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Introducao-a-Ergonomia--introducao-a-ergonomia-iae

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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Silvia Cristina da Silva
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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Harmonizar – para o ser humano – um ambiente de trabalho 
seguro, confortável e que proporcione um desempenho eficiente (con-
forme ilustrado abaixo) são os objetivos perseguidos pela ciência de-
nominada Ergonomia. Alguns estudiosos falam em Ciência do Traba-
lho e outros avançam nesse conceito, falando em Ciência do Conforto. 
Etimologicamente, Ergonomia vem de duas palavras gregas: “Ergon” 
que significa Trabalho; e “Nomos” que significa Leis. Em 1960, a Or-
ganização Internacional do Trabalho (OIT) definiu Ergonomia como 
sendo a “Aplicação das Ciências Biológicas conjuntamente com as 
Ciências da Engenharia para lograr o ótimo ajustamento do homem ao 
seu trabalho, e assegurar, simultaneamente, eficiência e bem-estar”. 
Podemos justificar o termo ‘Ciência do Conforto’ porque em tempos 
atuais, a Ergonomia busca adaptar o trabalho ao homem e não mais 
o contrário, ou seja, busca-se favorecer o homem em todo e qualquer 
ambiente de trabalho.
Ergonomia. Ambiente de Trabalho. Interdisciplinaridade.
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 CAPÍTULO 01
ERGONOMIA: CONCEITO, ASPECTOS GERAIS DA ERGONOMIA E SEU 
CARÁTER TRANSDISCIPLINAR
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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Conceitos e Definições da Ergonomia _________________________
Ergonomia na Primeira Metade do Século XX __________________
Objetivos Gerais da Ergonomia __________________________________
 CAPÍTULO 02
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA OS MACRONUTRIENTES 
E MICRONUTRIENTES DURANTE A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS
Da Antiguidade ao Mundo Moderno ____________________________ 30
19O Profissional Ergonomista ____________________________________
18Objetivos Micro e Macroergonômicos __________________________
33A Ergonomia na Segunda Guerra Mundial _____________________
22Ergonomia: Disciplina Útil, Prática e Aplicável ___________________
Caráter Transdisciplinar da Ergonomia __________________________ 20
23Domínios de Especialização da Ergonomia na Atualidade _______
Benefícios da Interface de Atuação da Ergonomia ______________ 23
26Recapitulando _________________________________________________
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 CAPÍTULO 03
APLICAÇÕES DA ERGONOMIA
Ergonomia de Concepção ____________________________________ 50
Ergonomia de Correção, de Enquadramento ou de Remaneja-
mento _________________________________________________________ 51
Ergonomia na Contemporaneidade ___________________________ 35
A Ergonomia no Brasil - Para Refletir____________________________ 39
Recapitulando _________________________________________________ 43
Ergonomia de Conscientização _______________________________ 52
Ergonomia de Participação ____________________________________ 52
Ergonomia Aplicada na Indústria _____________________________ 53
Ergonomia Aplicada na Agricultura, na Mineração e na Constru-
ção Civil _______________________________________________________ 54
Ergonomia Aplicada no Setor de Serviços _____________________ 55
Ergonomia Aplicada na Vida Diária ____________________________ 56
Ergonomia Contemplando as Minorias Populacionais _________ 57
Recapitulando _________________________________________________ 60
Considerações Finais _________________________________________ 64
Fechando a Unidade ___________________________________________ 65
Referências ____________________________________________________ 68
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O presente estudo tem por objetivo introduzi-los ao Conhecimen-
to dos Aspectos que Envolvem os Processos Ergonômicos. Partindo do 
princípio de que a maior parte do tempo da vida das pessoas se passa 
no trabalho, seria ideal que pudéssemos transformar em algo prazeroso e 
saudável a execução do mesmo, ou seja, um lugar onde se possa sentir. 
Motivado realizando-o plenamente com alegria e satisfação. No entanto, 
essa realização só é possível com a premissa básica da Ergonomia: o tra-balho deve adaptar-se ao homem e não o contrário (SILVA; LUCAS, 2009).
Pois bem, ao longo desse primeiro módulo, veremos também a 
evolução histórica da Ergonomia, passaremos por conceitos, definições, 
objetivos, aplicações, benefícios e vantagens, dentre essas últimas, cita-
mos de imediato a necessidade de tornar o ambiente de trabalho agradá-
vel, evitando as Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e as Doenças Oste-
omuscular Relativas ao Trabalho (DORT). A classificação dos estágios 
de evolução da LER segundo o Ministério da Previdência Social (1993):
Grau I – a sensação presente de desconforto, a dor sem irra-
diação nítida de caráter leve que piora com a jornada de trabalho, mas 
que não interfere na produtividade e melhora com o repouso.
Grau II – a dor é tolerável, mas aparece mais intermitentemen-
te durante o trabalho. A dor é localizada com presença de formigamen-
to, calor e leves distúrbios de sensibilidade. 
Grau III – a dor é mais persistente e forte com irradiação defi-
nitiva, pouco atenuada com o repouso com quadros dolorosos fora do 
trabalho. A redução de força muscular, com presença de edema fre-
quente e recorrente, hipertrofia constante e presença quase sempre de 
alterações na sensibilidade. Redução da produtividade ou incapacidade 
de executar as atividades.
Grau IV – é caracterizado por dor forte, continua e insuportável 
sendo acentuada aos movimentos. Há perda de força e do controle dos 
movimentos, o edema é preexistente podendo aparecer deformidades 
e atrofias. Apresenta incapacidade de realizar tarefas tanto no ambiente 
de trabalho ou fora dele alterando também o estado psicológico.
As doenças ocupacionais decorrentes do que chamaremos 
“Anormalidades no ambiente de trabalho” serão contempladas a contento 
ao longo do curso. Também falaremos das disciplinas afins, considerando 
tratar-se de uma Ciência Interdisciplinar, que envolve médicos, enfermei-
ros do trabalho, fisioterapeutas e outros, contando ainda com um pouco 
de Sociologia e Psicologia Industrial, além de Antropologia do Trabalho.
Lembramos que no trabalho, precisamos nos preocupar com 
os aspectos físicos, organizacionais e comportamentais, por isso de-
dicamos módulos específicos em relação a cada uma dessas moda-
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lidades em praticada a Ergonomia e por ser uma ciência aplicada, em 
vários momentos nos encontraremos com métodos e técnicas utiliza-
dos pela Ergonomia. Por consequente, daremos ênfase às ferramentas 
para Gestão Ergonômica, a saber: a Análise Ergonômica do Trabalho 
(AET – referida na Norma Regulamentadora NR-17); o Laudo Ergonô-
mico-Perícia; o Gerenciamento de Queixas; a Ginástica Laboral e os 
Programas de Qualidade de Vida essas duas últimas ficarão para o 
módulo intitulado “Tópicos Avançados em Ergonomia”, juntamente com 
alguns estudos de casos e projetos específicos.
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CONCEITOS E DEFINIÇÕES DA ERGONOMIA
O trabalho é definido por Davies e Shackleton (1977) como 
uma atividade instrumental executada por seres humanos, cujo objetivo 
é preservar e manter a vida, e que é encaminhada para uma alteração 
planejada de certas características do meio ambiente do ser humano.
Para iniciarmos nossos estudos, faz-se necessário defender que 
existe uma diferença entre conceito e definição tomando a lição de Arra-
bal (2013): Na definição, tenta-se dizer o que algo é a partir da determi-
nação da singularidade do objeto, ou seja, busca-se descrever aquilo que 
o objeto investigado tem de específico e distinto em relação aos demais. 
Uma Definição descreve a qualidade, característica ou substância sem a 
qual o objeto deixa de ser o que “é”, em qualquer circunstância. De certa 
ERGONOMIA: CONCEITO, ASPECTOS
GERAIS DA ERGONOMIA E SEU CARÁ-
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forma, trata-se de uma caracterização endógena e pretensamente uni-
versal do objeto pesquisado (ARRABAL, 2013 n.p. -pp-).
