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Unidade 4 Livro Didático Digital Pedro Libaldi Neto Gestão de Riscos em Investimentos Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autor PEDRO LIBALDI NETO Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS Pedro Libaldi Neto Olá, Pessoal! Meu nome é Pedro Libaldi Neto, sou formado em Gestão de Políticas Públicas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, também sou especialista em Gestão Pública pela Universidade Federal de São João Del-Rei e também sou formado em Administração de Empresas pela Universidade Anhanguera. Atuo na área de fiscalização e auditoria de órgãos públicos há 12 anos, sou professor há 11 anos e leciono em escolas e fundações governamentais, além de ser conteudista de cursos preparatórios para concursos públicos. Espero propiciar um curso agradável e de grande valia para a vida profissional de todos vocês. Um forte abraço e bons Estudos! O AUTOR Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: ICONOGRÁFICOS INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova com- petência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Arbitrage Pricing Theory (APT) 10 Value at risk (VaR) 17 Basileia III 26 Caso prático 32 Gestão de Riscos em Investimentos 7 UNIDADE 04 Gestão de Riscos em Investimentos8 Este capítulo apresentará a técnica do APT (Arbirtage Pricing Theory), derivado do CAPM e cuja teoria é de que não existem preços distintos, com o mesmo fluxo de caixa, para dois ativos diferentes. Apresentará, também, o cálculo VaR utilizado para avaliação de riscos das operações financeiras. Você irá conhecer o acordo de Basileia III, cujas premissas tornaram o mercado de capitais mais seguro implantando uma gestão de risco na criação de ferramentas que possam prevenir alguma perda em função de crises ou fatores adversos. Ao término você realizará uma avaliação de caso prático com os conhecimentos adquiridos ao longo da disciplina. INTRODUÇÃO Gestão de Riscos em Investimentos 9 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar você no atingimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Aprender a utilizar a técnica de APT (Arbitrage Pricing Theory), na precificação de ativos. 2. Estudar sobre o VaR (Value at Risk). 3. Conhecer a aplicabilidade no mercado de capitais dos termos do Acordo de Basileia III. 4. Instruir-se sobre os casos práticos a fim de conhecer todos os processos estudados. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conheci- mento? Ao trabalho! OBJETIVOS Gestão de Riscos em Investimentos10 Arbitrage Pricing Theory (APT) INTRODUÇÃO: Chegando ao término deste capítulo, você terá conhecido a técnica do APT (Arbirtage Pricing Theory), derivado do CAPM e cuja teoria é de que não existem preços distintos, com o mesmo fluxo de caixa, para dois ativos diferentes. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá! Mãos à obra! De acordo com Martins (2009, p. 26), a tentativa fracassada do CAPM em explicar adequadamente as diferenças de retornos de ativo para ativo, utilizando betas, abriu as portas para outros modelos de precificação de ativos. O processo de arbitragem se baseia na teoria de que não existem preços distintos, com o mesmo fluxo de caixa, para dois ativos diferentes. Martins (2009) apud Brealey e Myers (2002) determinam que o CAPM começa com uma análise de como os investidores constroem portfólios eficientes. A APT (...) não pergunta quais portfólios são eficientes, mas, assume que o retorno de cada ação depende parcialmente de influências macroeconômicas ou “fatores” e parcialmente de “ruídos” – eventos únicos da companhia. De acordo com o APT, existem outros fatores além do beta relativo ao prêmio de mercado. Sendo assim, Martins (2009) assevera que O CAPM é um caso específico do APT, onde é utilizado apenas um fator explicativo. A taxa de retorno (Ri) de qualquer ativo negociado no mercado financeiro é formada por duas partes e está embasado na teoria de que, em equilíbrio, não é possível haver arbitragem no mercado. Sendo assim, não há obtenção de retorno positivo sem utilizar riqueza e sem incorrer em risco. Na tabela abaixo, mostraremos os pontos relativos do APT. Gestão de Riscos em Investimentos 11 Tabela 1: Pontos relativos do APT Investidores Têm expectativas homogêneas em relação ao retorno dos ativos explicado pelo modelo de k fatores. Mercado É perfeitamente competitivo e não existem custos de transação. Ativos Número de ativos n deve ser muito superior ao número de fatores λ. O erro εi deve ser o risco não sistemático do ativo i. Os erros εi de cada ativo devem ser independentes dos fatores. Os erros εi de cada ativo devem ser independentes entre si. Fonte: Martins (2009). Assim como visto em todo o conteúdo, o risco associado relacionado ao retorno dos ativos se divide em dois conceitos: • Risco sistemático: Evidencia o número de fatores em comum que influencia outros ativos e mensura a reação dos ativos em detrimento a outros fatores; • Risco não sistemático: Tem o escopo num campo