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Fachadas Cortina: Processo Construtivo e Patologias

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i 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 
Escola Politécnica 
Curso de Engenharia Civil 
Departamento de Construção Civil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FACHADAS CORTINA: PROCESSO CONSTRUTIVO 
E PATOLOGIAS ASSOCIADAS 
 
 
 
 
 
Luiz Guilherme Pereira Potiguara 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2017 
ii 
 
 
 
 
FACHADAS CORTINA: PROCESSO CONSTRUTIVO 
E PATOLOGIAS ASSOCIADAS 
 
 
Luiz Guilherme Pereira Potiguara 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
Fevereiro de 2017 
Projeto de Monografia apresentado ao 
departamento de Construção Civil da Escola 
Politécnica da UFRJ como exigência parcial para 
obtenção do Título de Engenheiro Civil. 
Orientadora: Profª. Elaine Garrido Vazquez, Dsc 
iii 
 
 
FACHADAS CORTINA: PROCESSO CONSTRUTIVO 
E PATOLOGIAS ASSOCIADAS 
 
Luiz Guilherme Pereira Potiguara 
 
MONOGRAFIA SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE 
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO 
DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA 
OBTENÇÃO DO TÍTULO DE ENGENHEIRO CIVIL 
 
Examinada por: 
 
_____________________________________________ 
 Profª. Elaine Garrido Vazquez, DSC 
 
_____________________________________________ 
 Profª. Lais Amaral Alves, MSC 
 
_____________________________________________ 
 Profº. Assed Naked Haddad, DSC 
 
 
 
RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL 
FEVEREIRO de 2017 
iv 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Potiguara, Luiz Guilherme Pereira 
Fachadas Cortina: Processo Construtivo e Patologias 
Associadas/ Luiz Guilherme Pereira Potiguara. – Rio de 
Janeiro: UFRJ/ ESCOLA POLITÉCNICA, [2017]. 
X, 63 p.: il.; 29,7 cm. 
Orientadora: Profª. Elaine Garrido Vazquez. 
Projeto de Graduação – UFRJ/ POLI/ Curso de 
Engenharia Civil, 2017. 
Referências Bibliográficas: p. 57-63. 
1. Fachadas Cortina 2. Sistemas Executivos 3. 
Procedimentos Executivos 4. Patologias I. Garrido Vazquez, 
Elaine. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Escola 
Politécnica. Curso de Engenharia Civil. III. Fachadas Cortina: 
Processo Construtivo e Patologias Associadas. 
v 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À Deus, meus Pais, Família, e Amigos 
vi 
 
AGRADECIMENTOS 
A Deus, por ser meu melhor amigo, por ter tornado tudo possível e por estar ao meu lado 
em todos os momentos de dúvidas e incertezas, me dando a coragem para seguir em frente 
até o fim dessa jornada. 
À minha mãe, Roberta, sem a qual eu não estaria aqui. Obrigado por todas as palavras de 
apoio e carinho, por ter sido fundamental em toda essa caminhada e por ser o exemplo de 
garra, força e determinação. 
Ao meu pai, Alessandro, por não ter me deixado desistir. Obrigado por acreditar na minha 
capacidade, pelos conselhos dados e por estar sempre disponível. 
Aos meus irmãos, Carolina, Gabriella e Rafael, razões da minha vida. Obrigado por 
tornarem essa caminhada tão especial. 
Aos meus amigos e familiares, por serem a minha força e por estarem presentes em todos 
os momentos. 
À minha namorada, Rhaíra, por ser essa mulher maravilhosa e companheira, por estar 
comigo nos bons e maus momentos e por todo o incentivo e apoio durante esse processo. 
Aos meus sogros, Márcia e Renato, por mostrarem o exemplo de caráter e 
companheirismo e por estarem sempre presentes, com palavras de carinho e incentivo. 
vii 
 
Aos meus colegas de trabalho, por terem me ensinado tudo e em especial à Larissa, por 
tornar possível que eu me tornasse um engenheiro completo. À Sabrina e Pedro, por toda 
a ajuda e atenção dada e por estarem sempre presentes. 
A minha orientadora, professora Elaine, por todo o empenho, objetividade e atenção 
durante cada etapa desse processo. 
Por fim, a todos os professores, alunos e funcionários da Escola Politécnica. 
 
 
 
 
viii 
 
RESUMO 
POTIGUARA, L. G. P. Fachadas Cortina: Processo Construtivo e Patologias 
Associadas. 2017. 63 pág. Monografia (Graduação) – Escola Politécnica, Universidade 
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017. 
 
As tecnologias construtivas para o desenvolvimento de fachadas vêm passando por 
constantes evoluções e as fachadas cortina tem ganhado cada vez mais espaço nos 
empreendimentos e edificações brasileiras, sendo importante o emprego de práticas mais 
eficazes bem como o conhecimento das principais patologias relacionadas ao processo 
construtivo desses sistemas. Neste contexto, no presente trabalho serão apresentadas as 
características e propriedades das fachadas cortina, especificando os materiais 
empregados e as diferenças técnicas entre os sistemas executivos, associando, por fim, as 
principais manifestações patológicas ao processo construtivo. O trabalho apresenta um 
exemplo de aplicação prática de um sistema de fachada cortina unitizada em um 
empreendimento comercial na cidade do Rio de Janeiro onde foi possível analisar o 
processo construtivo e apontar as patologias geradas durante as etapas do procedimento 
executivo. Espera-se que este trabalho possa contribuir para que metodologias e técnicas 
sejam aprimoradas e possa-se caminhar para sistemas produtivos cada vez mais modernos 
e eficientes. 
 
 
Palavras-chave: fachada cortina, sistemas, procedimentos executivos, patologias, stick, 
unitizado, pele de vidro, structural glazing. 
ix 
 
ABSTRACT 
POTIGUARA, L. G. P. Curtain Wall: Executive Process and Associated Pathologies. 
2017. 63 pages Monograph (Graduation) – Polytechnic School, Federal University of Rio 
de Janeiro. Rio de Janeiro, 2017. 
 
The constructive technologies for the development of façades has been through constant 
evolutions and the curtain walls have gained more and more space in Brazilian 
developments and buildings, being important the use of more effective practices as well 
as the knowledge of the main pathologies related to the executive process of these 
systems. In this context, the present work presents the characteristics and properties of 
the curtain walls, specifying the materials used and the technical differences between the 
executive systems, associating, at last, the main pathological manifestations to the 
executive process. This work presents an example of the practical application of a unitized 
curtain wall system in a commercial venture in the city of Rio de Janeiro, where it was 
possible to analyze the constructive process and to point out the pathologies generated 
during the stages of the executive procedure. Is expected that this work can contribute to 
improved methodologies and techniques and can move towards increasingly modern and 
efficient production systems. 
 
 
 
 
Keywords: Curtain wall, systems, executive procedures, pathologies, stick, unitized, 
glass skin, structural glazing. 
x 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1 
1.1. REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 1 
1.2. OBJETIVO .................................................................................................................... 4 
1.3. JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 4 
1.4. METODOLOGIA ......................................................................................................... 5 
1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................. 5 
 
2. VEDAÇÃO EXTERNA EM FACHADAS CORTINA ....................................................... 7 
2.1. CLASSIFICAÇÕES DO SISTEMA DE FACHADA .................................................. 7 
2.2. MATERIAIS COMPONENTES DA FACHADA ......................................................11 
2.2.1. ALUMÍNIO ......................................................................................................... 11 
2.2.2. VIDROS .............................................................................................................. 17 
2.3. SISTEMAS DE FACHADA CORTINA E PATOLOGIAS ASSOCIADAS ............. 19 
2.3.1. NORMAS TÉCNICAS: ...................................................................................... 28 
2.3.2. SISTEMA STICK: .............................................................................................. 30 
2.3.3. SISTEMA UNITIZADO: .................................................................................... 36 
2.3.4. COMPARAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS: ....................................................... 43 
 
3. EXEMPLO DE APLICAÇÃO DE SISTEMA DE FACHADA CORTINA EM 
EMPREENDIMENTO NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO .................................................. 44 
3.1. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ...................................................................... 44 
3.2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO .................................................... 44 
3.3. CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA DE FACHADAS E CARACTERÍSTICAS DOS 
MATERIAIS ........................................................................................................................... 45 
3.4. PROCESSO CONSTRUTIVO DE FACHADA CORTINA E PATOLOGIAS 
ASSOCIADAS ........................................................................................................................ 46 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 54 
4.1. RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .......................................... 55 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 56 
 
REFERÊNCIA ELETRÔNICA .................................................................................................. 61 
 
1 
 
1. INTRODUÇÃO
1.1. REFERENCIAL TEÓRICO 
A construção civil agrega um conjunto de atividades com grande importância para o 
desenvolvimento econômico e social brasileiro, influindo diretamente na qualidade de 
vida da população e na infraestrutura econômica do país (FILHA, 2010). 
Dentro desse contexto, os edifícios comerciais representam grande parte do número de 
construções nas grandes metrópoles, sendo vistos como produto imobiliário importante 
no mercado devido à expansão do setor de serviços (VEDOVELLO, 2012). 
Considerando a tipologia desses edifícios, pode-se dizer que o apelo estético é um recurso 
importante para atrair o locatário ou comprador, e o subsistema que maior 
responsabilidade tem em agregar valor é a fachada (VEDOVELLO, 2012), podendo ser 
considerada um dos mais importantes do edifício, principalmente para edifícios altos que 
devido à grande área de fachada, consomem maior quantidade de material e recursos, 
sendo o custo de execução e manutenção expressivo com relação aos outros subsistemas, 
podendo representar até 20% do custo total da obra (OLIVEIRA, 2009). Somado a isso, 
tem-se que as fachadas são responsáveis em separar o meio externo (condições climáticas, 
agentes degradadores, poluição sonora, poluição atmosférica, entre outros) do meio 
interno, gerando ganho de qualidade e satisfação na vida dos usuários (MICHELATO, 
2007). 
2 
 
