Buscar

2012-tcc-ayscosta

Prévia do material em texto

1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC 
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONT ABILIDADE E 
SECRETARIADO EXECUTIVO – FEAAC 
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
ANTONIO YTALLO SILVA COSTA 
 
 
 
 
A SATISFAÇÃO E A MOTIVAÇÃO COMO FATORES PROPICIADOR ES DA 
ATIVIDADE POLICIAL MILITAR: UMA ABORDAGEM DO MODELO DE 
HERZBERG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fortaleza 
2012 
2 
 
 
ANTONIO YTALLO SILVA COSTA 
 
 
 
 
A SATISFAÇÃO E A MOTIVAÇÃO COMO FATORES PROPICIADOR ES DA 
ATIVIDADE POLICIAL MILITAR: UMA ABORDAGEM DO MODELO DE 
HERZBERG 
 
 
 
 
Trabalho apresentado a faculdade de Economia, 
Administração, Atuária, Contabilidade e 
Secretariado executivo, como requisito parcial 
para obtenção do grau de bacharel em 
Administração. 
Orientador: Profº. Carlos Manta Pinto de Araujo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fortaleza 
2012 
3 
 
ANTONIO YTALLO SILVA COSTA 
 
 
 
 
A SATISFAÇÃO E A MOTIVAÇÃO COMO FATORES PROPICIADOR ES DA 
ATIVIDADE POLICIAL MILITAR: UMA ABORDAGEM DO MODELO DE 
HERZBERG 
 
 
 
Está monografia foi submetida à coordenação 
do curso de Administração, com parte dos 
requisitos necessários à obtenção do Título de 
Bacharel em Administração, outorgado pela 
Universidade Federal do Ceará – UFC e 
encontra-se a disposição dos interessados na 
Biblioteca da referida universidade. 
Data da Aprovação ___/___/___ . 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
____________________________________________ 
Prof. Me.Carlos Manta Pinto de Araujo (Orientador) 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
____________________________________________ 
Prof. Me. Laudemiro Rabelo de Sousa 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
____________________________________________ 
Profª. Me. Elidihara Trigueiro Guimarães 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a DEUS, pois sem Ele 
seria impossível a concretização deste sonho. 
5 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus em primeiro lugar, pois é com a Sua permissão que todas as coisas acontecem. 
Aos meus pais, pois cada um, ao seu modo me ensinou a nunca desistir dos meus 
sonhos. 
A minha avó Raimunda, que em toda sua simplicidade me ensinou que o “saber” 
(conhecimento), é a única herança que não pode me ser tomada. 
A minha noiva Cleonara, que com paciência e abnegação suportou muitos momentos 
sem poder contar com a minha presença. 
Ao meu orientador professor Manta, que com destreza me ajudou a elaborar este 
trabalho, e neste momento, representa todos os demais professores que contribuíram com esta 
vitória. 
A todos os policiais militares, que não mediram esforços para responderem ao 
questionário que foi essencial para conclusão deste trabalho. 
A todas as demais pessoas que, de forma direta ou indireta, somaram esforços e/ou 
torceram pela minha pessoa nesta caminhada tão árdua 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Porque a loucura de Deus é mais sabia que os 
homens, e a fraqueza de Deus é mais forte que 
os homens.” 
Apostolo Paulo 
7 
 
RESUMO 
 
A pesquisa teve como objetivo identificar dentre algumas das principais teorias de motivação 
qual a melhor se ajustaria à atividade policial militar. A escolha recaiu sobre teoria dos dois 
fatores de Frederick Herzberg. Tendo como referencial teórico a teoria dos dois fatores, 
realizou-se a aplicação de um questionário a cinqüenta policiais militares atuantes em 
Fortaleza e na região metropolitana de Fortaleza – Ceará do efetivo de policiais da Polícia 
Militar do Ceará – PMCE integrantes do Batalhão de Polícia Comunitária – BPCOM. Para 
tanto, foram aplicados questionários a cada um dos profissionais que se prontificaram a 
participar desta pesquisa. A síntese das respostas às questões, agrupando fatores higiênicos e 
motivacionais, evidenciou que o primeiro fator deixa mais a desejar do que o segundo fator. 
Contudo, apesar das características da organização militar, o segundo fator identificou que 
existem alguns pontos que comprometem a motivação que, no todo, ainda é positiva. 
 
Palavras-chave: Motivação. Teoria dos dois Fatores. Polícia Militar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
ABSTRACT 
 
The research aimed to identify among some of the major theories of motivation which would 
fit best to the military police activity. The choice fell on two factors theory of Frederick 
Herzberg. With the theoretical framework the theory of two factors was carried out a 
questionnaire to fifty police officers working in Fortaleza and in the metropolitan region of 
Fortaleza - Ceará the effective enforcement of the Military Police of Ceará - PMCE members 
of the Community Police Battalion - BPCOM. For both questionnaires were administered to 
each of the professionals who have volunteered to participate in this survey. A summary of 
responses to questions by grouping hygienic and motivational factors showed the first factor 
leaves more to be desired that the second factor. Yet despite the characteristics of military 
organization the second factor identified that there are some points that undermine the 
motivation, in whole, is still positive. 
 Keywords: Motivation. Theory of two factors. Military Police. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – As etapas do ciclo motivacional envolvendo a satisfação de uma necessidade ......... 16 
Figura 2 – Classificação das teorias sobre motivação ................................................................. 18 
Figura 3 – Quatro hipóteses convencionais sobre a motivação humana ..................................... 19 
Figura 4 – Hierarquia das necessidades humanas segundo Maslow ........................................... 21 
Figura 5 – Hierarquia das necessidades humanas segundo Maslow ........................................... 22 
Figura 6 – Comparação entre teoria das necessidades de Maslow, e a Teoria ERG de Alderfer 23 
Figura 7 – Três necessidades estudadas por McClelland ............................................................ 24 
Figura 8 – Satisfação e insastifação segundo Herzberg representam as dimensões 
independentes da motivação ........................................................................................................ 27 
Figura 9 – Uma comparação dos modelos de motivação de Maslow e de Herzberg .................. 28 
Figura 10 – Organograma geral da PMCE .................................................................................. 30 
Figura 11 – Fardamento do policiamento ostensivo geral da PMCE .......................................... 36 
Figura 12 – Policiais do Ronda do Quarteirão em reunião ......................................................... 38 
Figura 13 – Policiais do Ronda e a viatura de uma área .............................................................. 39 
Figura 14 – Policiais do Ronda do Quarteirão realizando visita comunitária ............................. 39 
Figura 15 – Policiais do Ronda do Quarteirão no serviço operacional ................................. 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 - Demonstrativo da satisfação dos policiais militares quanto às instalações físicas, 
seu asseio e sua funcionalidade ................................................................................................... 44 
Gráfico 2 - Demonstrativo da satisfação dos policiais militares quanto ao equipamento 
utilizado, seu estado de conservação e o seu funcionamento quando demandado ...................... 45 
Gráfico 3 - Relações amistosas com superiores .......................................................................... 45 
Gráfico 4 - Relações amistosas com colegas de trabalho ............................................................ 46 
Gráfico 5 - Demonstrativoda satisfação dos policiais militares, quanto à supervisão realizada . 46 
Gráfico 6 - Demonstrativo da satisfação dos policiais militares, quanto à política de 
administração de pessoas ............................................................................................................. 47 
Gráfico 7 - Segurança no cargo ................................................................................................... 48 
Gráfico 8 - Demonstrativo da satisfação dos policiais militares quanto à política salarial, a 
pontualidade do pagamento e se ele é revisado periodicamente ................................................. 48 
Gráfico 9 - Habilidades pessoais ................................................................................................. 49 
Gráfico 10 - Liberdade para decidir o modo de execução das tarefas ......................................... 50 
Gráfico 11 - Motivação relacionada à promoção (ascensão funcional) ...................................... 51 
Gráfico 12 - Delegação de atividades pelos superiores que valorizam a atuação dos 
subordinados ................................................................................................................................ 51 
Gráfico 13 - Avaliação de desempenho relacionada aos objetivos estabelecidos ....................... 52 
Gráfico 14 - Sentimento de reconhecimento pelo trabalho bem realizado .................................. 52 
Gráfico 15 - Autonomia para ampliação/ enriquecimento ou simplificação das tarefas dos 
entrevistados ................................................................................................................................ 53 
Gráfico 16 - Sentimento de realização de algo importante dos entrevistados ............................. 53 
Gráfico 17 - Sentimento de responsabilidade no exercício do trabalho ...................................... 54 
Gráfico 18- Orgulho e sentimento de prestigio decorrentes da profissão de policial militar ...... 54 
 
 
 
 
 
