação para que ele possa se tratar da dependência química. Nesse sentido, ele menciona que já teve diversas tentativas por si só e em ambientes em meio aberto, como o CAPS AD, mas sem sucesso. Além disso, ele informou que no serviço anterior pediu para ir para uma Comunidade Terapêutica, mas que essa possibilidade lhe foi vedada, uma vez que a profissional que o atendeu não acreditava nesse serviço e disse que usuário que era um local ilegal e sem qualidade. Com todas essas informações, após o acolhimento e, baseando-se nas políticas públicas sobre as drogas, qual deveria ser a postura do profissional e qual o melhor encaminhamento a ser realizado? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. 29 Resolução: A postura do profissional deve ser sempre neutra e baseada na real necessidade do paciente naquele momento. Desse modo, não acreditar em um serviço não nos dá direito, enquanto profissional, de falar sem embasamento. Hoje em dia, as Comunidades Terapêuticas (C.T.) são consideradas ambientes de tratamento especializados no tratamento de usuários de álcool e outras drogas, inclusive, elas recebem verba do Governo Estadual e Federal, além de frequentes fiscalizações. O paciente mostra-se ambivalente, mas está com o desejo de tentar realizar um tratamento em uma C.T. Desse modo, o profissional deve fazer contato com a C.T. de sua cidade e realizar o encaminhamento do paciente, bem como acompanhar o caso para certificar-se que conseguiu seu acolhimento institucional, e, caso apresente alguma dificuldade nesse processo, cabe ao profissional auxiliá-lo. LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 Este trabalho apresenta uma sistematização sobre as experiências de atenção à saúde dos usuários, com uso prejudicial de álcool e outras drogas, tendo como base as diretrizes da redução de danos em nosso país, como também no mundo. Para realizar a leitura, busque pelo título da obra na internet: GOMES, T. B.; VECCHIA, M. D. Estratégias de redução de danos no uso prejudicial de álcool e outras drogas: revisão de literatura. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 23, n. 7, p. 2327-2338, jul. 2018. Indicações de leitura 30 Indicação 2 Na estratégia deRedução de Danos, contamos com o profissional denominado: redutor de danos. A seguir, você poderá compreender as ações que são desenvolvidas por esses profissionais no cuidado aos usuários de drogas. Para realizar a leitura, busque pelo título da obra na internet: TISOTT, Z. L.; GOMES TERRA, M.; SIEPMANN SOCCOL, K. L.; NASI, C.; SCHNEIDER, J. F.; FREITAG, V. L.; LIMA TORRES, M. E. de. Ações de cuidado de redutores de danos às pessoas usuárias de drogas: estudo fenomenológico. South American Journal of Basic Education, Technical and Technological, Rio Branco, v. 6, n. 2, p. 461-473, 2020. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Na criação das políticas públicas sobre drogas, diferentes setores participam dos debates, os quais nem sempre pactuam dos mesmos interesses em comum (BRASIL, 2019). Quais são esses setores? 31 a. Indústrias das drogas, como tabaco e bebidas alcoólicas. b. Sociedade civil; O poder do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário); Universidades com dados científicos e a Mídia, sendo proibida a participação da Indústrias das drogas, como tabaco e bebidas alcoólicas. c. Sociedade civil e o poder do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário), apenas. d. Sociedade civil, apenas. e. Sociedade civil; O poder do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário); Indústrias das drogas como tabaco e bebidas alcoólicas; Universidades com dados científicos e Mídia. 2. As mudanças nas legislações para o uso de tabaco, bem como a vinculação de sua propaganda, ocorreram há quantos anos? a. Há 21 anos. b. Há 30 anos. c. Recentemente, há 1 ano. d. Há 58 anos. e. Há 12 anos. GABARITO Questão 1 - Resposta E Resolução: Na criação das políticas públicas sobre drogas, os setores: Sociedade civil; O poder do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário); Universidades com dados científicos e Mídia participam dos debates, incluindo as Indústrias das drogas, como tabaco e bebidas alcoólicas. 