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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PESCA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CULTIVO DA CARRAGENÓFITA Hypnea musciformis 
(WULFEN) J.V. LAMOUR. (GIGARTINALES - 
RHODOPHYTA) EM ESTRUTURAS LONG-LINE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOIVI MASIH NETO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA – CEARÁ – BRASIL 
SETEMBRO/2009 
 ii 
CULTIVO DA CARRAGENÓFITA Hypnea Musciformis (WULFEN) J.V. LAMOUR. 
(GIGARTINALES - RHODOPHYTA) EM ESTRUTURAS LONG-LINE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA – CEARÁ – BRASIL 
SETEMBRO/2009 
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO SUBMETIDA À 
COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PESCA DA 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, COMO 
REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO 
GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA DE PESCA. 
 iii
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
M366c Masih Neto, Toivi 
 Cultivo da carragenófita Hypnea Musciformis (Wulfen) J. V. Lamour. 
(Gigartinales – Rhodophyta) em estruturas long-line / Toivi Masih Neto, 
2009. 
 56 f. ;il. color. enc. 
 
 Orientador: Prof. Dr. Masayoshi Ogawa 
 Área de concentração: Aquicultura 
 Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Ceará, Centro de 
Ciências Agrárias. Depto. de Engenharia de Pesca , Fortaleza, 2009. 
 
 1. Aquicultura 2. Maricultura. 3. Algas 4. Hypnea I. Ogawa, Masayoshi 
(orient.) II. Universidade Federal do Ceará – Pós-Graduação em Engenharia 
de Pesca III. Título 
 
 CDD 639.2 
 iv 
Esta dissertação foi submetida à Coordenação do Programa de Pós-Graduação 
em Engenharia de Pesca como parte dos requisitos necessários à obtenção do 
grau de Mestre em Engenharia de Pesca, outorgado pela Universidade Federal do 
Ceará e encontra-se à disposição dos interessados na Biblioteca de Ciências e 
Tecnologia da referida Universidade. 
 
 
A transcrição de qualquer trecho desta tese é permitida, desde que seja feita de 
acordo com as normas da ética científica. 
 
 
 ______________________ 
Toivi Masih Neto 
 
 
 
 
 
 
DISSERTAÇÃO APROVADA EM _____ / _____ / _____ 
 
 
 
 
 
 
 
 
____________________________________________ 
Professor Doutor Masayoshi Ogawa 
Orientador da Dissertação 
Presidente 
 
 
 
 
_____________________________________________ 
Professor Doutor Manuel Antonio de Andrade Furtado 
Conselheiro 
 
 
 
 
______________________________________________ 
Professora Doutor Dárlio Inácio Alves Teixeira 
Conselheiro 
 
 v
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, 
depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por 
pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do 
presente de forma que acabam por não viver nem no 
presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem 
morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido.” 
Dalai Lama 
 
 
 
 
 
 
 
 vi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICO 
 
Aos meus pais Mauricio e Thereza, a os irmãos 
Rogério, Mauricio, Ivna e Leonardo, pelo apoio 
durante toda minha vida, orientando, acreditando e 
apoiando incondicionalmente minhas decisões. 
 
A minha noiva Luciana, por compreender e apoiar 
sempre ao meu lado minhas decisões. 
 
 
 
 
 vii
AGRADECIMENTOS 
 
Essa dissertação é fruto de um trabalho coletivo, realizado com o apoio de vários 
amigos que direta ou indiretamente ajudaram na execução desta obra, agora que 
essa se concretiza nesse documento não posso deixar de agradecer a todos 
incondicionalmente. 
 
Em primeiro lugar agradeço a minha família pelo apoio financeiro, afetivo e 
emocional, aos meus pais Mauricio Masih e Thereza de Jesus Pedrassa 
Teixeira Masih, que me apoiaram na decisão de seguir a carreira acadêmica e 
durante todo o mestrado, aos meus irmãos 1Rogério Masih, Mauricio Masih, 
Ivna Masih e Leonardo de Sousa, que me apóiam, aconselham e orientam em 
minha vida, agradeço em especial ao 1“queridinho da mamãe” que ajudou na 
revisão e formatação desse trabalho, agradeço também a minha noiva Luciana de 
Castro pelo apoio, compreensão e companheirismo ao longo de todo o mestrado. 
 
Ao Prof. Dr. Masayoshi Ogawa, pela orientação, apoio, liberdade e confiança em 
minha proposta de trabalho, sempre sendo referencia de um profissional dedicado 
ao trabalho, exemplo de quem ama o que faz, tratando sempre seus orientados 
como filhos. 
 
Ao amigo e Prof. Dr. Darlio Inácio, pela colaboração nessa obra e participação 
em minha banca. 
 
Ao Amigo Prof. Dr. Manuel Furtado, pelo apoio e participação em minha banca. 
 
A APAFG, Associação dos Produtores de Algas de Flecheiras e Guagiru, sem 
o apoio da associação, em especial aos amigos Francisco Eridan e Raimundo 
Nonato “RAIMUNDÃO”, a realização desse trabalho seria impossível. 
 
 
 
 viii 
 
 
A equipe do Laboratório de Alga Marinhas I do Departamento de Bioquímica da 
Universidade Federal do Ceará, coordenado pela Prof. Dra. Norma Maria Barros 
Benevides que cedeu equipamentos e membros de sua equipe, em especial 
Erika Bessa e Ticiana Brito. 
 
Ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Pesca e seus coordenadores, 
Prof Dr.Vladimir Ronald Lobo Farias e Prof. Dr. Manuel Furtado, professores e 
funcionários, em especial a Rogéria Maria de Oliveira Setubal. 
 
Aos amigos de mestrado Caio Braz, Eliana, Fernanda, Lilian, Edirsana, Roberto, 
Nayana, Cecilia, Valter, minha “comadre” Viviane Lelis e ao amigo “Dr.”Israel 
Cintra, pelos momentos em que juntos dividimos nossos conhecimentos. 
 
À Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
(FUNCAP), pelo auxílio financeiro cedido durante o mestrado, possibilitando a 
execução do meu trabalho. 
 
E por fim a todos que contribuíram de alguma forma, em minha formação e na 
elaboração dessa obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ix 
SUMÁRIO 
 
 
RESUMO ............................................................................................................................... x 
ABSTRACT .......................................................................................................................... xi 
LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................... xii 
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................ xiii 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1 
2. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................ 12 
2.1. Descrição da área de cultivo ................................................................................ 12 
2.2. Obtenção de mudas .............................................................................................. 13 
2.3. Efeito sazonal do ganho de biomassa .................................................................. 14 
2.4. Crescimento e profundidades ............................................................................... 16 
2.5. Crescimento em diferente comprimento dos substratos....................................... 17 
2.6. Biomassa agregada ............................................................................................... 18 
2.7. Coleta de dados ....................................................................................................20 
2.8. Fatores abióticos................................................................................................... 21 
2.9. Rendimento da carragenana extraída da Hypnea musciformis ............................ 21 
2.10. Análise estatística dos resultados ..................................................................... 23 
3. RESULTADOS ............................................................................................................ 25 
3.1. Variáveis abióticas ambientais ............................................................................. 25 
3.2. Variação sazonal no cultivo ................................................................................. 26 
3.3. Crescimento e profundidade ................................................................................ 32 
3.4. Biomassa agregada ao cultivo .............................................................................. 34 
3.5. Ganho de biomassa em substratos com diferentes comprimentos. ...................... 36 
3.6. Rendimento Relativo de carragenana................................................................... 37 
3.7. Fauna acompanhante ............................................................................................ 38 
4. CONCLUSÕES ........................................................................................................... 40 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 41 
 
 
 
 
 x
RESUMO 
Dentre as espécies produtoras de carragenana a Hypnea musciformis é a 
bastante comum na costa do nordeste Brasileiro. Embora as propriedades da 
carragenana da H. musciformis sejam promissoras, suas populações naturais são 
geralmente insuficientes a pressão da colheita comercial. O cultivo tem sido uma 
saída para incrementar a produção mundial de algas. Desta forma, o presente 
trabalho se propôs a avaliar o potencial para aquicultura da carragenófita Hypnea 
musciformis (Wulfen) j.v. lamour. (Gigartinales - Rhodophyta). Os experimentos 
foram realizados na praia de Flecheiras, no litoral do estado do Ceará, Brasil. Foi 
avaliado o cultivo da H. musciformis em estruturas long-line, o cultivo foi realizado 
em diferentes épocas do ano (2007) com comprimentos de substratos variados, 
em diferentes profundidades, sendo avaliado ainda o rendimento da carragenana 
produzida por algas cultivadas. As mudas cultivadas obtiveram os melhores 
ganhos de biomassa após 30, 45 e 60 dias de cultivo, para os meses de setembro 
á novembro 325,7±44,2g; 359,4±51,8g e 411,2±77,8g respectivamente, com taxa 
de crescimento diário 6,246%; 0,218% e 0,224% respectivamente. Em relação à 
profundidade de cultivo, as algas apresentaram maior ganho biomassa a 0.2 m de 
profundidade, com taxas de crescimento diário de 5,38 %. Para o comprimento do 
substrato de cultivo as cordas com 0,8 m apresentaram os melhores resultados, 
403,33 g e 616,33g para 30 e 60 dias de cultivo respectivamente. O rendimento de 
carragenana não apresentou diferenças significativas, sendo 32,96 (%) para as 
algas cultivadas e 32,74 (%) para algas dos bancos naturais. 
 Palavras chave: maricultura, H. musciformis e carragenana. 
 xi 
ABSTRACT 
 
