Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA ENGENHARIA CIVIL ANDERSON LUIZ NOGUEIRA ARIANE ALVES DE LIMA E SILVA JARDEL RODRIGUES DOS REIS RODOLFO RODRIGO RIBEIRO ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS CONSTRUTIVOS LIGHT STEEL FRAMING E O CONVENCIONAL DE ALVENARIA IPATINGA 2017 ANDERSON LUIZ NOGUEIRA ARIANE ALVES DE LIMA E SILVA JARDEL RODRIGUES DOS REIS RODOLFO RODRIGO RIBEIRO ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS CONSTRUTIVOS LIGHT STEEL FRAMING E O CONVENCIONAL DE ALVENARIA Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Civil da Faculdade Única de Ipatinga - ÚNICA, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil. Orientador: Prof.° Julimar Cosme da Silva IPATINGA 2017 ANDERSON LUIZ NOGUEIRA ARIANE ALVES DE LIMA E SILVA JARDEL RODRIGUES DOS REIS RODOLFO RODRIGO RIBEIRO ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS CONSTRUTIVOS LIGHT STEEL FRAMING E O CONVENCIONAL DE ALVENARIA Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Civil da Faculdade Única de Ipatinga - ÚNICA, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil. Aprovada em ____/____/________ BANCA EXAMINADORA _________________________________________________ Prof.(a): Julimar Cosme da Silva Faculdade Única de Ipatinga - ÚNICA _________________________________________________ Prof.(a): Faculdade Única de Ipatinga - ÚNICA _________________________________________________ Prof.(a): Faculdade Única de Ipatinga - ÚNICA AGRADECIMENTO Agradecemos primeiramente a Deus pela vida e por nos dar a capacidade de aprender diariamente. Agradecemos também nossos familiares, que acreditaram em nosso potencial e pela paciência que tiveram conosco em nossos períodos de ausência, onde estávamos dedicando nosso tempo ao aprendizado. Agradecemos ao professor orientador Julimar Cosme da Silva e ao coordenador do Curso de Engenharia Civil Marcelo de Lima Beloni, que nos apoiaram e sempre estiveram presentes quando solicitados. Aos demais professores, demonstramos nosso respeito e confiança pelo conhecimento que nos foi transmitido. Resumo Este trabalho traz uma analogia dentre os sistemas construtivos em Light Steel Framing e estruturas convencionais em uma unidade básica de saúde na cidade de Coronel Fabriciano - MG. Para se fazer a análise foram necessários: o dimensionamento estrutural de um projeto arquitetônico previamente obtido, o levantamento dos quantitativos necessários para obra e a preparação de um orçamento para o processo construtivo convencional. O dimensionamento da estrutura foi feito com auxílio de softwares próprios de dimensionamento estrutural (CYPECAD), o qual também exportou os quantitativos do método tradicional. Para a elaboração do orçamento, utilizou-se a base de dados do SINAPI, TCPO e complementou-se a base de dados com pesquisas no comércio local. Apesar do Vale do Aço ser um grande produtor de aço, é rara a utilização de estruturas metálicas em construções, levando em consideração a potencialidade do seu parque industrial. O setor da construção civil vem buscando melhorar sua produtividade, reduzindo os desperdícios e buscando atender a uma crescente demanda, com emprego de novas tecnologias de produção racionais e sustentáveis. Uma das possibilidades é a utilização de um sistema construtivo já consolidado nos países desenvolvidos: o Light Steel Framing (LSF), no qual seu processo racional e flexível, e sua agilidade construtiva indicam um potencial a ser explorado. Baseado nesse argumento, esse trabalho visa estruturar as informações quanto aos materiais, as técnicas, as vantagens, os métodos e os detalhes construtivos utilizados na construção com o sistema LSF, com ênfase no estudo de caso de uma unidade básica de saúde em construção na cidade de Coronel Fabriciano, Minas Gerais. Nesse estudo de caso é demonstrado o processo construtivo, simultaneamente com os custos das etapas, visando estabelecer as vantagens desse sistema por meio de uma comparação de custos. Assim, foi possível constatar que a construção em LSF pode vir a ser uma alternativa para a construção civil em Coronel Fabriciano e em toda região do Vale do Aço, uma vez que esta é uma boa opção de investimento, possuindo um rápido retorno financeiro e tendo potencial de se tornar competitivo e presente em toda região. Palavras-chave: Construção Industrializada; Light Steel Framing; Construção Civil. Abstract This work brings an analogy between Light Steel Framing construction systems and conventional structures in a basic health unit in the city of Coronel Fabriciano - MG. To do the analysis were necessary: the structural design of a previously obtained architectural project, the quantitative survey to the building and the preparation of a budget for the conventional construction process. The sizing of the structure was done with the help of appropriate structural sizing software (CYPECAD), which also exported the quantitative from the traditional method. For the elaboration of the budget, the database of SINAPI, TCPO and complemented with surveys in the local commerce. Although Vale do Aço is a big producer of steel, it is rare to use the metallic structures in buildings, taking into account the potential of its industrial park. The civil construction sector has been seeking to improve its productivity, reducing waste and seeking to meet growing demand, using new rational and sustainable production technologies. One of the possibilities is the use of a constructive system already consolidated in the developed countries: Light Steel Framing (LSF), in which its rational and flexible process and its constructive agility indicate a potential to be explored. Based on this argument, this work aims to structure information on the materials, techniques, advantages, methods and constructive details used in the construction with the LSF system, with emphasis on the case study of a basic health unit under construction in the city of the Coronel Fabriciano, Minas Gerais. In this case study the construction process is demonstrated, simultaneously with the costs of the steps, aiming to demonstrate the advantages of the system, through a comparison of costs. Concluding that the construction in LSF can turn out to be an alternative for the civil construction in Coronel Fabriciano and Vale do Aço. Being a good investment option due to the fast financial return, having the potential to become competitive and present throughout the region. Keywords: Industrialized construction; Light Steel Framing; Construction. Lista de Ilustrações FIGURA 1 – UBS em Antônio Dias construída em alvenaria convencional. ............. 22 FIGURA 2 – Diferenças entre fundações rasas e profundas..................................... 24 FIGURA 3 – Pilares redondos conectados ao solo ................................................... 25 FIGURA 4 – Pilares redondos conectados ao solo ................................................... 25 FIGURA 5 – Exemplo de vigas .................................................................................. 26 FIGURA 6 – Lajes pré-montadas .............................................................................. 27 FIGURA 7 – Lajes treliçadas ..................................................................................... 27 FIGURA 8 – Lajes alveolares .................................................................................... 28 FIGURA 9 – Lajes maciças ....................................................................................... 28 FIGURA 10 – Lajes tipo cogumelo ............................................................................ 29 FIGURA 11 – Lajes nervuradas ................................................................................29 FIGURA 12 – Tijolo cerâmico x bloco de concreto .................................................... 29 FIGURA 13 – Distribuição de mangueiras para cabos elétricos ................................ 30 FIGURA 14 – Distribuição de mangueiras na alvenaria ............................................ 31 FIGURA 15 – Instalações hidrossanitárias ................................................................ 32 FIGURA 16 – Casa com painéis montados em Wood Frame ................................... 34 FIGURA 17 – Casa container .................................................................................... 35 FIGURA 18 – Método construtivo Balloon Framing. .................................................. 36 FIGURA 19 – Drywall utilizado em fechamentos internos de uma casa ................... 37 FIGURA 20 – Painéis estruturais LSF. ...................................................................... 40 FIGURA 21 – Radier com instalações hidrossanitárias aparentes. ........................... 42 FIGURA 22 – Detalhe da ancoragem do projeto da UBS.......................................... 43 FIGURA 23 – Cargas verticais sendo transmitidas à fundação ................................. 44 FIGURA 24 – Desenho do esquema de um painel estrutural.................................... 45 FIGURA 25 – Detalhe do esquema da composição do vão de abertura. .................. 46 FIGURA 26 – Vigas utilizadas para piso. .................................................................. 47 FIGURA 27 – Desenho dos detalhes da laje seca. ................................................... 48 FIGURA 28 – Desenho dos detalhes da laje úmida. ................................................. 49 FIGURA 29 – Tesouras do telhado em um projeto de execução. ............................. 