Segundo Dul e Weerdmeester (2004), o termo Ergonomia se 
dá pela junção das palavras gregas “Ergos”, que significa Trabalho, e 
“Normos” que pode ser traduzida como Leis, “Normas”, “Regras” ou Re-
gulamento, podendo ser conceituada como uma ciência que regulariza o 
trabalho, fazendo com que este fique de acordo com as necessidades do 
ser humano que o desempenha. Hoje em dia, esta ciência tem como ob-
jetivo desenvolver e aplicar normas e regras para contribuir com a organi-
zação do trabalho, estudando todas as particularidades da atividade hu-
mana e para que isso seja realizado, várias outras ciências são aplicadas.
O Conceito também é uma tentativa de delimitação, porém, nes-
te caso há um esforço em estabelecer “o ponto de vista” por meio do qual 
o objeto é reconhecido. Busca-se determinar um “contexto” para delinear 
o objeto. Ou seja, no conceito, algo “é” a partir de um determinado meio 
físico, social ou teórico. Ao estabelecer um conceito, o pesquisador des-
creve o objeto em razão e a partir de um entre inúmeros cenários con-
textuais possíveis. Trata-se de uma caracterização exógena do objeto, 
válida apenas diante da singularidade do universo pesquisado (ARRA-
BAL, 2013 n.p). Referente às suas definições a Ergonomia é a ciência do 
trabalho: das pessoas que fazem isso e das maneiras como isso é feito; a 
ferramentas e equipamentos que utilizam os locais onde trabalham e os 
aspectos psicossociais à situação de trabalho (PHEASANT, 2003, p. 4).
O termo Ergonomia foi utilizado pela primeira vez, em 1857, 
pelo polonês W. Jastrzebowski, que publicou um “Ensaio de ergonomia 
ou ciência do trabalho baseada nas leis objetivas da ciência da nature-
za”. Para Couto (2007) define-se ergonomia como o conjunto de ciên-
cias e tecnologias de forma que ajuste e adapte o ser humano ao seu 
ambiente de trabalho de maneira produtiva, agradável e segura. A Ergo-
nomia tem uma atuação bastante ampla, abrangendo as atividades de:
- Planejamento e projeto, que ocorrem antes do trabalho a ser 
realizado.
- Monitoramento, avaliação e correção, que ocorrem durante a 
execução desse trabalho.
- Análises posteriores das consequências do trabalho. Tudo 
isso é necessário para que o trabalho possa atingir os resultados dese-
jados (IIDA, GUIMARÃES, 2018).
A Ergonomia é conhecimento e ação; o conhecimento é cientí-
fico e se esforça para chegar a modelos explicativos gerais; a ação visa 
melhor adaptar o trabalho aos trabalhadores (CAZAMIAN, 1973 apud 
ANDREA, 2016).
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OBJETIVOS GERAIS DA ERGONOMIA
Segundo Thibodeau (1995), a ergonomia contribui no projeto 
e modificação nos ambientes de trabalho maximizando a produção, en-
quanto aponta as melhores condições de saúde e bem-estar para os 
que atuam nesses ambientes. Para isso, não se restringe a analisar 
a interação entre o operador e o produto/equipamento, a atividade e 
o ambiente laborais, mas também engloba o contexto organizacional, 
psicossocial e político de um sistema.
Figura 1 – O Sedentarismo e a Ergonomia
Fonte: SILVA (2010)
Tabela 1 – Ergonomia: A Capacidade Humana e seus Limites
Fonte: SILVA (2010)
Barbosa Filho (2010) define os objetivos da Ergonomia como um 
estudo de conhecimentos Antropométricos e Neurossensoriais, de modo 
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que proporcione condições em um ambiente de trabalho que sejam per-
tinentes ao homem, resultando positivamente no aumento de sua produ-
tividade através de ambientes de trabalho saudáveis e seguros, que exi-
jam um menor desgaste dos trabalhadores e alcance um maior resultado.
Figura 2 - Exemplo Prático de Antropometria na Postura Sentada.
Fonte: IIDA 2005 apud SEMINOVA, 1979.
O Brasil nãopossui uma normatização de tabelas da ABNT 
com medidas antropométricas de referências, sendo assim utiliza os 
fundamentos das seguintes referências:
- Estudo Nacional de Despesa Familiar (1977): medidas de 
peso, altura e perímetro braquial, em duas regiões, RJ e PR, SC e RS.
- Iida e Wierzbicki (1973): 17 variáveis de 257 homens e 320 
mulheres da linha de montagem de produtos eletrônicos da Philips (SP).
- Ferreira (1988): 3.100 trabalhadores, somente homens adultos, 
ocupados na produção de uma empresa do RJ.
- A Ergonomia se preocupa em garantir que o projeto do produto, 
do equipamento, dos sistemas, entre outros complemente as forças e as 
habilidades.
- Postura: é a atitude que a pessoa assume, utilizando a menor 
quantidade de esforço muscular e ao mesmo tempo protegendo as estru-
turas de suporte contra traumas. A postura é o aspecto mais influenciado 
pela cadeira e mobiliário corporativo. O assento e o mobiliário estão em 
contato físico direto com o corpo, e irão favorecer o aspecto postural.
A ilustração abaixo mostra os fatores estudados pela Ergono-
mia, os quais influenciam no desempenho do sistema produtivo, procu-
rando reduzir as consequências nocivas sobre o trabalhador. O principal 
objetivo da Ergonomia é colaborar para satisfazer as necessidades hu-
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manas dentro do ambiente de trabalho, gerar saúde e bem-estar. Para 
que isso aconteça é necessário realizar um estudo cuidadoso do tra-
balho com o propósito de identificar fatores inconciliáveis no ambiente 
de trabalho e suas consequências para os indivíduos. Depois de fazer 
uma análise cautelosa eliminam-se prejuízos e elementos agressores 
que possam trazer perdas em qualquer função fundamental na vida do 
trabalhador (ALEXANDRE, 1998, p. 85).
 Tendo em vista que existe uma preocupação da Ciência Ergo-
nômica em dois aspectos muito importantes é a produtividade relacionada 
a outros feitos da organização e o outro está ligado a pessoas, com total 
preocupação em sua abrangência como: saúde, satisfação com o trabalho 
entre outros. O tema saúde envolve uma série de cuidados, uma vez que 
esse assunto vem se evoluindo com o passar dos anos, transformando a 
visão paliativa ou preventiva a uma visão construtiva, se preocupando com 
a saúde física e cognitiva do trabalhador (FALZON, 2007, p. 04).
 Em seus estudos, a Ergonomia procura reduzir a fadiga, estres-
se, erros e acidentes, proporcionando saúde, segurança, satisfação aos 
trabalhadores, durante a sua interação com esse sistema produtivo. A 
eficiência virá como consequência. Em geral, não se aceita colocar a efi-
ciência como objetivo principal da Ergonomia, porque ela, isoladamente, 
poderia justificar a adoção de prática que levem ao aumento dos riscos, 
além do sacrifício e do sofrimento dos trabalhadores. Isso seria inaceitá-
vel, porque a Ergonomia visa: preservar a saúde e segurança; satisfação; 
eficiência e produtividade dos trabalhadores (IIDA, GUIMARÃES, 2018).
Figura 3 – Ergonomia.
Fonte: IIDA; GUIMARÃES (2018, p. 5).
Vejamos cada um desses pontos:
- Saúde e Segurança: a saúde e a segurança do trabalhador 
são preservadas quando as exigências do trabalho e do ambiente es-
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tiverem dentro das capacidades e limitações desse trabalhador, sem 
ultrapassar certos limites fisiológicos e cognitivos, de modo a evitar as 
situações de estresse, fadiga, riscos de acidentes e de doenças ocupa-
cionais em longo prazo.
- Satisfação: a satisfação é o resultado do atendimento das ne-
cessidades e expectativas do trabalhador, produzindo uma sensação de 
bem-estar e conforto. Isso envolve também facilidade de aprendizagem, 
crescimentos pessoal/profissional do trabalhador, ambientes físico/so-
cial saudável e uma remuneração justa. A satisfação depende também 
de outros fatores, como salários, carreiras, reconhecimentos, promo-
ções, organização do trabalho, relacionamentos com a chefia, com os 
colegas de trabalho e com a família.
