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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC 
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E 
SECRETARIADO EXECUTIVO – FEAAC 
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
Disciplina: Monografia em Ciências Contábeis 
 
 
 
 
 
ELAINE MARTINS MENDES 
 
 
 
 
 
RELAÇÃO ENTRE OS FLUXOS DE CAIXA DE INVESTIMENTO E 
FINANCIAMENTO E A INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS DO SETOR 
DE BENS INDUSTRIAIS LISTADAS NA BM&FBOVESPA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2013 
2 
 
ELAINE MARTINS MENDES 
 
 
 
 
 
RELAÇÃO ENTRE OS FLUXOS DE CAIXA DE INVESTIMENTO E 
FINANCIAMENTO E A INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS DO SETOR 
DE BENS INDUSTRIAIS LISTADAS NA BM&FBOVESPA 
 
 
 
Artigo apresentado à Faculdade de Economia, 
Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado 
Executivo, como requisito parcial para obtenção do grau 
de Bacharel em Ciências Contábeis. 
 
Orientador: Profa. Dra. Alessandra Carvalho de 
Vasconcelos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2013 
3 
 
RELAÇÃO ENTRE OS FLUXOS DE CAIXA DE INVESTIMENTO E 
FINANCIAMENTO E A INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS DO SETOR 
DE BENS INDUSTRIAIS LISTADAS NA BM&FBOVESPA 
 
 ELAINE MARTINS MENDES 
 
RESUMO 
O presente estudo tem por objetivo analisar a relação entre os indicadores dos fluxos de caixa 
das atividades de investimento e de financiamento e as variáveis de internacionalização das 
empresas do setor de bens industriais listadas na BM&FBovespa. Pesquisa descritiva, com 
abordagem qualitativa dos dados, reúne uma amostra de 27 empresas. A análise dos fluxos de 
caixa considerou duas variáveis propostas por Assaf Neto e Silva (2012), cobertura de 
investimento e retorno total; e a análise da internacionalização baseou-se em quatro variáveis 
contidas em estudos anteriores, unidades instaladas no exterior, receita externa, ações no 
exterior e participação estrangeira no capital social, e compreendeu o período de 2010 a 2012. 
Os resultados da pesquisa demonstram que, para a amostra em estudo, as variáveis de 
internacionalização e os indicadores da DFC não variam na mesma proporção. 
 
Palavras-chave: Demonstração dos Fluxos de Caixa. Atividades de Investimento. Atividades 
de Financiamento. Internacionalização. Setor de Bens Industriais. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Na última década, a economia brasileira saltou de subdesenvolvida para emergente, 
significa que está saindo do estado de estagnação para o desenvolvimento econômico, e de 
fato essa mudança ajudou na independência do Brasil em relação aos mercados externos, além 
das políticas públicas internas, implementadas nos últimos anos, criarem um ambiente 
favorável para a economia brasileira, elevando investimentos e reduzindo a desigualdade 
social e regional, um dos motivos para a contribuição desse cenário foi a abertura comercial 
da década de 90 (http://www12.senado.gov.br/, acesso em 22/11/2013), possibilitando a 
entrada de capital estrangeiro no país. 
Essa entrada do capital estrangeiro é denominada "internacionalização"; para Freire 
(1997), a internacionalização de uma empresa consiste na extensão das suas estratégias de 
produtos-mercados e de integração vertical para outros países, de que resulta uma replicação 
total ou parcial da sua cadeia operacional e acontece de diversas formas, através de 
exportação, instalação de unidades em outros países, participação estrangeira em empresas 
nacionais, e outros. 
Ao mesmo tempo em que acontecem as mudanças na economia, a contabilidade 
brasileira teve a necessidade de se aproximar das normas internacionais, e para isso precisou 
adaptar-se: iniciou com a criação da Lei n° 11.638/2007 e logo depois com a Lei n.º 
11.941/09, as quais alteraram dispositivos da Lei nº 6.404/1976, lei das Sociedades por 
Ações, principalmente em suas disposições de natureza contábil. 
Uma das modificações promovidas pelas leis no Inciso IV do Art. 176 da Lei 
6.404/1976 foi a substituição da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos 
(DOAR) pela Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). Após a obrigatoriedade da DFC, o 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) emitiu norma específica sobre a matéria, 
Pronunciamento Técnico CPC 03 (2008) – Demonstração de Fluxos de Caixa, aprovado pela 
Deliberação CVM 547/2008, o qual trata da padronização da estrutura utilizada pelas 
empresas atualmente. 
http://www12.senado.gov.br/
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/deliberacaocvm547_2008.htm
4 
 
A estrutura da DFC, separada em atividades, facilita a análise e compreensão dos 
fluxos de caixa para seus usuários, inclusive para os estrangeiros, que já estão mais 
acostumados com essa demonstração, já que o fluxo de caixa é obrigatório nas normas 
internacionais desde 1992 com a revisão do International Accounting standard 7 (IAS 7) e 
nos Estados Unidos desde 1988, com o pronunciamento do Financial Accounting 
Standards n. 95 (SFAS 95). 
A obrigatoriedade da DFC veio para somar às mudanças econômicas do país, pois seus 
principais usuários são credores e investidores, principalmente os de fora do país, que buscam 
analisar a capacidade da empresa de quitar suas dívidas, principalmente seus investimentos e 
financiamentos, e que tem margem para crescer sem precisar passar por dificuldades. 
Tendo em vista a preocupação das empresas, listadas na bolsa de valores, em atrair 
investidores e, portanto, demonstrar boa capacidade de quitar seus investimentos e 
financiamentos, o foco da pesquisa é justamente a análise desses fluxos, interligados com a 
fase econômica brasileira de abertura comercial e de internacionalização dos setores. 
Assim, o presente trabalho busca responder o seguinte questionamento: Qual a relação 
entre os fluxos das atividades de investimento e de financiamento e a internacionalização das 
empresas do setor de bens industriais? O objetivo geral é analisar a relação entre os 
indicadores do fluxo de caixa das atividades de investimento e de financiamento e as variáveis 
de internacionalização das empresas do setor de bens industriais listadas na BM&FBovespa; e 
tem como objetivos específicos: i) verificar a internacionalização das empresas da amostra 
através das variáveis obtidas em leituras anteriores, ii) examinar os indicadores utilizados para 
a análise da DFC sugeridos por Assaf Neto e Silva (2012) e iii) indicar a possível relação 
entre a internacionalização das empresas e os resultados dos indicadores da DFC. 
O estudo se justifica por analisar os fluxos de caixa de investimento e financiamento 
da DFC sobre um ponto de vista atual, da internacionalização, e por se tratar de um tema que 
é motivo de mudanças nas corporações brasileiras. O setor de bens industriais foi escolhido 
por ser um setor ligado diretamente à abertura comercial, como afirma Sarquis (2011); por ser 
um setor que necessita de investimentos em ativos tangíveis de alta tecnologia deduz-se que 
seus fluxos de investimentos e financiamentos tem grande movimentação. 
A pesquisa se caracteriza quanto à natureza como descritiva com delineamento 
bibliográfico e documental, e como qualitativa em relação à abordagem dos dados. Foi 
escolhido o espaço-temporal de 2010 a 2012 e a amostra do estudo reúne 27 empresas do 
setor de bens industriais listadas na BM&FBovespa. 
 
