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ANÁLISE COMPARATIVA DE SISTEMAS 
CONSTRUTIVOS PARA EMPREENDIMENTOS 
HABITACIONAIS: ALVENARIA CONVENCIONAL X 
LIGHT STEEL FRAME 
 
Bernardo Camargo Cassar 
 
 
 
 
 
 
Projeto de Graduação apresentado ao Curso de 
Engenharia Civil da Escola Politécnica, 
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte 
dos requisitos necessários à obtenção do título de 
Engenheiro. 
 
Orientador: Jorge dos Santos 
 
 
 
Rio de Janeiro 
Setembro de 2018 
ii 
 
ANÁLISE COMPARATIVA DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS PARA 
EMPREENDIMENTOS HABITACIONAIS: ALVENARIA CONVENCIONAL X LIGHT 
STEEL FRAME 
 
Bernardo Camargo Cassar 
 
 
PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE 
ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE 
JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE 
ENGENHEIRO CIVIL. 
 
Examinado por: 
 
 
X
Prof. Jorge dos Santos, D. Sc.
Orientador
 
X
Prof. Sandra Oda, D. Sc.
 
X
Prof. Wilson Wanderley da Silva 
 
 
 
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL 
SETEMBRO de 2018 
iii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cassar, Bernardo Camargo 
 Análise comparativa de sistemas construtivos para 
empreendimentos habitacionais: Alvenaria convencional x 
Light Steel Frame / Bernardo Camargo Cassar – Rio de 
Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2018. 
 xiii, p. 95: iI.: 29,7 cm. 
 Orientador: Jorge dos Santos 
 Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso 
de Engenharia Civil, 2018. 
 Referências Bibliográficas: p. 84-95 
 1. Introdução 2. Empreendimentos Habitacionais 3. 
Sistema Construtivo Alvenaria Convencional 4. Sistema 
Construtivo Light Steel Frame 5. Análise comparativa – 
Alvenaria Convencional X Light Steel Frame 6. Conclusões. 
I. Santos, Jorge dos II. Universidade Federal do Rio de 
Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III. 
Título 
 
iv 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho 
a minha família pelo apoio incondicional e pela educação que recebi, 
a minha namorada por me acompanhar por toda minha trajetória, 
aos amigos e colegas de curso 
e ao professor Jorge dos Santos pela paciência e orientação. 
v 
 
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica / UFRJ como parte dos 
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil 
 
 
ANÁLISE COMPARATIVA DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS PARA 
EMPREENDIMENTOS HABITACIONAIS: ALVENARIA CONVENCIONAL X LIGHT 
STEEL FRAME 
Bernardo Camargo Cassar 
 
Setembro, 2018 
 
 
Orientador: Jorge dos Santos 
 
Curso: Engenharia Civil 
 
O presente trabalho apresenta uma análise comparativa entre os sistemas construtivos alvenaria 
convencional, composta por estrutura reticulada em concreto armado e paredes de vedação em 
blocos de alvenaria, e o Light Steel Frame para empreendimentos habitacionais. Dessa forma, é 
apresentado um breve histórico dos empreendimentos habitacionais e da habitação no Brasil e 
diversos aspectos pertinentes ao tema. São descritos também os aspectos do processo construtivo, 
dos materiais, ferramentas e equipamentos utilizados, aspectos ambientais, de prazo, custo, 
qualidade, durabilidade, desempenho, manutenção para cada um dos métodos construtivos. O 
objetivo desse trabalho é, através dos dados levantados e utilizando indicadores mensuráveis 
pertinentes, apontar vantagens e desvantagens, peculiaridades e diferenças entres os métodos 
construtivos estudados. 
 
Palavras-chave: Alvenaria convencional, Light Steel Frame, empreendimentos habitacionais. 
 
vi 
 
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the 
requirements for the degree of Engineer 
 
CONSTRUCTION SYSTEMS COMPARATIVE ANALYSIS IN RESIDENTIAL 
DEVELOPMENT: MASONRY X LIGHT STEEL FRAME 
Bernardo Camargo Cassar 
 
September, 2018 
 
 
Advisor: Jorge dos Santos 
 
Course: Civil Engineering 
 
The following work presents an analysis between Light Steel Frame and masonry as constructive 
methods for residential development. Therefore, it shows a historical contextualization and 
specific aspects regarding the residential development in Brasil. Furthermore, it presents 
characteristics of both constructive systems in regards of materials, tools and equipment, 
environmental aspects, timeframe, cost, quality, durability, performance and maintenence. This 
Works objective is to point out and analyze vantages and advantages of each system through the 
acquired data and pertinent mensurable indicators. 
 
Keywords: Masonry, Light Steel Frame, residential development. 
 
vii 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1: Matriz da Norma de Desempenho. .............................................................................. 12 
Figura 2: Viga de concreto simples (a) e armado (b). ................................................................. 21 
Figura 3: Bloco cerâmico ............................................................................................................. 22 
Figura 4: Execução de chapisco rolado. ...................................................................................... 24 
Figura 5: Encunhamento. ............................................................................................................ 25 
Figura 6: Esquema de encaixe do marco com a alvenaria. ......................................................... 28 
Figura 7: instalação do contra marco. ......................................................................................... 29 
Figura 8: Esquema de estrutura de cobertura em madeira. ....................................................... 30 
Figura 9: Decréscimo da resistência à compressão com o aumento do fator água/cimento..... 35 
Figura 10: Direção dos furos nos blocos cerâmicos. ................................................................... 38 
Figura 11: Equipamentos e Ferramentas – Alvenaria. ................................................................ 42 
Figura 12: Desempenho de acordo com a manutenção. ............................................................ 45 
Figura 13: Seções de perfis para LSF. .......................................................................................... 50 
Figura 14: Parabolt Expansível. ................................................................................................... 52 
Figura 15: Verga na estrutura de LSF. ......................................................................................... 55 
Figura 16: Estrutura de Laje de LSF. ............................................................................................ 57 
Figura 17: Esquema de Laje Seca em LSF. ................................................................................... 58 
Figura 18: Aplicação da lã de vidro. ............................................................................................ 59 
Figura 19: Aplicação de Placas OSB. ............................................................................................ 60 
Figura 20: As placas podem ser diferenciadas visualmente através das cores. As que possuem 
colocação roxa ou branca são as Standard (ST), as verdes são resistentes à umidade (RU) e as 
placas rosas são resistentes ao fogo (RF). ................................................................................... 61 
Figura 21: Placas Cimentícias na estrutura de LSF. ..................................................................... 63 
Figura 22: Parafuso com ponta broca. ........................................................................................ 65 
Figura 23: Parafuso ponta agulha. .............................................................................................. 65 
Figura 24: Tipos de cabeça de parafusos mais utilizados em ligações com LSF. 
Respectivamente: cabeças lentilha, sextavada,panela e trombeta. .......................................... 66 
 
 
viii 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1: Adaptação dos critérios de desempenho da ISO 6241 (1984) .................................... 11 
Tabela 2: Dimensões padronizadas dos blocos ........................................................................... 39 
Tabela 3: Características dos blocos cerâmicos .......................................................................... 40 
Tabela 4: Estrutura dos requisitos na NBR 15575-4.................................................................... 43 
Tabela 5: Vida útil dos diferentes sistemas da edificação........................................................... 46 
Tabela 6: Perfis de aço formados a frio para uso em LSF e suas respectivas utilizações. .......... 53 
Tabela 7: Dimensões Nominais Usuais dos Perfis de Aço para Steel Framing, ........................... 54 
Tabela 8: VUP mínima - diversas normas. ................................................................................... 72 
Tabela 9: Quadro de Comparação dos sistemas de vedação vertical analisados: índice de 
redução sonora de fachadas. ...................................................................................................... 73 
Tabela 10: Quadro de Comparação dos sistemas de vedação vertical analisados: índice de 
redução sonora em paredes de geminação. ............................................................................... 74 
Tabela 11: Quadro de Comparação dos sistemas de vedação vertical analisados: Reação ao 
fogo. ............................................................................................................................................ 75 
Tabela 12: Quadro de comparação dos sistemas de vedação: desempenho térmico. .............. 76 
Tabela 13: Caracterização da obra conforme sistemas construtivos. ........................................ 77 
Tabela 14: Custos diretos globais. ............................................................................................... 78 
Tabela 15: Cronograma do empreendimento em alvenaria convencional. ............................... 79 
Tabela 16: Cronograma do empreendimento em LSF. ............................................................... 80 
Tabela 17: Vantagens e desvantagens - LSF e alvenaria convencional. ...................................... 81 
 
 
ix 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas. 
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
LSF: Light Steel Frame. 
NBR: Norma Brasileira. 
OSB: Oriented Strand Board. 
PMCMV: Programa Minha Casa Minha Vida 
VUP: Vida útil de projeto. 
 
 
x 
 
SUMÁRIO 
 
1 Introdução .................................................................................................. 1 
1.1 Contextualização do tema ...................................................................... 1 
1.2 Justificativa da escolha do tema ............................................................. 2 
1.3 Objetivo .................................................................................................. 2 
1.4 Metodologia aplicada ............................................................................. 3 
1.5 Estruturação do trabalho ........................................................................ 3 
 
2 Empreendimentos habitacionais ................................................................ 5 
2.1 Aspectos gerais ....................................................................................... 5 
2.2 Aspectos históricos e evolução no Brasil ............................................... 6 
2.3 Exigências da legislação aplicada e normalização técnica específica ... 8 
2.3.1 NBR 15575 – Norma de Desempenho .............................................................................. 10 
2.3.1.1 Desempenho em uma edificação ..................................................................................... 10 
2.3.1.2 Estrutura da norma .......................................................................................................... 11 
2.4 Importância do segmento habitacional para a construção civil e para o 
Brasil .......................................................................................................... 15 
2.4.1 Importância socioeconômica ............................................................................................. 15 
2.4.2 Déficit habitacional ........................................................................................................... 15 
2.5 Métodos construtivos mais utilizados .................................................. 17 
 
3 Sistema construtivo alvenaria convencional ........................................... 18 
3.1 Alvenaria convencional – Contextualização ........................................ 18 
3.2 Aspectos do sistema construtivo .......................................................... 18 
3.2.1 Fundação ........................................................................................................................... 19 
3.2.2 Estrutura de concreto armado ............................................................................................ 19 
3.2.3 Alvenaria ........................................................................................................................... 21 
3.2.4 Revestimentos ................................................................................................................... 25 
xi 
 
3.2.4.1 Forro ............................................................................................................................... 25 
3.2.4.2 Revestimento de paredes ................................................................................................ 26 
3.2.4.3 Revestimento de pisos .................................................................................................... 27 
3.2.4.4 Pintura ............................................................................................................................. 27 
3.2.5 Esquadrias ......................................................................................................................... 27 
3.2.6 Cobertura ........................................................................................................................... 29 
3.2.7 Instalações elétricas ........................................................................................................... 30 
3.2.7 Instalações hidrosanitárias ................................................................................................. 31 
3.3 Materiais utilizados .............................................................................. 31 
3.3.1 Concreto armado ............................................................................................................... 32 
3.3.1.1 Cimento .......................................................................................................................... 32 
3.3.1.2 Agregados ...................................................................................................................... 33 
3.3.1.3 Água ............................................................................................................................... 34 
3.3.1.4 Aditivos .......................................................................................................................... 35 
3.3.1.5 Aço ................................................................................................................................. 36 
3.3.2 Alvenaria ........................................................................................................................... 37 
3.3.2.1 Bloco cerâmico ............................................................................................................... 37 
3.3.2.2 Argamassa ......................................................................................................................40 
3.3.2.3 Tela metálica .................................................................................................................. 41 
3.4 Equipamentos e ferramentas utilizados ................................................ 42 
3.4.1 Alvenaria de vedação ........................................................................................................ 42 
3.4.2 Concreto armado ............................................................................................................... 42 
3.5 Aspectos de qualidade e desempenho .................................................. 43 
3.6 Aspectos de manutenção e durabilidade .............................................. 44 
3.7 Aspectos ambientais ............................................................................. 46 
3.8 Aspectos de prazo e custo .................................................................... 47 
 
4 Sistema construtivo Light Steel Frame ................................................... 49 
4.1 Light Steel Frame – Contextualização ................................................. 49 
4.2 Aspectos do processo construtivo ........................................................ 51 
4.2.1 Fundação ........................................................................................................................... 51 
xii 
 
4.2.2 Estrutura ............................................................................................................................ 52 
4.2.2.1 Perfis .............................................................................................................................. 52 
4.2.2.2 Estrutura vertical ............................................................................................................ 54 
4.2.2.2.1 Painéis autoportantes ................................................................................................... 54 
4.2.2.2.2 Painéis não estruturais ................................................................................................. 56 
4.2.2.3 Estrutura horizontal ........................................................................................................ 56 
4.2.2.4 Escadas ........................................................................................................................... 58 
4.2.3 Fechamentos e revestimentos ............................................................................................ 58 
4.2.3.1 Isolamento ...................................................................................................................... 58 
4.2.3.2 Vedação .......................................................................................................................... 59 
4.2.3.2.1 Placa OSB (Oriented Strand Board) ........................................................................... 59 
4.2.3.2.2 Gesso acartonado ......................................................................................................... 60 
4.2.3.2.3 Placa cimentícia ........................................................................................................... 62 
4.2.3.3 Revestimento .................................................................................................................. 63 
4.2.4 Instalações elétricas e hidrosanitárias ................................................................................ 63 
4.2.5 Cobertura ........................................................................................................................... 64 
4.3 Ferramentas utilizadas .......................................................................... 64 
4.4 Ligações ................................................................................................ 64 
4.4.1 Parafusos ........................................................................................................................... 64 
4.4.1.1 Tipos de parafusos .......................................................................................................... 65 
4.5 Aspectos de qualidade e desempenho .................................................. 66 
4.6 Aspectos de manutenção e durabilidade .............................................. 67 
4.7 Aspectos ambientais ............................................................................. 68 
4.8 Aspectos de prazo e custo .................................................................... 68 
 
5 Análise comparativa – Alvenaria convencional X Light Steel Frame .... 70 
5.1 Qualidade, desempenho e durabilidade ............................................... 70 
5.1.1 Estrutura ............................................................................................................................ 70 
5.1.1.1 Desempenho estrutural ................................................................................................... 70 
5.1.1.2 Durabilidade ................................................................................................................... 71 
5.1.2 Vedações ........................................................................................................................... 73 
xiii 
 
5.1.2.1 Desempenho acústico ..................................................................................................... 73 
5.1.2.2 resistência ao fogo .......................................................................................................... 74 
5.1.2.3 desempenho térmico ....................................................................................................... 75 
5.2 Custo e prazo ........................................................................................ 77 
5.3 Vantagens e desvantagens .................................................................... 81 
 
6 Conclusões .............................................................................................. 83 
6.1 Sugestões para trabalhos futuros .......................................................... 83 
 
7 Referências Bibliográficas ...................................................................... 84 
 
1 
 
1. Introdução 
1.1 Contextualização do tema 
Ao longo dos anos, com o crescimento populacional e a crescente demanda por 
edificações ao redor do mundo, o avanço do setor da construção civil foi tão inevitável 
quanto necessário. Com a evolução tecnológica e a necessidade por maior produtividade, 
novos e mais eficientes métodos construtivos continuaram a ser desenvolvidos. 
Paralelamente, no Brasil alguns métodos construtivos se consolidaram e adaptaram-se 
melhor as condições locais. Comparando a indústria da construção civil brasileira com a 
de outros países, é possível observar que existe uma demanda por métodos construtivos 
mais eficientes e racionalizados nesses outros locais, o que fomenta e estimula o 
desenvolvimento de outras técnicas construtivas. 
Apesar de terem à sua disposição métodos construtivos diferentes, de aplicação 
racionalizada, o construtor brasileiro, na maioria das vezes, decide pela utilização 
daqueles métodos tradicionais, mais largamente utilizados em território nacional. Isso se 
deve em parte graças a facilidade de se encontrar mão de obra barata para execução desses 
sistemas. Essa mão de obra geralmente é caracterizada pela falta de qualificação 
profissional, muitas vezes acarretando em uma baixa produtividade. 
Existe, porém, um movimento contrário a essa resistência do mercado, cujo caminho, 
segundo Dias (2001), passa necessariamente pela construção industrializada, com mão de 
obra qualificada, otimização de custo mediante contenção do desperdício de materiais, 
padronização, produção seriada e em escala, racionalização e cronogramas rígidos de 
planejamento e execução. E apesar das empresas construtoras brasileiras serem 
tradicionalmente resistentes a modernização dos seus meios de produção,a introdução de 
inovações tecnológicas é a melhor forma para se atingir a industrialização dos processos 
construtivos. 
Logo, as empresas construtoras que tradicionalmente se mostravam resistentes a 
modernização de seus meios de produção, são hoje pressionadas a investir em métodos 
mais produtivos, assim como em produtos de melhor qualidade, em busca de maior 
competitividade para garantir sua sobrevivência no mercado (SILVA, 2003). 
2 
 
Muito utilizado nos Estados Unidos, no continente Europeu e Japão, o sistema de Light 
Steel Frame surge como uma boa solução de método construtivo para aqueles que buscam 
uma maior racionalização e produtividade nas construções. Pode-se apontar como 
principais características deste método a velocidade de execução, redução no desperdício 
de materiais, maior leveza e execução total ou parcialmente a seco. 
O LSF utiliza na sua estrutura perfis leves de aço galvanizado forjados a frio de espessura 
variável, ligados entre si, formando uma estrutura interligada autoportante e projetada 
para suportar cargas da edificação, sob a qual são fixados painéis de vedação interna e 
externa. 
Em contrapartida, a alvenaria tradicional de blocos cerâmicos é um dos sistemas 
construtivos mais utilizados nacionalmente para vedação interna e externa. Os materiais 
utilizados são de baixo valor econômico, resistentes, tem bom desempenho térmico e 
acústico, além de serem facilmente encontrados no mercado nacional. 
Segundo Figueiró (2009), a alvenaria é um sistema construtivo cuja utilização remota no 
início da atividade humana (aproximadamente 4000 a. C.) na construção para vários fins. 
Foram empregados blocos de diferentes materiais constituintes como argila, pedra e 
outros. Obras que desafiaram o tempo estão presentes nos dias atuais como verdadeiros 
monumentos com grande importância histórica utilizaram este sistema de blocos. 
1.2 Justificativa da escolha do tema 
O estudo realizado nesse trabalho tem grande relevância, visto que compara dois métodos 
largamente utilizados mundialmente, com aplicações diversas. O presente trabalho 
poderá auxiliar àqueles que buscam informações e aplicações para o Light Steel Frame, 
método construtivo pouco difundido nacionalmente, assim como apresenta um tema que 
tem coerência com a realidade da construção civil brasileira, marcada por desperdícios, 
retrabalho e improdutividade em suas construções. 
1.3 Objetivo 
O Objetivo do trabalho é realizar uma comparação entre os processos construtivos de 
Light Steel Frame e Alvenaria Convencional, na aplicação em empreendimentos 
habitacionais, apresentando suas vantagens e desvantagens em termos de prazo, custo, 
qualidade, durabilidade, manutenção e desempenho. 
3 
 
1.4 Metodologia aplicada 
Como ponto de partida foi realizada revisão bibliográfica, mediante pesquisa de trabalhos 
de conclusão de curso de graduação, monografias de cursos de especialização, 
dissertações de mestrado e teses de doutorado, assim como a consulta de normas e 
manuais e artigos pertinentes. Os textos e dados obtidos na pesquisa foram tabulados, 
analisados e utilizados como base para a redação dos diversos itens da monografia. 
1.5 Estruturação do trabalho 
Capítulo 1 – Introdução: fala sobre a importância do tema, os objetivos do trabalho, 
justificativa para a escolha do tema, apresentar a metodologia utilizada na elaboração do 
trabalho e a apresentação da estrutura da monografia. 
Capítulo 2 – Empreendimentos Habitacionais: contextualização caracterizando o que são, 
quais são as principais peculiaridades, parâmetros, exigências legais aplicadas e 
normalização técnica específica de empreendimentos habitacionais no Brasil. Narra em 
síntese os principais sistemas construtivos nestes utilizados, sua importância para a 
construção civil, para o país, dificuldades, vantagens e desvantagens. 
Capítulo 3 – Sistema construtivo alvenaria convencional: um levantamento bibliográfico 
e dissertação sobre o tema. Apresenta os aspectos do processo, tecnologia, equipamentos, 
ferramentas, mão de obra, outros recursos e dificuldades na implantação. Aspectos dos 
materiais utilizados, aquisição, disponibilidade, armazenamento, manuseio, aplicação, 
perdas, resíduos e dificuldades. Aspectos de qualidade, desempenho, ambientais, ciclo de 
vida, prazo, custo manutenção e dificuldades na materialização. 
Capítulo 4 – Sistema construtivo Light Steel Frame: um levantamento bibliográfico e 
dissertação sobre o tema. Apresenta os aspectos do processo, tecnologia, equipamentos, 
ferramentas, mão de obra, outros recursos e dificuldades na implantação. Aspectos dos 
materiais utilizados, aquisição, disponibilidade, armazenamento, manuseio, aplicação, 
perdas, resíduos e dificuldades. Aspectos de qualidade, desempenho, ambientais, ciclo de 
vida, prazo, custo manutenção e dificuldades na materialização. 
Capítulo 5 – Análise comparativa: considerando os atributos apresentados nos capítulos 
anteriores, qualidade, desemprenho, durabilidade, prazo, custo e manutenção, apresenta 
4 
 
uma avaliação comparativa dos métodos por etapa construtiva. Demonstra as vantagens 
e desvantagens de cada processo. 
Capítulo 6 – Conclusões: considerações finais do que foi extraído do trabalho, assim 
como sugestões para trabalhos futuros. 
 