- Eficiência e Produtividade: a eficiência e produtividade medem 
os resultados obtidos, em comparação com os recursos empregados e 
uso do tempo. Elas resultam de um bom planejamento, organização do 
trabalho, da tecnologia e do conhecimento disponível para os trabalhado-
res, bem como da sua capacitação, de forma a proporcionar-lhes saúde, 
segurança e satisfação. A produtividade deve ser colocada dentro de cer-
tos limites, pois o seu aumento indiscriminado pode implicar em prejuízos 
à saúde, segurança e satisfação. Por exemplo, quando se aumenta a 
velocidade de uma máquina, aumenta-se a eficiência, mas há também 
uma probabilidade maior de ocorrer acidentes e prejuízos pela qualidade 
inferior da produção. Na produção industrial, há casos em que se conse-
gue aumentar a eficiência sem comprometer a segurança e a qualidade, 
mas isso exige investimentos em tecnologia, organização do trabalho e 
treinamento dos trabalhadores, a fim de eliminar os fatores de risco. Do 
contrário, os custos adicionais podem tornar-se maiores que os lucros 
adicionais, o que não justifica o aumento da produtividade.
- Minorias Populacionais: há uma crescente preocupação da 
Ergonomia em atender às necessidades específicas de certas minorias 
populacionais, como os idosos, obesos, crianças e pessoas com defici-
ência (LIDA; GUIMARÃES, 2018).
OBJETIVOS MICRO E MACROERGONÔMICOS
Em 1998, Silva já ponderava que a Macroergonomia era apon-
tada como um possível agente catalisador nas transformações orga-
nizacionais, fornecendo elementos determinantes para a condução do 
processo de mudança e elaboração de intervenções. De forma simples, 
pode-se resumir esta contribuição na afirmativa de que, se os indivídu-
os em sua complexa rede de interações internas e externas interfaces 
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com o ambiente, tecnologia e estrutura organizacional satisfazem seus 
vários estágios de necessidades, a tendência é de que o sistema orga-
nizacional como um todo tenha um comportamento mais harmônico.
O PROFISSIONAL ERGONOMISTA
Uma vez explicado que a Ergonomia atua de maneira transdis-
ciplinar, podemos falar um pouco sobre a atuação desse profissional ao 
longo de sua vida profissional, que vem sendo muito solicitado pelas em-
presas para atender diversas demandas como as normas legais vigen-
tes e avaliações mais bem elaboradas. O Ergonomista tem como função 
melhorar o ambiente de trabalho, com fins na eficiência e produtividade. 
Para atender as demandas elencadas, esse profissional preci-
so de uma formação sólida e conhecimentos das mais diversas áreas 
como vimos anteriormente. Possuir conhecimento prévio de formação 
acadêmica de nível superior dos sistemas humanos para poder inter-
pretar e planejar melhorias ergonômicas que protejam o ser humano no 
seu ambiente de trabalho. Conhecer de anatomia humana, biomecânica 
(que analisa o movimento do corpo humano), ferramentas ergonômicas, 
medidas antropométricas, fisioterapia, antropometria, psicologia, doen-
ças de trabalho, riscos ambientais, tudo isso, como base para poder 
elaborar a Análise Ergonômica do Trabalho com o mínimo de sucesso.
Em outras palavras, a prática ergonômica caracteriza-se por 
metodologias que integram ferramentas de várias origens. Esse con-
junto de métodos trabalha com conhecimentos diferenciados – Adminis-
tração; Psicologia; Fisiologia; Biomecânica; Antropometria; Engenharia; 
Medicina entre outros -, e constitui-se em dois eventos básicos: análise 
ergonômica e intervenção ergonômica. Fialho e Neri (1995) explicam os 
três momentos da análise ergonômica:
- Análise da Demanda: refere-se à definição do problema a ser 
analisado e começa com a negociação com os atores envolvidos.
- Análise da Tarefa: refere-se a parte explicitada sobre aquilo que 
o trabalhador deve realizar e as condições técnicas dessa realização.- Análise das Atividades: corresponde aquilo que efetivamente 
o trabalhador realiza para executar a tarefa, ou seja, a análise do de-
sempenho do homem no trabalho.
A Análise Ergonômica consiste na identificação das condições 
técnicas, organizacionais e humanas, bem como a avaliação dos efeitos 
do trabalho sobre o operador e o sistema produtivo. A Intervenção Ergonô-
mica acontece por ocasião da concepção e correção de postos de trabalho, 
produtos e serviço, seguida da higiene e segurança no trabalho, atingindo 
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a formação profissional. Percebe-se que há uma interconexão entre teoria 
e prática, e não se pode configurar uma dissociação desse processo, pois 
o experimento organizacional depende do aporte acadêmico, e vice-versa 
(PEREIRA et al., 1998). Passos Resumida das Profissões:
- Elaborar um Programa de Ergonomia, que consiste no levan-
tamento dos riscos ergonômicos e na concepção do programa de Er-
gonomia.
- Conscientizar os funcionários, o que se dá através de treina-
mentos e palestras acerca dos riscos ergonômicos e sua prevenção.
- Promover o aperfeiçoamento do Programa de Ergonomia, 
que se dá através da correção e aperfeiçoamento do programa de ergo-
nomia aplicado no ambiente de trabalho.
Vale frisar que o Ministério do Trabalho, através da Secretaria 
de Inspeção do Trabalho (SIT), divulgou a Norma Técnica (NT) n. º 287-
2016, trazendo esclarecimentos a respeito do Profissional Capacitado 
para realizar a Análise Ergonômica do Trabalho, segundo a Norma Re-
gulamentadora NR17, e para ministrar treinamentos em ergonomia. Ou 
seja, o profissional é aquele que tem as habilidades necessárias e que 
possui especialização, formação na área de Ergonomia, inclusive que 
o elaborador pode responder por uma AET mal elaborada. Então que 
fiquem atentos aos seus direitos, deveres e responsabilidades!
CARÁTER TRANSDISCIPLINAR DA ERGONOMIA
A Ergonomia é uma disciplina de caráter multidisciplinar que fun-
damenta seu estudo em várias áreas científicas e utiliza este conheci-
mento para atingir sua finalidade que é adaptar o trabalho ao ser humano.
Figura 4 - Multidisciplinaridade da Ergonomia
Fonte: SCARPIM (2010)
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Diversas áreas do conhecimento são utilizadas, como por 
exemplo: da Organização do Trabalho, da Medicina, Fisiologia e Psico-
logia do Trabalho; da Psicologia Cognitiva; da Psicologia da Percepção 
Visual; da Sociologia; da Antropologia e Antropometria; da Teoria da In-
formação; das Engenharias de Produção, Industrial, de Segurança, de 
Sistemas e outras; da Arquitetura e Urbanismo; do Design do Produto, 
Gráfico, Moda, Ambiente, “Light”, “Sound” e outros; da Comunicação 
Social; e de tecnologias diversas, como da Informática, Cibernética, Te-
lemática, Robótica e outras, além de Normas Nacionais e Internacionais 
(ABNT, ISO, SAP, DIN, entre outras) (FILHO, 2010). Filho (2010), p. 45-
46 elenca as seguintes características:
A Multidisciplinaridade: refere-se um conjunto de disciplinas que trata, simul-
taneamente, de uma dada questão, sem que os profissionais implicados es-
tabeleçam efetivas trocas entre si. Portanto, cada especialista emprega sua 
metodologia, com base em suas hipóteses e teorias, e o objeto em questão 
é visto sob múltiplos pontos de vista, numa justaposição de conhecimentos.
A Interdisciplinaridade: o prefixo Inter, por si só, marca a presença de uma ação 
recíproca de um elemento sobre o outro e vice-versa. Em uma equipe inter-
disciplinar, há possibilidade de troca de instrumentos, técnicas, metodologia e 
esquemas conceituais entre as disciplinas. Dessa forma, trata-se de um diá-
logo que leva ao enriquecimento e transformação das disciplinas envolvidas. 
Interdisciplinaridade implica na interação de diferentes disciplinas científicas 
sob a coordenação de uma delas.
A Transdisciplinaridade: esta abordagem busca resolver um problema do 
mundo real com base na experiência acadêmica e não acadêmica, articu-
lando os conhecimentos a fim de propor soluções para o problema. Ou seja, 
transcende o âmbito de cada disciplina e surge por meio de uma articulação 
que possibilita o surgimento de uma nova visão da natureza e da realidade.