11 
 
 LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 – Círculos hierárquicos ................................................................................................ 34 
Quadro 2 – Sexo dos policiais militares pesquisados .................................................................. 42 
Quadro 3 – Faixa etária dos policiais militares pesquisados até 31 de Dezembro de 2012 ........ 42 
Quadro 4 – Tempo de serviço dos policiais militares entrevistados ........................................... 42 
Quadro 5 – Cargo dos policiais militares entrevistados .............................................................. 43 
Quadro 6 – Escolaridade dos policiais militares entrevistados ................................................... 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 13 
2 MOTIVAÇÃO ............................................................................................................... 15 
2.1 Origem e Conceitos ........................................................................................................ 15 
2.2 Motivação humana no trabalho .................................................................................... 17 
2.3 Teorias sobre Motivação ............................................................................................... 18 
2.3.1 Hipóteses sobre o conteúdo da motivação ...................................................................... 19 
2.3.2 Hierarquia das necessidades - Abraham Maslow ......................................................... 20 
2.3.3 Teoria ERG – Clayton Alderfer ..................................................................................... 23 
2.3.4 Teoria das Necessidades Adquiridas – David McClelland ............................................ 24 
2.3.5 Teoria dos dois Fatores – Frederick Hezberg ............................................................... 25 
2.3.5.1 Papel dos fatores higiênicos ........................................................................................... 26 
2.3.5.2 Papel dos fatores motivacionais ..................................................................................... 26 
2.3.5.3 Enriquecimento do trabalho/tarefa (job enrichment) ..................................................... 27 
2.4 Comparação entre as teorias de Maslow e de Herzberg ........................................... 28 
3 A POLICIA MILITAR DO CEARÁ E O SERVIÇO POLICIAL MILITAR ...... 29 
3.1 História .......................................................................................................................... 29 
3.2 Estrutura organizacional ............................................................................................. 30 
3.3 Serviço policial .............................................................................................................. 33 
3.3.1 Processo de seleção de policiais militares e Treinamento de policiais militares ......... 33 
3.3.2 Cargos ............................................................................................................................ 33 
3.3.3 Direitos e prerrogativas ................................................................................................. 34 
3.3.4 O policiamento ostensivo ............................................................................................... 35 
3.4 Batalhão de polícia comunitária .................................................................................. 37 
4 PESQUISA DE CAMPO ............................................................................................. 41 
4.1 Metodologia ................................................................................................................... 41 
4.2 Apresentação dos resultados ....................................................................................... 41 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 55 
 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 56 
 APÊNDICE A – Questionário da pesquisa ................................................................ 58 
 
 
13 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 As atividades profissionais de alto risco são hoje vistas no Brasil, sem sombras de 
dúvidas, com olhares mais cuidadosos do que antes. A evolução das relações de trabalho vem 
provocando neste país, tanto no que diz respeito à imagem de responsabilidade social assim 
como ao custo que os acidentes representam quer por indenizações como pela perda da força 
de trabalho acidentada, uma redução nos acidentes de trabalho. No tocante às profissões de 
risco imprevisível, como a de policial militar que apesar do treinamento e capacitação 
especifica sempre poderá ser surpreendida por situações que vão além dos padrões normais 
típicos da sua atuação e previstos em seu treinamento. Vêm-se exigindo destes profissionais 
um verdadeiro comprometimento com seu trabalho e com isto vê-se a clara necessidade destes 
profissionais trabalharem motivados. 
Um número significativo de policiais integrantes da polícia militar de alguns Estados 
da federação do Brasil e bem especificamente a do nosso Estado, mostrou-se de modo geral 
insatisfeitos com as condições atuais de trabalho. Como resultado dessa insatisfação, 
recentemente alguns Estados no país foram surpreendidos com greves policiais nunca vistas 
antes em território nacional. Dentro das reivindicações percebeu-se que estes profissionaisrequeriam: Melhoramento de escala com diminuição da carga horária, direito a promoção, 
melhoramento dos equipamentos, treinamentos de requalificação profissional (reciclagem), 
aumento salarial, reconhecimento através de recompensas e outros, fatores estes que afetam 
diretamente o nível de motivação da tropa. 
Tais reivindicações tinham amparo em fatos tais como: durante alguns anos pouco se 
investiu em equipamento; o ingresso de novos profissionais foi inferior às necessidades 
populacionais; falta de treinamento, de capacitação e reciclagem o que provavelmente 
contribui para esta insatisfação por parte dos membros da corporação. 
No Ceará, especificamente, a remuneração dos policiais militares estaduais 
comparativamente aos profissionais que exercem as mesmas funções em outros estados 
observa-se ainda diferenciação salarial negativa, ou ainda, defasagem na reposição de perdas 
inflacionárias. 
Sem um tratamento isonômico às demais categorias de trabalhadores aos quais são 
concedidos “benefícios” como: insalubridade, periculosidade, os cuidados ergonômicos, 
dentre outros, até que ponto um grupo de trabalhadores que desempenha atividades 
policiais militares se sentem realmente motivados? 
 
14 
 
Sabendo que a motivação nas empresas tem sido na atualidade objeto de diversos 
estudos no meio acadêmico e ou empresarial, e ainda que o conhecimento deste tema e de 
suas teorias pode mudar completamente a realidade de uma organização seja ela publica ou 
privada, com ou sem fins lucrativos. Este trabalho consiste em uma pesquisa sobre os 
possíveis fatores motivacionais que afetam o desempenho dos profissionais da segurança 
pública, mais especificamente os policiais militares do estado do Ceará, tendo em vista que 
em suas labutas diárias estes convivem com adversidades que de alguma forma podem 
contribuir para a sua motivação ou não motivação no trabalho. 
O presente trabalho tem como objetivos gerais conceituar algumas das principais 
teorias motivacionais e analisar suas características, como também enfocar os fatores que 
motivam e desmotivam os policiais militares da Polícia Militar do Ceará através de uma das 
teorias expostas. 
Enquanto o objetivo específico foi o de identificar quais fatores que estimulam os 
policiais militares estaduais do Ceará a aperfeiçoar a realização de seus trabalhos apesar das 
restrições quanto ao ambiente de trabalho, fatores internos e externos que os afetam de 
alguma maneira visando servir de subsidio nas tomadas de decisões relacionadas à motivação 
no trabalho destes profissionais. 
A metodologia adotada foi a bibliográfica e pesquisa a documentos. Alem desta 
efetuou-se um piloto de pesquisa utilizando as técnicas de questionário e entrevista, a um 
grupo de policiais aleatoriamente escolhidos. Devido às implicações regimentais da força 
policial o estudo permitido não pôde ir além destes limites. 
A presente monografia está estruturada em cinco capítulos. Além deste capitulo 
introdutório, o trabalho apresenta a seguinte estrutura, o segundo capítulo deste trabalho trata 
sobre o tema motivação, conceituando e enfatizando suas principais correntes e/ou teorias 
bem como seus renomados autores, O terceiro capítulo apresenta a Polícia militar do Ceará, 
começa descrevendo sua historia, apresenta seus pilares, sua estrutura organizacional e de 
maneira geral o policiamento ostensivo. No quarto capítulo, observa-se a tabulação da 
pesquisa realizada com a amostra de cinqüenta policiais militares do estado do Ceará, lotados 
no Batalhão de Polícia Comunitária (BPCOM) em Fortaleza e três cidades da região 
metropolitana de Fortaleza. Constando a metodologia utilizada na referida pesquisa e analise 
detalhada dos resultados obtidos. No quinto e último capitulo tem-se o resultado onde os 
objetivos do estudo foram identificados sobre forma de considerações finais do trabalho. 
 
 
15 
 
2 MOTIVAÇÃO 
 
 Na atualidade, as organizações buscam constantemente o melhoramento de seus 
produtos ou serviços. São fatores como a concorrência pesada e estruturada, o nível de 
conhecimento de seus clientes que aumentou e cada vez mais eles exigem melhoramento na 
qualidade dos produtos oferecidos ou dos serviços prestados pela empresa e outros, que 
estimulam essa busca pela “perfeição”. Seja na área privada ou na pública, as organizações 
necessitam concentrar suas atenções em seus colaboradores, pois são eles que de forma direta 
ou indireta dependendo do ramo da atividade, são os verdadeiros responsáveis pela produção 
do produto e/ou elaboração do serviço, fazendo com que estes melhorem seus desempenhos a 
organização sentirá os efeitos positivos advindos desta mudança. É pensando sobre estes 
fatores que se percebe a importância do trabalhador sentir-se motivado no ambiente de 
trabalho. Pois de acordo com Erez (1997, apud PASCHOAL, TAMAYO, 2003 p. 4), 
“empregados insatisfeitos não apresentam disposição para dedicar esforço, conhecimentos e 
habilidades pessoais no seu trabalho.” Portanto é fundamental que a organização valorize, 
eficientemente, os seus colaboradores, se quiser manter um lugar de destaque no mercado 
altamente competitivo de hoje. 
 
2.1 Origem e Conceitos 
 
 Até para os estudiosos e autores conhecidos no universo da psicologia e 
administração de empresas, não se trata de uma tarefa considerada como fácil conceituar o 
termo motivação. De modo geral sabe-se que a motivação é estabelecida pelas necessidades 
humanas que variam de pessoa para pessoa e na mesma pessoa pode variar conforme o tempo 
passa o que torna a tarefa mais complicada. 
 Para Bergamini e Coda (1990), a tarefa de induzir comportamento positivo dos 
seres humanos se tornará mais simples quando as pessoas entenderem a relação entre 
motivação, satisfação e comportamento. Geralmente, afirma os autores, que as pessoas 
acreditam que os motivadores e os fatores de satisfação são as mesmas coisas, o que na 
realidade é bem o contrário. Enquanto um motivador é uma necessidade (motivo) que atua 
sobre o intelecto fazendo uma pessoa movimentar-se ou agir, o fator de satisfação é algo que 
satisfaz essa necessidade, ambos alterando um comportamento. Para exemplificar pode-se 
citar a sede como motivador e a água como fator de satisfação. Ainda segundo Bergamini e 
Coda (1990, p. 4), motivação é definida como “uma inclinação para a ação que tem origem 
16 
 
em um motivo (necessidade)” e a satisfação é definida como “o atendimento de uma 
necessidade e ou sua eliminação”. Logo é possível concluir que diferentemente do que as 
pessoas acreditam, a motivação nasce da necessidade humana e não das coisas que satisfazem 
estas necessidades. 
 Para Robbins (2005, p. 132) motivação é “o processo responsável pela 
intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para alcance de uma 
determinada meta”. 
 Segundo Chiavenato (1993), a compreensão da motivação do comportamento 
humano exige o conhecimento das necessidades humanas. Notou-se que o comportamento 
humano é determinado por causas que, às vezes, escapam do próprio controle do homem. 
Essas causas se chamam necessidades ou motivos: são forças conscientes ou inconscientes 
que levam o individuo a um determinado comportamento. A motivação se refere ao 
comportamento que é causado por necessidades dentro do individuo e que é dirigido em 
direção aos objetivos que podem satisfazer essas necessidades. A motivação humana é 
considerada para Chiavenato (1997) um fenômeno cíclico que começa com o surgimento de 
uma necessidade, momento que rompe o estado de equilíbrio do organismo, provocando um 
estado de desequilíbrio ou tensão no individuo. Chiavenato (1999, p. 592) afirma que 
“motivação é o desejo de exercer altos níveis de esforço em direção a determinados objetivos 
organizacionais, condicionados pela capacidade de satisfazer algumas necessidades 
individuais”. 
A partir desse estado de tensão é queo individuo entra em ação ou tem um 
comportamento com o intuito de satisfazer a necessidade. Satisfeita a necessidade o 
organismo volta ao estado de equilíbrio. 
 