Among the species producing the carrageenan Hypnea musciformis is quite 
common on the northeast coast of Brazil. Although the properties of carrageenan 
from H. musciformis are promising, their natural populations are generally 
insufficient pressure from commercial harvest. The crop has been a way to 
increase the world production of algae. The present study was to evaluate the 
potential for aquaculture of Hypnea musciformis (Wulfen) jv Lamour. (Gigartinales - 
Rhodophyta). The experiments were carried on the Flecheiras beach on coast of 
Ceará, Brazil. We evaluated the cultivation of H. musciformis in long-line 
structures, with adjustments as a substrate for the cultivation of this species, the 
culture was grown in different seasons (2007) substrates with varying lengths at 
different depths, and rated the performance of the carrageenan produced by grown 
algae. Seedlings grown obtained the best gains in biomass after 30, 45 and 60 
days of cultivation, for the months of September to November 325.7 ± 44.2 g, 
359.4 ± 51.8 g and 411.2 ± 77.8 g respectively with daily growth rate 6.246%, 
0.218% and 0.224% respectively. In relation to the depth of cultivation, the algae 
had greater average biomass to 0.2 meters deep, with daily growth rates of 5.38%. 
For the length of the growth substrate the strings with 0.8 meters showed the best 
results, 403.33 g and 616.33 g for 30 and 60 days culture respectively. The yield of 
carrageenan did not show significant differences, 32.96 (%) for algae grown and 
32.74 (%) for algae from natural beds. 
Keywords: mariculture, H. musciformis and carrageenan. 
 
