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PONTO - 13 - TRF2

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PROVA ORAL MAGISTRATURA FEDERAL – TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO
PONTO 13
Conteúdo
CONSTITUCIONAL - Poder Executivo. Estrutura. Competências. Disposições Gerais.	1
TRIBUTÁRIO: Contribuições Sociais para a Seguridade Social. Princípios Informadores e Regime Jurídico. Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico. Demais Contribuições Permitidas pela Constituição.	17
ADMINISTRATIVO: O Ilícito Administrativo. Direito Administrativo Sancionador. Sanção Administrativa. Responsabilidade Civil dos Entes Privados Prestadores de Serviços Públicos.	48
PENAL - Teoria geral da culpabilidade: fundamentos; conceito; elementos e conteúdo. Princípio de culpabilidade. Culpabilidade e pena. Causas de exclusão da culpabilidade. Imputabilidade. Erro de proibição. Crimes contra o serviço postal e o serviço de telegrama. Crimes contra os serviços de telecomunicações. Infrações penais no estatuto do estrangeiro. Crimes contra a seguridade social.	104
PREVIDENCIÁRIO - Custeio. Salário-de-contribuição. Limites. Reajustes.	146
CIVIL: Contratos em Espécie. Seguro. Fiança. Transporte. Contratos de Consumo. Transação. Compromisso. Posse. Teorias. Conceito. Classificação. Aquisição. Efeitos e Perda. Direito de Retenção.	164
COMERCIAL: Títulos de Crédito. Teoria Geral. Conceito. Funções. Características Essenciais. Circulação. Classificações. Letra de Câmbio. Nota Promissória.	196
INTERNACIONAL PÚBLICO: Fontes. Tratado: conceito, condições de validade, efeitos, ratificação, promulgação e publicação. Regras de interpretação dos tratados. A autoridade do tratado em face da lei interna. Lei versus Tratado. Conflitos entre Constituição e Tratado. Fim e suspensão dos tratados. Costume: conceito, elementos, características, prova, obrigatoriedade, fim. Atos unilaterais: conceito, classificação e forma.	218
INTERNACIONAL PRIVADO: Fontes do Direito Internacional Privado. As regras de conexão e os princípios da disciplina (ordem pública e direitos adquiridos). A LINDB e tratados ratificados pelo Brasil contendo regras de conexão.	272
PROCESSO CIVIL: Embargos Infringentes. Recurso Ordinário. Recurso Especial. Recurso Extraordinário. Embargos de Divergência.	299
PROCESSO PENAL: Processo em geral. Direito processual penal: conceito e características. Princípios do processo penal. Fontes do direito processual penal. Aplicação do direito processual penal: lei processual no tempo e no espaço. Imunidades e prerrogativa de função. Interpretação da lei processual penal. Processo penal e Constituição. Convenções e tratados de Direito Processual Internacional relativos ao Processo Penal. Relações jurisdicionais com autoridades estrangeiras. Carta rogatória. Homologação de sentença estrangeira. Extradição, expulsão e deportação. Cooperação internacional em matéria penal.	318
AMBIENTAL: Modificação dos genes pelo homem e meio ambiente. Biodireito em matéria ambiental.	387
DIREITOS HUMANOS - Definição de direitos humanos. Princípios. Características. Sujeitos. Objeto. Fontes.	405
ECONÔMICO: Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). Natureza jurídica. Propósito, princípios e instrumentos. Solução de controvérsias entre Estados-Partes. O direito do consumidor na prestação de serviços públicos.	408
PRINCIPIOS INSTITUCIONAIS DA MAGISTRATURA: Poder Judiciário.	445
CONSTITUCIONAL - Poder Executivo. Estrutura. Competências. Disposições Gerais.
Poder Executivo:
“Executivo é o poder responsável pela função administrativa do Estado”. (BULOS, 2010, P. 1209). A doutrina aduz que a expressão “Poder Executivo” tem significado variado, nela se confundindo o Poder e o governo. Ora ela exprime função ou atribuição de um Poder (art. 2º da CF), ora o órgão (cargo e ocupante, a teor do art. 76, da CF). Contempla atividades diversas e variadas, que envolvem atos típicos da Chefia de Estado (manter relações com Estados estrangeiros) e atos relativos à Chefia do governo (vetar projeto de lei) e de Administração federal (nomear o AGU). (MENDES, 2008, p. 905).
O autor supra aduz que as diversas funções desempenhadas pelo Executivo levaram Konrad Hesse anotar que “a expressão Poder Executivo acabou por transformar-se numa referência geral daquilo que não está compreendido na atividade do Poder Legislativo e Judiciário”.
Mas além da função típica, que é administrar, o PE também legisla, por meio de medida provisória, e julga, no contencioso administrativo, exercendo, assim, funções atípicas.
Obs: A edição de Medida provisória representa exercício de função atípica por parte do PE, mas a edição de lei delegada é uma exceção ao princípio da indelegabilidade e não exercício de função atípica. 
Presidencialismo X parlamentarismo:
Sistema de governo é o modo como se dá a relação entre os Poderes dentro de um Estado; sobretudo entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo. Diferencia-se da forma de governo, que é definida como o modo em que se dá a relação entre governantes e governados.
As principais espécies de sistema de governo são: presidencialismo e parlamentarismo. O parlamentarismo surgiu na Inglaterra, a partir dos séculos XII e XIII, como resposta contra os privilégios monárquicos. O presidencialismo remete ao sistema implantado em 1787 nos EUA, com a criação de um Executivo independente do Legislativo, e, ao mesmo tempo, sujeito ao sistema de pesos e contrapesos de Montesquieu.
O modelo político constitucional brasileiro apresenta uma hiperpotencialização do executivo, centrado na figura do Presidente que exerce o papel de Chefe de Estado (celebração de tratados e relações internacionais), Chefe de Governo (direção superior da Administração Federal), iniciativa de projetos de lei e edição de medidas provisórias, expedição de regulamentos (art. 84 CF), iniciativa de projetos orçamentários, controle de despesas (art. 163 a 169 CF) e direção das forças armadas.
No presidencialismo, criação norte-americana, o Presidente exerce as funções de chefe de Estado e chefe de Governo. Assim, o Presidente da República é chefe de Governo, na medida em que exerce a chefia superior da Administração Pública (máquina administrativa; e também é chefe de Estado, pois representa o país internacionalmente). No presidencialismo, o PE é independente do PL. 
Já o parlamentarismo, produto de longa evolução histórica, cujos contornos atuais tem influência inglesa, o PE é dual (o que segundo José Afonso promove uma colaboração entre os poderes), e pode ser de duas espécies:
Parlamentarismo monárquico constitucional: o rei é chefe de Estado e o 1º Ministro é chefe de Governo. Ex.: Espanha.
Parlamentarismo republicano: o Presidente exerce a função de chefe de Estado e o 1º Ministro exerce a função de chefe de Governo. Ex.: Itália, França, Israel, etc.
O Brasil já viveu duas experiências parlamentaristas. A primeira delas ocorreu durante a vigência da CF de 1824. D. Pedro II, através de decreto editado em 1847, cria o cargo de Presidente do Conselho de Ministros, a quem cabia a formação do gabinete; a segunda se deu em 1961, após a renúncia do Presidente Jânio Quadros (Primeiro ministro – Trancedo Neves, Chefe de Estado – João Goulart) . 
No presidencialismo, o mandato do presidente é cumprido sem qualquer ingerência do PL. No parlamentarismo, o mandato daquele que exerce função executiva recebe influencia/ingerência do parlamento. Nesse contexto, o Primeiro-Ministro não exerce mandato por prazo determinado, e pode ocorrer sua queda por dois motivos: a) perder a maioria parlamentar; b) voto de desconfiança.
No presidencialismo, o presidente não tem o seu mandato diminuído por vontade do CN. Já no parlamentarismo, o parlamento deve estar afinado com aquele que exerce a função de 1º Ministro. 
No presidencialismo fica mais caracterizada a separação de funções estatais. Isso porque, conforme Michel Temer, no parlamentarismo verifica-se um deslocamento de uma parcela da atividade executiva para o Legislativo
Executivo Monocrático, Colegial, Diretorial e Dual => Maurice Duverger → monocrático (rei, imperador, ditador, Presidente), colegial (dois homens com iguais poderes – cônsules romanos),diretorial (um comitê – antiga Ex-URSS e, ainda hoje, na Suiça) e dual (parlamentarismo) - Brasil – Executivo monocrático, art. 76 da CF.