5 
 
2. Empreendimentos habitacionais 
2.1 Aspectos gerais 
A necessidade por encontrar abrigo, proteção, um local para descansar e renovar as 
energias, comportamento instintivo que acompanha o homem desde os primórdios de sua 
existência, foi o que provavelmente originou a criação do que hoje chama-se de 
habitações ou moradias. O morar, que se pode definir como o ato de permanecer ou tardar 
em um lugar, é um hábito humano imemorial que ultimamente estimulou o 
desenvolvimento e construção de abrigos, bem como permitiu a sobrevivência frente aos 
desafios do meio. 
Allen e Iano (2013) falam a respeito das habitações: 
“Nós construímos porque a maioria das atividades humanas não 
pode ser desenvolvida em áreas abertas. Necessitamos de abrigo 
contra o sol, o vento, a chuva e a neve. Precisamos de plataformas 
secas e niveladas para nossas atividades. Com frequência 
precisamos empilhar tais plataformas de maneira a multiplicar o 
espaço disponível. Nessas plataformas, e dentro de nossos abrigos, 
precisamos de ar, por vezes mais quente ou mais frio, mais ou 
menos úmido que o do ambiente externo. Menos luz é necessário 
durante o dia, e mais durante a noite, em relação a que nos é 
oferecida pelo ambiente natural. Precisamos de serviços que 
forneçam energia, comunicações, água e deposição de resíduos. 
Portanto, reunimos materiais e os associamos de maneira formar 
construções às quais chamamos edifícios, em uma tentativa de 
satisfazer tais necessidades.” (ALLEN e IANO, 2013) 
 
Com o crescimento acelerado da população mundial nas últimas décadas, houve um 
consequente aumento da urbanização. Segundo a revisão de 2018 do relatório 
“Perspectivas da Urbanização Mundial” (World Urbanization Prospects), elaborada pela 
Divisão das Nações Unidas para a População do Departamento dos Assuntos Econômicos 
e Sociais (DESA), aproximadamente 55% da população mundial vive em áreas urbanas, 
enquanto esse número chegava em 30% em 1950. 
Consequentemente, a demanda por habitações sofreu um forte aumento, acompanhado 
pelas crescentes taxas de urbanização ao redor do mundo, principalmente em centros 
urbanos de médio e grande porte. 
6 
 
O crescimento populacional e urbano no Brasil seguiu a tendência da maior parte do 
mundo, criando demanda pela construção de novas edificações e infraestrutura. 
2.2 Aspectos históricos e evolução no Brasil 
Ao longo dos séculos, a habitação no Brasil foi influenciada por fatores ligados a 
processos históricos. A herança de colônia extrativista, a influência de diversas culturas 
que habitaram o território brasileiro, assim como a forte presença indígenae africana, 
notoriamente fizeram parte da construção da atual configuração habitacional brasileira. 
Os índios, últimos habitantes do território brasileiro antes da colonização, utilizavam em 
suas habitações os materiais que tinham a sua disposição na natureza. Sua maneira de se 
construir e pensar como sociedade era essencialmente diferente de seus colonizadores. 
Organizavam-se em aldeias e todas as construções seguiam padrões similares. 
Já os portugueses trouxeram para o Brasil uma tecnologia de construção mais complexa, 
baseada principalmente na utilização de tijolos e blocos, mas também utilizando materiais 
naturais que encontravam a disposição. Nesse período, tais técnicas provindas da Europa 
e adaptadas ao meio e às condições de trabalho coloniais, eram aplicadas a construção de 
igrejas, fortalezas e edifícios. As obras não envolviam nenhum conhecimento teórico, 
sendo conduzidas por mestres portugueses, militares ou padres instruídos no ofício 
(VARGAS, 1994). 
Segundo Telles (1984), a partir do século 17, construções feitas sem nenhum tipo de 
planejamento ou projeto, utilizando como matéria prima pedra e cal, começam a se tornar 
mais comuns. Muitas vezes executadas artesanalmente, pelo próprio morador ou com 
ajuda de seus vizinhos e amigos, utilizava-se também materiais encontrados nos entornos 
das edificações, utilizando técnicas como o adobe, taipa de pilão e o pau-a-pique. Em 
locais mais nobres, pedra, barro, cal e até mesmo o tijolo eram utilizados. 
A construção com tijolos continuou ao longo dos anos como um dos principais meios de 
se fundamentar as construções. Com o avanço da sociedade brasileira, bem como de toda 
a Europa, a forma de construir e pensar as casas começou a sofrer mudanças. A chegada 
da família real portuguesa ao Brasil impulsionou o desenvolvimento do país e, 
consequentemente, a urbanização das cidades (VARGAS, 1994). 
7 
 
Ainda segundo Telles (1984), com a chegada da corte portuguesa no Brasil, são criadas 
escolas militares e de engenharia. Com isso, começam a ser aplicadas teorias e métodos 
científicos às técnicas já estabelecidas. Em meados do século 19, a produção do setor de 
construção deixa de ser realizada apenas para uso próprio e passa a atender o mercado. 
Essa demanda foi criada em função da atividade cafeeira, com o adensamento de centros 
urbanos. Surgem as primeiras habitações executadas com fins comerciais. 
Vargas (1994) salienta que nesse período os conhecimentos tecnológicos, assim como as 
propriedades dos materiais empregadas eram mal conhecidas. Além disso, os processos 
e operações de construção eram deixados à prática empírica dos mestres de obra. 
A medida que a produção do setor de construção civil passava a ser tratada como 
mercadoria para atender as demandas do mercado, a produção dos seus insumos 
começava a ser estimulada. Para suprir a demanda da época por construções, era 
necessária uma produção industrializada de tijolos, que de acordo com Vargas (1994), foi 
um dos primeiros materiais de construção industrializados, mesmo que precariamente, 
vindo a substituir o processo artesanal da taipa nas edificações. 
Outro ponto importante é a expansão da utilização do aço em construções. O ferro é um 
componente presente na natureza e, por isso, possui registros de utilização desde o homem 
ancestral. No entanto, a utilização desse minério era acidental e restrita a uma utilização 
sem um objetivo direcionado. 
A principal mudança observada, porém, foi a partir da Revolução Industrial. Com o início 
da produção em massa de diferentes produtos, observou-se um progressivo aumento na 
demanda por produtos metálicos, devido a descoberta da possibilidade e do manejo do 
aço. 
O aço, a partir da sua manipulação, tornou-se matéria-prima quase que essencial. Na 
construção de casas e outras formas de moradia, a utilização do ferro e, posteriormente, 
do aço se deu dentro de uma evolução na forma de pensar e conceber o processo de 
produção de uma habitação. 
Segundo Barros (1996), com o desenvolvimento do setor, as construções passaram a ser 
mais verticalizadas. Consequentemente, os componentes estruturais passaram a ter 
importância fundamental. Esse desenvolvimento das estruturas concentrou-se na 
produção de estruturas de concreto. A alvenaria por sua vez passa a não mais ser utilizada 
8 
 
como elemento estrutural, uso que limita-se às edificações de um só pavimento, passando 
a trabalhar apenas como elemento de vedação em edifícios altos. Com isso, o processo 
construtivo tradicional para a construção de edificações passa a ser a estrutura de concreto 
e alvenaria de componentes cerâmicos, sobretudo nas grandes cidades que na época 
estavam em acelerado desenvolvimento. 
A utilização do aço nas estruturas das edificações alavancou uma grande evolução na 
concepção e execução destas. Incorporado às peças durante a concretagem, originando o 
concreto armado, o aço teve importante influencia no mercado de construção brasileiro. 
Sobre o assunto, pode-se observar: 
“A inexistência de uma indústria siderúrgica e a influência 
da arquitetura europeia, principalmente através de seu 
expoente Le Corbusier, iriam marcar a linguagem formal de 
toda arquitetura moderna brasileira, que teve no uso do 
concreto armado o componente estrutural básico, 
constituindo-se no sistema construtivo principal da 
construção civil, atingindo alto desenvolvimento 
tecnológico” (CALDEIRA, 2001). 
Dessa forma, nota-se que a utilização de um único material revolucionou a arquitetura 
desenvolvida no Brasil. Além disso, a presença do ferro e do aço nas fundações de 
diferentes casas pode desenvolver a forma de se estruturar a construção. 
Com a disponibilização desses novos materiais e métodos construtivos no mercado, a 
indústria da Construção Civil se desenvolveu de maneira espetacular. Passam a existir 
diferentes maneiras de se conceber uma edificação, em especial pela correlação de outros 
materiais com o aço industrializado. 
A partir daí surge o conceito moderno de habitação brasileira. Com a evolução 
tecnológica e a busca incessante por redução de custos, esse mercado está em constate 
mudança até os dias de hoje. 
2.3 Exigências da legislação aplicada e normalização 
técnica específica 
A construção de uma edificação é um processo de extrema complexidade, que exige 
cuidados, tanto daqueles que são responsáveis pela sua elaboração, quanto por sua 
execução. Por isso, ao longo dos anos foram criadas regulamentações e normas, com o 
9 
 
objetivo de estabelecer critérios e garantir a segurança das edificações, desde a concepção 
do projeto até sua finalização. 
Contudo, o que se observa é a estruturação de um sistema que ao mesmo tempo que 
pretende auxiliar a população e garantir a segurança, desenvolve uma rotina burocrática 
que cria barreiras para aqueles que tentam construir. 
As construções precisam de um projeto aprovado pela prefeitura da cidade, de um 
responsável para a certificação do atendimento do projeto e de pessoas que executaram o 
projeto. Nas etapas seguintes, após a conclusão da construção, é necessário regulamentar 
o prédio, com a certificação via cartório tanto do atendimento a planta aprovada no início 
do projeto, como dos certificados de compra realizados. 
Se a regulamentação das formas de atuação e de desenvolvimento do projeto se dão, em 
grande parte, por meio de leis, paralelamente as normas técnicas exercem grande 
influência nas construções. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é um 
órgão voltado para a elaboração de diferentes normas que visam a normatização de 
diferentes procedimentos dentro do país. 
Em relação à construção civil, o guia de normas é bastante extenso, contando com a 
regulamentação desde questões mais voltadas a própria estrutura e a execução do projeto, 
até a forma como estes devem ser elaborados. Todos os envolvidos com construção civil 
devem conhecere observar as normas, pois a aplicação é uma necessidade presente, além 
de ser obrigatório para que haja um bom desenvolvimento do projeto. 
As normas mais citadas e utilizadas quando se trata especificamente de edificação de 
prédio são: 
a) “ABNT NBR 14037 – Diretrizes para elaboração de 
manuais de uso, operação e manutenção das 
edificações – Requisitos para elaboração e 
apresentação dos conteúdos. 
b) ABNT NBR 5674 – Manutenção de edificações – 
Requisitos para o sistema de gestão de manutenção. 
c) ABNT NBR 15575 – Edificações habitacionais – 
Desempenho. 
d) ABNT NBR 16280 – Reforma em edificações – 
Sistema de gestão de reformas – Requisitos. “ 
 
(Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Sindicato da 
Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo, Secovi-SP, 
2016.) 
10 
 
 
No entanto, existem diversas outras que devem ser conhecidas pelos envolvidos nas 
etapas da construção e projeto. 
2.3.1 NBR 15575 – Norma de Desempenho 
A NBR 15575 – Edificações Habitacionais – Desempenho tem enorme relevância para a 
construção residencial e para o segmento habitacional. A norma estabelece parâmetros 
técnicos que permitem a avaliação de um edifício residencial em diversos aspectos 
relacionados a adequação às demandas dos usuários. 
2.3.1.1 Desempenho em uma edificação 
De forma geral, pode-se definir desempenho como comportamento durante o uso. Para o 
caso das edificações, são as condições mínimas de habitabilidade necessárias, como 
conforto térmico, conforto acústico, segurança e luminosidade, possibilitando a utilização 
da edificação (SACHS e NAKAMURA, 2013). 
Por serem conceitos relativos, ou seja, que podem ter sua percepção alterada de pessoa 
para pessoa, podendo ser aplicados em lugares com condições climáticas diferentes e 
utilizados de maneira diferente, é necessário estabelecer critérios para a avaliação e 
determinação do desempenho. 
Segundo a (ABNT, 2013), critérios de desempenho são especificações quantitativas dos 
requisitos de desempenho, permitindo assim que haja uma determinação objetiva. 
Baseados na norma ISSO 6241 (1984) e adaptados para a realidade brasileira, são 
previstos doze critérios de desempenho de acordo com a Tabela 1: 
11 
 
Tabela 1: Adaptação dos critérios de desempenho da ISO 6241 (1984) 
 
Fonte: Possam e Demoliner (2015). 
Por definir requisitos e critérios de desempenho para as edificações, a NBR 15575 é de 
suma importância para os empreendimentos habitacionais. Esta norma, que passou a 
vigorar a partir de julho de 2013, tem o objetivo de promover a garantia do atendimento 
de requisitos mínimos de desempenho em edificações e deve ser seguida por todas as 
empresas no setor da construção civil. 
2.3.1.2 Estrutura da norma 
De acordo com Santos, Sposto e Melo (2014), a norma de desempenho visa atender às 
demandas dos usuários das edificações habitacionais, independentemente das 
características da edificação, de seus subsistemas e os materiais que a constituem. A 
norma é aplicável em quaisquer subsistemas projetados, construídos, operados e 
submetidos a intervenções de manutenção, que atendam às instruções específicas do 
manual de operação, uso e manutenção. 
A estrutura da norma divide-se em 6 partes: 
1. Requisitos gerais; 
2. Requisitos para os sistemas estruturais; 
3. Requisitos para os sistemas de piso; 
4. Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas; 
5. Requisitos para os sistemas de coberturas; 
6. Requisitos para os sistemas hidrossanitários; 
12 
 
De acordo com o “Guia para arquitetos na aplicação da norma de desempenho” do 
Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU, 2015), a norma foi organizada a 
partir dos elementos da edificação, levando em consideração as condições de implantação 
e as exigências dos usuários. Em cada parte da norma NBR 15575, os elementos da 
construção devem seguir exigências relativas a diferentes aspectos: Segurança estrutural; 
Segurança contra incêndio; Segurança no Uso e Operação, Desempenho Acústico; 
Desempenho Térmico; Desempenho Luminoso; Estanqueidade; Saúde, Higiene e 
Qualidade do Ar; Acessibilidade; Conforto Antropodinâmico e Tátil; Durabilidade; 
Manutenibilidade; Impacto Ambiental. 
Essa organização pode ser melhor observada na Figura 1: 
 
Figura 1: Matriz da Norma de Desempenho. 
Fonte: CAU, 2015. 
A primeira parte, segundo o “Guia Orientativo para Atendimento à Norma ABNT NBR 
15575/2013” (CBIC, 2013), versa principalmente a respeito das interfaces entre 
diferentes elementos e sistemas, focando no desempenho da construção como um todo e 
estabelecendo diretrizes para a implantação das edificações habitacionais. 
13 
 