menor, podendo ocasionar impactos em apenas um investimento. Quando a inflação é utilizada, diz-se que, se a ação de uma empresa está positivamente relacionada ao risco de inflação, esta ação tem beta de inflação positivo. Se estiver negativamente relacionada ao risco de inflação, esta ação terá beta de inflação negativo, e se não tiver correlação com a inflação, seu beta de inflação será igual a zero (Martins 2009, p. 27 apud Ross, Westerfield e Jaffe 2002). R = R + β1F1 + βPNBFPNB + βrFr + ε Onde: β1 para representar o beta de inflação da ação; βPNB para o seu beta de PNB; βr para o beta de taxa de juros; e F indica surpresa. Gestão de Riscos em Investimentos12 Em virtude de os fatores não serem apresentados em linhas gerais, utiliza-se a equação genérica para determina-los, assim descrita: R = R + β1F1 + β2F2 + βKFK + ε Se utilizarmos a média ponderada, em se tratando de uma carteira de N ações, a evolução da equação é apresentada da seguinte forma: Rp = X1(R1 + β1F + ε1) + X2(R2 + β2F + ε2) + ... + XN(RN + βN + εN) Onde: R1 = retorno esperado de cada título individual; F = O beta década título multiplicado pelo fator F; ε1 = o risco não sistemático de cada título individual. Martins (2009) apud Ross, Westerfield e Jaffe (2002, p. 27) consideram que: Como estes riscos são independentes um do outro, e o efeito da diversificação torna-se mais forte à medida que são acrescentados mais ativos à carteira, a carteira resultante torna-se cada vez menos ariscada, e sua taxa de retorno torna-se cada vez mais certa. Sendo assim, eles concluem que uma das vantagens da APT é sua capacidade de lidarcom diversos fatores, ao passo que o CAPM os ignora. (...) De acordo com esta versão multifatorial da APT. A relação de risco e retorno é assim por eles determinada: R = RF + (R1 – RF) β1 + (R2 - RF )β + ... + (RK - RF) βK Onde: β1 é o beta de um título em relação ao primeiro fator; β2 é o beta do título em relação ao segundo fator; R1 é o retorno esperado de um título (ou carteira) cujo beta em relação ao primeiro fator é igual a 1 e cujos betas em relação a todos os demais fatores são iguais a zero. Gestão de Riscos em Investimentos 13 Neste sentido, conclui-se que, quanto maior o beta, maior o risco do título. A abordagem da arbitragem descrita aplica-se a portfólios bem diversificados, cujo único risco desapareceu pela diversificação. Porém, se o preço de arbitragem guarda relação com todos os portfólios diversificados, deve guardar geralmente com as ações individualmente. Cada ação deve oferecer um retorno esperado comensurado com sua contribuição para o risco do portfólio. Na APT, esta contribuição depende da sensibilidade do retorno da ação em relação a mudanças inesperadas nos fatores macroeconômicos (Martins, 2009, p. 28 apud Brealey e Myers (2002). O beta de um título consegue medir a sensibilidade do título às flutuações da carteira de mercado, assim determina o CAPM. De outro lado, o APT utiliza vários fatores até que a correlação vista do risco não sistemático para com os outros títulos seja perdida em função do risco sistemático. Neste sentido, Martins (2009, p. 29) considera que: Se o prêmio de risco esperado em cada um destes portfólios é proporcional ao beta do portfólio de mercado, então a APT e o CAPM darão a mesma resposta. Em outro caso, não darão. Damodaran (2002) diz que a maior barreira intuitiva no uso do APT é seu fracasso na identificação específica dos fatores impulsionados por retornos específicos. Embora isto preserve a flexibilidade do modelo e reduza os problemas estatísticos ao testá-lo, dificulta a compreensão do significado dos coeficientes beta para uma empresa, e de como eles mudarão à medida que a empresa muda (ou se reestrutura). Por fim, considerando o desempenho em fazer previsões de retornos esperados no futuro dos dois modelos, a comparação, segundo Damodaran (2002), oferece um resultado mais ambíguo, pois os ganhos que podem ser auferidos através de fatores de conjuntos de indicadores podem ser compensados pelos erros associados à estimativa dos carregamentos dos fatores e os betas dos fatores, especialmente no caso de empresas isoladas. A utilização continuada do CAPM atesta tanto sua atratividade intuitiva quanto sua simplicidade. Gestão de Riscos em Investimentos14 Alguns autores identificam três passos para a formação do APT. Dizem que APT mostrará uma boa aproximação de retornos esperados apenas se pudermos (1) identificar uma pequena lista razoável de fatores macroeconômicos, (2) medir o prêmio de risco esperado em cada um destes fatores e (3) medir a sensibilidade de cada ação em relação a esses fatores. Figura 1: Três passos essenciais para a formação da APT Fonte: O autor, adaptado de Martins (2009) apud Brealey e Myers (2002). Martins (2009) apud Brealey e Myers (2002) dizem que a APT mostrará uma boa aproximação de retornos esperados apenas se pudermos adotar três importantes passos: • 1º Passo: Identificar os fatores macroeconômicos – Apesar da APT não nos dizer quais fatores econômicos devem ser