Presidencialismo de Coalizão. O termo foi formulado pelo cientista político Sergio Abranches. A ideia do presidencialismo de coalizão se assenta em dois pilares principais: o papel do presidente e a existência de coalizões partidárias que sustentam o governo. Ao colocar a fórmula em movimento, os partidos da coalizão participam do governo quase que de forma semiparlamentarista e, ao mesmo tempo, oferecendo a maioria de que dispõem no Congresso para apoiar a agenda do presidente. O termo, “coalizão” refere-se a acordos entre partidos (normalmente com vistas a ocupar cargos no governo) e alianças entre forças políticas (dificilmente em torno de idéias ou programas) para alcançar determinados objetivos.
Em sistemas multipartidários, nos quais há mais do que dois partidos relevantes disputando eleições e ocupando cadeiras no Congresso, dificilmente o partido do presidente possuirá ampla maioria no Parlamento para aprovar seus projetos e implementar suas políticas. Na maioria das vezes a coalizão é feita para sustentar um governo, dando-lhe suporte político no Legislativo (em primeiro lugar) e influenciando na formulação das políticas (secundariamente). Assim, alguns partidos, ou muitos, dependendo da conjuntura política, se juntam para formar um consórcio de apoio ao chefe de governo. Essa prática é muito comum no sistema parlamentarista, no qual uma coalizão interpartidária disputa as eleições para o Legislativo visando obter a maioria das cadeiras e com isso indicar (“eleger”) o primeiro-ministro.
A Medida Provisória é própria de Estado parlamentarista e não de um Estado presidencialista. Diante disso, por que nós adotamos a MP aqui? A assembleia constituinte começou em 01/02/87 e foi encerrada em 05/10/88; os trabalhos da constituinte, até julho de 1987 caminhavam para um Estado parlamentarista. A partir de julho de 1987 houve uma mudança na constituinte para um estado presidencialista.
OBS: o regime/sistema de governo não é uma cláusula pétrea.
Os requisitos para ser Presidente da República estão previstos no art. 12 a 15, da CF.
Presidente da República - O Poder Executivo, nos termos do art. 76 da Constituição, é exercido pelo Presidente da República com o auxílio dos Ministros de Estado (cargos de livre nomeação e exoneração do Presidente da República).
CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE : 
1. Ser brasileiro nato (justificativa: motivo de segurança);
2. Idade mínima de 35 anos (artigo 14 § 3°, CF) – com 35 anos o cidadão atinge a capacidade política absoluta para o exercício de cargo.
3. Filiação partidária - No Brasil a filiação partidária é uma condição de elegibilidade, não há candidaturas avulsas.
4. Plenitude dos direitos políticos - Não incorrer em nenhuma das causa de suspensão ou perda de direitos políticos (Artigo 15, CF). 
ELEIÇÃO - No Brasil, o Presidente e o Vice são eleitos conjuntamente. A eleição de Presidente e Vice ocorrerá no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao término do mandato (art. 77). Eles são eleitos pelo sistema eleitoral majoritário, pelo qual, valoriza-se o candidato registrado por partido político. O candidato que tiver o maior número de votos registrados será eleito.
Existem 2 espécies de sistemas majoritários:
- absoluto (=com 2º turno de votação): a CF exige, para que o candidato seja eleito, que ele atinja, no mínimo, a maioria absoluta dos votos válidos. Se, no 1º turno, nenhum dos candidatos atingir essa maioria, teremos, necessariamente, 2º turno de votação. São eleitos pelo sistema majoritário absoluto: Presidente, Governador, Prefeito de Municípios com mais de 200.000 eleitores.
- simples: a CF se contenta com qualquer maioria. Será eleito o candidato mais votado, independentemente do percentual de votos. São eleitos pelo sistema majoritário simples: Prefeito de Municípios com menos de 200.000 eleitores e Senador.
O art. 106 do Código Eleitoral, que prevê a contagem dos os votos brancos, não foi recepcionado.
O Presidente e o Vice tomam posse em 01/01 do ano subsequente às eleições, em sessão conjunta no CN, oportunidade em que prestam compromisso de manter e defender a CF. Art. 78, CF.
Qual é o prazo máximo para o Presidente e o Vice tomarem posse? Até 10 dias do dia 01/01, ou seja, até 11/01. Assim, até o dia 11, um dos dois tem que tomar posse, sob pena dos cargos serem declarados vagos, salvo motivo de força maior. Quem declara esses cargos vagos se nenhum dos dois tomar posse? O CN (art. 78, § único). 
LINHA SUCESSÓRIA DO PRESIDENTE - Sucessão é o gênero, que se divide em duas espécies: sucessão em sentido restrito (casos de vacância) e substituição (é temporária)
	Substituição - Impedimento
	Sucessão – Vaga
	Temporário => Doença, férias, viagens.
	Definitiva => Cassação, Renúncia, morte, renúncia, condenação pela prática de crime de responsabilidade. (somente o vice-presidente sucede definitivamente)
A importância disso é que, na linha sucessória (em sentido lato) do Presidente estão: Vice, Presidente da CD, Presidente do SF e presidente do STF. Só o Vice assume definitivamente o Presidente, nos casos de vacância. Já Presidente da Câmara, Presidente do Senado e presidente do STF só assumem temporariamente, em caso de substituição.
O Presidente da Câmara vem antes na linha sucessória porque na Câmara estão os representantes do povo, ou seja, há maior legitimidade, representatividade.
Se o Presidente da Câmara tiver menos de 35 anos, em caso de substituição, ele poderá assumir a Presidência da República? 2 posições:
1ª posição: não, pois a CF deu importância ao princípio da idade mínima de 35 anos.
2ª posição: sim, uma vez que, as condições de elegibilidade para o cargo de deputado federal foram preenchidos, de forma que exercerá todos os ônus e bônus do cargo.
Ao vice cabe substituir o Presidente, no caso de impedimento, e sucedê-lo no caso de vaga (art. 79, da CF). A lei complementar a que se refere o parágrafo único do art. 79 ainda não foi editada.
MANDATO TAMPÃO - O mandato do Presidente é de 4 anos, com possibilidade de reeleição, mas em caso de vacância o mandato do Presidente se divide em 2 períodos:. 
	Regras do art. 81 § 2º CF
	Vacância dos cargos de Presidente E Vice nos dois PRIMEIROS anos do mandato
	Vacância dos cargos de Presidente E Vice nos dois ÚLTIMOS anos do mandato
	Eleição
	DIRETA (feita pelo povo)
	INDIRETA (votam apenas os Deputados e Senadores) – único caso de eleição indireta
	Prazo
	90 dias a contar da última vacância
	30 dias a contar da última vacância
Desde 1994, em sede de análise de Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1057, o Supremo Tribunal Federal - STF tem reiteradamente entendido que o artigo 81, §1º, da Constituição Federal (regramento da sucessão presidencial no caso de dupla vacância) não é uma norma de reprodução obrigatória pelos Estados e Municípios em suas respectivas Constituições/Leis Orgânicas.
Segundo o Supremo, compete aos entes federados, como decorrência do princípio federativo, o exercício da autonomia política administrativa para estabelecerem as regras da sucessão na hipótese da dupla vacância na chefia do Poder Executivo.
Apesar de o Supremo Tribunal possuir posição firmada pela ausência de simetria a mais de uma década, a evolução jurisprudencial do Tribunal Superior Eleitoral - TSE não acompanhou o mesmo entendimento imediatamente. Somente em 30.6.2011, no julgamento do Mandado de Segurança nº 70.424, de relatoria da Ministra Nancy Andrighi, o Tribunal Superior Eleitoral adotou o entendimento da Corte Suprema acerca da matéria no sentido que a regulação da sucessão local trata-se de questão político-administrativa, pois esta competência está ligada à autonomia política dos entes federados de dispor sobre a organização dos poderes locais.
ATRIBUIÇÕES - As atribuições privativas do Presidente da República (art. 84, da CF) partem do princípiode que no Brasil existe uma concentração de funções, pois o nosso presidencialismo é do tipo monocrático (art. 76), eis que há cumulação das funções de chefe do Estado e do governo.
	
 CHEFE DE ESTADO
 No exercício da função de chefe de estado o presidente defende a unidade nacional. 
No exercício da função de chefe de estado fala em nome do nosso estado, A República Federativa do Brasil. 	
II - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
OBS Acreditar representantes de estado: Novo representante do estado nomeado pelo estado estrangeiro, o ainda embaixador nomeado recebe as credenciais dadas pelo chefe do estado estrangeiro, e o chefe de estado brasileiro recebe as credenciais e acredita nas funções do agora embaixador do estado estrangeiro. 
 No caso do tratado internacional 3 fases. 
1ª Fase Assinado pelo Presidente do tratado internacional (Função de Chefe de Estado)
	2ª Fase Referendar / Aprovar o tratado internacional Art. 49 I. 
	3ª Fase Promulgação pelo presidente através de um decreto Art. 84 
	
 CHEFE DE GOVERNO
 Presidente exerce a chefia superior da administração pública. 
Art. 84
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal; Ex. Presidente nomeando Advogado Geral da União. 