A parte 1 também introduz o conceito de Vida Útil de Projeto (VUP), que talvez seja o 
mais importante de toda norma. Define o período de tempo em que o sistema em questão 
deverá fornecer e manter o desempenho esperado, dadas as condições de uso ideais e 
feitas todas as devidas manutenções. (Nakamura, 2013) 
Em seguida, as demais partes da NBR 15575, de 2 a 6, abordam cada elemento da 
edificação e os requisitos pertinentes aos mesmos. 
No item 2, que versa sobre o Desempenho Estrutural, são considerados os estados limites 
último – ELU (paralisação do uso da construção por ruína, deformação plástica excessiva, 
instabilização ou transformação da estrutura, no todo ou em parte, em sistema hipostático) 
e os estados limites de utilização – ELS, que implicam no comprometimento ou prejuízo 
da utilização da obra devido a fissuração ou deformação excessiva, comprometimento da 
durabilidade da estrutura ou ocorrência de falhas localizadas que possam prejudicar a 
estrutura em termos de desempenho (CBIC, 2013). 
A segurança contra incêndio, terceiro item da norma, tem base em fundamentos de 
projeto, ou seja, na implantação adequada do sistema de combate, prevenção, etc. Busca 
o atendimento de propriedades de materiais e elementos da construção, como 
ingnitibilidade, resistência ao fogo, entre outras, assim como a garantia de utilização de 
dispositivos de detecção e combate ao fogo (CBIC, 2013). 
A segurança no uso e na operação dos sistemas e componentes da edificação habitacional 
deve ser considerada na fase de projeto, especialmente em relação a utilização de 
materiais ou execução de sistemas que contenham pontas e bordas cortantes, provoquem 
queimaduras, ou qualquer potencial dano ao usuário, ou seja, a presença de qualquer 
agente agressivo (CBIC, 2013). 
Em termos de funcionalidade e acessibilidade, a norma define parâmetros mínimos para 
que a habitação apresente compartimentação adequada e espaços suficientes para a 
disposição de camas, armários, poltronas e os diversos utensílios domésticos. Além dos 
espaços e pé direito mínimos, são estabelecidos critérios regulando a possibilidade de 
ampliação de unidades térreas e o funcionamento de instalações hidráulicas, reportando-
se sempre que necessário a outras normas (CBIC, 2013). 
O item que versa sobre o conforto tátil e antropodinâmico, estabelece critérios de 
desempenho, com base nos princípios de ergonomia, na estatura média das pessoas e na 
14 
 
força física passível de ser aplicada por adultos e crianças, recomendando a forma e 
limitando a força necessária para o acionamento de trincos, torneiras, entre outros 
dispositivos, de maneira a trazer conforto ao usuário. Estabelece também planicidade 
requerida para pisos, declividade de rampas, velocidade de elevadores, projeto de escadas 
adequados, entre outros (CBIC, 2013). 
A respeito do desempenho térmico, a norma visa garantir o conforto dos usuários, 
trazendo condições adequadas para prática de atividades normais em uma habitação. 
Além disso, a garantia do desempenho térmico adequado garante economia de energia, e 
pode ser avaliado de forma simplificada, com base em propriedades térmicas das fachadas 
e das coberturas, ou por simulação computacional (CBIC, 2013). 
Para agarantia do desempenho acústico adequado nas edificações, a norma expõe a 
necessidade da utilização de um isolamento acústico adequado das fachadas, coberturas, 
entrepisos e paredes divisórias. Inclui também disposições para a isolação ao ruído 
transmitido por impactos, fator extremamente importante para os entrepisos e coberturas 
acessíveis, assim como critérios de isolamento do som aéreo (CBIC, 2013). 
Sobre o desempenho lumínico nas edificações, a norma estipula níveis de iluminação 
natural e artificial nas habitações, em contrapartida com a ABNT NBR 5413 que fala 
apenas sobre a iluminação artificial requeridos para a realização satisfatória de várias 
tarefas e atividades, para diferentes tipos de edificações, como habitações, escolas, 
comércios, entre outros. A norma de desempenho reproduz as próprias exigências da 
NBR 5413 para iluminação nas habitações, porém considerando a iluminação natural 
(CBIC, 2013). 
A NBR 15575 fala também sobre estanqueidade à água, de suma importância não só para 
evitar processos que podem levar ao desgaste de materiais e componentes, mas sobretudo 
para evitar proliferação de fungos, doenças respiratórias, entre outros problemas. As 
exigências de estanqueidade à água englobam umidade ascendente do solo, percolação 
de umidade entre ambientes internos da edificação e infiltrações de água de chuva (CBIC, 
2013). 
Os dois últimos itens da norma falam sobre a durabilidade e manutenibilidade, que estão 
associados ao período de tempo que a habitação deve manter características aceitáveis de 
desempenho, assim como as ações que devem ser tomadas para manter e promover as 
15 
 
características dos sistemas. Ambos conceitos estão diretamente relacionados a Vida Útil 
de Projeto (VUP) (CBIC, 2013). 
2.4 Importância do segmento habitacional para a 
construção civil e para o Brasil 
O segmento habitacional tem notória importância socioeconômica para o Brasil e 
desempenha um papel fundamental no âmbito do desenvolvimento da economia 
brasileira. É diretamente ligado aos segmentos da incorporação imobiliária, que envolve 
as atividades voltas para a promoção e construção de edificações para comercialização. 
Está diretamente ligado também com os problemas relacionados a demanda por 
habitações no Brasil. 
2.4.1 Importância socioeconômica 
Historicamente, como foi descrito no início do capítulo, a construção civil e seu estado 
de desenvolvimento estão diretamente relacionados com o crescimento do país. Segundo 
a ABRAINC (2017), nos últimos sete anos, as atividades relacionadas à incorporação 
imobiliária, ou seja, ligadas ao segmento habitacional brasileiro, anualmente, foram 
responsáveis por 1,9 milhão de empregos em todo o País. 
A atividade construtiva mobiliza, por meio da sua demanda, recursos e insumos de 
diferentes setores da economia brasileira, tanto direta quanto indiretamente. Gera 
emprego e renda para os participantes da cadeia produtiva, com destaque para a massa 
salarial dos trabalhadores, induzindo aumento do consumo (ABRAINC, 2017). 
Logo, é inegável a importância da construção civil para o país. Segundo dados do IBGE 
(2016), esse setor representa aproximadamente 6% do PIB do Brasil. Além disso, em 
termos de emprego, 8,48% da população ocupada trabalha na indústria da construção 
civil. 
2.4.2 Déficit habitacional 
O déficit habitacional diversos componentes que o constituem: a coabitação de uma 
moradia por mais de uma família distinta, vivendo em situação inadequada para o número 
de pessoas ocupantes; a inadequação das habitações existentes, que engloba habitações 
16 
 
irregulares, como cortiços e favelas. Esse déficit está associado a moradias que estão em 
risco, onde haja a necessidade de uma nova construção; o ônus excessivo do aluguel 
urbano, correspondendo a parcela da população que vive em moradias alugadas com valor 
de 30% de sua renda; e o adensamento de domicílios alugados, que corresponde aos 
domicílios alugados que tem mais de três moradores por dormitório. Segundo estudos da 
FGV (2014), o déficit habitacional atingia cerca de cinco milhões de moradias em 2014. 
Ao longo dos anos, várias medidas foram tomadas pelo governo, de maneira a tentar 
reduzir esse déficit. Porém, seria criado em 2009 um dos mais importante programas 
assistencialistas, o Minha Casa Minha Vida. Visando atender a população de baixa renda, 
somente na sua primeira fase de atuação, a Caixa Econômica Federal, instituição 
responsável pelos desembolsos concedidos pelo Governo federal, liberou cerca de R$ 53 
bilhões (CUNHA, 2012). 
O PMCMV é um programa do Governo Federal, gerido pelo Ministério das Cidades e 
operacionalizado pela Caixa Econômica Federal, que consiste na aquisição de terrenos e 
construção ou requalificação de imóveis contratados como empreendimentos 
habitacionais em regime loteamentos constituídos por casas ou apartamentos, ou 
condomínios que após sua conclusão, são alienados às famílias que possuem renda 
familiar mensal de até R$ 1.600,00, para uma classificação de empreendimento, ou até 
uma renda de R$ 5.000,00 para outra classificação de empreendimento (CAIXA, 2018). 
Em 14 de Junho de 2011, seguindo a política de crédito habitacional, foi lançado a 
segunda fase do Minha Casa, Minha Vida. Essa nova etapa do programa terá recursos 
entre R$ 120 bilhões e R$ 140 bilhões para financiar residências para famílias com renda 
de até 10 salários mínimos por mês. Somente em 2011, até o início de junho, a Caixa 
desembolsou R$ 25 bilhões em financiamentos imobiliários para todas as faixas de renda. 
Em 2010, o volume atingiu o recorde de R$ 77 bilhões em crédito imobiliário (CUNHA, 
2012). 
Porém, segundo estudo da FGV (2014), Minha Casa Minha Vida só conseguiu reduzir 
cerca de 8% deste déficit até o ano de 2015 (SANTOS, 2014). Mesmo com grandes 
investimentos em moradia, o déficit habitacional ainda é um problema real no Brasil, mas 
que ao mesmo tempo movimenta a economia, principalmente o setor de habitações da 
construção civil, e tem grande importância socioeconômica. 
17 
 
2.5 Métodos construtivos mais utilizados 
Para a construção de edifícios residenciais, o método construtivo mais utilizado no país é 
o sistema convencional, com estrutura reticulada em concreto armado e vedação externa 
em alvenaria de blocos cerâmicos ou de cimentos não estruturais. Em sua maioria, o 
método executivo é feito no canteiro de obras, mediante emprego de ferramentas simples 
e com emprego de grande contingente de mão de obra pouco qualificada, caracterizando 
uma construção pouco industrializada e muito artesanal. 
Já em habitações de baixa renda, além do método supracitado, a alvenaria estrutural é 
muito utilizada, assim como o Light Steel Frame vem ganhando espaço nesse segmento. 
 
18 
 
3. Sistema construtivo alvenaria convencional 
3.1 Alvenaria convencional - Contextualização 
De acordo com Nascimento (2007), a alvenaria é um sistema construtivo de origens 
milenares, que começou com o simples empilhamento de materiais, com o intuito de se 
chegar a um fim desejado. De certo modo, esse método alcançou sucesso por meio dos 
impulsos sofridos, provavelmente devido à uma economia mais estável com o tempo, a 
maior preocupação com o aumento da competitividade do mercado. Sendo assim, 
começou a surgir uma necessidade por elementos e estratégias distintas, que englobassem 
todas as carências que a alvenaria até então não supria. 
Segundo Azevedo (1997), alvenaria convencional se trata de construções realizadas com 
as chamadas estruturas de fundação, ou seja, com vigas e pilares em concreto que são 
calcados e moldadas por meio de moldes de madeira e com vedação utilizando blocos de 
cerâmica, que são assentados com o uso da argamassa. 
Conforme exposto por Santiago (2010), sistemas convencionais de construção como a 
alvenaria, que utiliza blocos de cerâmica, por exemplo, são produzidos de forma lenta e 
precisam de umamão de obra em maior quantidade. Tal método apresenta algumas 
características pouco vantajosas, como o grande desperdício de material utilizado, a falta 
de padronização da execução do trabalho, dificuldade na fiscalização e controle de 
qualidade dos serviços prestados, assim como a necessidade de um bom planejamento no 
momento da execução. 
No Brasil, a alvenaria convencional é um método tradicional, enraizado na cultura 
habitacional brasileira. Por isso, o método mais utilizado para a construção de casas e 
edifícios. Utiliza materiais simples, como cimento, blocos para vedação e aço, mas é 
oneroso nos gastos com mão de obra e tem baixa produtividade (RAMALHO, 2003). 
3.2 Aspectos do processo construtivo 
No sistema construtivo da alvenaria convencional, utilizam-se diversos componentes e 
diferentes processos. Conforme Bastos (2006), tem-se o concreto, um composto 
homogêneo formado por cimento, água, agregado miúdo, agregado graúdo e ar, assim 
como a vedação, composta por tijolos, argamassa e revestimento. Portando, a construção 
19 
 
em alvenaria convencional se divide em várias etapas, conforme descrito nos itens 
seguintes. 
3.2.1 Fundação 
De acordo com Yazigi (2002), a base de uma construção possui a função de conduzir à 
superfície do chão todo o peso e pressão que a estrutura fará sobre ela. Mesmo assim, a 
base pode ser feita de modo a ser profunda ou plana. Quando se tem uma base de 
superfície, é preciso se conduzir o peso da estrutura para o chão por meio de um arranjo 
de pressão em cima da fundação. Em meio a esse tipo de função se encaixam as sapatas, 
blocos, sapatas associadas, radiers e vigas de fundação. 
Castro (2005) fala que a escolha do tipo de fundação para uma construção depende de 
diversos fatores, como parâmetros do solo, nível do lençol freático, resistência, 
topografia, profundidade até a camada resistente, entre outros. 
Para o caso de habitações populares, ou seja, de baixa renda, de um pavimento, as opções 
mais utilizadas são fundações diretas, como radier ou baldrame. 
Quando todas as paredes ou todos os pilares de uma edificação transmitem as cargas ao 
solo através de uma única estrutura, tem-se o que se denomina uma fundação em radier. 
Os radiers são elementos contínuos que podem ser executados em concreto armado 
protendido ou em concreto reforçado com malha de aço (MILITO, 2009). 
3.2.2 Estrutura de concreto armado 
É preciso fazer na construção, em seguida, a estrutura de concreto armado (seu esqueleto), 
de acordo com Bauer (1994), e, depois, inicia-se a realização da alvenaria. 
O concreto simples é um composto de água, agregados e cimento. Quando misturados em 
uma dosagem específica, formam uma pasta. Tal composto pastoso é moldável e 
maleável, tomando a forma da estrutura que o receber. Através da ocorrência de reações 
químicas e da evaporação da água ao longo do tempo, passa por um processo de 
endurecimento até se tornar uma estrutura monolítica (BASTOS, 2006). 
Paralelamente, em termos de resistência, é possível comparar o concreto com uma rocha: 
possui elevada resistência a compressão, porem baixíssima resistência a tração. Com a 
adição de barras de aço na composição do concreto simples, a estrutura passa a resistir a 
20 
 
compressão e tração, compondo então o concreto armado. Trabalhando em conjunto, o 
concreto e as barras metálicas conseguem dar grande estabilidade a uma estrutura 
(BASTOS, 2006). 
Bastos (2006) define concreto armado como a união do concreto simples e de um material 
resistente à tração (envolvido pelo concreto) de tal modo que ambos resistam 
solidariamente aos esforços solicitantes. 
De acordo com Barros e Melhado (1998), as finalidades mais significativas das armaduras 
são o seu uso a fim de amortecer as tensões de cisalhamento e tração, assim como 
desenvolver a eficiência resistente dos elementos comprimidos. Barros e Melhado (1998) 
também apresentam as fôrmas e atribuem três finalidades básicas ao seu sistema: formar 
o concreto; controlar o concreto e suportá-lo até que consiga bastante resistência a fim de 
suportar-se por si só, assim como dar a textura desejada à face do concreto. 
Segundo a NBR 6118, elementos de concreto armado “são aqueles cujo comportamento 
estrutural depende da aderência entre concreto e armadura, e nos quais não se aplicam 
alongamentos iniciais das armaduras antes da materialização dessa aderência”. 
É preciso salientar que interação entre o concreto e o aço traz inúmeras vantagens para 
estrutura, além das características de resistência. Ao envolver o aço, o concreto cria uma 
camada protetora que impede a corrosão do metal, aumentando muito a durabilidade e 
resistência a intempéries do conjunto. Porém, essa proteção só é alcançada caso 
respeitados os cobrimentos definidos na NBR 6118 que são obtidos durante a etapa de 
cálculo da estrutura. Além disso, os coeficientes de dilatação são muito próximos, o que 
facilita a interação entre as estruturas. 
A Figura 2 ilustra a comparação entre o trabalho de uma viga moldada em concreto 
simples (Figura 2.a) e outra moldada em concreto armado (Figura 2.b), ambas sob os 
mesmos esforços solicitantes. Na viga da Figura 2.a é possível observar que no ponto 
onde se concentram os esforços de tração, oriundos de um momento fletor, cujo ponto de 
máximo se encontra no centro da peça, gerado pelas cargas aplicadas verticalmente, a 
peça apresenta uma rachadura, culminando num colapso pela não resistência a esforços 
de tração. Paralelamente, na Figura 2.b que apresenta uma viga em concreto armado, as 
barras de aço absorvem os esforços de tração da estrutura, evitando o rompimento da 
peça. 
21 
 
 
Figura 2: Viga de concreto simples (a) e armado (b). 
Fonte: PFEIL 1989 
Os principais componentes do concreto são a água, agregado miúdo, agregado graúdo, 
cimento e ar. Podem ser adicionados outros compostos para conferir outras características 
ao concreto, como pozolanas ou sílica ativa, assim como aditivos químicos diversos. 
Existem diversas maneiras e tipos diferentes de métodos executivos para o concreto 
armado. Porém, para efeito desse trabalho, não será descrito nenhum método específico 
de execução, pois serão utilizados estudos comparativos realizados por outros autores. 
3.2.3 Alvenaria 
Segundo Rodrigues (2010), a alvenaria é o conjunto de elementos da construção civil, 
resultantes da união de blocos justapostos fixados com argamassa, ou não, destinados a 
suportar principalmente esforços de compressão ou simplesmente a vedação de uma área. 
De acordo com a NBR 8042 (ABNT, 1992), um bloco (Figura 3) caracteriza-se como um 
componente da alvenaria que possui furos prismáticos e/ou cilíndricos perpendiculares às 
faces que os contêm. 
 
22 
 
 
Figura 3: Bloco cerâmico 
Fonte: Klein e Maronezi (2013). 
Pode-se definir a alvenaria moderna como um conjunto coeso e rígido de elementos 
unidos entre si por argamassa, formando uma parede. Esses elementos podem variar entre 
diversos tipos de tijolos ou blocos, compostos por diversos materiais diferentes. 
Portanto, a alvenaria de vedação, como o próprio nome sugere, tem o objetivo de fazer a 
divisão, proteção e isolamento de cômodos entre si e entre o ambiente. O que significa 
que a alvenaria não é só um sistema de vedação interna muito eficiente como também 
desempenha funções de vedação externa. 
Esta vedação vertical protege o edifício de agentes externos como chuvas e ventos, além 
de dividir ambientes internos promovendo segurança e conforto dentro de um sistema 
estruturado. Este processo de fechamento de vãos de paredes é utilizado na maioria das 
edificações (Thomaz, 2001). 
A alvenaria de vedação tradicional não utiliza projeto específico de alvenaria. As soluções 
construtivas são improvisadas durante a etapa de execução. Porém, segundo Sabbatini 
(2001), a alvenaria de vedação tradicional tem como principal vantagem a boa relação 
custo-benefíciodentre os outros materiais para vedação existentes, é um material de 
construção econômico considerando-se os investimentos iniciais e de manutenção. 
De acordo com Klein e Maronezi (2013), em construções de menor dimensão, assentam-
se, diretamente, as paredes alicerçadas nas fundações, podendo ser em cima de baldrame 
ou radier ou na parte superior das vigas de concreto armado as quais seguram as sapatas 
de fundação. 
23 
 
Para a realização das alvenarias, precisa-se utilizar o projeto completo arquitetônico, uma 
vez que, nas planta de corte e planta baixa, mais precisamente, são apresentadas as 
dimensões as quais precisam ser seguidas durante a construção da alvenaria. 
Depois que o modelo de assentamento for escolhido, os blocos de canto podem ser 
assentados, a fim de poderem funcionar como suporte a uma linha que será esticada entre 
os blocos, contendo pregos colocados na argamassa das juntas com o objetivo de poderem 
direcionar a colocação dos blocos da primeira fiada, os quais precisam ficar alinhados 
completamente. Sendo assim, de acordo com Bauer (1994), completa-se a primeira fiada 
da alvenaria, notando-se o nivelamento na horizontal utilizando um nível de bolha, com 
a régua de pedreiro como apoio, fazendo deste modo em todas as extremidades, cantos e 
cruzamentos. 
Em seguida, as guias prumadas são levantadas tendo a cautela suficiente para que fiquem 
completamente na vertical - de prumo - e com a colocação dos blocos de modo que as 
fiadas de cada junta fiquem desencontradas. Feito isso, as próximas fiadas podem, uma a 
uma, ser assentadas até que se alcance a altura pretendida. 
“Deve-se observar os seguintes detalhes quando da execução das 
alvenarias: 
a) As juntas da argamassa de assentamento devem ser de 1,0 
a 1,5 cm; 
b) Sobre as aberturas das portas e janelas deverão ser 
colocadas vergas, que são 
c) pequenas vigas de madeira ou de concreto, para resistir aos 
esforços da alvenaria sobre as aberturas [...]. As vergas de 
madeira não devem ser colocadas em vãos superiores a 3 m 
ou para esquadrias metálicas. As de concreto poderão ser 
prémoldadas ou concretadas no local, com altura mínima 
de 10 cm e a largura da parede; 
d) No caso das construções com estrutura independente de 
concreto armado, ao se levantar a parede, é necessário 
deixar um espaço entre a última fiada de tijolos e a viga. 
Esse espaço, com 20 cm aproximadamente, deve ser 
preenchido com tijolos maciços assentados inclinados, 
chamando-se a esse procedimento ‘aperto de parede’. 
e) Sua função é comprimir a alvenaria levantada contra a 
estrutura de concreto, de modo a evitar o surgimento de 
trinca de retração na alvenaria. É preciso esperar cerca de 
sete dias de cura da argamassa, para então realizar o ‘aperto 
da alvenaria’[...]; 
f) Uma parede ao encontrar-se com outra deve ser ‘amarrada’, 
para não ocorra trincamento nesse encontro.” 
(PENTEADO E MARINHO, p 23 - 24, 2011) 
24 
 
 
Segundo Borges (1996), no momento da realização da construção é essencial não somente 
que os blocos sejam amarrados entre si, mas também que eles sejam dispostos de tal forma 
que se fixem aos materiais de concreto armado juntamente com as vigas e pilares. Tais 
fixações e amarrações possuem a possibilidade de serem feitas por meio do chapisco 
grosso utilizando argamassa feita de cimento com areia (Figura 4), além, de terem de se 
juntar a cada duas fileiras de tijolo com o uso ainda de aço nos pilares e vigas poderão 
ajudar a ligar a construção. 
 