Em razão das informações citadas, as tecnologias construtivas para o desenvolvimento de 
fachadas vêm passando por constantes evoluções ao longo do tempo com o surgimento 
de fachadas “inteligentes”, as quais têm cada vez mais valores e funções atribuídas, ou 
seja, deixam de ser somente responsáveis pela vedação e bloqueio dos agentes externos e 
passam a ser papel fundamental no conforto, sustentabilidade e no desempenho da 
edificação como um todo. 
No Brasil, existem diversas tecnologias para a execução de fachadas a fim de se atender 
às diferentes necessidades e exigências dos clientes. Dentre elas, destacam-se às fachadas 
cortina pré-fabricadas que, por definição, podem ser considerados como fechamentos 
externos que sejam estruturadas de maneira independente e destacadas da estrutura 
(ARRUDA, 2010) sendo compostas por módulos em vidros e pedras e podendo ser 
estruturadas por painéis e/ou perfis metálicos (alumínio ou aço inox). 
Sabe-se que esse sistema cortina tem grande espaço no mercado de edifícios comerciais 
(shopping centers, hotéis e escritórios), principalmente em função de fatores como 
facilidade de manuseio, diversidade de produtos e potenciais ganhos econômicos e 
estéticos (OLIVEIRA, 2009). 
Entretanto, essas tecnologias ainda são carentes de desenvolvimentos tecnológicos 
nacionais e projetos melhor elaborados, nos quais sejam consideradas as questões do 
processo de projeto e da execução, bem como do desempenho da fachada em uso 
(OLIVEIRA, 2009), levando em conta itens como segurança, eficiência energética, 
isolamento acústico, estanqueidade à água, durabilidade e manutenibilidade. Uma 
fachada mal projetada pode impactar no uso dos sistemas de climatização e iluminação, 
3 
 
contribuindo para um custo mais elevado de operação e manutenção, podendo inclusive 
comprometer o desempenho esperado desses demais subsistemas (VEDOVELLO, 2012). 
Com essa defasagem surgem degradações nas edificações, vinculadas com o 
aparecimento de patologias, que apresentam consequências negativas para o desempenho 
do prédio, estando diretamente ligado às falhas na execução (serviços executados fora do 
padrão e em desacordo com as normas) e também na ação de intempéries (CARVALHO, 
2014), o que acaba comprometendo a vida útil de projeto para sistemas de vedação 
vertical, que de acordo com a NBR 15575-1 (2013), deve estar entre 40 a 60 anos, desde 
que as ações de manutenção preventivas e corretivas sejam realizadas. 
Dentro do contexto abordado, fica claro que o subsistema fachada ainda é carente de 
tecnologias mais específicos e detalhadas e de projetos melhor elaborados. De acordo 
com Vedovello (2012), fica evidente que este subsistema é carente de gestão em toda a 
cadeia produtiva, assim como a disponibilidade de documentos técnicos de referência, 
tais como manuais, normas técnicas e escopos de contratação que sirvam de consulta para 
balizar a execução e o controle do mesmo por meio do trabalho de engenheiros, 
arquitetos, construtores, coordenadores de obra e de projeto. 
Devido a todos os aspectos expostos, esta dissertação apresentará uma descrição dos 
materiais e dos métodos executivos dos sistemas de fachada cortina associando a cada 
etapa construtiva, as principais manifestações patológicas encontradas, podendo 
funcionar posteriormente como fonte de consulta para novos empreendimentos. 
 
4 
 
1.2. OBJETIVO 
O objetivo do presente trabalho é apresentar as características e propriedades dos sistemas 
de fachadas cortina, demonstrando os materiais que compõe os módulos e painéis, o 
contexto evolutivo deste conjunto e as diferenças técnicas entre os sistemas construtivos, 
sempre em respeito às normas vigentes e seus requisitos, associando, por fim, as 
principais manifestações patológicas na etapa de execução. O estudo também apresenta 
um exemplo de aplicação prática, do processo construtivo de um sistema de fachada 
cortina unitizada e suas principais patologias associadas, em um empreendimento 
comercial na cidade do Rio de Janeiro. 
1.3. JUSTIFICATIVA 
A construção civil no Brasil é hoje um setor com grande capacidade de desenvolvimento 
da economia dada a importância deste para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). 
Dessa forma, consta como interesse das grandes empresas o constante desenvolvimento 
evolutivo e tecnológico na busca por sistemas e técnicas construtivas com prazos mais 
curtos e maior produtividade quando comparados aos meios convencionais de construção. 
Devido à tipologia dos empreendimentos comerciais,que costumam apresentar fachadas 
cada vez mais desenvolvidas e trabalhadas, muitas vezes compostas somente por 
estruturas em vidro, as fachadas cortina tem ganhado cada vez mais espaço nos 
empreendimentos e edificações brasileiras, sendo, portanto, fonte constante de evolução 
quanto às técnicas e materiais empregados. 
5 
 
Em vista desse constante desenvolvimento, é importante o emprego de práticas mais 
eficazes bem como o conhecimento das principais patologias relacionadas aos métodos 
executivos desses sistemas, de forma que as empresas, possam buscar e adotar sempre os 
meios mais eficientes e produtivos, evitando que problemas e deficiências se apresentem 
durante a construção ou mesmo com a utilização pelo usuário, comprometendo a vida útil 
dos elementos e diminuindo as vantagens do sistema como um todo. 
1.4. METODOLOGIA 
O trabalho terá como metodologia uma revisão bibliográfica baseada em trabalhos 
acadêmicos de graduação e pós-graduação das principais universidades do país, além de 
revistas técnicas, estudos de campo, reportagens com engenheiros da área, sites, dentre 
outros, com uma abordagem teórica do processo construtivo das fachadas cortina e suas 
principais patologias associadas, apresentando ao final um exemplo de aplicação prático 
em um empreendimento comercial na cidade do Rio de Janeiro, reforçando que existem 
ajustes a serem feitos para que não haja perda da qualidade e eficiência do sistema com o 
surgimento precoce de falhas associadas à execução, influindo diretamente no tempo de 
vida útil do mesmo (desempenho). 
1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO 
O presente trabalho é composto por cinco capítulos, incluindo a introdução, onde foram 
abordados de forma resumida as principais relevâncias que tornaram o sistema executivo 
de fachadas cortina referência na execução de fachadas de edifícios comerciais, bem 
como objetivo, justificativa e metodologia. 
6 
 
O capítulo 2 tratou de toda a revisão bibliográfica relevante para a compreensão e análise 
do exemplo de aplicação, tendo abordados as características e propriedades dos materiais 
utilizados no sistema de fachadas cortina, bem como o processo construtivo, tratando em 
cada etapa, das principais patologias associadas ao sistema. 
O capítulo 3 contemplou um exemplo de aplicação das temáticas discutidas em um 
empreendimento localizado no Rio de Janeiro que utilizou como vedação externa 
(fachada), sistema de fachada cortina. Neste estudo, foram demonstradas as principais 
patologias observadas a partir de cada etapa do processo construtivo. 
O capítulo 4 compreendeu as considerações finais. 
Por fim, foram apresentadas as referências bibliográficas que contribuíram para embasar 
o presente documento. 
 
 
 
 
 
7 
 
2. VEDAÇÃO EXTERNA EM FACHADAS CORTINA 
2.1. CLASSIFICAÇÕES DO SISTEMA DE FACHADA 
De acordo com Arruda (2010), as paredes exteriores tinham o papel de agir como suporte 
estrutural de pavimentos e lajes, formar uma divisória de proteção do edifício com o 
exterior, e permitir ao mesmo tempo a vista e a ventilação dos ambientes interiores, 
enquanto que as fachadas cortina não são projetadas para suportar cargas verticais 
caracterizando-se como uma parede não portante. 
Do ponto de vista construtivo, o edifício pode ser considerado um sistema dividido em 
uma série de subsistemas, tais como: fundações, estrutura, vedações verticais (interna e 
externa), instalações, vedações horizontais, cobertura, impermeabilização, entre outros. 
O subsistema de vedação vertical externo também denominado vedação fachada ou 
simplesmente fachada (OLIVEIRA, 2009) é constituído por elementos que 
compartimentam e definem os ambientes internos, separando-os do ambiente externo e 
servindo como barreira para controlar a ação de agentes indesejáveis, sendo, portanto o 
invólucro do edifício ou de forma mais sucinta, de acordo com a ABNT NBR 15575-4 
(2013), são as partes da edificação habitacional que limitam a edificação e seus ambientes. 
Logo, as esquadrias e revestimentos são partes que compõe as fachadas. 
Segundo Oliveira (2009), as fachadas podem ser classificadas quanto à sua densidade 
superficial e ao momento em que recebem o revestimento, podendo ser divididas de 
acordo com os quadros abaixo: 
8 
 
Quadro 01 – Classificação das vedações quanto à densidade superficial 
CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO 
Leve 
Com densidade superficial baixa, cujo limite é 100 
kg/m², sem função estrutural (NBR 15575-4 estipula 
limite até 60 kg/m²); 
Pesado 
Com densidade superficial superior ao limite 
informado anteriormente de 100 kg/m². 
Fonte: Oliveira (2009) 
Quadro 02 – Classificação das vedações quanto ao revestimento 
CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO 
Vedação com Revestimento 
incorporado 
É o caso dos painéis pré-fabricados, em que não há a 
necessidade de se aplicar revestimentos sobre 
elementos construtivos, uma vez que estes já se 
encontram acabados; 
Vedação com Revestimento 
a posteriori 
É o caso das alvenarias, que são executadas em seus 
locais definitivos sem a aplicação de revestimento 
prévio. Estes receberão o revestimento em etapa 
posterior, podendo ser aderidos ou não aderidos. 
Vedação sem revestimento 
Fonte de nosso estudo, são aquelas em que não há a 
necessidade de aplicação de revestimento, por 
exemplo, as fachadas cortinas. 
Fonte: Oliveira (2009) 
Definida então como um sistema de vedação vertical formado por placas ou painéis 
fixados externamente por uma subestrutura auxiliar – sendo a vedação tanto em vidro 
quanto outros materiais, como pedras e cerâmicas – as fachadas cortina são fabricadas a 
partir de perfis extrusados de alumínio, onde são obtidas peças com seções transversais 
9 
 
muito complexas que permitem o desenvolvimento de esquadrias e fachadas, sendo estes 
instalados por fora da estrutura do prédio (Figura 01). 
 