Abaixo elencamos algumas das disciplinas que constituem a 
ciência ergonômica e suas contribuições:
- A Antropometria e a Biomecânica oferecem informações so-
bre as dimensões e os movimentos do corpo humano.
- A Anatomia e a Fisiologia Aplicada contribuem com dados so-
bre a estrutura e o funcionamento do corpo humano.
- A Psicologia colabora com os dados sobre os parâmetros do 
comportamento humano.
- A Higiene Industrial, a Física, a Estatística e outras cooperam 
com conhecimentos e estudos completos do sistema homem-máquina-
-ambiente de trabalho, visando a uma melhor adequação do trabalho 
ao homem.
- A Medicina do Trabalho. Para Vieira (2000) as doenças ocu-
pacionais são definidas como aquelas que: 
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[...] ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão 
corporal, perturbação funcional ou doenças, que cause a morte ou perda, ou 
redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (p. 276).
Assim:
- Os Médicos do trabalho podem ajudar na identificação de lo-
cais que possam vir a provocar acidentes ou doenças ocupacionais e 
podem realizar acompanhamento de saúde nos trabalhadores.
- Os Analistas do trabalho ajudam no estudo dos métodos, tem-
pos e postos de trabalho.
- Os Psicólogos, geralmente envolvidos em seleção e treinamen-
to de pessoal, podem ajudar também na implantação de novos métodos.
- Os Engenheiros podem ajudar nos aspectos técnicos modifi-
cando as máquinas e os ambientes de trabalho.
- Os Desenhistas Industriais podem ajudar na adaptação de 
máquinas e equipamentos, projetos de postos de trabalho e sistemas 
de comunicações.
- Os profissionais da Educação Física podem ajudar com téc-
nicas e exercícios de compensação em atividades de trabalho, assim 
como programas de aptidão física (MERINO 2011).
Fechando um pouco o leque de relações da Ergonomia apre-
ciem a ilustração abaixo.
Figura 5 - Ergonomia
Fonte: VIDAL E MÁSCULO (2011, p. 27).
ERGONOMIA: DISCIPLINA ÚTIL, PRÁTICA E APLICÁVEL 
Como disciplina prática, a Ergonomia busca encaminhar so-
luções sempre adequadas aos usuários, operadores e à realidade das 
empresas e organizações onde as intervenções ergonômicas tem lugar. 
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Ela até pode limitar a produção de um laudo, de um parecer, de uma 
avaliação se essa for à demanda feita à Ergonomia, no entanto, na atu-
alidade ela se faz presente através de projetos que levem a mudanças 
necessárias e significativas.
BENEFÍCIOS DA INTERFACE DE ATUAÇÃO DA ERGONOMIA
A Ergonomia vai permitir que exista interfaces adequadas, as 
quais atenderão de forma conjunta, integrada e coerente aos critérios 
de conforto, eficiência e segurança. Com isso, será possível trabalhar 
corretamente:
- Sem as dores lombares no uso de modernos computadores 
em confortáveis escritórios.
- Executando as operações de manuseio de tecidos num am-
biente condizente, sem intoxicações e sem perda de material.
- Encontrando os pedidos de peças, livros, itens eletrônicos, 
enfim, realizando operações de estoque numa forma eficiente e menos 
estressante, garantindo a qualidade de atendimento.
- Organizando a logística de entregas de forma adequada e 
preparando o motorista, o cliente e as rotas para evitar problemas reais 
do caos urbano (MÁSCULO; VIDAL, 2011).
DOMÍNIOS DE ESPECIALIZAÇÃO DA ERGONOMIA NA ATUALIDADE
A associação internacional de Ergonomia divide a ergonomia 
em três ramos de especialização, visando permitir ao homem uma me-
lhor condição de trabalho, saúde, satisfação, segurança e eficiência no 
desempenhodas atividades. 
Ergonomia Física
A Ergonomia Física busca melhorar a relação do homem com 
a máquina, equipamentos, móveis e objetos de trabalho, assim, suas 
ações objetivam avaliar se a cadeira proporciona postura adequada, 
avaliar a vibração de determinados instrumentos, avalia também a 
movimentação adequada no levantamento e manipulação de objetos, 
etc. Além de avaliar, a ergonomia física se objetiva em orientar e 
conscientizar para que a saúde física seja preservada. 
A importância da modalidade reside na contribuição decisiva 
em relação a problemas constatados nos sistemas de trabalho. Essa 
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particularização coloca como exigência, em geral, reconfigurações do 
posto de trabalho que irão implicar em mudanças na tecnologia física 
que muitas vezes podem ser tornar inviáveis do posto de vista financei-
ro. (Cf. DUL; WEERDMEESTER, 2001). No quadro abaixo temos algu-
mas formas de manifestação que promovem desconforto no trabalho a 
serem trabalhadas pela Ergonomia
Figura 6 - Pressão que o Corpo sofre nas Diferentes Posições e Posturas
Fonte: COUTO (1995).
Tabela 2 – Manifestações de Desconforto
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Quando o ser humano se encontra na posição sentada, a pri-
meira alteração que ocorre é o aumento na pressão dos discos inter-
vertebrais da coluna lombar, cerca de 50%, o que gera uma tendência 
à degeneração dos mesmos. “Esse aumento se deve à eliminação do 
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amortecimento de pressões dado pelo arco dos pés e pelos tecidos mo-
les dos membros inferiores”. (COUTO, 1995, p. 74).
Ergonomia Cognitiva
Este dá uma atenção maior aos processos mentais, com a per-
cepção, memória, modo de pensar e resposta motora, fazendo uma 
interação entre pessoas e outros elementos que compõe o sistema. 
Prioriza a carga mental, tomada de decisão, interação homem-máquina, 
estresse e treinamento.
Ergonomia Organizacional
Trata da otimização dos sistemas sócios técnicos, ou seja, que 
incluem pessoas como partes inerentes do sistema e suas estruturas 
organizacionais, de processos e políticas. Os pontos relevantes nesse 
tipo de ergonomia são: as comunicações, o trabalho realizado em gru-
po, os projetos participativos, o trabalho cooperativo, a organização em 
rede, a cultura organizacional, a organização temporal do trabalho e a 
gestão da qualidade.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRT Prova: Psicologia Nível: Superior
Um projeto Ergonômico de uma empresa deve levar em conta parâ-
metros que permitam a adaptação das condições de trabalho:
a) Aos processos de prevenção de doenças infectocontagiosas.
b) Aos programas de medicina do trabalho.
c) Às necessidades sociais dos trabalhadores.
d) Aos programas motivacionais implantados.
e) Às características psicofisiológicas dos trabalhadores.
QUESTÃO 2
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRT Prova: Psicologia Nível: Superior
A abordagem que procura fazer aproximações da Ergonomia ao 
estudo das exigências afetivas das tarefas aponta que a Ergono-
mia dá fundamental contribuição para que os trabalhadores pos-
sam desenvolver e expressar afetos positivos e para explicar:
a) O processo de amor pelo trabalho.
b) Porque eles reivindicam.
c) O que ocorre quando eles apresentam baixa confiança.
d) Quando e porque eles sofrem.
e) Tudo o que eles necessitam para darem resultados.
QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRT Prova: Psicologia Nível: Superior
A Ergonomia estuda:
a) A dimensão simbólica do que é compartilhado e construído social-
mente, demonstrando as implicações de quem influencia e é influencia-
do nos diversos contextos culturais e antropológicos da empresa.
b) O homem como parte integrante e responsável pela preservação do 
ecossistema e dos insumos da natureza, bem como ator do desenvol-
vimento sustentável.
c) As condições de trabalho ligadas à pessoa e fundamenta-se na medi-
cina, na psicologia, na motricidade e na tecnologia industrial, visando ao 
conforto e ao desempenho nas diversas posições de trabalho.
d) A consciência de que os bens são finitos e de que a distribuição de 
bens, recursos e serviços deve envolver de forma equitativa a respon-
sabilidade e os direitos da sociedade.
e) A capacidade de mobilizar recursos para atingir resultados em am-
biente cada vez mais complexo, mutável e competitivo.