usados, Brealey e Myers (2002) apontam cinco fatores principais de Elton, Gruber e Mei (apud Brealey e Myers, 2002) que poderiam afetar tanto os fluxos de caixa em si, como a taxa pela qual eles são descontados. Estes são o yield spread (diferença de retorno de um título de renda fixa de longo prazo em relação a um de curto prazo), a taxa de juros, a taxa de câmbio, a estimativa de PNB real e a estimativa de inflação. Para capturar ainda alguma influência remanescente Elton, Gruber e Mei incluíram um sexto fator, a porção de retorno de mercado que não pode ser explicada pelos fatores anteriores; Gestão de Riscos em Investimentos 15 • 2º Passo: Estimar o prêmio de risco de cada fator – Algumas ações são mais expostas que outras a um fator em particular. Então podemos estimar a sensibilidade de uma amostra de ações de cada fator e então medir quanto retorno extra, os investidores poderiam ter recebido no passado por tomar o risco deste fator; • 3º Passo: Estimar as sensibilidades dos fatores – Os estimadores do prêmio por tomar risco de determinado fator agora podem ser usados para estimar o custo de capital dos grupos analisados. Lembre-se de que a APT aborda que o prêmio de risco depende da sensibilidade ao risco desse fator (β) e do prêmio de risco esperado de cada fator (R1 - RF). Diante de estudos matemáticos, houve a prova de que a APT, ao utilizar um modelo fatorial aproximado, apresentará sua validade. Neste sentido, Martins (2009) apud Chamberlain e Rothschild (1983) afirmam que o número de fatores de APT não é constante, variando com o número de ações componentes na amostra. Se o número de fatores crescerem com o número de ações, teremos uma condição necessária para que apresentem relação linear com os retornos. Ao admitir um modelo baseado numa estrutura fatorial aproximada. Na figura abaixo veremos as variáveis relevantes no APT. Figura 2: Variáveis relevantes no APT Fonte: O autor, adaptado de Martins (2009) adaptado de Chen, Roll e Ross (1986). Nos resultados abordados por Martins (2009) restaram indicados que estas três variáveis estão relacionadas ao retorno dos ativos analisados. Gestão de Riscos em Investimentos16 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido o APT deriva de um modelo do CAPM e, assim sendo, considera que ativos distintos não apresentam o mesmo fluxo de caixa. Sendo necessária, também, a identificação de variáveis influenciadoras nas análises com base na arbitragem. Gestão de Riscos em Investimentos 17 Value at risk (VaR) INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você compreenderá a utilização do modelo VaR quando da quantificação dos riscos envolvidos. Neste sentido, você também conhecerá os fatores e todos os envolvidos nas análises com a métrica Var. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! De acordo com Gollub (1997), o objetivo fundamental dos métodos Value At Risk (VaR) é a quantificação dos riscos de mercado. Qualquer que seja a métrica adotada, a quantificação em si presta-se, conceitualmente, como instrumento de vários propósitos. Dentre algumas das finalidades, podemos propor as seguintes: • Relatórios Gerenciais: • Informar a alta administração dos riscos em curso por parte das operações comerciais e de investimento; • Comunicar aos acionistas, em termos não técnicos, os presentes riscos financeiros da empresa; e • Demonstrativos econômico-financeiros, que incorporam quantificação de riscos financeiros, segundo os preceitos normativos e padrões recomendados; • Alocação de Recursos: • Estabelecer limites máximos de posição para os operadores (perspectiva do controle operacional); • Orientar na partição dos recursos limitados de capital; e • Auxiliar na decomposição incremental dos riscos, refletidos na exposição total da empresa (perfil de concentração por fator de risco); Gestão de Riscos em Investimentos18 • Avaliação de desempenho: Administrar os incentivos adequados na tomada individual de posição por parte dos operadores, tendo em vista o capital total associado em risco (perspectiva da remuneração). Em síntese, a adoção da avaliação através do VaR, por se tratar de levantamento de informações não somente financeiras e de investimentos, há possibilidadede sua utilização por instituições não financeiras. Dentre as análises pela metodologia do VaR, evidenciamos a avaliação de desempenho que pode demonstrar o aumento não só da rentabilidade das carteiras, como da melhoria do desempenho como instituição. Estas ferramentas podem, ainda, serem utilizadas em associação com outras para um determinado objetivo, tais como: SWOT, Benchmarking entre outras. Figura 3: Aplicação do VaR por parte das Instituições Financeiras Fonte: O autor, adaptado de Gollub (1997). Ainda no quesito de agentes operadores de derivativos, temos que Gollub (1997, p. 17) estabelece a atuação destes da seguinte maneira: • Agentes reguladores: Definição de critérios para o estabe- lecimento de reservas mínimas de capital, para garantia da integridade financeira das instituições reguladas (risco