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PARÂMETROS A SEREM USADOS NA DESCRIÇÃO DAS LESÕES 1. Distribuição ● Focal → apenas uma lesão. ● Multifocal → múltiplas lesões distribuídas pelo órgão, sendo separadas por um tecido não afetado. ● Multifocal a coalescente → lesões multifocais se encontram, formando uma lesão maior. ● Miliar → lesões pequenas mas numerosas. ● Difusa → lesões que aparecem por todo órgão ou sistema. 2. Cor Vermelho, azul, amarelo, marrom… ● Vermelho → lesões com cor vermelha geralmente quer dizer que há acúmulo de sangue no tecido/órgão. Ex: anemia, hemorragia, hiperemia… ● Amarelo → tendem a indicar acúmulo de pus, por exemplo. A inflamação, Lipidose hepática (gordura no fígado), icterícia (coloração amarelada das mucosas/pele), acúmulo de gordura, exsudato purulento (abscessos) podem ser amareladas. ● Preto → melanose (lesões causadas pelo sol), pseudomelanose, melanoma (câncer de pele), melena (sangue digerido), antracose (acúmulo de poeira do carvão nos pulmões), manchas escuras na pele são locais de armazenamento incomum de melanina. ● Verde → pseudomelanose (áreas focalmente extensas causadas pela decomposição do sangue por ação de bactérias). ● Translúcida → lesões que possuem líquidos incolores. Cistos (formações cheias de líquido) e edema. Obs: importante ficar atento as cores normais dos órgãos, pois aqueles que possuem maiores quantidade de sangue geralmente são mais escuros/avermelhados, como o baço, fígado, coração e rim (no caso do rim do gato é mais p/ amarelado devido ao acúmulo de gordura, especificidade da espécie), e por isso esses órgãos/tecidos tendem a ficarem com a coloração mais clara devido a falta de sangue. Também há o contrário, que é o caso do cérebro e pulmão, que tem quantidades baixas de sangue e por isso suas cores normais são mais claras, podendo ficar com cores anormais/patogênico devido ao acúmulo de sangue. 3. Localização Usando a denominação anatômica. ● Bilateral → nos dois lados. ● Unilateral → apenas um lado ● Simétrico → usado em órgãos pares. ex: rins, pulmões… ● Aleatório → quando as lesões não seguem um padrão anatômico. ex: pontos de necrose no fígado. ● Segmentar → quando uma porção do órgão está anormal. Obs: a simetria, no caso das lesões, pode significar algo sistêmico. 4. Tamanho Medidos em centímetros com auxílio de uma régua, podendo fazer comparação com órgãos próximos. ex: tamanho do coração em relação aos pulmões ou fazendo uma comparação com o tamanho dos órgãos pares. 5. Extensão Que proporção do órgão ou tecido é afetada? 6. Consistência Dura, firme, macio, amolecido, gelatinoso, viscoso… 7. Forma Quadrado, redondo, oval… 8. Aspectos especiais A lesão tem odor? Se bater, no caso do estômago, faz algum som? Há algo de especial? 9. Idade do processo Agudo ou crônico ETIOLOGIA DAS DOENÇAS As doenças são causadas por agentes patogênicos. Esses agentes podem ser qualquer coisa que cause um “problema” ao organismo vivo ou um desequilíbrio na homeostase corporal. Agentes físicos ● Força mecânica → acidentes, fraturas, lacerações, traumas.. que levam a morte celular. ● Radiações → podem causar neoplasias (massa de tecido anormal que surge em diferentes partes do corpo), mutação genética e morte celular. ● Temperaturas → calor e frio extremo direto no tecido podem causar morte celular como ação direta e lesão endotelial como indireta, que vai causar trombose (coagulação do sangue) ou aneurisma (dilatação da artéria/veia) nos vasos, levando a um estado de isquemia (falta de irrigação, não recebendo nutrientes e oxigênio no tecido ou órgão) causando assim uma necrose tecidual. Agentes químicos Causado por uma substância química. ● Poluente → fumaça saindo de descargas de caminhões na BR ou rodovia. ● Toxinas → podem ser endógenas ou exógenas (ex: salmonella e