 Figura 1: As etapas do ciclo motivacional envolvendo a satisfação de uma necessidade. 
 
Fonte: Chiavenato (1997, p. 84) 
 
 
17 
 
2.2 Motivação humana no trabalho 
 
 Para Minicucci (1995), a misteriosa qualidade que leva o individuo a empreender 
uma ação para executar uma tarefa é o que estudamos quando dirigimos nossa atenção aos 
problemas da motivação humana na empresa. 
 Um fator de extrema importância dentro de uma organização para a motivação das 
pessoas é o clima organizacional1. Quando o mesmo não está agradável, a tendência existir 
um ambiente desfavorável ao desenvolvimento das tarefas, no qual os colaboradores podem 
apresentar desinteresse com relação aos objetivos da empresa, insatisfação ou até mesmo 
frustração. Em contra partida, quando há elevada motivação entre os colaboradores, o clima 
organizacional tende a ser alto e proporciona relações de satisfação, de animação, de interesse 
e colaboração. 
 De acordo com Paschoal, Tamayo (2003), o problema da motivação no trabalho 
situa-se, inevitavelmente, no contexto da interação dos interesses da organização com os 
interesses do empregado. As duas partes envolvem-se numa parceria, na qual cada uma delas 
apresenta, explicita e/ou implicitamente, as suas exigências e demandas. Da parte da 
organização, existem demandas explícitas e bastante precisas relacionadas ao desempenho do 
empregado e às normas de comportamento na empresa. Em relação ao desempenho, a 
empresa exige que os seus membros executem tarefas bem delimitadas, em períodos 
determinados de trabalho e com padrões de quantidade e qualidade previamente 
estabelecidos. Todas estas atividades fazem parte do papel atribuído ao empregado e são, 
geralmente, regidas pelo próprio contrato de trabalho. Para a execução das tarefas, a empresa 
fornece aos seus empregados o equipamento e o material necessário, este último podendo, 
muitas vezes, não corresponder às exigências das tarefas e da própria organização. 
 Maximiano (2000) explica que compreender que a motivação está ligada às 
necessidades já ajuda bastante a entender a complexa mecânica do comportamento humano. 
Fazer uma lista exaustiva das necessidades humanas, no entanto, é impraticável, já que elas 
são especificas de pessoas e grupos. É preciso restringir o debate às categorias de 
necessidades, que são genéricas, como aquelas propostas por Maslow. Alternativamente, 
podem-se estudar casos de pessoas ou grupos de trabalhadores, em situações especificas de 
trabalho. 
 
 
1 Clima organizacional consiste na qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida pelos 
membros da organização e que influência seu comportamento. (Chiavenato, 1997, p. 127) 
18 
 
 O autor mais direcionado para contextos organizacionais não se refere 
especificamente às motivações dos indivíduos a nível pessoal, mas sim como estes agem em 
função das organizações das quais fazem parte uma vez que as diversas pesquisas foram 
desenvolvidas em função destas. 
 
2.3 Teorias sobre Motivação 
 
 As teorias motivacionais podem ser entendidas como uma tentativa incessante e 
progressiva para identificar fontes de prazer que o trabalhador encontra ou pode encontrar no 
seu ambiente de trabalho. Essas fontes parecem encontrar-se no próprio trabalhador, no 
ambiente de trabalho e na interação entre os dois. 
 Para Maximiano (2006), dividem-se em dois grupos as teorias desenvolvidas 
sobre motivação, ambos explicam o desempenho das pessoas em situações de trabalho, sendo 
que o primeiro grupo de teorias procura explicar como funciona o mecanismo da motivação, 
estas teorias são chamadas de teorias de processo, e o segundo grupo procura explicar, quais 
são os motivos específicos que levam as pessoas agir, são as chamadas teorias de conteúdo. 
Ver figura 02. 
 
Figura 2 - Classificação das teorias sobre motivação 
 
Fonte: Maximiano (2006, p. 251) 
 
 Dentro das teorias sobre motivação direcionou-se o estudo para algumas das 
chamadas teorias de conteúdo. Algumas das principais teorias sobre motivação desenvolvidas 
19 
 
ao longo do século XX e que ainda se mantêm atualizadas pelas referências em trabalhos 
acadêmicos são as teorias desenvolvidas por Maslow, Alderfer, McClelland, e Herzberg. 
 
2.3.1 Hipóteses sobre o conteúdo da motivação 
 
Como foi dito anteriormente, as teorias de conteúdo tentam explicar quais motivos agem 
sobre as pessoas para mover seus comportamentos. De acordo Maximiano (2006), as 
primeiras hipóteses que buscam explicar estes motivos foram propostas pelos filósofos gregos 
nas discussões sobre conceito de felicidade, são as chamadas teorias clássicas, ele continua 
afirmando que “as mais sofisticadas teorias continuam a se inspirar nessas antigas idéias”. 
Estas propuseram três tipos principais de motivos que levam as pessoas a agirem, que são: a 
motivação do ganho material, a motivação do reconhecimento social e a motivação 
interior da realização pessoal. Existe ainda uma quarta hipótese que estabelece que as três 
primeiras hipóteses sobre a natureza humana são simplificações, e a quarta afirma que a 
natureza humana é complexa demais para ser entendida apenas por um motivo, surge aí à 
hipótese do homem complexo. A figura 3 apresenta o resumo destas hipóteses. 
 
Figura 3 - Quatro hipóteses convencionais sobre motivação humana. 
 
Fonte: Maximiano (2006, p. 259) 
 
• Motivação do homem econômico-racional 
De acordo com esta hipótese, as recompensas materiais são as que oferecem maior 
atrativo para as pessoas. Esta hipótese estabelece que o comportamento humano é acionado 
(motivado) pela perspectiva de ganho, ou seja, estabelece que a felicidade resulta da posse de 
bens materiais. Ela é usada na base de muitos modelos de administração, principalmente nos 
planos de cargos e carreiras, benefícios e incentivos usados na administração salarial. 
20 
 
 
• Motivação do homem social 
De acordo com esta hipótese, mencionada por Maximiano (2006), estar bem com as 
pessoas com quem ela convive é a recompensa mais importante. Tem o reconhecimento 
público como forma de felicidade e algumas vezes não dão muita importância aos bens 
materiais, preferindo a notoriedade, a gloria. Esta hipótese é usada na base de todos os 
modelos de administração voltados para o lado social e humano da organização. 
 
• Motivação do homem auto-realizador 
De acordo com está hipótese, a recompensa que funciona é aquela que o individuo 
julga como importante. Ela está totalmente voltada para a idéia de que as pessoas são 
motivadas pela satisfação intrínseca, ou seja, com relação aos objetivos e interesses pessoais. 
 
• Motivação do homem complexo 
De acordo com está hipótese, as pessoas são motivadas por inúmeras causas, melhor 
dizendo, não pode dar uma explicação só para a motivação. Ela afirma que nenhuma das 
hipóteses anteriores pode ser aceita isoladamente, cada uma delas explica parte do complexo 
que é entender a motivação humana. As pessoas são motivadas por inúmeras causas, em 
diferentes momentos e circunstâncias. 
 
2.3.2 Hierarquia das necessidades - Abraham Maslow 
 
 De acordo Maximiano (2006), Maslow é autor da teoria mais conhecida que se baseia 
nas necessidades humanas, chamada de hierarquia das necessidades. Conforme esta teoria, as 
necessidades humanas dividem-se em cinco grupos de necessidades que estão 
hierarquicamente dispostas na forma de uma pirâmide. Essas necessidades serão dispostas 
logo a seguir. 
 
• Necessidades fisiológicas: são necessidades básicas relacionadas com a sobrevivência 
do individuo. Ex.: alimento, abrigo, repouso, sexo e outras necessidades. 
• Necessidadede segurança: buscam assegurar proteção contra ameaça ou perigo. Ex.: 
ameaça de perda de emprego, risco á integridade física e a sobrevivência. 
21 
 
• Necessidades sociais: envolve troca de afeto, necessidade de integração e 
relacionamento humano, amizade, amor. 
• Necessidade de estima: envolve a auto-apreciação, a autoconfiança, e a necessidade de 
aprovação social e de respeito, de status, prestigio e consideração. 
• Necessidade de auto-realização: são as necessidades de utilizar o potencial de aptidões 
e habilidades, autodesenvolvimento e realização pessoal. 
 
Essa hierarquia de necessidades pode ser visualizada como uma pirâmide através da figura 
4. 
 
Figura 4 - Hierarquia das necessidades humanas, segundo Maslow 
 
Fonte: Maximiano (2006, p. 263) 
 
Segundo Chiavenato (1997), para a teoria de Maslow, as necessidades humanas estão 
arranjadas em uma pirâmide de importância e influenciação do comportamento humano. Na 
base desta pirâmide estão as necessidades mais primitivas e recorrentes (também chamadas de 
necessidades primárias), enquanto no topo estão as mais sofisticadas e intelectualizadas 
(chamadas de necessidades secundárias). A figura 5 mostra esse arranjo hierárquico. 
 