Figura 01 – Fachada Cortina 
Fonte: http://www.br.all.biz/ (2016) 
A NBR 10821:2011 (Esquadrias Externas para Edificações) define fachada cortina como: 
“Esquadrias interligadas e estruturadas com função de vedação que formam um sistema 
contínuo, desenvolvendo-se no sentido da altura e/ou largura na fachada da edificação, 
sem interrupção em pelo menos dois pavimentos.” 
Complementando as definições dadas, tem-se que os principais componentes do sistema 
de fachada cortina são o vidro e o alumínio (Figura 02), além dos parafusos de fixação, 
borracha de vedação, silicone estrutural (glazing) e as fitas dupla face de alta 
performance, responsáveis pela aderência e fixação entre os perfis metálicos e o vidro. 
10 
 
 
Figura 02 – Detalhe Genérico - Vidro e Alumínio 
Fonte: http://curtaindesigns.rosariouniversal.org/ (2016) 
 
Sendo assim, é preciso ter o conhecimento mais aprofundado desses materiais para o 
correto dimensionamento e especificação de todas as peças e elementos que irão compor 
os módulos da fachada, garantido que este assuma o desempenho adequado de acordo 
com as exigências dos usuários expressas na NBR 15575-1:2013, entre ás áreas: 
Quadro 03 – Categoria x Requisitos de Desempenho 
CATEGORIA REQUISITOS 
Segurança 
As edificações devem ter segurança 
estrutural, contra o fogo e quanto ao uso 
e operação; 
Habitabilidade 
Estanqueidade, desempenho térmico, 
desempenho acústico, desempenho 
lumínico, saúde, higiene, qualidade do ar, 
funcionalidade, acessibilidade, conforto 
tátil e antropodinâmico. 
Sustentabilidade 
Durabilidade, Manutenibilidade e 
impacto ambiental. 
Fonte: ABNT NBR 15575:1 
11 
 
2.2. MATERIAIS COMPONENTES DA FACHADA 
2.2.1. ALUMÍNIO 
O conhecimento das características do alumínio e seu consequente desenvolvimento 
tecnológico tanto na extração da matéria prima como na produção dos perfis, justificam 
seu emprego na construção dos módulos que compõem as fachadas cortina, tendo como 
função servir de estrutura ou acabamento para os revestimentos a serem empregados, 
como, no caso do nosso estudo, os vidros.Dessa forma, a partir dos perfis já produzidos, tem-se que a grande questão para a 
utilização do alumínio em fachadas é a definição quanto ao tipo de acabamento 
(tratamento) que o mesmo virá a receber (ARRUDA, 2010). Entre as opções de 
acabamento, pode-se trabalhar com o alumínio em sua cor natural (após o procedimento 
de fosqueamento), tem-se a anodização ou a pintura eletrostática. 
2.2.1.1. FOSQUEAMENTO E ANODIZAÇÃO 
A anodização é um tipo de acabamento superficial dos perfis que consiste em, através da 
eletrólise, depositar uma camada anódica de alumina na superfície dos perfis, protegendo-
os contra os ataques químicos, proporcionando maior brilho e um melhor caráter estético 
(MENEGHESSO, 2006), ou seja, é um processo eletroquímico que promove a formação 
de uma camada de óxido de alumínio que confere um excelente acabamento superficial 
para os perfis, além de proporcionar proteção eficaz contra o intemperismo, ar salino, 
marítimo e atmosfera industrial, cobrindo uma ampla gama de aplicações. 
12 
 
O processo de anodização é regulamentado pelas Normas Brasileiras de Regulamentação, 
como especificado abaixo (Quadro 04), sendo importante ressaltar as classes de 
anodização (Quadro 05). 
Quadro 04 – Normas regulamentadoras do processo de anodização 
CÓDIGO TÍTULO SIT. ATUAL 
NBR 12609:2012 
Alumínio e suas ligas — Tratamento de 
superfície — Anodização para fins 
arquitetônicos — Requisitos; 
Em vigor 
NBR 12610:2010 
Alumínio e suas ligas — Tratamento de 
superfície — Determinação da espessura 
de camadas não condutoras — Método de 
correntes parasitas (Eddy current); 
Em vigor 
NBR 12612:2008 
Alumínio e suas ligas - Tratamento de 
superfície - Camada anódica colorida - 
Determinação da resistência ao 
intemperismo acelerado; 
Em vigor 
NBR 12613:2006 
Alumínio e suas ligas - Tratamento de 
superfície - Determinação da selagem de 
camadas anódicas - Método de absorção 
de corantes; 
Em vigor 
NBR 14128:2010 
Alumínio e suas ligas - Tratamento de 
superfície - Determinação da resistência à 
abrasão da camada de anodização dura - 
Método de Taber; 
Em vigor 
NBR 14155:2010 
Alumínio e suas ligas - Tratamento de 
superfície - Camada de anodização dura - 
Determinação da microdureza; 
Em vigor 
NBR 14231:2010 
Alumínio e suas ligas — Tratamento de 
superfície — Anodização dura para fins 
técnicos — Requisitos; 
Em vigor 
13 
 
NBR 14232:2012 
Alumínio e suas ligas — Tratamento de 
superfície — Anodização para bens de 
consumo; 
Em vigor 
NBR 9243:2012 
Alumínio e suas ligas — Tratamento de 
superfície — Determinação da selagem 
de camadas anódicas — Método da perda 
de massa. 
Em vigor 
Fonte: www.perfilcm.com.br (2016) 
Quadro 05 – Classe de Anodização x Agressividade do Ambiente 
CLASSE DE ANODIZAÇÃO AGRESSIVIDADE DO AMBIENTE 
A13 (11 a 15 micras) Baixa ou Média (Zona Urbana ou Rural) 
A18 (16 a 20 micras) Alta (Orla Marítima) 
A23 (21 a 25 micras) Excessiva (Industrial ou Marítimo) 
Fonte: ABNT NBR 12609 
O Quadro 03 mostra que o descuido na especificação da classe de anodização através da 
classificação errônea da agressividade do sistema, pode servir para ocasionar patologias 
ligadas à presença de oxidação no alumínio, diferente do tipo de oxidação mais destrutiva 
do aço, podendo provocar perda do brilho e da tonalidade das peças desse material. 
Com a devida classificação, parte-se para o processo de anodização composto por várias 
etapas contínuas que ao final, darão ao alumínio a proteção, cor e características 
necessárias para que possa compor a fachada. De forma bastante clara e sucinta, Arruda 
(2010) resumiu as etapas do processo de anodização: 
 
14 
 
Quadro 06 – Resumo do Processo de Anodização 
 
Fonte: ARRUDA, 2010 
Todos os processos descritos ocorrem num pequeno intervalo de tempo, que varia com 
as necessidades e propriedades a serem adquiridas pelo alumínio durante o tratamento. 
Na figura 03, podemos ver as “bacias” em que ocorrem os processos descritos. 
15 
 
 
Figura 03 – Bacias para processo de anodização. 
Fonte: Do próprio autor, 2016. 
 
