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Prova de direito civil II - Negócio Jurídico

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Nome: Mariana Oliveira Rossi 
Matrícula: 202020543911 
Matéria: Direito Civil II 
 
 
 
 
 
1. Se a validade do negócio jurídico depende da capacidade dos agentes, qual é o fundamento 
teórico para se reconhecer como válidos e eficazes os atos e negócios jurídicos que os menores 
de 16 anos fazem quotidianamente? 
 
R: O fundamento é a teoria das condutas socialmente típicas. Essa fundamentação se baseia na 
relevância do ato/negócio na manutenção da boa-fé e na necessidade de respeitar certos 
costumes sociais, que são importantes para manter a sociedade. Pela lei, em acordo com o 
disposto no art. 3 do C.C., os menores de 16 anos são absolutamente incapazes e não podem 
celebrar negócios jurídicos ou realizar atos jurídicos, mas devido aos motivos supracitados a 
doutrina considera certas condutas válidas mesmo em desacordo com o ordenamento jurídico. 
 
 
2. São válidos os negócios celebrados pelo amental (maior absolutamente incapaz) antes de ser 
interditado? 
 
R: Depende. Os efeitos da interdição de incapazes são, em geral, ex nunc, ou seja, futuros e 
irretroativos. Porem, é entendido por grande parte da doutrina e pela jurisprudência que 
quando o interditado já possuía a incapacidade antes da interdição essa fato, 
consequentemente, gera prejuízos. Por isso, os negócios celebrados pelo incapaz em questão, 
quando há provas concretas de que ele já era acometido por incapacidade, podem ser anulados. 
Então, esses negócios jurídicos são considerados anuláveis apenas nesse caso. 
 
 
3. Como compatibilizar o art 169 com o enunciado 536 da Centro de Estudos da Justiça Federal? 
 
R: O enunciado 536 da CFJ afirma que “Resultando do negócio jurídico nulo consequências 
patrimoniais capazes de ensejar pretensões, é possível, quanto a estas, a incidência da 
prescrição”. Já o art. 169 do C.C dispõe que “O negócio jurídico nulo não é suscetível de 
confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.” É possível conciliar ambos no quesito 
da prescrição dos efeitos patrimoniais da nulidade dos negócios jurídicos, pois a doutrina 
majoritariamente entende que não há prescrição da pretensão ao reconhecer se a nulidade. 
Segundo o art. 169, a nulidade poderia ser reconhecida muito tempo depois da celebração dos 
negócios jurídicos. Assim, o que o enunciado 536 faz é separar de forma mais específica os 
efeitos patrimoniais do negócio, pois são esses que são esses que estão sujeitos a prescrição. 
 
 
4. Qual a diferença entre o erro e o dolo omissivo? 
 
R: Ambos podem provocar a invalidade do negócio jurídico. O erro se dá por uma percepção 
falsa da realidade, que acontece em situações específicas, pois é apenas o erro substancial que 
torna o negócio anulável em acordo com o disposto nos artigos 138 e 139 do C.C. Os erros 
acidentais, descritos nos artigos 142 e 149 do C.C. não invalidam o negócio jurídico, pois não 
incidem sobre a razão determinante do negócio, ou seja, o agente já celebraria o negócio de 
qualquer forma com o erro ou não. 
 
Já o dolo se configura quando uma das partes do negócio jurídico age de determinada forma 
para obter benefícios em função dos prejuízos de outra. Em acordo com o artigo 145 do C.C. o 
dolo torna o negócio jurídico anulável, quando este for sua causa. O dolo pode ter vários tipos. 
O comissivo, que consiste na revelação de um aspecto falso como verdadeiro, ou omissivo, que 
se trata silêncio intencional de um aspecto que evitaria a celebração do negócio jurídico, em 
acordo com o art. 147 do C.C. O acidental descrito no art 146 do C.C, que não gera a invalidade 
do negócio, mas o direito subjetivo da vítima de pedir perdas e danos. No dolo acidental também 
há a intenção de enganar, mas não necessariamente esse engano interfere na celebração ou 
não do negócio. O dolo de terceiro, disposto no art. 148 do C.C, apesar de não depender das 
ações do beneficiário, terá sua validade determinada pelo conhecimento do mesmo, pois será 
anulado nos casos em que o beneficiário tem conhecimento do dolo de um terceiro - entretanto, 
nos casos em que o beneficiário não tem conhecimento o negócio é válido, mas quem praticou 
o dolo deve responder por perdas e danos. Por último, há também o dolo de representante -
que torna o negócio anulável de acordo com o art. 149 do C.C.- e o dolo recíproco - que consiste 
na prática do dolo por ambas as partes do negócio jurídico, em acordo com o art. 150 do C.C. 
 
 Dessa forma, diferentemente do dolo, o fato do erro ser comissivo ou omissivo não interfere. A 
maior diferença entre ambos é que erro é uma interpretação errada da realidade e o dolo é uma 
ação com intenção de prejudicar outra parte do negócio. 
 
 
5. Alberto, que deve a Eduardo, a quantia de 3 milhões, antes do vencimento da dívida vende 
para Francisco o único bem que tinha: o apartamento em que vive! A venda se dá pelo valor de 
de 2 Milhões apesar de o imóvel estar avaliado em 4 milhões. Movida a ação pauliana por 
Eduardo e que tudo isso fica provado, vc acha que é o caso de fraude à credores? 
 
R: Não, pois se esse é o domicílio familiar de Eduardo, o que o torna impenhorável. Em acordo 
com o disposto no art. 1722 do C.C., o bem de família se constitui por uma moradia rural ou 
urbana, juntamente com suas pertenças e acessórios, sendo destinado ao domicílio familiar. 
Nesse sentido, a renda provida por esse imóvel é destinada para o sustento de Eduardo, o que 
está em conformidade com o ordenamento jurídico.

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