50 FIGURA 30 – Placas OSB em um fechamento externo. ........................................... 51 FIGURA 31 – Montagem de lã mineral para isolamento térmico e acústico. ............ 53 FIGURA 32 – Pré montagem dos painéis. ................................................................ 59 FIGURA 33 – Montagem das estruturas. .................................................................. 60 FIGURA 34 – Montagem das estruturas da cobertura. ............................................. 60 FIGURA 35 – Montagem das telhas da cobertura. ................................................... 61 FIGURA 36 – Montagem das placas cimentícias no fechamento externo. ............... 62 FIGURA 37 – Instalação de eletrodutos. .................................................................. 64 FIGURA 38 – Instalação de tubulações. ................................................................... 64 FIGURA 39 – Pontos de saída nas paredes. ............................................................ 65 FIGURA 40 – Resíduo gerado na pré montagem dos painéis .................................. 66 TABELA 1 – Memorial de cálculo para construção em alvenaria convencional. ...... 57 TABELA 2 – Memorial de cálculo para construção em LSF incluindo fundação. ..... 58 TABELA 3 – Comparativo entre a alvenaria convencional e o light steel framing. ... 67 TABELA 4 – Diferença de custos em cada etapa entre o LSF e alvenaria ............... 70 Lista de abreviaturas e siglas ABCEM – Associação Brasileira da Construção Metálica CBCA – Centro Brasileiro da Construção em Aço D.M.L – Depósito de Materiais de Limpeza EUA – Estados Unidos da América I.S – Instalação Sanitária LSF – Light Steel Framing OSB – Oriented Strand Board SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil TCPO – Tabela de Composições de Preços para Orçamentos UBS – Unidade Básica de Saúde Sumário 1 Introdução ......................................................................................................... 19 2 Objetivos ........................................................................................................... 20 2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 20 2.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 20 3 Justificativa ...................................................................................................... 21 4 Referencial Teórico .......................................................................................... 22 4.1 Sistema construtivo convencional .............................................................. 22 4.1.1 Infraestruturas ............................................................................................ 23 4.1.2 Supraestrutura ............................................................................................ 24 4.1.3 Fechamentos .............................................................................................. 29 4.1.4 Instalações elétricas e hidrossanitárias ................................................... 30 4.1.5 Revestimentos ............................................................................................ 32 4.2 Sistemas construtivos industrializados ...................................................... 32 4.3 O sistema Light Steel Framing ..................................................................... 35 4.3.1 Origem ......................................................................................................... 35 4.3.2 Definição ..................................................................................................... 38 4.3.3 Características............................................................................................ 39 4.4 Processo construtivo em Light Steel Framing ........................................... 41 4.4.1 Fundação .................................................................................................... 41 4.4.2 Painéis ......................................................................................................... 43 4.4.3 Lajes ............................................................................................................ 46 4.4.4 Cobertura .................................................................................................... 49 4.4.5 Fechamento e acabamento ....................................................................... 50 4.4.6 Ligações e montagem ................................................................................ 53 4.5 Vantagens e desvantagens do Light Steel Framing ................................... 54 5 Metodologia...................................................................................................... 55 5.1 Dados globais da obra.................................................................................. 55 5.2 Demonstração do processo construtivo da UBS ....................................... 56 5.2.1 Revestimento externo ............................................................................... 61 5.2.2 Revestimento interno das paredes externas........................................... 62 5.2.3 Revestimento interno das paredes internas ........................................... 62 5.2.4 Forro interno .............................................................................................. 63 5.2.5 Telhado ....................................................................................................... 63 5.2.6 Isolamento termo acústico ....................................................................... 63 5.3 Comparativo entre o sistema LSF e o sistema convencional ................... 65 6 Análise das vantagens e custo/benefício ...................................................... 70 7 Conclusão ........................................................................................................ 72 Referências bibliográficas .....................................................................................73 19 1 Introdução A construção civil no Vale do Aço ainda utiliza em sua maioria sistemas construtivos artesanais, com emprego de materiais cerâmicos, concreto, vidros, aço e etc. causando grandes perdas de materiais e por vezes certa improdutividade. A necessidade atual do mercado sinaliza que este panorama necessita ser mudado com a utilização de uma tecnologia inovadora, com proposito de mudar o cenário da nossa realidade, evitando danos ao meio ambiente e permitindo a utilização de um processo industrial e racionalizado (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012). Para modificar esse cenário, uma possibilidade inovadora é utilizar o sistema Light Steel Framing (LSF). Segundo Batista (2011), este é um sistema construtivo industrializado de concepção racional, que tem por principal característica o uso de perfis de aço conformados a frio, galvanizados e com pequena espessura, proporcionando um método construtivo altamente eficaz e de produtivo. Com o aumento da procura no ramo da construção civil, há uma maior necessidade de otimização da relação custo/benefício no setor, aumentando a produtividade e minimizando os desperdícios, tendo em conta o interesse da conscientização sobre as questões ambientais (HASS; MARTINS 2011). Desse modo, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de realizar uma análise dos benefícios de se utilizar o sistema LSF para substituir o método convencional de alvenaria e concreto armado, além de exibir prestígio deste sistema para o mercado regional da construção civil, com o foco na cidade de Coronel Fabriciano – MG. O trabalho será realizado através de um estudo de caso onde serão apresentadas as informações, assim como alguns detalhes dos custos implicados na construção de uma Unidade Básica de Saúde, no bairro JK, em Coronel Fabriciano – MG. 20 2 Objetivos 2.1 Objetivo Geral Analisar os benefícios da utilização do Light Steel Framing em uma edificação no Vale do Aço. 2.2 Objetivos Específicos Realizar uma análise do custo/benefício da construção de uma UBS na cidade de Coronel Fabriciano/MG construída no sistema LSF através de seu projeto arquitetônico. Comparar o LSF com o método construtivo convencional através de planilhas orçamentárias. Apresentar as características técnicas do processo construtivo LSF e da tecnologia empregada no sistema. 21 3 Justificativa No Vale do Aço é pouco notável a utilização do LSF, pois ainda é uma técnica moderadamente recente, o que leva a região a ter poucas obras construídas nesse sistema. Em função disso, existem poucas referencias acerca dos benefícios e potenciais usos para este sistema, o que demonstra necessidade da revisão de literatura apresentada neste trabalho. O estudo criterioso da aplicabilidade e do custo/benefício do sistema LSF em uma UBS na região do Vale do Aço é relevante, já que abordará um sistema construtivo pouco utilizado na região e que oferece vantagens em seus processos, as quais contribuirão para a elaboração de trabalhos futuros no âmbito acadêmico e empresarial. Os produtos industrializados como as estruturas de aço, são concebidos para que, se empregados corretamente, tragam uma série de vantagens para o conjunto da obra, que podem facilmente reverter o custo final, mesmo com o custo específico maior (PINHO; PENNA, 2008, p. 12). Portanto é importante verificar se este sistema apresenta um melhor custo/benefício frente a ao método construtivo convencional empregado na região. 22 4 Referencial Teórico Nesta etapa será apresentado a forma de trabalho de alguns métodos construtivos, detalhando a forma de execução do método Steel Framing. 