2 Demonstração do Fluxo de Caixa e Internacionalização de Empresas 
A contabilidade e o fluxo de caixa originaram-se praticamente juntos, Ernst & Young 
e FIPECAFI (2009, p. 77) afirmam que “a contabilidade nasceu de uma evolução inteligente 
do próprio fluxo de caixa, com a redistribuição, por competência, dos fluxos de entrada e 
saída de numerário. O vínculo, portanto, entre a contabilidade e o caixa sempre foi umbilical”. 
A Lei n° 11.638/2007 trouxe algumas modificações relativas à elaboração e 
divulgação das demonstrações financeiras, alterando as Leis nº 6.404/1976 e a nº 6.385/1976; 
uma das modificações foi no incisoIV do artigo 176 da Lei nº 6.404/1976, o qual expõe sobre 
a obrigatoriedade das demonstrações financeiras, e substitui a DOAR pela DFC, tornando-a 
obrigatória para todas as empresas de capital aberto ou com patrimônio líquido superior a dois 
milhões de reais. 
Em função das necessidades dos usuários, especialmente investidores e analistas de 
mercado e seguindo uma tendência internacional, a Lei nº 11.638/2007 contempla a 
substituição da DOAR pela DFC, embora, a DOAR seja considerada pelos especialistas como 
uma demonstração mais rica em termos de informações, os conceitos contidos nela nem 
sempre são facilmente compreendidos pelos usuários das demonstrações financeiras 
5 
 
(BRAGA; ALMEIDA, 2008). Em novembro de 1987 a norma norte-americana Statements of 
Cash Flows – FAS 95 já exigia a apresentação da demonstração do fluxo de caixa, em 
substituição a DOAR, por entender que essa demonstração facilitava o entendimento por parte 
do usuário externo. 
Desde a década de 90, a substituição da DOAR pela DFC era assunto no meio 
acadêmico, sendo objeto de discussão em diversos artigos, escritos pelos mais conhecidos 
professores e pesquisadores dos assuntos contábeis brasileiros, como mostra o artigo 
publicado pelo professor Ariovaldo dos Santos, no Informativo Dinâmico IOB em outubro de 
1991 de nº 1.247, o qual diz: 
 
Por que considerar DOAR versus DFC uma luta desigual? A resposta ou respostas 
são dadas em diversos artigos, livros e outras publicações assinadas por profissionais 
e pesquisadores da contabilidade brasileira que sempre ratificam a superioridade 
técnica e capacidade informativa da DOAR em relação ao fluxo de caixa. Mesmo 
assim, a substituição tem sido muito pregada. 
 
Não são todos que concordam com a substituição, como é o caso de Iudícibus, Marion 
e Faria (2009, p. 190), os quais afirmam: 
 
As informações prestadas pela DOAR e pela DFC não se excluem, podendo mesmo 
levar a conclusões diferentes em função do próprio foco de abrangência, por isso a 
DOAR poderia não ter sido substituída, apesar de sua reconhecida complexidade, 
pois satisfaz àqueles usuários que podem usufruir da sua superioridade informativa 
ou mesmo pelo ganho proporcionado pela análise conjunta. 
 
Segundo Ernst & Young e FIPECAFI (2009, p. 80), “O momento para a substituição 
da DOAR pela DFC chegou, principalmente, em função do processo de convergência das 
normas contábeis brasileiras para se equipararem às normas internacionais”. Essa 
convergência se deu por muitos motivos, um deles foi a aproximação entre as economias 
mundiais e a necessidade cada vez maior de atrair a atenção de investidores estrangeiros, visto 
que, para muitos negócios brasileiros o mercado interno se tornou pequeno. 
A DFC não era obrigatória no Brasil, exceto em casos específicos como nas empresas 
de energia elétrica, por exigência da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), e 
empresas participantes do Novo Mercado, por exigência da BM&FBovespa. No entanto, o 
Ibracon, por meio das Normas e Procedimentos de Contabilidade 20 (NPC 20), e a Comissão 
de Valores Mobiliários (CVM) já recomendavam que tal demonstração fosse apresentada 
como informação complementar. 
A sua obrigatoriedade pode ser novidade, porém, sua importância para uma boa gestão 
e para a longevidade das entidades era reconhecida há mais de três décadas, como afirma 
Campos (1999, p. 56): “Muitas vezes nós medimos tudo e não entendemos nada. As três 
coisas mais importantes em um negócio são: a satisfação dos clientes, a satisfação dos 
empregados e o fluxo de caixa”; e como disse Goldratt e Cox (1990, p. 45): “É possível que 
uma empresa apresente lucro líquido e um bom retorno sobre investimentos e, ainda assim vá 
à falência. O péssimo fluxo de caixa é o que acaba com a maioria das empresas que 
fracassam”. 
Havia a necessidade de uma padronização na forma de apresentação da DFC, para isso 
foi criado o CPC 03 (R2) (2010), com base na norma internacional de contabilidade 
Statements of Cash Flows 7 (IAS 7), e que muito se assemelha à norma norte-americana, 
Statements of Cash Flows n. 95 (FAS 95); aprovado pela CVM e pelo Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC), o qual diz que “a entidade deve elaborar a demonstração dos fluxos de 
caixa de acordo com os requisitos deste pronunciamento e apresentá-la como parte integrante 
das suas demonstrações contábeis divulgadas ao final de cada período”. 
6 
 