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI - dispor, mediante decreto, sobre:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (delegável);
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X - decretar e executar a intervenção federal;	
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei (delegável);
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional (delegável);
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente 
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei (delegável);
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição
- Art. 84, XVII – evidencia que o rol de atribuições constantes do art. 84 é meramente exemplificativo.
 
Delegação de atribuições constitucionais: art. 84. Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte aos: 1) Ministros de Estado, 2) Procurador-Geral da República e 3) Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações 
Poder Normativo Autônomo: a EC n. 32/2001 positivou a figura dos decretos autônomos, estabelecendo que compete ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre: a) a organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos (art. 84, inciso VI, da Constituição).
A doutrina (veja-se Celso Antônio Bandeira de Mello) criticou essa inovação, mas o STF a respaldou (obter dictum na ADI 3.254, relatora a Ministra Ellen Gracie).
STF: é possível decreto autônomo em caráter excepcional e somente quando expressamente autorizado pela Constituição. 
Poder Regulamentar: previsto no art. 84, IV, da Constituição. O regulamento de execução explicita a lei sem inovar a ordem jurídica, sem criar direitos e obrigações, em face do princípio constitucional da legalidade. Segundo a doutrina, fixa as regras destinadas a colocar em execução os princípios institucionais delimitados e estabelecidos na lei.
José Maria Pinheiro Madeira (2004, p. 265) explica que “a atividade regulatória não se confunde com a atividade regulamentar, pois enquanto a primeira é conferida no Brasil, por lei, às agências reguladoras, a atividade regulamentar é, por força de imperativo constitucional, privativa do Chefe do Poder Executivo”.
Maria Sylvia utiliza a nomenclatura Poder Normativo.
O administrador não tem capacidade legislativa e política, então, o poder regulamentar tem como objetivo normatizar/regulamentar definindo regras complementares à previsão legal buscando sua fiel execução.
Quando complementa lei, busca a sua fiel execução (sua melhor aplicação).
Ex.: A Lei n. 10.520/2002 (pregão) estabelece que o pregão deve ser utilizado para bens e serviços comuns, que é aquele que pode ser conceituado com expressão usual de mercado. Essa lei depende de complementação para saber o que é expressão usual de mercado. Um ato no exercício do poder regulamentar complementa essa previsão legal, permitindo a sua fiel execução.
Exemplos de atos regulamentares: regulamentos, portarias, instruções normativas, resoluções, deliberações, regimentos.
Regulamento ≠ Decreto regulamentar: sempre que um ato normatiza uma situação, chama-se de regulamento (decorre do conteúdo desse ato). Mas para que ele ganhe um formato/uma forma tem que ser via decreto regulamentar. Nem todo decreto tem conteúdo de regulamento, ex. nomeação de um servidor. 
Regulamento ≠ Lei: há duas diferenças significativas:
- a lei é feita através de um processo legislativo rigoroso, público, com deliberações parlamentar e executiva, com muitas formalidades. O regulamento não é feito via procedimento; ele não tem qualquer formalidade; não há deliberações.
- quem faz lei é a casa legislativa, na qual existem vários representantes de vários interesses, classes sociais, regiões, grupos, etc. Assim, a Casa Legislativa tem, em tese o interesse de toda a sociedade. Já o regulamento é feito, em regra, pelo Chefe do PE. 
Assim, o regulamento surgiu com o objetivo inicial de vir como regulamentoexecutivo, para dar fiel execução da lei.
Regulamento executivo: complementa a lei buscando sua execução a lei, esse é o exercício do poder regulamentar. Tem seu fundamento de validade na lei. Ex.: art. 84, IV da Constituição.
Poder delegado: a delegação legislativa ao Presidente da República tem seus limites e contornos previstos no art. 68 da Constituição. Segundo Manoel Gonçalves Ferreira Filho, a delegação pode ser retirada pelo Congresso Nacional a qualquer momento.
Deslegalização: Tema interessante e bem em voga nos dias de hoje diz respeito ao fenômeno da deslegalização (delegificação para Conotilho). Parte da doutrina (Diogo de Figueiredo e Alexandre dos Santos) entende que as agências reguladoras podem expedir regulamentos inovando no ordenamento jurídico, desde que haja autorização legislativa para tanto (pode ser na lei instituidora da autarquia), e desde que tratem de temas técnicos e pertinentes a área de intervenção da respectiva agência. Para outra parte da doutrina não há que se falar em deslegalização, sob pena de evidente afronta aos princípios da legalidade e separação dos poderes (Celso Antônio, Gustavo Binenbojm e Letícia Queiroz Andrade).
Na verdade, a lei deslegalizadora estabelece parâmetros e princípios (standards) a serem seguidos pelo regulamento; que está vinculado aos princípios constitucionais (expressos e implícitos). Por isso que, para Rafael Carvalho Rezende de Oliveira, ao invés de se falar em delegação de poderes, seria mais adequado falar em atribuição de competência pelo legislador ao administrador.
A deslegalização pode ser justificada na doutrina de Eros Roberto Grau, para quem o princípio da legalidade “estabelece uma reserva de lei em termos relativos (= reserva da norma), razão pela qual não impede a atribuição, explícita ou implícita, ao executivo para, no exercício de função normativa, definir obrigação de fazer e não fazer que se imponha aos particulares - e os vincule” 
Ainda nesse raciocínio, Eros Grau ensina que se existem matérias que são reservadas à lei, evidentemente as demais poderão ser dispostas por regulamentos.
Por fim, cumpre consignar precedente antigo do STF que não acolhe a tese da deslegalização (ADI 1.668).
	
	Decreto Regulamentar
	Decreto Autônomo
	Natureza
	Secundário
	Primário
	Inova no ordenamento
	Não
	Sim
	Hierarquia
	Infralegal
	Legal
	Matéria
	Em tese, qualquer lei
	Taxativa (art. 84, VI CF)
	Previsão
	Art. 84, IV
	Art. 84, VI
	Criação
	CF/1988
	EC 32/2001
MINISTROS DE ESTADO - são auxiliares do Presidente da República no exercício do Poder Executivo, e na direção superior da administração federal. São escolhidos pelo Presidente da República, e podem ser demitidos, exonerados a qualquer tempo não tendo direito a estabilidade. (ad nutum). 
Requisitos de investidura (art. 87) – idade mínima de 21 anos; ser brasileiro nato ou naturalizado (exceto Ministro do Estado da Defesa, que exerce a direção superior das forças armadas nacionais - Artigo 12 § 3°), estar no exercício dos direitos políticos.
Atribuições: 
Art. 87 Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República;
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.
Foro de julgamento em caso de crime:
	STF 
 Crimes de responsabilidade sem qualquer conexão com o presidente.
 Crimes Comuns
	SENADO FEDERAL 
 Crimes de responsabilidade conexos ao Presidente da República.
	
	
Poderá o Ministro de estado receber delegação para exercer matéria de competência privativa do presidente da republica, entretanto deve-se respeito e observância aos limites traçados nas respectivas delegações.
Responsabilidade do Presidente da República:
A marca distintiva mais forte do princípio republicano é a possibilidade de responsabilização dos agentes públicos por seus atos. Aliás, no sistema presidencial de governo, a responsabilidade do Presidente é a regra.
A CF/88 prevê dois tipos de responsabilidade do Presidente da República: uma política e outra penal. A política abrange os crimes de responsabilidade (art. 85, da CF), que são infrações de natureza política-administrativa, que podem levar ao impeachment do Presidente da República, como ocorreu com o Collor. A responsabilidade penal compreende infrações comuns (CP e legislação penal especial). 
	CRIME DE RESPONSABILIDADE [art. 85, CF] [Lei 1.079/50]
-infração de natureza jurídico-político-administrativa.
-o rol do art. 85 da CF é exemplificativo.
-competência legislativa para definição dos crimes de responsabilidade, normas de processo e julgamento: UNIÃO. [Súmula 722 STF].
-competência para o julgamento: SENADO FEDERAL. [art. 52, I, CF] -presidido pelo Presidente do STF. -atuação do Presidente do STF é limitada à condenação.
-quórum para condenação: 2/3 DOS MEMBROS DO SF.
-juízo de admissibilidade positivo: 2/3 DOS MEMBROS DA CD. [art. 51, I, CF]-a autorização da CD vincula a instauração do processo no SF. (em decorrência do contraditório e da ampla defesa, será possível manifestação do PR antes da votação do relatório elaborado pela comissão formada)
-procedimento:
(1)qualquer cidadão (nacional que esteja no exercício dos direitos políticos) é parte legítima para ofertar denúncia.
(2)formação de uma comissão na CD para que seja emitido um parecer.
(3)possibilidade de manifestação do Presidente. (garantia do contraditório e da ampla defesa).