 xii
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 - localização da área de cultivo - Praia de Flecheiras, Ceará, Brasil. .................... 12 
Figura 2 - Exemplar de Hypnea musciformis (Wulfen) Lamouroux. .................................. 13 
Figura 3 - Local de coleta de Hypnea Musciformis na praia de Flecheiras, Ceará, Brasil. . 13 
Figura 4- (A) Foto da estrutura utilizada no experimento de cultivo da alga H. musciformis. 
(B) Estrutura de cultivo instalada no mar apos 15 dias de cultivo. (C) Esquema gráfico 
das estruturas de cultivo para avaliar a variação sazonal no crescimento algas H. 
musciformis. ................................................................................................................. 15 
Figura 5- (A) Processo de confecção dos substratos de fixação das algas, corte e desenrosco 
de 50% da corda, (B) costura da corda na estrutura de cultivo “long-line”, (C) 
desenrosco do restante da corda, e (D) corda totalmente desfiada. ............................. 17 
Figura 6 – Representação gráfica da estrutura tipo “long-line” utilizadas para avaliar o 
efeito da profundidade no cultivo da H. musciformis (A). Representação gráfica da 
estrutura “long-line” utilizada para avaliar o ganho de biomassa agregada ao cultivo da 
H. musciformis (B). ...................................................................................................... 19 
Figura 7 - Disposição das estruturas de cultivo de H. musciformis utilizadas no 
experimento. ................................................................................................................. 20 
Figura 8- Valores das biomassas da alga Hypnea musciformis cultivada nos meses de 
janeiro a março(JM), maio a julho (MJ) e setembro a novembro(SN) de 2007, obtidos 
nos intervalos de cultivo apos 30, 45 e 60 dias. ........................................................... 30 
Figura 9 – Imagens da tela utilizada no tanque rede, acima a tela obstruída com biofilme 
acumulado (1A) e abaixo a tela sem biofilme (1B) e diferenças morfológicas 
apresentadas entre as algas cultivadas dentro do tanque rede (2B) e as algas cultivadas 
fora do tanque rede (2A). ............................................................................................. 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 xiii 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Valores das variáveis ambientais coletadas durante o experimento nos meses de 
janeiro a março(JM), maio a julho (MJ) e setembro a novembro(SN) de 2007e 
variáveis meteorologias fornecidas pela Funceme, referente a estação de São Gonçalo 
de Amarante. ................................................................................................................ 25 
Tabela 2 - Valores das biomassas da alga h. musciformis cultivada nos meses de janeiro a 
março(JM), maio a julho (MJ) e setembro a novembro(SN) de 2007, os resultados 
estão apresentados em numero de amostras (n), media da biomassa acumulada (µ B), 
Desvio padrão (S) e taxa de crescimento diário obtidos nos intervalos de cultivo apos 
30, 45 e 60 dias(d). .......................................................................................................27 
Tabela 3 - Valores para o coeficiente de correlaçao entre o ganho de biomassa 
nas diferente épocas de cultivo e as variaveis ábiotica ambientais. ................ 29 
Tabela 4 - Valores de biomassas em gramas, obtidas apos 30 dias de cultivo em 
diferentes profundidades, utilizando estruturas de cultivo long-line, as 
respectivas médias(, desvio padrão e taxas de crescimento diário.................. 32 
Tabela 5 - Valores das medias de biomassas acumuladas durante 30 dias de cultivo em 
long-line, com substrato em diferentes condições, ficando as algas confinadas em 
tanque rede (T.R.) e nos substratos livres na corda principal. ..................................... 34 
Tabela 6 – Valores das médias (µ) das biomassas obtidas com 30 e 60 dias de cu
ltivo em 4 diferentes comprimentos de substrato, com 40, 60 e 80 cm.
 ...................................................................................................................................... 36 
Tabela 7 - Valores obtidos com análise de variância (ANOVA): um critério, das biomassas 
cultivadas em diferentes comprimento (m) de substratos, após 30 e 60 dias de cultivo.
 ...................................................................................................................................... 36 
Tabela 8 - Valores das médias (µ) e desvio padrão (S), dos valores de rendimento relativo 
da extração de carragenana da alga Hypnea musciformis cultivada e Hypnea 
musciformis coletada nos bancos naturais. .................................................................. 37 
1. INTRODUÇÃO 
O termo “algas” reúne uma série muito diversa de agrupamentos vegetais, 
desde plantas unicelulares, entre as quais as mais conhecidas são às que 
compõem o fitoplâncton, até algas gigantes que podem alcançar 30 m de 
comprimento (WERLINGER, 2004). 
Segundo Revier (2006), as algas estão dividida filogeneticamente em 9 
divisões: Divisão Cyanophyta, Divisão Glaucophyta, Divisão Rhodophyta, Divisão 
Cryptophyta, Divisão Euglenozoa, Divisão Cercozoa, Divisão Haptophyta, Divisão 
Dinophyta e Divisão Ochrophyta. Porém a sistemática para classificação das algas 
é ainda fonte de constantes mudanças e controvérsias, especialmente nos últimos 
tempos com as novas informações prestadas pelas técnicas de estudo 
moleculares (CHOPIN, 2009). 
As algas são um componente indispensável de qualquer estudo que 
pretende compreender a biodiversidade costeira e seus processos, atuais 
investigações sobre a origem das células eucarióticas devem incluir as 
funcionalidades que apresentam as algas para compreensão da diversidade e da 
filogenia do mundo vegetal, e até mesmo do mundo animal. 
As algas dominam as zonas rochosas intermaré na maioria dos oceanos, 
em regiões temperadas e polares, também dominam superfícies rochosas na zona 
subtidal, as mais profundas algas podem ser encontradas a profundidades de 
250m, mais particularmente em águas claras. 
As algas são alimentos para os herbívoros e, indiretamente, carnívoros e, 
portanto, são parte da base da cadeia alimentar. Sendo assim, importantes 
 2 
produtores primários de oxigênio e de matéria orgânica em ambientes costeiros 
através de suas atividades fotossintéticas (CHOPIN, 2009). 
As algas participam naturalmente na reciclagem de nutriente e tratamento 
de resíduos e reagem às mudanças na qualidade da água, portanto, pode ser 
utilizada como biomonitores de eutrofização (WERLINGER ET AL., 2004). 
Além disso, o fato a cerca de 36 000 espécies conhecidas de algas 
representam apenas cerca de 17% das espécies existentes dessa classe de 
organismos, é um valor ainda rudimentar deste grupo de organismos, não 
obstante o seu papel fundamental neste planeta, cerca de 50% da fotossíntese 
global é derivado das algas. 
Assim, a cada segundo inalamos molécula de oxigênio que foi produzido 
por uma alga, e cada segundo molécula de dióxido de carbono que exalamos será 
reutilizado por uma alga. Apesar desse papel fundamental desempenhado pelas 
algas, esses organismos rotineiramente recebem menos atenção do que os outros 
habitantes dos oceanos (CHOPIN, 2009). 
Cerca de 500 espécies de algas marinhas, foram utilizados durante séculos 
para a alimentação humana e para fins medicinais, de forma direta (principalmente 
na Ásia) ou indiretamente, principalmente pela indústria ficocolóides (ágares, 
carragenas, e algínatos). 
As algas são à base de uma multibilionária indústria que é muito 
diversificada, incluindo alimentos, cerveja, têxtil, farmacêutico, cosméticos, 
agroquímicos animal, compostos bioativos e antivirais e setor biotecnológico 
(RAMIREZ, 1993; OLIVEIRA, 2005). 
 3 
No entanto, esta indústria não é muito conhecida dos consumidores 
ocidentais, apesar do fato de que eles usam produtos de algas quase diária, a 
partir de seu suco de laranja na parte da manhã para a sua pasta de dentes à 
noite. Isto é, em parte devido à complexidade biológica e química, o nível das 
matérias-primas, o nível técnico dos processos de extração, bem como a nível 
comercial com os mercados e sistemas de distribuição que são difíceis de 
entender e penetrar. 
A grande maioria das espécies de algas ainda precisa ser estudada e sua 
ampla diversidade garante que muitos novos produtos e processos, com 
benefícios para a humanidade, será descoberto (CHOPIN, 2009). 
Segundo a (FAO, 2004), a maricultura de plantas aquáticas tem-se 
desenvolvido essencialmente na Ásia, permanece desconhecido principalmente 
no mundo ocidental e é muitas vezes negligenciada ou ignorada nas estatísticas 
mundiais, essa situação só pode explicar-se devido a um viés profundamente 
enraizado no “zoológico” de acadêmicos, gestores de recursos, burocratas, 
políticos e assessores. 
No entanto, os dados da FAO (2008) citam que a produção mundial 
aquícola de plantas aquáticas cresceu 15,1 milhões de toneladas (7.200 milhões 
de dólares) em 2006 o cultivo de plantas aquáticas tem aumentado de maneira 
constante a um ritmo médio anual de 8,0% desde 1970. 
Dessa forma, em 2006, 93% do fornecimento mundial de plantas provém da 
aqüicultura. 72% da China correspondendo a 10,9 milhões de toneladas (5.200 
 4 
milhões de dólares). Praticamente toda a produção restante sendo proveniente da 
Ásia: Filipinas (1,5 milhões de toneladas) e do Japão (0,49 milhões de toneladas). 
O Japão é o segundo maior produtor de plantas aquáticas em valor (1.100 
milhões de dólares) devido à produção de “nori,” (produto de alto valor agregado). 
A laminaria do Japão (Laminaria japônica com 4,9 milhões de toneladas),é 
a planta de maior expressão para a aquicultura mundial, seguida por (Undaria 
pinnatifida com 2,4 milhões de toneladas) e a (Porphira tenera com 1,5 milhões de 
tonelada). 
Assim, além da grande importância econômica e utilidade das macroalgas 
como alimento direto, os polissacarídeos, extraídos da parede celular destes 
organismos também passaram a apresentar importância, abrindo um novo 
horizonte na utilização e exploração das macroalgas marinhas. 
Destes polissacarídeos, o ágar e a carregena (ou carragenana), ambas 
extraídas de algas vermelhas, e alginato, extraído de algas pardas, são os 
ficocolóides que tem sido mais usado na indústria, mais especificamente, nas 
indústrias alimentícias, têxtil, de cosméticos, papel, farmacêutica e de 
biotecnologia (OLIVEIRA, E.C. 1997eie; BERCHEZ 1990). 
As carragenanas constituem o terceiro hidrocolóide mais importante na área 
alimentar, logo a seguir à gelatina (de origem animal) e ao amido. A produção 
mundial total de carragenófitas é de cerca de 168 mil toneladas de peso seco, da 
qual se extraem aproximadamente 26 mil toneladas de carragenanas, com um 
valor estimado de 310 milhões de euros (dados referentes a 2001). 
 5 
O mercado das carragenanas tem apresentado, durante os últimos anos, 
um crescimento anual de 3 %. Grande parte das carragenanas é extraída hoje do 
Kappaphycus alvarezii e daEucheuma denticulatum. 
Algumas espécies sul americanas usadas anteriormente em quantidades 
reduzidas, ganharam recentemente a preferência dos produtores de 