botulismo). ● Fármacos → afetar alguns órgãos durante o seu metabolismo, como: Fígado - hepatotóxicos Néfron - nefrotóxicos Coração - cardiotóxicos SNC - neurotóxicos São chamados de Iniosincrais aqueles fármacos que são tóxicos a uma determinada espécie, como o paracetamol nos gatos. Existem ainda as drogas cumarínicas que inibem a síntese de fatores de coagulação dependentes da Vitamina K1 no fígado e o animal morre sangrando. Obs: alguns fármacos como a doxiciclina tem ação cáustica que pode causar necrose nas paredes de órgãos tubulares. Já alguns anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) como o diclofenaco, ibuprofeno, indometacina e até a aparentemente “inofensiva” aspirina, podem causar as chamadas úlceras gástricas, causando a perda das camadas do estômago (mucosa, submucosa, muscular externa ou serosa), ocorrendo sangramento para a luz do estômago. Quando esse sangue vai para a luz do estômago e é digerido no suco gástrico, fica com a coloração preta e é carregado por todo intestino, sendo excretado nas fezes. Essa patologia é chamada de melena. Obs: quando a úlcera atinge a membrana serosa, o estômago é todo perfurado. Aspectos cronológicos de uma doença (=Processo patológico) Agente → Período de incubação (sem manifestações) → Período prodrômico (sinais inespecíficos) → Período de estado (sinais típicos) → EVOLUÇÃO. ALTERAÇÕES POST MORTEM A morte é um processo dinâmico, contínuo, complexo, definitivo e irreversível! ● Ortotanásia: morte espontânea → devido a alterações no próprio animal ● Eutanásia: morte induzida → levando em consideração o bem-estar animal. ● Distanásia: morte infligida → óbito por causa criminosa. ➢ A importância de diferenciar: Alterações post mortem X Alterações patológicas (ante mortem) As alterações estão divididas em imediatas (acontecem no momento da morte, podendo ser sua causa), autólise e heterólise (ocorrem após a morte do animal). ➢ Fases das alterações cadavéricas (sequenciais ou se sobrepõem) 1. Fase fresca Acontece de 2 a 3 horas após a morte do animal, levando o corpo a uma queda brusca na temperatura (esfriamento ou algor mortis) e rigor (rigor mortis) em que o animal fica duro devido a intensa contração da actina e miosina. 2. Fase cromática ou de coloração Ocorre embebições (alteração da cor de vísceras e órgãos devido a hemoglobina do sangue e bilirrubina da bile) e pseudomelanose (alteração de cor realizada por bactérias). 3. Fase gasosa ou enfisematosa Há a formação de gás por causa da proliferação das bactérias putrefativas e anaeróbicas no estômago, produzindo ptomaínas (putrefação cadavérica) + putrescina e cadaverina, que dão odor fétido ao cadáver. Obs: Como saber se a ruptura gástrica em equino devido ao acúmulo de gás é uma alteração post mortem ou ante mortem? Os dois casos podem acontecer e é bem simples de diferenciar na necropsia, se ocorreu antes (patológico podendo ter causado a morte) ou após a morte. A circulação tende a levar o sangue por todo o corpo, principalmente no intestino, que há veias e artérias para a irrigação. Se o animal morre de ruptura gástrica, a tendência é que o coração ainda bate, tentando levar sangue ao corpo, mas essa força faz com que o sangue saia das artérias na região do intestino em que houve a ruptura, extravasando o sangue para a região do abdômem e consequentemente fazendo um edema e sujando de sangue toda essa região. No caso da ruptura após a morte, o coração para de bater antes e o sangue tende a ficar parado, e se houver ruptura post mortem, o sangue naquele local tende a ficar sólido, não sujando a cavidade. Obs: O timpanismo é um acúmulo anormal de gases no estômago do animal causando uma distensão acentuada do rúmen e do retículo. Acarreta um quadro de dificuldade respiratória e circulatória, até com asfixia e morte do animal. O timpanismo dificilmente ocorre em animais criados no campo. 