sistêmico), dentro de limites considerados “aceitáveis”; • Empresas não financeiras: Gestão (centralizada) de riscos de mercado em organizações atuantes simultaneamente em diversos mercados mundiais (e.g., operações globa- lizadas de multinacionais, sujeitas ao risco de câmbio); Gestão de Riscos em Investimentos 19 • Estabelecimento de políticas de hedging (no caso de portfólio de pequena complexidade); • Administradoras de Fundos de Investimento: Explicitação dos riscos de portfolios de investidores institucionais, desmembrados por tipo ou classe de ativos, por gestor, por fator de risco, etc. Dada a conceituação da métrica VaR, eis que o seu conceito é definido da seguinte forma: • Dado um determinado portfólio de instrumentos financeiros quaisquer, no instante de tempo t0; • Conhecida a função de densidade de probabilidade (fdp) dos valores de mercado V desse portfólio, em determinado instante de tempo tI futuro; • Dado um valor qualquer do portfólio (denominado de valor de referência e denotado por Vref); e • Um valor porcentual α (com O< α < 100%). VaR = Vref – V* onde o valor V* satisfaz a P(V<V*) = α% P(V<V*) = ∫ fdp (V)dV〗 Denomina-se o intervalo de tempo t1 - tO de horizonte temporal da métrica, isto é, a perda, que o portfólio pode vir a incorrer em relação a Vref ao final do horizonte temporal estabelecido, é maior do que o montante VaR, com probabilidade de α% de ocorrer e a clareza e a simplicidade dessa definição escondem dificuldades de implementação, que, conforme a escolha de Vref, obtemos novas designações para o correspondente valor (Gollub, 1997). Seguindo a descrição, Gollub (1997) referência o valor do portfólio em to, Vo = V (to), então teremos VaR (Absolute) = Vo - VI. Num segundo ponto, Caso o valor de referência seja o valor esperado do portfolio em tI, então teremos VaR (Mean) = E(V) – V*. E, em ambos os casos, encontrar VaR é equivalente a identificar o valor V, tal que satisfaça a P (V < V*) = α%. Gestão de Riscos em Investimentos20 Figura 4: Gráfico de VaR Fonte: Gollub (1997, p. 19). O VaR, dentro das análises adjacentes na teoria de portfólio, tem como intuito identificar os riscos de mercado que possam afetar o planejamento. Assim, os preços e taxas tendem a variar de acordo com a quantidade de riscos envolvidos. Essa característica do VaR auxilia a criação de cenários probabilísticos de investimentos. Figura 5: Quantificação dos riscos de mercado Fonte Gollub (1997). De acordo com Gollub (1997, p. 19), no que tange à valorização de ativos negociáveis: Estes são valorizados ao seu preço/taxa corrente como cotados nos mercados secundários líquidos. Na falta de um mercado secundário líquido (o que implica não haver valor de mercado), os correspondentes ativos são valorizados Gestão de Riscos em Investimentos 21 ou por “balizamento” em posições equivalentes, ou por decomposição em partes para os quais existem preços de mercado secundário. A “pedra fundamental” mais básica é um único fluxo de caixa com um dado vencimento e respectiva moeda do pagamento. A maioria das transações podem ser descritas como uma combinação de tais fluxos de caixa, e assim essas transações são passíveis de serem aproximadamente valorizadas como a soma dos valores de mercado dos fluxos de caixa componentes. Contudo, na valorização de ativos, torna-se necessário um modelo de precificação para adquirir as variâncias e covariâncias dos preços e taxas dos derivativos, pois estes somente podem ser calculados sobre ativos subjacentes que não foram negociados no mercado aberto. Em se tratando de variáveis dos fatores de risco, destacamos a presença de estimativas baseadas em cenários, que possam propiciar a combinação de valores de taxas e preços. Entretanto, Gollub (1997, p. 25) assevera que: Compromissos de custos vs. benefícios são diferentes para cada participante do mercado, dependendo de sua posição nos vários mercados participados, o número e os tipos de instrumentos negociados. Diferentes escolhas podem ser feitas, mesmo em diferentes níveis de uma organização, dependendo dos objetivos. Enquanto a mesa de operações de um banco pode precisar a estimação de risco envolvendo simulação sobre um portfólio relativamente pequeno, a alta administração pode optar por uma abordagem analítica, que seja tanto oportuna e eficiente, do ponto de vista de custos. É importante para a alta administração distinguir a ordem de grandeza de um risco, se de 5 ou de 50 milhões, porém é irrelevante fazer a distinção de acuracidade, entre ser 20 ou 21 milhões; desde que, é claro, os custos, esforços e requisitos de acuracidade e oportunidade de cada abordagem sejam suficientemente díspares para merecerem a consistente ponderação. Gestão de Riscos em Investimentos22 Pode-se considerar que a análise de cenário traz uma importante representatividade na utilização do VaR. Desta feita, os fatores analisados devem ser escolhidos em função das perspectivas escolhidas, isto é, o foco a ser utilizado depende de: • Tendência de mercado; • Políticas fiscais e cambiais; e • Personalidade dos investidores. Figura 6: Fatores que influenciam na estimativa de cenários Fonte: Gollub (1997) Tanto as necessidades específicas, os tipos de posições e ativos que detêm, e seu desejo de trocar acuracidade por rapidez (ou vice-versa) acabam sendo considerados nas alternativas para serem escolhidos na estimativa dos riscos, os investidores optam por aqueles que melhor convirem. Figura 7: Subsistemas do VaR Fonte: O autor, adaptado de Gollub (1997). Gestão de Riscos em Investimentos 23 Em detrimento da quantificação de subsistemas VaR, toda a cultura e tecnologia da instituição devem estar alinhadas e, por conseguinte, todo o aparato tecnológico se faz necessário para o bem resultado das ferramentas de análise. Figura 8: Componentes tecnológicos do VaR Fonte: O autor, adaptado de Gollub (1997) Muito embora haja uma forte percepção sobre a utilização dos recursos tecnológicos quanto à sistemática utilizada, de modo a auxiliar, na quantificação de riscos. Verifica-se que o portfólio representativo do comprometimento do conjunto exaustivo de todos os ativos financeiros, em carteira pela organização, resulta na quantificação e, decorrente, verificação dos riscos inerentes à identidade, bem como sua exposição. Desta feita, os riscos inerentes são inseridos no rol de explanação dado por Gollub (1997), da seguinte forma: • Risco de evento extraordinário, e de estabilidade: A principal desvantagem dos modelos baseados em dados históricos é a hipótese de que o passado recente é uma boa projeção da aleatoriedade futura. Não há, obviamente, garantia que o futuro não contenha surpresas. As surpresas podem tomar duas formas: por eventos extraordinários únicos (tais como a desvalorização ou moratória), ou mudanças estruturais (a libra “sair” do EMS). O risco de estabilidade resulta da hipótese de parâmetros serem constantes no Gestão de Riscos em Investimentos24 tempo, e, em geral, é uma simplificaçãoque não subsiste em situações incomuns de mercado por conta de eventos extraordinários. Modelos que tomam volatilidades implícitas como parâmetro são obviamente mais imunes a este risco. • Risco de transição: ocorre quando há uma nova política, uma nova regulamentação, a implementação de um novo sistema, a expansão em novos mercados ou produtos, ou uma mudança organizacional, entre outros exemplos de transições abruptas que introduzem novos fatores de risco. • Risco de extrapolação: ocorre quando se extrapola riscos diários para a estimação de riscos em horizontes mais longos. As hipóteses para a estimativa extrapolada podem não ser verdadeiras, ou razoáveis. • Risco do algoritmo: ocorre quando o modelo escolhido resulta impreciso ou inadequado para sua aplicação nas condições efetivas de mercado. Este é o risco de modelagem em sua forma mais pura. • Risco de estimação de parâmetros: resulta da imprecisão na quantificação dos parâmetros, em geral, pela incapacidade de se observar diretamente seus valores reais, e, portanto, há necessidade de se usar proxies, além de incorrer em erros aleatórios devidos a variações de amostras, e eventualmente introduzir correlações espúrias não detectadas entre parâmetros; • Risco de levantamento de dados: ocorre quando se usa um conjunto particular de dados, escolhido arbitrariamente, ou obtido por amostragem “viesada”, porém não representativo da “generalidade intrínseca” da variável. O VaR tem relevante contribuição como informação gerencial, tanto para investidores como para a alta cúpula da administração, desde 1994 o banco J.P. Morgan o utiliza como RiskMetrics. Outra importante contribuição é a inclusão do VaR como ferramenta para a análise do risco de cálculo determinada pelo Acordo de Basileia III. Gestão de Riscos em Investimentos 25 SAIBA MAIS: Uma das funções do RiskMetrics é auxiliar na análise dos riscos de mercado, contribuindo para medir o risco e fornecer maior transparência aos clientes, Instituições e afins sobre a gestão dos riscos de mercado. Para saber mais sobre as funções do RiskMetrics acesse: https://bit.ly/378oFZS. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o VaR pode ser utilizado na quantificação de riscos, independente da métrica utilizada. Destaque-se que o rol de riscos analisados e quantificados através no método Var pode trazer maior segurança nas operações financeiras realizadas nos mais variados portfólios. https://bit.ly/378oFZS Gestão de Riscos em Investimentos26 Basileia III INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você conhecerá os termos do acordo e a sua aplicabilidade nos países participantes no contexto de proteção do capital aos riscos envolvidos. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Com o intuito de resguardar as instituições financeiras de eventuais acontecimentos que possam comprometer suas ações, o acordo de Basileia III apresenta uma proposta onde os bancos passarão a ter 7 % das reservas para utilização na contenção destes riscos. Ademais, os bancos também passarão a adotar as seguintes premissas: Tabela 2: Premissas do acordo de Basileia III Objetivos Melhorar a capacidade dos bancos de absorver choques decorrentes de estresse financeiro e econômico, qualquer que seja a fonte causadora; Aprimorar as práticas de gestão e governança de riscos; Fortalecer a transparência e as práticas de disclosure. Escopo Micro prudencial: resiliência da instituição em períodos de estresse; Macro prudencial: risco de Abrangência sistêmica, que atinge o setor como um todo, bem como sua amplificação decorrente de pró-ciclicalidade. Abordagens Aumento da qualidade e do requerimento de capital; Maior cobertura de riscos, especialmente no mercado de capitais; Definição de um nível de alavancagem equilibrado; Colchões de capital construídos em períodos de crescimento para serem aplicados em períodos de estresse; Padrões mínimos para gestão de liquidez, no curto prazo (curto período de estresse) e no longo prazo (funding); Padrões de supervisão e práticas de disclosure mais rigorosos. Fonte: O autor, adaptado de Price Waterhouse Coopers (2013) Gestão de Riscos em Investimentos 27 Segundo a Price Waterhouse Coopers (2013), as principais características do Acordo de Basileia III são: 1. Elevar a qualidade, consistência e transparência da base de capital por meio de regras mais rígidas relacionadas à elegibilidade de instrumentos a serem considerados no capital; 2. Reduzir pró-ciclicalidade por meio de parcelas adicionais de capital; 3. Endereçar risco sistêmico; 4. Complementar requerimento de capital baseado em risco com um índice de alavancagem. 5. Aprimorar a cobertura de riscos por meio do fortalecimento das exigências de capital para riscos de crédito de contraparte existente em derivativos, operações de recompra e outros; 6. Introduzir novos padrões de gestão de liquidez incluindo testes de estresse para os índices propostos. Abaixo veremos as características desse acordo: Tabela 3: Características do acordo de Basileia III Índices e Metas de Capital Definição de Capital Pró-ciclicalidade Índice de Alavancagem Padrões Mínimos de Capital Risco Sistêmico RWA Risco de Contraparte Carteira de Negociação e Securitização (também conhecido como Basiléia 2.5) Padrões de Liquidez Índice de Cobertura (LCR) Índice de Financiamento Líquido Estável (NFSR) Fonte: O autor, adaptado de Price Waterhouse Coopers (2013). Gestão de Riscos em Investimentos28 Os riscos determinados para quaisquer investimentos constituem um importante variável em sua análise. Em se tratando do mercado de capitais, tornou-se necessário que o acordo de Basiléia apresentasse algumas mudanças quanto à negociação de ativos e, baseados nestas mudanças, a principal referência foi reforçar a proteção dos mercados financeiros dos países participantes do acordo. Neste sentido, eis as principais alterações quanto ao capital negociado: Tabela 6: Alterações no Capital de Riscos do acordo de Basileia III Mudanças no capital para os riscos Capital para risco de mercado • Circulares sobre o cálculo do requerimento de capital padronizado para risco de mercado foram reeditadas em função de ajustes operacionais e de nomenclatura referente aos novos termos e requerimentos decorrentes da edição da Resolução nº 4.193, de 2013. Isso inclui: I - Juros prefixados; II - Cupons de moeda estrangeira; III - Cupons de índices de preços; III - Cupons de índices de preços; IV - Cupons de taxas de juros; V - Preços de ações; VI - Moeda estrangeira; VII - Preços de commodities. • Circular 3646 que trata do modelo interno de risco de mercado, foi também reeditada em função de ajustes operacionais e de nomenclatura devido a Resolução nº 4.193, de 2013. • Não há alterações no cálculo das parcelas referentes a risco de mercado. • Adaptação das circulares à terminologia relacionada a ativos ponderados pelo risco (RWA). Fonte: Price Waterhouse Coopers (2013) apud Banco Central (2013). Os ajustes prudenciais correspondem à dedução de elementos patrimoniais que podem comprometer a qualidade do Capital Principal em decorrência de sua baixa liquidez, difícil avaliação ou dependência de lucro futuro para serem realizados. Gestão de Riscos em Investimentos 29 Para uma melhor elucidação das alterações do Acordo de Basileia III, faz-se necessário a explicação pormenorizada abaixo: • Ágios e ativos: • Os ágios pagos e os ativos intangíveis constituídos antes de out/13 não amortizados integralmente até dez/17 devem ser deduzidos na apuração do Capital Principal a partir de jan./18; • Ativos atuariais relacionados a fundos de pensãode benefício definido, líquidos de passivos fiscais diferidos a ele associados aos quais a instituição financeira não tenha acesso irrestrito; • Ativos permanentes diferidos; • Instrumentos de captação emitidos por outras instituições financeiras: Instrumentos de captação emitidos por instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil ou por instituição situada no exterior que exerça atividade equivalente à de instituição financeira no Brasil; • Créditos tributários: • Não devem ser deduzidas posições individuais limitadas a 10% e