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QUESTÃO 4
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRT Prova: Psicologia Nível: Superior
É campo de ação da Ergonomia:
I. As escalas métricas e a jornada de trabalho;
II. O meio ambiente físico (ruído, iluminação, vibrações, ambiente 
térmico);
III. As características materiais do trabalho.
É correto o que consta em: 
a) I e III, apenas.
b) I, II e III.
c) II e III, apenas.
d) I, apenas.
e) II, apenas.
QUESTÃO 5
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRT Prova: Psicologia Nível: Superior
Os Estudos Ergonômicos apresentam tanto descrições dos motivos 
dos conflitos vividos pelos trabalhadores quantas recomendações e 
orientações práticas para transformar as situações de trabalho para 
que correspondam às possibilidades e às capacidades dos: 
a) Fornecedores.
b) Inspetores.
c) Trabalhadores.
d) Agregados.
e) Peritos.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
A Ergonomia (Ergonomics), também chamada de fatores humanos (Hu-
man Factors), é o estudo da adaptação do trabalho ao ser humano. 
Nesse sentido, cite o campo de atuação da Ergonomia.
TREINO INÉDITO
Assinale a alternativa que indica o principal objetivo que existe 
acerca do estudo da adaptação do trabalho ao ser humano.
a) Saúde laboral.
b) Saúde relativa.
c) Saúde autônoma.
d) Saúde peculiar.
e) NDA. 
NA MÍDIA
O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE ERGONOMIA
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Falar de Ergonomia ainda é muito complexo para muitas pessoas e 
empresas. A falta de conhecimento sobre o assunto implica em baixa 
produtividade, afastamento da empresa e complicações para a saúde 
do trabalhador LER/DORT. Entenda o que é Ergonomia, onde e por-
que devemos saber mais sobre este assunto.
Fonte: Reliza
Data: Sem data
Leia na íntegra em: https://www.reliza.com.br/o-que-voce-precisa-sa-
ber-sobre-ergonomia/. 
NA PRÁTICA
No artigo abaixo se mostrou um estudo realizado em uma grande empre-
sa de materiais de construção da Grande Florianópolis e teve por obje-
tivo, analisar do ponto de vista da Ergonomia, o Ambiente de Trabalho e 
as Atividades Desenvolvidas pelo Auxiliar do Almoxarifado. Este tipo de 
ambiente quando não há um cuidado voltado ao desempenho das ativi-
dades, pode trazer alguns problemas de saúde para o funcionário bem 
como, uma produtividade abaixo do potencial da equipe interna e dos 
envolvidos no processo. Para verificar a situação real do ambiente e com-
pará-la com a literatura, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa com 
abordagem de estudo de caso. Para tal, foram realizadas visitas in loco, 
aplicação de questionários, entrevistas, medições dos fatores ambientais 
e observações da rotina de trabalho. Os resultados mostraram que as 
condições ambientais influenciam no trabalhador do setor. Por fim, elabo-
raram-se sugestões com orientações baseadas na NR17, com o intuito 
de melhorar a rotina de trabalho e a satisfação dos funcionários do setor.
Fonte: http://www.revistas.udesc.br/index.php/dapesquisa/article/down-
load/7452/5268. 
PARA SABER MAIS
Filme sobre o assunto: A Face Perversa do Trabalho
Peça de teatro: Doutores da Prevenção
Acesse os links: https://youtu.be/1I9tGvHx1Hg. 
https://youtu.be/a5pXLcGkvjY. 
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De imediato, justificamos que, para além de algumas narrati-
vas anedóticas e breves relatos históricos, é importante queas ciências 
sejam introduzidas aos seus estudiosos e aplicadores de maneira pro-
funda, isto porque as diferentes áreas do conhecimento vão adquirindo, 
ao longo de sua evolução, características muito peculiares. As formas 
de interpretar o mundo, com uma linguagem própria e com diferentes 
técnicas de investigação vão construindo as diversas especialidades.
Essa evolução das diversas ciências, cada uma a seu ritmo, 
nos mostra que elas caminham com acertos e erros, o que decerto não 
inviabiliza sua credibilidade, simplesmente mostra que existem limites 
e obstáculos a serem ultrapassados no seu processo de construção, 
fazendo teorias e modelos ser revistos e retificados quando necessário.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA
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Figura 7 - Combate essa Evolução
Fonte: WACHOWICZ (2016)
Como diz Gurgel (2017), a ciência é parte da sociedade, influen-
ciando e sendo influenciada por ela. Contextos e necessidades externas 
à ciência influenciam seu desenvolvimento, deixando com maior clareza 
a marca de seu período histórico. Por outro lado, não apenas produtos da 
ciência afetam e transformam as sociedades, como muitas de suas ideias 
alimentam novas mentalidades e estimulam diferentes tipos de criação. 
Pois bem, veremos nos tópicos abaixo como a Ergonomia se fez, e que 
seus avanços científicos e tecnológicos resultaram em produtos e manei-
ras de agir que integram a vida da maioria das pessoas na atualidade.
DA ANTIGUIDADE AO MUNDO MODERNO
Ergos (trabalho) e Nomos (normas) formam a palavra que de-
signa a ciência responsável por estudar as condições de trabalho. Ainda 
que o nascimento da Ergonomia tenha oficialmente ocorrido no século 
XX, considera-se que, desde a pré-história, os homens buscam técni-
cas para adaptar o trabalho às condições humanas e não o contrário.
Moraes e Mont’Alvão (2000) afirmam que desde as civiliza-
ções antigas o homem se preocupa em adequar a forma das pe-
gas dos instrumentos a forma da mão humana buscando aperfeiçoar 
as ferramentas, instrumentos e utensílios que utiliza em suas ativida-
des cotidianas de modo a proporcionar mais conforto na utilização. De 
tempos ‘mui’ remotos trazemos Leonardo Da Vinci com sua curiosidade 
científica acerca do homem e seu entorno. Em seus estudos e projetos, 
as máquinas e suas funções se ajustavam ao homem, facilitando a exe-
cução de diversas ações.
De acordo com Martins (2008 apud Lima et al., 2010), o corpo 
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humano é o ponto de partida para o projeto de produto. Dessa forma, 
os estudos minuciosos de Leonardo acerca da anatomia humana, prin-
cipalmente seu estudo sobre “O Homem Vitruviano”, são precursores 
essenciais do estudo da Antropometria e da Ergonomia. O médico ita-
liano Bernardino Ramazzini (1633-1714) foi o primeiro a escrever sobre 
doenças e lesões relacionadas ao trabalho, em sua publicação de 1700 
“De Morbis Artificum” (Doenças ocupacionais). Ramazzini foi discrimi-
nado por seus colegas médicos por visitar os locais de trabalho de seus 
pacientes a fim de identificar as causas de seus problemas.
Os estudos dos médicos e higienistas ganharam espaço e con-
tribuíram para minimizar as doenças provenientes do trabalho. Entre os 
inúmeros abnegados e idealistas que contribuíram para melhorar a quali-
dade de vida dos homens do passado, destaca-se o médico francês Phi-
libert Patissier. Ele recomenda aos ourives levantar a cabeça de vez em 
quando e olhar para o infinito como modo de evitar a fadiga visual. Tam-
bém preconiza proteção nos moinhos e concebe máquinas para diminuir 
o esforço físico, como as máquinas de lavar, e vai além, realizando as 
primeiras estatísticas sobre mortalidade e morbidade da população ope-
rária (SCARPIM et al., 2010). Atribui-se ao cientista polonês, Wojciech 
Jarstembowsky a primeira definição de Ergonomia, em 1857, época da 
Revolução Industrial na Europa. Esta primeira definição estabelecia que:
A Ergonomia como uma ciência do trabalho requer que entendamos a ativi-
dade humana em termos de esforço, pensamento, relacionamento e dedica-
ção (JASTRZEBOWSKI, 1857).
Principalmente, durante a Revolução Industrial, ocorrida a par-
tir do século XVIII, que a necessidade de adaptar as atividades ocupa-
cionais às necessidades humanas se tornou um problema maior com a 
existência das primeiras fábricas que não ofereciam condições de salu-
bridade aos trabalhadores (IIDA, 2005).
Figura 8 - Revolução Industrial. 
Fonte: WACHOWICZ (2016)
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No final do século XVIII o trabalho era bastante desgastante com 
jornadas excessivas, trabalhadores expostos a condições insalubres, 
mortes e trabalho semiescravo. Tal situação era devido ao contexto socio-
econômico da época, onde as indústrias europeia e americana estavam 
se adequando e buscando elevar a produção em frente a escassez de 
mão de obra qualificada e no limite da matéria prima (ABRAHÃO, 2009).