 
 
 
22 
 
Figura 5 - Hierarquia das necessidades humanas segundo Maslow 
 
 
Fonte: Chiavenato (1997, p. 86) 
 
Para (MAXIMIANO, 2006, p. 263), são validas as seguintes premissas: 
 
• As necessidades básicas manifestam-se em primeiro lugar, e as pessoas 
procuram satisfazê-las antes de se preocupar com o nível mais elevado. 
• Uma necessidade de uma categoria qualquer precisa ser atendida antes que a 
necessidade de uma categoria seguinte se manifeste. 
• Uma vez atendida, a necessidade perde sua força motivadora, e a pessoa passa a 
ser motivada pela ordem seguinte de necessidades. 
• Quanto mais elevado o nível das necessidades, mais saudável a pessoa é. 
• O comportamento irresponsável é sintoma de privação das necessidades sociais e 
de estima. O comportamento negativo é conseqüência de má administração. 
• Há técnicas de administração que satisfazem as necessidades fisiológicas, de 
segurança e sociais. Os gerentes podem trabalhar no sentido de possibilitar que as 
outras sejam satisfatoriamente atendidas. 
 
 
 Iniciando nas necessidades fisiológicas que está na base da pirâmide da hierarquia 
das necessidades e de acordo com a teoria constituem o nível mais baixo de todas as 
necessidades humanas e ainda por serem necessidades biológicas ou básicas elas exigem 
satisfação cíclica a fim de garantir a sobrevivência do ser humano, o individuo passa a 
aprender novas necessidades e neste contesto que surgem as necessidades de segurança 
voltadas para proteção do individuo contra perigos diversos e constituem o segundo nível de 
necessidades humanas. Estes dois grupos de necessidades, fisiológicas e as de segurança 
constituem as necessidades primarias do individuo, direcionadas para sua conservação 
pessoal. 
 Os níveis mais elevados de necessidade somente surgem quando os níveis mais 
baixos são relativamente alcançados ou controlados pelo individuo. Estabelecida a fase de 
23 
 
conservação pessoal em que o individuo tem o controle sobre suas necessidades fisiológicas e 
de segurança é que ele gradativamente vai sentindo outras necessidades consideradas mais 
elevadas como as necessidades sociais, de estima, de auto-realização, que são de acordo a 
hierarquia das necessidades, os níveis três, quatro e cinco respectivamente. 
 
2.3.3 Teoria ERG – Clayton Alderfer 
 
Esta teoria é uma versão revisa a hierarquia das necessidades de Maslow, Alderfer 
propõe três grupos principais de necessidades humanas ao invés de cinco, o nome da teoria 
faz referência a estes três grupos também identificada pela sigla ERG, através de suas letras 
iniciais, assim, existence (existência), relatedness (relacionamento) e growth (crescimento). 
a) Existence, existência: compreendem as necessidades básicas propostas por Maslow, 
necessidades fisiológicas e de segurança. 
b) Relatedness, relacionamento: compreendem as necessidades de relações pessoais 
significativas e as necessidades de estima de Maslow. 
c) Growth, crescimento: é a necessidade ou desejo intrínseco de crescimento pessoal e 
auto-realização. 
Esta teoria não revoga a teoria de Maslow, ela difere porque Alderfer acredita que a 
satisfação das necessidades não é seqüencial, mas simultânea. Para Maximiano (2006, pg. 
264) esse aprimoramento sugere dois princípios. 
1. Mais de uma necessidade pode funcionar ao mesmo tempo. 
2. Se uma necessidade de ordem elevada permanece insatisfeita, aumenta o desejo 
de satisfazer uma de ordem inferior. 
Observe a figura 6 que compara as teorias de Maslow e Alderfer. 
Figura 6 - Comparação entre a teoria das necessidades de Maslow, e a teoria ERG de 
Alderfer 
 
Fonte: Google (2012) 
 
 
24 
 
2.3.4 Teoria das Necessidades Adquiridas – David McClelland 
 
 Essa teoria ressalta que as necessidades podem ser aprendidas ou socialmente 
adquiridas durante a vida, iniciando-se assim que o indivíduo começa a interagir com o 
ambiente e se resumem em três necessidades básicas as necessidades de realização 
achievement, as necessidades de associação ou também chamada filiação affiliation e as 
necessidades de poder Power conforme figura 7. 
. 
Figura 7 - Três necessidades estudadas por McClelland 
 
Fonte: Maximiano (2006, p. 265) 
 
 Essas necessidades são desenvolvidas pelo indivíduo a partir da sua experiência 
de vida e de suas interações com outros indivíduos e com o ambiente. Essas necessidades 
existem, em graus diferentes, em todos os indivíduos, de forma que a hierarquia das 
necessidades, na teoria de McClelland, é individual. A maioria das pessoas descobriu 
McClelland, tem algum grau de cada uma dessas necessidades em seus procedimentos, mas 
raramente com a mesma intensidade. 
 Assim, a forma de atuação de um indivíduo no trabalho será determinada pelo 
quanto o indivíduo é forte ou fraco em cada um desses três tipos de necessidades. 
 Segundo (MAXIMIANO, 2006), as pessoas do tipo nAch (achievement) que tem 
necessidade de realização: escolhem metas que são desafiadoras, porém viáveis; não se 
arriscam demasiadamente, preferindo as situações do cujos resultados podem controlar; dão 
mais importância á realização da meta do que possíveis recompensas; precisam de feedback 
especifico sobre seu desempenho e dedicam tempo a pensar sobre realizações de alto nível. Já 
as pessoas do tipo nAff (affiliation), com necessidade de filiação ou associação, valorizam as 
relações humanas, elas não se preocupam tanto com as realizações e preferem atividades que 
proporcionem contatos com outras pessoas, geralmente esse tipo de pessoas que tem a 
25 
 
necessidade de filiação sofrem de carência de habilidades interpessoais e estas necessidades 
muitas vezes são atendidas fora do horário normal de trabalho, tais como almoço ou conversas 
informais, eles dão mais valor ao relacionamento que a realização de tarefas o que pode ser 
prejudicial para empresa, em contra partida quando eles se encontram satisfeitos 
comportamentos negativos como o absenteísmo diminui. E as pessoas do tipo nPow (Power) 
que tem elevada necessidade de poder procuram cargos que tenham poder e procuram 
também influenciar outras pessoas e seu ambiente. Elas se satisfazem de muitas maneiras, 
através, por exemplo, do controle de recursos, informações ou pessoas, uma vantagem deles é 
que de forma geral pode-se contar com eles para a realização de atividades extras. Eles ainda 
podem ter duas orientações uma voltada para o poder pessoal que de certa forma torna-se 
perigoso porque pode conduzir a tentativa de dominação, e outra voltada para o poder 
institucional que contrário ao poder pessoal é benéfico porque enfatiza o desenvolvimento da 
organização. 
 
2.3.5 Teoriados dois Fatores – Frederick Hezberg 
 
 Nesta teoria afirma Chiavenato (1997), a abordagem é extra-orientada, melhor 
dizendo, que é orientada para o ambiente externo e no trabalho do individuo, o que a torna 
neste conceito, oposta a proposta por Maslow, haja vista, sua orientação ser voltada para as 
diferentes necessidades humanas, abordagem intra-orientada. A teoria dos dois fatores como é 
chamada, explica como o ambiente de trabalho e o próprio trabalho interage para produzir 
motivação. Segundo seu autor Frederick Hezberg, a motivação é resultado de fatores que 
podem ser divididos em dois principais, são eles: Fatores higiênicos e Fatores motivacionais. 
 Fatores higiênicos ou também chamado fatores extrínsecos são relacionados 
com as condições de trabalho do individuo (ambiente do trabalho), incluindo aí as condições 
físicas, de segurança e ambientais de trabalho, os benefícios sociais, as políticas da empresa, o 
regulamento interno, as oportunidades existentes, estilo de supervisão do chefe, relações 
pessoais com colegas e com a direção, salário e etc. Para a teoria estes fatores não são os mais 
apropriados para influenciar o comportamento dos indivíduos, servem apenas para evitar 
fontes de insatisfação do meio ambiente ou ameaças potenciais ao seu equilíbrio. 
 Fatores motivacionais ou também chamado fatores intrínsecos são 
relacionados ao próprio trabalho (conteúdo do trabalho), as tarefas e aos deveres relacionados 
com o cargo em si e sua sintonia com os interesses e qualificações das pessoas, sentido de 
realização de algo importante, exercício de responsabilidade, orgulho e sentimento de 
26 
 
prestigio decorrentes da profissão, reconhecimento pelo trabalho bem feito. Para a teoria estes 
fatores produzem efeitos duradouros de satisfação e aumento de produtividade, acima dos 
níveis normais. 
 Para Maximiano (2006) de forma geral as pessoas mostravam-se satisfeitas com os 
fatores intrínsecos e insatisfeitas com os fatores extrínsecos, deduzindo que as pessoas em 
geral gostam mais do seu trabalho do que do ambiente de trabalho, especialmente quando 
desempenham tarefas que correspondem as suas capacidades e objetivos. 
 
2.3.5.1 Papel dos fatores higiênicos 
São eles que criam o clima psicológico e material saudável dentro das 
organizações, influenciam a satisfação com as condições dentro dos quais o trabalho é 
realizado. Exemplificando, quanto melhor for as relações entre colegas e o tratamento 
recebido do superior, melhor será esse clima ou quanto mais contente o individuo estiver com 
o seu salário, menor será seu nível de insatisfação e logicamente, maior a satisfação de 
trabalhador com o ambiente de trabalho. Ainda para Maximiano (2006 p. 268), “Ambiente de 
trabalho produz satisfação ou insatisfação com o próprio ambiente, mas não motivação para o 
trabalho”. 
 
