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Benefícios tributários e Guerra Fiscal Benefícios tributários no regime do ICMS • Constituição, art. 155, § 2º, XII, g: cabe à lei complementar “regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.”; • Natureza nacional do ICMS e federalismo; • LCp 24/75: benefícios tributários serão autorizados mediante a aprovação unânime de convênio pelos representantes das unidades federadas (CONFAZ); • Unanimidade: fomento a conflitos; • STF: inconstitucionalidade dos benefícios fiscais concedidas sem o beneplácito do CONFAZ (PSV 69) Benefícios tributários e glosa unilateral de créditos • LCp 24/75, art. 8º: anulação proporcional dos efeitos de benefícios tributários (créditos presumidos) concedidos de modo inconstitucional; • MG: Resolução 3.166/01 • SP: Comunicado CAT 36/04; • Defesa dos contribuintes baseada em dois argumentos: • Não cumulatividade: inicialmente não logrou êxito. • Burla à competência do STF (impossibilidade de compensar inconstitucionalidades): exitoso – AC 2611/MT e ADI 2377 MC (STF) e RMS 31.714/MT (STJ) • Tema STF 490: saber se viola a Constituição Federal o estorno proporcional (“glosa”) de crédito fiscal de ICMS realizado por parte do Estado de destino referente a benefícios fiscais concedidos pelo Estado Estado de origem à revelia de autorização unânime do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ). RE 628.075/RS (Tema 490) “(...) proponho a fixação da seguinte tese de julgamento: ‘Afronta a ordem constitucional glosa de crédito de ICMS efetuada pelo Estado de destino, nos termos do art. 8º, I, da Lei Complementar 24/75, mesmo nas hipóteses de benefícios fiscais concedidos unilateralmente pelo Estado de origem, sem observância do art. 155, §2º, XII, ‘g’, da Constituição da República.’” (RE nº 628.075/RS, Rel. Min. Edson Fachin, Rel. p/ acórdão Min. Gilmar Mendes, j. 18.08.2020) Acompanhado pelos Ministros Marco Aurélio e Luís Roberto Barroso Relator Min. Edson Fachin (vencido) • Premissa 1: Somente o Poder Judiciário tem a autoridade constitucional para declarar nulidade de ato normativo que conceda benefício em desacordo com o art. 155, § 2º, XII, g, da CRFB; • Premissa 2: A anulação do crédito pelo Estado de destino não pode ser dissociada do reconhecimento da nulidade da lei de outro ente federado, indo além das possibilidades constitucionalmente admitidas de estorno. • Premissa 3: A glosa implica situação de insegurança jurídica para o adquirente e de invasão à competência tributária do Estado de origem • Conclusão: “o Estado de destino não pode tornar ineficaz crédito fiscal do contribuinte em seu território, com fundamento nos arts. 8º, I, da LC 24/75, e 155, §2º, II, do Texto Constitucional” (não recepcionado) RE 628.075/RS (Tema 490) “O estorno proporcional de crédito de ICMS efetuado pelo Estado de destino, em razão de crédito fiscal presumido concedido pelo Estado de origem sem autorização do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), não viola o princípio constitucional da não cumulatividade.” (RE nº 628.075/RS, Rel. Min. Edson Fachin, Rel. p/ acórdão Min. Gilmar Mendes, j. 18.08.2020) Modulação dos efeitos do julgamento: efeitos ex nunc a partir do julgamento (18.08.2020) Min. Gilmar Mendes (vencedor) • Premissa 1: O regime constitucional da não cumulatividade impõe a glosa dos créditos na hipótese de redução valor a recolher do ICMS; • Premissa 2: A utilização de créditos presumidos, assim como os casos de isenções e reduções de base de cálculo, implica diminuição do débito de ICMS, o que conduz ao estorno proporcional do crédito escritural pelo adquirente. • Premissa 3: As alegações envolvendo a LCP 24/75, o pacto federativo e a competência do Judiciário são irrelevantes no caso, salvo na hipótese de a lei do estado de destino permitir o creditamento (LCP 160, art. 5º) • Conclusão: “se afigura constitucional, não ferindo o princípio da não cumulatividade, o estorno proporcional de crédito de ICMS, quando, na operação precedente realizada em outro estado, tenha o contribuinte obtido o benefício do crédito presumido, eis que vedada a utilização da parte não cobrada” Benefícios tributários: Guerra dos Portos • Venda interestadual de bem importado do ES para MG (contribuinte não consumidor final), sem benefício fiscal BC R$ 100 x Alíq. 18% = ICMS R$ 18 BC R$ 200 x Alíq. 12% = ICMS R$ 24 - Crédito R$ 18 = Valor R$ 6 Crédito Benefícios tributários: Guerra dos Portos • Venda interestadual de bem importado do ES para MG (contribuinte não consumidor final), com crédito presumido (75% do imposto devido) e suspensão do ICMS-importação para a saída subsequente