O modelo adotado pelo CPC 03 (R2) (2010) informa a necessidade de evidenciar por 
períodos as transações de caixa; de segregar as atividades em operacionais, de investimento e 
de financiamento, nessa ordem; informar separadamente, em Notas Explicativas que façam 
referências as transações de investimentos e financiamentos da DFC que afetam a posição 
patrimonial da empresa, mas não impactam diretamente nos fluxos de caixa do período; e 
conciliar o resultado líquido, lucro ou prejuízo, com o caixa líquido gerado ou consumido nas 
atividades operacionais (IUDÍCIBUS et al., 2010). 
O pronunciamento técnico justifica que a segregação da DFC em atividades é devida 
por proporcionar aos usuários uma melhor avaliação dos impactos de tais atividades sobre a 
posição financeira, o montante de caixa e equivalente de caixa da entidade, além de ser 
possível avaliar a relação entre as mesmas. Iudícibus (2010) aponta como motivo das três 
subdivisões da DFC a existência de grandes movimentações de caixa que não correspondem 
às receitas e despesas. 
A forma de divulgação da DFC, segundo o pronunciamento técnico destacado, pode 
ser divulgada através do método direto ou indireto; para Braga e Almeida (2008, p. 13), “a 
metodologia direta divulga informações mais complexas e de melhor qualidade, enquanto a 
metodologia indireta é mais simples, e, consequentemente, requer menos trabalho sua 
elaboração”. De acordo com Iudícibus, Marion e Faria (2009, p. 188), “A diferença básica 
entre o método direto e o indireto consiste na forma como são apresentados os recursos 
provenientes das operações”. 
O modelo do método indireto é, muitas vezes, preferido por aqueles que elaboram o 
Fluxo de Caixa, justamente pelas semelhanças existentes em relação ao método de montagem 
da DOAR, demonstrativo recentemente utilizado, apesar de o método direto possuir poder 
informativo bastante superior por demonstrar todos os recebimentos e pagamentos que 
efetivamente existiram para a variação das disponibilidades no período. 
As informações da DFC, principalmente quando analisadas em conjunto com as 
demais demonstrações financeiras, podem permitir que investidores, credores e outros 
usuários avaliem sua capacidade de gerar futuros fluxos líquidos positivos de caixa; a 
capacidade de honrar seus compromissos, pagar dividendos e retornar empréstimos obtidos; a 
liquidez, a solvência e a flexibilidade financeira; a taxa de conversão de lucro em caixa; o 
desempenho operacional de diferentes empresas, por eliminar os efeitos de distintos 
tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos; o grau de precisão das estimativas 
passadas de fluxos futuros de caixa; e os efeitos, sobre a posição financeira da empresa, das 
transações de investimento e de financiamento (IUDÍCIBUS et al., 2010). 
De acordo com os § 4º e 5º do FASB 95, a DFC tem a finalidade de fornecer 
informações sobre os recebimentos e pagamentos da empresa em um determinado período; 
que utilizadas em conjunto com as informações das outras demonstrações contábeis 
possibilitarão aos investidores, credores, acionistas e outros interessados conhecerem aspectos 
importantes da forma de condução do negócio e avaliarem a capacidade de geração de caixa 
futuro da empresa. 
Estudos empíricos anteriores norteiam esse assunto com vários tipos de problemas e 
análises, sendo um suporte ao entendimento do estudo aqui exposto, conforme Quadro 1. 
 
Quadro 1: Estudos empíricos anteriores sobre a DFC 
Autoria(ano) Objetivo Principal Resultados 
7 
 
Lucas e Lucas (2009) 
Mostrar uma importante 
ferramenta estratégica para os 
gestores de empresas, a 
Demonstração do Fluxo de 
Caixa (DFC), que visa a 
munir os 
administradores de 
informações das quais ele 
poderá avaliar a saúde da 
empresa. 
Demonstração dos Fluxos de 
Caixa é uma ferramenta 
estratégica e competitiva, 
indispensável, para análise 
financeira num mundo 
globalizado e competitivo 
como o de hoje. 
Nogueira Junior et al. 
(2010) 
Verificar se as recentes 
mudanças nas práticas 
contábeis brasileiras 
promoveram alguma alteração 
na relação entre o lucro 
líquido e o fluxo de caixa 
operacional de companhias 
brasileiras não financeiras que 
participam do novo mercado 
da BM&FBOVESPA S.A. 
Não ocorreram alterações 
significativas na relação entre 
o lucro líquido e o fluxo de 
caixa operacional antes e após 
a adoção das novas 
legislações contábeis, com 
exceção dos setores de 
construção civil e de bens 
industriais. 
Arruda (2011) 
Verificar se a DFC contribui 
efetivamente com a produção 
e apresentação de 
informações contábeis úteis e 
transparentes para os usuários 
das entidades, através de uma 
análise do próprio 
Pronunciamento Técnico CPC 
03. 
Concluiu-se que o conteúdo 
normativo do Pronunciamento 
é uma tradução com algumas 
pequenas alterações do IAS 7; 
que na substituição da DFC 
pela DOAR mostrou não 
haver discussão suficiente 
para prover os usuários das 
melhores informações 
contábeis, úteis e 
transparentes. 
Freire et al. (2012) 
Evidenciar se as empresas, 
diante de uma situação de 
alteração da legislação e 
normatização vigentes, 
porém, com possibilidade de 
adoções de práticas 
alternativas, iriam adotar as 
novas práticas. 
Um percentual elevado de 
empresas adotou as novas 
práticas. 
Fonte: Elaborado pela autora com base na revisão bibliográfica. 
 
Os estudos empíricos anteriores denotam a importância da alteração ocorrida com a 
Lei 11.638/2007 em relação à DFC, em diversas perspectivas; Lucas e Lucas (2009) afirmam 
que a DFC tornou-se uma ferramenta estratégica vital e de grande importância para o 
gerenciamento da empresa, pois permite a visualização de sobras ou faltas de caixa antes 
mesmo que estes ocorram, possibilitando aos administradores planejar melhor suas ações, 
além de auxiliá-los na projeção de um futuro melhor para a empresa. 
Também foi abordado por Nogueira Junior et al. (2010) a relevância das mudanças 
contábeis no setor de bens industriais ter sido mais relevante do que nos demais setores; 
constataram que houve alteração significativa na relação entre os valores de lucro líquido e 
8 
 
fluxo de caixa operacional para os setores de bens industriais e construção civil, devido o 
impacto da aplicação das novas legislações nesses setores terem sido mais intensos. 
Em relação aos modelos contábeis adotados, Weffort (2005) cita que uma das causas 
usualmente apontadas para as divergências entre modelos contábeis são as características e 
necessidades dos usuários das demonstrações contábeis, ou seja, forças de mercado; Freire et 
al. (2012) completa o pensamento ao informar que a adoção das normas contábeis foi 
favorecida pelo atual cenário de globalização econômico, com as empresas atuando nos 
mercados de diversos países, favorece a busca pela harmonização e convergência entre os 
modelos contábeis. 
A atuação das empresas em diversos países denomina-se internacionalização, Goulart, 
Brasil e Arruda (1996) definem a internacionalização como sendo um processo crescente e 
contínuo do envolvimento de uma empresa com outros países fora da sua base de origem; esse 
processo teve início na década de 1970, e a partir da década de 1990 vem ganhando maior 
destaque, por ser um período marcado pelas mudanças políticas e econômicas as quais 
proporcionaram a eliminação das barreiras comerciais que protegiam a indústria nacional. 
Como aborda Beamish (1990) e Forte e Moreira e Moura (2005) trata-se também de 
uma estratégia de crescimento para as organizações alcançarem novos mercados, novas 
oportunidades, com a finalidade de obter mais presença e força no mercado internacional; é 
um processo natural pelo qual as empresas brasileiras precisam passar para se manterem 
competitivas. 
O Brasil vem ganhando destaque entre os países que recebem investimentos 
estrangeiros, segundo dados da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais 
e da Globalização Econômica (Sobeet), em oito anos, de 2002 a 2010, o investimento 
estrangeiro direto (IED) aumentou de US$ 19 bilhões para US$ 65,3 bilhões. 
Houve também a melhora na colocação do Brasil no ranking de investimentos 
estrangeiros, divulgado pela United Nations Committee of Trade and Development 
(UNCTAD), levando-se em consideração que o país já esteve abaixo da 20ª posição entre os 
países que mais recebem investimentos no mundo. 
O assunto já foi estudado anteriormente sobre alguns enfoques, citados no Quadro 2 e 
podem servir como base para o presente trabalho. 
 