Figura 4: Execução de chapisco rolado. 
Fonte: CONSTRUCAOCIVILTIPS, 2016. 
Para as vergas e contravergas, pode-se utilizar peças pré-moldadas, fazer a concretagem 
diretamente na parede, utilizando formas de madeira, ou utilizando canaletas. Segundo 
Oliveira (2012), para as aberturas de vãos de esquadrias em alvenarias deve-se utilizar 
vergas e contravergas para a melhor distribuição de cargas e evitar o colapso localizado 
nessas aberturas. São elementos estruturais, mais usualmente em concreto armado, que 
funcionam como vigas. As vergas são utilizadas na parte superior de portas e janelas, e 
as contravergas são utilizadas na parte inferior de janelas. 
Yazigi (2002) ainda chama a atenção para a junção das paredes e das lajes ou dos fundos 
de vigas, tendo em vista que se tratam de locais de alteração dessas estruturas com o 
objetivo de não haver quebras ou rachaduras. Ainda é preciso que haja um destacamento 
25 
 
das alvenarias para que a fileira conclusiva da construção possua uma amarração chamada 
de encunhamento ou “aperto da alvenaria”. 
O encunhamento se trata de um processo que pode ser realizado de duas maneiras: logo 
depois da secagem da argamassa que foi utilizada para assentar a antepenúltima fileira, 
situação que poderá durar até sete dias, sendo que as fileiras conclusivas de tijolos 
maciços devem estar em um inclinação de 45 graus quando comparadas às demais fileiras 
da construção, e sempre por meio da utilização da argamassa, conforme a Figura 5. 
 
Figura 5: Encunhamento. 
Fonte: FORUMDACONSTRUCAO, 2018. 
Outro método se trata da utilização da argamassa com “aditivo expansor”, por meio do 
qual a construção é feita até a execução da última fileira, e apenas no momento da junção 
da laje ou do fundo de viga é que o enchimento utilizando a argamassa com aditivo 
expansor é realizado (YAZIGI, 2002). 
3.2.4 Revestimentos 
Existem diversos tipos de revestimentos que podem ser utilizados nas construções, como 
pintura, textura, revestimento cerâmico, gesso, entre outros. Deve-se levar em 
consideração, porém, o local onde será aplicado e as condições as quais será submetido, 
como intempéries, umidade, se será aplicado em área molhada ou seca (OLIVEIRA, 
2012). 
 
 
26 
 
3.2.4.1 Forro 
O forro tem por objetivo de compor arquitetonicamente o ambiente, além de protegê-lo e 
gerar isolamento acústico e térmico. Os elementos utilizados para a realização do foro 
podem ser de diversos tipos como por exemplo gesso, madeira, metal, PVC, entre outros. 
Ele pode definir a concepção do cômodo ou ambiente em que ele é utilizado de forma a 
prover sensação de conforto aos usuários. Assim, a escolha do forro deve ter como 
objetivo uma boa adequação com a funcionalidade e conforto da construção, levando em 
conta também se a iluminação será embutida nele ou não, se sua utilização melhora o 
conforto termoacústico para o usuário (AZEVEDO, 2004). 
De acordo com Yazigi (2002), o forro se trata de uma proteção ou revestimento das faces 
internas dos planos da estrutura da cobertura e está diretamente relacionado ao conforto 
térmico e acústico assim como o acabamento estético da edificação. Além disso, o autor 
chama atenção para o material e elementos utilizados para a confecção, pois cada um 
exige um tipo de método próprio para a realização. Por exemplo, no caso de casas mais 
populares é comum encontrar forros de madeira ou até mesmo PVC. 
Conforme Milito (2009), forros feitos de madeira possuem lâminas de madeiras como 
pinho, pinus, ipê e jatobá em sua confecção, podendo ser fixados por meio de pregos em 
uma disposição de ripas, chamada de “entarugamento”. 
Já os forros que são feitos em PVC, em sua grande maioria, podem ser executados em 
placas duras e firmes ou em móveis, tendo como modo de realização algo bem próximo 
dos forros de madeira, e ainda assim apresentando a leveza, suavidade e um melhor 
acabamento como superioridade quando comparado à madeira (YAZIGI, 2002). 
3.2.4.2 Revestimento de paredes 
Os revestimentos em paredes de alvenaria envolvem a utilização de argamassa para sua 
aplicação. Segundo Azevedo (2004), existem tipos distintos de argamassa, utilizadas com 
funções específicas: Argamassa de aderência, utilizadas para chapisco; argamassa de 
regularização, utilizada no emboço; e argamassa de acabamento, utilizada no reboco. 
O chapisco tem o objetivo de promover aderência na superfície, podendo sendo aplicadadiretamente no bloco cerâmico ou em peças estruturais de concreto, proporcionando 
condições de aspereza em superfícies muito lisas e com baixa porosidade. O chapisco é 
27 
 
utilizado para preparar tais superfícies, criando aderência suficiente para receber as 
demais camadas de revestimento (AZEVEDO, 2004). 
O emboço tem a finalidade de regularizar a superfície, dada a natureza irregular da parede 
de alvenaria, assim como atuar como camada protetora contra a umidade, por exemplo 
(AZEVEDO, 2004). 
Ainda segundo Azevedo (2004), o reboco e o emboço são, usualmente, aplicados como 
uma única camada, o emboço paulista. O emboço paulista serve como camada de 
acabamento para receber pintura ou a argamassa colante, para receber o revestimento 
cerâmico. 
3.2.4.3 Revestimento de pisos 
O revestimento de piso deve ser aplicado uma vez que a estrutura da laje esteja 
completamente preparada e devidamente impermeabilizada. Deve ser executado o 
contrapiso, de maneira a regularizar a superfície. O assentamento de revestimentos no 
piso se assemelha ao revestimento cerâmico nas paredes, com a utilização de argamassa 
colante e acabamento com rejunte. Podem ser utilizados diferentes tipos de revestimento, 
como a madeira, piso cerâmico, cimento queimado, pedra, entre outros (AZEVEDO, 
2004). 
3.2.4.4 Pintura 
A pintura tem como finalidade não só agregar valor estético a edificação, mas também 
evitar a deterioração causada por intempéries, formando uma película resistente, que 
também auxilia no processo de limpeza, lavagem e desinfecção. A escolha de cores claras, 
por exemplo, pode-se obter um interessante conforto térmico, pois a luz solar reflete em 
sua superfície, portanto tem grande importância em termos de desempenho (AZEVEDO, 
2004). 
3.2.5 Esquadrias 
Os componentes das portas instaladas no sistema convencional (Figura 6) constituem um 
sistema funcional, cujos elementos são: batente ou marco; guarnição (alizar); folha ou 
folhas; e ferragem (POZZOBON, 2007). 
28 
 
O batente é o elemento fixo que é instalado junto ao vão da parede. O batente possui um 
rebaixo em sua superfície, onde a folha se encaixa, conhecido como jabre. O alizar 
compõe o acabamento da porta, instalado entre o marco e a alvenaria, e a espuma 
expansiva auxilia na fixação do marco na alvenaria, com a finalidade de eliminar vazios 
e evitar que o marco empene (POZZOBON, 2007). 
 
Figura 6: Esquema de encaixe do marco com a alvenaria. 
Fonte: Pozzobon, 2007. 
É possível encontrar diversos tipos de esquadrias para janelas no mercado, como PVC, 
alumínio, ferro, madeira, entre outros (BORGES, 1998). 
A instalação da esquadria de alumínio tem início com a colocação do contra marco. Este 
deve ser instalado levando em conta o nível e o prumo, pois se o contra marco não estiver 
alinhado com a alvenaria e estrutura, a esquadria não será instalada corretamente, 
acarretando em problemas ao usuário e prejudicando a estética da fachada da edificação. 
Como é possível observar na Figura 7, as taliscas devem ser posicionadas de maneira a 
indicar o plano final de acabamento com a alvenaria e as grapas devem ser chumbadas na 
mesma (POZZOBON, 2007). 
29 
 
 
Figura 7: instalação do contra marco. 
Fonte: Pozzobon, 2007. 
3.2.6 Cobertura 
As coberturas têm como função principal a proteção das edificações, contra a ação das 
intempéries, atendendo às funções utilitárias, estéticas e econômicas. As coberturas mais 
comuns são as de telha, com estrutura de madeira como: concreto, cerâmico, 
fibrocimento, entre outros (OLIVEIRA, 2012). 
Segundo Borges (2009), pode-se dividir o telhado em duas principais estruturas: 
madeiramento e cobertura. 
Na cobertura telhado de telhas cerâmicas ou de concreto, utilizam-se por metro quadrado 
em média 15 a 16 telhas, enquanto o caimento deve ser de no mínimo 35% de inclinação. 
Já para a cobertura de fibrocimento com ondulação de 6mm e 8mm, o caimento mínimo 
deve ser de 22% (BORGES, 1998). 
Ainda segundo Borges (2009), pode-se subdividir o madeiramento em armação e trama. 
A armação é a parte estrutural do madeiramento, constituída por tesouras ou treliças, 
cantoneiras, escoras, entre outros. Utiliza-se mais comumente a peroba, por suas 
características de resistência ao apodrecimento e por não ser tão dura quanto o ipê, 
30 
 
cabreúva, entre outros. Ao se calcular e projetar uma tesoura deve-se usar bitolas 
comerciais para não encarecer demasiadamente a estrutura. A trama é constituída de 
terças, caibros e ripas, que se apoiam sobre a armação e, por sua vez, servindo de apoio 
às telhas. A Figura 8 ilustra um esquema de uma estrutura de cobertura em madeira. 
 
Figura 8: Esquema de estrutura de cobertura em madeira. 
Fonte: Oliveira, 2012. 
3.2.7 Instalações elétricas 
De acordo com Oliveira (2012), para se executar as instalações elétricas de uma 
construção convencional são realizados cortes e rasgos nas paredes de alvenaria, gerando 
resíduos e desperdício de material, aumentando mão de obra e custos. Após a abertura de 
rasgos, segue-se com a colocação da instalação dos eletrodutos, caixas e quadros, 
conforme indicado em projeto. Em seguida, é realizado o fechamento dos rasgos, que 
mais uma vez, requer tempo e mão de obra, utilizando argamassa. Se for necessário fazer 
manutenção na instalação, deve-se abrir mais uma vez os rasgos e fecha-los novamente. 
É necessário então fazer a passagem da fiação correspondente, de acordo com o projeto, 
por dentro dos eletrodutos embutidos na parede. A fiação aérea passa também por 
eletrodutos que são fixados na laje superior, podendo também ser embutidos na estrutura 
durante a concretagem. Posteriormente, deve ser adicionado os dispositivos e seus 
respectivos acabamentos nas caixas de interruptores, tomadas e nos quadros (OLIVEIRA, 
2012). 
 
31 
 
 
3.2.8 Instalações hidrosanitárias 
Nas instalações hidráulicas, o processo de instalação da tubulação é similar às instalações 
elétricas, sendo necessário a realização de rasgos para a passagem dentro das alvenarias, 
novamente contribuindo para geração de resíduos e desperdício de materiais. Após a 
fixação da tubulação, depois da realização do acabamento das paredes, deve-se instalar 
os registros, torneiras e acabamentos (OLIVEIRA, 2012). 
Segundo descreve Azevedo (2004), as instalações hidrosanitárias englobam diversos 
sistemas da edificação: águas pluviais, águas cloacais, água fria, água quente e incêndio. 
Devem ser executadas de maneira a facilitar futuras manutenções. A utilização de shafts 
é necessária para instalações sanitárias, não podendo ser embutidas em estruturas de 
concreto como vigas, pilares e lajes. Devem ser previstas em projetos as aberturas em 
vigas e lajes, caso necessário, para passagem de tubulações, e devem ser executados 
reforços caso necessário, seguindo o projeto estrutural. 
3.3 Materiais utilizados 
O processo construtivo em alvenaria convencional é um processo que tem como 
característica a utilização de uma grande quantidade de insumos, tanto na sua estrutura 
de concreto, quando nas vedações. Tendo em vista a falta de padronização e a qualidade 
muitas vezes deficiente na produção destes materiais, combinado com a elevada 
quantidade em que são utilizados, o controle no recebimento dos insumos torna-se um 
fator de grande importância e complexidade nesse tipo de obra. 
É necessário inspecionar os insumos no momento da entrega e fazer o armazenamento 
em locais adequados, seguindo as boas práticas e o sistema de gestão da qualidade. 
Paralelamente, por serem materiais e insumos de baixo nível de industrialização, tem 
baixo valor agregado. Isso faz com que não exista um cuidado na utilização dos mesmo, 
gerando grandes quantidades de resíduos nas obras e, muitas vezes, o controle da 
qualidade no armazenamento e recebimento dos mesmo é negligenciado. 
Nesse item serão descritos os materiais mais utilizados na parte estrutural e vedaçãodo 
sistema de alvenaria convencional. Para a finalidade desse trabalho, não serão descritos 
32 
 
os demais materiais de construção utilizados nas instalações, revestimentos de piso e 
parede, esquadrias e ferragens, acabamentos e forro, por não serem pertinentes ao estudo. 
3.3.1 Concreto armado 
Os principais componentes do concreto armado são aço, água, agregado miúdo, agregado 
graúdo, cimento e ar. Podem ser adicionados outros compostos para conferir outras 
características ao concreto, como pozolanas ou sílica ativa, assim como aditivos químicos 
diversos (GONÇALVES, 2015). 
3.3.1.1 Cimento 
O cimento é composto de clínquer e de adições, sendo o clínquer seu principal 
componente, presente em todos os tipos de cimento. O clínquer tem como matérias primas 
básicas o calcário e a argila. Para a fabricação, a rocha calcária inicialmente britada e 
moída é misturada com argila moída. A mistura é submetida a um calor intenso de até 
1.450°C e então bruscamente resfriada, formando pelotas - o clínquer. Após moagem o 
clínquer transforma-se em pó. A propriedade básica do clínquer é ser um ligante 
hidráulico, que endurece em contato com a água (MEHTA e MONTEIRO, 1994). 
Contudo, para formar o cimento, o clínquer recebe em sua mistura outros compostos. 
Pode-se citar como principais adições os materiais carbonáticos, pozolanicos, escorias de 
alto-forno e o gesso, que são adicionados na moagem. Tais compostos conferem as 
propriedades dos diferentes tipos de cimento. 
O cimento Portland, principal elemento do concreto, foi desenvolvido em 1824 pelo 
construtor inglês Joseph Aspdin. É um pó fino, de coloração acinzentada, que sob a ação 
da água produz reações químicas. Tais reações conferem ao composto características 
aglomerantes, que levam ao seu endurecimento. O estágio de endurecimento é 
irreversível, de maneira que uma vez endurecido, o composto não mais se dissolve sob a 
ação da água (BASTOS, 2006). 
No mercado, se pode encontrar uma enorme variedade de cimentos para a 
comercialização. Usualmente, o cimento é vendido em sacos de 50 kg, embalado em 
papel impermeável, onde devem estar assinalados o tipo do cimento, indicado por uma 
sigla composta por letras e algarismos romanos, assim como sua classe, impressa em 
algarismos arábicos, indicando a resistência a compressão aos 28 dias de idade em 
33 
 
argamassa normal. Pode-se usar como exemplo um saco de cimento que contém a 
inscrição “CP I-25”, onde “CP I” indica que o cimento é do tipo Portland comum, 
enquanto o numeral 25 indica que aos 28 dias de idade em argamassa normal o composto 
deverá apresentar 25 MPa de resistência mínima a compressão. Essas informações devem 
estar de acordo com a NBR 8953 (GONÇALVES, 2015). 
Segundo Gonçalves (2015), é importante salientar que, de acordo com a NBR 6118, deve 
se armazenar adequadamente o concreto tendo em vista suas características reagentes a 
água. No item 8.1.1.3 da referida norma, são feitas as seguintes recomendações a respeito 
do armazenamento correto do cimento: 
a) Não misturar lotes recebidos em épocas diferentes; 
b) Consumir na ordem cronológica do recebimento; 
c) Pilhas no máximo com 10 sacos, podendo atingir 15 sacos se o tempo de 
armazenagem for no máximo de 15 dias; 
d) Local protegido da ação de intempéries, da umidade e de outros agentes nocivos 
(barracões cobertos, fechados lateralmente, assoalho de madeira afastado do 
chão e as pilhas de sacos de cimento afastadas das paredes). 
As recomendações feitas nos itens a) e b) são feitas devido ao prazo de validade para a 
utilização do cimento. É necessário utilizar as remessas mais antigas primeiro, para evitar 
que seja ultrapassado o tempo de consumo recomendado pelo fabricante antes da 
inutilização da mesma. Logo, para q isso seja respeitado não se deve misturar lotes 
diferentes de cimento. O prazo para a validade do concreto é dado pelo fabricante e pode 
ser obtido através da data de fabricação do lote, impressa na embalagem (GONÇALVES, 
2015). 
3.3.1.2 Agregados 
Pode-se argumentar que a função primária dos agregados no concreto é o preenchimento 
de lacunas entre os aglomerados de cimento, permitindo o endurecimento da massa sem 
a adição de quantidades elevadas de cimento. As partículas de cimento, em sua expansão 
se ligam as partículas dos agregados, resultando num composto rígido. A utilização de 
agregados na massa confere ao concreto outras propriedades, tais como a redução da 
retração da pasta de cimento, o aumento da resistência ao resgate, melhor trabalhabilidade 
da massa e o aumento da resistência ao fogo (GONÇALVES, 2015). 
34 
 
Logo, os agregados ganham uma importância não só em termos estruturais, como também 
em aspectos econômicos, pelo fato de se tratarem de materiais de baixo custo quando 
comparados com o cimento. Além disso, os agregados compõem grande parte da 
composição do concreto (BASTOS, 2006). 
3.3.1.3 Água 
A importância da água na estrutura do concreto armado é evidente em seu processo de 
fabricação. Sem esse componente, a reação do cimento e o consequente endurecimento 
da mistura não seria possível. A água possibilita as reações químicas, chamadas reações 
de hidratação, que irão garantir as propriedades de resistência e durabilidade do concreto. 
A NBR 6118 especifica os níveis aceitáveis de substancias nocivas na água. Para o 
concreto armado, a água potável é a mais indicada (GONÇALVES, 2015). 
Além disso, a água é o componente que confere ao concreto sua característica fluida no 
momento da mistura. Ela tem a função de lubrificar as demais partículas, proporcionando 
um melhor manuseio do concreto (GONÇALVES, 2015). 
“A água de mistura do concreto é, possivelmente, o seu 
componente menos dispendioso, mas também é, seguramente, um 
dos mais importantes” (SOUZA e RIPPER ,1998). 
 