(4)votação do relatório da comissão. [-voto nominal e aberto. -juízo político]
(5)análise pelo SF. [se houve a autorização da CD o SF está obrigado a instaurar o processo. (efeito vinculante).
(6)nova possibilidade de manifestação do presidente. (garantia do contraditório e da ampla defesa).
(7)votação. [quorum para condenação: 2/3 dos membros do SF].
MÉRITO DA DECISÃO E O CONTROLE JURISDICIONAL-o Poder Judiciário não pode rever o mérito da decisão tomada, o controle será realizado, apenas, quanto aos aspectos formais do procedimento, se forem feridas garantias processuais (art. 5º, XXXV do da CF).
-afastamento do Presidente das suas funções: INSTAURAÇÃO DO PROCESSO PELO SF. [art. 86, § 1º, II, CF]-prazo: 180 DIAS. 
-penas aplicáveis:
	-PERDA DO CARGO.
	-INABILITAÇÃO POR 8 ANOS.-inabilitação é ≠ de suspensão dos direitos políticos.
	CRIME COMUM [art. 102, I, b, CF] 
-toda infração que não seja crime de responsabilidade
-infração de natureza penal. -CRIME COMUM (gênero): a)crime comum em sentido estrito; b)crime doloso contra a vida; c)crime militar; d)crime eleitoral; e)crime político; f)contravenção penal;
-competência para julgamento: STF.
-juízo de admissibilidade positivo: 2/3 DOS MEMBROS DA CD. [art. 51, I, CF] -a autorização da CD não vincula a instauração do processo no STF. (em decorrência do contraditório e da ampla defesa, será possível manifestação do PR antes da votação do relatório elaborado pela comissão formada)
-procedimento:
(1)PGR oferece a denúncia;
(2)STF encaminha à CD para o juízo de admissibilidade;
(3)CD promove o juízo de admissibilidade positivo;
(4)STF abre oportunidade para a defesa preliminar;
(5)STF decide sobre o recebimento ou não da denúncia. 
-quem decide pelo recebimento da denúncia não é o relator do processo, mas o plenário.
-afastamento do Presidente das suas funções: RECEBIMENTO DA DENÚNCIA. [art. 86, § 1º, I, CF]
 Só a União pode legislar sobre crimes de responsabilidade (súmula 722 do STF).
A lei prevista no parágrafo único, do art. 85 é a Lei 1.079/50, que foi recepcionada, em parte, pela nova CF/88. Entretanto, ela não regula todos os 07 incisos do artigo 85. Ex: “livre exercício do ministério público”. 
Notas:
 - O Vice-Presidente não praticacrime de responsabilidade enquanto não assumir a presidência. (posição de José Afonso da Silva)
- ultrapassado o prazo de 180 dias para julgamento, cessará o afastamento do Presidente.
 - nos crimes comuns somente poderá ser preso depois da sentença condenatória. Nos crimes de responsabilidade não há hipótese de prisão, porque não há prisão para o caso do impeachment.
- No julgamento do impeachment do Collor, o Supremo Tribunal referendou a que fora adotada pelo Senado, que mesmo diante da renúncia do cargo determinou o prosseguimento do processo, assinalando-se que, no sistema da Lei n. 1.079, de 1950, o impeachment admite a aplicação de duas penas: perda do cargo e inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, logo “a renúncia ao cargo, apresentada na sessão de julgamento quando já iniciado este, não paralisa o processo de impeachment, que poderá aplicar ainda a suspensão dos direitos políticos.(MS 21.689, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 7-4-1995).
Constituição, art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: I - a existência da União; II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; III – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; IV - a segurança interna do País; V - a probidade na administração; VI - a lei orçamentária; VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento. A definição e o procedimento estão disciplinados na Lei n. 1079/50.
IMUNIDADES FORMAIS E IRRESPONSABILIDADE RELATIVA[art. 86, §§ 3º e 4º, CF]
-2 aspectos:
	a) o Presidente da República só poderá ser preso com fundamento em sentença condenatória transitada em julgado. 
b) o Presidente só responde pelos seus atos de ofício - não se responsabiliza por atos estranho ao exercício de suas funções. Atos estranhos são considerados os praticados tanto antes como durante o exercício do mandato, desde que não tenha relação com as funções precípuas do cargo, denominada de imunidade processual temporária. Por tais atos responde somente após o mandato – art. 86 §4 	PRESCRIÇÃO: embora o texto constitucional não tenha tratado da suspensão ou não do prazo prescricional no curso do mandato presidencial, a doutrina amplamente majoritária e o STF entendem que o prazo será suspenso. [actio nata – enquanto não é possível o exercício do direito de ação não correrá o prazo prescricional].
ROBÉRIO: não corre porque é anti-republicano, observe-se que a prescrição penal não pode correr enquanto o processo estiver suspenso, é uma decorrência lógica de todo o ordenamento jurídico, há previsões de suspensão da prescrição na CF (parlamentares federais), no CP (artigo 366) e no PAES (suspensão da pretensão penal suspende o prazo da prescrição). (ALEXANDRE DE MORAES é neste sentido, p.439).
IRRESPONSABILIDADE RELATIVA X GOVERNADOR E PREFEITO - STF: as prerrogativas de índole processual do chefe de estado, não pode o legislador estadual reproduzi-las nas Constituições dos Estados-membros para estendê-las aos governadores, sob pena de ofensa ao princípio republicano. Os governadores têm prerrogativa de foro perante o STJ e estão permanentemente sujeitos, após licença prévia da Assembleia Legislativa, a processo penal, mesmo que as infrações penais a eles imputadas sejam estranhas ao exercício das funções (ADI 978, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 17-11-1995).
Ao julgar a ADI 1023/RO (19/10/95), STF fixou o entendimento de que somente a imunidade formal que exige 2/3 do legislativo para o processamento do chefe do executivo pode ser estendido aos governadores e prefeitos. As imunidades relativas à prisão e ao processamento por fato estranho ao mandato seriam decorrência direta das prerrogativas de chefe de estado e por tanto incompatíveis com prefeitos e governadores.
INQUÉRITO JUDICIAL - quem responde por prerrogativa de função no STF não responde a Inquérito Policial, mas a Inquérito judicial presidido pelo relator do processo. [Polícia Federal não pode indiciar pessoa com foro de prerrogativa de função no STF] 
PRISÃO DE GOVERNADOR E AUTORIZAÇÃO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA: várias constituições estaduais, sob alegação da aplicação do Princípio da Simetria, condicionam a prisão do Governador à autorização da assembleia Legislativa. Surge então a discussão quanto à possibilidade de o STJ (órgão responsável pelo julgamento do chefe do executivo estadual – art. 105, I, A, CF), determinar a prisão sem prévia autorização do Legislativo Estadual.
 	-STJ, analisando o pedido de prisão preventiva de José Roberto Arruda, Governador do DF, entendeu que a possibilidade da decretação da prisão preventiva não está condicionada à autorização da Assembleia Legislativa. 
Do conselho da república e de defesa nacional
O Conselho da república (art. 89, da CF) é órgão superior de consulta do presidente da república, integrado pelo Vice-Presidente da República, pelo Presidente da Câmara dos Deputados, pelo o Presidente do Senado Federal, pelos líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados, pelos líderes da maioria e da minoria no Senado Federal, o Ministro da Justiça, por seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
O Conselho da República manifesta-se sobre intervenção federal, o estado de defesa, o estado de sítio e questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. 
O papel de auxílio ao Presidente, desempenhado por este Conselho, é meramente opinativo ou consultivo.
O Conselho de Defesa Nacional (art. 91) é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático. Dele participam como membros natos o Vice-Presidente da República, o Presidente da Câmara dos Deputados, o Presidente do Senado Federal, o Ministro da Justiça, o Ministro de Estado da Defesa, o Ministro das Relações Exteriores, o Ministro do Planejamento, os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. 
OBS: Demarcação de terras em região de fronteira e a manifestação do conselho de defesa nacional - STF entendeu ser dispensada a manifestação do Conselho de Defesa Nacional durante o processo homologatório de terra indígena em área de fronteira.
TRIBUTÁRIO: Contribuições Sociais para a Seguridade Social. Princípios Informadores e Regime Jurídico. Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico. Demais Contribuições Permitidas pela Constituição.
	CONTRIBUIÇÕES (arts. 149 e 149-A, CF): tributos cujo produto da arrecadação tem destinação específica (contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico, contribuição de interesse de categorias profissionais ou econômicas e contribuição de iluminação pública).
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
Quem pode instituir: 
regra: União.
exceções: 
	Art. 149, § 1º, CR/88
	Art. 149-A, CR/88
	- Competência dos E, DF e M.
- Competência para criar contribuições que serão cobradas de seus servidores: têm como finalidade específica custear o sistema de previdência de cada ente.
	- Competência do DF e M.
- Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública: essa contribuição também fica sujeita ao art. 150, I e III, CR/88 (todo regime constitucional tributário).
a)contribuições para previdência dos servidores dos Estados, DF e Municípios (Regime Próprio de Previdência Social)
	-em matéria de contribuição a CF confere competência para os E, DF e M instituírem contribuições para o financiamento da previdência dos seus servidores.
b)contribuição de iluminação pública [art. 149-A, CF]
 -competência para instituir: Municípios e Distrito Federal.
-destinação: custeio de serviço de iluminação pública.
	 
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: Consoante entendimento do STF (RE 138.284-8/CE), esta subespécie está sujeita a subdivisões:
a) contribuições de seguridade social (art. 195, CF) e PIS/PASEP;
b) outras contribuições sociais (as residuais, previstas no art. 195, § 4º, CF);
c) contribuições sociais gerais - são elas: 
c.1) salário-educação – art. 212, § 5º da CF; 
c.2) contribuições para os serviços sociais autônomos – art. 240, CF – consoante entendimento do STF – RE 138.284/CE, estas últimas não são contribuições especiais de interesses de categorias profissionais.
Contribuições sociais para o custeio da Seguridade Social
Critério de validade constitucional - destinação à seguridade social
	
Super receita [lei 11.457/07]
Compete à União arrecadar.
Art. 2o  Além das competências atribuídas pela legislação vigente à Secretaria da Receita Federal, cabe à Secretaria daReceita Federal do Brasil planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributação, fiscalização, arrecadação,cobrança e recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 da Lei no 8.212, de24 de julho de 1991, e das contribuições instituídas a título de substituição. (Vide Decreto nº 6.103, de 2007).
§ 1o  O produto da arrecadação das contribuições especificadas no caput deste artigo e acréscimos legais incidentes serãodestinados, em caráter exclusivo, ao pagamento de benefícios do Regime Geral de Previdência Social e creditados diretamenteao Fundo do Regime Geral de Previdência Social, de que trata o art. 68 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000.
§ 2o  Nos termos do art. 58 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, a Secretaria da Receita Federal do Brasilprestará contas anualmente ao Conselho Nacional de Previdência Social dos resultados da arrecadação das contribuições sociaisdestinadas ao financiamento do Regime Geral de Previdência Social e das compensações a elas referentes.
§ 3o  As obrigações previstas na Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, relativas às contribuições sociais de que trata o caputdeste artigo serão cumpridas perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil.
§ 4o  Fica extinta a Secretaria da Receita Previdenciária do Ministério da Previdência Social.
	-STF- não importa quem arrecada, o que gerará inconstitucionalidade é a não destinação dos valores à seguridade social.
Competência tributária – competência para instituir o tributo [é indelegável]
-[art. 149, CF] - União
-[art. 149, § 1°CF] – Estados, Distrito Federal e Município.
Capacidade tributária ativa – cobrar a contribuição.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.
LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS RELACIONADAS À CONTRIBUIÇÃO
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DE CONFISCO
-STF não é exclusivo do tributo em si, tal vedação se estende às multas.
-Limitação relacionada à livre iniciativa e à proteçao do patrimônio.
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
-reflexo no âmbito tributário  princípio da equidade de custeio
-capacidade contributiva – manifestação no âmbito previdenciário:
a)variação de alíquotas dos trabalhadores;
-adicional aplicável às instituições financeiras sobre a folha (adicional de 2,5%).
plano simplificado de previdência social
-fundamento constitucional: sistema especial de inclusão previdenciária.
-aplicabilidade: a)contribuintes individuais que trabalham por conta própria;
b)sócio de empresa que tenham renda bruta <R$36mil/ano
c) segurado facultativo
-busca garantir o acesso dos trabalhadores à previdência.
-é facultativo.
-aplicação de alíquota de 11%.
A retenção em favor do INSS de 11% sobre os valores brutos de faturas de contratos de prestação de serviços por empresas prestadoras de serviços representa uma técnica de arrecadação, a fim de responsabilizar as empresas tomadoras de serviço pela forma de substituição tributária. É incorreta a interpretação de que tal situação caracterizaria nova contribuição sobre o faturamento, ou mesmo alteração da alíquota ou a base de cálculo da contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento.
A Seção, conforme o art. 543-C do CPC e art. 6º da Res. n. 8/2008-STJ, assentou que, referente à retenção em favor do INSS de 11% sobre os valores brutos de faturas de contratos de prestação de serviços por empresas prestadoras de serviços,  a Lei n. 9.711/1998, que alterou o art. 31 da Lei n. 8.212/1991, não criou nova contribuição sobre o faturamento, nem alterou a alíquota ou a base de cálculo da contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento, somente fixou um novo sistema de arrecadação, a fim de responsabilizar as empresas tomadoras de serviço pela forma de substituição tributária. Precedentes citados: REsp 884.936-RJ, DJe 20/8/2008; AgRg no Ag 906.813-SP, DJe 23/10/2008; AgRg no Ag 965.911-SP, DJe 21/5/2008; EDcl no REsp 806.226-RJ, DJe 26/3/2008, e AgRg no Ag 795.758-SP, DJ 9/8/2007. REsp 1.036.375-SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11/3/2009.
ESPÉCIES
Artigo. 195, I a IV, CF
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintescontribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
I- Empresa e entidades equiparadas:
- contribuição sobre a folha de remuneração
- contribuição sobre a receita ou faturamento (PIS/COFINS)
- contribuição sobre o lucro (CSLL)
II- Trabalhador e demais segurados:
- Contribuição sobre o salário de contribuição
***segurado especial – contribuição não incide sobre o salário de contribuição (sobre a produção); contribuição substitutiva, [art. 195, §8°, CF]
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III- Receita de concursos e prognósticos
IV- Importador
risco social [quanto maior o risco, maior a contribuição]
 
Pode haver previsão de outras contribuições (art. 195, §4º).
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
OBS: O art.195, II da CF estabelecia contribuição social a ser devida pelos trabalhadores. A Lei 8.213/91, por meio da lei 9.506/97, acresceu dentre os segurados empregados a figura do ocupante de mandato eletivo. Ocorre que estes indivíduos não se enquadram na categoria de trabalhadores de acordo com a legislação trabalhista, assim a nova legislação acabaria por atuar na área de competência residual devendo ter sido instituída por meio de lei complementar. Com a lei que a previu era ordinária acabou por ser declarada a inconstitucionalidade do dispositivo. A União a fim de não perder a arrecadação dessas instituições aprovou a EC 20/98 alterando o disposto no art. 195, II da CF, passando a prever também “para os demais segurados da previdência social”. Contudo, como prevalece no Brasil a tese de que a inconstitucionalidade de uma lei a retira do ordenamento, a superveniência da Emenda não constitucionalizou a lei. Assim a Lei 10.887/2004 acresceu a alínea J com igual teor. 
1. As contribuições, inclusive residuais, podem ter fatos geradores e base de cálculo próprios de impostos, segundo jurisprudência pacífica do STF, diferenciando-se dos impostos apenas quanto a destinação da receita. As contribuições residuais não podem ter base de cálculos iguais as de outras contribuições sociais.
2. Todas as contribuições são tributos, estando, pois, sujeitas às limitações constitucionais ao poder de tributar. Como regra, estão sujeitas ao princípio da anterioridade e da noventena, com as seguintes exceções: a) as contribuições para a seguridade social, inclusive o PIS/PASEP e a CPMF (que não foi renovada a partir de janeiro/2008), estão sujeitas apenas à noventena - que, segundo o STF, somente se aplica para os casos de instituição e aumento da contribuição, e não para qualquer modificação (artigo 195 § 6º); b) CIDE-combustíveis, no caso específico do restabelecimento das alíquotas, não se sujeita à anterioridade de exercício, mas se sujeita à noventena.
A pessoa jurídica em débito com a seguridade social não poderá contratar com o Poder Público, nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
	
Há imunidade para as contribuições para a seguridade social para as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências legais. 