Quadro 2: Estudos empíricos anteriores sobre internacionalização 
Autoria 
(ano) 
Objetivo Principal Resultados 
Honório, e 
Rodrigues 
(2006) 
Identificar os fatores motivacionais 
e estratégicos presentes nas 
decisões internacionais. 
Fatores de ordem gerencial e associados 
ao mercado interno e externo 
impulsionam os negócios 
internacionais, elementos racionais e 
centralizadores demarcam o processo 
estratégico internacional, e diferenças 
significativas são observadas entre a 
maioria desses fatores em relação a 
tamanho, modo de entrada e 
envolvimento com vendas 
internacionais. 
Honório 
(2009) 
Identificar determinantes 
organizacionais e estratégicos que 
influenciam o grau de 
internacionalização da firma. 
A experiência internacional, o modo 
deliberado de formação estratégica (top-
down) e a constituição de parcerias 
internacionais são fatores que 
influenciam o grau de 
9 
 
internacionalização. 
Furquim e 
Arantes 
(2011) 
Discutir como as estratégias de 
inovação e internacionalização 
adotadas por um grupo 
multinacional, direcionaram e 
impactaram o seu processo de 
crescimento corporativo. 
O crescimento da empresa se deu por 
meio de estratégias de diversificação e 
ofensivas de inovação. No tocante a 
internacionalização, isto ocorreu após 
consolidação no mercado de origem, 
observando-se a complexidade 
organizacional interna, necessária para 
adequação da empresa aos diferentes 
mercados. 
Maia, 
Vasconcelos, 
e De Luca 
(2012) 
Analisar comparativamente a 
representatividade do capital 
estrangeiro no capital social das 
empresas do setor de construção e 
transportes. 
As médias do percentual de capital 
estrangeiro das companhias 
pertencentes aos níveis diferenciados de 
governança corporativa são superiores 
às médias das não pertencentes. A 
governança representa um sinalizador 
da internacionalização do capital social. 
Rodrigues, 
Neves e 
Mattos 
(2012) 
Examinar a relação causal entre 
crescimento econômico (PIB), 
exportações e investimento direto 
estrangeiro (IDE) no Brasil durante 
o período de1947 a 2010. 
Evidencia uma relação unidirecional 
entre PIB e EXP, bem como entre EXP 
e IDE, indicando que as exportações 
podem ser consideradas um 
“mecanismo de efeito” entre o 
crescimento econômico e os 
investimentos diretos estrangeiros. 
Santos, 
Vasconcelos 
e De Luca 
(2013) 
Caracterizar empresas 
destacadamente transnacionais a 
partir de medidas que apontem o 
perfil de inovação e de 
internacionalização, considerando a 
Resource-Based View (RBV) como 
pressuposto teórico básico do 
estudo. 
A inovação relaciona-se inversamente 
ao perfil de internacionalização, já que 
algumas empresas menos 
internacionalizadas apresentaram 
maiores volumes de investimentos em 
inovação. 
Wang, Fariae Carvalho 
(2013) 
Identificar motivações apresentadas 
por empresas chinesas que realizam 
investimentos externos diretos no 
Brasil, bem como os desafios 
encontrados nesse processo e suas 
perspectivas futuras. 
Os resultados da etapa empírica da 
pesquisa ressaltam aspectos culturais e 
políticos que perpassam decisões 
estratégicas empresariais. 
Fonte: Elaborado pela autora com base na revisão bibliográfica. 
 
Os estudos empíricos anteriores focam no que se refere à motivação e 
representatividade da internacionalização para as empresas brasileiras; as motivações variam, 
conforme cita Honório, e Rodrigues (2006), os principais fatores provém de ordem gerencial e 
estão associados ao mercado interno e externo que impulsionam os negócios internacionais, já 
Wang, Faria e Carvalho (2013) afirmam que os fatores que mais influenciam são de ordem 
cultural e política; Honório (2009) aborda o grau dessa internacionalização, para ele o grau de 
internacionalização é influenciado pelo modo deliberado de formação estratégica (top-down) 
e pela constituição de parcerias internacionais; Furquim e Arantes (2011) dizem que para a 
10 
 
empresa se internacionalizar é necessário primeiramente se consolidar no seu mercado de 
origem; Maia, Vasconcelos, e De Luca (2012), tratam da governança corporativa como um 
sinalizador da internacionalização. 
No entanto, Santos, Vasconcelos e De Luca (2013) afirmam o contrário para o fator 
"inovação", pois as empresas que apresentaram maiores volumes de investimentos em 
inovação são as menos internacionalizadas; e Rodrigues, Neves e Mattos (2012) afirmam que 
existe uma relação direta entre o aumento das exportações, o crescimento econômico do país e 
os investimentos diretos estrangeiros. 
Os estudos empíricos anteriores ajudam a criar uma base para a pesquisa, porém, a 
pesquisa realizada diferencia-se das identificadas na revisão da literatura por utilizar uma 
perspectiva atual da internacionalização, como ponto de análise das atividades de 
investimento e de financiamento da DFC, caracterizada atual por ter surgido na década de 
1990, período que iniciou a expansão do Brasil para o mercado internacional. 
 
3 METODOLOGIA 
O trabalho exposto é classificado com base em alguns critérios. Em relação ao 
objetivo o trabalho pode ser considerado descritivo, que, segundo Andrade (2001), visa 
observar, registrar, analisar e classificar os fatos sem que o pesquisador interfira neles. Esse 
tipo de pesquisa não tem o compromisso de explicar os fenômenos que descreve, somente 
expõe as características de determinada população ou de determinado fenômeno (VIEIRA, 
2002). Gil (1999, p. 44) afirma que “algumas pesquisas descritivas vão além da simples 
identificação da existência de relações entre variáveis, pretendendo determinar a natureza 
dessa relação, nesse caso tem se uma pesquisa descritiva que se aproxima da explicativa”. 
Quanto ao delineamento a pesquisa se encaixa como bibliográfica e documental; 
bibliográfica por utilizar publicações impressas de diversos autores como fontes e documental 
por utilizar as demonstrações e relatórios financeiros e societários das empresas, 
especialmente a DFC, o Formulário de Referência e o Formulário Cadastral, do período de 
2010 a 2012, disponíveis no website da BM&FBovespa. 
A pesquisa é qualitativa quanto à abordagem dos dados, pois se preocupa com a 
frequência de ocorrência de determinado fenômeno ou variável, e não em entender o seu 
significado (COLLIS; HUSSEY, 2005). Segundo Sampieri, Collado e Lucio (2006, p. 11) os 
estudos qualitativos “se fundamentam mais em um processo indutivo (exploram e descrevem, 
e logo geram perspectivas teóricas)”. Assim, a análise na perspectiva qualitativa pretende 
descrever e decodificar as atividades de financiamento e investimento a fim de compreender a 
relação com a internacionalização. 
Quanto à delimitação espaço-temporal, foi definido o período 2010-2012. Para a 
definição da população do estudo, levou-se em conta empresas de capital aberto para que 
fosse possível a obtenção dos dados no website da BM&FBovespa. Foram identificadas 33 
empresas do setor de bens industriais listadas na BM&FBovespa em 04 de outubro de 2013. 
Dentre elas, seis foram excluídas: três não disponibilizaram os respectivos demonstrativos 
(Wiest S.A., Altus Sistema De Automação S.A. e Lark S.A. Máquinas e Equipamentos) e as 
outras três os demonstrativos dos três períodos em análise estavam incompletos (Nordon 
Industrias Metalurgicas S.A., Cobrasma S.A. e Dhb Indústria e Comércio S.A.), em 
conformidade com a afirmação de Hair Jr. et al. (2006, p. 59) “o tratamento mais simples e 
direto é incluir no estudo somente as observações com dados completos”. A amostra final da 
pesquisa, conforme Quadro 3, é composta por 27 empresas industriais listadas na 
BM&FBovespa. 
 