A proporção entre a quantidade de cimento e água utilizada no concreto é o que define o 
fator água/cimento. Tal fator tem influência direta na resistência final do concreto. Na 
Figura 9 é possível observar a relação entre tal fator e a resistência a compressão em MPa 
(GONÇALVES, 2015). 
35 
 
 
Figura 9: Decréscimo da resistência à compressão com o aumento do fator água/cimento. 
Fonte: Souza e Riper, 1998. 
Segundo Souza e Ripper (1998), ainda sobre a utilização desse insumo e sua influência: 
“A influência da água na alteração das propriedades do concreto 
acontece através das substâncias nela dissolvidas ou em suspensão 
(argila, silte). Nestes casos, se a quantidade for elevada, poderá 
acontecer o impedimento da cristalização dos produtos da reação 
do cimento com a água, com a consequente perda de coesão do 
produto”. 
 
3.3.1.4 Aditivos 
Cánovas (1984), define aditivos como produtos que alteram as propriedades do concreto: 
 "[...] são produtos que, acrescentados aos aglomerantes no 
momento de sua elaboração, e em condições adequadas, nas formas 
convenientes e nas doses precisas, têm por finalidade modificar ou 
implementar, em sentido positivo e em caráter permanente, certas 
propriedades do conglomerado, para seu melhor comportamento 
em todos ou em algum aspecto, tanto no estado fresco como 
endurecido". 
 
De maneira mais simples, pode-se definir os aditivos como substâncias que são 
adicionadas de maneira controlada, de maneira a alterar características do concreto, tanto 
no momento da concretagem, quanto após sua cura (BASTOS, 2006). 
Bastos (2006) cita algumas orientações para a utilização de aditivos em concretos: 
36 
 
a) “Os aditivos devem ser evitados de serem utilizados, ou 
seja, procura-se obter um concreto com as propriedades 
desejadas sem o recurso do aditivo; 
b) Quando o aditivo for necessário, deverão ser empregados 
ensaios, para que não haja nenhuma incompatibilidade com 
os aglomerantes. Após, deve-se fazer um rigoroso controle 
na dosagem do aditivo. 
c) Os aditivos não devem ser utilizados para corrigir defeitos 
próprios do concreto,como má dosagem, má execução na 
obra ou seleção incorreta dos seus componentes; 
d) Os aditivos devem ser conservados de modo adequado, para 
que não haja alterações de suas propriedades. Os aditivos 
em pó devem ser mantidos em lugares secos, a fim de ser 
evitado a formação de “torrões” por conta da umidade. Os 
aditivos líquidos, devem ser protegidos do calor e agitados 
antes do uso, para evitar que as eventuais sedimentações 
ocorridas tirem sua uniformidade; 
e) Deve-se atentar para que se tenha uma mistura uniforme do 
aditivo em toda massa de concreto, para que seja garantido 
a homogeneidade; 
f) O emprego de vários aditivos em um único traço de 
concreto pode ocasionar o aparecimento de efeitos 
patológicos, devido a uma possível incompatibilidade da 
mistura.” (BASTOS, 2006) 
 
3.3.1.5 Aço 
O aço é uma liga metálica, formada essencialmente por ferro e carbono. Sua principal 
diferença em relação ao ferro fundido é em relação a quantidade de carbono, cujo teor nas 
ligas de aço varia entre 0,008% até 2,11%, enquanto nas ligas de ferro fundido tem o teor 
acima de 2,11% (FREITAS, 2007). 
A obtenção do aço é através da mistura de minério de ferro, coque (retirado de carvão 
mineral), que são sintetizados em alto-forno, sob temperaturas da ordem de 1500 ºC 
(FREITAS, 2007). 
Os aços são classificados segundo sua tensão de escoamento. Sua nomenclatura é dada 
pelas letras CA, seguidas pelo valor da sua tensão de escoamento em kgf/mm². Dessa 
maneira, para um aço com especificação CA-25, obtém-se uma tenção de escoamento de 
25 kgf/mm², ou 250 MPa (FREITAS, 2007). 
Os aços estruturais de fabricação nacional para concreto armado podem ser classificados 
em dois principais grupos (FREITAS, 2007): 
37 
 
a) Aços laminados a quente de dureza natural: Antigamente denominados aços tipo 
A, são os mais utilizados no concreto armado, como o CA-25 e CA-50. Os aços 
CA-50 apresentam saliências (mossas) que melhoram a aderência. Como eles 
são laminados a quente, não perdem suas propriedades de resistência quando 
aquecidos e resfriados. Com isso, podem ser soldados com eletrodos 
consumíveis comerciais, e não são tão suscetíveis a ação de chamas moderadas. 
b) Aços encruados a frio: são obtidos por tratamentos a frio dos aços comuns, 
como o CA-60, antigamente denominados aços tipo B. O aço é encruado a frio 
por torção combinada com tração. Havendo defeitos no material, ele rompe por 
ocasião do encruamento, ou seja, a detecção de defeitos na peça é feita durante 
sua própria fabricação. 
3.3.2 Alvenaria 
3.3.2.1 Bloco cerâmico 
A respeito dos blocos utilizados na alvenaria de vedação, Lima (2006) explica que as 
alvenarias podem ter tamanhos variados, a partir da quantidade de furos ou mesmo suas 
espessuras, 4, 6, 8 e 10 furos, ou espessuras de 8 cm, 10 cm, 15 cm e até 20 cm, entre 
outras. 
Ainda segundo Lima (2006), este tipo de tijolo possui uma densidade média de 1300 
kg/m³ sendo assentado com mão de obra convencional. Suas faces passam por vitrificação 
fazendo com que a argamassa tenha melhor aderência. Possuem variação volumétrica 
baixa ao absorver e expelir água e fácil manuseio, mas tem como inconveniente a 
necessidade de quebra do material. 
Os blocos cerâmicos são definidos como sendo um componente de alvenaria em forma 
de um prisma reto, que possui furos prismáticos ou cilíndricos perpendiculares às faces 
que os contém. A qualidade dos blocos cerâmicos está intimamente relacionada à 
qualidade das argilas empregadas na fabricação e também ao processo de produção, 
queimado a elevadas temperaturas (NBR 15270-1, 2005). 
A matéria prima dos blocos é a argila, que sofre uma queima a temperaturas em torno de 
850ºC. É um material não metálico, inorgânico, cujas propriedades físicas são obtidas 
após a queima (LIMA, 2006). 
38 
 
Blocos cerâmicos utilizados na execução de alvenaria de vedação devem seguir os 
requisitos dimensionais, mecânicos e físicos ditados pela NBR 15270-1. Consideram-se 
dois tipos de blocos quanto ao direcionamento de seus furos prismáticos, conforme 
ilustrado na Figura 10 (SANTOS, 2014). 
 
Figura 10: Direção dos furos nos blocos cerâmicos. 
Fonte: Santos, 2014. 
Ainda de acordo com Santos (2014), as dimensões presentes na figura, referentes a largura 
(L), altura (H) e comprimento (C) devem ser, correspondentes a múltiplos e submúltiplos 
do módulo dimensional M = 10 cm menos 1 cm, conforme indicado na Tabela 2. 
39 
 
Tabela 2: Dimensões padronizadas dos blocos 
 
Fonte: NBR 15270-1, 2015. 
Paralelamente, segundo a NBR 15270-1, existem tolerâncias dimensionais e 
características que os blocos cerâmicos devem possuir, que se encontram resumidas na 
Tabela 3. 
40 
 
Tabela 3: Características dos blocos cerâmicos 
 
Fonte: NBR 15270-1, 2015. 
Com a finalidade de determinar a aceitação ou não dos blocos no momento do 
recebimento, a NBR 15270-1 fornece os valores em tabela, que devem ser verificados 
conforme os procedimentos na norma. Esta descreve ensaios e métodos para os fins de 
avaliação de conformidade dos blocos, assim como para a determinação de suas 
características geométricas, mecânicas e físicas. 
Segundos Santos (2014), além dos blocos e meio-blocos existem, outros tipos de 
componentes cerâmicos complementares que integram as alvenarias de vedação, com 
funções específicas como a canaleta U, que permite a construção de cintas de amarração, 
vergas e contravergas, a canaleta J, os blocos de amarração, os compensadores e outros 
que podem ser especificados em projetos, desde que atendam aos requisitos de 
desempenho exigidos. 
3.3.2.2 Argamassa 
A argamassa utilizada para o assentamento dos blocos deve atender aos requisitos 
estabelecidos na NBR 13281, podendo ser preparada em obra ou industrializada. 
Recomenda-se as argamassas mistas, compostas por cal hidratada e cimento. 
41 
 
O cimento confere a massa melhor aderência, resistência mecânica e estanqueidade nas 
juntas da estrutura. Contudo, segundo Santos (2014), na preparação da argamassa, sempre 
que possível, deve-se evitar a utilização de cimentos de alto forno (CP III) ou pozolânico 
(CP IV), pois, devido à importante presença de escória de alto forno e de material 
pozolânico respectivamente, a argamassa poderá ter elevada retração caso não haja 
adequada hidratação do aglomerante; esses tipos de cimento, entretanto, podem ser 
utilizados em situações em que se tenta prevenir reações de compostos do cimento com 
sulfatos presentes na cerâmica. 
Já a cal hidratada, ajuda na redução do módulo de deformação da estrutura, devido ao seu 
poder de retenção de água. Isso dá às paredes maior potencial de acomodação de 
movimentações resultando de deformações impostas. É recomendada a utilização na 
argamassa qualquer um dos tipos de cal que apresenta a NBR 7175. 
As areias utilizadas na argamassa devem atender as especificações da NBR 7211. Para a 
sua utilização, são recomendadas areias médias, com módulo de finura em torno de 2 a 3, 
devem ser bem granuladas e lavadas. 
Conforme a NBR 13281, os ensaios recomendados para as argamassas de assentamento 
são os seguintes: resistência à compressão, densidade de massa aparente nos estados 
fresco e endurecido, resistência à tração na flexão, coeficiente de capilaridade, retenção 
de água e resistência de aderência à tração. 
3.3.2.3 Tela metálica 
Nas ligações entre alvenaria e pilar, a argamassa não confere a aderência necessária para 
estabelecer uma ligação entre essas estruturas. Portanto, é recomendada a utilização de 
telas metálicas, conferindo uma maior aderência entre as estruturas, impedindo que 
patologias oriundas da deformação independente dessas estruturas ocorram (SANTOS, 
2014). 
Tais telas devem ser metálicas eletrosoldadas, galvanizadas e com fios de diâmetro de 
aproximadamente 1 mm, com malha quadrada de 15mm. Essas telas devem atender as 
especificações da norma NBR 10119. 
 
 
42 
 
3.4Equipamentos e ferramentas utilizados 
Um dos motivos que faz com que o método de construção alvenaria convencional seja 
largamente utilizado no Brasil, além da mão de obra e materiais baratos, é o fato dos 
equipamentos e ferramentas utilizados serem muitos simples, de fácil utilização. A seguir 
serão descritos aqueles mais comumente utilizados nas obras que utilizam esse método 
construtivo. 
3.4.1 Alvenaria de vedação 
Segundo Código de Boas Práticas Nº01, as principais ferramentas necessárias para o 
assentamento dos blocos são colher de pedreiro, meia-cana, bisnaga, linha, esticadores de 
linha, réguas de alumínio, prumo de face, escantilhões, broxa, nível de bolha e nível de 
mangueira, esquadros de braço longo, furadeira elétrica e pistola finca-pinos. Podem ser 
utilizados também escantilhões para auxiliar na execução da parede, conforme Figura 11. 
 
Figura 11: Equipamentos e Ferramentas – Alvenaria. 
Fonte: Código de Boas Práticas Nº01, 2011. 
 
 
43 
 
3.4.2 Concreto armado 
Para a execução do concreto armado, as ferramentas e materiais mais utilizadas são 
martelo, prego, nível de bolha e nível de mangueira, prumo, trena, linha, furadeira 
elétrica, peças de madeira e para confecção das formas, escoras de apoio e travamento, 
turquesa, tesoura de corte, serra circular, arame para amarração, espaçadores diversos, 
alicate, desmoldante e escantilhão. 
3.5 Aspectos de qualidade e desempenho 
Como citado no capítulo anterior, a norma de Desempenho NBR 15575 é dividida em 6 
partes. Para os fins desse trabalho, considera-se que, nesse capítulo que versa sobre o 
método construtivo de alvenaria convencional, as duas principais partes a serem atendidas 
são a Parte 2 da norma, que fala sobre o desempenho estrutural, assim como a Parte 4, 
que fala sobre vedações. 
Para o atendimento da NBR 15575, primeiramente é necessário que o projeto e a execução 
da estrutura de concreto estejam de acordo com as exigências da NBR 6118, citada nesse 
capítulo. Com isso, segundo a norma, é possível garantir que as tensões e deformações 
estejam de acordo com os limites especificados em ambas as normas. 
A respeito da Parte 4, existem diversos requisitos que devem ser cumpridos pelo sistema 
de vedação, como é ilustrado na Tabela 4. 
Tabela 4: Estrutura dos requisitos na NBR 15575-4. 
 
44 
 
Fonte: Shin, 2016. 
Segundo a CBIC (2013), as paredes de alvenaria devem atender diversos requisitos 
relacionados ao uso cotidiano da estrutura, como estabilidade e resistência estrutural, 
ausência de deslocamentos, fissuração e falhas nos sistemas de vedação, resistência a 
solicitação de cargas provenientes de peças suspensas atuantes no sistema, resistência ao 
impacto de corpo-mole, resistência a ações transmitidas por portas, resistência a 
incidência de Impacto de corpo duro e resistência a cargas de ocupação incidentes em 
guarda-corpos e parapeitos de janelas. 
A alvenaria deve, durante um incêndio, dificultar a ocorrência de inflamação 
generalizada, a propagação do incêndio, e preservar a estabilidade estrutural da 
edificação. A estrutura da alvenaria de vedação por si possui boa resistência ao calor, 
sendo um material incombustível. 
Além disso, a parede deve ser capaz de se manter estanque à água proveniente de fontes 
externas e internas nas áreas molhadas, o que é facilmente alcançado pela alvenaria, que 
é impermeável. 
O conforto térmico e acústico é caracterizado pelo conjunto de estrutura, vedações, 
revestimento e esquadrias. As paredes externas devem apresentar uma transmitância 
térmica mínima estabelecida, diferente para cada zona bioclimática do país e deve existir 
a ventilação necessária em ambientes de longa permanência. O conforto acústico deve 
respeitar os limites estabelecidos pela norma e medidos por testes no local. Os materiais 
utilizados nos revestimentos podem ter influência em ambos aspectos da vedação. 
A alvenaria, quando executada respeitando-se as boas práticas da construção civil e 
seguindo um controle de qualidade, sem o surgimento de patologias e feitas as 
manutenções adequadas, costuma apresentar um bom desempenho em geral, o que 
contribuiu para sua popularização. 
3.6 Aspectos de manutenção e durabilidade 
Os sistemas de vedação deverão apresentar vida útil maior ou igual à definida na norma 
de desempenho NBR 15575. A durabilidade da alvenaria de vedação de blocos cerâmicos 
é definida pelo tempo que a estrutura continua cumprindo as funções que lhe forem 
atribuídas, seja pela degradação que a conduz a um estado em que o desempenho passa a 
45 
 
não ser satisfatório para o usuário ou até mesmo pela obsolescência funcional da estrutura. 
A durabilidade é influenciada diretamente pela atividade de manutenção da estrutura e 
pelo ambiente ao qual está exposta (BORGES, 2010). 
É possível observar na Figura 12 a influência dos efeitos da manutenção sobre a 
durabilidade da edificação e o aumento de sua vida útil de projeto (VUP). Há um aumento 
substancial na vida útil quando são aplicadas as manutenções, o que destaca a importância 
do manual do usuário, onde devem estar descritas as ações de manutenção a serem 
realizadas (POSSAN e DEMOLINER, 2015). 
 
Figura 12: Desempenho de acordo com a manutenção. 
Fonte: Possan e Demoliner, 2015. 
A vida útil pode ser resumida em o período de tempo compreendido entre o início de 
operação e o uso de uma edificação até o instante em que o seu desempenho para de 
atender às exigências do usuário, influenciada diretamente pelas atividades de 
manutenção e pelo ambiente no qual a edificação está exposta (BORGES, 2010). Na 
Tabela 5 pode-se observar os tempos de vida útil requerido para cada elementos da 
estrutura segundo norma. 
46 
 
Tabela 5: Vida útil dos diferentes sistemas da edificação. 
 