4.1 Sistema construtivo convencional Formada por componentes de estrutura isolada, a estrutura de concreto armado tem a função de distribuição e condução dos esforços provindos da edificação. O método construtivo convencional é formado a partir da associação dos elementos de concreto armado com a alvenaria de blocos cerâmicos, conforme podemos notar na FIG. 1 (PRUDÊNCIO, 2013). FIGURA 1 – UBS em Antônio Dias construída em alvenaria convencional. Fonte: Haros Construtora, 2014 Segundo Hass e Martins (2011), é um processo construtivo artesanal, reconhecido por sua baixa produção em razão dos estágios da construção serem realizadas in loco, retrabalhos devido à baixa qualificação da mão de obra e pelas grandes perdas de materiais, tornando sua realização mais lenta. 23 De modo geral, esta é a forma mais econômica de se construir no país, visto que possui uma grande oferta de mão de obra se comparado aos outros métodos construtivos. Contudo, a qualificação dos operários, associadas às características artesanais do método demostram as falhas do sistema, o que reduz sua eficiência e estende o tempo (BORTOLOTTO, 2015). Os processos na construção civil devem levar em consideração as demandas ambientais buscando alternativas sustentáveis, com técnicas mais racionalizadas e eficientes. Contudo, várias são as limitações deste método construtivo, pois a reciclagem de alguns materiais após seu uso e sobras é extremamente difícil, e também pelo grande impacto ao meio ambiente causado pela produção dos blocos cerâmicos e de cimento (PRUDÊNCIO, 2013). Mesmo com algumas vantagens em sua metodologia, o método construtivo convencional na região do vale do aço é tecnologicamente inferior se comparado a outros métodos, necessitando de uma maior industrialização nos seus processos. 4.1.1 Infraestruturas São componentes que podem ser construídos utilizando diversos tipos de fundações, entre elas, podemos citar as fundações superficiais que são conhecidas por ter profundidade inferior a 3 metros e que são capazes de absorver as cargas da edificação e transmiti-las ao solo. Temos como exemplo de fundações superficiais as sapatas, blocos de fundações, radier e vigas de fundação. Outro tipo de infraestruturas são as fundações profundas, que são consideradas as que possuem acima de 3 metros de profundidade, que são muito utilizados em edificações de grande porte como, por exemplo, os edifícios altos, onde se tem uma considerável força horizontal atuando. Para exemplificar as fundações profundas temos os tubulões, caixões e estacas em seus diversos modelos e diâmetros conforme mostra a FIG. 2. 24 FIGURA 2 – Diferenças entre fundações rasas e profundas. Fonte: Adaptado pelos Autores, Silvageo Fundações (2017) 4.1.2 Supraestrutura As superestruturas são constituídas em 3 partes sendo elas os pilares, vigas superiores e a laje. Os pilares podem ser de vários tamanhos e/ou diâmetros que são constituídos de concreto armado e tem a função de transmitir as cargas da edificação para as infraestruturas que por sua vez são transferidas ao solo, conforme podemos ver nas FIG. 3 e 4. Fundações rasas Fundações 25 FIGURA 3 – Pilares redondos conectados ao solo Fonte: Rocha (2011) FIGURA 4 – Pilares redondos conectados ao solo Fonte: Rocha (2011) 26 As vigas por sua vez são os elementos estruturais sujeitos à cargas transversais, que trabalham recebendo cargas verticais das lajes transmitindo-as para os pilares, que posteriormente os transmitem para as fundações. Na FIG. 5 podemos ver um exemplo de vigas. FIGURA 5 – Exemplo de vigas Fonte: Habitissimo (2017) As lajes além de trabalharem como pisos para o próximo pavimento, também trabalham para suportar cargas, auxiliando na transmissão de forças para as vigas. Temos vários tipos de laje no mercado na atualidade, alguns modelos são as lajes pré-montadas (FIG. 6), treliçadas (FIG. 7), lajes alveolares (FIG. 8), lajes maciças (FIG. 9), tipo cogumelo (FIG. 10), nervuradas (FIG. 11), dentre outros modelos existentes no mercado. 27 FIGURA 6 – Lajes pré-montadas Fonte: Doce Obra (2017) FIGURA 7 – Lajes treliçadas Fonte: Doce Obra (2017)28 FIGURA 8 – Lajes alveolares Fonte: Doce Obra (2017) FIGURA 9 – Lajes maciças Fonte: Doce Obra (2017) 29 FIGURA 10 – Lajes tipo cogumelo Fonte: Doce Obra (2017) FIGURA 11 – Lajes nervuradas Fonte: Doce Obra (2017) 4.1.3 Fechamentos Os fechamentos são constituídos em sua maioria de blocos cerâmicos que podem ser assentados na posição vertical com 9 ou 14cm ou na posição horizontal com 19cm de largura ou tijolos laminados. Também pode ser constituída com blocos de concreto duplo ou simples. A FIG. 12 mostra os blocos cerâmicos e de concreto. FIGURA 12 – Tijolo cerâmico x bloco de concreto Fonte: Os autores (2017) Bloco cerâmico Bloco de concreto 30 As paredes são constituídas por estes blocos tendo a finalidade de além de servir como fechamento, resistir ao peso próprio e outras cargas advindas de vigas e lajes por exemplo. 4.1.4 Instalações elétricas e hidrossanitárias Na execução das instalações elétricas, são marcados nas estruturas de concreto armado e lajes, e deixados os conduítes para evitar demolições nas infraestruturas e superestruturas conforme a FIG. 13. FIGURA 13 – Distribuição de mangueiras para cabos elétricos Fonte: Ferro (2015) Após sua concretagem são deixados as pontas de conduítes para serem passados na alvenaria, e assim marcados os locais onde serão as caixinhas dos apagadores e tomadas. Após esta marcação, são realizados cortes na alvenaria para passagem de conduítes. A FIG. 14 mostra a distribuição de mangueiras após a realização do corte na parede. 31 FIGURA 14 – Distribuição de mangueiras na alvenaria Fonte: TNR do Brasil Construtora (2012) O revestimento é aplicado sobre a parede e assentados as caixinhas. Após esta etapa, é iniciado o acabamento com reboco ou emboço para receber pintura ou azulejos nas paredes. Nas instalações hidrossanitárias a forma de execução é bem parecida com a elétrica, tendo o mesmo processo construtivo. Após a alvenaria construída são rasgadas as paredes para serem posicionadas as tubulações nos pisos e paredes, sendo necessário a reconstituição dos mesmos posteriormente, conforme a FIG. 15. 32 FIGURA 15 – Instalações hidrossanitárias Fonte: TNR do Brasil Construtora (2012) 4.1.5 Revestimentos Para execução dos revestimentos, existem muitas possibilidades, porém os mais utilizados são a mistura de areia e cimento e também a aplicação de gesso diretamente na alvenaria. Após esse processo, é aplicado a pintura ou azulejos, conforme a opção de cada construtor / cliente. 4.2 Sistemas construtivos industrializados Desde os primórdios da civilização, a humanidade vem buscando diversas maneiras de aprimorar as atividades produtivas, principalmente as que têm a necessidade de grande escala. Assim deu-se a industrialização, um processo socioeconômico que transformou uma sociedade arcaica em uma fonte de maior recurso e lucro, com aperfeiçoamento de algumas atividades, sendo executadas de 33 forma contínua e produtiva, com emprego de técnicas e procedimentos mais ágeis e com menor custo (BAPTISTA, 2005). A industrialização teve grande influência sobre os sistemas construtivos, principalmente durante a Revolução Industrial no século XVIII. Antes disso, a construção civil baseava-se em técnicas artesanais, muito imprecisas. Durante os séculos XVIII e XIX surgiram novos materiais, como o vidro, o ferro fundido e posteriormente o aço e também o concreto armado, agregados aos tradicionais como a pedra, o tijolo e a madeira. Além das novas ferramentas que foram desenvolvidas, passando a facilitar tarefas antes realizadas apenas pelo homem, acelerando a produção nas obras (BRUNA, 1976). Este processo pode ser bem observado na utilização de estruturas pré- fabricadas e na utilização de equipamentos que suprem ou minimizam os esforços dos operários, aumentando produção e a qualidade do processo. O que tem se tornado essencial à construção civil moderna, com a necessidade de uma produção elevada com menor custo e maior produtividade nas obras. Assim sendo, a transformação dos canteiros em áreas de montagem destes sistemas vem se tornando comum, proporcionando redução de imprevistos e resíduos na obra (PRUDÊNCIO, 2013). Segundo Santiago (2008), as características da construção industrializada confrontam os problemas característicos comuns na construção artesanal, como, por exemplo, é o caso da exigência de qualificação da mão de obra, da facilitação dos processos, do uso racional dos insumos, de um possível controle rígido das etapas e de uma maior precisão dos cronogramas de obra. Ainda segundo o autor, o sistema industrializado da construção é uma das formas mais rápidas de seguir a necessidade de produzir mais habitações no Brasil, contando com a particularidade da fabricação em grande escala com linhas de produção em série dos elementos padrões, além da racionalização e controle dos processos e materiais, do tempo reduzido de execução, e a mão de obra qualificada. A ABCP - Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCEM, 2014) indica que utilizando os métodos construtivos racionalizados, os canteiros de obras das empresas se transformam em linhas de montagem, com aumento de produção, redução de custos e melhoria da qualidade no produto final, além de diminuir o impacto no meio ambiente durante a execução das obras e melhor organização do 34 processo, pois os componentes chegam no canteiro