2.3.5.2 Papel dos fatores motivacionais 
 São eles que são responsáveis pela motivação do individuo no ambiente de 
trabalho, para existir motivação o trabalhador deve está sintonizado com seu trabalho, que 
enxergue nele a possibilidade de exercitar suas habilidades e desenvolver suas aptidões. Para 
Maximiano (2006 p. 268), “Apenas o trabalho em si e seu conteúdo produzem motivação para 
o trabalho.” 
 Com estes papeis definidos podemos afirmar que a motivação pelo trabalho é 
diferente da satisfação com ambiente de trabalho. Maximiano parafraseando Herzberg autor 
da teoria afirma que, “as conclusões desses estudos sugerem que os fatores relacionados com 
a satisfação e a insatisfação no trabalho são diferentes entre si” conforme ilustra a figura 8. 
 
 
 
27 
 
Figura 8 - Satisfação e insatisfação segundo Herzberg representam duas dimensões 
independentes da motivação 
 
Fonte: Maximiano (2006, p. 269) 
 Ele continua dizendo que “o oposto a satisfação não é insatisfação, mas sim a não 
satisfação; o oposto de insatisfação não é satisfação, mas não insatisfação.” Com isto 
podemos simplificar dizendo que os fatores higiênicos estão relacionados à satisfação e 
fatores motivacionais a motivação. 
 
2.3.5.3 Enriquecimento do trabalho/tarefa (job enrichment) 
 A teoria dos dois fatores ainda sugere uma importante aplicação que é a técnica de 
enriquecimento de tarefas, para introduzir maior dose de motivação no trabalho. Essa técnica 
consiste em incrementar os fatores motivacionais de um cargo ou um grupo de cargos, cujos 
ocupantes sejam responsáveis pela mesma tarefa mediante a incorporação de novas e 
desafiadoras tarefas a um cargo já existente. 
 Algumas medidas são necessárias para o enriquecimento do cargo, primeiramente 
as tarefas devem ser ampliadas aumentando sua variedade, com intuito de que a monotonia 
inerente ao cargo seja minimizada. Para melhor compreensão, Maximiano (2006), cita os 
seguintes exemplos: um funcionário pode ser responsabilizado pelo treinamento de seus 
novos colegas ou um funcionário pode ser treinado para atualizar-se continuamente nas 
operações de um computador. Com tudo, alem da ampliação das tarefas que pode ser feita por 
meio de atribuições adicionais (primeiro exemplo) ou pela aquisição de novas habilidades 
(segundo exemplo), o enriquecimento do trabalho utiliza-se da potencialização do 
trabalhador, por meio do aumento dos seus poderes de decisão (empowerment). 
 
 
28 
 
2.4 Comparação entre as teorias de Maslow e de Herzberg 
 São consideráveis as semelhanças de alguns aspectos das teorias de Maslow e de 
Herzberg, como podemos notar os fatores motivacionais de Herzberg, atendem as 
necessidades que estão no topo da hierarquia das necessidades de Maslow e os fatores 
higiênicos atendem as necessidades que estão na base da pirâmide. Quanto mais se ascende na 
hierarquia das necessidades de Maslow, mais importante dos fatores motivacionais, quanto 
mais se desce nele mais importante tornam-se os fatores higiênicos. Também se sabe que 
existem importantes diferenças. Vejamos a figura a seguir para facilitar a compreensão ver 
figura 9. 
Figura 9 - Uma comparação dos modelos de motivação de Maslow e de Herzberg 
 
Fonte: Chiavenato (1997, p. 92) 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
3 A POLICIA MILITAR DO CEARÁ E O SERVIÇO POLICIAL MILITAR 
 
 Este capítulo tem como foco principal apresentar a Polícia militar do Ceará e de 
maneira geral e bastante sucinta, o serviço policial militar. Começa descrevendo sua historia, 
apresenta seus pilares, sua estrutura organizacional e também apresenta o serviço policial, 
forma de ingresso, hierarquia e o policiamento ostensivo que configura a principal função das 
policias militares dentro do “universo” da segurança pública e finalmente o Batalhão de 
Polícia Comunitária onde se realizou a pesquisa do presente trabalho. 
 
3.1 História 
 Originada em 24 de maio de 1835, pelo então Presidente (Governador), da 
Província do Ceará, padre, senador vitalício e orador sacro, José Martiniano de Alencar, 
preocupado com a segurança e o bem estar dos habitantes da Província do Ceará, assinou a 
Resolução Provincial nº 13, criando a Força Pública do Ceará, embrião da Polícia Militar do 
Ceará, como marco germinante e real de uma instituição séria, digna de respeito e admiração, 
que com dedicação integral, atua diretamente os 365 dias do ano nos 184 municípios deste 
Ceará. 
 A partir de 4 de janeiro de 1947 passou então à denominação que tem até os dias 
atuais, a partir da entrada em vigor da constituição de 1946. Foi comandada por 104 
comandantes. A Polícia Militar do Ceará (PMCE) tem por função primordial (Missão) o 
policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública do Estado do Ceará. Seu primeiro 
Comandante foi o Ten EB Tomaz Lourenço da Silva Castro, que comandou de 24/05/1835 a 
19/01/1839. Ao longo de sua existência, a PM cearense trocou quatorze vezes de nome, mas 
nunca de ideal(Visão), qual seja: a Preservação da Ordem, Tranqüilidade das Famílias e 
Segurança dos Cidadãos. Tendo no policiamento ostensivo a sua atividade fim, a Instituição 
está presente em todo o Estado com seus Batalhões Regionais. Os mais de 17 mil homens do 
efetivo estão distribuídos por todos os municípios cearenses para servir ao cidadão. 
 A polícia militar como representante do poder público, não pode se esquivar da 
obrigação permanente de viabilizar satisfatoriamente o trabalho policial. Ela, atuando no setor 
da segurança publica, ao longo de sua existência, sofreu mudanças, adaptou sua estrutura aos 
nossos tempos, tendo sempre como objetivo principal servir a sociedade cearense. No 
organograma, a ela é comandada por um oficial superior do posto de coronel e é denominado 
30 
 
comandante-geral, hoje o Sr. CEL PM Werisleik Pontes Matias é ocupante deste lugar de 
honra. 
 
3.2 Estrutura organizacional 
 
 A Polícia Militar do Ceará insere-se na Administração Pública Estadual como 
órgão subordinado ao Governador do Estado e vinculado, operacionalmente, à Secretaria da 
Segurança Pública e Defesa Social. Seu organograma ver figura 10 obedece à Lei nº 11.035, 
de 23 de maio de 1985, que fixa o efetivo, regulamentada pelo Decreto nº 17.229, de 11 de 
junho de 1985, que aprova o Quadro de Organização. 
Figura 10 – Organograma geral da PMCE 
 
Fonte: Policia Militar do Ceará, (2012). 
 
 Ainda com base em algumas informações no sitio oficial na Internet, dentre as 
competências privativas do Governador do Estado, vê-se no Inciso IX do Artigo 88, da 
Constituição Estadual, o exercício do Comando Supremo das Organizações Militares 
Estaduais: Polícia Militar e Bombeiros Militares. O Capítulo V da Lei Maior Estadual, que 
trata da Segurança Pública e da Defesa Civil, em seu Artigo 178, dispõe sobre os órgãos 
responsáveis pela ordem pública. 
31 
 
 A Seção III, do Capítulo V, define a Instituição Policial Militar do Estado no que 
diz respeito à missão, subordinação, efetivo e organização. Conforme a legislação ordinária, a 
PMCE se organiza em escalões de direção, de apoio e de execução. 
 Os órgãos de Direção Superior compreendem: o Comando Geral, constituído pelo 
Comandante-Geral, Chefe do Estado-Maior, Gabinete e Assessorias. O Comandante-Geral é 
de livre escolha do Governador do Estado, dentre os coronéis do serviço ativo da Corporação 
e que preencham os requisitos constantes em leis. 
 O Chefe do Estado-Maior é também o Subcomandante da Corporação, 
competindo-lhe coordenar as Seções e orientar os trabalhos do Colegiado (Seções do Estado 
Maior - EM), substituir o Comandante-Geral em seus impedimentos eventuais, gerenciar a 
disciplina na Corporação, bem como, desempenhar outras missões e encargos lhe atribuídos 
pelo Comandante Geral. Compete-lhe também analisar e exarar pareceres sobre questões 
administrativas e operacionais da Instituição, como também coordenar o Estado-Maior 
 O Colegiado compõe-se de seis Seções, cuja competência básica distribui-se da 
seguinte forma: 
 