4. Fase coliquativa ou de liquefação Os órgãos parenquimatosos (fígado, baço, rim) e a musculatura tendem a ficarem amolecidos devido a digestão de enzimas. 5. Fase de esqueletização A microbiota e os insetos consomem o resto de tecido mole que ainda resta no cadáver devido ao processo de liquefação, reduzindo o corpo a ossos. ➢ Classificação das alteraçõespost mortem abióticas: ● Imediatas: sinais presentes quando se constata o óbito do animal. Pode ser uma insensibilidade dos locais, arreflexia (quando não há estímulo ou resposta/reflexo no corpo do animal) inconsciência e parada das funções cardio-respiratórias. ● Mediatas ou consecutivas (autólise): precisam de um determinado tempo para que ocorram, em que são desencadeadas pelas enzimas que fazem a digestão. Ex: hipóstase cadavérica, frialdade, rigidez, coagulação sanguínea, embebição pela hemoglobina e pela bile, deslocamento, torção e ruptura de vísceras. Todas elas serão mostradas a seguir… ➢ Alterações post mortem abióticas (autólises) 1. Hipóstase cadavérica ou livor mortis Ação da gravidade sobre o sangue, levando o seu acúmulo nas regiões mais baixas do corpo do animal. Dependendo do local onde esse cadáver permaneceu, vai haver padrões muito demarcados. Os grandes músculos que ficam nessa região pressionada, tem todo o seu sangue expulso, ficando com uma coloração esbranquiçada. Obs: importante diferenciar hipóstase cadavérica ou livor mortis (ação da gravidade no sangue) de congestão hipostática, que é uma alteração ante mortem que causa o acúmulo de sangue em um vaso de alguma região do corpo por causa da gravidade. Esse quadro geralmente apresenta edema com a presença de espuma. 2. Palidez cadavérica O animal fica pálido, rosado, por conta da vasoconstrição que ocorre nos vasos no momento da morte. Publicação:https://www.passeidireto.com/arquivo/93479 053/tipos-de-mucosa ● Normocorada: possui uma coloração rósea-avermelhada brilhante, que caracteriza mucosa normal e saudável. ● Hipercorada ou congesta: coloração muito avermelhada, que caracteriza alta permeabilidade vascular. Possível inflamação ou infecção local, septicemia, febre, endocardite etc. ● Cianótica: possui uma coloração azulada ou arroxeada que caracteriza transtorno na hematose. Possível anafilaxia, pneumopatias, obstrução das vias respiratórias. ● Ictérica: uma coloração amarelada caracterizando hiperbilirrubinemia. Possível estase biliar, hepatite ou infecciosa, anemia hemolítica imune, etc. ● Hipocorada ou pálida: coloração esbranquiçada caracterizando anemia. Patologia → ectoparasitoses, endoparasitoses, insuficiência renal, falência circulatória periférica e etc. 3. Algor mortis ou frialdade cadavérica Período de redução de metabolismo em que o paciente não consegue manter a temperatura corporal . Depende de: ● Da temperatura ambiente. ● Estado nutricional: animais mais magros tendem a perder calor mais rápido do que os obesos. ● Tamanho do animal: quanto maior, mais demora a perder calor. ● Doença que causou a morte: caso ocorra febre (hipertermia) o animal vai demorar para resfriar. ● Contato com corpos condutores de calor: a água esfria mais rápido do que se o animal estiver sobre sofá, cama ou piso de madeira. ● Idade: Animais mais jovens podem resfriar mais rapidamente pois o volume corporal é menor, e animais mais velhos também resfriam mais rápido devido ao metabolismo mais baixo. ● A temperatura é aferida na boca, axilas, retal, vísceras (fígado). 