ERGONOMIA NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
Na primeira metade do século passado apresenta-se com dois 
movimentos diferentes: produtividade e satisfação do trabalhador. A origem 
e evolução da ergonomia são consequência das transformações socioeco-
nômicas e, sobretudo, tecnológicas que ocorreram no mundo do trabalho 
a partir da segunda metade do século passado. Da produção artesanal, 
passando pela automação à robótica, a relação do homem com seu traba-
lho tem sofrido mudanças estruturais profundas. De acordo com Iida (2005, 
p. 05) “Ao contrário de muitas outras ciências cujas origens se perdem no 
tempo e no espaço, a ergonomia tem uma data oficial de nascimento: 12 
de julho de 1949. Nesse dia, reuniu-se, pela primeira vez, na Inglaterra, um 
grupo de cientistas e pesquisadores interessados em discutir e formalizar a 
existência desse novo ramo de aplicação interdisciplinar da ciência”. 
O século XX foi demarcado pelo modelo fordista e taylorista na 
forma de organização e produção das mercadorias. Consistia na orga-
nização do processo produtivo de massas de produtos homogêneos, 
operando através de grandes linhas de montagem. Ou seja, o fordismo 
agrega ao processo produtivo a noção de produção em série. De outro 
lado, o controle do tempo e dos movimentos dos operários no proces-
so produtivo são resultados das ideias e estudos de Taylor (OLIVEIRA, 
2005). A Ergonomia com seu paradigma mecânico/termodinâmico do 
ser humano foi o desaguar de atividades milenares a partir de diversas 
disciplinas científicas, como mostra o quadro abaixo.
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Tabelas 3 – Formadoras do Pensamento Ergonômico Clássico
Fonte: VIDAL (2001, p. 9).
A ERGONOMIA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Quando a 2ª Guerra Mundial eclodiu, houve a necessidade 
de adaptar os instrumentos bélicos, para que o operador ficasse me-
nos tenso, reduzindo, assim, o nível de tensão e de risco de acidentes. 
Depois da guerra, surge na Inglaterra o Ergonomics Research Society, 
uma sociedade de pesquisadores preocupados em estudar o ambiente 
laboral, o que contribui para a difusão da ergonomia em todo o mundo, 
colocando em prática, todo o conhecimento adquirido durante as duas 
guerras, melhorando, desta forma a produtividade e as condições de 
vida da população, particularmente, os trabalhadores (IIDA, 1998).
Esclarece Abrantes (2011) que, em 1945 após a segunda guer-
ra mundial, a produção passou a exigir uma interação cognitiva entre 
homem-máquina principalmente com o uso de painéis e mostradores, 
onde o trabalhador passa a visualizar um dado ou valor numa determi-
nada velocidade e tem que tomar uma decisão, após o cérebro efetuar 
o processamento da informação. Nasce nesse momento a ergonomia 
cognitiva, representadapelo médico suíço Etienne Grandjean (1914-
1991) e o engenheiro alemão Karl H. E. Kroemer nascido em 1933.
Em 1949, um engenheiro inglês chamado Murrel, criou na In-
glaterra, na Universidade de Oxford, a primeira Sociedade Nacional de 
Ergonomia, a Ergonomics Research Society. Em 1959, foi organizada a 
Associação Internacional de Ergonomia, em Estocolmo. Já em 1959, a re-
comendação n.º 112, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) dedi-
cava-se aos serviços de saúde ocupacional, com as seguintes finalidades:
- Proteger o trabalhador contra qualquer risco à sua saúde e 
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que decorra do trabalho ou das condições em que ele é cumprido.
- Concorrer para o ajustamento físico e mental do trabalhador 
a suas atividades na empresa, através da adaptação do trabalho ao ser 
humano e pela colocação deste em setor que atenda às suas aptidões.
- Contribuir para o estabelecimento e manutenção do mais alto 
grau possível de bem-estar físico e mental dos trabalhadores.
No ano de 1960, foi difundida pela Organização Internacional 
do Trabalho (OIT) a definição do estudo da ergonomia como sendo a 
“Aplicação das ciências biológicas conjuntamente com as ciências da en-
genharia para lograr o ótimo ajustamento do homem ao seu trabalho, e 
assegurar, simultaneamente, eficiência e bem-estar” (MIRANDA, 1980).
O World Health Organization (1997) define a qualidade de vida 
como percepção do indivíduo de sua posição na vida, dentro dos con-
textos culturais e de valores nos quais vive, e também no que diz respei-
to aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.
Podemos dizer então que a qualidade de vida em relação ao 
trabalho também é capaz de ser definida desta forma, porém mediante 
a percepção do indivíduo de sua posição no ambiente de trabalho Viei-
ra e Hanashiro (1996, apud Blattman; Borges, 1998, p. 49) colocam a 
qualidade de vida no trabalho como a: 
[...] melhoria nas condições de trabalho, com extensão a to-
das as funções de qualquer natureza e nível hierárquico, nas variações 
comportamentais, ambientais e organizacionais que venham, junta-
mente com políticas de Recursos Humanos condizentes, humanizar o 
emprego, de forma a obter-se um resultado satisfatório, tanto para o 
empregado como para a organização. 
Um profissional que atua em um ambiente que atende suas 
distintas necessidades, provavelmente trabalha mais motivado, é mais 
participativo e, consequentemente, irá trazer benefícios para a empresa 
e também para si própria. Para Conte (2003, apud Silva; Lucas, 2009, 
p. 388) “A meta principal do programa de QVT é a conciliação dos inte-
resses dos indivíduos e das organizações, ou seja, ao melhorar a satis-
fação do trabalhador, melhora-se a produtividade da empresa”.
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Tabela 4 – Consequencias Diretas sobre o Resultado da Produção
Fonte: MERINO (2011).
A qualidade de vida do homem no trabalho tem sido a tônica 
dos nossos estudos em Ergonomia até o momento e assim o será até o 
final do curso, portanto, frisaremos sempre que as influências das más 
condições de trabalho terão consequências diretas sobre o resultado 
da produção. Estas podem ser categorizadas em três diferentes níveis:
A) Sobre o Homem: fadiga, envelhecimento, acidentes, doen-
ças ocupacionais.
B) Sobre a Produção: baixa de produtividade, da qualidade e 
da competitividade.
C) Sobre o Plano Econômico: custos das más condições de 
trabalho para a empresa e para o país.
Todas essas consequências podem ser evitadas, na medida em 
que estas condicionantes sejam evidenciadas e tratadas de forma siste-
mática, tentando reduzi-las, minimizá-las e caso for possível, eliminá-las.
ERGONOMIA NA CONTEMPORANEIDADE 
No mundo do trabalho contemporâneo, complexo e heterogê-
neo, a automação e a nova organização produtiva estabeleceram novas 
formas de execução do trabalho, inclusive há um novo conceito, distinto 
da relação empregatícia ou mesmo de um emprego “flexível”, nos con-
tratos de trabalho se adaptando ao contexto atual (OLIVEIRA, 2005).
Os tempos modernos chamaram a Biometria, a Bioquímica, a 
Biomecânica, a Psicologia Social, a Sociologia e outras ciências a da-
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rem suas importantes contribuições para a Ergonomia, ou seja, elas 
davam bases científicas necessárias, mas exigências técnicas, econô-
micas e mesmo a pressão social dos trabalhadores somam-se na atu-
alidade para que a Ergonomia tenha atenção para todo um contexto 
interdisciplinar que lhe exigido para atender as demandas.
Um exemplo de exigência técnica seria a concepção de má-
quinas complexas e sua utilização em situações extremas que exigem 
muito mais atuação do homem. Quanto às exigências econômicas, é 
evidente que o desenvolvimento dos meios técnicos de produção se faz 
acompanhar de um aumento da complexidade das máquinas. Essas 
precisam trabalhar mais e por mais tempo. Ao mesmo tempo é imputa-
do ao trabalhador encargos decorrentes da má utilização ou incidente 
em sua manobra que os setores financeiros não permitem.