1ª Seção do EM - Responsável pela elaboração de políticas e acompanhamento de pessoal; 
2ª Seção do EM - Cuida das questões atinentes a informações e inteligência da Corporação; 
3ª Seção do EM – É responsável pela política operacional; 
4ª Seção do EM - Coordena a política logística e faz o controle e acompanhamento de 
material; 
5ª Seção do EM - Área que trata de assuntos civis: comunicação, ações comunitárias e 
Relações Públicas; 
6ª Seção do EM - Encarregada da elaboração do planejamento orçamentário. 
 A Ajudância Geral, ainda com base em algumas informações no sitio oficial na 
Internet, o órgão de direção intermediária que coordena os órgãos de apoio do Quartel do 
Comando Geral - QCG, na concepção das políticas e dos objetivos traçados pelo Comando-
Geral, é responsável pela administração da unidade, como também, pela confecção, 
supervisão e distribuição do Boletim do Comando Geral (órgão oficial de divulgação interna). 
Classificadas como órgãos de apoio, as Diretorias se dividem em cinco: 
a) Diretoria de Ensino - Coordena as Unidades de Ensino da Corporação: CFAP- Centro 
32 
 
de Formação e Aperfeiçoamento de Praças - responsável pela habilitação, formação, 
aperfeiçoamento e especialização das praças PM, do soldado ao subtenente; Academia 
de Polícia Militar General Edgard Facó - incumbida da habilitação, formação e 
aperfeiçoamento de oficiais, além da realização de cursos de altos estudos de Polícia 
Militar, como bacharelato e pós-graduação; Colégio da Polícia Militar - destinado ao 
ensino fundamental e médio dos dependentes de policiais militares e demais 
segmentos sociais. 
b) Diretoria de Saúde e Assistência Social - É responsável pela coordenação da área de 
saúde da PMCE, que abrange o Hospital, Centro de Fisioterapia e Reabilitação Motora 
e o Centro Odontológico. Vinculado também a esta Diretoria está o SARS - Serviço 
de Assistência Religiosa e Social. 
c) Diretoria de Pessoal - Administra os recursos humanos da Instituição, sejam militares 
estaduais ou servidores públicos. A DP é divida em seções que cuidam de áreas 
específicas como cadastro e avaliação, promoção, justiça e disciplina, seção de 
inativos, além de outros assuntos concernentes à política de pessoal. 
d) Diretoria de Finanças - Responde pela execução da política econômico-financeira da 
Contabilidade, de Auditoria, de Expediente e Arquivo, além da Tesouraria. 
e) Diretoria de Apoio Logístico - Dirige e supervisiona a política de material da PMCE. 
Dessa forma, é responsável pelo controle de armamento, munição, viatura, bens e 
instalações físicas (aquartelamentos), como também, pela parte logística concernente a 
fardamento e alimentação do efetivo. 
 Na parte, eminentemente, operacional, ou seja, no que se refere ao exercício do 
policiamento ostensivo (atividade-fim), a Corporação conta com dois Grandes Comandos: 
CPC - Comando de Policiamento da Capital e CPI - Comando de Policiamento do Interior. 
 O CPC, que coordena o 5° e o 6° Batalhões Policiais Militares, em Fortaleza e 
Maracanaú, respectivamente, é responsável pela segurança da Capital e Região Metropolitana 
de Fortaleza. Já o CPI, como o nome indica, responde pela segurança do Interior do Estado, 
atuando nas áreas de cinco Batalhões: 1° BPM, em Russas, 2° BPM, em Juazeiro do Norte, 3° 
BPM, em Sobral, 4° BPM, em Canindé e 7° BPM, em Crateús. Cada Batalhão é dividido em 
Companhias e Pelotões, com áreas circunscricionais definidas ou para o exercício de 
policiamento específico. 
 
33 
 
3.3 Serviço policial 
 A carreira militar estadual é caracterizada por atividade continuada e inteiramente 
devotada ás finalidades e missões fundamentais das corporações militares estaduais, 
denominada atividade militar estadual, sendo privativa do pessoal da ativa, iniciando-se com 
ingresso e obedecendo a sequência de grau hierárquico. 
 Tem como dois pilares da estrutura de comando, a Hierarquia e a Disciplina. A 
hierarquia, que é a ordenação da autoridade em níveis diferentes dentro da estrutura da 
corporação, obrigando níveis inferiores a níveis superiores. A disciplina é a rigorosa 
observância e o acatamento integral às leis, regulamentos, normas e disposições que 
fundamentam a Corporação Militar Estadual e coordenam seu funcionamento regular e 
harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos, com o 
correto cumprimento, pelos subordinados, das ordens emanadas dos superiores. 
 
3.3.1 Processo de seleção de policiais militares e Treinamento de policiais militares 
 
O ingresso na PMCE se dá por meio de concurso público somente. Podendo o 
individuo que queira ingressar na atividade militar estadual, ingressar como Soldado de 
polícia, através do concurso destinado para o provimento deste cargo. Este passará por um 
curso de formação e logo apóseste período será nomeado Soldado PM e poderá alcançar no 
máximo o posto de Capitão PM. Também poderá o individuo concorrer ao cargo de Primeiro-
Tenente PM, passará por um processo de formação diferente do Soldado PM. No curso de 
formação de oficiais, o individuo Será considerado Cadete do curso de Formação de Oficiais 
PM, após este período será considerado Aspirante-a-Oficial e passará por um período de 
experiência, o qual será avaliado se está preparado para assumir a função de Primeiro-Tenente 
PM, sendo aprovado neste período, ele será nomeado ao cargo e poderá alcançar o posto 
Máximo da corporação, que é o de Coronel PM. 
 
3.3.2 Cargos 
A estrutura hierárquica é formada por postos (o grau hierárquico do oficial) e 
graduações (grau hierárquico da praça), veja no quadro 1, os Círculos Hierárquicos. 
 
 
34 
 
Quadro 1 - Círculos hierárquicos 
a) Oficiais: 
• Superiores: Coronel, Tenente-Coronel e Major PM. 
• Intermediário: Capitão PM. 
• Subalternos: Primeiro-Tenente PM. 
b) Praças: 
• Subtenentes e Sargentos: Subtenentes e Sargentos PM. 
• Cabos e Soldados: Cabos e Soldados PM. 
c) Praças Especiais: 
• Aspirante-a-Oficial. 
• Cadete do curso de Formação de Oficiais PM. 
• Aluno-Soldado do curso de formação de Soldados PM. 
Fonte: Estatuto da Polícia Militar do Ceará 
 
 O oficial é preparado ao longo da carreira, para o exercício do comando, da chefia 
e da direção das Organizações militares Estaduais, os Subtenentes e Primeiros-Sargentos 
auxiliam e complementam as atividades dos oficiais na capacitação de pessoal e no emprego 
dos meios, na instrução, na administração e no comando de frações de tropa, mesmo agindo 
isoladamente nas diversas atividades inerentes a cada Corporação. Os Cabos e Soldados são, 
essencialmente, os responsáveis pela execução. 
 
3.3.3 Direitos e prerrogativas 
 
 O policial militar segundo orientam SOUSA e BENICIO (2008) no Manual de 
técnica Policial Militar tem vários direitos e prerrogativas como manifestação de respeito da 
corporação à dignidade da pessoa humana. Dentro delas citam-se, dentre outros. 
 
a) Garantia ao posto quando oficial e a graduação quando praça, 
b) Percepção de remuneração, 
c) Promoção observada às condições legais, 
35 
 
d) Férias obrigatórias, afastamentos temporários do serviço e 
e) Licenças, porte de arma. 
 
 Outros benefícios concedidos aos policiais são as recompensas, constituídas pelo 
reconhecimento dos bons serviços prestados e honrarias feitas, algumas destas são: 
 
 a) Prêmios de honra ao mérito; 
a) Condecorações por serviços prestados; 
b) Elogios, dispensas de serviços e outras. 
 
 Estas recompensas por sua vez e o direito a promoção, são concedidos em 
solenidades formais internas. Para se ter o direito a promoção, é necessário que o policial 
atenda todas as condições para a promoção á graduação ou ao posto superior, dentre todas, 
podem ser citadas: 
 
a) existência da vaga; 
b) ter concluído com aproveitamento o curso especifico a graduação ou ao posto 
superior; 
c) ter completado até a data da promoção o interstício de tempo mínimo á graduação 
ou ao posto superior. 
 
 Quando atendida as condições exigidas, o policial passará à graduação ou ao posto 
seguinte. 
 
3.3.4 O policiamento ostensivo 
 
 O policiamento ostensivo trata-se das ações de fiscalização de polícia, sobre 
matéria de ordem pública, em cujo emprego o homem ou a fração de tropa sejam 
identificados, quer pela farda, quer pelo equipamento, armamento, viatura e outros que se 
constituem de formas complementares de reconhecimento, esta forma de policiamento é 
realizado pelas policias militares estaduais. 
 Com a finalidade da preservação da ordem publica, a ação deste policiamento deve 
ser essencialmente preventiva em situação de normalidade, quando acontece uma situação de 
36 
 
anormalidade social em que esteja ofendida a ordem publica, a policia militar deverá agir de 
forma repressiva imediatamente, a fim de restabelecer a ordem. 
 Para se conhecer melhor este policiamento fardado é necessário saber que os 
seguintes equipamentos são essenciais: cinto de guarnição com coldre, porta-bastão (tonfa), 
porta-algemas, porta-carregadores, algemas, colete balístico, radio de comunicação. 
 
 Fardamento e Armamento 
 
Figura 11 - Fardamento do policiamento ostensivo geral da PMCE 
 
Fonte: PMCE, (2012). 
 
 O fardamento básico do policial militar é constituído por calça, camisa interna, 
gandola (camisa externa), couturno (botas) e cobertura (que pode ser boina ou cap). 
 Os armamentos relacionados como básicos para este tipo de policiamento são: 
revolver calibre.38, pistola calibre.40, espingarda cal.12, carabina calibre .40, metralhadora 
calibre .40 e bastão policial (tonfa). 
a) com relação aos meios de locomoção ele pode realizado: 
 
 - a pé; 
 - a cavalo; 
 - bicicleta; 
 - embarcação; 
 - motorizado (automóvel ou motocicleta) e; 
 - aéreo. 
 