32 Questão 2 - Resposta B Resolução: As mudanças na legislação para o uso do cigarro, bem como a vinculação de sua propaganda, ocorreram há trinta anos. TEMA 4 Ambientes de Tratamento Específicos para Usuários de Álcool e Outras Drogas ______________________________________________________________ Autoria: Rogério Adriano Bosso Leitura crítica: Fábio Eiji Sato 34 DIRETO AO PONTO Todos os ambientes de tratamento para o usuário de álcool e outras drogas deve contar com uma organização interna própria, que resulta no enquadre terapêutico, ou seja, na oferta das estratégias de tratamento e atividades que estarão disponíveis naquele ambiente, bem como a estrutura do tratamento (teórico- prático, profissional e institucional). Ao nos depararmos com diferentes ambientes de tratamento, nos encontramos com modalidades diferentes para o atendimento de usuários de álcool e outras drogas. Porém, nem todos esses ambientes estão aptos a receber todos os usuários. Isso não é possível, devido aos diferentes perfis de usuários, sendo que cada perfil possui suas complexidades devido ao estágio do desenvolvimento da dependência em que se encontra. Nesse sentido, cada usuário se identificará mais com um modelo de tratamento do que com outro, e isso não significa que os modelos devem ser classificados entre melhores ou piores, pois são apenas diferentes. Assim, cada ambiente possui seus pontos fortes, mas também possui suas fraquezas. Logo, os profissionais que estão inseridos nesses ambientes precisam avaliar esses pontos, propor estratégias para a melhoria das fraquezas presentes e fortalecer a cada dia os que estão se manifestando de forma positiva. Os locais que já conseguiram comprovar seus resultados quanto a proposta de tratamento e o sucesso de recuperação de usuários, de forma científica, devem estar no escopo de escolha dos profissionais que trabalham com essa demanda, quando se trata de encaminhamentos de usuários para tratamento. No 35 Brasil, temos os principais ambientes de tratamento disponíveis, conforme a Figura 1: Figura 1 - Ambientes de tratamento Fonte: elaborada pelo autor. O profissional que acompanha o usuário, ao realizar o encaminhamento para um serviço da rede, deve conhecer o serviço para o qual está encaminhando e prestar as informações coletadas dos usuários sobre seu histórico anterior de uso e problemas relacionados à saúde para a equipe local, além de ficar sua disposição para ajudar na contribuição do caso. Referências bibliográficas BRASIL. Presidência da República. Decreto n. 9.761, de 11 de abril de 2019. Aprova a Política Nacional sobre Drogas. Diário Oficial da União, Brasília, seção 1, extra – A, p. 7, 11 abr. 2019. 36 PARA SABER MAIS Para os profissionais de saúde que atuam diretamente com questões da dependência química é essencial saber que essa população específica demandará tratamento, nesse sentido, a equipe deve ser composta por profissionais especializados. Onde podemos encontrar esses locais que contam com o auxílio desses profissionais? Para isso, é necessário conhecermos os ambientes de tratamento, porém, não somente na teorias, mas também, sempre que possível, o profissional que atua com essa demanda deve realizar visitas aos locais para conhecer na prática, tanto as ofertas de atividades que compõem o serviço como a equipe, possibilitando, a formação de rede, extremamente necessária ao se pensar em eficácia de tratamento, pois com a junção das atividades disponíveis nos diferentes ambientes de tratamento, aumenta-se a eficácia e possibilidade do usuário manter-se em abstinência. O usuário atendido em suas necessidades e por profissionais competentes e especializados na área, pode ter maior chances de sucesso em seu processo de recuperação e manutenção da abstinência. TEORIA EM PRÁTICA Você é o técnico de referência de um serviço básico de saúde, porém você possui especialização em dependência química e sua equipe te aciona para auxiliar em dois casos que se encontram na recepção: uma mãe acompanhada de seu filho usuário de maconha, que está pedindo ajuda para romper com o seu 37 uso e o relato da mesma mãe de um segundo filho, usuário de crack severo, que estava sumido de casa e hoje apareceu todo machucado, emagrecido, não falando coisa com coisa e apresentando forte fissura. A mãe precisa ser orientada para que possa prosseguir com a ajuda aos filhos de forma eficiente, uma vez que nenhum dos filhos nunca aceitou tratamento, e no momento atual, o filho usuário de maconha está aceitando ajuda e ela precisará saber o que fazer com o filho usuário de crack que não aceita ajuda. Nesse cenário, você, como técnico de referência, faria quais orientações para essa mãe? E para a própria mãe, você realizaria algum encaminhamento? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. Resolução: Enquanto profissional técnico de referência e especialista em dependência química, você, nesse caso, teria as seguintes ações: 1) orientar a equipe e trabalhar para que não exista uma estigmatização desses casos, auxiliando na compreensão da dependência química como um transtorno; 2) fazer contato com o CAPS AD para informar sobre os caso, realizar o encaminhamento e orientar a mãe sobre as ações que serão tomadas e acompanhar o desenrolar do caso; 3) encaminhar a mãe para uma rede de apoio ao familiar, como o Amor Exigente (A.E.), Pastoral da Sobriedade etc. 38 LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 Este trabalho apresenta como objetivoa compreensão dos gatilhos causadores de recaída no processo de manutenção da abstinência de dependentes químicos. A preocupação dos autores é devida a dependência química ser um grande um problema de saúde pública no Brasil. Desse modo, compreendendo os gatilhos e trabalhando na prevenção, diminui-se a necessidade de encaminhamentos a serviços de urgência e emergência, como nos casos de intoxicação. Para realizar a leitura, busque na internet o título a seguir: BATTAGLINI, L. F. E.; BOSSO, R. A. Gatilhos no processo de recaída de dependentes químicos na tentativa de manutenção da abstinência. Repositório Institucional Banco de Produção Acadêmica e Intelectual, Campinas, 2020. Indicação 2 O artigo a seguir realiza um levantamento do perfil do usuário que álcool e outras drogas que utiliza o serviço do CAPS AD. Essa leitura é importante, pois o ajudará a ter uma ideia da prevalência dos perfis. Para realizar a leitura, busque na internet o título a seguir: TREVISAN, E. R.; CASTRO, S. de S. Centros de Atenção Psicossocial - álcool e drogas: perfil dos usuários. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 43, n. 121, p. 450-463, abr. 2019. Indicações de leitura 39 QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Ao falarmos em ambientes de tratamento, não falamos apenas em uma modalidade (BRASIL, 2019). Em relação às diferentes modalidades, é correto afirmar que: a. Todos os ambientes de tratamento possuem atribuições definidas e comungam de todas as atividades em comum. b. Os ambientes de tratamento são bem rígidos quanto a oferta de suas atividades. Desse modo, existe uma comunicação maciça em rede para planejarem as mesmas atividades, uma vez que falamos da mesma demanda: usuários de álcool e outras drogas. c. Os ambientes de tratamento são flexíveis, porém, mesmo assim, existe uma comunicação maciça em rede para planejarem as mesmas atividades, uma vez que falamos da mesma demanda: usuários de álcool e outras drogas. d. Cada ambiente de tratamento possui suas atribuições definidas e diferenciadas umas das outras, pois cada ambiente possui sua particularidade. 40 e. Nem todos os ambientes de tratamento possuem atribuições definidas e comungam de atividades em comum. 2. Os ambientes de tratamento possuem seus pontos fortes, mas também possuem pontos a serem melhorados. Dessa forma, entende-se que nem todos os usuários se beneficiarão do mesmo ambiente de tratamento. Essa afirmação pode ser justificada pela seguinte afirmação: a. Os usuários de álcool e outras drogas nunca desejam tratamento, por esse motivo, eles devem ser encaminhados para diferentes ambientes, até que se identifiquem em algum. b. Uma vez que a dependência química não tem cura, não existe tratamento adequado e os serviços estão experimentando estratégias para alcançar os diferentes perfis. c. Usuários de álcool e outras drogas, em sua totalidade, são ambivalentes e com baixa motivação para o tratamento. d. O governo quer investir em pesquisas para compreensão de qual modalidade de tratamento é a melhor, por esse motivo, criou vários ambientes para a efetivação da pesquisa. e. Os dependentes químicos passam por diferentes estágios durante seu processo de se tornar dependentes, além disso, eles possuem perfis diferentes ao longo desse processo. Dessa forma, nem todos os usuários se beneficiarão dos mesmos ambientes, pois precisarão de atividades e ofertas específicas para cada estágio em que se encontram. 41 GABARITO Questão 1 - Resposta D Resolução: Ao falarmos em ambientes de tratamento, não falamos apenas em uma modalidade, pois cada ambiente de tratamento possui suas atribuições definidas e diferenciadas umas das outras, assim, cada uma possui uma particularidade. Questão 2 - Resposta E Resolução: Os ambientes de tratamento possuem seus pontos fortes, mas também possuem pontos a serem melhorados. Dessa forma, entende-se que nem todos os usuários se beneficiarão do mesmo ambiente de tratamento, pois os dependentes químicos passam por diferentes estágios durante seu processo de tornar-se dependente e possuem perfis diferentes ao longo desse processo. Dessa forma, nem todos os usuários se beneficiarão dos mesmos ambientes, pois precisarão de atividades e ofertas específicas para cada estágio em que se encontram. BONS ESTUDOS! Apresentação da disciplina Introdução TEMA 1 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 2 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 3 Direto ao ponto Para saber mais Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 4 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito Botão TEMA 5: TEMA 2: Botão 158: Botão TEMA4: Inicio 2: Botão TEMA 6: TEMA 3: Botão 159: Botão TEMA5: Inicio 3: Botão TEMA 7: TEMA 4: Botão 160: Botão TEMA6: Inicio 4: Botão TEMA 8: TEMA 5: Botão 161: Botão TEMA7: Inicio 5:
Compartilhar