Por fim, submetidos a condições de trabalho que põem em ris-
co sua saúde, a um ritmo acelerado de produção, à fragmentação das 
tarefas, à agressão do meio ambiente ruído, poeira, vibrações, a altera-
ções periódicas dos horários de trabalho, entre outros, os trabalhadores 
não toleram a diferença entre os imensos esforços exigidos por uma 
industrialização sempre mais aperfeiçoada e as raríssimas ações rea-
lizadas para mudar as condições de trabalho, salvo quando se trata de 
aumentar a produção. A noção de melhoria das condições de trabalho 
aparece muito cedo na história do movimento operário; mas, frequen-
temente, ela só se traduz em reivindicações de medidas de proteção 
limitação da jornada de trabalho, proteção contra o ruído, que são mais 
fáceis de serem alcançadas e generalizadas.
Entretanto, a resistência para suportar condições de trabalho 
penosas aumenta nos países industrializados como se verifica pelo ape-
lo à mão de obra estrangeira e por sua significativa presença em empre-
gos nos quais as condições de trabalho é severo, trabalho em cadeia, 
construção civil, entre outros. Esses três tipos de pressão impulsiona-
ram o desenvolvimento de pesquisas sobre o desempenho do homem 
em atividade, particularmente em atividade profissional, levando a que 
se reunissem os conhecimentos já adquiridos a fim de torná-los úteis à 
organização e à concepção dos meios de trabalho, sem, contudo, pro-
vocar aplicações idênticas, na prática. A utilização de conhecimentos 
ergonômicos liga-se aos objetivos das empresas, das populações que 
as compõem e da sociedade a que pertencem.
Tais conhecimentos servem tanto para aumentar a eficácia de 
um sistema de produção como para diminuir a carga de trabalho do 
operador. Mas esses objetivos muitas vezes são contraditórios, consta-
tando-se frequentemente que a melhoria de um posto de trabalho feita a 
partir de dados ergonômicos não se faz acompanhar simultaneamente 
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por uma atenuação da carga de trabalho para o operário: um dispositivo 
mais aperfeiçoado no comando de uma máquina fará com que um mes-
mo operador conduza duas delas; o rendimento aumenta, mas também 
aumenta simultaneamente o trabalho do operário.
A Ergonomia se aplica dentro de um determinado quadro político. Assim, não 
se constitui num fator de melhoria das condições de trabalho. Na maioria dos 
casos, foi através de pressões sociais, feitas principalmente pelos sindicatos 
e pelos operários, que as mudanças mais significativas foram alcançadas 
(CASTRO, 2017, p.7-8).
Cameron e Corkindale (1994) distinguem três fases históricas 
dos estudos e pesquisas relacionados as trabalho: 
- Adaptação do homem a máquina: os estudos se concentram 
sobrea máquina, procurando formar e selecionar os operadores de 
acordo com as exigências dela.
- Erro humano, que pode levar a acidentes e a custos econô-
micos: surge a consciência de que os estudos devem concentrar-se no 
homem, a fim de respeitar e conhecer seus limites.
- Sistema homem – máquina: as investigações se reconduzem 
aos sistemas determinados pelo homem e pela máquina, buscando sua 
mútua adaptação e operacionalidade.
De acordo com Hendrick (1993 apud Vidal, 2001; Corrêa; Bo-
letti, 2015), a evolução da Ergonomia pós Segunda Guerra Mundial 
pode ser organizada em quatro fases, segundo a tecnologia enfocada, 
detalhada no quadro abaixo.
Tabela 5 - Fases da Ergonomia
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Fonte: CORRÊA; BOLETTI (2015, p.7).
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A ERGONOMIA NO BRASIL - PARA REFLETIR
A Ergonomia no Brasil viveu seu momento de destaque a partir 
da década de 1980, quando vários pesquisadores brasileiros retornaram 
da França, após desenvolverem mestrado e doutorado, sob a orientação 
do professor Alain Wisner ou do professor Maurice de Montmollin, e ingres-
saram em universidades de vários Estados Brasileiros, criando ou contri-
buindo para a realização de cursos de especialização em Ergonomia. Sem 
dúvida, esse fato contribuiu para a divulgação da Ergonomia no país, bem 
como para despertar o interesse de pesquisadores que se envolveram com 
essa área de pesquisa na formação de novos ergonomistas.
Já os congressos de Ergonomia têm contribuído significativa-
mente para fazer a divulgação das pesquisas já desenvolvidas e em 
desenvolvimento pelos grupos de pesquisa e estudiosos da área, es-
pecialmente aquelas realizadas em programas de pós-graduação. To-
davia, os autores ressaltam que o primeiro congresso de Ergonomia 
ocorreu em setembro de 1974 – 1º Seminário Brasileiro de Ergonomia 
– e foi considerado um marco para a história da Ergonomia Brasileira.
O tema certificação que vem sendo um dos pilares dos sistemas 
de gestão nas empresas brasileiras e mundiais tem tido alguma expres-
são no campo da ergonomia e dos fatores humanos de forma explicita ou 
implícita. Em agosto de 1983 ocorreu a criação da Associação Brasileira 
de Ergonomia (ABERGO), que passou a organizar congressos, uma for-
ma de divulgar as pesquisas e de estabelecer um debate crítico sobre a 
produção científica entre pesquisadores nacionais e internacionais. 
O Sistema de Certificação do Ergonomista Brasileiro (SisCEB) 
foi originalmente aprovado na Assembleia Geral Ordinária da ABERGO, 
realizada durante o ABERGO 2002 - XII Congresso Brasileiro de Ergo-
nomia, ocorrido na cidade de Recife, Pernambuco, no dia 4 setembro 
de 2002. Em seguida, foi homologado e complementado no 1º. Fórum 
de Certificação do Ergonomista Brasileiro, ocorrido na cidade de Ouro 
Preto, Minas Gerais, em 24 de outubro de 2003. Em agosto de 2000, 
segundo Campos (2019) a Associação Internacional de Ergonomia a 
(IEA) (www.iea.cc) adotou a definição oficial apresentada a seguir:
A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao 
entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou 
sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a 
fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema. (n.p.)
Sobre o nível de difusão dos conhecimentos de Ergonomia, 
Iida e Guimarães (2018) explicam que a Associação Internacional de 
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Ergonomia considera cinco níveis de difusão dos conhecimentos cientí-
ficos e tecnológicos, em círculos cada vez mais abrangentes.
Nível 1 - o conhecimento é dominado apenas por um número 
restrito de pesquisadores e professores.
Nível 2 - o conhecimento é aperfeiçoado através de conheci-
mento prévio adquirido através da culturalidade.
Nível 3 - o conhecimento é dominado por estudantes universi-
tários em geral.
Nível 4 - o conhecimento é dominado por empresários, políticos 
e outras pessoas da sociedade, que tomam decisões de interesse geral.
Nível 5 - o conhecimento é incorporado ao processo produtivo 
e passa a ser “consumido” pela população em geral.
Verifica-se que até o Nível 3, os conhecimentos circulam no 
âmbito restrito de pesquisadores e estudantes. A partir do Nível 4, pas-
sam ao domínio mais amplo dos não especialistas da área. A partir dis-
so, os conhecimentos passam a gerar benefícios sociais e econômicos. 
No último Nível, costuma-se dizer que o conhecimento chegou às “pra-
teleiras dos supermercados”, ou seja, foi incorporado aos produtos e 
serviços disponíveis no mercado.
Os tempos que decorrem entre esses níveis podem ser muito 
diversos. No século XVIII, decorreram cerca de oitenta anos entre a 
invenção e a aplicação do alto-forno e das baterias elétricas. Já o telé-
grafo e rádio, inventados no século XIX, encontraram aplicações após 
quarenta anos. No século XX, para invenções como a televisão e a 
penicilina, esses tempos foram reduzidos para vinte anos. Para o nylon 
e o transistor, cerca de dez anos. Atualmente, algumas invenções en-
contram aplicações quase imediatas. Contudo, para um conjunto de co-
nhecimentos interdisciplinares como a Ergonomia, o tempo necessário 
para difundir-se na sociedade pode ser maior.