Fonte: ABNT, 2013. 
As construções realizadas utilizando esse método construtivo, mesmo com pouca 
manutenção, podem facilmente atingir a VUP estabelecida para as estruturas. Segundo 
Santos (2013), as paredes de alvenaria em bloco cerâmico possuem durabilidade superior 
a cem anos, sem proteção e sem a necessidade de manutenção. 
3.7 Aspectos ambientais 
O sistema construtivo em alvenaria convencional pode ser considerado um processo 
artesanal. Essa característica pode dar origem a erros, que tornam a estrutura mais 
suscetível a ocorrência de patologias e erros, podendo acarretar em desperdícios. Assim 
como há desperdício nos rasgos nos tijolos feitos para alocar as instalações (CONDEIXA, 
2013). 
Além disso, segundo Condeixa (2013), o sistema vedação em alvenaria tem produção 
semi artesanal e pouco padronizada na fase pré-construção, que inclui a fase de extração, 
beneficiamento e produção dos produtos primários que compõem a estrutura final, com 
grande perda durante produção e no transporte dos mesmos. 
Na fase de manutenção, principalmente na demolição de estruturas, há geração de grande 
quantidade de resíduos, de materiais particulados e de ruídos. Com isso, o sistema de 
alvenaria convencional, segundo Condeixa (2013), se destaca pelo grande desperdício de 
matéria-prima e pela grande produção de resíduos, como a grande quantidade de madeira 
oriunda das formas do concreto armado. 
47 
 
É importante destacar que o sistema construtivo em alvenaria convencional possui um 
ciclo de vida muito extenso. Uma vez construída, como já mencionado nesse capitulo, 
uma edificação executada por esse método pode durar por muitos anos. Além disso, as 
características de sua vedação permitem a modificação das habitações, aumentando ainda 
mais sua vida útil. 
Condeixa (2013) salienta também que os resíduos gerados pela demolição ou entulho das 
obras podem ser reciclados, diminuindo seu impacto ambiental. 
3.8 Aspectos de prazo e custo 
Como já foi destacado ao longo do capítulo, a alvenaria convencional utiliza materiais e 
insumos de baixo custo, trazendo uma série de vantagens em termos de orçamento, alémda mão de obra ser barata e pouco especializada. Apesar disso, o fato do material 
desvalorizado faz com que não se de tanta importância a perdas. 
De acordo com estudo realizado em Zamin (2009) em relação aos custos da construção 
realizada utilizando o método da alvenaria convencional, especificamente para uma 
habitação popular, calculados pelo CUB no mês de setembro de 2009, é de 
aproximadamente R$600,00/m². 
Nesse estudo, os itens que mais pesaram no orçamento foram, respectivamente, 
infraestrutura, cuja parcela do valor foi de 12%, e supraestrutura e estrutura de cobertura, 
com 11% no total. O valor total de concreto armado utilizado na construção foi de 16% 
do valor total da casa. 
Além disso, por ser um método construtivo que possui baixa produtividade, com 
características de processos artesanais, que necessitam de verificação e controle, tem 
prazo elevado em relação a outros processos mais racionalizados de construção, o que é 
um agravante para o aumento dos custos da obra, pela necessidade de se utilizar muita 
mão de obra. 
Apesar do desenvolvimento do setor de construção civil, as edificações em alvenaria 
convencional têm algumas limitações intrínsecas ao processo construtivo, que fazem com 
que tenha baixa produtividade em relação a métodos construtivos racionalizados. As 
características do processo de construção da alvenaria e as etapas que o compõem, como 
por exemplo a necessidade de se esperar pelo tempo de cura das estruturas de concreto, 
48 
 
ou o tempo de espera para se realizar a o encunhamento de uma parede, fazem com que 
o método leve muito mais tempo para ser executado. 
A baixa produtividade nessas construções, assim como a necessidade da utilização de 
várias frentes de trabalho simultâneas acarretam na utilização de uma quantidade 
abundante de mão de obra. 
 
49 
 
4. Sistema construtivo Light Steel Frame 
4.1 Light Steel Frame – Contextualização 
De acordo com Santiago, Freitas e Crasto (2012) o sistema Light Steel Framing (LSF) “é 
um sistema construtivo de concepção racional, que tem como principal característica uma 
estrutura constituída por perfis formados a frio de aço galvanizado”. Apesar de ser um 
método ainda pouco conhecido, vem aparecendo como uma opção para a realização de 
construções, além de ter ganhado certo espaço devido ao fato de sua característica 
industrial oferecer maior cuidado com a qualidade envolvida no processo de fabricação e 
pela maior velocidade no manuseamento. 
O sistema Light Steel Framing (LSF), chamado também de Light Gauge Steel Framing 
se trata de um melhoramento do sistema Light Wood Framing (LWF), sistema 
autoportante de construção realizada em madeira muito conhecido em países como 
Canadá e Estados Unidos. Tal método, que utilizava madeira para fazer o fechamento em 
placas mais finas, surgiu inicialmente em meados do século XIX. Devido ao acelerado 
crescimento urbano da época, o sistema LWF ganhou grande popularidade (SANTIAGO; 
FREITAS; CASTRO, 2012). 
A madeira é muito utilizada e difundida em países da América do Norte, no entanto, como 
material de construção apresenta muitas desvantagens, como a facilidade de combustão, 
por exemplo. No ano de 1871, houve um incêndio de proporções estrondosas na cidade 
de Chicago, fazendo com que a maioria da cidade fosse consumida pelo fogo, devido ao 
fato de que grande parte das construções da cidade eram feitas de madeira. Outra grande 
ocorrência foi conhecida em 1906; muitos incêndios ocorridos devido ao sismo de São 
Francisco fizeram com que cerca de 250 mil pessoas ficassem desabrigadas devido às 
casas de madeira (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012). 
Logo após a Segunda Grande Guerra, o aço passou a ser largamente utilizado nos países 
desenvolvidos. Na Feira Mundial de Chicago em 1933, foi apresentado ao público o 
primeiro molde em LSF para habitações. Projeto que foi desenvolvido por mais de uma 
pessoa, tratou-se de uma junção de interesses da comunidade que necessitava de uma 
alternativa para suas casas, a fim de que não ocorressem mais problemas com incêndio 
(SANTIAGO; FREITAS; CASTRO, 2012). 
50 
 
A elaboração estrutural do novo sistema era muito parecida com o LWF, porem com a 
estrutura em aço galvanizado a frio, de acordo com Santiago, Freitas e Castro: 
“Processo pelo qual compõe-se um esqueleto estrutural em aço 
formado por diversos elementos individuais ligados entre si, passando 
estes a funcionar em conjunto para resistir às cargas que solicitam a 
edificação e dando forma à mesma.” (SANTIAGO; FREITAS; 
CASTRO, 2012, p.12). 
O Light Steel Frame (LSF) é um sistema construtivo que utiliza perfis de aço dobrados a 
frio em sua estrutura, aplicada em conjunto com subsistemas racionalizados, culminando 
em uma construção industrializada e a seco. Tem como principais características a 
racionalização e modulação (RODRIGUES, 2006). 
Sua estrutura é composta por um grande número de elementos estruturais, que são 
projetados a resistir a uma parcela da carga total aplicada na estrutura, possibilitando a 
utilização de peças esbeltas e painéis mais leves (RODRIGUES, 2006). 
Segundo Castro (2005), os perfis utilizados no LSF são obtidos através da perfilagem a 
partir de bobinas de aço galvanizado. Segundo a NBR 15253 (2005), as espessuras das 
chapas de aço podem variar de 0,80 a 3,0mm. As seções (Figura 13) mais comumente 
utilizadas nas construções são: o perfil “U” enrijecido (Ue) para montantes e vigas; o “U”, 
utilizado como guia na base e no topo dos painéis; o “Cartola” (Cr) empregado em ripas; 
e, finalmente, as cantoneiras (L). 
 
Figura 13: Seções de perfis para LSF. 
Fonte: Castro, 2005. 
 
 
51 
 
4.2 Aspectos do processo construtivo 
4.2.1 Fundação 
O tipo de fundação utilizado nas edificações depende de diversos parâmetros como 
topografia, resistência do solo, nível do lençol freático, entre outros. Por possuir 
limitações quanto ao número de pavimentos, o LSF é mais utilizado em casas, 
consequentemente, na maior parte das vezes são utilizadas fundações rasas em concreto 
armado, como radier, sapata corrida ou viga baldrame. Além disso, como a supra estrutura 
do LSF não é ligada a fundação, como ocorre com as estruturas de concreto armado, a 
ancoragem dos painéis estruturais na fundação é essencial, geralmente executada com a 
utilização de parabolts expansíveis (CASTRO, 2005). 
Segundo Castro (2005), em fundações de radier executadas para estruturas em LSF é 
recomendável a execução de vigas sob as paredes portantes, para que a fundação 
apresente mais rigidez. As instalações elétricas e hidrosanitárias devem ser instaladas 
antes da concretagem desta fundação, que deve ser executada sob manta de 
impermeabilização, para evitar passagem de umidade para a edificação. 
Na fundação em sapata corrida em concreto armado, executam-se vigas posicionadas sob 
os painéis estruturais do LSF. O contrapiso pode ser executado em concreto, ou 
utilizando-se perfis formados a frio, apoiados sobre tais vigas, funcionando como uma 
laje. Por ser um método mais demorado e custoso, Castro (2005) não recomenda a 
utilização de sapata corrida em estruturas de LSF, principalmente em edificações 
populares. É uma fundação mais indicada para quando se tem limitações topográficas no 
terreno. 
Após a executada da fundação, deve ser realizada a ancoragem da supraestrutura, 
podendo ser feita com parabolts expansíveis (Figura 14), que, como já mencionado, é o 
método mais comumente utilizado. Deve-se executar furos na estrutura de concreto, nos 
locais especificados em projeto, para a aplicação do parabolt, o qual se expande à medida 
que é rosqueado, fazendo a fixação na estrutura. Este tipo de ancoragem apresenta alta 
resistência a arranque, garantindo a fixação dos painéis na fundação (CASTRO, 2005). 
52 
 
 
Figura 14: Parabolt Expansível. 
Fonte: Catálogo Técnico de Fixação Mecânica, Walsywa, 2018. 
4.2.2 Estrutura 
4.2.2.1 PerfisOs perfis utilizados para construções em LSF são obtidos, segundo Castro (2005), por 
“perfilagem a partir de bobinas de aço revestidas com zinco ou liga alumínio-zinco pelo 
processo contínuo de imersão a quente ou por eletrodeposição, conhecido como aço 
galvanizado.” 
São processos que conferem ao material características de resistência a corrosão 
atmosférica. Desta forma o aço se mantém protegido, mesmo após o corte dos perfis ou 
com a incidência de riscos ou arranhões. 
As seções mais comuns (Tabela 6) para esses perfis utilizados na construção civil são 
com o formato “C” ou “U” enrijecido (Ue) para montantes e vigas, assim como o “U”, 
utilizado como guia na base e no topo dos painéis, que não tem função de transmitir cargas 
(Castro, 2005). 
53 
 
Tabela 6: Perfis de aço formados a frio para uso em LSF e suas respectivas utilizações. 
 
Fonte: NBR 15253, 2005. 
No Brasil as dimensões da alma dos perfis Ue comercializadas são de 90, 140 e 200 mm. 
As mesas podem variar de 35 a 40 mm, dependendo do fabricante e do tipo de perfil 
segundo a Tabela 7. Os outros perfis utilizado nas estruturas de Light Steel Framing são 
cantoneiras, tiras (ou fitas) e cartolas (CASTRO, 2005). 
54 
 
Tabela 7: Dimensões Nominais Usuais dos Perfis de Aço para Steel Framing, 
 
Fonte: Caixa Econômica Federal, 2004. 
As tiras são comercializadas em uma grande variedade de larguras, e são utilizadas para 
a estabilização de painéis e formação de ligações. Já as cantoneiras são aplicadas nas 
conexões de componentes onde um perfil Ue não é adequado e o perfil cartola é 
empregado como ripas do telhado em LSF (GARNER, 1996). 
4.2.2.2 Estrutura vertical 
4.2.2.2.1 Painéis autoportantes 
Os painéis estruturais no LSF transmitem os carregamentos aos quais são submetidos para 
a fundação. Tais carregamentos podem ser verticais, causados pelo peso próprio da 
estrutura e sobrecargas, e horizontais, devido a pressão do vento na edificação (CASTRO, 
2005). 
Os painéis são formados por dois tipos básicos de perfil: os montantes e as guias. Os 
montantes são compostos por perfis tipo U enrijecido (Ue) e são dispostos verticalmente, 
posicionados continuamente com espaçamentos definidos, de maneira a obedecer às 
definições de projeto. Já as guias são compostas por perfis tipo U, dispostas 
horizontalmente nas extremidades dos montantes. Tais espaçamentos variam usualmente 
55 
 
entre 400mm e 600mm, podendo chegar a até 200mm no caso de grandes cargas. O 
dimensionamento destes perfis é feito pela verificação dos esforços de flexo compressão 
e de flexo tração. Quanto maior o carregamento aplicado sob os painéis, menor deverá 
ser o espaçamento entre montantes, e maior o número de montantes a serem utilizados 
(CASTRO, 2005). 
Desta forma, os painéis têm sua largura e comprimento definidos, respectivamente, pelas 
guias e montantes. Os painéis com função estrutural transmitem as cargas diretamente 
para a fundação, para outros painéis ou para as vigas principais. Os montantes, por 
suportarem carregamentos verticais, devem ser alinhados verticalmente de um pavimento 
para o outro. Os parafusos cabeça de lentilha e ponta de broca são os mais utilizados para 
a fixação dos montantes nas guias (CASTRO, 2005). 
Para dar suporte estrutural a esquadrias e aberturas em painéis autoportantes, utilizam-se 
vergas metálicas, que transmitem as cargas dos perfis interrompidos pela abertura até os 
montantes. As vergas são mais comumente compostas por dois perfis Ue conectados entre 
si através de perfis U e aparafusados em suas extremidades. A verga é aparafusada, 
conforme mostra a Figura 15, diretamente na guia superior do painel do pavimento. As 
vergas também são conectadas a ombreiras que têm como função evitar a torção da verga 
em torno do eixo das guias do painel (CASTRO, 2005). 
 
Figura 15: Verga na estrutura de LSF. 
Fonte: Castro, 2005. 
Os perfis verticais não são capazes de absorver os esforços horizontais oriundos da ação 
do vento por si só, portanto, é necessário adicionar contraventamentos na estrutura, para 
que estes sejam absorvidos pelos painéis e transmitidos para a fundação. No LSF, o tipo 
56 
 
de contraventamento mais utilizado é com a adição de fitas. Com dimensões definidas no 
projeto, elas garantem a estabilidade e limitam deformações excessivas, que podem levar 
ao colapso da edificação (CASTRO, 2005). 
4.2.2.2.2 Painéis não estruturais 
Os painéis não estruturais compõem o sistema de vedação da estrutura e não têm a função 
de suportar carregamentos além de seu próprio peso. Tem a estrutura similar ao LSF, 
compostos de montantes e guias, dispostos da mesma maneira que os painéis 
autoportantes. Apesar da estrutura similar, utiliza montantes menos espessos, resultando 
em paredes mais finas. Para a vedação externa, porém, é aconselhada a utilização de perfis 
estruturais, para que o painel possa resistir o peso dos componentes da vedação. Para a 
abertura de vãos não há necessidade da utilização de vergas, pelo fato desses painéis não 
serem feitos para transmitir cargas, mas podem ser utilizadas guias aparafusadas nos 
montantes interrompidos em suas partes superior e inferior (CASTRO, 2005). 
4.2.2.3 Estrutura horizontal 
A estrutura horizontal do LSF segue o mesmo princípio da montagem dos painéis 
verticais, composto por perfis de aço galvanizado, montados e distribuído com 
espaçamentos predefinidos em projeto. Em geral, com o intuito de facilitar a execução 
das estruturas horizontais, utiliza-se a mesma modulação para lajes, paredes e cobertura 
(CASTRO, 2005). 
Essas estruturas tem a função de transmitir as cargas atuantes de utilização da edificação 
para os painéis estruturais, que por sua vez transmitem as cargas para a fundação. A 
estrutura horizontal deve ser suficientemente rígida, não podendo apresentar deformações 
maiores do que aquelas delimitadas em norma (CASTRO, 2005). 
A estrutura horizontal (Figura 16) é composta por vigas de piso, onde são utilizados perfis 
Ue, que devem coincidir com os montantes dos painéis verticais. Utiliza-se perfis Ue 
também nas extremidades da viga como enrijecedores de alma, assim como um perfil U, 
conhecido como sanefa, de maneira a evitar o esmagamento das vigas de piso. As ligações 
entre os componentes são usualmente feitas por parafusos estruturais de cabeça sextavada 
e ponta broca (CASTRO, 2005). 
57 
 
 
Figura 16: Estrutura de Laje de LSF. 
Fonte: Castro, 2005. 
Para a execução do assoalho da estrutura, utilizam-se dois métodos: laje úmida ou laje 
seca. A laje úmida é executada utilizando-se o steel deck, com formas metálicas 
onduladas, dispostas e fixadas sobre as vigas da laje de piso, onde é aplicado o concreto 
armado com tela soldada sobre a forma. Por sua vez, a laje seca (Figura 17) utiliza placas 
rígidas, como a placa de OSB estrutural, ou placas cimentícias em áreas molhadas e 
sujeitas a umidade, dispostas e fixadas na estrutura da laje, assim como no método 
descrito anteriormente. São adicionados também materiais com isolamento térmico e 
acústico, como lã de vidro envolta em filme plástico, sobre esses materiais, com objetivo 
de trazer mais desempenho a estrutura da laje seca. É o método de mais rápida execução 
e de maior eficiência, além de utilizar materiais leves e com boas propriedades estruturais, 
dispensando o tempo de cura e desperdícios gerados na construção (CASTRO, 2005). 
58 
 
 
Figura 17: Esquema de Laje Seca em LSF. 
Fonte: Castro, 2005. 
4.2.2.4 Escadas 
As escadas no LSF podem ser executadas de diversas maneiras. São geralmente 
construídas utilizando combinações de perfis U e Ue para sua estrutura, enquanto nos 
pisos e espelhos dos degraus são utilizadas placas de OSB ou pranchas de madeira maciça, 
aparafusados na estrutura (CASTRO, 2005). 
4.2.3 Fechamentos e revestimentos 
4.2.3.1 Isolamento 
Para garantir à estrutura as característica de desempenho e conforto requeridapelos 
usuários, é necessário embutir na es estrutura do LSF algum tipo de isolamento. O 
conforto termo-acústico é fundamental para o bom funcionamento da edificação, e pode 
ser feito com a aplicação de materiais como lã de rocha, lã de vidro e EPS. Podem ser 
utilizados também fechamentos que contribuam para dar essas características à estrutura. 
A escolha do tipo do isolamento vai depender das necessidade de isolamento térmico e 
acústico do ambiente (CASTRO, 2005). 
A aplicação de lã de vidro é feita, no caso das vedações externas, instalando o material 
na parte interna da construção, instalada dentro do painel, antes de ser completamente 
59 
 
fechado, conforme a Figura 18. Já o EPS é instalado após o fechamento do painel, que é 
utilizado como apoio para sua fixação (CASTRO, 2005). 
 
Figura 18: Aplicação da lã de vidro. 
Fonte: Acusterm, 2018. 
4.2.3.2 Vedação 
4.2.3.2.1 Placa OSB (Oriented Strand Board) 
A placa OSB, como já mencionado anteriormente, é muito utilizada na estrutura 
horizontal do LSF (lajes secas), mas também pode ser aplicada a estrutura vertical. Tem 
bastante resistência estrutural, porém não pode ficar exposto a umidade, necessitando de 
revestimentos impermeáveis quando utilizados em áreas externas (CASTRO, 2005). 
Apesar disso, é o fechamento mais utilizado nas áreas externas, pelo fato de apresentarem 
bom desempenho estético e funcional, além de serem materiais leves, de fácil instalação, 
transporte e armazenamento. O OSB (Figura 19) recebe em sua produção tratamento 
contra a ação de insetos para o prolongamento de sua vida útil (CASTRO, 2005). 
Sua fixação é com parafusos autoatarraxantes, prevendo-se juntas de dilatação de 
aproximadamente 3mm entre as placas. Se utilizadas em áreas molhadas, que terão 
contato com a chuva por exemplo, deve-se aplicar polietileno de alta densidade, de 
maneira a revestir toda a área externa da placa. De maneira geral, essa aplicação ocorre 
60 
 
logo após a instalação das mesmas, de maneira a evitar o contato com a chuva (CASTRO, 
2005). 
 