Há imunidade para todas as contribuições sociais (não só as destinadas à seguridade social) relativamente às receitas decorrentes de exportação. Contudo, para a CSLL e CPMF, o STF entendeu não se aplicar a referida imunidade. Segue notícia do julgamento (INFO 595): 
Min. Marco Aurélio, relator asseverou que, se ficasse entendido que o vocábulo receita, tal com previsto no inciso I do § 2º do art. 149 da CF, englobaria o lucro, acabar-se-ia aditando norma a encerrar benefício para o contribuinte considerada certa etapa, além de deixar capenga o sistema constitucional, no que passaria a albergar a distinção entre receita e lucro, em face da incidência da contribuição social para as pessoas jurídicas em geral (CF, art. 195) e, de forma incongruente, a alusão explícita à receita a ponto de alcançar, também, o lucro quanto a certo segmento de contribuintes — os exportadores. (...) Afirmou que o princípio do terceiro excluído, bem como o sistema constitucional até aqui proclamado pelo Tribunal afastariam a visão de se assentar que, estando o principal — a receita — imune à incidência da contribuição, também o estaria o acessório — o lucro. Concluiu que o legislador poderia ter estendido ainda mais a imunidade, mas, mediante opção político-legislativa constitucional, não o fez, não cabendo ao Judiciário esta tarefa. (RE-474132)
	
É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições de seguridade sobre a folha de salários e da contribuição previdenciária do trabalhador, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar (ainda não editada). As contribuições sociais do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
	Em relação às contribuições para a seguridade social, não há parafiscalidade necessária. Não descaracteriza a contribuição o fato de ela ser administrada, arrecadada e fiscalizada por órgão da Administração Direta (Receita Federal), pois o importante é a correta destinação do produto de sua arrecadação.
	A EC 42/2003 inseriu a previsão de que a lei estabeleça a não-cumulatividade das contribuições de seguridade incidentes sobre a receita ou o faturamento e das contribuições do importador, para determinados setores de atividade.
	A EC 42/2003 passou a prever que deverá ocorrer uma substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente sobre a folha de salários pela incidente sobre a receita ou o faturamento. O objetivo de tal previsão é estimular a contratação formal de trabalhadores, ou, ao menos, reduzir o estímulo à contratação informal, já que a oneração da folha de salários enseja resistências à contratação formal. 
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
A CF/88 determina que os recursos arrecadados com as contribuições previstas no art. 195, I, “a” e II serão destinados exclusivamente para o pagamento de benefícios previdenciários do RGPS (administrado pelo INSS).
Em razão disso, a maioria dos autores de Direito Previdenciário denomina as contribuições do art. 195, I, “a” e II de “contribuições previdenciárias”, como se fossem uma subespécie das contribuições para a seguridade social. Nesse sentido: Frederico Amado (Direito Previdenciário Sistematizado. Salvador: Juspodivm).
A contribuição previdenciária é uma espécie de tributo cujo produto da arrecadação é destinado ao pagamento dos benefícios do RGPS (aposentadoria, auxílio-doença, pensão por morte etc.)
Existem duas espécies de contribuição previdenciária:
	Paga por quem
	Incidesobre o que
	1ª) Trabalhador e demais segurados do RGPS (art. 195, II).
	Incide sobre o salário de contribuição, exceto no caso do segurado especial.
	2ª) Empregador, empresa ou entidade equiparada (art. 195, I, “a”).
	Incide sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício.
	CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS A CARGO DA EMPRESA
	Verba
	Incide contribuição previdenciária?
	Fundamento
	Salário maternidade
	SIM
	É verba salarial.
	Salário paternidade
	SIM
	É verba salarial.
	Terço de férias indenizadas
	NÃO
	A Lei 8.212/91 determina que não incide.
	Terço de férias gozadas
	NÃO
	É verba indenizatória.
	Aviso prévio indenizado
	NÃO
	É verba indenizatória.
	Valor pago pela empresa ao empregado nos 15 dias que antecedem o auxílio-doença
	NÃO
	Não é verba salarial.
OBS: Ao contrário do que ocorre com o salário maternidade, o salário paternidade constitui ônus da empresa, ou seja, é pago pelo empregador. O salário paternidade não é um benefício previdenciário. 
SÚMULAS PERTINENTES:
SÚMULA 688 STF: É LEGÍTIMA A INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O 13º SALÁRIO.
Súmula 458 STJ: A contribuição previdenciária incide sobre a comissão paga
ao corretor de seguros.
Contribuições Sociais (strictu sensu)
1. CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido)
2. É a contribuição social sobre o lucro líquido.
3. Foi instituída pela Lei 7.689/88.
4. A forma de contabilização do lucro, para fins de apuração da CSLL, é a mesma do IRPJ. A CSLL também pode ser pelo lucro real, presumido ou arbitrado, como o IRPJ. Se a empresa optar pelo IRPJ com base no lucro presumido, por exemplo, a CSLL também deverá ser calculada com base no lucro presumido.
5. Base de cálculo: é o lucro.
6. Lucro presumido: a base de cálculo é de 12% do faturamento para atividades comerciais, industriais, serviços hospitalares e de transporte; já para a prestação de serviços, exceto os já citados, bem como para a intermediação de negócios, administração, locação ou cessão de imóveis e móveis, a base de cálculo é de 32% do faturamento.
7. Alíquota: 9%.
8. Não é alcançada pela imunidade relativa às receitas decorrentes de exportação, porque incide sobre o lucro (RE 474132/SC, rel. Min. Gilmar Mendes, 12.8.2010).
STF e STJ entenderam que isenções conferidas ao IRPJ não podem ser estendidas à CSLL: AI 767141 AgR, Min. Luiz Fux, j. 03/04/12; e AgRg no Ag 1354036, Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 05/04/11.
- Imunidade: as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei* são imunes à incidência de CSLL e das demais Contribuições para a Seguridade Social (art. 195, §7o da CRFB).
Lançamento por homologação: a CSLL é lançado por homologação. Portanto, cabem ao CONTRIBUINTE (1) a verificação da ocorrência do fato gerador, (2) o cálculo do tributo e (3) o recolhimento da importância devida, independentemente da atuação do Fisco, que só entra em cena quando o pagamento não é realizado ou a importância recolhida é insuficiente, caso em que se procede ao lançamento de ofício da diferença.
Distribuição de lucros no exterior. CSLL e IR. STF, por maioria, julgou procedente a ADI 2588 para conferir interpretação conforme ao art. 74 da MP 2158-35/01, que considera disponibilizados na data de balanço de apuração os lucros auferidos por controlada ou coligada no exterior. STF decidiu que o dispositivo não se aplica em relação às empresas coligadas situadas em países sem tributação favorecida (é inconstitucional). Porém, o dispositivo é constitucional e se aplica às empresas controladas localizadas em países com tributação favorecida (paraísos fiscais). Em relação às demais hipóteses, não foi formada maioria suficiente à declaração de inconstitucionalidade. STF também entendeu que o artigo não poderia ter o efeito retroativo às distribuições de lucro anteriores a 2001. 
Ementa: TRIBUTÁRIO. INTERNACIONAL. IMPOSTO DE RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA. PARTICIPAÇÃO DE EMPRESA CONTROLADORA OU COLIGADA NACIONAL NOS LUCROS AUFERIDOS POR PESSOA JURÍDICA CONTROLADA OU COLIGADA SEDIADA NO EXTERIOR. LEGISLAÇÃO QUE CONSIDERA DISPONIBILIZADOS OS LUCROS NA DATA DO BALANÇO EM QUE TIVEREM SIDO APURADOS (“31 DE DEZEMBRO DE CADA ANO”). ALEGADA VIOLAÇÃO DO CONCEITO CONSTITUCIONAL DE RENDA (ART. 143, III DA CONSTITUIÇÃO). APLICAÇÃO DA NOVA METODOLOGIA DE APURAÇÃO DO TRIBUTO PARA A PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS APURADA EM 2001. VIOLAÇÃO DAS REGRAS DA IRRETROATIVIDADE E DA ANTERIORIDADE. MP 2.158-35/2001, ART. 74. LEI 5.720/1966, ART. 43, § 2º (LC 104/2000). 1. Ao examinar a constitucionalidade do art. 43, § 2º do CTN e do art. 74 da MP 2.158/2001, o Plenário desta Suprema Corte se dividiu em quatro resultados: 1.1. Inconstitucionalidade incondicional, já que o dia 31 de dezembro de cada ano está dissociado de qualquer ato jurídico ou econômico necessário ao pagamento de participação nos lucros; 1.2. Constitucionalidade incondicional, seja em razão do caráter antielisivo (impedir “planejamento tributário”) ou antievasivo (impedir sonegação) da normatização, ou devido à submissão obrigatória das empresas nacionais investidoras ao Método de de Equivalência Patrimonial – MEP, previsto na Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/1976, art. 248); 1.3. Inconstitucionalidade condicional, afastada a aplicabilidade dos textos impugnados apenas em relação às empresas coligadas, porquanto as empresas nacionais controladoras teriam plena disponibilidade jurídica e econômica dos lucros auferidos pela empresa estrangeira controlada; 1.4. Inconstitucionalidade condicional, afastada a aplicabilidade do texto impugnado para as empresas controladas ou coligadas sediadas em países de tributação normal, com o objetivo de preservar a função antievasiva da normatização. 2. Orientada pelos pontos comuns às opiniões majoritárias, a composição do resultado reconhece: 2.1. A inaplicabilidade do art. 74 da MP 2.158-35 às empresas nacionais coligadas a pessoas jurídicas sediadas em países sem tributação favorecida, ou que não sejam “paraísos fiscais”; 2.2. A aplicabilidade do art. 74 da MP 2.158-35 às empresas nacionais controladoras de pessoas jurídicas sediadas em países de tributação favorecida, ou desprovidos de controles societários e fiscais adequados (“paraísos fiscais”, assim definidos em lei); 2.3. A inconstitucionalidade do art. 74 par. ún., da MP 2.158-35/2001, de modo que o texto impugnado não pode ser aplicado em relação aos lucros apurados até 31 de dezembro de 2001. Ação Direta de Inconstitucionalidade conhecida e julgada parcialmente procedente, para dar interpretação conforme ao art. 74 da MP 2.158-35/2001, bem como para declarar a inconstitucionalidade da clausula de retroatividade prevista no art. 74, par. ún., da MP 2.158/2001.