carragenanas, pois estes procuram aumentar a diversificação das espécies 
usadas, de forma a possibilitar a extração de novos tipos de carragenana. 
A Gigartina skottsbergii, a Sarcothalia crispata e a Mazzaella laminaroides 
são atualmente as espécies mais valiosas, todas elas colhidas a partir de 
populações naturais do Chile. 
Pequenas quantidades de Gigartina canaliculata são colhidas no México e a 
Hypnea musciformis tem sido usada no Brasil (WALLNER et al, 1992; BERCHEZ 
1993, WERLINGER 2004, REIS 2003; DOTY 1986; MOTOLERA 2004). 
O gênero Hypnea (Gigartinales, Rhodophyta) inclui cerca de 50 espécies 
que estão distribuídas em regiões de águas quentes (MASUDA et al., 1997). 
Para o Brasil, são citadas seis espécies: H. cenomyce J. Agardh; H. cornuta 
J. V. Lamour.; H. musciformis (Wulfen in Jacqu.) J. V. Lamour.; H. nigrescens 
Greville ex J. Agardh; H. spinella (C. Agardh) Kuetzing; e H. valentiae (Turner) 
Montagne (NUNES 2005). 
As algas marinhas brasileiras foram estudadas pela primeira vez, sobre o 
aspecto de produção de carragenana, por Saito & de Oliveira em 1990. 
Neste trabalho, dentre as espécies consideradas carragenófitas, encontra-
se a alga vermelha Hypnea musciformis, comumente encontrada no litoral 
 6 
nordestino do Brasil. Esta espécie é amplamente distribuída no litoral brasileiro, 
embora tenha havido declínio do estoque natural graças a alta exploração. 
A preocupação com o esgotamento da matéria algácea de H. musciformis 
no ambiente, levou a publicação de alguns trabalhos que avaliam a produção de 
biomassa em vários locais do mundo, incluindo no Brasil, nos Estados Unidos, na 
Índia e no Havaí. (SCHENKMAN 1989, WALLNER 1992, BERCHEZ et al., 1993, 
REIS & YONESHIGUE-VALENTIN 1998, FACCINI & BERCHEZ 2000). 
Além disso, estudos sobre o cultivo no mar também foram realizados, com 
a finalidade de diminuir a exploração de populações naturais (BERCHEZ & 
OLIVEIRA-FILHO 1989, WALLNER et al., 1992, BERCHEZ et al. 1993). 
A Hypnea musciformis apresenta uma ampla distribuição geográfica ao 
longo do litoral brasileiro e ocorre desde o litoral do Rio Grande do Sul até o litoral 
do Maranhão (NUNES, 2005), podendo ser encontrada em regiões do infralitoral e 
mesolitoral, sobre rochas ou como epífita, principalmente sobre Sargassum spp. 
Por ocorrer na região do mesolitoral, H. musciformis está sujeita a variações 
ambientais e apresenta ampla tolerância à temperatura (18 a 30ºC) e salinidade 
(20 a 50 ups) (SCHENKMAN, 1989; YOKOYA & OLIVEIRA, 1992; REIS, 2003). 
No Brasil, Hypnea musciformis é um importante recurso marinho por ser a 
maior fonte de carragenana (OLIVEIRA, 1998), um polissacarídeo sulfatado 
utilizado na indústria alimentícia, como agente espessante, estabilizante e 
gelificante, e na indústria farmacêutica, como agente espessante e estabilizante. 
Além disso, a carragenana apresenta atividades Antivirais, inibindo, por 
exemplo, o vírus HSV e o vírus HIV. Estudos têm mostrado que H. musciformis 
 7 
produz lectinas, que são importantes substâncias utilizadas como agentes pró e 
anti-inflamatórios e no diagnóstico e terapia em cancerologia (SAJID, 2003). 
Em 1999, o Brasil importou cerca de 1.000 toneladas de carragenana e 
produziu uma tonelada por mês (FURTADO, 1999). 
Em 2004, o consumo de carragenana passou para 100 toneladas por mês e 
a produção para 10 toneladas por mês, a partir de bancos naturais de H. 
musciformis da região nordeste do país (FURTADO, 1999). 
A preocupação com a diminuição da matéria algácea no ambiente levou a 
realização de estudos com populações naturais de H. musciformis, que 
constataram que há uma ampla variação na biomassa e no teor de carragenanas 
ao longo do ano, algumas vezes relacionada à sazonalidade (SCHENKMAN, 
1989; FACCINI & BERCHEZ 2000; RAMOS et al., 2006). 
Uma vez que a produção de carragenanas a partir de populações naturais é 
muito variável e com a finalidade de diminuir a sua exploração, foram realizados 
estudos para determinar a viabilidade da maricultura de H. musciformis 
(BERCHEZ & OLIVEIRA 1989; BERCHEZ et al., 1993). 
Como é uma espécie altamente tolerante à luz, temperatura e variações de 
salinidade, e ter a peculiar habilidade para fixar em outras algas e outros 
substratos por “ganchos” em seus ramos, essa alga tem sido apontado como um 
potencial para a maricultura (BERCHEZ, 1989) 
De acordo com a FAO – (Food and Agriculture Organization of The United 
Nations), a “Aquicultura” é o cultivo de organismos aquáticos incluindo peixes, 
moluscos, crustáceos e plantas aquáticas. O cultivo implica alguma forma de 
intervenção no processo de criação, de modo a aumentar a produção, tal como 
 8 
armazenamento regular, fornecimento de alimento, proteção de predadores, etc. O 
cultivo implica ainda a posse individual ou associativa do estoque cultivado (FAO 
1996). 
Acredita-se que o cultivo de algas tenha iniciado durante a era Tokugawa 
(1600-1868 DC) no Japão. 
As práticas de cultivo ocorrem a varias décadas na cultura oriental em 
geral, onde são amplamente utilizados na alimentação e é parte da cozinha 
popular dessas culturas, mas somente nos últimos 50 anos vem se estabelecendo 
bases cientificas para seu desenvolvimento, tanto no oriente como em outros 
lugares do mundo (SANTELICES, 1989; CHOPIN, 2009). 
A Maricultura de qualquer espécie desenvolve-se quando excedem as 
exigências da sociedade, que possam supridas pelos recursos naturais. À medida 
que a procura aumenta, as populações naturais freqüentemente tornam-se sobre 
exploradas e à necessidade do cultivo das espécies emerge. Atualmente, 92% da 
oferta mundial algas provém de espécies cultivadas (CHOPIN, 2009). 
Os principais métodos de cultivo envolvem tanto a propagação vegetativa, 
utilizando fragmentos de plantas-mãe ou por tipos de esporos, tais como 
zoósporos, monosporos, tetrásporos e carpósporos (SAJID, 2003). 
Dependendo da espécie cultivada, sua biologia, nível de especialização dos 
tecidos, bem como a situação socioeconômica da região onde é desenvolvido, a 
tecnológica de cultivo pode ser baixa, e ainda extremamente bem sucedido com 
alta eficiência, juntando técnicas simples de cultivo com intensiva mão de obra de 
baixo custo, ou podem se tornar altamente avançada e mecanizada, exigindo 
 9 
sistemas de cultivo em terra para a semeadura antes da fase de crescimento em 
mar aberto. 
O cultivo de sementes e melhoramento de ações técnicas tem sido 
aperfeiçoado ao longo dos séculos, principalmente na Ásia, e agora pode ser 
altamente sofisticado. 
Alta tecnologia em sistemas de cultivo em terra foi desenvolvida em alguns 
casos raros, principalmente no Mundo Ocidental, onde a viabilidade comercial só 
foi alcançada quando um alto valor dos produtos foram obtidos, os seus mercados 
garantidos e reduziu os custos trabalhistas para equilibrar o investimento 
tecnológico e significativo custo operacional (SAJID, 2003; CHOPIN, 2009). 
Os trabalhos realizados com cultivo de macroalgas no nordeste do Brasil 
até o momento foram desenvolvidos em sua maioria com o gênero Gracilaria. No 
litoral do Ceará, o cultivo deste gênero vem sendo realizado em parceria com uma 
comunidade pesqueira, mostrando altas taxas de crescimento e boas perspectivas 
para expansão (TEIXEIRA et al., 2002). Modelos de estruturas em cultivo 
experimental com G. domingensis foram utilizados por Cabral et al. (2003), na 
praia de Pititinga, Rio Grande do Norte. 
Segundo Scharm (1991), o cultivo tradicional em ambientes marinhos ou 
habitas costeiros precisa se fixar as plantas em substratos naturais e/ou artificiais, 
implicando na maioria dos casos o controle total e cultivo completo do ciclo das 
algas. 
Esta forma de cultivo tem sido amplamente desenvolvida nos paísesasiáticos com tradição no consumo direto desses vegetais e onde a demanda para 
o uso alimentício é amplo. 
 10
Nestes países as condições ambientais, costeiras, sociais permitem o 
desenvolvimento desses sistemas, comumente chamados de “Mão de obra 
intensiva”, que muitas vezes não satisfazem os custos energéticos e/ou 
econômicos, sem considerar que nesses tipos de cultivo a manipulação de fatores 
como correntes marinhas, temperatura, luz, composição do meio e efeitos 
biológicos como herbivorísmo e o epifitísmo, são difíceis de controlar, 
comprometendo a qualidade e quantidade de algas colhidas (SCHARM, 1991). 
Entre as muitas técnicas de cultivo, a balsa flutuante com corda única 
(SRFR- Single Rope Floating Raft) é adequado para o cultivo de algas em áreas 
amplas e com maior profundidade. 
O sistema supracitado consiste em uma corda de polipropileno de 10 mm 
de diâmetro, ligado a duas estacas de madeira, ancorado com dois cabos de fibra 
sintética e mantido à tona com bóias sintéticas. O comprimento do cabo é o dobro 
da profundidade do mar. Cada balsa é mantida à tona por meio de 25-30 
flutuadores. A corda de cultivo tem (1 m de comprimento x 6 mm de diâmetro) está 
pendurado na corda flutuante. Uma pedra é anexada à extremidade inferior da 
corda de cultivo para mantê-lo em posição vertical. Geralmente essa tecnologia de 
balsa flutuante tem sido recomendado para ser usado no cultivo de agarófita 
(SAJID, 2003). 
O método de cultivo acima descrito foi testado com algumas adaptações 
por vários autores (OLIVEIRA, 1987, BERCHEZ 1993, MASIH, 2005; REIS 2006) 
para o cultivo da H. musciformis (Gigartinales, Rhodophyta), obtendo excelentes 
resultados de crescimento e mostrando o grande potencial dessa alga para 
maricultura. 
 11
Reis (2006) testou vários métodos de cultivo dessa alga em estruturas tipo 
long-line, fixando as mudas diretamente na "long-line" de cabo de polietileno; 
fixando as mudas diretamente na "long-line" ao cabo de polietileno desfiado; 
fixando as mudas com uma abraçadeira ao cabo de seda desfiada; fixando as 
mudas com abraçadeira em Gracilaria cervicornis; fixando as mudas com 
abraçadeira em Sargassum sp. e fixado as mudas em saco de nylon, obtendo os 
melhores resultados fixando as mudas de algas em cordas de polietileno desfiada. 
No nordeste do Brasil, tradicionalmente a coleta predatória de algas nativas 
existe desde a década de 70. Nos últimos dez anos, iniciativas a partir de projetos 
de pesquisa e extensão têm tentado desenvolver o cultivo de macroalgas, obtendo 
êxito em alguns experimentos com a espécie Gracilaria birdiae nessa região 
(TEIXEIRA et al., 2000; TEIXEIRA, 2004). 
O conhecimento sobre as técnicas ideais para maricultura é obtido através 
de estudos experimentais relacionados aos aspectos ambientais e biológicos 
(Marinho-Soriano, 2005). 
Desse modo, ampliar o conhecimento sobre a biologia de espécies 
brasileiras com potencial para maricultura e sobre os métodos apropriados de 
cultivo massivo torna-se urgente para a exploração racional de bancos naturais 
destas espécies assim como para a implementação de cultivos com espécies 
nativas (Accioly, 2005; Marinho- Soriano, 2005). 
Assim, com base no exposto, o presente trabalho tem como objetivo 
geral avaliar o potencial para maricultura da carragenófita Hypnea 
musciformis (Wulfen) j.v. Lamour. (Gigartinales - Rhodophyta) em estruturas 
long-line no estado do Ceará, Brasil. 
 12
2. MATERIAIS E MÉTODOS 
2.1. Descrição da área de cultivo 
 