Figura 19: Aplicação de Placas OSB. 
Fonte: Castro, 2005. 
4.2.3.2.2 Gesso acartonado 
As placas de gesso acartonado são ideais para serem utilizadas no interior das edificações 
de LSF, pois permitem um bom nível de acabamento, e podem ser fixadas tanto em 
painéis estruturais quanto em divisórias não estruturais (VIVAN, 2011). 
Segundo Labuto (2014), sua composição, com aproximadamente 20% em água, garante 
as placas uma elevada resistência ao fogo. No caso de um incêndio, essa água vai sendo 
gradativamente liberada na forma de vapor. Para temperaturas de até mil graus Celsius, 
uma chapa de 12,50mm de espessura (chapa Standard) suporta até 30 minutos de 
exposição às chamas, permanecendo intacta e impedindo a transferência do calor entre 
ambientes. Paralelamente, as placas também são capazes de resistir aos jatos d’água das 
mangueiras de incêndio. Existem diversos tipos de placas especiais para locais onde existe 
uma maior exposição ao calor e potencial exposição ao fogo, assim como placas 
resistentes a umidade e as placas padrão. 
Os três tipos de placa mais utilizados, segundo Castro (2005) e Labuto (2014) são: 
61 
 
Chapas resistentes ao fogo (RF): Tem em sua composição fibra de vidro, material que 
confere um aumento na resistência ao fogo. Ainda, de acordo com Labuto (2014) com 
dias chapas RF (12,5mm cada), uma em cada lado do perfil de aço galvanizado (espessura 
mínima de 70mm), consegue-se atingir 90 minutos de resistência ao fogo. Essa chapa é 
comercializada com o cartão na cor vermelha. 
Chapas resistentes à umidade (RU): Tem em sua composição silicone, capaz de reduzir 
significativamente a absorção de água da placa. Segundo Labuto (2014), em um período 
de duas horas a chapa standard absorve de 30 a 40% do seu peso em água, enquanto no 
mesmo período por norma a RU deve absorver a baixo de 5% do seu peso em água. Logo, 
a placa supera os valores estabelecidos pela norma. A impermeabilização dessas placas 
deve ser feita com uma película à base de emulsão acrílica não estirenada ou borracha 
sintética, de acordo com a NBR 13321:1996 ou NBR 9396:1986. Essa chapa é 
comercializada com o cartão na cor verde. 
Chapas Standard (ST): Chapa tradicional, composta apenas por Gipsita. Essa placa deve 
ter seu uso destinado a áreas secas. 
 
Figura 20: As placas podem ser diferenciadas visualmente através das cores. As que possuem colocação roxa ou 
branca são as Standard (ST), as verdes são resistentes à umidade (RU) e as placas rosas são resistentes ao fogo (RF). 
Fonte: Labuto, 2014. 
As placas de gesso acartonado, comumente denominadas Drywall, são consideradas leves 
e de fácil instalação. Sua superfície é lisa e regular, por isso o acabamento é de fácil 
aplicação, sem a necessidade da utilização de grandes quantidades de revestimento 
(CASTRO, 2005). 
São utilizados em conjunto com as placas isolantes como a lã de vidro, garantindo um 
bom desempenho à estrutura, já que as próprias placas de gesso acartonado também se 
comportam como isolante térmico-acústico. Sua fixação é feita com parafusos 
62 
 
autoatarraxantes, e apresentam grande vantagem em relação a outras vedações internas, 
como a facilidade para a execução e manutenção de instalações (CASTRO, 2005). 
Deve-se atentar também para o tratamento das juntas, pois está diretamente atrelado a 
características de desempenho da estrutura. Existem maneiras distintas de se executar o 
tratamento das juntas, que em geral é feita utilizando massa especial para rejunte e a fita 
de papel micro perfurado (LABUTO, 2014). 
4.2.3.2.3 Placa cimentícia 
Segundo Vivan (2011), as placas cimentícias são compostas por uma mistura de 
agregados, cimento Portland e fibras sintéticas ou de celulose. Pode ser utilizado em áreas 
internas ou externas da edificação, tanto nas estruturas verticais como horizontais e por 
isso são muito versáteis. 
Apresenta boas características, como elevada resistência a umidade e ao fogo, resistência 
mecânica elevada, além de serem compatíveis com a maioria dos revestimentos. São 
facilmente manuseadas e cortadas por equipamentos. As placas de vedação são 
incorporadas ao sistema construtivo LSF, garantindo a limpeza da obra, velocidade e 
leveza da construção. As placas cimentícias tem peso próprio aproximado de 18 Kg/m², 
que varia de acordo com a espessura (CASTRO, 2005). 
Sua espessura é variável, tendo medidas comercias de 6, 8 e 10mm, escolhidas de acordo 
com a função que a placa vai desempenhar. As placas de 6mm são mais utilizadas em 
paredes internas, sem função estrutural, enquanto as de 8mm podem ser utilizadas tanto 
em paredes internas como externas (Figura 21) e as de 10mm são ideais para painéis 
estruturais. As dimensões comerciais são de 1,2m de largura por 2,00 m, 2,40 m, até 3,00 
m de comprimento (VIVAN, 2011). 
De acordo com Castro (2005) e Vivan (2011), as placas são fixadas com parafusos tipo 
cabeça de trombeta e ponta broca. As juntas devem ser tratadas após sua fixação, mais 
usualmente com silicone, principalmente em placas externas. 
63 
 
 
Figura 21: Placas Cimentícias na estrutura de LSF. 
Fonte: Vivan, 2011. 
4.2.3.3 Revestimento 
O LSF pode, em geral, receber qualquer tipo de revestimento que é utilizado na 
construção convencional no Brasil. Contudo, de acordo com o tipo de placa utilizada no 
fechamento dos painéis, pode ser necessária a aplicação de tratamento para receber alguns 
tipos de revestimento. Além da membrana impermeabilizante aplicada nas placas 
cimentícias e de OSB, é necessária a aplicação de argamassa de revestimento, com o 
auxílio do uma tela que é aparafusada na placa, de maneira a garantir a sua aderência. 
Dessa maneira, a placa estará pronta para receber tanto a pintura quando revestimentos 
cerâmicos (SANTIAGO, 2008). 
Segundo Vivan (2011), as placas de gesso acartonado, porém, não necessitam de 
aplicação de argamassa,pois já são preparadas para receber acabamentos, como pinturas 
e revestimentos cerâmicos diretamente sob sua superfície. 
4.2.4 Instalações elétricas e hidrosanitárias 
As instalações nas edificações executadas em LSF tem o mesmo princípios daquelas 
executadas nas estruturas convencionais, portanto os materiais empregados são os 
mesmos, assim como os princípios e considerações de projetos, seguindo os mesmos 
requisitos das normas pertinentes (SANTIAGO, 2008). 
64 
 
Contudo, a execução dessas instalações é muito mais simples nas estruturas de LSF, pois 
podem ser passadas no interior dos painéis, entre os revestimentos. Isso facilita também 
eventuais manutenções, minimizando o desperdício de materiais e o retrabalho (VIVAN, 
2011). 
4.2.5 Cobertura 
Segundo Castro (2005), para a execução de coberturas na estrutura de LSF, são utilizados 
os mesmos perfis de aço galvanizado dos painéis estruturais, que são os perfis U e Ue, 
com alma de 90mm, 149mm, ou até 200mm de altura. Os perfis devem ser posicionados 
de maneira que transmitam as cargas sem gerar efeitos substanciais de segunda ordem. 
Os perfis que compõem a tesoura, treliça ou conjunto de caibros devem estar alinhados 
aos montantes de paredes estruturais. Pode-se utilizar nos telhados telhas cerâmicas, 
metálicas, de fibrocimento entre outras comumente utilizadas em edificações 
convencionais (CASTRO, 2005). 
4.3 Ferramentas utilizadas 
Vivian (2011) recomenda em seu trabalho a utilização de algumas ferramentas, que não 
são comuns em obras tradicionais, devido as peculiaridades na produção do sistema LSF. 
São elas: parafusadeira elétrica, medidor de ângulo digital, chave de torque, medidor de 
distância a laser, giz e linha e nível a laser para ladrilhos. Além disso, podem ser utilizadas 
ferramentas para o corte dos perfis. 
4.4 Ligações 
Segundo Castro (2005), entre os métodos de ligações utilizados no LSF, as ligações 
parafusadas são mais eficientes, pois permitirem a ligação entre vários componentes da 
edificação. 
4.4.1 Parafusos 
Os parafusos autoatarraxantes e autoperfurantes são os mais utilizados nas construções 
em LSF, por serem de fácil execução tanto no canteiro de obras quanto na pré-fabricação, 
além de terem boas características de resistência. São compostos de aço carbono, com 
tratamento cementado e temperado, sendo recobertos com uma proteção de zinco para 
evitar a corrosão. São elementos de extrema confiabilidade do sistema (CASTRO, 2005). 
65 
 
Segundo Castro (2005), estão disponíveis em diferentes tamanhos, que vão do nº 6 ao nº 
14, enquanto os mais usados vão do nº 6 ao nº 10, e seus comprimentos variam de ½ pol. 
a 3 pol. dependendo da aplicação. 
Ainda segundo Castro (2005), na fixação entre elementos, como placas de fechamento e 
perfis metálicos, o parafuso deve ultrapassar o perfil metálico em pelo menos 10 mm, de 
forma a fixar todas as camadas. O comprimento nominal do parafuso utilizado e o seu 
diâmetro estão diretamente relacionados à espessura total do aço que o parafuso precisa 
perfurar. 
O diâmetro do parafuso é a distância externa entre os fios de rosca e o comprimento 
nominal do parafuso é a distância entre a superfície de contato da cabeça do parafuso e 
sua ponta, expressa habitualmente em polegadas. O passo é a separação entre os fios de 
rosca (CASTRO, 2005). 
4.4.1.1 Tipos de parafusos 
Segundo Castro (2005), os parafusos autoatarraxantes apresentam dois tipos diferentes de 
ponta: ponta broca (Figura 22) e ponta agulha (Figura 23). O que vai definir o tipo de 
ponta a ser utilizada é a espessura da chapa metálica a ser perfurada. Parafusos de ponta 
agulha são recomendados para o uso em chapas mais finas, geralmente em perfis 
metálicos não estruturais. Já os de ponta broca são utilizados quando há conexão de várias 
camadas de materiais e são recomendados nas ligações de perfis com função estrutural. 
 
Figura 22: Parafuso com ponta broca. 
Fonte: Castro, 2005. 
 
Figura 23: Parafuso ponta agulha. 
Fonte: Castro, 2005. 
66 
 
A cabeça do parafuso (Figura 24), por sua vez, vai ser definida com base no material a 
ser fixado. Os parafusos com cabeça dos tipos lentilha, sextavada e panela são 
empregados para a fixação entre perfis metálicos (ligação metal/metal), enquanto os 
parafusos com cabeça tipo trombeta servem para a fixação de placas de fechamento nos 
perfis metálicos (ligação chapa/metal). Em geral, as fendas, quando presentes, são do tipo 
Phillips nº 2. Para a fixação de placas de vedação, como OSB e cimentícias, são utilizados 
parafusos com asas no corpo e ranhuras na cabeça tipo trombeta (CASTRO, 2005). 
 
Figura 24: Tipos de cabeça de parafusos mais utilizados em ligações com LSF. Respectivamente: cabeças lentilha, 
sextavada, panela e trombeta. 
Fonte: Elhajj, 2004. 
4.5 Aspectos da qualidade e desempenho 
Segundo Milan, Novello e Reis (2011), o sistema construtivo em LSF possui 
características que facilitam o gerenciamento da produção e do controle de qualidade em 
toda sua a cadeia, como insumos industrializados e fabricados sob normas de qualidade, 
padronização/modulação de medidas, assim como a utilização de mão de obra mais 
qualificada e especializada. 
O sistema de controle de qualidade aplicado a uma obra executada em LSF é similar ao 
controle em uma obra convencional. Devem ser verificadas as estruturas durante sua 
execução, seguindo os padrões e procedimentos definidos pelo sistema de gestão da 
qualidade, assim como os projetos elaborados segundo as normas pertinentes, e também 
o controle de qualidade e recebimento dos materiais utilizados. 
A diferença, porém, reside no fato do sistema em LSF ser racionalizado, tornando todo o 
processo de gestão da qualidade muito mais fácil e eficiente. 
De acordo com Rodrigues (2006), o sistema LSF se diferencia dos demais pela 
composição de seus sistemas que funcionam em conjunto. Apresenta inúmeras vantagens, 
como desempenho termo acústico, material estrutural em aço mais leve e resistente a 
corrosão, durabilidade, redução de resíduos, controle do gasto de material, uso de material 
totalmente reciclável e resistente ao fogo (RODRIGUES, 2006). 
67 
 
Segundo Hass e Martins (2011), em termos de segurança estrutural, o sistema LSF 
apresenta bom desempenho em geral, pois o as paredes com função estrutural dividem 
todo o peso das lajes e demais pavimentos. Uma casa em sistema LSF pode ser associada 
a uma enorme caixa metálica, apresentando assim ótima estabilidade, inclusive a abalos 
sísmicos. 
Além de atender a norma NBR 15575, segue também o Sistema de Avaliações Técnicas 
(SINAT) a partir da diretriz n°003, que impoe exigências para atender ao desempenho 
térmico e acústico. Para esse fim, nas edificações em LSF faz-se uso de diversos recursos, 
porém essencialmente o conforto térmico e acústico é estabelecido pelo sistema de 
fechamento, que quando corretamente projetado garante principalmente a redução de 
gastos posteriores com a energia. 
Segundo Castro (2005), através do isolamento térmico e acústico, que limita a influência 
de intempéries externos, é possível obter o controle da qualidade na habitação, criando 
condições de conforto interno adequado as residências. 
Nesse contexto Santiago (2008) declara que a descontinuidade de camadas acarreta no 
princípio massa-mola, que possibilita o isolamento acústico do método e a soma das 
resistências térmicas dos materiais de cada camada, resultando em sua resistência térmica 
total. 
Dessa maneira, é possível observar que a obtenção do desempenho nas edificações em 
LSF depende principalmente de projeto e execução adequados. É uma estrutura que 
possui bom desempenho estrutural, além dos confortos témoacustico, sonoro, e 
estanqueidade adequados, que vão depender apenas de um projeto adequado dos 
fechamentos. Além disso, por ser industrializado e de construção racionalizada, torna o 
controle da execução mais fácil, assim comouma melhor manutenibilidade, boa 
durabilidade e menor impacto ambiental. 
4.6 Aspectos de manutenção e durabilidade 
Para Hass e Martins (2011), nas obras em LSF o reparo das instalações elétricas e 
hidráulicas é feito de forma simples, fácil e pouco desgastante, pelo fato de ser executado 
pela parte interna da casa, sem a necessidade de danificar a estrutura das paredes, por 
requerer apenas a remoção dos parafusos das placas. Além disso, não apresenta a geração 
de sujeira durante a manutenção. 
68 
 
O LSF é um sistema que requer pouca manutenção ao longo de sua vida útil. Os materiais 
utilizados, por serem de origem industrializada e passarem por um rígido processo de 
controle de qualidade, como já foi descrito nesse capítulo, possui altíssima durabilidade, 
se mantida a integridade dos revestimentos. 
4.7 Aspectos ambientais 
O LSF, como já descrito nesse capítulo, é um método construtivo a seco, pois não utiliza 
água em sua montagem. O uso da água fica restrito a fundação e, se executado, na 
concretagem das lajes steel deck. Os perfis de aço que compõem a estrutura, por passarem 
por processo de industrialização, a quantidade de sobras e entulho gerados é 
significantemente reduzida, além da possibilidade de reciclagem (Campos, 2014). 
De acordo com Alves (2015), os projetos que adotam o LSF apresentam redução no 
desperdício de matéria prima, já que utiliza materiais industrializados, que passam por 
um rígido controle de qualidade na sua fabricação. Por ser um material leve e por não 
utilizar paredes maciças, há redução de consumo de material desde a fundação, por não 
necessitar de construções de altas resistência. A execução do LSF, se adequadamente 
planejada e projetada, reduz consideravelmente a geração de resíduos. 
Por ser um sistema industrializado, a quantidade de resíduos gerados nas construções em 
LSF é bem reduzida, não só na etapa de construção, mas também em futuras manutenções 
que possam vir a ser executadas (CAMPOS, 2014). 
4.8 Aspectos de prazo e custo 
Ainda segundo Alves (2015) o LSF é caracterizado por grande redução do tempo da obra 
que é conseguido através da pré-fabricação dos seus itens. Além disso, o método permite 
que várias etapas sejam realizadas ao mesmo tempo, diferente do convencional. Assim, 
enquanto os painéis das paredes são produzidos na indústria, no canteiro da obra é 
executada a fundação. Após a montagem das paredes, uma equipe dá início à execução 
da cobertura, e outros profissionais dão prosseguimento a outras atividades no interior da 
edificação. 
De acordo com o trabalho de Sanches e Sato (2009), as etapas mais importantes para a 
construção de uma edificação em LSF são de fechamento, revestimento e a estrutura. 
Logo, demandam mais trabalho, material e tempo, e por isso, demandam mais recursos 
69 
 
financeiros para sua execução. Em conjunto, tais etapas são responsáveis, segundo os 
autores, por mais de 44% do valor do imóvel. 
 
70 
 
5. Análise comparativa – Alvenaria convencional X Light 
Steel Frame 
O objetivo desse capítulo é, considerando os atributos qualidade, desempenho, 
durabilidade, prazo e custo, fazer uma avaliação comparativa do método construtivo da 
alvenaria convencional e o Light Steel Frame por etapa construtiva. 
Para fazer essa avaliação, foram utilizados, quando disponíveis, indicadores mensuráveis, 
de maneira a demonstrar as vantagens e desvantagens de cada processo. 
Porém, como foi exposto ao longo desse trabalho, ambos os métodos possuem, muitas 
vezes, similaridades nos processos utilizados. Dessa maneira, para cada item serão 
considerados apenas as etapas pertinentes para cada comparação. 
Para os dados apresentados nesse capítulo, considera-se que as construções utilizadas 
como modelo dos ensaios utilizados como parâmetros de comparação foram executadas 
com base nas boas práticas e não apresentam falhas na execução. 
5.1 Qualidade, desempenho e durabilidade 
5.1.1 Estrutura 
5.1.1.1 Desempenho estrutural 
Bevilaqua (2005) realizou uma série de estudos detalhados a respeito do desempenho 
estrutural do método construtivo em LSF. A autora analisou 13 diferentes proposições 
arquitetônicas e 3 concepções estruturais diferentes (vigamento contínuo apoiado sobre 
painéis estruturais, painéis mais altos para eliminar as vigas de acabamento sobre os 
painéis paralelos ao vigamento e vigas apoiando lateralmente nos montantes). Para isso, 
foram utilizados programas de cálculo estrutural, realizando analises lineares e não 
lineares das estruturas. 
Nesse estudo, observou-se após a realização dos trabalhos de modelagem numérica e 
análise dos dados obtidos que, quando projetado corretamente, o sistema LSF tem um 
ótimo desempenho estrutural, resistindo a todos os esforços solicitantes horizontais e 
verticais. 
71 
 
Paralelamente, é de conhecimento geral que os edifícios executados em alvenaria 
convencional, quando calculados segundo a NBR 6118, atendem adequadamente aos 
requisitos pertinentes a norma de desempenho. 
É importante citar também que, conforme previamente mencionado nesse trabalho, o LSF 
possui uma limitação no número de pavimentos permitidos pela norma, devido as 
características modulares da estrutura. 
5.1.1.2 Durabilidade 
Para mensurar a durabilidade dos sistemas construtivos, utiliza-se o indicador de vida útil. 
A vida útil pode ser definida como o período de tempo durante o qual as estruturas de 
concreto mantêm condições satisfatórias de uso, atendendo as finalidades esperadas em 
projeto (BRANDÃO e PINHEIRO, 1999). 
A vida útil de uma estrutura de concreto depende de diversos fatores, inclusive da 
finalidade da obra. Desse modo, não existe um valor mínimo fixo explicitado na norma. 
Em obras de caráter provisório, transitório ou efêmero, por exemplo, é tecnicamente 
recomendável adotar-se vida útil de projeto de pelo menos um ano. Para as pontes e outras 
obras de caráter permanente, poderão ser adotados períodos de 50, 75 ou até 100 anos. 
Na Tabela 8 é possível comparar os valores definidos em normas diferentes (HELENE, 
2001). 
72 
 
Tabela 8: VUP mínima - diversas normas. 
 