2.2.1.2. PINTURA ELETROSTÁTICA 
A pintura eletrostática é o processo mais conhecido e largamente utilizado na decoração 
e proteção do alumínio e diferente da anodização, não causa alterações químicas no metal 
a ser pintado. 
O acabamento em pintura eletrostática é regulamentado pelas Normas Brasileiras de 
Regulamentação através das NBRs: 
Quadro 07 – Normas regulamentadoras do processo de anodização 
CÓDIGO TÍTULO 
SIT. 
ATUAL 
NBR 14125:2016 
Alumínio e suas ligas — Tratamento 
de superfície — Requisitos para 
revestimento orgânico para fins 
arquitetônicos; 
Em vigor 
NBR 14615:2006 
Alumínio e suas ligas - Tratamento de 
superfície - Determinação da 
flexibilidade do revestimento 
orgânico - Método do mandril cônico; 
Em vigor 
16 
 
NBR14622:2006 
Alumínio e suas ligas - Tratamento de 
superfície – Determinação da aderência 
da pintura - Método de corte em X e corte 
em grade; 
Em vigor 
NBR 14682:2006 
Alumínio e suas ligas - Tratamento 
superfície - Determinação da aderência 
úmida de revestimentos - Método da 
panela de pressão; 
Em vigor 
NBR 14849:2008 
Alumínio e suas ligas - Tratamento de 
superfície - revestimento orgânico de 
tintas e vernizes - Determinação da 
resistência em relação ao grafite; 
Em vigor 
NBR 14850:2007 
Alumínio e suas ligas - Tratamento de 
superfícies - Revestimento orgânico 
de tintas e vernizes - Determinação da 
resistência ao intemperismo artificial 
(UV). 
Em vigor 
Fonte: http://www.perfilcm.com.br (2016) 
De acordo com Arruda (2010), existem 3 etapas para o processo de pintura eletrostática: 
Pré-tratamento, Pintura e Polimerização. 
Na etapa de pré-tratamento, o preparo do alumínio se assemelha ao apresentado durante 
a anodização. O metal passa por processos de desengraxe (remoção de óleos e gorduras), 
neutralização (da solução alcalina presente durante o processo anterior) e a cromatização, 
responsável pela aderência da tinta no alumínio. Esse conjunto de etapas dará ao material 
as propriedades físico-químicas necessárias e fundamentais para resistir à corrosão e ao 
intemperismo. Essa etapa é determinante para a qualidade da pintura, ressaltando que 
testes de intemperismo (com a utilização de raios ultravioletas) deverão ser realizados 
pelo fabricante da tinta em pó. 
17 
 
Finalizado o pré-tratamento, temos iniciado o processo de pintura com aplicação de tinta 
eletrostática a pó sendo feita automaticamente através de pistolas especiais que carregam 
a tinta com carga elétrica oposta à peça em cabines especialmente projetadas para esse 
fim, com os devidos cuidados sendo tomados para garantir-se a homogeneidade da 
pintura. Esta requer tipos de tinta com características específicas para cada finalidade de 
utilização, com uma gama variada de cores, sendo as bases mais comuns no processo de 
fabricação o epóxi (ambientes internos altamente agressivos), o poliéster (de uso exterior 
apresenta grande resistência a calcinação e ao intemperismo e maresia) e a híbrida 
(Fabricada a partir de uma composição de epóxi-poliéster). 
Após o processo de pintura, o alumínio é inserido numa estufa durante ciclo aproximado 
de 20 minutos, com temperatura efetiva da superfície metálica entre 120º C e 200º C, que 
fará com que a tinta em pó se polimerize formando uma camada de aproximadamente 60 
a 70 micra de espessura, com excelente aderência sobre o alumínio. A este procedimento 
dá-se o nome de Polimerização. 
2.2.2. VIDROS 
A grande referência para a aplicação do vidro na construção civil mudou com a 
publicação pela ABNT da revisão da norma NBR 7199:2016 – Vidros na Construção 
Civil – Projeto, Execução e Aplicações. 
Na versão anterior, as informações sobres os tipos de vidros para cada aplicação 
encontravam-se dispersos ao longo do texto, enquanto que na nova publicação 
encontram-se apresentadas em uma tabela, facilitandoo entendimento e evitando 
interpretações erradas. 
18 
 
Para as fachadas cortina, temos janelas projetantes (Caixilhos móveis que se projetam 
para o exterior, nos edifícios de mais de dois pavimentos, com projeção superior a 0,25 
m) e fachadas (vidros verticais) que permitem 4 tipos de vidros (ABRAVIDRO, 2016): 
Quadro 08 – Tipos de Vidro adotados para Fachadas Cortina 
TIPO DE 
VIDRO 
DESCRIÇÃO 
REPRESENTAÇÃO 
GRÁFICA 
Laminado 
No caso de quebra, o vidro não se 
desprende do material, não projeta 
cacos e mantém o vão fechado graças 
a uma película em seu interior. 
 
Temperado 
A têmpera aumenta em até cinco vezes 
a resistência original do vidro e no 
caso de quebra, se estilhaça em 
centenas de pedaços sem lascas 
cortantes, em pedaços não 
pontiagudos e não afiados. 
 
Aramado 
No caso de quebra, a rede metálica 
presente na sua composição “segura” 
os estilhaços do vidro, mantendo o vão 
fechado. 
 
Insulado 
ou Duplo 
Em sua composição, a peça interior 
deve ser laminada ou aramada. 
 
Fonte: ABRAVIDRO, 2016 
19 
 
Tem-se definido como vidro de segurança pela NBR NM 293: “Vidro Plano cujo 
processamento de fabricação reduz o risco de ferimentos em caso de quebra”. 
De acordo com Arruda (2010), o desempenho térmico das edificações com fachadas 
cortina, depende basicamente do vidro utilizado. Este é parte integrante do projeto 
arquitetônico e tem forte relevância na estética, no conforto térmico, na economia 
(redução dos custos com ar condicionado) e na segurança devido às suas características 
que impõem benefícios de transparência, conforto, integração e privacidade. 
A variedade de parâmetros e especificações técnicas no projeto de arquitetura faz com 
que tenha-se vidros de diversas características, podendo variar quanto à cor, espessura e 
reflexibilidade. 
Os vidros ocupam a maior área das esquadrias das fachadas cortina, constituindo, 
portanto, a maior área de penetração de luz, calor e ruído. Por essa razão, sua 
especificação deve ser cuidadosa e, para isso, é necessário conhecer o desempenho dos 
vários tipos de vidro disponíveis de acordo com as normas atuais. 
2.3. SISTEMAS DE FACHADA CORTINA E PATOLOGIAS ASSOCIADAS 
A primeira construção mundial de uma fachada-cortina (curtain-wall) foi aqui no Brasil, 
em 1936 (ARAUJO, 2015) — no edifício que hoje abriga o Ministério da Educação e 
Cultura (MEC), no centro do Rio de Janeiro (RJ), localizado na rua da Imprensa, nº16. O 
projeto foi um marco para a arquitetura moderna brasileira e contou com a supervisão do 
arquiteto Lúcio Costa, do então estagiário Oscar Niemeyer, além da consultoria do 
renomado arquiteto franco-suíço Le Corbusier. 
20 
 
Porém, foi somente a partir da década de 1960 que efetivamente começaram-se a 
utilização de fachadas cortina nas edificações, utilizando perfis em aço e coincidindo com 
a construção de Brasília (ARAUJO, 2015). Já no início dos anos 70, o aço foi eliminado 
totalmente da fachada e o perfil de alumínio extrudado, passou a cumprir função 
estrutural. De acordo com Arruda (2010), apesar de muito utilizado, o sistema 
convencional não atendia, devido ao grande volume de alumínio aparente, as premissas 
de uma fachada mais limpa. A massa de alumínio visível do lado externo da fachada 
abrangia de 40 mm a 60 mm e o vidro era monolítico nas cores bronze ou fume, que 
apresentava a desvantagem de absorver muito calor e transferir grande parte deste para 
os compartimentos interiores do edifício, gerando gastos elevados com sistemas de 
refrigeração mais potentes e caros. Além disso, as colunas da forma como eram 
apresentadas, davam um efeito verticalizado de marcações, escondendo a planicidade do 
vidro. 
Assim, as fachadas cortina passaram por grande desenvolvimento tecnológico 
incorporando recursos termoacústicos e de segurança (através principalmente dos vidros) 
e com o desenvolvimento dos perfis em “J” tubulares e bi-tubulares (Figura 04) foram 
possíveis a construção de Fachadas mais uniformes com quadros móveis ou fixos que 
possuíam moldura de alumínio de aproximadamente 15mm. Assim, surgiu o sistema de 
Fachada “Pele de Vidro”, muito utilizado no Brasil entre 1970 e 1990, que dava à fachada 
um novo design, mais limpo, com a coluna de alumínio sendo utilizada do lado interno 
da estrutura. 
21 
 
 
Figura 04 – Perfil “J” tubular e Bitubular de Fachadas Cortina Pele de Vidro. 
Fonte: http://www.perfilarc.com.br/ (2016) 
Data-se de 1977 (ARAUJO, 2015) a primeira aplicação no Brasil da metodologia de 
fachadas cortina em sistema pele de vidro, compondo toda a edificação, no Centro 
Cândido Mendes, na rua Assembleia, Centro do Rio de Janeiro-RJ (Figura 05). 
Segundo Nakamura (2008), em entrevista realizada com o então consultor técnico da 
Afeal (Associação Nacional dos Fabricantes de Esquadrias de Alumínio), Luis Cláudio 
Viesti, neste edifício os vidros foram encaixilhados com perfis de alumínio, formando 
quadros presos por ganchos às colunas contínuas e travessas, marcando a vertical do 
edifício e interferindo na arquitetura do prédio. 
 