Quadro 3 – Empresas que compõem a amostra 
Setor Subsetor Empresas 
11 
 
Bens 
Industriais 
Comércio Minas Máquinas S.A., WLM - Indústria e Comércio S.A. 
Equipamentos 
Elétricos 
Metalfrio Solutions S.A. 
Máquinas e 
Equipamentos 
Forjas Taurus S.A., Electro Aço Altona S.A., Metisa 
Metalurgica Timboense S.A., Baumer S.A., Bardella 
S.A. Industrias Mecânicas, Industrias Romi S.A. , Inepar 
S.A. Industria e Construções, Kepler Weber S.A., 
Lupatech S.A., Schulz S.A., Weg S.A. 
Material de 
Transporte 
Embraer S.A., Autometal S.A., Fras-Le S.A., Iochpe 
Maxion S.A., Mahle-Metal Leva S.A., Marcopolo S.A., 
Metalurgica Riosulense S.A., Plascar Participações 
Industriais S.A., Randon S.A. Implementos e 
Participações, Recrusul S.A., Tupy S.A., Wetzel S.A.. 
Serviços Mills Estrutura e Serviços de Engenharia S.A. 
Fonte: Adaptado do website da BM&FBovespa (2013). 
 
O setor de bens industriais foi escolhido por ser um setor ligado diretamente à abertura 
comercial, como afirma Sarquis (2011, p. 104), a abertura comercial nos anos 90 o expôs 
rapidamente à competição internacional, alegando existir “um impacto histórico e estrutural 
da estratégia de substituição de importações e, posteriormente, da liberalização comercial 
sobre a produtividade e a competitividade do setor exportador de bens industriais do Brasil”. 
Além de ser um setor que responde pela produção de um complexo conjunto de 
máquinas e equipamentos utilizados na produção de outros bens e mantendo relação direta 
com a produção dos demais setores, é composto por diversos segmentos industriais, entre os 
quais se destacam os de máquinas e equipamentos; veículos automotores, reboques e 
carrocerias; máquinas, aparelhos e materiais elétricos; equipamentos de informática e 
periféricos e equipamentos de comunicação. 
Para a realização do primeiro objetivo específico foram selecionados quatro 
indicadores, sugeridos pela literatura, para examinar a internacionalização das empresas 
industriais da amostra, conforme Quadro 4. 
 
Quadro 4 – Indicadores relacionados à internacionalização 
Indicador Métrica Suporte teórico 
Unidades 
instaladas 
no exterior 
Soma simples de todas 
as sedes, plantas 
industriais, escritórios, 
joint ventures e 
centros de operação e 
distribuição da 
empresa instalados no 
exterior 
A pesquisa de Brasil, Leonel, Arruda e Goulart (1996) 
informa que é um dos principais fatores determinantes 
da internacionalização a necessidade de estar próximo 
ao cliente, para ajustar a especificação do produto, 
melhorar a logística de fornecimento e oferecer aos 
clientes serviços de assistência técnica 
Receita 
externa 
Razão entre o valor 
das receitas externas e 
o valor da receita total 
Revela a participação do faturamento das subsidiárias 
da empresa no exterior, mais a sua receita de 
exportações, no faturamento total, que equivale à 
receita do exterior mais a receita obtida no Brasil. 
Considera-se que quanto maior o valor desse 
indicador, mais internacionalizada é a empresa 
(BEZERRA, 2002) 
12 
 
Açõesno 
exterior 
Número de bolsas 
estrangeiras em que 
são negociadas ações 
da empresa 
Segundo Bruni (2002), especificamente, a 
possibilidade de emissão de American Depositary 
Receipt (ADR) viabiliza um maior contato e a 
efetivação de transações de empresas no mercado de 
capitais dos EUA e dos demais países. Por esse 
motivo, depreende-se que quanto maior o número de 
bolsas estrangeiras em que se negociam ações da 
empresa, também maior é a sua internacionalização 
Participação 
estrangeira 
no capital 
social 
Número de acionistas 
estrangeiros com 
ações no capital social 
da empresa 
Para Dunning, Hoesel e Narula (1997) os 
investimentos diretos no país auxiliam no processo de 
internacionalização das firmas domésticas, pois 
contribuem para o desenvolvimento de seus ativos 
proprietários específicos 
Fonte: Elaborado pela autora com base na revisão bibliográfica. 
 
Para a consecução do segundo objetivo específico foram selecionados dois indicadores 
de análise da DFC, cobertura de investimento e retorno total, sugeridos por Assaf Neto e Silva 
(2012), conforme Quadro 5. Além dos indicadores apontarem como se encontra a saúde 
financeira dos fluxos de caixa da empresa, os mesmos focam na análise dos fluxos de 
investimento e financiamento, colaborando para o cumprimento do objetivo do trabalho. 
 
Quadro 5 – Indicadores relacionados à análise da DFC 
Indicador Métrica Suporte teórico 
Cobertura 
de 
investimento 
Razão entre Fluxo de Caixa 
Operacional e Fluxo de Caixa de 
Investimentos 
Determina se a empresa consegue 
financiar seus projetos de investimentos 
com recursos próprios. 
Retorno 
total 
Razão entre Fluxo de Caixa 
Operacional e Fluxo de Caixa de 
Financiamentos 
Relaciona a entrada líquida de recursos 
proveniente do desempenho operacional 
da empresa com o fluxo de 
financiamento. 
Fonte: Assaf Neto e Silva (2012). 
 
Para as variáveis de internacionalização, quanto mais próximo a 100% maior será a 
internacionalização da empresa; e para as variáveis da DFC, quanto maior o índice melhor 
para a empresa; feito isso é possível identificar como se encontram em relação aos dois 
fatores, internacionalização e aos fluxos de caixa. 
 A fim de relacionar os dados dos componentes da pesquisa objeto de estudo, cabe 
evidenciar as fontes de coleta dos indicadores necessários ao desenvolvimento da pesquisa: i) 
unidades instaladas no exterior: Formulário de Referência, itens 7.1, 7.2 e 7.3; ii) receitas 
externas sobre receita total: Formulário de Referência, item 7.6, e Demonstração do Resultado 
do Exercício; iii) ações no exterior: Formulário Cadastral; iv) participação estrangeira no 
capital social: Formulário de Referência, item 15; v) cobertura de investimento: DFC; e vi) 
retorno total: DFC; todos os dados são encontrados nos relatórios financeiros do website da 
BM&FBovespa. 
 