4. Rigor mortis Início de 2 a 4 horas após a morte, com duração de 12 a 24 horas. O rigor mortis ocorre devido a presença dos filamentos de actina e miosina nas fibras musculares. Já que as fibras musculares não estão sendo estimuladas, os íons de cálcio são retirados e devolvidos ao retículo endoplasmático. Uma vez ocorrendo a ligação entre esses filamentos e não havendo mais a presença do ATP para desfazer essa contração, o rigor mortis começa a agir. ● A sequência do rigor mortis é: coração → pálpebras → diafragma → músculos da cabeça → região cervical → membros anteriores → tronco → membros posteriores → cauda. Após 24 horas inicia o desaparecimento da rigidez na mesma ordem que ela apareceu. Obs: Como não há mais energia, o rigor mortis permanece até que as alterações autolíticas começam a dissolver os filamentos das miofibrilas, fazendo o rigor desaparecer. Quando a temperatura ambiente é alta, o rigor ocorre mais cedo e desaparece mais cedo. Obs: O Coração é o primeiro músculo a entrar em rigor mortis e isso ocorre porque sua reserva de glicogênio é pequena, devido a o seu trabalho ininterrupto. Mecanismo: ● Fase de pré-rigor: o glicogênio de reserva, ainda presente nas fibras musculares, mantém os ATPs necessários para o metabolismo das fibras musculares; ● Fase de rigor: ocorre a falta de ATP pois há o consumo das reservas de glicogênio resultando em forte união entre os miofilamentos de actina e miosina; ● Fase de pós-rigor: enzimas proteolíticas desfazem o rigor mortis e começando a autólise. 5. Coagulação sanguínea De 2 à 8 horas após a morte animal as células endoteliais começam a se degenerar devido a falta de oxigênio e também começam a liberar uma enzima chamada tromboquinase, responsável por iniciar todo o processo de coagulação sanguínea, transformando o fibrinogênio em fibrina (ela se agrega às plaquetas formando uma camada que detém hemorragias) fazendo com que todo o sangue da circulação coagula. Esse coágulo fica retido até que as bactérias e enzimas começam a degradá-la, desfazendo o coágulo e transformando ele em um líquido denso e viscoso. Mecanismo: Fibrinogênio → Fibrina → Coágulo Nome correto dos coágulos: ● Cruórico: é o coágulo vermelho que contém hemácias e presença de fibrinas e plaquetas. ● Lardáceo: apresenta coloração amarela ou branca devido ser pobre em hemácias, indicando assim um possível caso de anemia. Possui grande quantidade de células de defesa, fibrina e plaquetas. Pode indicar inflamação e choques antes da morte. O coágulo lardáceo em equinos pode ser considerado normal pois é formado facilmente pelo tecido de granulação devido a grande velocidade de sedimentação (depositando), que nada mais é que um acúmulo de células de defesa que vão até o processo de inflamação, já nos outros animais é considerado um quadro de anemia ou morte agônica prolongada. ● Misto: há tanto cruórico quanto lardáceo. Obs: importante diferenciar coágulos post mortem intracardíacos e intravasculares de trombos, que se formam ante mortem. O coágulo é liso, brilhante e elástico, é encontrado sempre solto, não aderido e geralmente assume a forma da câmara que fica. Já o trombo é friável, quebra fácil, seco, opaco, e está sempre aderido a parede dos vasos e no endocárdio com superfície irregular e com forma e tamanhos variáveis que deixam rugosas as superfícies que estão aderidas. 6. Embebição pela hemoglobina Fenômeno que ocorre entre 12 a 14 horas após a morte. O coágulo que foi formado com o tempo vai ser digerido pelas enzimas lisossômicas, rompendo assim as fibrinas, depois começa a digerir as membranas das células (hemácias) e liberando a hemoglobina que vai se impregnar por difusão nos endocárdio e da túnica íntima dos vasos sanguíneos, deixando-os com uma coloração alaranjada. Obs: diferencia a embebição de hemoglobina de hemorragia. Hemorragia é uma alteração patológica e circulatória que pode ser diferenciada pela coloração da aorta, que é elástica e possui uma cor pálida. Quando acontece a hemorragia, ela altera totalmente a cor da aorta para um vermelho mais escuro. 