ICMS suspenso BC R$ 200 x Alíq. 12% = ICMS R$ 24 - Crédito R$ 13,5 = Valor R$ 10,5 Crédito BC R$ 100 x Alíq. 18% = ICMS R$ 18 (suspenso) Crédito presumido R$ 13,50 Benefícios tributários: Guerra dos Portos • Resolução SF 13/12: alíquota de 4% para operações interestaduais com produtos importados ou com conteúdo de importação superior a 40% (Guerra dos Portos); ICMS suspenso BC R$ 200 x Alíq. 4% = ICMS R$ 8 - Crédito R$ 13,5 Crédito BC R$ 100 x Alíq. 18% = ICMS R$ 18 (suspenso) Crédito presumido R$ 13,50 Inviável ADI 4858 – Inconstitucionalidade Resolução SF 13/12 Ministros Edson Fachin (Relator) e Marco Aurélio • Premissa 1: Competência do SF para fixar alíquotas interestaduais, inclusive para produtos importados; • Premissa 2: Discriminação quanto à origem, com violação ao art. 152 da CRFB; • Premissa 3: ofensa ao princípio da legalidade tributária com as delegação à Camex (produtos sem similar nacional) e ao Confaz (conteúdo de importação). • Tese: “ Viola o princípio da igualdade tributária resolução senatorial que, ao fixar alíquotas máximas para operações interestaduais tributadas por ICMS, nos termos do art. 155, §2º, IV, da Constituição da República, desconsidera o princípio da seletividade e discrimina produtos em razão da origem. ” • Divergência quanto à modulação. Ministros Gilmar Mendes (redator) e demais • Premissa 1: Concorda com a competência do SF para fixar alíquotas interestaduais, inclusive para produtos importados; • Premissa 2: Ausência de discriminação, pois (i) trata-se de medida para evitar efeitos indesejados da aplicação alíquota interestadual e fomentar a isonomia entre os Estados (GM e CM); (ii) houve mera redistribuição da receita tributária (RB0; • Premissa 3: não há ofensa à legalidade: meras questões regulamentares; • Conclusão: constitucionalidade da Res. SF 13/12. Caso Pró-DF – Tema 817 • Tema RG 56: “O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública com o objetivo de anular Termo de Acordo de Regime Especial - TARE firmado entre o Poder Público e contribuinte, em face da legitimação ad causam que o texto constitucional lhe confere para defender o erário; • Caso do Pró-DF (operação de crédito que implicava redução do ICMS): • ADI 2549: declarou inconstitucional o benefício; • MPDFT ajuizou variadas ACPs exigindo a devolução dos valores não recolhidos em razão do benefício inconstitucional; • TJDFT: posição pacífica pela legitimidade ativa e pela procedência do pleito; • Crédito não seria tributário, mas sim de recomposição do patrimônio público • Remissão concedida pelo DF (Lei 4732/11) analisada no Tema 817/STF - RE 851.421 RG (AC 3.802). RE 851.421/DF (Tema 817) “É constitucional a lei estadual ou distrital que, com amparo em convênio do CONFAZ, conceda remissão de créditos de ICMS oriundos de benefícios fiscais anteriormente julgados inconstitucionais” (j. 18.12.2021) Unânime Relator Min. Roberto Barroso • Premissa 1: A jurisprudência do STF é clara no sentido de que são inconstitucionais os benefícios do ICMS concedidos sem aval do Confaz; • Premissa 2: O Pró-DF foi declarado inconstitucional pelo STF e pelo TJDFT, não sendo possível acatar a constitucionalidadesuperveniente. • Premissa 3: Ocorre que a lei de remissão se trata de benefício novo, distinto do Pró-DF, contando, ainda, com o beneplácito do Confaz. • Premissa 4: A remissão garante ainda a segurança jurídica do contribuinte • Conclusão: constitucional a lei de remissão aprovada pelo Distrito Federal Convalidação dos benefícios inconstitucionais • LCp 160/17 - os estados poderão mediante convênio: • Instituir remissão e anistia de créditos relativos a benefícios inconstitucionais instituídos até o início dos efeitos da LCp 160; • Reinstituir – validamente – tais benefícios. • Quórum abrandado: • 2/3 das unidades federadas; • 1/3 das unidades federadas de cada uma das 5 regiões do país; • Convênio ICMS 190/17: Publicização dos benefícios tributários (Portal Nacional da Transparência Tributária), mas somente para as Fazendas Públicas • Remissão e anistia condicionadas a desistência de ações judiciais, inclusive quanto ao recebimento de honorários. Benefícios tributários e Guerra Fiscal Benefícios tributários no regime do ICMS Benefícios tributários e glosa unilateral de créditos RE 628.075/RS (Tema 490) RE 628.075/RS (Tema 490) Benefícios tributários: Guerra dos Portos Benefícios tributários: Guerra dos Portos Benefícios tributários: Guerra dos Portos ADI 4858 – Inconstitucionalidade Resolução SF 13/12 Caso Pró-DF – Tema 817 RE 851.421/DF (Tema 817) Convalidação dos benefícios inconstitucionais
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