Figura 05 – Edifício Centro Cândido Mendes. 
Fonte: https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/ (2016) 
22 
 
Ainda assim, naquela época, os arquitetos ansiavam por fachadas mais neutras sem 
elementos que evidenciassem tanto a verticalidade como a horizontalidade 
(NAKAMURA, 2008), evidenciando apenas o vidro sem a moldura de alumínio presente 
no sistema Pele de Vidro. Além disso, no aspecto construtivo, a vedação entre os perfis 
era desencontrada e sendo o vidro encaixilhado, sua substituição (em caso de qualquer 
dano ou avaria) era de enorme dificuldade (ARRUDA, 2010). 
Segundo Araújo (2015), foi em 1986 que o conceito pele de vidro passou por uma 
importante evolução. As fachadas, antes marcados por perfis “I” em alumínio, foram 
substituídas por modelos que representavam grandes panos de vidro, sem o perfil aparente 
pelo lado externo, com a predominância dos vidros de tonalidade azul. Esse 
desenvolvimento deu-se graças à chegada no mercado brasileiro do silicone estrutural 
para a fixação do vidro na estrutura de alumínio, permitindo solucionar problemas de 
vedação e dando ao edifício uma aparência uniforme de uma estrutura toda em vidro 
(Arruda, 2010). A este tipo de fachada cortina, foi dado o nome de structural glazing ou 
envidraçamento estrutura. 
A referência desse conceito é o edifício Citicorp/Citibank (Figura 06), inaugurado no ano 
de 1986 na Avenida Paulista, em São Paulo (SP). Daí em diante a fachada cortina se 
destacaria na arquitetura brasileira, principalmente nos edifícios comerciais devido 
principalmente à sua rapidez de execução em comparação com outros métodos 
construtivos e também ao fato de ser uma fachada que, segundo Oliveira (2009), não 
necessitava de revestimento após sua instalação/execução. 
23 
 
 
Figura 06 – Edifício Citicorp/Citibank. 
Fonte: http://www.skyscrapercity.com/ (2016) 
Por fim, em 2002, para dar maior velocidade à obra do edifício Bank Boston (Figura 07) 
localizado na Marginal Pinheiros em São Paulo, foi utilizado do sistema unitizado 
(unitized) pela primeira vez no Brasil. Este sistema de montagem e instalação é o mais 
utilizado e aceito em todo o mundo (ARAÚJO, 2015) e conta com a tecnologia 
considerada a mais moderna para fachadas-cortina ao empregar módulos prontos de 
forma a acelerar o processo construtivo. 
 
Figura 07 – Edifício Bank Boston. 
Fonte: http://www.skyscrapercity.com/ (2016) 
24 
 
Segundo Vedovello (2012) e Khoury (2002) os sistemas de fachadas cortina podem ser 
divididos em Fachada Cortina Convencional, Fachada cortina pele de vidro, Fachada 
cortina structural glazing, fachada cortina stick e fachada cortina unitizada. 
Já Arruda (2010) defende que os sistemas Pele de Vidro (vidros encaixilhados) e 
Structural Glazing (vidros colados) apresentam diferenças visuais, diferem também na 
técnica construtiva, mas não necessariamenteno processo de instalação, podendo utilizar 
o mesmo procedimento executivo, chamado sistema Stick e portando são considerados 
subclassificações do mesmo 
Considerado então uma subclassificação do sistema Stick, as fachadas cortina Pele de 
Vidro foram assim denominadas, pois deixavam os panos da fachada com uma aparência 
mais lisa, eliminando as saliências causadas pelas capas de alumínio que serviam de 
acabamento e estrutura no sistema convencional. Foi o primeiro processo evolutivo do 
sistema de fachadas-cortina, marcada por atender ao desejo dos arquitetos de levar a 
estrutura de alumínio para o lado interno da edificação, resultando em pequenas 
marcações perimetrais de alumínio, ao contrário das estruturas em grid – nítida marcação 
vertical e horizontal dos perfis alumínio no requadro dos vidros – que demarcavam o 
sistema convencional. 
No sistema Stick, após a instalação e fixação das colunas e travessas, os vidros são fixados 
mecanicamente (encaixilhado) na estrutura de alumínio por meio de presilhas. 
A grande diferença entre esse sistema e o convencional (Figura 08) é que o sistema Stick 
tem as colunas de sustentação fixadas nas vigas pelo lado interno, enquanto o vidro 
permanece encaixilhado (Figura 09) enquanto que no sistema convencional, as colunas 
25 
 
verticais são fixadas pela face externa, diretamente em cada frente de viga, contribuindo 
para a formação do grid (marcações verticais e horizontais). 
 
Figura 08 – Detalhe Sistema Convencional. 
Fonte: www.alusistem.com.br (2017) 
 
 
 
Figura 09 – Detalhe Pele de Vidro. 
Fonte: www.alusistem.com.br (2017) 
 
Com essa evolução, a fachada passou a dar papel de destaque aos vidros, antes ofuscados 
pelos perfis de alumínio, dando o aspecto de uma pele única, apesar de ainda assim, 
manter uma pequena marcação de linhas horizontais e verticais da caixilharia. 
De acordo com Arruda (2010), de forma a garantir o desempenho térmico (conforto) e o 
aproveitamento máximo da luz do dia, passou-se a adotar sistema de dupla pele de vidro 
na fachada (Figura 10), solução empregada na busca de reduzir o calor que passa do meio 
26 
 
externo para os ambientes internos, contribuindo para uma melhor eficiência energética 
e reduzindo a utilização de ar-condicionado, gerando gastos menores em respeito ao 
consumo de energia. 
 
Figura 10 – Detalhe Dupla Pele de Vidro. 
Fonte: www.vetrus.com.br (2017) 
 
Se nas fachadas cortina tipo pele de vidro a transferência de cargas do componente de 
vedação (vidro) ao caixilho acontece de forma mecânica (através das presilhas e 
parafusos), no sistema denominado structural glazing (Figura 11) isso é feito pelo 
silicone estrutural de alto desempenho, ou seja, com o mesmo procedimento executivo 
apresentado para o sistema Stick, substituindo a fixação mecânica dos vidros nos perfis, 
pela colagem química. 
 
Figura 11 – Detalhe Structural Glazing. 
Fonte: www.alusistem.com.br (2017) 
27 
 
Esteticamente, o sistema structural glazing passou a possibilitar fachadas mais 
homogêneas e transparentes, com panos mais lisos e aparentemente mais uniformes, pois 
a espessura dos perfis de alumínio pôde passar a ser toda coberta, com a fachada ficando 
totalmente envidraçada, dando grande flexibilidade aos arquitetos. 
Fitas adesivas e silicones, em geral, não apresentam bom nível de aderência em perfis de 
alumínio com acabamento superficial com pintura eletrostática, devido principalmente ao 
aspecto e textura mais lisa quando comparados com os perfis anodizados. Logo, quando 
a aderência é insuficiente, recomenda-se o uso de primer de silano, promotor de adesão 
para superfícies de baixa energia superficial. A aplicação do primer pode ser feita para 
acelerar o processo de cura do silicone, que dura entre um a oito dias, baseado em método 
empregado nos Estados Unidos (FIGUEROLA, 2005). 
Nesse sistema de colagem, o selante torna-se elemento estrutural e oferece excelente 
estanqueidade a água e vento, sendo que sua elasticidade permite a dilatação e contração 
do vidro sem consequências negativas ou qualquer tipo de dano. Por essas características, 
passa a ser mais utilizando quando comparado com o sistema de fixação mecânico da pele 
de vidro (ARRUDA, 2010). 
No final de 2003, a queda de painéis de vidro em obras da capital paulista levantou a 
questão sobre o tema da segurança e normatização quanto à utilização do silicone 
estrutural em edifícios, logo o correto dimensionamento e execução são questões 
fundamentais, assim como testes de adesão e compatibilidade de substratos, para evitar 
graves patologias, como o descolamento de painéis (FIGUEROLA, 2005). 
28 
 
Para o dimensionamento do cordão de silicone devem ser levados em consideração a 
dimensão dos painéis de vidro, a espessura, o tipo de perfil e acabamento, além das cargas 
dinâmicas (como a ação dos ventos) e do ângulo de inclinação da superfície do vidro 
(FIGUEROLA, 2005). Seguir à risca a recomendação dos fabricantes e tomar os devidos 
cuidados na aplicação são itens fundamentais para garantir a durabilidade, o bom 
funcionamento e, sobretudo, a segurança. 
As fitas de dupla-face de alto desempenho surgiram como solução para a colagem dos 
vidros nas esquadrias e como importante ferramenta para eliminar a necessidade de 
estocagem e de tempo de cura, acelerando o cronograma de obra, atendendo às normas, 
facilitando e trazendo segurança ao processo de aplicação. 
Neste sistema, os quadros com os vidros são fixados na coluna e travessa pelo lado 
externo, com o auxílio de andaimes fachadeiros ou balancim, durante todas as etapas e 
fases de instalação na obra. 
2.3.1. NORMAS TÉCNICAS: 
Apesar de iniciativas já realizadas, ainda não há normas técnicas específicas para os 
sistemas de instalação (Stick e Unitizado) e fixação de vidros (presilhas, silicone estrutural 
e fita dupla-face), porém devem ser consultadas normas que se apliquem a este 
subsistema, tendo o quadro abaixo com as principais referências em termos de 
desempenho e regulações. 
 
29 
 
Quadro 09 – Categoria x Requisitos de Desempenho 
CÓDIGO TÍTULO 
DATA DE 
PUBLICAÇÃO 
SIT. 
ATUAL 
NBR 6123 
Força devidas ao vento 
em edificações 
1988 / 2013 Em vigor 
NBR 7199 
Vidros na Construção 
Civil – Projeto, Execução 
e Aplicações 
2016 Em vigor 
NBR 15575 
Desempenho em 
Edificações 
Habitacionais 
2013 Em vigor 
NBR 10821 
Esquadrias externas para 
edificações 
2011 Em vigor 
Instruções Técnicas 
do Corpo de 
Bombeiros 
Estabelece os parâmetros 
de projeto contra 
incêndio 
--- Em vigor 
Fonte: ABNT NBR 15575:1 (2017) 
Seguir à risca a recomendação dos fabricantes e tomar os devidos cuidados na aplicação 
são itens fundamentais para garantir a durabilidade, o bom funcionamento da fachada e, 
sobretudo, a segurança. 
A análise de outras normas deve ser considerada, principalmente àquelas que 
regulamentam os materiais e elementos que compões as fachadas, como o alumínio, 
vidros, gaxetas, presilhas, entre outros. Uma avaliação ampla e sistêmica irá colaborar 
para compor projetos específicos e em conformidade, garantindo o desempenho e a 
segurança. 
 