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 
4.1 Análise dos indicadores da internacionalização e da DFC das empresas 
Nesta seção são apresentados os resultados dos indicadores da internacionalização das 
empresas, a saber: unidades instaladas no exterior, receita externa, ações no exterior e 
13 
 
participação estrangeira no capital social; relacionados aos indicadores da DFC, sugeridos por 
Assaf Neto e Silva (2012): cobertura de investimento e retorno total. 
 
a) Unidades instaladas no exterior x Cobertura de Investimento e Retorno Total 
A primeira variável a ser considerada de internacionalização é o total de unidades 
instaladas no exterior. A Tabela 1 expõe o total de unidades no exterior, de unidades no 
Brasil, a soma de todas as unidades da empresa e a proporção entre as unidades do exterior e a 
quantidade total, nos períodos entre 2010 a 2012, objetiva informar a representatividade que 
as unidades estrangeiras tem no total de unidades instaladas. 
 
Tabela 1 – Distribuição proporcional das unidades instaladas no exterior, por empresa 
Empres
as 
2010 2011 2012 
Unidades Unidades Unidades 
Exteri
or 
Bras
il 
Tot
al % 
Exteri
or 
Bras
il 
Tot
al % 
Exteri
or 
Bras
il 
Tot
al % 
Automet
al 7 10 17 
41
% 7 10 17 
41
% 9 10 19 
47
% 
Embraer 29 4 33 
88
% 33 7 40 
83
% 33 9 42 
79
% 
Forjas 2 7 9 
22
% 2 6 8 
25
% 2 6 8 
25
% 
Fras-Le 6 1 7 
86
% 8 1 9 
89
% 8 2 10 
80
% 
Iochpe 3 10 13 
23
% 4 9 13 
31
% 4 9 13 
31
% 
Lupatech 5 8 13 
38
% 6 7 13 
46
% 6 7 13 
46
% 
Mahle-
Metal 1 6 7 
14
% 1 6 7 
14
% 1 6 7 
14
% 
Marcopo
lo 18 10 28 
64
% 19 10 29 
66
% 19 16 35 
54
% 
Metalfri
o 6 3 9 
67
% 6 3 9 
67
% 6 3 9 
67
% 
Plascar 3 6 9 
33
% 3 7 10 
30
% 3 7 10 
30
% 
Randon 2 6 8 
25
% 3 6 9 
33
% 3 7 10 
30
% 
Romi 2 2 4 
50
% 2 2 4 
50
% 13 10 23 
57
% 
Schulz 3 3 6 
50
% 3 3 6 
50
% 3 3 6 
50
% 
Tupy 5 3 8 
63
% 5 3 8 
63
% 5 3 8 
63
% 
Weg 25 13 38 
66
% 28 15 43 
65
% 29 15 44 
66
% 
Total 117 92 209 
56
% 130 95 225 
58
% 144 113 257 
56
% 
Fonte: Dados da pesquisa. 
 
14 
 
Das 27 empresas da amostra, 15 (ou 55,56%) detém unidades fora do país e no 
decorrer dos três períodos aumentou esse número: em 2010 existiam 209 unidades, em 2011 
aumentou para 225 e em 2012 subiu novamente para 257. Esse aumento ocorreu tanto para as 
unidades de dentro do país quanto para as de fora. 
Oito das 15 empresas possuem mais de 49,99% das suas unidades instaladas fora do 
país, ou seja, mais da metade, o que denota a importância das empresas industriais estarem 
próximas aos clientes. 
A fim de confrontar os resultados obtidos na Tabela 1 com os indicadores da DFC, 
cobertura de investimento e retorno total inseriu-se a Tabela 2, a qual relaciona os resultados 
da representatividade das unidades instaladas no exterior participação com os resultados dos 
indicadores de cobertura de investimento e retorno total para os três períodos analisados. 
 
Tabela 2 – Resultados das variáveis de proporção das unidades instaladas no exterior, 
cobertura de investimento e retorno total 
Empresas 
2010 2011 2012 
% C.I. R.T. % C.I. R.T. % C.I. R.T. 
Autometal 41% 0,71 -0,87 41% 2,22 -0,11 47% -1,08 -0,87 
Embraer 88% 3,38 0,89 83% 0,74 4,62 79% 1,22 1,29 
Forjas 22% 6,51 1,96 25% 0,76 -0,96 25% 1,17 4,76 
Fras-Le 86% 0,15 -0,5 89% -0,53 -2,33 80% 1,26 6,19 
Iochpe 23% 0,96 19,2 31% 9,11 6,09 31% 2,74 1,22 
Lupatech 38% -0,07 -0,06 46% 0 0 46% 0,07 -0,06 
Mahle-
Metal 
14% 10,12 
3,66 
14% 3,25 
1,68 
14% 3,84 
-0,77 
Marcopolo 64% 0,28 -0,05 66% 13,68 10,32 54% 3,26 2,44 
Metalfrio 67% 0,55 -0,45 67% 7 5,29 67% 4,2 2,67 
Plascar 33% -0,01 -0,01 30% -1 0 30% -0,26 -0,37 
Randon 25% -0,6 -0,25 33% -0,85 -1,09 30% 5,49 4,28 
Romi 50% 31,48 0,88 50% 0,8 0,54 57% 31,48 0,88 
Schulz 50% 0,85 2,16 50% 0,21 -0,21 50% 2,13 3,45 
Tupy 63% 2,05 70,22 63% 1,07 -0,32 63% 0,25 -1,84 
Weg 66% 0,05 -0,16 65% 0,62 -0,17 66% 0,14 -0,14 
Fonte: Dados da pesquisa. 
Em 2010: A Embraer apresentou a maior representatividade de empresas estrangeiras 
(88%), a Romi a maior cobertura de investimento (31,48) e a Tupy o maior retorno total 
(70,22). Em 2012: A Fras-Le apresentou a melhor representatividade (89%), a Marcopolo a 
maior cobertura de investimento (13,68) e o maior retorno total (10,32). Em 2012: A Fras-Le 
novamente obteve a melhor representatividade, a Romi a maior cobertura de investimento e a 
Fras-Le o maior retorno total. 
Assim, não se pode afirmar que quanto maior o número de empresas instaladas fora do 
país, maior será a capacidade da empresa de cobrir seu fluxo de investimento ou de 
financiamentos com o fluxo das suas atividades operacionais, ou seja, os resultados dos 
indicadores da DFC não dependem dos resultados da variável de unidades instaladas no 
exterior. 
 
b) Receita externa 
15 
 
A segunda variável a ser considerada é a receita externa, obtida através da razão entre 
o valor total das exportações e a receita total, resultando no queestá exposto na Tabela 4; 
quanto mais próximo a 100% estiver o resultado maior será considerado a 
internacionalização. 
 