apenas quando está previsto a execução da instalação. Ainda segundo dados da Associação, o ramo da construção metálica está entre os mais industrializados. Isso se dá porque nos últimos 30 anos, ele saiu da condição de rejeição para o de maior aceitação e com grandes expectativas de progresso nos próximos anos, decorrente de altos investimentos em tecnologias e equipamentos especializados. Sendo assim, com uma maior publicação dos benefícios da construção metálica há uma tendência de um maior emprego do aço, que já tem vem crescendo a cada ano e se apresentado como alternativa ao sistema convencional. A maior dificuldade de aceitação do sistema industrializado é o custo inicial, que é maior que no sistema convencional, mas com o ganho de produtividade, e com a mão de obra e tempo reduzidos, é comum que esse maior custo no início, se pague ao concluir a obra (PRUDÊNCIO, 2013). Além do Light Steel Framing, podemos citar também mais dois tipos de sistemas industrializados: Wood Frame e Containers. O Wood Frame tem basicamente as mesmas características do LSF, porém sua estrutura é de madeira, como podemos ver na FIG. 16. FIGURA 16 – Casa com painéis montados em Wood Frame Fonte: Atos Arquitetura (2016) 35 Os containers são construções inovadoras e que necessitam de fundações rasas. Em sua maioria são de pequeno porte por se tratar de materiais leves, são empilhados arquitetonicamente e tem sua execução prática e rápida, também sem agredir o meio ambiente (BIELSHOWSKY et al, 2012). Os containers são caixas de metal, geralmente de grandes dimensões, destinados ao acondicionamento e transporte de carga, a longa distância, em navios e trens. Têm uma vida útil de 10 anos, e após este período, surge a necessidade de se oferecer um destino correto para estas peças, já que são produzidos a partir de materiais metálicos e não biodegradáveis, o que os torna um grande problema, por formarem montanhas de lixo no contexto urbano das cidades portuárias. (BIELSHOWSKY et al, 2012) Na FIG. 17 podemos ver um exemplo de casa container. FIGURA 17 – Casa container Fonte: Decorfacil (2015) 4.3 O sistema Light Steel Framing 4.3.1 Origem 36 Devido ao grande fluxo migratório nos EUA entre os anos de 1810 e 1860, houve um aumento exponencial na população, portanto precisou-se construir com métodos práticos e rápidos. A madeira era um materialabundante à época, por isso foi utilizada como matéria prima. Este método foi batizado com o nome de Balloon Framing (FIG. 18), que consistia em estrutura de madeira serrada de pequena seção transversal e espaçada regulamente (BORTOLOTTO, 2015). FIGURA 18 – Método construtivo Balloon Framing. Fonte: Jean Huets, 2013 Desde então as construções feitas com madeira ficaram consagradas por Wood Framing, e tornaram-se as residências típicas nos EUA. No entanto, a produção em ampla escala de aço durante o período da Segunda Grande guerra possibilitou a evolução, utilizadas para fabricar os perfis conformados a frio, e passou-se a utilizar perfis em aço em substituição aos de madeira, se tornando uma mudança conveniente devido a sua maior resistência e competência, sua capacidade em resistir grandes tragédias naturais como terremotos e furacões. Com a evolução industrial do aço nos EUA, foi apresentado pela primeira vez na Feira 37 Mundial de Chicago um protótipo residencial em LSF, que conseguiu inovar trocando os perfis de madeira por perfis de aço (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012). O emprego do Steel Framing aconteceu de forma massiva nos anos 90, devido as fortes alterações no preço da madeira. Apenas no ano de 1991, houve um encarecimento de aproximadamente 80% dentro de 4 meses. Outros motivos levados em conta foi o terremoto Northridge em 1994 e o furacão Andrew em 1992, que arrasaram os EUA, deixando inúmeras residências erguidas em Wood Frame destruídas e que por conta disto se mostra pouco resistentes aos desastres. Hass e Martins (2011), afirmaram que houve um aumento de cerca de 25% na área construtiva com aumento da utilização do LSF na década de 90. Com isso foi criado uma associação de técnicos e construtores em 1993 nos EUA dando ao sistema LSF um aspecto mais profissional. Essa associação, denominada National Association of Home Builders (NAHB), divulgou um estudo no qual consideraou o aço como sendo a melhor opção para a construção de habitações com o sistema framing (REGO, 2012). No território brasileiro o uso do LSF ainda não é tão comum por razões histórico-culturais consequentes da ausência de recursos siderúrgicos propícios, sendo incomum a utilização de estruturas metálicas até meados da década de 80, a inexistência destes recursos fez com que o sistema não se tornasse uma boa opção para engenheiros e arquitetos empregarem em seus projetos de construções residências. Outro fato importante era que a mão de obra de baixo custo mostrava uma maior vantagem na opção pela construção convencional (BORTOLOTTO, 2015). Ainda de acordo com o autor, o LSF foi surgindo lentamente nas construções civis, no início dos anos 90, com o uso de drywall. Porém, sua utilização era apenas nos interiores, como paredes de vedação, conforme mostrado na FIG. 19. Apenas em 1998 surgiram as primeiras obras em LSF no Brasil, sendo a primeira executada em São Paulo pela Construtora Sequência, que teve seus primeiros projetos focados nas construções de residências de médio e alto padrão. FIGURA 19 – Drywall utilizado em fechamentos internos de uma casa 38 Fonte: Porto do Gesso, 2017 Atualmente, o LSF vem sofrendo um processo lento de aceitação e desenvolvimento em nosso mercado nacional, pois é possível notar avanços que auxiliaram o sistema a se enraizar no território brasileiro. A definição de exigências mínimas para o financiamento das habitações construídas em LSF pela CEF (Caixa Econômica Federal) e a publicação de dois manuais (Steel Framing: Arquitetura, 2012 e Steel Framing: Engenharia, 2006) pelo CBCA, servem de auxílio para especificação, uso, e normatização dos relevantes componentes deste sistema, como por exemplo os perfis estruturais de aço conformados a frio (NBR 6355:2012) e as chapas de drywall (NBR 15217:2009). 4.3.2 Definição Segundo o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura (IBDA, 2014), o LSF é um sistema construtivo composto por perfis de aço galvanizado 39 formado a frio, dimensionado para resistir as cargas da edificação e assegurar as exigências de desempenho desta. O termo LSF foi registrado pelo Swedish Institute of Steel Construction – SBI para caracterizar o sistema construtivo organizado em estrutura de aço leve. A denominação do sistema Light Steel Framing é originada da língua inglesa, traduzida como Estruturas em Aço Leve. O termo Steel é usado para indicar a matéria prima utilizada na estrutura, o aço; enquanto que, o termo Light é usado para indicar que os elementos em aço são leves, pois são confeccionados a partir de chapas de aço com menor espessura, e também destaca a flexibilidade, permitindo variados acabamentos exterior e interior. E a palavra Framing é usada para indicar o esqueleto estrutural formado por elementos individuais unidos entre si atuando em conjunto, para dar forma e sustentar o edifício e a sua carga de utilização. (E-Civil, 2017) Segundo Crasto (2005), o LSF é uma técnica racional, cujos perfis de aço são utilizados para a produção de painéis estruturais e não-estruturais, vigas de piso, vigas secundárias, tesouras de telhados e demais componentes. É um sistema construtivo que permite a utilização de diferentes materiais flexíveis, pois não demonstra grandes limitações aos projetos, racionalizado (por facilitar a utilização dos recursos e o gerenciamento das perdas), customizável (possibilitando melhor controle dos gastos logo no estágio de projeto), além de durável e reciclável. Assim sendo, o LSF se resume basicamente em uma estrutura formada por paredes, pisos e cobertura, e além desses elementos, possuem também subsistemas, os quais são: fundação, isolamento termo acústicos, fechamento interno e externo, e instalações elétricas e hidro sanitárias (BORTOLOTTO, 2015). 4.3.3 Características A estrutura do sistema LSF é formada pelos painéis autoportantes, resistente aos esforços solicitantes a estrutura e são os responsáveis pela integridade da edificação (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012). Na FIG. 20 é mostrado os conjuntos de peças que formam os painéis como chegam na obra, em blocos separados por painel, alguns painéis pré montados no chão e também painéis já montados. 40 FIGURA 20 – Painéis estruturais LSF. Fonte: Arquivo pessoal dos autores, 2017 As matérias primas aplicadas, os processos fabris, seus detalhes e o acabamento, sofrem controles minuciosos de qualidade, garantindo uma construção ágil e controle perda de materiais e da qualidade final do produto, o que resulta uma solução eficaz e com capacidade de custo reduzido. (BORTOLOTTO, 2015). O LSF é um sistema construtivo aberto, que possibilita a utilização de diversos materiais de revestimento; flexível, devido à facilidade de reformas e ampliação; racionalizado, otimizando a utilização dos recursos e o gerenciamento das perdas; customizável, permitindo total controle dos gastos já na fase de projeto; além de durável e reciclável. Tecnicamente, o LSF pode ser definido como um sistema construtivo estruturado em painéis, projetados para suportar as cargas da edificação e trabalhar em conjunto com outros subsistemas industrializados, de forma a garantir os requisitos de funcionamento da edificação (BORTOLOTTO, 2015. p.31 apud CAMPOS, 2012). Trata-se de um sistema industrializado que permite melhorar o tempo de construção, visto que várias fases da obra podem ser realizadas ao mesmo tempo. Enquanto a fundação está sendo executada na obra, os painéis, e até mesmo, as tesouras da cobertura podem ser confeccionadas em fábrica para serem em seguida, executada na obra (PRUDÊNCIO, 2013). 