Os experimentos foram realizados na praia de Flecheiras, localizada no 
Município de Trairí, a 130 km de Fortaleza, no litoral leste do estado do Ceará, 
Brasil, conforme apresentado na Figura 1. 
Os cultivos experimentais foram instalados em uma área “reservada” de 
aproximadamente 1ha, localizada a 200 m da costa nas coordenadas S 03o 
13´05´´ W 039o 16´45´´, com profundidade média de 4 m (preamar) e fundo misto 
de lama e cascalho. As correntes e os ventos geralmente estão perpendiculares a 
praia, no sentido leste-oeste. 
Essa área “reservada” é o local onde os algicultores da Associação dos 
Produtores de Algas de Flecheiras e Guagiru (APAFG), realizam o cultivo 
comercial de Gracilaria birdiae. 
 
Figura 1 - Localização da área de cultivo - Praia de Flecheiras, Ceará, Brasil. 
 13
2.2. Obtenção de mudas 
 
As mudas de Hypnea musciformis (figura 2), utilizadas nos experimentos foram 
coletadas dos bancos naturais de algas na praia de Flecheiras (Figura 3), 
localizado a aproximadamente 1 km do local de cultivo, as algas foram coletadas 
manualmente, retirando as epífitas, sedimentos e impurezas que possam 
atrapalhar o desenvolvimento ou o peso inicial das algas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Exemplar de Hypnea musciformis (Wulfen) Lamouroux. 
 
 
 
 
 
 - 
 
 
 
Figura 3 - Local de coleta de Hypnea Musciformis na praia de Flecheiras, Ceará, 
Brasil. 
 14
Após limpas e selecionadas, as algas foram pesadas em balança digital 
(PLENNA MEA06052) precisão de 1g, formando mudas com 50 g, para ficar mais 
compactas, as mudas foram dispostas em forma esférica e presas com fio de 
algodão (barbante). 
As algas foram colocadas no centro do substrato artificial e fixas a corda 
principal com o mesmo fio de algodão utilizado na amarração das mudas, o uso 
desse tipo de fio é importante, pois é um material biodegradável e que 
rapidamente se deteriora, liberando as algas no substrato, assim à medida que as 
algas crescem se fixam entre os fios do substrato. 
2.3. Efeito sazonal do ganho de biomassa 
 
Para verificar a variação sazonal de ganho de biomassa no cultivo da 
Hypnea musciformis (Wulfen) Lamouroux, foram realizados experimentos durante 
três diferentes períodos entre janeiro e dezembro de 2007, em cada fase os 
cultivos tiveram duração de 60 dias e foram realizados durante os meses de 
janeiro á março/2007 (JM), maio á julho/2007 (MJ) e setembro á novembro/2007 
(SN). 
As algas foram cultivadas utilizando estruturas tipo “long-line” de superfície, 
esta metodologia foi adaptada de REIS 2006, MASIH et al 2005 e BECHEZ 1993. 
A estrutura, conforme apresentado Figura 4, consiste basicamente em uma 
linha principal, disposta horizontalmente, confeccionada em corda de poliamida 
com 10mm(Ø) de diâmetro e 10m de comprimento, onde a cada 0,20m foram 
amarradas em substratos artificiais, esses substratos são estruturas para fixação 
 15
das algas, feitos em corda de poliamida com 10mm(Ø) de diâmetro, 0,50m de 
comprimento desfiada. 
 
Figura 4- (A) Foto da estrutura utilizada no experimento de cultivo da alga H. 
musciformis. (B) Estrutura de cultivo instalada no mar apos 15 dias de cultivo. (C) 
Esquema gráfico das estruturas de cultivo para avaliar a variação sazonal no 
crescimento algas H. musciformis. 
 
As estruturas foram presas ao fundo em suas extremidades por cordas de 
poliamida e âncoras de ferro com aproximadamente 10 kg cada, para auxiliar na 
flutuação das estruturas utilizou-se bóias de isopor de 0,1m3 (20cm x 20cm x 
25cm), a cada 5m da corda principal, de modo que as mantivessem a 
aproximadamente 0,20m da superfície. 
Em cada estrutura foram implantadas 50 mudas, a cada coleta, 10 mudas 
eram colhidas ao acaso, sem reposição, as mudas eram colocadas em sacos 
 16
plásticos, para evitar desidratação e levado a terra para pesagem. Os dados 
coletados nesse experimento forma obtidos após 30, 45 e 60 dias de cultivo. 
 
2.4. Crescimento e profundidades 
 
Para verificar o efeito da profundidade no crescimento da Hypnea 
musciformis, foi realizado nos meses de janeiro/fevereiro 2007 um experimento 
utilizando “long-lines”. 
A estrutura utilizada tinha 10m de comprimento (principal), com 4 cordas de 
2 m de comprimento (secundária) dispostas verticalmente a cada 1 m da corda 
principal. 
Para a confecção da estrutura foi utilizada corda de poliamida com 
10mm(Ø) de diâmetro,para flutuação foram utilizadas 2 bóias de isopor de 0,1m3 
(20cm x 20cm x 25cm) e 4 garrafas tipo “pet” (600ml de volume) em cada corda 
secundária, de maneira a deixar a corda principal totalmente na superfície. 
Os substratos foram fixados apenas nas cordas secundárias, ficando 
submersos em profundidade de 0,20m; 0,50m; 0,8m; 1,1m; 1,4m; 1,7 m e 2 m de 
profundidade. 
A extremidade inferior de cada corda secundária foi lastreada com 100g de 
chumbo em fita, de maneira a minimizar o efeito da corrente, permanecendo o 
mais vertical possível. 
O experimento teve duração de 30 dias. Nas coletas de dados as algas 
foram retirada manualmente e limpas de modo retirar epífitas, sedimentos e 
impurezas que possam afetar o peso final das algas. 
 17
2.5. Crescimento em substrato com diferentes comprimentos 
 
 
Os substratos utilizados como base para fixação das algas nas estruturas 
long-lines dos experimentos de cultivo, foram confeccionados com cordas de 
polietileno de 10mm(Ø) de diâmetro desfiadas, conforme detalhado na Figura 5 
Para avaliar a relação entre tamanho do substrato e o ganho de biomassa, 
foi realizado um teste com diferentes tamanhos de cordas, sendo testados 
substratos de 40, 60 e 80 cm. 
Foi confeccionada uma estrutura long-line com três substratos de cada 
tamanho, em um total de 9 substratos, foram colocadas mudas de H. musciformis 
com 50g de peso inicial em cada substrato, o experimento teve duração de 60 dias 
e os dados de biomassa foram coletados após 30 e 60 dias de cultivo. 
 
Figura 5- (A) Processo de confecção dos substratos de fixação das algas, corte e 
desenrosco de 50% da corda, (B) costura da corda na estrutura de cultivo “long-
line”, (C) desenrosco do restante da corda, e (D) corda totalmente desfiada. 
 18
2.6. Biomassa agregada 
 
Devido a possível agregação de biomassa externa, por parte do epifitismo 
de H. musciformis sobre seu próprio cultivo. 
Foi realizado um experimento utilizando uma pequena estrutura “long-line” , 
conforme apresentado na Figura 6. 
A estrutura foi construída com 5 m de comprimento com 6 (seis) substratos 
de fixação. Seis mudas de H. musciformis com 50g de peso úmido,foram 
implantadas nessa estruturas, sendo que 3 (três) foram confinadas em um tanque 
rede de 1m3 (1mx1mx1m) com malha de 2mm e 3 mudas foram fixadas nos 
substratos fora do tanque rede. 
A estrutura foi fixada a aproximadamente 20 cm da superfície. O 
experimento teve duração de 30 dias. 
 19
 
Figura 6 – Representação gráfica da estrutura tipo “long-line” utilizadas para 
avaliar o efeito da profundidade no cultivo da H. musciformis (A). Representação 
gráfica da estrutura “long-line” utilizada para avaliar o ganho de biomassa 
agregada ao cultivo da H. musciformis (B). 
 
 20
2.7. Coleta de dados 
 
No deslocamento da praia ao local de cultivo foi utilizado um bote inflável 
motorizado (modelo Zefir 420 com motor Yamaha 25 HP), disponibilizado pelo 
Laboratório de Recursos Aquáticos (LaRaq) do Departamento de Engenharia de 
Pesca da Universidade Federal do Ceará. 
Nas coletas de dados as amostras foram retiradas manualmente e 
acondicionadas em sacos plásticos para evitar a perca de úmida, em seguidas as 
algas foram limpas de modo retirar outras algas, sedimentos e impurezas que 
possam afetar o peso final. Na pesagem das amostras foi utilizada balança digital 
com precisão de 1g (PLENNA MEA06052). 
As estruturas de cultivo econtram-se apresentadas na Figura 7, a seguir. 
 
Figura 7 - Disposição das estruturas de cultivo de H. musciformis utilizadas 
no experimento. 
 
 
 21
2.8. Fatores abióticos 
 
Para análises do grau de relação entre crescimento da alga H. musciformis 
e algumas variáveis abióticas como salinidade, temperatura e transparência da 
água do mar, foram coletados os parâmetros citados durante os meses de janeiro 
a dezembro de 2007. 
As amostras de água e os dados foram coletadas no local em que os 
experimentos foram realizados. 
A salinidade foi medida com refratômetro manual (INSTRUTHERM RT-
30ATC), a temperatura superficial da água do mar com termômetro digital (ICELL 
TD100) e a transparência da água com disco de Secchi padrão (20 cm de 
diâmetro). 
Foram avaliadas ainda algumas variáveis atmosféricas como precipitação, 
irradiação, velocidade e direção do vento, essas foram cedidas pela FUNCEME - 
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos, esse informações são 
relativas à estação meteorológica situada no município de São Gonçalo de 
Amarante, Ceará. 
 