7. Embebição pela bile Coloração amarela ou esverdeada devido ao pigmento bilirrubina. a autólise da parede da vesícula biliar, por ação dos sais biliares, facilita a difusão dos pigmentos (cole bilirrubina) por contato direto. Ocorre nas porções do fígado e em outros tecidos adjacentes à vesícula biliar. Obs: É importante diferenciar a embebição pela bile de icterícia. Icterícia é uma alteração sistêmica que indica muita bilirrubina no sangue, atingindo assim vários órgãos. Para saber se é icterícia, basta olhar a artéria elástica da aorta. 8. Meteorismo post-mortem= timpanismo post-mortem Corresponde ao aumento do volume abdominal em virtude do acúmulo de gás decorrente de fermentação do conteúdo gastrintestinal, produzindo distensão de vísceras ocas e abdominal. Esse aumento é muito variável, podendo ser maiorou menos em cada indivíduo. Os bovinos realizam a ruminação e a eructação, que é a eliminação de gases gerados no processo de fermentação no estômago feito pelas bactérias. Quando o animal morre, esse gás gerado pela fermentação fica impossibilitado de ser excretado ao meio. Processos de eructação: 1. Fase de separação: quando as bolhas gasosas formadas durante a fermentação ruminal normal atravessam a ingesta e se coalescem com o gás livre do saco dorsal. 2. Estádio de deslocamento: por uma contração do rúmen, o gás livre é deslocado para a frente e para baixo, em direção à cárdia. 3. Estádio de transferência: quando a cárdia se abre e o gás passa para o esôfago. 4. Estádio esofagiano: em que por uma contração retrógrada do esôfago, o gás é empurrado para a faringe. 5. Estádio faringo pulmonar: pela abertura do esfíncter nasofaríngeo, o gás passa aos pulmões, onde parte é absorvida e parte é exalada na expiração. Obs: Importante diferenciar o timpanismo pré-morte do pós-morte. No ante mortem o abdômen não está todo redondo e também há linha de timpanismo. Obs: às vezes o aumento do estômago é tão grande que comprime o intestino e o reto, fazendo assim um quadro de pseudoprolapso retal. 9. Deslocamento, torção e ruptura de vísceras post-mortem Quase sempre consequência da dilatação do estômago, ocorrendo esgarçamento da parede na curvatura maior, em que a parede é mais fina e menos resistente à distensão. Essa alteração é mais comum nos equinos devido ao tamanho reduzido do seu estômago, pelo trânsito rápido do alimento, pois a parede não suporta a distensão, e pelo acúmulo de gases. Com a ruptura há hemorragia e extravasamento do conteúdo estomacal para a cavidade abdominal, provocando irritação peritoneal, choque e morte. Obs: importante a diferenciação de ruptura post-mortem de ante-mortem. Na ruptura ante-mortem (patológica), o indicativo vai ser uma alteração circulatória na região de ruptura. Ou seja, se houver presença de hemorragia/sangramento no local é indício de que a circulação foi interrompida devido a ruptura, indicando assim que ocorreu antes da morte do animal (podendo essa ser a causa). 10. Pseudoprolapso retal ou uterino O pseudoprolapso é uma alteração tardia (ocorre depois do timpanismo) em que ocorre a exteriorização do reto pela quantidade de acúmulo de gases no estômago do animal que empurra os outros órgãos (reto ou útero) para fora do corpo. Já o uterino decorre de partos distócicos. Obs: diferenciar de prolapso retal ou uterino ante-mortem - patológico. Da mesma forma da ruptura, o prolapso há interrupção da circulação, ocorrendo assim marca de hemorragia, a borda, do reto que está para fora da cavidade corporal, coisa que não acontece no pseudoprolapso, já que é post-mortem e a circulação não está mais ativa. ➢ Alterações post mortem bióticas ou transformativas (heterólise) Alterações mais tardias. Pode causar: pseudomelanose, enfisema, maceração, coliquação e redução esquelética. 