37 
 
b) com relação ao lugar ele pode ser: 
- urbano ou rural. 
 
c) com relação à modalidade ele pode ser das seguintes formas: 
 
 - Patrulhamento, que é atividade móvel de observação, Fiscalização, 
reconhecimento, proteção ou mesmo de emprego de força; 
 - Permanência, que é a atividade predominantemente estática, realizada pelo 
policial militar em local de risco ou posto fixo contando com a possibilidade 
de comunicação; 
 - Escolta que é a atividade de policiamento ostensivo destinado a custódia de 
pessoas ou bens, em deslocamento; 
 - Diligência que é atividade de busca e apreensão de objetos e/ou busca e captura 
de pessoas em flagrante delito ou mediante mandato judicial. 
 
d) Quanto a circunstâncias ele pode ser: 
 
 - Ordinária, que é o emprego rotineiro de meios operacionais em obediência ao 
plano sistemático; 
 - Extraordinária, que é o emprego eventual e temporário de meios operacionais a 
acontecimento imprevisto; 
 - Especial, que é o emprego temporário de meios operacionais, em eventos 
previsíveis. 
 
3.4 Batalhão de polícia comunitária 
 Oriundo de um programa de governo, o Batalhão de Policia Comunitária - 
BPCOM, foi criado pela Lei Nº 14. 658 de 30 de abril de 2010, conforme publicação no 
Diário Oficial do Estado Nº 087, de 12 de maio de 2010, e regulamentado através do Decreto 
Estadual nº 30.285, de 18 de agosto de 2010. Essa Unidade foi criada para administrar o 
Programa “Ronda do Quarteirão” que atualmente é o principal programa da área de segurança 
pública do governo do Estado do Ceará. 
 O programa Ronda do Quarteirão teve seu início em 21 de novembro de 2007, 
iniciou-se com 05 (cinco) áreas-piloto na capital e de acordo com o sitio da PMCE atualmente 
38 
 
possui 252 (duzentos e cinqüenta e duas) áreas cobertas, em 42 (quarenta e dois) municípios, 
tendo toda a Capital e Região Metropolitana com 100% de cobertura, e em 2010, passou a 
contemplar todas as cidades com mais 50.000 habitantes. 
Figura 12 - Policiais do Ronda do Quarteirão em reunião 
 
Fonte: PMCE, (2012). 
 O Ronda do Quarteirão pode ser definido como uma nova estratégia de 
policiamento. Nele, os esforços estão concentrados na filosofia de Polícia Comunitária, que 
consiste em uma tentativa de criar uma polícia técnica mais próxima da sociedade, fazendo 
dos agentes de segurança pública, agentes transformadores da pacificação social. 
 Segundo sitio da PMCE na internet, na concepção do Ronda do Quarteirão foram 
estabelecidas prioridades como: a criação de polícia de proximidade, a utilização do uso legal 
e proporcional da força, por meio do irrestrito respeito aos direitos humanos, a qualificação 
em consonânciacom a utilização de tecnologia avançada e a interação com a comunidade. 
Com relação ao uso da tecnologia, podemos citar com exemplo: Monitoramento eletrônico 
das viaturas, possibilitando a auditoria e o acompanhamento das ações desenvolvidas; Vídeo-
monitoramento, em tempo real, imagens e aúdio de tudo o que acontece dentro da viatura, 
fiscalização 24 horas. 
 O Programa se desenvolveu como forma de tornar esse conceito de policia 
comunitária mais real, para isso foram criados núcleos urbanos geo-referenciados, com uma 
área especifica por viatura, chamada de base territorial, onde atuam preferencialmente os 
mesmos policiais para um maior envolvimento e conhecimento da comunidade e, onde existe 
um telefone na própria viatura que corresponde ao número da viatura, afim de a população 
poder fazer suas denuncias diretos para os policiais da área. 
39 
 
Figura 13 - Policiais do Ronda do Quarteirão e viatura de uma área 
 
Fonte: PMCE, (2012) 
Para estruturar esses fundamentos na doutrina de polícia comunitária, a interação com 
a comunidade é realizada por meio de visitas às residências, escolas, condomínios, praças e 
outros, denominadas visitas comunitárias. A permanência da mesma equipe de policiais em 
cada área de serviço e nos mesmos horários possibilita aos moradores e aos policiais a criação 
de um laço de confiabilidade maior. 
Figura 14 - Policiais do Ronda do quarteirão realizando visita comunitária 
 
Fonte: PMCE, (2012) 
 Segundo informações retiradas do Blog oficial do programa, além do serviço 
operacional, os Policiais do Ronda do Quarteirão realizam atividades sociais em parceria com 
as lideranças comunitárias. Projetos que capacitam crianças e adolescentes, tirando-os da 
ociosidade e das ruas. Ronda Cultural, Turminha do Ronda, Violão Comunitário, Um golpe 
contra a violência, Projeto de Ações Culturais e Esportivas (PACE) e o Ronda na Educação, 
40 
 
são apenas alguns dos projetos desenvolvidos por esses homens e mulheres que em algumas 
ocasiões mesmo estando em suas folgas, destinam seu tempo pela causa social e ensinam, 
cuidam e aprendem com esses jovens . 
Figura 15 - Policiais do ronda do quarteirão no serviço operacional 
 
Fonte: PMCE, (2012). 
 
 O BPCOM, atualmente está sob o comando do Ten Cel PM John Roosevelt 
Rogério de Alencar, tem hoje sob sua responsabilidade 29 (vinte e nove) Subunidades 
Operacionais (Núcleos de Policiamento Comunitário). Contando com um efetivo total em 
torno de quatro mil policiais militares, que faz deste batalhão o maior da America Latina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
4 PESQUISA DE CAMPO 
 No intuito de identificar as condições de aspectos motivacionais de um grupo de 
profissionais policiais militares realizou-se um estudo de campo na forma a seguir descrita. 
4.1 Metodologia 
 Para a realização do presente trabalho, a metodologia adotada foi em parte 
bibliográfica e pesquisa documental. Alem destas efetuou-se um piloto de pesquisa utilizando 
as técnicas de questionário e entrevista aplicado a um grupo de militares lotados nas cidades 
de Fortaleza, Pacatuba, Maranguape e Maracanaú nos dias 14 e 15 de maio de 2012. 
 A coleta de dados foi baseada na aplicação de questionário do tipo fechado. Este 
foi composto por 23 questões, nas quais o entrevistado poderia escolher como resposta sim ou 
não. Vale ressaltar que o questionário subdivide-se em três partes: identificação do perfil do 
entrevistado, medição do nível de satisfação com relação ao ambiente de trabalho, medição do 
nível de motivação com relação ao próprio trabalho. 
 De posse dos dados coletados pela aplicação dos questionários, passou-se para a 
etapa de análise. Os dados obtidos foram organizados e tabulados na forma de quadros e 
gráficos, utilizando-se o método gráfico do MSExcel. 
Dentro do universo Policia Militar do Ceará, foi escolhido como cenário de pesquisa o 
Batalhão de Polícia Comunitária – BPCOM, este constitui um dos batalhões que compõe a 
PMCE. Participaram desta pesquisa 50 policiais militares, praças, escolhidos aleatoriamente, 
lotados no BPCOM na capital e em mais três cidades da região metropolitana. 
4.2 Apresentação dos resultados 
 A primeira parte da pesquisa está relacionada com a identificação do perfil dos 
policiais militares, fatores com sexo, faixa etária, tempo de serviço, cargo e grau de instrução 
são identificados. 
 No quadro 2 apresenta-se o sexo dos entrevistados neste estudo, sendo possível 
observar que quase todos os entrevistados são do sexo masculino, isto apenas é reflexo da 
realidade, haja vista, o ingresso de mulheres na PMCE ser sempre cerca de dez por cento das 
vagas disponíveis em certames. 
 
 
42 
 
 
Quadro 2 - Sexo dos Policiais Militares Pesquisados 
SEXO Nº CITAÇÕES FREQUÊNCIA 
Masculino 47 94% 
Feminino 3 6% 
TOTAL 50 100% 
Fonte: Dados primários, (2012). 
 De acordo com a pesquisa realizada, no Quadro 3 verifica-se que a quase 
totalidade dos policiais militares entrevistados estão na faixa etária entre 18 anos e 35 anos, 
somando um percentual de 84% dos entrevistados. Na pesquisa, não foi entrevistado policiais 
militar com mais de 56 anos, o que não que dizer que na instituição não tenha profissionais 
dentro desta faixa etária. 
Quadro 3 - Faixa Etária dos Policiais Militares pesquisados até 31 de dezembro de 2012 
FAIXA ETÁRIA Nº CITAÇÕES FREQUÊNCIA 
De 18 a 25 anos 10 20% 
De 26 a 35 anos 32 64% 
De 36 a 45 anos 4 8% 
De 46 a 55 anos 4 8% 
Mais de 56 anos 0 0% 
TOTAL 50 100% 
Fonte: Dados primários 
 O tempo de serviço dos militares estaduais foi dividido em seis faixas, ver Quadro 
4. Sendo a que mais se apresentou nesta pesquisa a primeira faixa, que compreende os 
policiais militares que estão com menos de cinco anos de serviço, esta faixa teve 36 citações, 
72% dos entrevistados, isto se dá pelo seguinte motivo, os concursos para ingresso na PMCE 
de 2007, 2008/09, 2010/11, foram para provimento de vagas destinadas ao BPCOM, batalhão 
onde foi realizada a pesquisa. Logo após foi a faixa seguinte que compreende os que estão 
entre 6 e 10 anos de serviço, esta faixa teve 4 citações. Logo se pode inferir que 80% dos 
entrevistados estão na corporação entre 0 e 10 anos. 
Quadro 4 - Tempo de serviço dos policiais militares entrevistados 
TEMPO DE SERVIÇO Nº CITAÇÕES FREQUÊNCIA 
Entre 0 e 5 anos 36 72% 
Entre 6 e 10 anos 4 8% 
Entre 11 e 15 anos 2 4% 
43 
 