2.9. Rendimento da carragenana extraída da Hypnea musciformis 
 
Foi realizada uma análise para avaliar o rendimento relativo entre a 
carragenana extraída de H. musciformis coletada nos bancos naturais na praia de 
Flecheiras e a carragenana extraída de H. Musciformis cultivada durante esse 
trabalho também na praia de Flecheiras, ambas coletadas em fevereiro de 2007. 
 22
O rendimento relativo (RR) da carragenana foi obtido através fórmula f1, 
razão entre a massa seca de carragenana extraída e a massa seca de alga 
utilizada na extração. 
Formula 1 (f1) 
 RR(%) = Msc/Mas x100 
Onde, 
 
RR = Rendimento Relativo 
Msc = Massa seca da carregena 
Msa= Massa seca da alga 
 
 
As algas coletadas foram lavadas com água corrente para eliminar areia, 
detritos e epífitas, secas ao sol (12 horas) e armazenadas até a extração de 
carragena. 
Os exemplares coletados foram levados em caixas térmicas para o 
laboratório de Algas Marinhas II do Departamento de Bioquímica e Biologia 
Molecular (DBBM), da Universidade Federal do Ceará (UFC), onde foram 
realizadas as extrações. 
As algas secas foram trituradas e submetidas a extrações aquosa dos 
carboidratos na concentração de 0,8% (m/v) em banho maria á temperatura 80º a 
90ºC por 4 hs. 
 23
Após este tempo foi realizada filtração em tecido de nylon, o homogenato 
foi centrifugado a 3500 rpm, 20°C, por 30 min. e os carboidratos presentes no 
sobrenadante foram precipitados com álcool comercial (1:3, v/v) por 24 horas. 
Após 24 hs o precipitado foi novamente centrifugado nas mesmas 
condições descritas acima, e em seguida o precipitado foi dialisado e liofilizado. 
 
2.10. Análise estatística dos resultados 
 
As taxas de crescimento diário (TCD %) foram calculadas pela fórmula f2, 
expressa como o incremento percentual diário de biomassa (ROMO & ALVEAL 
1995): 
Fórmula 2 (f2) 
TCD (%) = [(ln Pf – ln Pi)/t] x 100 
 
Onde, 
 
TCD = Taxa de crescimento diário 
Ln Pf = logaritmo neperiano Peso final 
Ln Pi = logaritmo neperiano Peso Inicial 
T = dias de cultivo entre as medições 
 
 
 24
Os Ganhos de biomassa (B) foram calculadas pela formula f3, expressa como 
peso em g, foi utilizando a formula adaptada para o cultivo em cordas: 
Fórmula 3 (f3) 
B = (wf-wi) 
 
Onde, 
 
Gb = Ganho de Biomassa 
wf = Biomassa final 
wi = Biomassa Inicial 
 
 
 
Os resultados obtidos durante esse trabalho estão expressos em média (µ) 
± desvio padrão(S). 
As análises estatísticas foram obtidas através da análise de variância um 
critério (ANOVA: um critério) e havendo diferenças significativas entre as médias, 
essas serão analisadas pelo teste de Tukey, o grau de confiança para todos os 
testes de significância foi de 95% (p = 0,05). 
Para auxiliar na análise estatística dos dados obtidos foi utilizado o 
programa BioEstat 5.0. 
 
 
 
 
 
 
 
 25
3. RESULTADOS 
 
3.1. Variáveis abióticas ambientais 
 
De acordo com Oliveira (1997), as condições ideais de crescimento da maioria 
das espécies brasileiras estão entre 22 e 28°C e salinidade variando entre 28 e 
36‰, embora algumas espécies apresentem valores diferentes, tolerando 
variações mais amplas. 
A observação das variáveisabióticas da água na área do cultivo foi bastante 
importante nas analises de correlação, já que são considerados fatores limitantes 
no crescimento das algas, pois a variação em quaisquer destes pode modificar o 
crescimento, seja qualitativamente ou quantitativamente. 
Os valores estão apresentados em media ± desvio padrão. Os valores médios 
da variável salinidade, temperatura, transparência da água, velocidade do vento, 
direção do vento e precipitação, na área do cultivo,, observados durante o período 
experimental e fornecido pela FUNCEME estão apresentados na Tabela 1. 
Tabela 1 - valores das variáveis ambientais coletadas durante o experimento nos 
meses de janeiro a março(JM), maio a julho (MJ) e setembro a novembro(SN) de 
2007e variáveis meteorologias fornecidas pela Funceme, referente a estação de 
São Gonçalo de Amarante. 
Período 
2007 
JM MJ SN 
Parâmetro 
Salinidade (ppm) 36±0,5 35±0,5 36.5 
Temperatura (oC) 30,7±0,7 28.3±1,8 30.4±1,1 
Transparência (m) 0,83±0,23 1,73±0,61 0,63±0,15 
 26
Vel. do vento (m/s) 3,4±1,87 2,7±1,34 5,6±1,59 
Direção do vento 89,5o 129o 127o 
Precipitação (mm) 65,8 89,6 0,8 
 
3.2. Variação sazonal no cultivo 
 
As mudas da alga Hypnea musciformis (Wulfen) Lamouroux, cultivada em 
long-line após 30, 45 e 60 dias de cultivo, obtiveram os seguintes resultados para 
ganho de biomassa (B) durante os meses de janeiro á março(JM) 224,5±56g; 
306,9±67g e 268,9±85,6g respectivamente, para os meses de maio á julho(MJ) 
271,4±46,3g; 377,8±76,4g e 445,9±105,7g respectivamente e para os meses de 
setembro á novembro(SN) 325,7±44,2g; 359,4±51,8g e 411,2±77,8g 
respectivamente, para as taxa de crescimento diário (TCD) cultivada após 30, 45 e 
60 dias de cultivo, foram obtidos para os meses janeiro á março(JM) 5,006 %; 
0,694% e -0,220% respectivamente, para os meses de maio á julho/2007(MJ) 
5,603%; 0,735% e 0,276% respectivamente e para os meses de setembro á 
novembro/2007(SN) foram 6,246%; 0,218% e 0,224% respectivamente. Estes 
valores encontram-se apresentados na tabela 2 e no gráfico da Figura 8. 
 
 27
Tabela 2 - Valores das biomassas da alga h. musciformis cultivada nos meses de 
janeiro a março(JM), maio a julho (MJ) e setembro a novembro(SN) de 2007, os 
resultados estão apresentados em numero de amostras (n), media da biomassa 
acumulada (µ B), Desvio padrão (S) e taxa de crescimento diário obtidos nos 
intervalos de cultivo apos 30, 45 e 60 dias(d). 
Período 2007 
 JM MJ SN 
Tempo(d) 30 45 60 30 45 60 30 45 60 
N 10 10 10 10 10 10 10 10 10 
µ B(g) 224,5 306.9 268,9 271.4 377.8 445.9 325,7 359.4 411.2 
S (g) ±56 ±67 ±85,6 ±46.3 ±76.4 ±105.7 ±44.2 ±51.8 ±77.8 
TCD (%) 5.00 0.694 -0.22 5,60 073 0.27 6.24 0.21 0.22 
 