de forma agregada, limitadas a 15% do capital principal, desconsiderando a dedução dos valores referentes a participações minoritárias superiores a 10% e créditos tributários; • Não devem ser deduzidos os créditos decorrentes de diferenças temporárias oriundos de provisões para crédito de liquidação duvidosa (Medida Provisória n°608); • Facultado a dedução do valor das obrigações fiscais diferidas da mesma ou das entidades pertencentes ao mesmo conglomerado, com exceção das obrigações fiscais associadas a ágios pagos na aquisição de investimentos com fundamento em expectativa de rentabilidade futura, e ativos atuariais relacionados a fundos de pensão de benefício definido. Gestão de Riscos em Investimentos30 • Participações do capital de entidade assemelhadas e não consolidadas: • Valor agregado das participações inferiores a 10% do capital social de entidades assemelhadas a instituições financeiras, não consolidadas, que exceda 10% do valor apurado capital principal, desconsiderando a dedução dos valores referentes a participação minoritária e crédito tributários; • Participações, diretas ou indiretas, superiores a 10% do capital social de entidades assemelhadas a instituições financeiras, não consolidadas; • Dedução individual agregada limitada a 10% e 15% respectivamente do capital principal, desconsiderando a dedução dos valores referentes a participação minoritária e crédito tributários; • Entidades assemelhadas: I. Administradoras de consórcio; II. Instituições de pagamento (emissora ou credenciadora de cartão de crédito); III. Sociedades que realizem aquisição de operações de crédito; IV. Sociedades seguradoras, resseguradoras, sociedades de capitalização e de entidades abertas de previdência complementar; V. Fundos de investimento nos quais as entidades integrantes do conglomerado assumam ou retenham substancialmente riscos e benefícios; e VI. Outras pessoas jurídicas sediadas no País que tenham por objeto social exclusivo a participação societária nas entidades mencionadas nos incisos de I a IV. Gestão de Riscos em Investimentos 31 • Participação de não controladores: • Os valores da participação de não controladores no capital de subsidiária que excederemos requerimentos mínimos de Capital Principal, Nível I e PR dessa subsidiária devem ser deduzidos, respectivamente, do Capital Principal, do Nível I e do PR do conglomerado; • A dedução mencionada deve ser efetuada da respectiva parcela do PR ao qual o instrumento de captação é elegível. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido sobre a regulação e regramentos propostos pelo acordo, principalmente no que tange à proteção dos riscos de capital e conheceu também a responsabilidade estipulada para os países participantes do acordo. Gestão de Riscos em Investimentos32 Caso prático INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de colocar em prática todas as técnicas e conhecimentos adquiridos ao longo dos capítulos estudados. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Chegamos à etapa do nosso conteúdo onde realizaremos uma simulação de utilização dos conceitos aprendidos na disciplina de Gestão de Riscos. Para tanto, realizaremos alguns questionamentos que nos remeterão aos enunciados abordados na matéria. • Por que é extremamente importante a adoção da Gestão de Riscos em investimentos? Como visto, na implementação de uma gestão de riscos eficiente é praticamente nula a possibilidade de se eliminar todos os riscos (sistemáticos e não sistemáticos). Desta feita, ao utilizarmos as ferramentas adequadas, poderemos reduzir a quantidade de riscos envolvida nos investimentos. De modo que a prática de investir se torne mais clara e segura. • Como realizar a gestão de investimentos? No cenário atual existem várias técnicas, fórmulas matemáticas e métodos para serem aplicadas. Dentre as disponíveis e que selecionamos é o value-at-Risk (VaR) agregado ao RiskMetrics, cujos resultados podem possibilitar uma decisão mais assertiva e mais precisa. O VaR busca minimizar eventuais perdas, bem como apresentar eventuais ameaças e oportunidades ao gestor de investimentos. • Quais são os parâmetros entre risco e retorno? O principal fator no cálculo entre risco e retorno é a proporção de que quanto maior o risco, maior, também, será o retorno. No mercado de capitais, principalmente no mercado primário, os investimentos de maior retorno e menor horizonte de tempo apresentam um grau de risco muito elevado. Sendo necessária uma análise em Gestão de Riscos em Investimentos 33 detrimento da grande possibilidade de perda. Um bom exemplo de investimento de alto risco são as ações, haja vista a enorme gama de riscos que podem afetá-las. • Quais riscos podem ser considerados? A principal classificação aborda os conceitos de sistêmicos e não sistêmicos, para tanto, iremos dividir em subclassificações na tabela abaixo. Tabela 5: Qualificação dos riscos envolvidos na análise de investimentos RISCO DE MERCADO O risco de mercado está ligado às mudanças de preços e variações de indicadores