(ADI 2588, Relator(a):  Min. ELLEN GRACIE, Relator(a) p/ Acórdão:  Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 10/04/2013, DJe-027 DIVULG 07-02-2014 PUBLIC 10-02-2014 EMENT VOL-02719-01 PP-00001)
2. PIS/COFINS:
Essas contribuições estão previstas no art. 195, CR/88. Esse artigo trata de contribuições destinadas ao financiamento da seguridade social. A seguridade social é integrada por ações que beneficiem a saúde, a assistência social e a previdência social.
Essas contribuições são muito importantes. Têm por objetivo agregar recursos, direcionar dinheiro pra a seguridade social. Buscam incorporar recursos para as ações da saúde, previdência e assistência social. 
São contribuições de competência da União.
- PIS: Programa de Integração Social.
- COFINS: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social.
Histórico Legislativo:
O PIS tem início com a LC n° 7/1970 e incidia sobre o faturamento. Essa LC institui uma contribuição destinada à seguridade, que vai incidir sobre o faturamento das pessoas jurídicas.
A CR/88 recepciona o PIS no art. 239, estabelecendo, ainda, no art. 195, I, que a União poderia criar outras contribuições sobre o faturamento.
	Posteriormente, foicriada a COFINS (LC n° 70/1991). Essa contribuição incide sobre o faturamento das pessoas jurídicas.
O faturamento é eleito como base de cálculo das duas contribuições.
Mas o que é o faturamento? O faturamento corresponde à receita bruta da pessoa jurídica, que se refere à venda de mercadorias e prestação de serviços. O faturamento equivale a “tudo que entra” nos cofres da pessoa jurídica, mas tudo que entra limitado à venda de mercadorias e prestação de serviços.
Chega um momento em que o legislador resolve unificar essas contribuições. Essa unificação é feita na lei n° 9.718/1998. Ao fazer isso, essa lei, em seus arts. 2o e 3o, tratou da base de cálculo dessas contribuições, e disse que esta continua sendo o faturamento das pessoas jurídicas, porém, entendido o faturamento como receita bruta.
Essas contribuições, portanto, continuam incidindo sobre o faturamento. Só que dessa vez o faturamento é entendido como receita bruta. Não há referência à venda de mercadoria e prestação de serviços. Na verdade, é “tudo que entra” sem quaisquer limitações. Houve, assim, uma ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS, mas essa ampliação foi feita sem respaldo constitucional.
O art. 195, I, CR/88 afirmava que era possível criar contribuições sobre o faturamento. Assim, quando há essa ampliação, ela é realizada sem respaldo constitucional. O legislador constituinte percebe essa falha, vindo a promulgar a EC n° 20/1998, imediatamente depois. Essa EC 20/98 altera o art. 195, CR/88, para dizer que podemos ter contribuições sobre o faturamento ou sobre a receita.
A partir desse histórico, surgem discussões na jurisprudência acerca do PIS e da COFINS, que serão debatidas a seguir.
Hoje, temos duas modalidades de COFINS:
· Cumulativa: tem como base de cálculo a receita bruta, com alíquota de 3%, sem qualquer direito a crédito. É adotada pelas empresas optantes pela sistemática do lucro presumido.
· Não cumulativa: tem como base de cálculo também a receita bruta, com alíquota de 7,6%, mas é possível aproveitar créditos de COFINS incidentes sobre bens adquiridos para revenda, bens e serviços utilizados como insumos, energia elétrica, máquinas e equipamentos para o ativo imobilizado, etc. Opta pela COFINS não cumulativa quem adota a sistemática do lucro real.
	Contribuição para Financiamento da Seguridade Social - COFINS
	Fato Gerador
	Obter faturamento mensal
	Base de cálculo
	Regime comum (cumulativo): Faturamento mensal, com a dedução das parcelas do art. 3º, § 2º, da Lei 9.718/98;
Regime não-cumulativo: Faturamento ou receita bruta mensal, após a dedução das parcelas do art. 1º, § 3º da Lei 10.833/2003.
	Sujeito Passivo
	Pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas (nos termos da legislação do IR).
	Sujeito Ativo
	Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB)
	Legislação
	Legislação em ordem cronológica:
- Art. 195, I, “b”, CF: redação original referia-se somente o “faturamento”; com a EC 20, D.O.U. de 16.12.1998, foi incluída a “receita” (importante correlação com a Lei 9.718, D.O.U. de 28.11.1998);
- LC 70/91 – instituiu a COFINS, em substituição à FINSOCIAL; alíquota era de 2%
- Lei 9.718, D.O.U. de 28.11.1998: amplia base de cálculo da COFINS para abranger a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica (receita bruta) e aumentar sua alíquota para 3%.
- Lei 10.833, D.O.U. de 30.12.2003: é conversão da MP 135, instituindo o regime não cumulativo da COFINS, alcançando determinadas empresas, com alíquota de 7,6%.
	PIS/PASEP
	Tipo
	Sujeito Passivo
	Fato gerador
	Base de cálculo
	Alíquota
	PIS/PASEP (1)
	- Empregador, empresa e entidade a ela equiparada.
- Pessoas jurídicas de direito privado e equiparadas.
- Empresa: referência art. 966 do CC.
- Trata-se de toda e qualquer empresa, seja ou não empregadora.
	Obter faturamento mensal
	Faturamento mensal (art. 1º e § 2º, da Lei 10.637/2002)
	0,65% - regime comum;
1,65% - regime não-cumulativo
	PIS/PASEP (2)
	- Entidades sem fins lucrativos (empregadoras)
	Pagar salários a empregados
	Folha de pagamentos
	1%
	PIS/PASEP (3)
	Pessoas jurídicas de direito público interno
	Arrecadar receitas ou transferências correntes e receitas de capital
	Valor das receitas ou transferências correntes e de receitas de capital recebidas
	1%
	
Legislação
	Em ordem cronológica:
- LC 7/70 (PIS) e LC 8/70 (PASEP); LC 26/75 – unificou ou programas – “Fundo PIS/PASEP”.
- Constituição da República – art. 239;
- Lei 9.715/1998 – altera alíquotas;
- MP 2.158-35 de 2001;
- Lei 10.637/2002 – instituiu não-cumulatividade do PIS/PASEP, com ressalvas previstas.
- Decreto 4.524/2002 (Regulamenta Contribuição PIS/PASEP e CONFINS). 
Discussões judiciais:
COFINS E O AUMENTO DA ALÍQUOTA DE 2% PARA 3%: O STF tem atendimento assentado no sentido de ser constitucional o aumento da alíquota de 2% para 3% perpetrado pela Lei n. 9.718/98, tendo em vista ter como fundamento a COFINS o diposto no art. 195, I, da CF/88 em sua redação original, não exigindo, dessa forma, a edição de lei complementar. Ementa: (...) Esta Suprema Corte decidiu que o aumento da alíquota da Cofins promovida pelo art. 8º da Lei 9.718/1998 não viola a reserva de lei complementar. Agravo regimental ao qual se nega provimento. (AI 682021 AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 17/04/2012) 
COFINS e sociedades civis: o art. 56 da Lei nº 9.430/96 revogou a isenção prevista no art. 6º da Lei Complementar nº 70/91. O Plenário do STF, em conclusão de julgamento, por maioria, desproveu dois recursos extraordinários, e declarou legítima a revogação da isenção do recolhimento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social sobre as sociedades civis de prestação de serviços de profissão legalmente regulamentada, prevista no art. 6º, II, da LC 70/91, pelo art. 56 da Lei 9.430/96. Considerou-se a orientação fixada pelo STF no julgamento da ADC 1/DF (DJU de 16.6.95), no sentido de: a) inexistência de hierarquia constitucional entre lei complementar e lei ordinária, espécies normativas formalmente distintas exclusivamente tendo em vista a matéria eventualmente reservada à primeira pela própria CF; b) inexigibilidade de lei complementar para disciplina dos elementos próprios à hipótese de incidência das contribuições desde logo previstas no texto constitucional. Como não havia necessidade de edição de lei complementar para tratar da COFINS, a LC 70/91 é materialmente ordinária, sendo, por tal motivo, passível de alteração por outra lei ordinária RE 377457/PR e RE 381964/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, 17.9.2008. Por conseguinte, julgando a AR 3.761-PR, na sessão de 12/11/2008, a Primeira Seção do STJ deliberou pelo CANCELAMENTO da Súmula n. 276. 