30 
 
2.3.2. SISTEMA STICK: 
O sistema Stick (Figura 12), disponível no mercado desde a década de 1960, tem sua 
instalação processada peça a peça com o auxílio de andaimes fachadeiros, balancins e/ou 
máquinas Skytrak e plataformas de elevação. Inicialmente são instaladas as colunas 
(elementos verticais), seguido pelas travessas (elementos horizontais), os painéis 
compostos (quando houver) e por fim as folhas de vidro, sejam elas móveis ou fixas 
(ARRUDA, 2010). 
Esse sistema foi largamente empregado na execução das primeiras fachadas cortina e 
ainda é bastante utilizado com versões melhoradas e de alto desempenho, como os 
sistemas Stick com pele de vidro e sistemas Stick com structural glazing. 
 
Figura 12 – Sistema Stick. 
Fonte: https://sites.google.com/ (2017) 
 
2.3.2.1.PROCESSO CONSTRUTIVO E PATOLOGIAS: 
31 
 
Anteriormente ao processo de montagem e execução, medições prévias devem ser 
realizadas para determinar às aberturas dos vãos (panos) delimitados pela estrutura da 
edificação, de forma que as medidas das colunas e travessas serão especificadas após esse 
mapeamento da fachada, sendo em seguida determinados os locais de instalação desses 
elementos. 
O mapeamento da fachada ou da estrutura que delimita a fachada, é a conferência de 
nivelamento da estrutura (cota das lajes e vigas nos pontos de fixação) antes da fixação 
das ancoragens e inserts, de forma a garantir o alinhamento vertical da estrutura, 
conforme tolerância do sistema de fachada adotado, corrigindo defeitos com apicoamento 
do concreto (armadura não deve ficar exposta) ou utilizando de grout e/ou calços. 
As descidas de arame fachadeiro fazem o rastreamento da estrutura, indicando os pontos 
que necessitam de ajustes, e para que entregue dados precisos, deve-se tomar cuidado 
com as condições climáticas do local, pois regiões com forte incidência de ventos 
contribuem para a coleta de dados equivocados que serão utilizados no momento da 
instalação. 
Com este mapeamento, pode-se realizar o dimensionamento dos perfis – que será 
consequência da modulação vertical e horizontal – do posicionamento e das quantidades 
de ancoragens, levando-se também em consideração a altura e formato do prédio. 
Após realizado o mapeamento, serão fixadas as ancoragens e inserts metálicos na 
estrutura, na face frontal das vigas (ARRUDA, 2010), com a utilização de chumbadores 
químicos ou de expansão ou mesmo através de soldagem, sempre conforme projeto. 
Deve-se utilizar de equipamentos adequados para garantir o alinhamento e prumo (níveis 
32 
 
a laser, prumo, entre outros), tomando-se o devido cuidado para que elementos externos 
(vento, chuva, e demais agentes) não interfiram nas análises e marcações. 
Normalmente, este processo ocorre após a finalização de todas as lajes da estrutura. 
Porém, pode-se adotar como meio para se ganhar tempo, uma execução paralela à 
estrutura. 
Com a realização desta etapa, os elementos de fixação servirão de guia para a instalação 
da caixilharia (colunas e travessas), em processo rápido e sequencial, uma vez que a 
caixilharia é fabricada e montada em indústrias, com gaxetas, selantes e eventuais 
acessórios. Após o processo de fabricação, elas são enviadas à obra para seu processo de 
instalação seja iniciado. 
Inicialmente, são instaladas as colunas (elementos verticais) que se estruturam nas 
ancoragens instaladas na etapa anterior, criando uma diagramação vertical da fachada. 
Após o término da sua instalação, são fixadas as travessas (elementos horizontais) que se 
encaixam nas colunas. 
Patologias associadas ao prumo e nivelamento dessas fachadas podem surgir caso não 
haja controle suficiente, porém quando comparado com o sistema unitizado, sua correção 
se dá de forma mais rápida e menos onerosa, uma vez que o simples alinhamento das 
colunas e travessas contribui para corrigir o problema. Entretanto, essa correção tem que 
se dar em etapa anterior à colagem dos vidros, uma vez que os mesmos, após fixados ou 
colados, tornam o processo mais lento. 
33 
 
Em sequência à instalação da estrutura, o sistema começa a receber os vidros que serão 
fixados no local através dos caixilhos (pele de vidro) e/ou colados no perfil de alumínio 
(structural glazing), conforme procedimentos abaixo. 
De forma a assegurar e contribuir para a correta execução da fixação dos vidros, seja por 
silicone estrutural, seja por fita dupla-face, Arruda, (2010) resumiu os processos: 
Quadro 09 – Etapas do Processo de colagem com Silicone Estrutural 
 
Fonte: ARRUDA, 2010 
34 
 
Quadro 10 – Etapas do Processo de colagem com Fita dupla face 
 
Fonte: ARRUDA, 2010 
Tendo-se apresentados as formas de fixação dos vidros, tem-se que as principais 
patologias associadas a este sistema construtivo são o descolamento de vidros após sua 
fixação e a segurança quanto à estanqueidade à água e ar. 
O silicone estrutural quando utilizado, requer prazos de até 8 dias para que seu processo 
de cura seja finalizado, devendo seu processo ser rigorosamente acompanhado para evitar 
que, devido ao próprio peso, o vidro possa descolar e causar acidentes. Em relação à 
estanqueidade, acontece com maior frequência nos sistemas pele de vidro, devido à 
35 
 
fixação mecânica que permite folgas entre o vidro e o perfil, possibilitando que a água 
infiltre. 
Como vantagem desse sistema, temos a instalação da caixilharia em sequência em que 
somente em etapa posterior os vidros serão colados nas folhas, evitando-se riscos de 
quebras do mesmo. Tem-se que a operação é feita totalmente pelo lado exterior com o 
auxílio dos equipamentos já descritos. O sistema é mais flexível a ajustes, uma vez que 
sua instalação é peça a peça, tem baixo custo de transporte e manuseio e devido ao custo 
baixo quando comparado ao unitizado, conseguindo atender obras de menor porte. 
Dentre suas desvantagens estão a necessidade de toda montagem ser feita no canteiro sem 
o controle de fábrica, e o fato da pré-instalação dos vidros ser improvável. 
Descritos as etapas construtivas, é importante apontar alguns cuidados a serem tomados. 
No transporte e manuseio das peças de alumínio, deve-se ter atenção para evitar danos e 
riscos por atrito entre as peças, mantendo sempre os perfis embalados conforme recebido 
dos distribuidores e produtores. 
Como normalmente a execução da fachada se dá juntamente com outras etapas 
construtivas de revestimento (emboço, gesso, pintura, entre outros), existe o risco da 
contaminação dos perfis por restos desses materiais. Por melhor que seja o processo de 
pintura ou anodização, os resíduos aquosos provenientes de misturas à base de cimento, 
argamassa, gesso, tinta látex, entre outros, se em contato com a superfície dos perfis, 
podem causar danos químicos irreparáveis, pois afetam o acabamento a nível molecular, 
36 
 
devido principalmente à reatividade do material metálico, sendo necessário até mesmo a 
reposição da peça danificada. 
Caso o caso descrito acima ocorra, deve-se tomar cuidado para retirar a argamassa, não 
esfregando o lugar atingido evitando assim atritar o alumínio acabado. Para limpeza, 
deve-se amolecer o cimento ou massa com ácido orgânico a 30% dissolvido em água 
(PRODEC, 2016), tais como ácido acético, e ir posteriormente esfarelando o resíduo da 
argamassa no local afetado. Em se tratando de tinta látex, por ser solúvel em água, poderá 
ser removida com auxílio de um tecido (flanela) não abrasiva umedecido em álcool a 98º, 
pois este remove a tinta e não agride à base poliéster utilizada na fabricação da esquadria 
(PRODEC, 2016). Para o alumínio anodizado, deve-se tomar cuidado pois o álcool pode 
retirar parte do brilho do perfil. 
Logo, após sua instalação é fundamental que os perfis sejam protegidos preventivamente 
até o término da obra, com a utilização de plásticos e papelões, contribuindo para garantir 
a integridade do material. 
2.3.3. SISTEMA UNITIZADO: 
A mais recente e mais importante evolução dos sistemas de fachadas cortina são os 
módulos unitizados que chegaram ao país no final da década de 1990. Este sistema é 
caracterizado pela produção de módulos completos montados em fábrica que consiste que 
correspondem à altura do pé-direito do pavimento e à modulação horizontal da esquadria, 
recebendo todos os elementos de vedação e acabamento da fachada já instalados, 
contemplando, colunas, travessas, borrachas, vidros, parafusos e demais acessórios. Estes 
37 
 
módulos possuem colunas desmembradas em macho e fêmea que agregam rapidez e 
facilidade ao processo de instalação. 
Sua grande vantagem está no processo produtivo em ambiente controlado (fábricas) ou 
em locais isolados dentro da obra, garantindo maior qualidade nos acabamentos ena 
instalação dos elementos, contribuindo para o melhor desempenho da fachada e evitando 
que fatores comportamentais (stress, correria, prazos) comprometam a qualidade final do 
produto. Somado a isso tem-se a facilidade em inspecionar o serviço e garantir a qualidade 
que o sistema unitizado permite (Figura 13). 
 