Tabela 3 – Participação proporcional da receita externa na receita total nas empresas 
Empresas 
Receita Externa - (%) 
2010 2011 2012 
Autometal 40% 37% 46% 
Baumer 9% 9% 12% 
Electro 33% 33% 34% 
Embraer 87% 83% 86% 
Forjas 57% 53% 58% 
Fras-Le 45% 46% 46% 
Iochpe 15% 16% 60% 
Kepler 18% 21% 22% 
Lupatech 28% 42% 38% 
Mahle-Metal 33% 37% 37% 
Marcopolo 18% 13% 21% 
Metalfrio 7% 43% 46% 
Metisa 23% 26% 28% 
Randon 8% 8% 14% 
Romi 9% 12% 30% 
Schulz 14% 17% 21% 
Tupy 44% 47% 63% 
Weg 39% 44% 51% 
Média 29% 33% 40% 
Fonte: Dados da pesquisa. 
Quatro empresas, que não estavam na Tabela 1, entraram como exportadoras na 
Tabela 3, são as empresas: Electro Aço Altona S.A., Metisa Metalurgica Timboense S.A., 
Baumer S.A. e Kepler Weber S.A.; todas do subsetor de máquinas e equipamentos. Indica que 
o Brasil está criando concorrência nesse segmento, mesmo que modesta, frente aos países 
desenvolvidos como Alemanha, Estados Unidos, Japão, China e Itália, principais 
exportadores mundiais no subsetor de máquinas e equipamento. 
A Tabela 3 referencia 18 das 27 empresas da amostra (ou 66,67% do total); quatorze 
delas estão presentes também na Tabela 1. A Plascar Participações Industriais S.A. é a única 
que não está inclusa, segundo o item 7.6 do formulário de referência da empresa não há 
receitas relevantes, pois o total das exportações corresponde a menos de 5% do seu 
faturamento global. 
Nota-se que no decorrer dos três períodos houve aumento da receita externa sobre a 
receita total, ou seja, aumentou a internacionalização das empresas; em 2010 e 2011 apenas 
duas das dezoito empresas, Forjas Taurus S.A. e Embraer S.A., tinham a receita externa maior 
do que a receita interna; e em 2012 eram cinco, foram incluídas a Weg S.A., Iochpe Maxion 
S.A. e a Tupy S.A. 
A Tabela 4 relaciona os resultados da variável de receita externa com os resultados dos 
indicadores de cobertura de investimento e retorno total para os três períodos analisados. 
16 
 
Tabela 4 – Resultados das variáveis de receita externa, cobertura de investimento e retorno 
total 
Empresas 
2010 2011 2012 
% C.I. R.T. % C.I. R.T. % C.I. R.T. 
Autometal 40% 0,71 -0,87 37% 2,22 -0,11 46% -1,08 -0,87 
Baumer 9% 0,19 -0,61 9% 1,62 4,22 12% -0,81 -1,68 
Electro 33% -0,01 -3 33% 0,78 13,31 34% 0,15 -0,3 
Embraer 87% 3,38 0,89 83% 0,74 4,62 86% 1,22 1,29 
Forjas 57% 6,51 1,96 53% 0,76 -0,96 58% 1,17 4,76 
Fras-Le 45% 0,15 -0,5 46% -0,53 -2,33 46% 1,26 6,19 
Iochpe 15% 0,96 19,2 16% 9,11 6,09 60% 2,74 1,22 
Kepler 18% 1,3 1,1 21% 34,56 1,1 22% 31,36 1,16 
Lupatech 28% -0,07 -0,06 42% 0 0 38% 0,07 -0,06 
Mahle-
Metal 33% 10,12 3,66 37% 3,25 1,68 37% 3,84 -0,77 
Marcopolo 18% 0,28 -0,05 13% 13,68 10,32 21% 3,26 2,44 
Metalfrio 7% 0,55 -0,45 43% 7 5,29 46% 4,2 2,67 
Metisa 23% 5,03 0,71 26% 1,67 1,78 28% 5,03 0,71 
Randon 8% -0,6 -0,25 8% -0,85 -1,09 14% 5,49 4,28 
Romi 9% 31,48 0,88 12% 0,8 0,54 30% 31,48 0,88 
Schulz 14% 0,85 2,16 17% 0,21 -0,21 21% 2,13 3,45 
Tupy 44% 2,05 70,22 47% 1,07 -0,32 63% 0,25 -1,84 
Weg 39% 0,05 -0,16 44% 0,62 -0,17 51% 0,14 -0,14 
Fonte: Dados da pesquisa. 
Em 2010: a maior participação estrangeira foi da Embraer (87%), a maior cobertura de 
investimento foi da Romi (31,48) e o maior retorno total foi da Tupy (70,22). Em 2011: a 
Embraer continuou com a maior participação estrangeira, a maior cobertura de investimento 
foi da Kepler (34,56) e o maior retorno total foi da Electro (13,31). Em 2012: a Embraer 
obteve maior participação estrangeira (86%), a Romi a maior cobertura de investimento 
(31,48) e a Fras-Le o maior retorno total (6,19). 
Portanto, não se pode afirmar que quanto maior a participação estrangeira no capital 
social das empresas maior sua cobertura de investimento e de financiamento por seu fluxo de 
caixa das suas atividades operacionais, estando as variáveis independentes entre si. 
 
c) Ações no exterior e participação estrangeira no capital social 
A terceira variável a ser calculada é ações no exterior, porém, das 27 empresas da 
amostra apenas duas negociam suas ações em bolsa de valores estrangeiras (ou 7,41%), ou 
seja, utilizam o mercado de capital de outros países como forma de captação de recursos; são 
elas a Embraer S.A., que negocia na bolsa dos Estados Unidos; e a Lupatech S.A., que 
negocia tanto na bolsa dos Estados Unidos quanto na bolsa de Luxemburgo. Por não ter dados 
suficientes essa variável não poderá ser mensurada por empresa e não entrará no cálculo da 
média de internacionalização. 
A Tabela 5 evidencia a última variável da amostra a ser analisada: participação 
estrangeira no capital social das empresas. 
Tabela 5 – Distribuição proporcional da participação estrangeira no capital social das 
empresas 
17 
 
Empresas 
Participação estrangeira (%) 
2010 2011 2012 
Embraer 21% 21% 23% 
Fras-Le 2% 4% 4% 
Iochpe 6% 5% 5% 
Lupatech 0% 20% 16% 
Mahle-Metal 0% 9% 9% 
Marcopolo 8% 11% 6% 
Metalfrio 6% 55% 56% 
Mills 21% 26% 36% 
Plascar 5% 0% 0% 
Randon 1% 0% 0% 
Média 7% 15% 15% 
Fonte: Dados da pesquisa. 
 