41 Ainda segundo o autor, outro atributo interessante e que simplifica a realização da obra, é a questão dos materiais serem leves, destacando os perfis em aço, as placas de fechamento e os materiais de preenchimento, que constitui, na realidade, toda aedificação, reduzindo assim o carregamento nas fundações tornando essa etapa mais econômica, tanto pela redução de cargas e efetivo necessário, quanto ao tempo de execução. Devido a sua agilidade construtiva observa-se um grande potencial a ser utilizado em diversos seguimentos, como edifícios residenciais e comerciais (de até quatro pavimentos), habitação popular, estabelecimentos públicos e privados de saúde e ensino, hotéis, e não somente as construções residenciais. 4.4 Processo construtivo em Light Steel Framing 4.4.1 Fundação Uma estrutura em LSF e suas etapas de fechamento são considerados muito leves se confrontados com as outras formas de construção, todos os esforços que são transmitidos pela edificação são considerados de pequeno porte, exigindo pouco da fundação. Por isso, pelo fato da estrutura distribuir as cargas linearmente ao longo das estruturas, o mais indicado é utilizar sapata corrida ou radier para constituir a fundação. (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012). Segundo os autores, a sapata corrida é executada numa fundação rasa, ideal para construções onde todas as cargas são distribuídas de forma linear ao longo de toda fundação. O radier, conforme mostrado na FIG. 21, funciona como uma laje de concreto, onde possui vigas em todo seu contorno e sob paredes estruturais, são responsáveis em fornecer firmeza em todo plano de fundação. O procedimento de execução deve apresentar condições para que não haja a umidade do solo e a infiltração de água na construção, além de possibilitar escoamento nas calçadas, garagens e terraços através de uma inclinação de pelo menos 1%. 42 FIGURA 21 – Radier com instalações hidrossanitárias aparentes. Fonte: Arquivo pessoal dos autores, 2017. A ancoragem da estrutura LSF na fundação deve apresentar melhor desempenho quando suportam cargas horizontais e verticais. As cargas horizontais como o vento, podem causar deformações nas estruturas podendo assim levá-las a ruina. Para resolver este problema usam-se ligações rígidas e elementos eficazes que possam transferir todos os esforços diretamente para a fundação (CONSULSTEEL, 2015). Na FIG. 22 é apresentado o detalhe da ancoragem extraído do projeto executivo do Steel Framing da construção da UBS. 43 FIGURA 22 – Detalhe da ancoragem do projeto da UBS Fonte: Arquivo pessoal dos autores, 2017. 4.4.2 Painéis Segundo Santiago, Freitas e Crasto (2012), o conceito baseia-se em desmembrar as cargas nas maiores quantidades de elementos, onde cada elemento é calculado e projetado para obter pequenas parcelas de cargas, o que pode facilitar o uso de perfis de LSF. A modulação destes perfis, é mais usada em larguras de 400mm ou 600mm, o que pode facilitar um controle de aplicação e minimizar as perdas de materiais adicionais industrializados, tais como arremates em placas OSB ou em placas de gesso acartonado. Os painéis de LSF são capazes de ter função estrutural para suportar as cargas, além de poder agir como divisória responsável pelo isolamento. De acordo com os autores, a responsabilidade dos painéis constituídos por perfis “U” enrijecidos apresentados como montantes, dispostos na vertical, é de absorver e retransmitir os esforços para a fundação, com seções que coincidem de um patamar a outro permitindo apenas a transferência dos esforços axiais, conforme 44 mostra a FIG. 23. Já na FIG. 24 é mostrado a representação em projeto de um painel estrutural. FIGURA 23 – Cargas verticais sendo transmitidas à fundação Fonte: Freitas e Crasto, 2006. 45 FIGURA 24 – Desenho do esquema de um painel estrutural. Fonte: Arquivo pessoal dos autores, 2017. Além das guias, montantes e fitas, outro elemento estrutural constituinte dos painéis autoportantes são as vergas, que são compostas por perfis caixa ou perfis I, montados com dois perfis UE ligados pela alma, sendo calculadas para flexão, ao esforço cortante e a flambagem da alma. (RODRIGUES, 2006) A FIG. 25 apresenta o esquema da composição do vão de abertura, indicando seus elementos. 46 FIGURA 25 – Detalhe do esquema da composição do vão de abertura. Fonte: Arquivo pessoal dos autores, 2017. 4.4.3 Lajes A montagem da estrutura da laje em LSF é preparada e montada com perfis de “U’ enrijecidos, chamados de vigas de piso. Esses elementos são montados de 47 forma horizontal, obedecendo a mesma montagem dos montantes, fazendo ainda que suas almas permaneçam com um formato alinhado. As mesas dos perfis são usadas como vigas de piso que por sua vez têm as mesmas dimensões das mesas dos montantes, mas a sua altura da alma é determinada em função do tipo da estrutura a ser montada e o vão entre os apoios. As vigas de piso mostradas na FIG. 26, são encarregadas em formar uma sustentação de aço de apoio para o contra piso, e pela transferência de todas as cargas de peso próprio da laje, pessoas, mobiliários e equipamentos para os painéis estruturais (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012). FIGURA 26 – Vigas utilizadas para piso. Fonte: Manual Steel Framing: Arquitetura, p. 52, 2012. Dependendo do tipo do contra piso, as lajes podem ser consideradas úmida ou do tipo seca. A laje é tipo seca, como mostra na FIG. 27, quando placas rígidas cimentícias (ou OSB) são parafusadas na estrutura dos pisos, formando assim, os contrapisos, e podendo ainda ser montados para auxiliar no desempenho acústico as lãs de vidro e polietileno expandido (CRASTO, 2005). 48 FIGURA 27 – Desenho dos detalhes da laje seca. Fonte: Freitas e Crasto, 2009. Nas lajes úmidas, como é mostrado na FIG. 28, são utilizadas chapas onduladas e parafusadas na estrutura do piso, que servem como fôrma para aplicação de uma camada de concreto que varia entre 4 a 6 cm, formando o contrapiso. Nesse tipo de laje, é necessária uma armadura em tela soldada a fim de conter possíveis fissuras causadas pela retração na cura do concreto. Para o isolamento, também se utiliza lã de vidro, mas esta por sua vez é compactada entre a forma de aço e o concreto (CRASTO, 2005). 49 FIGURA 28 – Desenho dos detalhes da laje úmida. Fonte: Freitas e Crasto, 2009. 4.4.4 Cobertura Existem diversas opções para se utilizar na estrutura da cobertura do sistema LSF, porém, Scharff (1996) enfatiza que o meio mais comum para edifícios residenciais são as coberturas estruturadas por treliças e tesouras, pois tem capacidade de cobrir grandes vãos sem precisar de apoios intermediários. Ainda segundo o autor, as treliças de aço vêm aos poucos substituindo as treliças de madeira no Brasil, muito em função de sua leveza dos perfis, da grande resistência do aço e pelo fato de ser também um material que possui resistência com fogos. Santiago, Freitas e Crasto (2012), demonstram que em um projeto de execução as treliças podem vir tanto pré-fabricadas quanto serem montadas no local da obra, sendo geralmente constituídas por peças estruturais formadas por perfis de seção UE, ligadas a fim de formar uma estrutura estável. A FIG. 29 mostra o detalhamento de uma tesoura em um projeto de execução LSF. 50 FIGURA 29 – Tesouras do telhado em um projeto de execução. Fonte: Arquivo pessoal dos autores, 2017. Os autores supracitados afirmam que a estabilização das estruturas de cobertura é dada pelo contraventamento lateral e vertical da mesma, sendo o contraventamento lateral formado por perfis U e UE, fixados perpendicularmente às tesouras, com a função de reduzir o comprimento de flambagem dos banzos superiores e inferiores; enquanto que o contraventamento vertical é realizado através de perfis UE cruzados, dispostos perpendicularmente ao plano da tesoura, com a função de impossibilitar que a mesma se desloque. 