Figura 13 – Sistema Unitizado. 
Fonte: Autor, 2016. 
Destaca-se também que o sistema proporciona um fechamento muito rápido do edifício, 
com segurança, rapidez na instalação e facilidade na montagem, uma vez que os perfis 
são fixados por encaixes. Em contrapartida, os módulos são grandes e sua manipulação, 
estocagem, transporte, limpeza e manutenção requerem alguns cuidados, principalmente 
enquanto a obra ainda estiver em curso. 
O procedimento adequado requer os módulos sejam armazenados longe do alcance de 
qualquer agente agressor e afastados do local de armazenamento de outros materiais 
38 
 
(Figura 14), pois o tráfego de equipamentos pesados pode contribuir para que ocorram 
acidentes que comprometam os perfis não só quimicamente – restos de materiais agridem 
ao acabamento do perfil, da mesma forma no sistema Stick – quanto fisicamente 
(amassados). Quando inviável, deve ser devidamente protegido, com sinalização 
adequada para que os problemas sejam amenizados. No manuseio dos módulos e perfis, 
deve-se sempre utilizar luvas de algodão limpas para evitar transmitir qualquer substância 
corrosiva ou degradante para os vidros e alumínio. 
 
Figura 14 – Estocagem dos Módulos em local isolado. 
Fonte: Autor, 2016. 
Pelo aspecto construtivo, é recomendado a utilização do sistema obras de grande porte, 
de maneira que a redução com a mão-de-obra especializada e a velocidade de execução 
compensem o custo que representam os equipamentos de movimentação e infraestrutura 
necessários a esse método. 
2.3.3.1. PROCESSO PRODUTIVO E PATOLOGIAS: 
O procedimento executivo do sistema unitizado é iniciado com as medições dos panos da 
fachada, de forma que os módulos possam ser corretamente dimensionados (largura e 
39 
 
altura) e as ancoragens possam ser fixadas nas vigas e lajes formando espécies de guias 
para que os módulos sejam instalados (Figura 15). 
 
Figura 15 – Ancoragem e Módulo de Arranque. 
Fonte: Autor, 2016. 
Na fixação das ancoragens é necessário que não haja barreiras físicas entre as linhas de 
eixo da laje e o ponto de instalação, de forma que o processo não seja prejudicado quanto 
à marcação e posicionamento do elemento fixador, uma vez que essa peça tem o papel 
fundamental de nivelar e estabelecer o prumo da fachada, sendo importante a verificação 
de sua instalação por parte da equipe responsável. 
Apesar de simples, esta etapa é imprescindível para garantir ao sistema estanqueidade e 
segurança. 
Relacionado à estanqueidade nos ambientes, este é um requisito fundamental quando se 
trata de conforto, salubridade e durabilidade nas edificações. A fachada cortina, quanto a 
esse subsistema, normalmente está sujeita a ação direta da chuva e do vento, sem soluções 
arquitetônicas e construtivas (como beirais, pingadeiras e recuos dos vãos) que possam 
auxiliar em evitar o contato direto, uma vez que estes tirariam a identidade do sistema. 
40 
 
No caso dos módulos do sistema unitizado, a ligação entre eles é em sistema macho-
fêmea (uma peça traz uma saliência enquanto outra uma reentrância) com gaxetas nesses 
encaixes – peças de vedação em borracha ou escovas fixadas – que precisam estar unidas 
corretamente para evitar que a água infiltre por ali. Em sistemas desaprumados e 
desalinhados, essa conexão fica com folga, tornando-se ponto de entrada de água e ar, 
comprometendo a vedação e estanqueidade do sistema, principalmente com a ocorrência 
de chuvas e ventos. Nesses pontos pode ocorrer, inclusive, o acúmulo de água danificando 
outros elementos da fachada. 
Em se tratando de segurança, a má fixação das ancoragens e seus chumbadores, além de 
comprometer o prumo e alinhamento, pode ocasionar quedas dos módulos a serem 
sustentados por elas ou mesmo a sobrecarga dos demais sistemas de sustentação 
contribuindo para o surgimento de cargas acidentais não previstas gerando tensões na 
estrutura dos perfis. 
Logo, é altamente recomendado que sejam realizados testes de arrancamento dessas 
ancoragens em pontos aleatórios das lajes e pavimento, englobando todas as equipes 
envolvidas na instalação de forma a evitar que erros sistêmicos possam afetar a qualidade 
e segurança do sistema. 
Tendo-se as ancoragens instaladas e fixadas, inicia-se a instalação dos módulos pelos 
chamados de ‘módulos de arranque’, estes que irão servir como base para que os demais 
sejam inseridos. 
Com o auxílio de equipamentos específicos (como mini-gruas e mini-guindastes), os 
módulos passam a ser erguidos e instalados de baixo pra cima, sustentados pelas 
41 
 
ancoragens. Pela técnica dos perfis serem fixados por encaixe, o sistema revolucionou as 
etapas de fixação, instalação, produção, controle, vedação, segurança e velocidade 
(ARRUDA, 2010). 
Como os módulos são instalados em sistema macho-fêmea, pode-se fazer uso de 
detergente neutro ou produtos lubrificantes recomendados pela fabricante nas peças de 
encaixe, para facilitar que estas deslizem mais facilmente e garantam um encaixe mais 
preciso e uma vedação mais eficiente, sem que seja necessário o emprego de força bruta. 
Nesta etapa, deve-se tomar cuidado com o manuseio das peças a serem instaladas para 
evitar quebra de vidros, que necessitarão posteriormente de serem trocados, e cuidados 
quanto a danos aos perfis (amassados, riscos, empena de folhas móveis). 
Em se tratando dos vidros, no item sobre materiais foram indicados quais os considerados 
de segurança e possíveis de serem utilizados, sendo imprescindível a obediência às 
normas para que acidentes graves não aconteçam. Estes devem ser especificados quanto 
à necessidade do cliente e de acordo com a arquitetura imposta. 
Em caso de quebra, seja por impacto ou danos nas bordas e quinas, surge a necessidade 
dos vidros serem trocados com a utilização de andaimes fachadeiros ou qualquer outro 
equipamento especial que se faça necessário, tomando-se cuidado com a escolha do tipo 
de fixação a ser utilizado, lembrando que o silicone estrutural pode levar até 8 dias para 
curar e dentro desse tempo existe o risco de queda e descolamento. 
42 
 
Após a instalação dos módulos, rejunta-se a conexão entre um módulo e outro com uma 
corda de silicone (Figura 16), conforme detalhe abaixo, aumentando a estanqueidade do 
sistema. 
 
Figura 16 – Detalhe de silicone entre os vidros dos módulos. 
Fonte: techne.pini.com.br (2017) 
É fundamental que, após a instalação, os perfis sejam protegidos preventivamente até o 
término da obra, com a utilização de plásticos e papelões, contribuindo para garantir a 
integridade do material. Caso a superfície do perfil seja atingida por resquícios aquosos e 
este não seja retirado de forma imediata, pode-se formar manchas e outros danos químicos 
ao acabamento do perfil, comprometendo a proteção do mesmo. Dependendo do grau de 
deterioração, pode ser necessário a substituição do mesmo. 
Cabe ressaltar que o surgimento de patologias dentro dos sistemas de fachadas cortina é 
quase que totalmente aliado à má execução ou ao descuido quanto ao manuseio e proteção 
do sistema. Durante toda a execução, deve-se atentar para controle tecnológico rigoroso 
do processo, em todas as etapas. Por ser um sistema construtivo de custo elevado, as 
43 
 
fachadas cortina, principalmente o sistema unitizado, carecem de grandes custos caso haja 
a necessidade de reparos e substituição de peças e materiais. Em casos como 
desalinhamento e desaprumo, pode ser necessário refazer toda a instalação, o que pode se 
tornar algo inviável do ponto de vista econômico-financeiro. 
2.3.4. COMPARAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS: 
Inicialmente, fica claroque o sistema de fachadas cortina quando comparado ao 
tradicional em alvenaria é mais prático, de fácil aplicação e rápida instalação, sendo, 
portanto, mais produtivo. Atrelado a isso, pode acontecer paralelamente a outros serviços, 
inclusive antecipando etapas uma vez que tem como característica um acelerado 
fechamento da fachada. 
Tratando das fachadas cortina, pode-se considerar que o sistema Stick, quando comparado 
ao sistema unitizado, é um sistema mais "artesanal" pois exige maior quantidade de mão-
de-obra e mais pontos de fixação na estrutura (MARQUES, 2015). 
Embora pareçam grandes adversárias, os dois sistemas (Stick e unitizado) podem 
coexistir. Porém, apesar da unitizada garantir maior estanqueidade e durabilidade, a 
fachada Stick pode atrair mais construtores, principalmente por possuir custo inferior ao 
sistema unitizado. Portanto, ambos os métodos não são unanimes em todos os aspectos e 
a escolha do processo adequado deve ser feita em função da tipologia do empreendimento 
e da disponibilidade econômico-financeira das empresas responsáveis. 
 