Fonte: Possan e Demoliner, 2015. 
É notório, portanto, que as estruturas de concreto armado são capazes de atingir a vida 
útil determinada por norma, quando corretamente projetadas e construídas conforme as 
boas práticas e submetidas a manutenções regulares. Essa fato pode ser observado pela 
presença de diversas edificações que ultrapassam 50 anos e continuam cumprindo as 
exigências de desempenho. 
A respeito do Light Steel Frame, devido ao rigoroso controle de qualidade dos materiais 
utilizados no sistema construtivo, Way, Popo-Ola, Biddle e Lawson (2009) determinam 
em seu trabalho que, através do cálculo do decaimento da cobertura de zinco das peças 
de aço galvanizado que compõem a estrutura do Light Steel Frame sob diversas 
circunstâncias, uma estrutura sob proteção efetiva da umidade pode atingir 
adequadamente uma vida útil de projeto de pelo menos 200 anos. 
BS 
7543 
(1992)
ISO 
2394 
(1998)
Fib (2006) e 
EN 206-1 
(2007)
NBR 
15575 
(2013)
Fib 53 
(2010)
Temporárias
≥ 10 
anos
1 a 5 
anos
≥ 10 anos - -
Partes estruturais substituíveis 
(Ex.: apoios)
 ≥ 10 
anos
≥ 25 
anos 
10 a 25 anos
23 a 20 
anos
25 a 30 
anos
Estruturas para agricultura e 
semelhantes
- - 15 a 30 anos - -
Estruturas offshore - - - -
≥ 35 
anos
Edifícios industriais e reformas
≥ 30 
anos
- - - -
Edifícios e outras estruturas 
comuns
-
≥ 50 
anos
≥ 50 anos 50 anos
≥ 50 
anos
Edifícios novos e reformas de 
edifícios públicos
≥ 60 
anos
- - - -
Edifícios monumentais, pontes e 
outras estruturas de engenharia 
civil
≥ 120 
anos
≥ 100 
anos
≥ 100 anos -
≥ 100 
anos
Esdifícios monumentais - - - -
≥ 200 
anos
Tipo de estrutura
Vida útil de projeto (VUP) mínima
73 
 
Contudo, ambos os sistemas compartilham de condições necessárias para o alcanceda 
vida útil de projeto, como execução adequada, ausência de falhas e patologias, assim 
como manutenção adequada no envelope das estruturas, evitando a ação de intempéries. 
5.1.2 Vedações 
Em seu trabalho, Ferreira (2015) faz uma comparação entre os sistemas de vedação em 
LSF e alvenaria em blocos cerâmicos em termos de desempenho acústico (isolamento 
acústico), além dos desempenhos térmico (isolamento térmico) e resistência ao fogo, que 
serão desenvolvidos nos itens seguintes. 
5.1.2.1 Desempenho acústico 
Para a comparação entre os desempenhos acústicos dos sistemas em questão, Ferreira 
(2015) utilizou dados do estudo de Silva (2015), que avaliou os valores de redução sonora 
e do sistema de vedação em alvenaria com blocos cerâmicos em comparação com os 
critérios exigidos pela NBR 15575, em comparação com os índices de redução sonora 
obtidos pela própria autora para a vedação do sistema LSF, tanto para paredes de vedação 
externa como interna. Os resultados desse estudo podem ser observados nas Tabelas 9 e 
10. 
 
Tabela 9: Quadro de Comparação dos sistemas de vedação vertical analisados: índice de redução sonora de 
fachadas. 
 
Fonte: Ferreira, 2015. 
74 
 
Tabela 10: Quadro de Comparação dos sistemas de vedação vertical analisados: índice de redução sonora em 
paredes de geminação. 
 
Fonte: Ferreira, 2015. 
A autora salienta que, para paredes de alvenaria, a espessura de revestimento tem 
influência direta na sua capacidade de isolamento acústico, visto que as paredes com 
revestimento mais espesso apresentaram nível superior de desempenho para todas as 
classes de ruído. Entretanto, as paredes avaliadas continham o revestimento usual, com 
reboco, emboço, massa corrida e pintura. 
As paredes em LSF apresentam, de maneira geral, desempenho superior em relação ao 
sistema de vedação em alvenaria convencional, tanto para geminação, quanto para 
paredes de fechamento externo. Isso se deve em grande parte pelo fato de que as paredes 
de LSF podem ser preenchidas com materiais isolantes acústicos, além de poderem ser 
executadas com duas placas de gesso em cada face (FERREIRA, 2015). 
5.1.2.2 Resistência ao fogo 
No critério de reação ao fogo, Ferreira (2015) salienta que os materiais utilizados em 
ambas as modalidades de revestimento são incombustíveis e não propagadores de chama 
e fumaça. Contudo, deve-se ter atenção quanto ao emprego de outros tipos de materiais 
nas faces das paredes. 
75 
 
Para a avaliação da resistência ao fogo, Ferreira (2015) utilizou dados obtidos dos ensaios 
realizados por Silva (2015) para a resistência ao fogo de blocos cerâmicos, segundo as 
exigências da NBR 15575, comparados com os resultados de seus próprios estudos a 
partir das vedações do sistema LSF. Os resultados podem ser observados na Tabela 11. 
Tabela 11: Quadro de Comparação dos sistemas de vedação vertical analisados: Reação ao fogo. 
 
Fonte: Ferreira, 2015. 
Ambos os sistemas construtivos atendem aos requisitos da NBR 15575 de resistência ao 
fogo por 30 minutos. Contudo, a alvenaria convencional tem larga vantagem em termos 
de resistência, obtendo nos ensaios um Tempo Requerido de Resistencia ao Fogo (TRRF) 
de 4 horas. 
5.1.2.3 Desempenho térmico 
O sistema de vedação no Light Steel Frame, como já mencionado nesse trabalho, é 
composto por diversas camadas de fechamentos industrializados. Nesse sistema, a 
resistência térmica total do fechamento é igual à soma das resistências de cada uma das 
camadas, seguindo o conceito de multicamada, e é significativamente influenciada pelo 
arranjo dos materiais utilizados, cujas mudanças são cruciais para o desempenho do 
sistema (SANTIAGO, 2008). 
Consequentemente, a capacidade de isolamento e inercia térmica de uma parede de 
vedação em LSF são diretamente influenciados pelas placas de acabamento utilizadas, 
assim como pela combinação dos elementos adotados no sistema, como o uso de 
isolamento interno, o aumento na medida da alma dos montantes ou a utilização de chapas 
duplas de fechamento (SANTIAGO, 2008). 
Paralelamente, Ferreira (2015) aponta que é de conhecimento geral que o sistema de 
vedação em alvenaria apresenta bom desempenho térmico. 
76 
 
Contudo, Santiago (2008) explicita em seu trabalho que, apesar da utilização de 
envoltórias com propriedades adequadas ser um fator importante para a qualidade térmica 
da construção, a arquitetura também é um fator decisivo nesse aspecto. No Brasil, por ser 
um local de clima quente em geral, deve-se adotar, por exemplo, uma orientação solar 
correta, permitir a ventilação dos ambientes, entre outros, de maneira a garantir que a 
edificação tenha condições desejáveis de conforto. 
Ferreira (2015), como já mencionado nesse capítulo, faz uma comparação entre os 
sistemas de vedação em LSF e alvenaria em blocos cerâmicos em termos de desempenho 
térmico. Para isso, utiliza ensaios comparativos de avaliações técnicas, conforme a 
diretriz SINAT (Sistema Nacional de Avaliação Técnica) n° 3, para a avaliação do 
desempenho no Light Steel Frame, e os resultados obtidos por Silva (2015) de 
transmitância térmica e capacidade térmica para blocos de alvenaria diversos, baseados 
na NBR 15575. Os resultados obtidos são sintetizados na Tabela 12. 
Tabela 12: Quadro de comparação dos sistemas de vedação: desempenho térmico. 
 
Fonte: Ferreira, 2015. 
Apesar do sistema em LSF atender às exigências da NBR 15575, Ferreira (2015) salienta 
que para tal é necessário que as condições ideais sejam adequadas (escolha adequada da 
forração, ventilação, sombreamento e cores da fachada). Paralelamente, para paredes de 
alvenaria não existem condições específicas para o atendimento mínimo do desempenho 
térmico das fachadas de acordo com a norma. 
Logo, a autora do estudo conclui que, em relação ao desempenho térmico das fachadas, 
as paredes de alvenaria apresentam vantagem em termos de desempenho, uma vez que 
77 
 
não necessitam dos mesmos cuidados que o LSF para o atendimento mínimo do conforto 
térmico. 
5.2 Custo e prazo 
Meneghel e Dare (2017) realizaram um estudo comparativo de custos entre os sistemas 
LSF e alvenaria convencional. Para tal estudo, que foi desenvolvido na construção de 
uma edificação multifamiliar de 122,16 m², foram considerados apenas custos diretos. As 
características dos métodos e materiais utilizados na obra podem ser observadas na Tabela 
13. Segundo os autores, foram elaboradas planilhas orçamentárias para cada sistema 
construtivo, que não foram fornecidas. 
Tabela 13: Caracterização da obra conforme sistemas construtivos. 
 
Fonte: Meneghel e Dare, 2017. 
Na Tabela 14 são apresentados os custos diretos globais obtidos por Meneghel e Dare 
(2017), divididos por etapa construtiva. 
78 
 
Tabela 14: Custos diretos globais. 
 
Fonte: Meneghel e Dare, 2017. 
Pode-se observar que, nos projetos em questão as estruturas se diferenciam 
majoritariamente no item dos planos verticais, que compõe a parte estrutural da 
superestrutura da casa em ambos os métodos construtivos, principalmente devido ao fato 
da laje do pavimento e o telhado terem sido executados utilizando os mesmo materiais e 
métodos construtivos. O custo direto global da construção em LSF é 8,6% maior que o 
custo da alvenaria convencional, enquanto o item planos verticais é 24% maior, sendo o 
item de mais peso em ambos os orçamentos (52% do LSF e 45% da alvenaria 
convencional). 
Farias (2013) destaca, porém, que o tempo de construção do LSF é bem mais curto que o 
sistema em alvenaria convencional (Tabelas 15 e 16). Dessa maneira, o desprendimento 
de capital no sistema LSF é feito mais rapidamente. Paralelamente, por sua execução ser 
mais rápida, é possível disponibilizar o empreendimento para venda mais rapidamente, e, 
portanto, podendo ter retorno mais rapidamente. Além disso, a rapidez na construção 
mostra resultados mais expressivos no orçamento o quão maior for o empreendimento.R$ % R$ %
FUNDAÇÃO R$ 2.656,84 1,7% R$ 3.805,79 2,6%
PAVIMENTO PISO R$ 15.401,50 9,6% R$ 17.932,72 12,1%
PLANOS VERTICAIS R$ 82.675,49 51,5% R$ 66.319,73 44,9%
COBERTURA R$ 16.261,31 10,1% R$ 16.261,31 11,0%
FORRO R$ 5.586,06 3,5% R$ 5.586,06 3,8%
ESQUADRIA R$ 20.047,04 12,5% R$ 20.047,04 13,6%
REVESTIMENTO R$ 8.137,48 5,1% R$ 8.137,48 5,5%
PINTURA R$ 9.675,92 6,0% R$ 9.675,92 6,5%
TOTAL
ETAPA
LSF ALVENARIA CONVENCIONAL
 R$ 160.441,64 R$ 147.766,05 
79 
 
Tabela 15: Cronograma do empreendimento em alvenaria convencional. 
 
Fonte: Farias, 2013. 
80 
 
Tabela 16: Cronograma do empreendimento em LSF. 
 
Fonte: Farias 2013. 
Em seu estudo, Farias (2013) obteve um custo de construção 40% maior por m² para a 
casa executada com o sistema em LSF. Essa discrepância em relação ao resultado obtido 
por Meneghel e Dare (2017) se deveu ao fato de os imóveis estudados pelo autor terem 
características diferentes entre si. O custo por m² obtido da construção em LSF foi 
calculado através do custo total de duas casas geminadas, enquanto o da casa em alvenaria 
convencional foi baseado em apenas uma. Além disso, os estudos foram realizados em 
regiões diferentes e datas diferentes. Enquanto estudo de Meneghel e Dare (2017) foi 
realizado na região Sul do Brasil, Farias (2013) realizou o estudo na região sudeste 4 anos 
81 
 
antes, quando os preços dos componentes do LSF eram mais caros e estes eram menos 
disponíveis no mercado. 
5.3 Vantagens e desvantagens 
Com base nas informações levantadas, são apresentados na Tabela 17 as vantagens e 
desvantagens dos métodos construtivos Light Steel Frame e alvenaria convencional. 
Tabela 17: Vantagens e desvantagens - LSF e alvenaria convencional. 
 ALVENARIA CONVENCIONAL LIGHT STEEL FRAME 
 VANTAGENS DESVANTAGENS VANTAGENS DESVANTAGENS 
QUALIDADE 
 Ótima aceitação 
por parte dos 
usuários; 
Flexibilidade em 
reformar e alterar 
as edificações; 
Flexibilidade no 
projeto 
arquitetônico. 
 Controle de 
qualidade 
dificultado; 
Processos com 
característica 
artesanal; 
Muito retrabalho; 
Matéria prima de 
baixa qualidade. 
 Matéria prima de 
alta qualidade e passa 
por processo de 
industrialização; 
Estrutura 
racionalizada, com 
projetos bem 
definidos e 
detalhados; 
Flexibilidade do 
projeto arquitetônico; 
Utiliza mão de obra 
qualificada. 
É preterida em 
relação ao método 
de construção 
tradicional no 
Brasil; 
Limitação de 
pavimentos. 
 
DESEMPENHO 
Excelente 
desempenho em 
geral; 
Estrutura tem 
elevada resistência 
e permite grandes 
vãos. 
 
Costuma apresentar 
patologias; 
Estrutura possui 
elevado peso 
próprio. 
 Excelente 
desempenho em 
geral; 
Níveis de 
desempenho podem 
ser regulados de 
acordo com a região 
onde for construído; 
Possibilidade da 
combinação de 
diferentes materiais 
de isolamento. 
 - 
 
MANUTENÇÃO 
 Custo de 
manutenção é 
baixo em geral. 
 Manutenção 
difícil, com grande 
desperdício de 
materiais e 
despendimento de 
mão de obra. 
 Manutenção 
facilitada; 
Pouca geração de 
resíduos. 
 - 
 
DURABILIDADE 
 Componentes tem 
alta durabilidade; 
Edificações duram 
muito tempo sem 
necessitar de 
manutenção. 
- Alta durabilidade e 
longevidade da 
estrutura. 
Para manter a 
durabilidade 
precisa que o 
envoltório esteja 
intacto. 
 
82 
 
AMBIENTAIS 
Resíduos podem 
ser reciclados; 
Vida útil longa. 
Geração elevada de 
entulho; 
Construção 
majoritariamente a 
seco; 
Desperdício mínimo 
de materiais; Vida 
útil longa; 
 
 
- 
 
PRAZO - 
 Baixa 
produtividade; 
Limitações no 
método construtivo 
fazem com que os 
prazos sejam 
maiores; 
Fácil montagem, 
manuseio e 
transporte; 
Fácil execução das 
instalações; 
Alta produtividade; 
Construção 
racionalizada; 
 
 - 
Difícil manuseio e 
transporte dos 
materiais. 
 
CUSTO 
 Materiais e 
insumos são 
baratos; 
Mão de obra 
barata; 
Equipamentos e 
ferramentas 
utilizados são 
baratos. 
 Necessita de mão 
de obra em alta 
quantidade; 
Materiais são muito 
desperdiçados. 
 Grande 
disponibilidade de 
perfis no mercado; 
 
 Material mais caro 
do que o método 
convencional; 
Mão de obra mais 
cara; Custo de 
construção mais 
elevado (8,6% a 
40% maior que 
alvenaria 
convencional). 
 
 
Fonte: Autor, 2018. 
 
83 
 
6. Conclusões 
Através das informações levantadas no trabalho, foi feita uma análise comparativa entre 
os métodos construtivos Light Steel Frame e alvenaria convencional. Foram apresentadas 
vantagens e desvantagens de ambos métodos, tendo em vista a situação do mercado 
habitacional brasileiro e os parâmetros obtidos em pesquisa. 
Foi possível concluir que o método construtivo em LSF, em geral, é mais vantajoso nos 
aspectos de desempenho, qualidade, manutenibilidade, impacto ambiental na construção 
(consumo de água e geração de resíduos), produtividade e prazo. Porém, em termos de 
durabilidade, custo, disponibilidade de material e mão de obra, flexibilidade 
arquitetônica, facilidade de construção (não necessita de mão de obra qualificada), a 
alvenaria convencional se mostra superior. 
É notável, porém, que o LSF vem ganhando espaço no mercado brasileiro, conforme 
aumenta a demanda por desempenho e racionalização. Contudo, o mercado de construção 
ainda não está adaptado a utilização em larga escala desse método, além do fato da 
alvenaria convencional já ser um método estabelecido que, ao longo das décadas, se 
adaptou não só as condições econômicas, mas também sociais de nosso país. 
6.1 Sugestões para trabalhos futuros 
Com o objetivo de buscar uma melhor adaptação do LSF ao mercado brasileiro e reunir 
mais informações sobre o método construtivo, são sugeridas algumas linhas de pesquisa 
que poderiam ser adotadas: 
a) Desenvolvimento de um estudo sobre a norma de desempenho aplicada a 
construções em LSF; 
b) Sistema de controle da qualidade em obras executadas em Light Steel Frame; 
c) Estudos sobre a manutenção de edificações em Light Steel Frame, com 
indicadores mensuráveis que possam ser comparados com outros sistemas 
construtivos. 
 
84 
 
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