4.4.5 Fechamento e acabamento No LSF, é possível separar o processo de vedação vertical em três partes: a primeira atribui aos fechamentos externosa responsabilidade de delimitar as áreas molháveis; a segunda representa os isolantes térmicos e acústicos, que são inseridos entre as placas e entre os montantes e, por fim, os fechamentos internos, utilizados nas áreas secas ou úmidas, mas não molháveis (DOMARASCKI E FAGIANI, 2009). Outro conceito fundamental nos fechamentos para o sistema LSF é possibilitar o emprego de vedações racionalizadas a fim de promover maior grau de industrialização da construção. Nesse aspecto, o sistema LSF apresenta grande potencial de industrialização, já que a própria modulação estrutural é dimensionada para uma melhor otimização da utilização de chapas ou placas (SANTIAGO, FREITAS E CRASTO, 2012, p. 78). Segundo Crasto (2005), nesse sistema construtivo, os elementos precisam ser compatíveis com o conceito de estrutura leve, ou seja, é necessário utilizar vedações que possuam um baixo peso próprio. A própria modulação estrutural é dimensionada para a potencialização da utilização de chapas ou placas, que geralmente possuem 1,20 m de largura, medida múltipla da modulação de 400 mm e 51 600 mm como ocorre na modulação das placas de gesso acartonado e placas cimentícias. Além disto, os materiais mais apropriados para utilização em fechamentos e acabamentos são aqueles que garantem uma obra “seca”, permitindo reduzir e / ou eliminar as etapas que necessitam utilizar argamassa e similares. Para utilização no fechamento vertical dos painéis, forros, pisos e como substrato para cobertura do telhado, temos como opção as placas OSB (Oriented Strand Board), mostradas na FIG. 30, pois apresentam propriedades de resistência apropriadas para funcionar como diafragma rígido, quando empregada nos painéis estruturais e lajes de piso. Porém, pelas suas características, as placas OSB necessitam de acabamento impermeável se expostas às intempéries, feito através de uma manta de polietileno de alta densidade, responsável por revestir toda a área externa das placas, além de um revestimento final que pode utilizar em sua execução o siding vinílico, cimentício, de madeira ou argamassa seguida de pintura (PRUDENCIO, 2013). FIGURA 30 – Placas OSB em um fechamento externo. Fonte: Téchne, 2013. As placas cimentícias também podem ser utilizadas como fechamento de painéis e pisos, sendo ideais para áreas molháveis e expostas às intempéries, apresentando benefícios como a elevada resistência a impactos, baixo peso próprio e principalmente a maior produtividade em sua montagem. As placas utilizadas no 52 sistema LSF geralmente possuem dimensão fixa de 1,20 m de largura, apresentando espessura conforme função e aplicação da placa mostradas no QUAD. 1. QUADRO 1 – Relação entre espessura e aplicação da placa cimentícias. Fonte: Manual Steel Framing: Arquitetura, p. 85, 2012 Conforme o emprego das placas cimentícias, é necessário executar o acabamento adequado, visando um melhor desempenho do fechamento. É recomendável a aplicação de uma demão de selador de base acrílica na face de paredes expostas às intempéries, além de, como demonstrado por Santiago, Freitas e Crasto (2012), “prever um processo de impermeabilização nas junções da parede com o piso para evitar a infiltração de água para dentro do painel”. Outra opção de fechamento comumente utilizada no LSF são as placas de gesso acartonado (Drywall), usadas na compartimentação e separação de espaços internos em edificações, sendo qualificadas por sua leveza e por não possuir função estrutural. As placas normalmente possuem largura de 1,20m, e espessuras de 9,5 mm, 12,5 mm e 15 mm, sendo comercializadas em três tipos: As placas Standard para áreas secas (ST), as placas resistentes à umidade (RU) e as placas resistentes ao fogo (RF) (PRUDENCIO, 2013). De acordo com Santiago, Freitas e Crasto (2012), o isolamento termo acústico é um meio de controlar a qualidade do ambiente interno da edificação, impedindo a transmissão de sons e evitando as perdas ou ganhos de calor para o meio externo. A FIG. 31 mostra a lã mineral, responsável por isolar termicamente e acusticamente uma edificação, sendo aplicada nos painéis. 53 FIGURA 31 – Montagem de lã mineral para isolamento térmico e acústico. Fonte: Rayol, 2012. 4.4.6 Ligações e montagem Segundo Santiago, Freitas e Crasto (2012, p. 96), há muitas opções de ligações e conexões para estruturas de aço e seus elementos. Os parafusos auto atarraxantes e auto perfurantes são os padrões de ligações mais utilizados no sistema LSF, sendo encontrados em uma série de tamanhos que vão do n°6 ao n°14, sendo recobertos com uma proteção em zinco para evitar a corrosão e manter características similares à estrutura galvanizada. Ainda de acordo com os autores, os parafusos auto atarraxantes apresentam dois tipos de ponta: a ponta broca e a ponta agulha, sendo a espessura da chapa de aço a perfurar que define o padrão de ponta a ser utilizada. O parafuso ponta broca é recomendado para ligações de perfis estruturais e conexão de várias camadas de materiais, já o parafuso ponta agulha geralmente é utilizado em placas 54 menos espessas, como por exemplo nos perfis de aço não estruturais empregados no sistema drywall. O tipo de material a ser fixado determina ainda o padrão de cabeça do parafuso, que pode ser do tipo lentilha, sextavada e panela para ligações entre perfis de aço e do tipo trombeta para fixação de placas de fechamento à estrutura de aço. 4.5 Vantagens e desvantagens do Light Steel Framing Segundo Santiago, Freitas e Castro (2012), o sistema construtivo LSF, aponta benefícios consideráveis nas edificações, sendo os principais: a) os produtos constituintes do sistema são normatizados e de avançada tecnologia, onde tem sua produção industrializada; b) o aço é comprovadamente um material resistente e de alta qualidade, o que permite uma precisão dimensional maior e um melhor desempenho estrutural; c) a estrutura possui grande durabilidade devido ao processo de galvanização das chapas dos perfis; d) facilidade para obter perfis formados a frio visto que são amplamente utilizados pela indústria; e) facilidade para realizar as instalações hidráulicas e elétricas, já que os perfis vêm perfurados de fábrica conforme solicitação de projeto; f) simplicidade no transporte, manejo e montagem, pois os elementos são muito leves; g) a construção se torna um processo ágil, já que o próprio canteiro de obras se torna local de montagem; h) construção seca, diminuindo perdas e racionalizando os recursos naturais; i) níveis superiores de desempenho termo acústico atingidos através da conciliação do isolamento com os materiais do fechamento; j) simplicidade na execução das ligações; k) por ser reciclável, o aço pode ser usado várias vezes sem a perda de suas propriedades; l) o aço é um material incombustível; m) vasta versatilidade do projeto arquitetônico, permitindo assim uma maior criatividade do arquiteto. (SANTIAGO, FREITAS E CASTRO, 2012, p. 16). Ainda segundo os autores, o LSF tem diversos ganhos em relação ao sistema convencional, os fatos que contribuem para esse ganho são a alta resistência do aço, ampla durabilidade, facilidade no manuseio e agilidade na montagem. Contudo, a carência na mão de obra especializada, as possíveis falhas no desenvolvimento do projeto e posterirormente em sua execução são as principais desvantagens do sistema, o que pode tornar a técnica construtiva menos vantajosa e mais onerosa, sendo assim, é necessário prever todas as fases da construção e se certificar que a equipe de trabalho possui treinamento para tal. 55 5 Metodologia Neste item é mostrado um estudo de caso onde é levantada a construção da Unidade Básica de Saúde (UBS) Tipo II no bairro JK, na cidade de Coronel Fabriciano - MG, projetada para ser construída no sistema Light Steel Framing, apresentando o orçamento da construçãoe em seguida uma comparação geral entre o sistema convencional e o LSF. 5.1 Dados globais da obra O estudo de caso em questão caracteriza-se como uma obra pública, construído pela Oliveira Bento Construtora, tendo como responsável técnico o engenheiro civil Lucas Henry Gomes Lagares Martins, CREA 208.447/LP MG, na cidade de Coronel Fabriciano, no estado de Minas Gerais, em andamento até junho de 2017. A obra foi desenvolvida na Rua Joaquim Gomes da Silveira Neto, Nº 180, Bairro JK, Coronel Fabriciano num terreno de área total de 825 m². A UBS, conforme projeto, dispõe de um pé direito de 2,90 m, e uma área total a ser construída total de 504 m², distribuída em: Cuidados básicos com 21,20 m2; I.S com 2,27 m2; Área de compressor com 1,65 m2; Sala de ginecologia com 9,47 m2; Consultório odontológico com 38,47 m2; Depósito com 2,38 m2; Apoio agente e endemias com 2,32 m2; Copa com 8,52 m2; Sala de atendimento multiprofissional l com 9,67 m²; Sala de atendimento multiprofissional ll com 9,58 m²; Sala de atendimento multiprofissional lll com 10,45 m²; Sala de coleta com 8,14 m²; Sala de reunião e educação com 30,20 m²; I.S masculino com 3,18 m²; I.S feminino com 3,47 m²; 56 Circulação para I.S com 5,42 m²; Sala de curativos com 10,65 m²; Sala de triagem com 10,66 m²; Sala de gerência com 7,52 m²; Recepção com 11,09 m²; Sala de espera 38,41 m²; Escovário com 6,57 m²; Guarda medicamentos com 6,76 m²; Sala de lavagem e desinfetante de materiais com 6,76 m²; Sala de esterilização com 5,27 m²; Almoxarifado com 5,35 m²; Sala de agentes de saúde com 22,35 m²; Sala de vacinação com 14,19 m²; D.M.L com 4,70 m²; Vestiário feminino para necessidades especiais com 5,63 m²; Vestiário feminino com 6,60 m²; Vestiário masculino para necessidades especiais com 5,28 m²; Vestiário masculino com 5,35 m²; Sala de acesso aos funcionários com 7,18 m²; Sala de resíduos com 7,30 m²; Área permeável interna com 32,45 m²; Área para circulação (corredores) com 73,54 m²; Varanda coberta frontal com 46,52 m²; Garagem para ambulâncias com 20,75 m². A planta baixa da UBS se encontra no Anexo A. 5.2 Demonstração do processo construtivo da UBS Após a definição da empresa vencedora da licitação publica e a assinatura do contrato com a prefeitura municipal de Coronel Fabriciano, foi realizada uma busca por empresas especializadas na fabricação de perfis LSF, ficando definido a R.A Drywall LTDA como a responsável pela fabricação e fornecimento de toda a estrutura necessária para executar o projeto, com isso, foi enviado para a empresa o 57 projeto estrutural fornecido pela prefeitura. As chapas que compõe os perfis estruturais utilizados no telhado, paredes, vigas e platibandas, são do tipo zincado de alta resistência, e possuem dimensões 90 x 40 x 3,0 mm com enrijecedor de alma de 10 mm. A seguir é