44 
 
3. EXEMPLO DE APLICAÇÃO DE SISTEMA DE FACHADA CORTINA 
EM EMPREENDIMENTO NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO 
Conforme descrito nos capítulos anteriores, é fundamental a definição do sistema de 
fachada cortina (Stick com pele de vidro, Stick structural glazing ou unitizado) bem como 
o conhecimento do processo construtivo, ressaltando as principais patologias associadas 
ao sistema para que estas sejam combatidas na etapa de concepção do projeto. 
O presente capítulo busca apresentar um estudo do empreendimento aqui denominado de 
empreendimento “A”. Este terá como fundamentação o embasamento teórico apresentado 
anteriormente, visando destacar falhas no processo construtivo, identificando suas causas 
e ações a serem tomadas para que estas manifestações sejam evitadas. 
3.1. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA 
A incorporação e construção da obra foi realizada por empresa do mercado imobiliário 
Brasileiro de grande porte com atuação em 16 estados e no Distrito Federal, no ramo 
desde 1962 e encontra-se em constante evolução e crescimento tendo ingressado no 
mercado de ações a partir de 2005. Esta possui sistema de gestão da qualidade integrado 
implantado, possuindo as certificações PBQP-H, ISO 9001 e OHSAS. 
3.2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 
O empreendimento “A” (Figura 17) é um condomínio comercial de alto padrão, 
localizado na Avenida das Américas, no bairro da Barra da Tijuca. 
45 
 
É composto por 7 blocos totalizando 803 unidades, com metragem de 25 a 420 m² entre 
lojas e salas, com 1 a 4 vagas de garagem por unidade em um terreno de aproximadamente 
43.000 m². 
 
Figura 17 – Fachada do empreendimento “A”. 
Fonte: site da incorporadora/construtora responsável pela obra (2017) 
 
3.3. CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA DE FACHADAS E CARACTERÍSTICAS 
DOS MATERIAIS 
Segundo Oliveira (2009), podemos classificar o sistema do empreendimento “A” como 
sendo uma vedação sem revestimento (onde não há a necessidade de aplicação de 
revestimento após a instalação) e de densidade superficial leve (para os módulos em 
vidros) ou pesadas (para os módulos com granito). 
Sempre em conformidade com o projeto arquitetônico, no empreendimento “A” foram 
utilizados em sua maioria perfis de alumínio anodizados – cor bronze 3000 (Figura 18) – 
e vidros laminados reflexivos de 10 mm (Figura 19). Em alguns panos da fachada, foram 
utilizadas pedras de mármore para compor a arquitetura. 
46 
 
 
Figura 18 – Alumínio Bronze cor 3000. 
Fonte: Autor, 2016. 
 
Figura 19 – Vidros Laminados Reflexivos de 10mm. 
Fonte: Autor, 2016. 
3.4. PROCESSO CONSTRUTIVO DE FACHADA CORTINA E PATOLOGIAS 
ASSOCIADAS 
No empreendimento “A” foi utilizado o sistema de montagem unitizado com seus 
respectivos procedimentos. 
47 
 
As ancoragens do sistema de montagem foram fixadas nas lajes e topos de vigas (Figura 
20) e em alguns casos nas últimas fiadas (bloco calha “cheio” preenchido com grout ou 
concreto). 
 
Figura 20 – Ancoragem na laje e no topo de viga. 
Fonte: Autor, 2016. 
Durante a execução das ancoragens, foram utilizados de arames fachadeiros para realizar 
o alinhamento dos mesmos. Porém, devido a erros de precisão (obra em local aberto, 
grande incidência de correntes de ar), teve-se que interromper a instalação dos módulos 
para a correção das ancoragens. 
 
Figura 21 – Alvenaria quebrada para correção das ancoragens. 
Fonte: Autor, 2016. 
48 
 
Foram constados também erros de execução quanto à fixação das ancoragens. Conforme 
imagem abaixo (Figura 22), em um ponto da fachada a peça não aguentou o peso dos 
módulos acima, sendo em análise posterior, constatado que a mesma encontrava-se com 
chumbadores fixados com folga na viga, acarretando na queda parcial da estrutura. 
 
Figura 22 – Módulo parcialmente solto. 
Fonte: Autor, 2016. 
Em seguida, tem-se o içamento dos módulos com o auxílio de equipamentos especiais e 
seu encaixe nas ancoragens e nos módulos adjacentes. Destaca-se o detalhe da conexão 
macho-fêmea entre as peças, permitindo rapidez e agilidade ao processo (Figura 24). 
 
 
Figura 23 – Fixação do Módulo na Ancoragem. 
Fonte: Autor, 2016. 
49 
 
 
 
Figura 24 – Detalhe de encaixe macho-fêmea entre os módulos. 
Fonte: Autor, 2016. 
Uma das vantagens do sistema unitizado em relação ao Stick é que sua instalação se dá 
totalmente por dentro, sem a necessidade de andaimes fachadeiros (Figura 25). 
 
Figura 25 – Içamento dos Módulos com instalação efetuada em ambiente interno. 
Fonte: Autor, 2016. 
50 
 
Um detalhe observado, foi que para fazer a instalação e conectar um módulo ao outro, a 
empresa responsável pela execução, utilizava de martelos de borracha ou em alguns casos 
outros materiais pesados para forçar a interação entre as conexões macho-fêmea. Como 
consequência, alguns módulos apresentaram problemas quando à empena 
(principalmente de folhas móveis) dos perfis de alumínio, sendo por vezes necessário a 
troca das folhas móveis (Figura 26). 
Ainda durante o processo de instalação dos módulos, comumente acontecem quebras de 
vidros devido a impactos ocasionados durante o manuseio do mesmo. Mesmo quinas 
lascadas, com a incidência da radiação solar, propagavam-se e contribuíam para a 
formação de trincas maiores. 
Em consequência dessas quebras, torna-se necessário a reposição e troca dos vidros 
envolvidos (Figura 26). 
 
Figura 26 – Vidros e quadros retirados devido à quebra e empena de perfis. 
Fonte: Autor, 2016. 
 
51 
 
Após a completa instalação dos módulos e trocas de vidro necessárias, deve-se realizar 
testes quanto à estanqueidade da fachada, com a utilização de empresa especializada, de 
forma a prever possíveis vazamentos. Em alguns casos, o silicone de vedação responsável 
em “rejuntar” os módulos pode não ter sido executado corretamente ou pode ser 
esquecido pela equipe responsável, criando um ponto “frágil” de infiltração. 
 
Figura 27 – Infiltração de água proveniente de teste de estanqueidade. 
Fonte: Autor, 2016. 
 
Também deve-se proteger o alumínio de resquícios de outros componentes e materiais 
que ainda estejam sendo manuseados de forma a evitar danos à superfície de acabamento 
dos perfis. Percebe-se pela imagem abaixo, caso onde não foi tomado o devido cuidado. 
52 
 
 
 
Figura 28 – Antes e depois de superfície com resquício de argamassa. 
Fonte: Autor, 2016. 
Por fim, as construtoras costumam contratar empresas especializadas para a limpeza geral 
da obra em vésperas de entrega. Para tal, deve ser informado às mesmas os cuidados a 
serem tomados com os materiais específicos, de forma que materiais abrasivos não sejam 
utilizados, pois além de comprometer o brilho do acabamento, podem surgir riscos nos 
perfis e vidros da fachada. 
53 
 
 
Figura 29 – Flagra da utilização de material abrasivo na limpeza da esquadria. 
Fonte: Autor, 2016.54 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Com a revisão bibliográfica, observou-se que durante todo o processo produtivo – 
iniciado com a elaboração de projetos específicos chegando até a execução de cada etapa 
dos respectivos processos construtivos – existem procedimentos a serem realizados para 
que a fachada atinja o desempenho esperado. 
Desde a especificação correta dos materiais e seus acabamentos, sempre em acordo com 
as normas regulamentadoras, até à escolha do sistema construtivo adequado às 
necessidades de cada edificação, este trabalho teve o objetivo de demonstrar que todas as 
decisões são fundamentais para garantir que o sistema atue como planejado, evitando o 
surgimento de patologias associadas aos erros executivos. 
Analisando os sistemas construtivas, criou-se um paralelo entre cada uma das etapas a 
serem executadas e falhas que se fazem surgir e são presentes durante a obra, de forma 
que recomendações são inseridas para que todo o conjunto possa funcionar de maneira 
mais harmoniosa possível, contribuindo para ganhos de velocidade na execução e ganhos 
de qualidade, sempre aliadas à saúde financeira do empreendimento. 
Buscou-se assim, através de um exemplo de aplicação, apontar onde cada patologia pode 
ser suprimida, com investigação clara das causas que as geraram, utilizando de ilustrações 
inéditas para reforçar e estimular novos desenvolvimentos tecnológicos. 
Demonstrou-se através do estudo prático, a evolução dos métodos e técnicas construtivas 
e a necessidade de interação constante entre todos os membros das equipes 
(multidisciplinaridade), para que metodologias e técnicas sejam aprimoradas e possa-se 
55 
 
caminhar para sistemas produtivos cada vez mais modernos e eficientes, em constante 
evolução, agregando cada vez mais benefícios para o usuário. 
Sendo assim, espera-se que este trabalho tenha contribuído para transmitir e difundir 
conhecimento quanto às possíveis soluções e técnicas a serem adotadas nas futuras obras 
e empreendimentos em se tratando de fachadas cortina de alumínio e vidro. 
4.1. RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 
Neste trabalho foram apresentadas as falhas associadas ao processo construtivo e deixou-
se claro a importância do controle tecnológico rigoroso. 
O tema patologias mostra-se bastante amplo e permite enfoques técnicos e de gestão, 
sendo possível, consequentemente, adotar-se várias linhas de estudos futuros. Dentro do 
enfoque deste documento, foram identificadas algumas oportunidades para pesquisas 
complementares, sendo elas o estudo das patologias que surgem com o uso da edificação 
pelo usuário e também o estudo das patologias associadas à utilização dos vidros, 
principal material componentes das fachadas cortina, nos quesitos de desempenho 
térmico e acústico. 
Estes, quando pesquisados com profundidade, complementam o presente trabalho e 
apresentam-se como fonte importante de consulta para identificar e prevenir 
manifestações patológicas. 
 
56 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
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