Discussão Relativa à Inconstitucionalidade da Ampliação da Base de Cálculo pela Lei 9718:
Vejamos os argumentos:
	Fazenda
	Contribuintes
	- A EC 20/1998 “constitucionalizou” a lei 9.718/1998 - a EC teve por objetivo constitucionalizar a Lei 9.718, por isso a ampliação é constitucional;
 - Pressupõe-se a aplicação retroativa da EC;
 - Pressupõe-se a constitucionalidade superveniente.
	- A lei 9.718/1998 nasceu inconstitucional e não pode ser constitucionalizada.
- Há ofensa ao art. 110, CTN: faturamento é um termo de direito privado que foi utilizado pela CR para definir competência tributária. Assim, o faturamento deve ser entendido como o direito privado entende.
O STF decidiu pela tese dos contribuintes, afirmando que não existe constitucionalidade superveniente. As expressões “faturamento” só são tidas como sinônimas se limitadas à prestação de serviços e venda de mercadorias. A ampliação é, portanto, inconstitucional.
Discussão Relativa à constitucionalidade da inclusão do ICMS na BC da COFINS:
Onde está definida a BC dessas contribuições? A BC está no art. 3º, lei n° 9.718/1998. 
Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. (Vide Medida Provisória nº 2158-35,de 2001)
        	Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. (Vide Medida Provisória nº 2158-35, de 2001)
        	§ 1º(Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
        	§ 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluem-se da receita bruta:
        	I - as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário;
          	 II - as reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2158-35, de 2001)
        III .(Revogado pela Medida Provisória nº 2158-35, de 2001)
        IV - a receita decorrente da venda de bens do ativo permanente.
       V - a receita decorrente da transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.945, de 2009). (Produção de efeitos).
Essa discussão, portanto, se centra exatamente nesse dispositivo, que diz que a base de cálculo é o faturamento, mas existem algumas receitas que serão excluídas, como aquelas provenientes do IPI e do ICMS substituição tributária. 
Contudo, há inclusão do ICMS cobrado no regime normal. 
O artigo 3º tem um §2º que estabelece os valores passíveis de exclusão da base de cálculo do PIS e da COFINS.
O que interessa aqui para ser excluído é o IPI e o ICMS substituto tributário. Quando estudamos o IPI foi visto que o IPI é um imposto que é transferido ao próximo da cadeia, repassado no preço. Tanto é repassado no preço que temos uma queda no valor dos produtos quando ele é excluído. O mesmo ocorre com o ICMS. Para a empresa, na receita, está incluído o preço e o IPI.
A lei afirma que, caso se trate de IPI e de ICMS exigido sobre o regime de substituição tributária, a receita que deve integrar é apenas a receita relativa ao preço, que é o que decorre da venda da mercadoria. Assim, a lei afirma que, caso seja ICMS normal, haverá a inclusão total: preço e ICMS repassado.
No caso de IPI e ICMS substituição tributária, esses impostos são calculados por fora, enquanto o ICMS normal é calculado por dentro. Se você compra um produto industrializado (carro sem isenção de IPI) haverá na nota fiscal o destaque do IPI. O IPI será demonstrado na nota fiscal de uma forma separada do preço. Isso significa que o IPI não está misturado no preço. O IPI, nesses impostos, pode ser evidenciado. Isso é o cálculo por fora.
Acontece que isso não ocorre com o ICMS normal. No ICMS normal o que nós temos é um cálculo por dentro. Isso significa dizer que o valor do imposto está misturado no preço. Não há como olhar e evidenciar o ICMS pago. Simplesmente pela análise da nota não há como saber quanto está sendo pago de ICMS. Isso é o cálculo por dentro. Se o ICMS é calculado por dentro, deve ser incluído tudo na base de cálculo da COFINS. Essa é a diferença fundamental.
Expliquemos melhor:
Tanto o ICMS como o IPI são impostos indiretos. Isso significa que são repassados para o próximo da cadeia. A empresa tomadora é que paga o IPI é contribuinte de fato, porque no final das contas, é ela que paga, o IPI é repassado para ela. Assim, do ponto de vista econômico, ela é contribuinte de fato, enquanto a empresa prestadora é contribuinte de direito, pois é ela quem realiza o fato gerador.
Quando a empresa tomadora paga o valor do produto + IPI, ela está pagando pelo preço do produto que adquiriu, mas nesse preço, há um pedaço relativo efetivamente ao produto, e um outro pedaço relativo ao IPI. Quando a empresa prestadora recebe o preço, este constitui uma receita para ela, é uma entrada, ainda que uma parte seja relativa ao imposto. Como institui uma receita, em tese, deveria haver a incidência, sobre esse valor, do PIS e da COFINS.
Apesar dessa teoria, em relação ao IPI e ao ICMS substituição tributária, há a exclusão feita pela lei. Em contrapartida, a lei não fala nada do ICMS. A lei faz isso tendo em vista a própria sistemática de repasse do ICMS, que é diferente da sistemática do IPI e do ICMS substituição tributária. Isso porque o ICMS é calculado por dentro, enquanto o IPI e o ICMS substituição tributária são calculados por fora. Essa conjugação entre valor do bem e valor do ICMS devido é chamada de preço final. O ICMS não incide sobre o preço, mas sobre o preço final. Aplica-se a alíquota para ter o imposto devido. Por conta disso, não é possível separar o preço do imposto.
Segundo os contribuintes, a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS desvirtua o conceito de faturamento. Isso porque o ICMS é receita do Estado e não receita da pessoa jurídica, logo, essa inclusão seria inconstitucional e ofenderia o art. 110 do CTN.
Já segundo a Fazenda, a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS é necessária e decorre da sistemática do ICMS. Essa sistemática é decorrente do cálculo por dentro, que faz com que o ICMS seja receita da pessoa jurídica. Por essa razão tem-se a exclusão do IPI e do ICMS substituição tributária e não do ICMS.
Síntese dos argumentos:
	Contribuintes
	Fazenda
	- O ICMS repassado no preço e, posteriormente, recebido pelo vendedor, equivale a uma receita do Estado e não receita da Pessoa Jurídica. Logo, a inclusão do ICMS na BC da COFINS deve ser afastada. Esta inclusão desnatura o conceito de faturamento.
	- O ICMS deve ser incluído na BC da COFINS porque é calculado por dentro. Sendo assim, seu valor mistura-se com o próprio preço, constituindo receita da pessoa jurídica. Logo, a inclusão do ICMS na BC da COFINS é constitucional e decorre da própria sistemática do imposto.
Essa tese chegou no STF e foi para o Pleno. 6 ministros votaram pela inconstitucionalidade, acolhendo a tese dos contribuintes. Quando chegou no ministro Gilmar Mendes, ele pediu vista e suspendeu o julgamento. Diante dessa situação, todos os advogados já deram a causa como ganha, e ao mesmo tempo, a Fazenda se assustou e passou a dizer que o STF não poderia decidir pela inconstitucionalidade, pois significaria um prejuízo imenso. Por conta disso, teve início um movimento no STF, para ver como a Fazenda poderia fazer para não ter que acatar esse julgamento.
A solução foi o PR ajuizar uma ADC, para dizer que a questão era sim constitucional. O ministro Marco Aurélio não aceitou, dizendo que não fazia sentido rejulgar o caso. Mas ele foi voto vencido.
A ADC foi recebida, e, em 13 de agosto de 2008 foi concedida liminar para suspender o julgamento de todos os processos que estavam pendentes relativos aquele período. A liminar foi prorrogada, pois passou o prazo de 180 dias estabelecido para o julgamento do mérito. O prazo da prorrogação venceu de novo e foi mais uma vez prorrogada. Estamos esperando a decisão do mérito. Ou seja, o STF havia decidido a favor dos contribuintes, ocorre que o PR ajuizou a ADC 18, e o placar foi revertido em favor da Fazenda.
No STJ, a discussão resta pacificada a favor da Fazenda Pública:
TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ISS. PRECEDENTES. SÚMULAS 68 E 94/STJ. APLICAÇÃO POR ANALOGIA.
1. Em situação semelhante à presente controvérsia, está consolidado o entendimento, por força das Súmulas 68 e 94/STJ, de que o ICMS integra a base de cálculo do PIS e da Cofins.
2. Na mesma linha, deve o valor do ISS compor a base de cálculo do PIS e da COFINS, pois integra o preço dos serviços e, por

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