apresentada a TAB. 1 contendo o memorial de cálculo levantado no projeto arquitetônico, considerando a realização da obra em alvenaria convencional. TABELA 1 – Memorial de cálculo para construção em alvenaria convencional. ITEM UND. QUANTIDADE ESCAVAÇÃO M³ 228,41 COMPACTAÇÃO M² 200,52 FUNDAÇÕES - AÇO Kg 2337 FUNDAÇÕES - FORMA M² 488,32 FUNDAÇÕES - CONCRETO M³ 68,43 PILARES - AÇO Kg 2881 PILARES - FORMA M² 302,7 PILARES - CONCRETO M³ 15,2 VIGAS - AÇO Kg 2360 VIGAS - FORMA M² 352,96 VIGAS - CONCRETO M³ 35,3 ALVENARIA M² 847,23 REVESTIMENTO M² 1811,76 COBERTURA M² 525,13 IMPERMEABILIZAÇÃO M² 204,78 INSTALAÇÃO HIDROSSANITÁRIA M 594 COMBATE A INCÊNDIO Und 28 DRENAGEM M 93,6 ELÉTRICO M 4724 CFTV E SONORIZAÇÃO M 194 SPDA M 345 CLIMATIZAÇÃO M 34 ESQUADRIAS MADEIRA M² 61,99 ESQUADRIAS ALUMINIO M² 7,43 ESQUADRIAS METÁLICAS M² 11,6 REVESTIMENTO PORCELANATO M² 376,1 58 Fonte: Arquivo pessoal dos autores, 2017. Na TAB. 2 são apresentados os quantitativos extraídos da planilha de preços, fornecida pela Oliveira Bento Construtora, para a realização da obra em LSF, conforme licitação realizada pela Prefeitura Municipal de Coronel Fabriciano. TABELA 2 – Memorial de cálculo para construção em LSF incluindo fundação. PISOS M² 963,98 ESPELHOS M² 4,95 PINTURA M² 6892,87 BANCADA M² 43,6 PLACAS DE SINALIZAÇÃO Und 24 ITEM UND. QUANTIDADE FUNDAÇÕES M² 820,07 ESTRUTURAS METÁLICAS E FECHAMENTOS LSF M² 518,9 ALVENARIA E DIVISÕES M² 29,75 COBERTURA M² 525,13 IMPERMEABILIZAÇÃO M² 204,78 INSTALAÇÃO HIDROSSANITÁRIA M 594 COMBATE A INCÊNDIO UND 28 DRENAGEM M 93,6 ELÉTRICO M 4724 CFTV E SONORIZAÇÃO M 194 SPDA M 345 CLIMATIZAÇÃO M 34 ESQUADRIAS MADEIRA M² 61,99 ESQUADRIAS ALUMINIO M² 7,43 ESQUADRIAS METÁLICAS M² 11,6 REVESTIMENTO PORCELANATO M² 376,1 PISOS M² 963,98 ESPELHOS M² 4,95 PINTURA M² 6892,87 BANCADA M² 43,6 PLACAS DE SINALIZAÇÃO UND 24 Fonte: Arquivo pessoal dos autores, 2017. 59 Os perfis são comprados pré furados, sendo necessário realizar uma pré montagem formando os painéis. Para realizar a composição da estrutura, utiliza-se parafusos autobrocantes e autoatarrachantes. A montagem dos mesmos pode ser realizada por uma equipe com dois ou três funcionários treinados (um montador com um ou dois ajudantes). Conforme projeto, estrutura utilizada na a cobertura é do tipo inclinada, e formada por tesouras e treliças. O fechamento do telhado se deu com telhas termo acústicas. As FIG. 32 mostra a pré montagem dos painéis, a FIG. 33 mostra a montagem das estruturas e as FIG. 34 e 35 a montagem da estrutura de cobertura e as telhas após montagem parcial. FIGURA 32 – Pré montagem dos painéis. Fonte: Arquivo pessoal dos autores, 2017. 60 FIGURA 33 – Montagem das estruturas. Fonte: Arquivo pessoal dos autores, 2017. FIGURA 34 – Montagem das estruturas da cobertura. Fonte: Arquivo pessoal dos autores, 2017. 61 FIGURA 35 – Montagem das telhas da cobertura. Fonte: Arquivo pessoal dos autores, 2017. 5.2.1 Revestimento externo a) placas cimentícias de 10mm, impermeabilizada, e bordas rebaixadas, conforme FIG. 36; b) isolamento externo termo acústico com lã de vidro espessura de 89 mm até 3,25 m de altura; c) isolamento interno termo acústico com lã de vidro espessura de 51 mm até a altura do forro; 62 FIGURA 36 – Montagem das placas cimentícias no fechamento externo. Fonte: Arquivo pessoal dos autores, 2017. 5.2.2 Revestimento interno das paredes externas a) placas de gesso acartonado standart 12,5 mm b) placas de gesso acartonado ru resistentes à umidade 12,5 mm (áreas que ficarão sujeitas à umidade); c) sistema para tratamento de juntas, fita massa e parafusos; d) OSB Home Plus com 9.5mm e 10 anos de garantia contra fungos; 5.2.3 Revestimento interno das paredes internas a) placas de gesso acartonado standart 12,5 mm. b) placas de gesso acartonado ru resistentes à umidade 12,5 mm (áreas sujeitas à umidade); 63 c) sistema para tratamento de juntas, fita massa e parafusos; d) para o fechamento interno foi necessário 564,87 m2 de placas, cada uma com 2,16 m2 e pé direito de 2,90 m, totalizando de 261 placas de gesso acartonado. 5.2.4 Forro interno a) forro em gesso acartonado standart estruturado com perfis f530, negativos com tabica metálica, materiais de fixação, suportes niveladores, tirantes em arame 4,8mm e materiais para tratamento de juntas; 5.2.5 Telhado a) telha termo acústica em chapa de aço 0,5 mm com revestimento interno em poliuretano de 50 mm; 5.2.6 Isolamento termo acústico a) lã de vidro de 51 mm interno e 89 mm externo para preenchimento de todas as paredes e forro. As instalações hidro sanitárias e elétricas no sistema LSF são executados da mesma forma que no sistema convencional. Nas FIG. 37, 38 e 39 é mostrado a passagem de eletrodutose tubulações internamente na estrutura, assim como as saídas das tubulações nas paredes. 64 FIGURA 37 – Instalação de eletrodutos. Fonte: Arquivo pessoal dos autores, 2017. FIGURA 38 – Instalação de tubulações. Fonte: Arquivo pessoal dos autores, 2017. 65 FIGURA 39 – Pontos de saída nas paredes. Fonte: Arquivo pessoal dos autores, 2017. Posterior à execução dessas fases, a obra passa para sua fase de acabamentos, que é realizada, basicamente, como no método convencional. 5.3 Comparativo entre o sistema LSF e o sistema convencional Nesta etapa, exibe-se a comparação entre os sistemas construtivos tradicional e o LSF. Nos dois sistemas as fundações distribuem as cargas pontuais, o que representa de 10 a 15% no custo da obra executada no sistema convencional, e no LSF entre 5 a 7% (CONSTRUSECO, 2014). No sistema convencional a estrutura é feita em concreto armado, que tem sua qualidade definida por elementos variáveis como a mão de obra, clima e 66 matéria-prima. Já no sistema LSF, a estrutura em aço galvanizado, é produzida com rigoroso critério e procedimentos de qualidade certificado por órgãos internacionais. Referindo-se a sustentabilidade, haja vista que o aço é altamente reciclado no mundo todo, o sistema LSF torna-se vantajoso por ser considerado ecologicamente correto, e gerar menor quantidade de resíduos, conforme FIG. 40. Já no sistema convencional, a maior parte dos resíduos gerados agridem o meio ambiente. FIGURA 40 – Resíduo gerado na pré montagem dos painéis Fonte: Arquivo pessoal dos autores, 2017. No sistema LSF as instalações hidro sanitárias e elétricas são executadas antes do fechamento interno das paredes, sem que haja necessidade de quebrar as mesmas, evitando desperdícios. Já no sistema convencional, é gerada muita perda de material, além de ser necessário recompor as paredes quebradas para realização das instalações hidrossanitárias e elétricas. 67 O canteiro de obras no sistema convencional necessita de constantes manutenções, limpezas e organização, o que não é tão frequente no sistema LSF, que possui um canteiro mais organizado, dispensando tais manutenções. Como possui multicamada de isolamento, o LSF apresenta um melhor isolamento térmico. Em contrapartida, no sistema convencional há uma maior troca de calor através das paredes, uma vez que o isolamento térmico é o mínimo. Em relação a prazos e precisão, o sistema em alvenaria requer maior prazo e é menos preciso, sendo que no LSF este prazo pode ser cerca de 1/3 menor, se comparando ao outro sistema, e com uma maior precisão. O custo da obra (m²) no sistema tradicional ainda é inferior quando comparado ao outro sistema. Entretanto, avaliando melhor os custos diretos e indiretos, a obra executada no sistema LSF pode se tornar economicamente viável em razão do menor prazo para execução. Na TAB. 3 é apresentada uma tabela comparando a alvenaria convencional ao LSF. TABELA 3 – Comparativo entre a alvenaria convencional e o light steel framing. Alvenaria Convencional Light Steel Framing Paredes, portas e janelas com precisão em centímetros. Paredes, portas e janelas com precisão em milímetros. Durabilidade acima de 300 anos. Durabilidade acima de 300 anos. Existem construções nos EUA com mais de 250 anos ainda em funcionamento. Colocação de canos e eletrodutos com quebra de paredes, desperdício de materiais e retrabalho (executar a parede, quebrá-la e depois refazê-la nos locais onde passou-se a tubulação ou eletrodutos). Colocação de canos e eletrodutos sem desperdício e sem retrabalho. Canteiro de obra sujo ou com grande dificuldade para manutenção de limpeza. Canteiro de obra limpo e organizado. 