TEMPO DE SERVIÇO Nº CITAÇÕES FREQUÊNCIA 
Entre 16 e 20 anos 2 4% 
Entre 21 e 25 anos 3 6% 
Mais de 25 anos 3 6% 
TOTAL 50 100% 
Fonte: Dados primários 
 O Quadro 5 apresenta os cargos referentes à classe de praças da PMCE, os quais a 
pesquisa foi direcionada, através dele observar-se que o cargo se Soldado foi o que teve mais 
freqüência, chegando a 86% dos entrevistados, o que é relativamente normal, haja vista, estes 
serem a base da cadeia hierárquica das organizações militares. 
Quadro 5 - Cargo dos policiais militares entrevistados 
CARGO Nº CITAÇÕES FREQUÊNCIA 
Soldado 43 86% 
Cabo 3 6% 
Sargento 3 6% 
Subtenente 1 2% 
TOTAL 50 100% 
Fonte: Dados primários 
 
 Quanto à escolaridade, o Quadro 6 mostra os níveis de instrução dos policiais 
militares entrevistados. Retira-se deste que nenhum dos policiais militares entrevistados 
possui nível fundamental ou algum tipo de pós-graduação, o que não quer dizer que na 
corporação não exista estes níveis. Com relação ao nível médio e superior, verifica-se certo 
equilíbrio, pois cerca de 56% dos entrevistados tem nível médio e 44% dos entrevistados 
possuem nível superior completo ou incompleto. 
Quadro 6 - Escolaridade dos policiais militares entrevistados 
ESCOLARIDADE Nº CITAÇÕES FREQUÊNCIA 
Ens. Fundamental 0 0% 
Ens. Médio 28 56% 
Ens. Superior 22 44% 
Esp./Mest./Dout. 0 0% 
TOTAL 50 100% 
Fonte: Dados primários 
 
44 
 
 Após breve identificação do perfil dos policiais militaresque responderam ao 
questionário, a pesquisa foi direcionada por questões referentes à teoria dos dois fatores de 
Frederick Herzberg. 
 A segunda parte do questionário serve para medir o nível de satisfação dos 
entrevistados com relação aos seus ambientes de trabalho (questões 06, 6.1, 6.2, 7, 7.1, 7.2, 8, 
9, 10, 11, 12, 13). 
 As questões 06, 6.1, 6.2, que tratam de questões como instalações físicas seu 
asseio e sua funcionalidade (Com relação às condições de trabalho, Você está satisfeito com 
as instalações físicas de uso coletivo no seu local de trabalho? quanto ao asseio? Quanto a 
funcionalidade?), apresentou certo equilíbrio tendo um pouco mais de negação na opinião dos 
entrevistados quanto as instalações físicas e um pouco mais de aceitação quanto a função das 
instalações. 
Gráfico 1 - Demonstrativo da satisfação dos policiais militares quanto às instalações físicas, 
seu asseio e sua funcionalidade. 
 
Fonte: Dados primários 
 
A questão 07, 7.1, 7.2 que trata dos equipamentos disponibilizados seu estado de 
conservação e se funciona quando demandado (Ainda com relação às condições de trabalho, 
você está satisfeito com equipamento disponibilizado para execução do trabalho? Quanto ao 
bom estado de conservação? Se funciona quando demandado?), deixa claro através do Gráfico 
2, que a maior parte dos entrevistados, cerca de 70%, não está satisfeito com o equipamento 
45 
 
disponibilizado, isto pode ser reflexo do estado de conservação que no item 7.1 apontou 
negação quanto ao bom estado de conservação 74% ou 37 citações e funcionamento quando 
demandado que no item 7.2 também mostra cerca de 30 citações de negação, que pode 
também ser resultado do estado de conservação. 
Gráfico 2 - Demonstrativo da satisfação dos policiais militares quanto ao equipamento 
utilizado, seu estado de conservação e o seu funcionamento quando demandado 
 
 
 
Fonte: Dados primários 
 
A questão 08 (Seus superiores têm relações amistosas com você?) avalia as relações 
dos superiores com os entrevistados. Retira-se do Gráfico 3, onde se encontra representado a 
opinião dos policiais militares entrevistados, que a maioria dos entrevistados, 66%, considera 
que seus superiores tem relações amistosas consigo. 
Gráfico 3: Relações amistosas com superiores 
 
Fonte: Dados primários 
46 
 
Já a questão 09 (De modo geral, seus colegas de trabalho têm relações amistosas com 
você?) avalia as relações dos entrevistados com seus pares. Percebe-se pelo gráfico 4 a seguir 
que quase a totalidade dos entrevistados, afirmaram que sim, seus colegas de trabalho têm 
relações amistosas com os entrevistados. O que é de suprema importância numa organização, 
e ainda mais quando nela os colaboradores são mutuamente responsáveis pela proteção uns 
dos outros. 
Gráfico 4 - Relações amistosas com colegas de trabalho 
 
Fonte: Dados primários 
 
Ainda direcionado a fatores relacionados com o ambiente de trabalho, na questão 10 
que faz uma indagação sobre o tipo de supervisão realizada (Você sente-se satisfeito com o 
tipo de supervisão realizada?), verifica-se um exato equilíbrio na opinião dos militares 
entrevistados. Nesta questão, para o entrevistado que optasse não como resposta, foi 
perguntado o porquê. Constatou-se pela respostas dos entrevistados que são vários motivos 
que os levam a ter a opinião negativa dentre estes podemos citar, “cobrança inadequada”, 
“tratamento desigual”, “não se atem ao que é importante” e “é arbitrária”. 
Gráfico 5 - Demonstrativo da satisfação dos policiais militares, quanto à supervisão realizada 
 
Fonte: Dados primários 
47 
 
Na questão 11 do questionário aplicado, o policial militar é indagado com relação às 
políticas de administração de pessoal da organização (Você está satisfeito com as políticas de 
administração de pessoas da organização?), percebe-se pelo Gráfico 6 que 60% dos 
entrevistados não estão satisfeitos com esta. Semelhante a questão 10, foi também perguntado 
para os entrevistados que responderam não como alternativa o porquê. Retira-se da resposta 
deles algumas que resumem um pouco a de todos, “Porque não procura valorizar os 
policiais”, “Porque eles não se preocupam com as pessoas que fazem o trabalho” e “querem 
apenas números, resultados”. 
Gráfico 6 - Demonstrativo da satisfação dos policiais militares, quanto à política de 
administração de pessoas 
 
Fonte: Dados primários, (2012) 
 
Na questão 12 que está relacionada à estabilidade no cargo (Você sente-se seguro no 
cargo?), nota-se pelo Gráfico 7 que houve uma equiparação de respostas sendo 50% positivas 
e 50% negativas, o que não é normal para uma organização pública, para analisar esta 
situação foi perguntado na pesquisa aos entrevistados que responderam não a esta pergunta o 
porquê. Verificou-se pelas respostas dos entrevistados que por se tratar de um “emprego” em 
que definir como agir em determinadas situações pode comprometer essa estabilidade do 
chamado emprego público, e atrelado a esta ação o policial é afastado e dependendo do caso, 
conforme depoimento “fazer o certo é conveniência dos superiores”, será aberto um 
procedimento administrativo “apuram acusações de policiais sem provas”, podendo resultar 
até na expulsão da corporação “estão expulsando por besteira”. 
 
 
 
48 
 
Gráfico 7 - Segurança no cargo 
 
Fonte: Dados primários, (2012) 
Nas questões 13, 13.1, 13.2 (A política salarial atual atende às suas expectativas? Paga 
pontualmente? Revisada periodicamente?) foi tratada sobre a questão salarial. Observando o 
Gráfico 8 que apresenta em forma de barras estas respostas, extrai-se que a maioria, 31 
policiais militares dos 50 entrevistados não estão satisfeitos com a política salarial da Polícia 
Militar do Ceará, também para esta questão foi perguntado o porquê da negação e foi 
observado pelos questionários que segundo os entrevistados, “falta expectativa de melhoria”, 
“é baixo comparado a outros Estados”, “defasagem”, “Salário muito baixo para tanta 
responsabilidade”, várias citações a respeito do risco de vida e outros. Com relação à 
pontualidade, percebe-se que todos entrevistados afirmarão que sim, que paga pontualmente, 
o que é fator positivo e principalmente quando não recebe o que se acha que merece. Ainda 
com relação à política salarial vê-se no gráfico que novamente a maioria, 34 entrevistados 
alegaram que não é revisada periodicamente. 
Gráfico 8 - Demonstrativo da satisfação dos policiais militares quanto à política salarial, a 
pontualidade do pagamento e se ele é revisado periodicamente 
 
Fonte: Dados primários, (2012) 
49 
 
 
 A terceira e ultima parte da pesquisa trata de medir o nível de motivação dos 
entrevistados com relação ao próprio trabalho (questões 14, 15, 16,17, 18, 19, 20, 21, 22, 23), 
foi usado alguns fatores motivacionais relacionados de acordo a teoria em questão, com a 
natureza das tarefas e sua sintonia com os interesses e qualificações pessoais. 
A questão 14 que trata das habilidades pessoais e seu uso no trabalho (Você utiliza no 
seu trabalho as suas habilidades pessoais?2), apresenta uma expressiva quantidade de 
afirmações, 80% dos entrevistados. Quanto às negações se verifica na parte aberta do 
questionário, que estes alegaram resumidamente não ter políticas de aproveitamento de 
habilidades individuais na PMCE. 
Gráfico 9 - Habilidades pessoais 
 
Fonte: Dados primários, (2012) 
 
Já na questão 15 (No seu trabalho, você tem liberdade para decidir como executar as 
tarefas?) foi indagado aos militares estaduais se eles tinham liberdade de decisão na forma de 
execução das tarefas. Pelo Gráfico 10, pode-se notar que um pouco mais da metade dos 
entrevistados, consideram que não têm autonomia para decidir com executar as tarefas, isto se 
dá de acordo com seus relatos, pelas seguintes causas de forma resumida, por ser uma 
organização militar, onde predomina a centralização do poder na mão

Continue navegando