 Ganesan (2006) também realizou o cultivo da alga H. musciformis em 
estruturas tipo long-line, obtendo excelente taxa de crescimento diário TCD ( 0,2 - 
11,8%) em diferentes messes do ano e períodos que variavam de 25 – 150 dias 
de cultivo. 
 No presente trabalho os testes estatísticos foram realizados apenas 
para os primeiros 30 dias de cultivo, as amostragens não apresentaram diferenças 
significativas entre as medias das biomassas obtidas nos cultivos nos períodos de 
(JM) e (MJ) e entre (MJ) e (SN), porem foi encontrada diferença significativa entre 
os resultados de (JM) e (SN)( F=20 e p=0,0005). 
 Foi observado que os maiores ganhos de biomassa e taxa de 
crescimento foram obtidos nos meses de setembro a novembro (µ B= 325,7±44,2g 
e TCD=6,24%). 
 28
Verificou-se também que durante os períodos de cultivo, as melhores taxas de 
crescimento diário, foram encontradas nos primeiros 30 dias de cultivo, caindo 
drasticamente após esse período. 
 Esta queda brusca nas taxas de crescimento podem estar relacionados 
ao desprendimento de parte significativa da biomassa das algas, já que após o 
trigésimo dia de cultivo toda a superfície do substrato já estava ocupada pelos 
ramos das algas, assim a biomassa que excede essa área fica suscetível as 
correntes, que facilmente rompe o frágil talo da alga, essa hipótese pode ser 
reforçada se observamos valores extremos, como a TCD negativo (-0,22%) após 
60 dias de cultivo no período (JM). 
 Outro fator que pode ter contribuído para quebra de ramos é o acumulo 
de sedimento observado nesse período de cultivo (JM) ou ainda a ação de 
herbívoros. 
 Outro aspecto que reforçaria essa hipótese é o aumento dos valores do 
desvio padrão para os diferentes períodos de cultivo, sugerindo a perca de 
biomassa diferente para as mudas após 30 dias de cultivo. 
 Marinho-Soriano et al.( 2002 apud Reis, 2006, p. 5) cita que o acumulo 
de matéria orgânica sobre as algas ocasiona perda de biomassa e esta perda de 
biomassa, esta atribuída ao sombreamento que interfere no processo de 
fotossíntese e consequentemente no crescimento das algas. 
 Oliveira & Berchez (1987 apud Reis, 2006, p 5) observou a redução na 
taxa de crescimento no cultivo da alga Hypnea musciformis, pela deposição de 
“limo”, esses autores atribuíram esta deposição de sedimentos à menor agitação 
da água nesses períodos. 
 29
 Berchez (2003) realizou o cultivo de Hypnea musciformis em condições 
controladas de laboratório no estado de São Paulo, observando também uma 
queda significativa nas taxas de crescimento após 7 dias de cultivo, caindo de 
13,1% para 8,4% após 15 dias de cultivo e chegando a 5,9% após 30 dias de 
cultivo, o autor observou ainda que após 30 dias as alga apresentaram um 
branqueamento e flacidez no talo das algas cultivadas. 
A analise do coeficiente de correlação de Pearson entre o ganho de 
biomassa nas diferentes épocas do ano de 2007 (JM),(MJ) e (SN), e as variáveis 
abióticas ambientais da área de cultivo estão apresentadas na tabela 3. 
Tabela 3 - Valores para o coeficiente de correlaçao entre o ganho de biomassa 
nas diferente épocas de cultivo e as variaveis ábiotica ambientais. 
 
 Analise de correlação ( r de Pearson) 
 N R Correlação 
Salinidade 3 0.363 Moderado 
Temperatura 3 -0.07 Fraco 
Transparência 3 -0.21 Fraco 
Vel. do vento 3 0,75 Forte 
Direção do vento 3 - - 
Precipitação 3 -0.73 Forte 
 
 
 
 
 
Figura 8- Valores das 
março(JM), maio a julho (MJ) e setembro a novembro(SN) de 2007, obtidos nos intervalos de 
cultivo apos 30, 45 e 60 dias.
 
 
Os coeficientes apresentaram fraca correlação para a maioria das 
variáveis, apesar de grande importância para
condições de cultivo impostas no experimento, não permitiu que essas variáveis 
pudessem ser percebidas através desse teste, as correlações mais fortes foram 
observados para velocidade do vento e precipitação,(p<0,05; r= 0,75 e
respectivamente), porem ambas variáveis estão correlacionadas negativamente 
entre si, já que nas épocas de maior precipitação, estação chuvosa, os ventos 
fracos são predominantes e nas épocas de menor precipitação, estação seca, os 
ventos atingem maior velocidade, provocando maior movimentação da água
Segundo Accioly (2003) a correnteza é a principal responsável por 
trazer nutrientes e movimentar as algas. 
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
JM
 biomassas da alga hypnea musciformis cultivada
março(JM), maio a julho (MJ) e setembro a novembro(SN) de 2007, obtidos nos intervalos de 
cultivo apos 30, 45 e 60 dias. 
s coeficientes apresentaram fraca correlação para a maioria das 
variáveis, apesar de grande importância para o crescimento das algas, as 
condições de cultivo impostas no experimento, não permitiu que essas variáveis 
pudessem ser percebidas através desse teste, as correlações mais fortes foram 
observados para velocidade do vento e precipitação,(p<0,05; r= 0,75 e
respectivamente), porem ambas variáveis estão correlacionadas negativamente 
entre si, já que nas épocas de maior precipitação, estação chuvosa, os ventos 
fracos são predominantes e nas épocas de menor precipitação, estação seca, os 
maior velocidade,provocando maior movimentação da água
Segundo Accioly (2003) a correnteza é a principal responsável por 
trazer nutrientes e movimentar as algas. 
MJ ON
30
 
cultivada nos meses de janeiro a 
março(JM), maio a julho (MJ) e setembro a novembro(SN) de 2007, obtidos nos intervalos de 
s coeficientes apresentaram fraca correlação para a maioria das 
o crescimento das algas, as 
condições de cultivo impostas no experimento, não permitiu que essas variáveis 
pudessem ser percebidas através desse teste, as correlações mais fortes foram 
observados para velocidade do vento e precipitação,(p<0,05; r= 0,75 e r= -0,73 
respectivamente), porem ambas variáveis estão correlacionadas negativamente 
entre si, já que nas épocas de maior precipitação, estação chuvosa, os ventos 
fracos são predominantes e nas épocas de menor precipitação, estação seca, os 
maior velocidade, provocando maior movimentação da água. 
Segundo Accioly (2003) a correnteza é a principal responsável por 
30 dias
45 dias
60 dias
 31
Segundo Lee (1998), a variabilidade na salinidade interfere 
significativamente na resposta fisiológica das algas, por conta disso esse 
parâmetro não pode ser desprezado, e quanto maior e mais estável a salinidade 
melhor para o cultivo de algas do gênero gracilaria. 
No entanto, Ganesan( 2006) obteve para a Hypnea musciformis valores 
negativos para a correlação entre salinidade e ganho de biomassa, (r= -0.484; 
P<0.05), observando perca de peso para valores superiores a 32 ppm. 
Assim é possível afirmar que a variável precipitação não esta 
relacionada diretamente com o ganho de biomassa pelo fato da quantidade de 
chuva e sim por estar relacionado diretamente com os ventos. 
A variável salinidade apresenta uma moderada relação com o ganho de 
biomassa, porem essa se manteve relativamente estável durante todo o 
experimento, o mesmo ocorre para a variável temperatura. 
Para a variável salinidade, podemos observar uma grande variação ao 
longo do experimento, porem apesar de sua importância, essa variável apresenta 
pouca correlação com o ganho de biomassa, isso devido às estruturas estarem 
instaladas sempre na superfície, a profundidades < 0,4 m. 
Assim sendo, é possível inferir que estas variáveis abióticas têm forte 
correlação entre se e talvez por esse motivo a analise independente de cada 
variável pode provocar um erro na correlação dessas variáveis para o cultivo das 
algas. 
Um problema observado nas analises de dados é que os valores de n são 
pequenos, podendo em alguns casos não ser representativos para o período de 
tempo estudado, por exemplo, a transparência da água pode varia rapidamente 
 32
durante um dia. Assim se essa informação for coletada apenas uma vez durante o 
período de cultivo, ela pode não representar as condições reais em que o 
experimento foi realizado. 
3.3. Crescimento e profundidade 
 
Os resultados obtidos no experimento onde se procurou determinar a 
profundidade ideal de cultivo da alga Hypnea musciformis estão apresentados na 
tabela 4. 
Tabela 4 - Valores de biomassas em gramas, obtidas apos 30 dias de cultivo em 
diferentes profundidades, utilizando estruturas de cultivo long-line, as respectivas 
médias(, desvio padrão e taxas de crescimento diário. 
 
Profundidade 
(m) 
Cordas secundárias 
1 2 3 4 µ (g) S (g) TCD(%) 
0,2 231 305 265 204 251,25 37,82 5,38 
0,5 129 117 103 122 117,75 9,52 2,85 
0,8 78 105 93 46 80,50 22,10 1,58 
1,1 34 21 46 38 34,75 9,04 -1,21 
1,4 0 0 0 0 0 0 0 
1,7 0 0 0 0 0 0 0 
2 0 0 0 0 0 0 0 
 
A analise de correlação de Pearson entre a profundidade e o ganho de 
biomassa apresentou um forte coeficiente de correlação negativo, r ( Pearson) = - 
0,74, podemos afirmar então que a medida de a profundidade aumenta, o ganho 
de biomassa diminuirá. 
 33
A análise de variância. (P<= 0,05), mostrou diferenças significativas para as 
amostras nas profundidades a 0,2 e 0,5 m; 0,5 e 08m e 0,8 e 1,1 m, obtendo 
valores negativos para a taxa de crescimento diário a 1,1 m de profundidade, e a 
maiores profundidade, obtivemos morte total das mudas. Os melhores resultados 
foram obtidos a 0,2 m de profundidade com ganho de biomassa de 251±37,82 g e 
taxa de crescimento (TCD) de 5,38 %. 
É relevante também informar que a transparência da água no momento da 
coleta de dados era de aproximadamente 0,5 m, podendo ser responsável por 
essa grande diferença nas médias de biomassa cultivada nas maiores 
profundidades. 
Ganesan 2006, também pesquisou o crescimento das algas em diferentes 
profundidades, obtendo resultados semelhantes ao presente trabalho, as melhores 
taxas de crescimento forma observadas nas algas que estavam na superfície TCD 
( 7,0±0,6 %) e diferenças significativas (P<,0,001) para o ganho de biomassa nas 
diferente profundidades. 
O autor também relata que a TCD diminui significativamente a 1,2 m de 
profundidade, obtendo a TCD (1,3±0,2%), concluindo que a profundidade e o 
ganho de biomassa, apresentam forte correlação negativa ( r=0,88; p<0,0001). 
 