econômicos que atingem todo o mercado — como o preço do dólar ou a taxa de juros. Por isso, também é conhecido como risco sistêmico. Ele é o mais percebido pelos investidores, e todas as formas de investimento são afetadas de alguma maneira por ele. RISCO DO ATIVO O risco do ativo está relacionado apenas às especificidades de cada investimento. Por exemplo: ao investir em ações de uma mineradora, a variação dos preços dos minérios passa a ser um risco que deve ser avaliado constantemente. RISCO DE CRÉDITO O risco de crédito diz respeito à possibilidade de uma empresa ou instituição financeira quebrar ou dar calote. Assim, quem tem dinheiro investido nela está arriscado a perder parte ou o total dos valores. RISCO DE LIQUIDEZ O risco de liquidez estima a facilidade em resgatar um investimento. Quanto mais fácil for fazer isso, mais alta a liquidez da aplicação. O dinheiro de uma caderneta de poupança é muito simples de ser sacado, enquanto um imóvel precisa de um comprador interessado. • Dentro da gestão de riscos, quis são os perfis dos investidores que podemos identificar? http://blog.focalise.com.br/voce-precisa-saber-para-investir-em-acoes/ Gestão de Riscos em Investimentos34 O perfil do investidor é considerado uma das mais importantes variáveis a serem consideradas na gestão de riscos, haja vista que em detrimento do perfil associamos as características do cenário envolvido, tais como: situação cambial, tendência do mercado e questões políticas. Neste contexto, o perfil escolhido deve estar em estrita consonância com os demais fatores. Vamos abaixo realizar a delimitação dos perfis dos investidores: • Perfil conservador: Prefere investimentos de baixo risco, mesmo sabendo que a rentabilidade é menor. Prioriza a liquidez e costuma fazer o saque dos recursos em pouco tempo. A caderneta de poupança e os títulos públicos são as aplicações mais comuns; • Perfil Moderado: Como o próprio nome diz, esse perfil escolhe investimentos de risco moderadoe deixa o dinheiro investido por mais tempo. Geralmente, opta por ações de empresas tradicionais e confiáveis e títulos de bancos privados estabelecidos no mercado; • Perfil arrojado: Esse perfil não hesita em dar preferência a investimentos de alto risco, mirando a oportunidade de bons ganhos. É comum que esse perfil de investidor espalhe seus recursos em diversas aplicações, na expectativa de que os ganhos de algumas delas cubram os custos dos demais investimentos. Isso confirma que ele não faz questão de sacar o dinheiro em prazos muito pequenos. Assim, destaca-se a importância de conhecer e respeitar o perfil do investidor e de ter uma carteira de investimentos diversificada. Não existe o melhor investimento, o que existe é o investimento mais adequado a um objetivo e perfil de risco. SAIBA MAIS: O governo criou o Programa Bem-estar Financeiro, uma iniciativa do CVM que leva a educação financeira ao ambiente de trabalho. Conheça esse programa e fique por dentro dos conceitos, planejamento e prática financeira. Acesse em: https://bit.ly/2w4O6yx http://blog.focalise.com.br/os-melhores-investimentos-de-baixo-risco/ http://blog.focalise.com.br/investimentos-de-risco-moderado/ http://http/blog.focalise.com.br/investimentos-de-alto-risco-para-alta-renda/ https://bit.ly/2w4O6yx Gestão de Riscos em Investimentos 35 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que para uma gestão de riscos efetiva, os conhecimentos adquiridos ao longo da disciplina devem ser colocados em prática. Gestão de Riscos em Investimentos36 BIBLIOGRAFIA BERTOLO, Luiz A. Tipos de riscos. Disponível em: <https://bit. ly/2UQyAjt>. Acesso em: 06/12/2019. B3 - Brasil Bolsa Balcão. Disponível em: <https://bit.ly/3datAfY> Acessado em: 06/12/2019. Comissão de Valores Mobiliários, Análise de investimentos: histórico, principais ferramentas e mudanças conceituais para o futuro / Associação de Analistas e Profissionais de Investimentos no Mercado de Capitais - APIMEC; Comissão de Valores Mobiliários. Rio de Janeiro: CVM, 2017. Comissão de Valores Mobiliários, Mecanismos para acesso a recursos para investimento, https://bit.ly/30QQINP. Acessado em: 04/12/2019. Cvm – Comissão de Valores Mobiliários <www.cvm.gov.br>. GOLLUB, R. A., Value At Risk: Um Conceito Em Busca De Identidade: Inovação Ou Evolução?. São Paulo: EAESPIFGV, 1997. 64p. LEMES JÚNIOR, A. B.; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. P. M. S. Administração Financeira: Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. MARTINS, L. F., Validação da APT (Arbitrage Pricing Theory) na Conjuntura da Economia Brasileira. Monografia: UFRS. Porto Alegre, 2009, 55p. Pricewaterhousecoopers, Basileia III: Principais Características E Potenciais Impactos. 2013. THEODORO, D. de A. F. N. Cálculo de VaR para uma Carteira de Ações: Sistema Informatizado para Ações Negociadas na Bovespa. MBA em Finanças e Gestão de Risco, UFRJ. Rio de Janeiro, 2013. 49 p. Pedro Libaldi Neto Gestão de Riscos em Investimentos _GoBack
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