11. Pseudomelanose Alteração de cor cinza, verde, preta… que vai depender do tipo de bactéria que se encontra no intestino. Quando há a morte do animal, por volta de 2 a 4 horas há a ocorrência da coagulação sanguínea, em que essa coagulação vai sendo liquefeita liberando a hemácia, ocorrendo a digestão de hemoglobina= hemoglobina livre. Há algumas bactérias intestinais que o gás que elas produzem é o ácido sulfídrico (fétido). Quando esse ácido reage com o ferro, ocorre a formação do sulfureto de ferro, que é um pigmento. 12. Melanose Alteração de pigmentação sem importância patológica. É quando melanócitos que ficam na pele migram para lugares em que eles não deveriam estar. Ácido sulfídrico (H2S) + Ferro= sulfureto de ferro Obs: diferenciar melanose de melanoma, que é quando o melanócito sofre uma mutação fazendo uma proliferação (câncer) em que formando massas. Causa - sol. 13. Enfisema cadavérico Ocorre quando bactérias que podem ou não estar associadas a formação de pseudomelanose causando acúmulo de gás principalmente no subcutâneo. Indica que o animal já morreu a muito tempo. Geralmente órgãos parenquimatosos ficam fofos e com muitos buraquinhos e bolhas. Obs: timpanismo e meteorismo é em órgãos ocos, e enfisema é o resto (vísceras e subcutâneo). 14. Maceração Alteração post-mortem tardia. É o desprendimento de mucosas, sendo muito comum em estômago e intestino. As bactérias que estão se proliferando produzem muitas enzimas que fazem o epitélio da submucosa se soltar. Obs: A camada do epitélio do rúmen se solta precocemente devido a grande quantidade de bactérias, primeiramente acontece esse descolamento, e por isso não é considerada alteração post-mortem. Quando isso não acontece, ligue o alerta, pois quando se adiciona muita proteína ao invés de volumoso, as bactérias diminuem a quantidade. 15. Coliquação É quando há liquefação de órgãos parenquimatosos/sólidos (fígado, baço, rim), ficando que nem uma pasta. Liquefeito. 16. Redução esquelética Quando ocorre a desintegração de toda musculatura esquelética. Precisa de anelídeos, artrópodes, insetos… ➢ Fases das alterações cadavéricas (dinâmica sequencial que podem sobrepor): 1. Fase fresca: esfriamento e rigor 2. Fase cromática ou de coloração: embebição e pseudomelanose 3. Fase gasosa ou enfisematosa: ptomaínas (ofensivo) + putrescina e cadaverina 4. Fase coliquativa ou de liquefação: dissolução pútrida 5. Fase de esqueletização: microbiota + insetos (4ªsemana a 6 meses) ➢ Fatores que influenciam o aparecimento das alterações pós mortais ● Temperatura ambiente: alta x baixa Assim que o animal entra em óbito ele vai perder temperatura para o ambiente, sendo mais fácil perder calor em temperaturas mais frias. ● Tamanho do animal: velocidade de resfriamento Vai influenciar diretamente na velocidade do resfriamento do cadáver. Animais maiores possuem mais quantidade corporal com gorduras, fazendo com que percam menos calor. Animais maiores tendem a aparecer alterações heterolíticas primeiro, já que possuem dificuldade de resfriamento e com isso aumenta o número de bactérias. ● Estado nutricional: glicogênio muscular, escore corporal Animais muito magros tem muita velocidade de resfriamento do que animais gordos, pois os magros não possuem muitos músculos e nem camada de gordura. Animais magros tendem a ter menos reservas de energia e por isso entram em rigor mortis primeiro. ● Causa da morte: hipertermia, intoxicação Animais que morrem de hipertermia possuem tendência em apresentar pseudomelanose e alterações heterolíticas primeiro devido a multiplicação das bactérias. Animais com com quadros convulsivos tendem a esgotar sua reserva energética rápido, entrando assim em rigor mortis mais precocemente. ● Cobertura tegumentar: lã e pêlo Animais com mais pêlos ou lãs tendem a perder calor mais devagar.
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