 
 
 
 
 34
3.4. Biomassa agregada ao cultivo 
 
A Hypnea musciformis (Wulfen) Lamouroux é uma alga tipicamente epífita, 
com adaptações peculiares que facilitam a fixação de ramos apicais dessas algas 
em diferentes tipos de substratos, inclusive em outras algas, ou seja, é 
considerada um grande problema e indesejada no cultivo de outras espécies. 
Por essas características, sugere, em parte, que o ganho de biomassa 
relacionado ao crescimento dessas mudas possa esta relacionada com a 
agregação de ramos de Hypnea musciformis (Wulfen) Lamouroux que a deriva na 
corrente marinha se fixam nos substratos de cultivo, mascarando assim a taxa de 
crescimento das algas. 
Os resultados obtidos no experimento realizado com finalidade de avaliar a 
biomassa que possivelmente foi agregado ao cultivo esta descrito na tabela 5. 
Tabela 5 - Valores das medias de biomassas acumuladas durante 30 dias de 
cultivo em long-line, com substrato em diferentes condições, ficando as algas 
confinadas em tanque rede (T.R.) e nos substratos livres na corda principal. 
 Biomassa agregada 
 n µ S TCD 
T.R 3 112 14,8 3,23 
LIVRE 3 195,33 23,25 5,45 
 
 
 
Os resultados da análise de variância (ANOVA: um critério), apresentaram 
diferenças significativas para as biomassas cultivadas no T.R. e as algas 
 35
cultivadas livremente (F=0,2 e (p) =0,67). Esses resultados não podem ser 
considerados conclusivos, pois o biofilme acumulado na tela, utilizada no tanque 
rede, obstruía a passagem da água e conseqüentemente dos nutrientes, não 
expondo as mudas livres e confinadas, as mesmas condições ambientais. 
Este fato pode ser observado através do aspecto morfológico entre as algas 
cultivadas livre as confinadas (Figura 9). As algas confinadas apresentaram uma 
talo mais espesso que as cultivadas, menos ramos ao longo do talo e nenhuma 
ramificação na região apical, o que podemos sugerir que a falta de nutriente possa 
ter inibido o crescimento da alga nessa região, porem as células mais antigas 
continuaram a crescer aumentando o diâmetro do talo. 
 
Figura 9 – Imagens da tela utilizada no tanque rede, acima a tela obstruída com 
biofilme acumulado (1A) e abaixo a tela sem biofilme (1B) e diferenças 
morfológicas apresentadas entre as algas cultivadas dentro do tanque rede (2B) e 
as algas cultivadas fora do tanque rede (2A). 
 36
3.5. Ganho de biomassa em substratos com diferentes comprimentos. 
 
Os resultados das medias do ganho de biomassa, obtidos para diferentes 
comprimentos de substratos estão apresentados na tabela 6. 
Tabela 6 – Valores das médias (µ) das biomassas obtidas com 30 e 60 dias de 
cultivo em 4 diferentes comprimentos de substrato, com 40, 60 e 80 cm. 
 Tempo de cultivo 
 30 dias 60 dias 
Comprimento (m) 0,40 0,60 0,80 0,40 0,60 0,80 
µ (g) 175,33 242,33 403,33 265,33 360 616,33 
S (g) ±21,07 ±2,08 ±69,6 ±41,63 ±120,44 ±134,15 
TCR(%) 4,18 5,266,95 1,38 1,31 1,41 
 
A análise de variância (p,=0,05), mostrou diferenças significativas nas 
médias das biomassas obtidas com diferentes comprimentos de substratos e 
tempo com 30 e 60 dias de cultivo, os valores de F e (p) estão apresentados na 
tabela 7. 
Tabela 7 - Valores obtidos com análise de variância (ANOVA): um critério, das biomassas 
cultivadas em diferentes comprimento (m) de substratos, após 30 e 60 dias de cultivo 
 Tempo de cultivo 
 30 dias 60 dias 
Comprimento 
(m) 
0,4 e 
0,6 
0,6 e 
0,8 
0,4 e 
0,8 
0,4 e 
0,6 
0,6 e 
0,8 0,4 e 0,8 
F 30 16 29,4 18,7 6,02 18,6 
(p) 0,006 0,017 0,007 0,013 0,069 0,013 
. 
 
 
 
 
 37
3.6. Rendimento Relativo de carragenana. 
 
 
O rendimento das algas cultivadas e das algas coletadas no banco natural 
foi comparado e estão na tabela 8. 
Tabela 8 - Valores das médias (µ) e desvio padrão (S), dos valores de rendimento 
relativo da extração de carragenana da alga Hypnea musciformis cultivada e 
Hypnea musciformis coletada nos bancos naturais. 
Amostras n Rendimento µ 
(%) 
S(%) 
Hypnea musciformis 
cultivo 
3 32,96 ± 0,72 
Hypnea musciformis 
banco 
3 32,74 ± 0,67 
 
 
As mudas não apresentam diferenças significativas para analise de 
variância (ANOVA: um critério F=0,00 p=0,99). Pode-se concluir que as algas 
cultivadas possuem o mesmo rendimento que as algas coletadas em bancos 
naturais, porem a qualidade da carragena não foi estudado, podendo nesse 
aspecto haver diferenças na qualidade dos carboidratos extraídos. 
Para Reis (2006) Não houve diferença entre os teores de carragenana das 
amostras coletadas no costão quando comparadas com os das mudas cultivadas 
(ANOVA, F = 1,87, p = 0,22 , n = 4), que foi de 29,4±7,4% 
 
 38
3.7. Fauna acompanhante 
 
 
No presente trabalho foi observado durante os experimentos que nas 
estruturas de cultivo se encontravam varias larvas, juvenis e adultos de camarões, 
peixes, lagostas e dezenas de espécies de outros invertebrados, podendo afirmar 
que uma nova biota vai se formando ao redor das áreas de cultivo, pois onde se 
encontrava apenas água, agora podem ser encontradas long-lines na superfície 
do mar. Foi observada ainda, uma quantidade significante de juvenis de Serigado, 
Mycteroperca bonaci. 
Reis (2006) observou vários animais no cultivo experimental de Hypnea 
musciformis em estruturas long-line na ilha de Marambaia, RJ; Brasil, os principais 
invertebrados observados foram anfípodas, ascídias, bivalvos, briozoários e 
crustáceos. 
A presença de herbívoros pode causar muitos danos ao cultivo de algas, 
segundo Marques (2003), peixes e invertebrados podem consumir todo 
crescimento diário das algas cultivadas. 
Para Teixeira (2006), o surgimento dessa área de cultivo pode ser uma 
excelente estratégia para esses animais, que encontraram nas estruturas de 
cultivo condições favoráveis de alimento e proteção durante as fases iniciais de 
vida. 
Porem um estudo mais detalhado sobre a fauna acompanhante do cultivo 
deve ser realizado antes de confirmar qualquer hipótese, já que durante o ciclo de 
cultivo essas estruturas são periodicamente recolhidas e parte dessa fauna 
 39
acompanhante vem juntamente com as algas, matando grande parte deste, 
podendo promover um impacto ambiental negativo a essas populações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 40
4. CONCLUSÕES 
 
Após realização desse trabalho, posso concluir que o cultivo da alga 
Hypnea musciformis em estruturas tipo long-line, apresenta grande potencial para 
maricultura no Nordeste do Brasil. 
As algas apresentaram resultados satisfatórios para ganho de biomassa, 
obtendo excelentes taxas de crescimento diário durante os primeiros 30 dias de 
cultivo. 
A estrutura de cordas de polietileno demonstrou uma boa adaptabilidade ao 
local de cultivo, sendo necessário adequar ainda, métodos de manejo das algas, 
limpeza e manutenção das estruturas, como determinar o comprimento total mais 
adequado para as long-lines. 
Nas colheitas a porção de alga que excede os substratos deve ser retirada, 
deixam a porção aderida ao substrato para um novo crescimento. Analises 
econômica são importantes para avaliar a viabilidade de um cultivo dessa 
natureza, porem tecnicamente essa metodologia pode ser uma alternativa para 
comunidades pesqueiras, de modo a expandi-la a uma escala comercial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 41
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