As informações da Tabela 5 demonstram que 10 das 27 empresas da amostra (ou 
37,04% do total) possuem participação de investidores estrangeiros no seu capital. Dessas dez 
empresas oito possuem unidades instaladas fora do país e receita proveniente de exportações, 
apenas a Metalfrio Solutions S.A. e a Mills Estrutura e Serviços de Engenharia S.A. não 
participam das demais tabelas, e tem somente participação estrangeira no capital social da 
empresa como variável de internacionalização. 
No período entre 2010 e 2011 houve um aumento da participação estrangeira, de 7% 
para 15%, permanecendo em 15% em 2012. No período foram retiradas as participações 
estrangeiras no capital social da Plascar Participações Industriais S.A. e da Randon S.A. 
Implementos e Participações. No mesmo período a Metalfrio Solutions S.A., do subsetor de 
equipamentos elétricos, aumentou em quase 900% a participação estrangeira no capital social, 
é a única empresa do setor que possui mais da metade das ações negociadas com capital 
estrangeiro em dois dos três períodos analisados, por isso, também, a média continuou 
crescente. 
Quanto ao controle, apenas duas das 10 empresas da amostra (ou 20%) que possui 
participação estrangeira na composição do seu capital social, Mahle-Metal Leva S.A. e a 
Mills Estrutura e Serviços de Engenharia S.A., têm o acionista estrangeiro como acionista 
controlador. Segundo Santos (2008), a concentração e o controle acionário das empresas 
podem gerar graves conflitos, principalmente em países code-law, como o Brasil. 
Foram identificados 11 países de origem diferente para os 19 acionistas estrangeiros 
identificados como possuidores de ações das empresas pesquisadas, com destaque para os 
Estados Unidos (com 10 investidores, compreendendo 52,63% dos estrangeiros totais), 
seguidos de México, Escócia, Uruguai, Dinamarca, Argentina, Alemanha, Espanha, Noruega 
e Chile. 
A Tabela 6 relaciona os resultados da participação estrangeira no capital social da 
empresa com os resultados dos indicadores de cobertura de investimento e retorno total para 
os três períodos analisados. 
 
Tabela 6 – Resultados das variáveis de participação estrangeira no capital social, cobertura de 
investimento e retorno total 
Empresas 
2010 2011 2012 
% C.I. R.T. % C.I. R.T. % C.I. R.T. 
Embraer 21% 3,38 0,89 21% 0,74 4,62 23% 1,22 1,29 
18 
 
Fras-Le 2% 0,15 -0,5 4% -0,53 -2,33 4% 1,26 6,19 
Iochpe 6% 0,96 19,2 5% 9,11 6,09 5% 2,74 1,22 
Lupatech 0% -0,07 -0,06 20% 0 0 16% 0,07 -0,06 
Mahle-
Metal 
0% 10,12 3,66 9% 3,25 1,68 9% 3,84 -0,77 
Marcopolo 8% 0,28 -0,05 11% 13,68 10,32 6% 3,26 2,44 
Metalfrio 6% 0,55 -0,45 55% 7 5,29 56% 4,2 2,67 
Mills 21% 0,26 -0,35 26% 0,39 -0,57 36% 0,51 1,01 
Plascar 5% -0,01 -0,010% -1 0 0% -0,26 -0,37 
Randon 1% -0,6 -0,25 0% -0,85 -1,09 0% 5,49 4,28 
Fonte: Dados da pesquisa. 
Em 2010: A Embraer e a Mills obtiveram as maiores participações estrangeiras (21%), 
a Mahle-Metal obteve a maior cobertura de investimento (10,12), e a Iochpe o maior retorno 
total (19,20). Em 2011: A Metalfrio apresentou a maior participação estrangeira (55%), a 
Marcopolo a maior cobertura de investimento (13,68) e maior retorno total (10,32). Em 2012: 
A Metalfrio continuou com a maior participação estrangeira (56%), a Randon obteve maior 
cobertura de investimento (5,49) e a Fras-Le o maior retorno total (6,19). 
Identifica-se que não existe uma variação proporcional entre os maiores resultados da 
participação estrangeira e os resultados dos indicadores da DFC, estando esses em desacordo, 
assim não se pode afirmar que quanto maior a participação estrangeira no capital social da 
empresa maior sua capacidade de cobrir seus fluxos de investimento ou de financiamento com 
os fluxos das suas atividades operacionais. Destaca-se assim que não existe uma relação entre 
as variáveis de internacionalização e as variáveis da DFC de cobertura de investimento e 
retorno total. 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 A internacionalização é um tema relativamente atual para o Brasil, assunto discutido 
no meio empresarial e acadêmico desde a década de 90, e vem ganhando mais relevância 
devido a acontecimentos econômicos e sociais recentes, que fizeram o país se classificar entre 
os países emergentes, ou seja, país cuja economia parte de um estágio de estagnação ou 
subdesenvolvimento e se encontra em pleno desenvolvimento econômico. 
A mudança na classificação econômica do país se deve a vários fatores, um deles é ao 
aumento dos investimentos diretos estrangeiros no Brasil. Essa nova visão econômica fez com 
que se originasse a necessidade de aproximar a contabilidade brasileira da contabilidade 
internacional. Para fazer essa aproximação foram feitas algumas alterações providenciadas 
pela Lei 11.638/2007, uma delas foi a obrigatoriedade da DFC em substituição a DOAR, que 
é considerada mais simples e de mais fácil entendimento, além do fluxo de caixa ser 
obrigatório nas normas internacionais desde 1992. 
Nesse contexto, a pesquisa buscou relacionar os fluxos de investimento e de 
financiamento do setor de bens industriais com a internacionalização das empresas, a fim de 
verificar alguma relação entre eles, objetivo central da pesquisa. 
Para analisar o fluxo de investimento foi calculado o indicador de cobertura de 
investimento, e para calcular o fluxo de financiamento utilizou-se o indicador de retorno total, 
os dois foram sugeridos por Assaf Neto e Silva (2012); para a análise da internacionalização 
foram utilizadas quatro variáveis encontradas em pesquisas anteriores: unidades instaladas no 
exterior, receita externa, ações negociadas em bolsas estrangeiras e participação estrangeira 
no capital social. 
19 
 
As variáveis de internacionalização foram calculadas e relacionadas com os resultados 
dos indicadores de investimento e financiamento individualmente, sendo possível descrever a 
relação para cada variável. Em nenhum dos casos foi notado a presença de uma constância 
nos resultados, não se pode afirmar que quanto maior a variável de internacionalização maior 
a capacidade da empresa de cobrir seu fluxo de investimento ou de financiamento somente 
com o fluxo das suas atividades operacionais. 
Na realização do objetivo geral houve algumas dificuldades, uma delas foi a 
inexistência da análise das características em comum para cada empresa. O setor que atuam 
foi o único fator visualizado, as disparidades iam desde país de origem até o que tange o 
momento econômico das empresas, podendo ter influenciado no resultado da pesquisa; 
também foram encontrados poucos indicadores de análise dos fluxos de investimentos e de 
financiamento da DFC em pesquisas anteriores para a análise dos dados. 
Ressalta-se que o presente estudo corrobora para as pesquisas acadêmicas, pois inova 
o tema ao analisar os indicadores dos fluxos de caixa de investimento e financiamento da 
DFC utilizando em contra partida a internacionalização; sugere-se para futuras pesquisas a 
utilização de outros setores e o aumento das variáveis de estudo, sugere-se também a 
ampliação do período analisado. 
 
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