68 Prazo de execução de obra longo e impreciso. Prazo de execução até 1/3 menor e com maior precisão. Grande utilização de água no processo construtivo. Utilização mínima de água no processo construtivo (somente utilizada nas fundações). O processo é conhecido no Brasil, também, por sistema construtivo "a seco". Manutenção para reparos de defeitos ocultos (vazamentos, infiltrações, problemas elétricos, entupimentos, etc) difícil, exigindo quebra de paredes, sendo um trabalho demorado (quebrar, consertar, preencher espaço aberto, esperar secar a massa, retocar com massa corrida, lixar, pintar ou rejuntar) e que não garante o resultado final de acabamento perfeito. Manutenção simples de defeitos ocultos, com a retirada do revestimento interno, localização imediata do problema, conserto, e recolocação do revestimento, retoque e pintura simples. Ampliações ou reformas demoradas, gerando na maioria dos casos transtornos e inconvenientes, com desperdício de materiais e sujeira. Ampliações e reformas rápidas e limpas, inclusive com a possibilidade de reaproveitamento da maioria dos materiais. Preço por metro quadrado para a construção similar ao Sistema Steel Frame. Preço por metro quadrado similar a alvenaria convencional. Ao avaliar custos diretos e indiretos, em muitos casos o sistema steel frame é mais econômico. Pintura feita em superfície ondulada e imperfeita. Pintura feita em superfície plana e lisa. Resistência ao fogo Segurança ao fogo - não queima ou adiciona combustível para o 69 Fonte: Construseco, 2014 A construção da UBS em análise está prevista para ser realizada em 9 meses, considerando tanto a fundação em radier quanto a execução do sistema LSF. Até o momento, foram necessários 3 meses para finalizar a execução da fundação e 3 meses para montagem de toda a estrutura em LSF, inclusive a cobertura. alastramento do fogo em uma casa. Segue as normas da ABNT e do Corpo de Bombeiros. Utiliza produtos que degradam o meio ambiente: areia, tijolo, brita, etc. É um sistema ecologicamente correto. O aço, por exemplo, parte integrante do sistema em steel frame, é um dos produtos mais reciclados em todo o mundo. O isolamento térmico é mínimo. Permite facilmente a passagem de calor pelas paredes. Custo de manutenção de temperatura alto. O isolamento térmico é máximo. Em função da lã de vidro colocada em todas as paredes e forros, além de outras camadas, passagem de calor é dificultada pelas paredes. Custo mínimo ou inexistente para manutenção de temperaturas. 70 6 Análise das vantagens e custo/benefício Realizando uma comparação entre os custos da UBS, observa-se que nos sistemas construtivos estudados o custo das etapas de fundações, estruturas metálicas e fechamentos LSF / vigas e pilares e administração local apresentadas na TAB. 4, variaram significativamente. Na tabela podemos verificar a diferença de custos em cada etapa construtiva, onde se pode perceber que o sistema LSF é mais oneroso nas etapas estruturas metálicas e fechamentos LSF, alvenaria e divisões, impermeabilizações e isolamento, instalação hidrossanitária e revestimento, entretanto, o LSF apresenta custo inferior nas etapas de fundações, esquadrias em geral e administração local. TABELA 4 – Diferença de custos em cada etapa entre o LSF e alvenaria Etapa Descrição do Serviço Custo em Steel Framing Custo em Alvenaria 1 Serviços preliminares R$ 73.800,43 R$ 73.800,43 2 Fundações R$ 160.577,07 R$ 185.428,82 3 Estruturas metálicas e fechamentos LSF / Vigas e pilares R$ 430.405,73 R$ 256.091,41 4 Alvenaria e divisões R$ 5.672,89 R$ 3.331,45 5 Coberturas R$ 34.139,63 R$ 34.139,63 6 Impermeabilizações e isolamento R$ 7.385,29 R$ 4.568,02 7 Instalaçãohidrossanitária R$ 71.237,12 R$ 70.090,05 8 Prevenção e Combate a Incêndio R$ 1.813,01 R$ 1.813,01 9 Drenagem R$ 13.002,61 R$ 13.002,61 10 Instalações Elétricas R$ 80.841,33 R$ 80.841,33 11 Cabeamento Estruturado R$ 19.026,37 R$ 19.026,37 12 CFTV e Sonorização R$ 1.771,90 R$ 1.771,90 13 SPDA R$ 13.253,72 R$ 13.253,72 14 Climatização R$ 2.259,43 R$ 2.259,43 15 Esquadrias de Madeira R$ 24.782,78 R$ 25.154,52 16 Esquadrias de alumínio e Vidro R$ 58.174,51 R$ 59.047,13 17 Esquadrias Metálicas R$ 5.416,46 R$ 5.497,71 18 Revestimento R$ 24.024,12 R$ 23.960,68 19 Pisos R$ 79.386,23 R$ 79.386,23 20 Espelhos R$ 1.666,93 R$ 1.666,93 21 Pintura externa e Interna R$ 70.347,07 R$ 70.347,07 22 Bancadas R$ 15.206,87 R$ 15.206,87 23 Sinalização R$ 2.611,96 R$ 2.611,96 24 Urbanização e obras complementares R$ 7.721,90 R$ 7.721,90 71 25 Limpeza Geral R$ 1.892,53 R$ 1.892,53 26 Administração Local R$ 43.233,62 R$ 57.500,71 TOTAL R$ 1.249.651,51 R$ 1.109.412,42 Fonte: Arquivo pessoal dos autores, 2017. O resultado da análise de custo demonstra que o custo final da UBS construída em LSF foi aproximadamente 13% superior em relação ao custo da UBS se construída através do método convencional. Todavia, o estudo orçamentário não leva em conta o tempo de execução da obra, havendo um ganho adicional pela utilização antecipada do imóvel pela comunidade. Deve ser levado em consideração, que a diferença de custo entre os sistemas construtivos pode ser reduzida de acordo com as considerações feitas no projeto. A etapa de superestrutura da edificação é determinante nessa diferença de custo, podendo ser adotadas novas considerações segundo o projeto em LSF, visando diminuir essa diferença. Em geral, a análise de vantagem econômica se torna mais ampla se considerada todas as variáveis envolvidas no projeto. A falta de mercado e pouca mão de obra especializada para o sistema LSF na região do Vale do Aço é uma barreira para o processo. Além disso, algumas precauções devem ser tomadas em relação ao dimensionamento da estrutura de aço, pois a maioria dos revendedores e fabricantes de perfis leves no Brasil trabalham somente nas espessuras de 0,95mm e 1,25mm, sendo as demais espessuras mais onerosas pela falta de produção em escala. 72 7 Conclusão O presente estudo de caso evidenciou que a construção em LSF oferece inúmeros benefícios, como a redução na sobrecarga estrutural associada a uma elevada resistência, o alto grau de industrialização e a sustentabilidade. Tais características tornam o método atrativo tanto para o construtor e investidor quanto para o cliente. O “Steel Framing” mostrou se um método construtivo altamente competitivo financeiramente se comparado com as técnicas mais usuais do mercado de construção. Apesar dos diversos fatores favoráveis, a análise de custo da UBS abordada no estudo revelou que o sistema construtivo mais tradicional seria o mais econômico, apresentando uma diferença de aproximadamente 13% menor em relação ao custo total no sistema realizado em LSF, entretanto, levando-se em consideração que o tempo de construção será inferior em aproximadamente 35%, e o melhor desempenho térmico da edificação, proporcionara a redução no consumo de energia para manutenção da temperatura, fato que pode gerar retornos econômicos mais imediatos que os obtidos com o sistema convencional então essa diferença acaba sendo reduzida. Vale ressaltar também que é possível reduzir o valor final quando comprado uma maior quantidade de matéria prima para produção em grande escala, sendo possível obter um custo menor de insumos. Quando colocados todos os fatores positivos que acompanham a construção, a vantagem do empreendimento é superior, e na verdade se torna o sistema construtivo mais interessante e atraente, tanto para os investidores quanto para os futuros usuários. Como resultado final deste estudo, tem-se a constatação de que a técnica construtiva em LSF representa uma importante alternativa para a construção civil em Coronel Fabriciano - MG, e também para a região do Vale do Aço, pois além de otimizar recursos e contribuir diretamente com a fidelidade orçamentária, o prazo menor de entrega garante uma ocupação/utilização e um retorno financeiro mais rápido. 73 Referências bibliográficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONSTRUÇÃO METÁLICA. Os sistemas construtivos. 2014. Disponível em: <http://www.abcem.com.br>. Acesso em: 16/06/2017. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6024:2012: informação e documentação: Informação e documentação - Numeração progressiva das seções de um documento escrito. Rio de Janeiro, 2012. ______. NBR 6355:2012: perfis estruturais de aço formados a frio – padronização. Rio de Janeiro, 2012. ______. NBR 15217:2009: perfis de aço formados a frio, com revestimento metálico, para painéis reticulados em edificações – requisitos gerais.. Rio de Janeiro, 2009. ATOS ARQUITETURA. Dicas para quem vai construir sua casa – Wood Frame. 2016. Disponível em: <http://atosarquitetura.com.br/noticias/dicas-para-quem-vai- construir-sua-casa-construcao-em-wood-frame/>. Acesso em 16 de julho de 2017. BAPTISTA, S. M. Racionalização e Industrialização da Construção Civil. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, 2005. 185p. BATISTA, R.C. Análise Estrutural de Uma Residência Constituída por Perfis de Aço Galvanizados de Pequena Espessura Formados a Frio Segundo o Sistema Construtivo a Seco - Light Steel Framing (LSF). Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011. 19p. BIELSHOWSKY, B. B.; BITTENCOURT, L. F.; MACHADO, L. T.; MILANEZE, G. L. S.; SILVA,. R. A utilização de containers como alternativa de habitação social no município de criciúma/SC. Santa Catarina, 2012. BORTOLOTTO, A. L. K. Análise de viabilidade econômica do método light steel framing para construção de habitações no município de Santa Maria - RS. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2015. 101p. BRUNA, P. J. V. Arquitetura, Industrialização e Desenvolvimento. 2.ed. São Paulo: Editora Perspectiva e Editora da Universidade de São Paulo, 1976. 307p. CONSTRUSECO. Comparativo Alvenaria Convencional x Light Steel Framing. 2014. Disponível em: <http://www.construseco.com.br/comparativos.html>. Acesso em 14 de julho de 2017. CONSUL STEEL. Manual de procedimento para construcción en steel Framing. Buenos Aires, 2015. 257p. CRASTO, R. C. M. de. Arquitetura e tecnologia em sistemas construtivos industrializados: Light Steel Framing. 2005. Ouro Preto: Universidade Federal de Ouro Preto, 2005. 231p http://www.abcem.com.br http://atosarquitetura.com.br/noticias/dicas-para-quem-vai- http://www.construseco.com.br/comparativos.html 74 DOCE OBRA. Diferentes TIPOS DE LAJES: tudo sobre! Vantagens e Desvantagens. Disponível em <https://casaeconstrucao.org/materiais/tipos-de- lajes/>. Acesso em 16/07/2017. DOMARASCKI C. S.; FAGIANI L. S. Estudo Comparativo dos Sistemas Construtivos: Steel Framing, Concreto PVC e Sistema Convencional. Barretos: Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos,
Compartilhar