No Brasil, pode-se considerar que já foram ultrapassados os 
Níveis 1 a 3, descritos anteriormente, e se caminha para os Níveis 4 
e 5, pois alguns conhecimentos de Ergonomia já foram incorporados 
em legislações e normas técnicas. A Norma Regulamentadora n. º 17 - 
Ergonomia, inserida na Portaria MTb/GM n. º 3.214, de 08 de junho de 
1978, com as alterações da Portaria nº. 3.751, de 23 de novembro de 
1990, do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, foi o primeiro 
passo para a difusão da disciplina no Nível 4. 
Conforme estabelece o Item 17.1, da NR-17, o principal objetivo 
é de estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições 
de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de 
modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho 
eficiente. Para isso, cabem às empresas realizarem a análise ergonômica 
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do trabalho, abordando, no mínimo, as condições do local de atuação.
Conhecida comumente como estudo científico da relação 
entre o homem e seus ambientes de trabalho, a Ergonomia tem 
alguns objetivos básicos que são: possibilitar o conforto ao indi-
víduo e proporcionar a prevenção de acidentes e do aparecimento 
de patologias específicas para determinado tipo de trabalho.
Leia mais em: https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,-
MI241198,71043-Importancia+da+Ergonomia. 
A NR-17 é de extrema relevância, eis que algumas doenças de 
trabalho são desenvolvidas a partir da exposição ao risco ergonômico 
que muitos trabalhadores estão sujeitos, como por exemplo: Lesão por 
Esforço Repetitivo (LER); trabalhos realizados em pé durante toda a 
jornada; levantamentos de cargas; monotonia, fadiga, dentre outros.
Vale ressalta que essa Norma Regulamentadora possui cará-
ter legal que permite punir empresas que não adequem os postos de 
trabalho de modo a manter a segurança dos seus colaboradores, o não 
cumprimento dos artigos cumpridos nessa norma variam de advertên-
cias à suspensão das atividades em casos mais graves. Dessa forma, é 
fundamental aplicar medidas corretivas para cumprir a lei, uma vez que 
o aumento da produtividade é superior em ambientes ergonomicamente 
adaptados.
Figura 9 – Postura Correta ao sentar em Frente ao Computador
Fonte: WACHOWICZ (2016)
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) tem reali-
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zado esforços para gerar normas sobre produtos e processos, incorpo-
rando os conhecimentos em Ergonomia.
A qualidadede vida do ser humano quer no trabalho, no 
lazer, na sociedade de maneira geral, está bem deteriorada na atu-
alidade, seja porque os recursos naturais estão cada vez mais es-
cassos, seja porque a tensão nos centros urbanos está em níveis 
bem altos, então, todos temos que modificarmos nossos compor-
tamentos, nossas relações com o trabalho, com a máquina, com as 
tecnologias, com nossos pares.
A Ergonomia pode contribuir para solucionar um grande núme-
ro de problemas sociais relacionados com a saúde, segurança, confor-
to e eficácia. A Ergonomia pode contribuir para a prevenção de erros, 
quando estes partem do ser humano em sua relação com as máquinas, 
melhorando o desempenho (MERINO 2011).
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2013 Banca: FCC Órgão: TRT Prova: Psicologia Nível: Supe-
rior
Estudos mostram que no Brasil o grupo das Lesões por Esforços 
Repetitivos (LER) persistiu ocupando o primeiro plano das aten-
ções em saúde do trabalhador, que continuam voltadas para dis-
funções e incapacidades que atingem membros superiores, om-
bro e pescoço. Uma vertente acredita que para uma abordagem 
ergonômica se torne eficaz é essencial que sejam consideradas 
as características da organização do trabalho e os aspectos psi-
cossociais e enfatiza-se uma ergonomia participativa, envolvendo 
uma equipe multidisciplinar, sendo que os esforços preventivos 
devem caminhar no sentido de uma detecção: 
a) Biossocial.
b) Completa.
c) Simbólica.
d) Perfeita.
e) Precoce.
QUESTÃO 2
Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: TJ Prova: Engenharia Mecânica Ní-
vel: Superior
A Ergonomia, aliada ao movimento de Gestão de Qualidade, é uma 
base para a melhoria contínua dos processos produtivos. Porém, 
diferentemente da qualidade, que é uma exigência de mercado 
(Normas ISO), a Ergonomia tem, no Brasil, exigência de lei, pela 
Norma Regulamentadora 17 (NR-17), do Ministério do Trabalho e 
Emprego. Assim sendo, qualquer ergonomista tem como função:
a) Atuar na área de saúde como médico do trabalho no âmbito da em-
presa.
b) Avaliar tarefas e postos de trabalho de modo a buscar adaptar ao 
trabalhador.
c) Projetar e executar projetos de produtos sob a ótica ergonômica.
d) Integrar obrigatoriamente a CIPA da empresa da qual fazem parte.
e) Estabelecer os padrões de higiene necessários ao desenvolvimento 
das atividades na empresa.
QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: TJ Prova: Engenharia Mecânica Ní-
vel: Superior
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Para fins de Registro de Responsabilidade Técnica (RRT), defini-
do em resolução própria do Conselho de Arquitetura e Urbanismo 
do Brasil (CAU/BR), os projetos de adequação ergonômica, dentro 
das atribuições profissionais dos arquitetos e urbanistas, serão re-
presentados no Sistema de Informação e Comunicação do Conse-
lho de Arquitetura e Urbanismo (SICCAU) como: 
a) Arquitetura de interiores.
b) Conforto ambiental.
c) Instalação e equipamentos referentes à arquitetura.
d) Urbanismo e desenho urbano.
e) Arquitetura paisagística.
QUESTÃO 4
Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: TJ Prova: Engenharia Mecânica Ní-
vel: Superior
Os Riscos Ocupacionais classificados em: físicos, químicos, bioló-
gicos, ergonômicos e de acidentes estão presentes nos ambientes 
de trabalho. Eles são regulamentados no Brasil pela Portaria N.º 
25, de 29 de dezembro de 1994, do Ministério de Trabalho e Empre-
go (MTE) (Anexo IV – NR5- CIPA). Sobre os Riscos Ocupacionais, 
assinale a alternativa correta.
a) Riscos Ocupacionais Físicos compreendem o esforço físico intenso, 
monotonia e repetitividade.
b) Riscos Ocupacionais Ergonômicos são representados pelas vibra-
ções, radiações ionizantes e não ionizantes e eletricidade.
c) Riscos Ocupacionais Químicos são representados pela probabilidade 
de incêndio e explosão.
d) Riscos Ocupacionais Biológicos são representados pelas bactérias, 
vírus, protozoários.
e) Riscos Ocupacionais de Acidentes são representados por animais 
peçonhentos, fungos e parasitas.
QUESTÃO 5
Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: TJ Prova: Engenharia Mecânica Ní-
vel: Superior
Segurança do Trabalho pode ser entendida como os conjuntos de 
medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de tra-
balho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e 
a capacidade de trabalho do trabalhador. Marque V para as verda-
deiras e F para as falsas e assinale a alternativa correta.
(___) Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de 
Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações, Psicologia na 
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Engenharia de Segurança, Comunicação e Treinamento, Adminis-
tração aplicada à Engenharia de Segurança, O Ambiente e as Doen-
ças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, 
Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, 
Perícias, Proteção do Meio Ambiente, Ergonomia são disciplinas 
estudadas pela Segurança do Trabalho.
(____) Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), que 
tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorren-
tes do trabalho, de modo a tornar incompatível permanentemente 
o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do 
trabalhador.
(____) A Segurança do Trabalho é definida por Normas e Leis. No 
Brasil, a Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de Nor-
mas Regulamentadoras, Leis Complementares, como Portarias e 
Decretos e também as Convenções do Ministério do Trabalho, rati-
ficadas pelo Brasil.
(____) Acidente de Trabalho é aquele que acontece no exercício 
do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou 
perturbação funcional podendo causar morte, perda ou redução 
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
(____) O Acidente de Trabalho deve-se principalmente a duas cau-
sas: ato inseguro, praticado pelo homem, que está contra as nor-
mas de segurança e condição insegura, quando o ambiente de tra-
balho oferece perigo e ou risco ao trabalhador.
a) V – F – F – V – V.
b) F – F – V – V – V.
c) V – F – F – V – V.
d) V – V – V – V – F.
e) V – F – F – F – V.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Os tempos modernos chamaram a Biometria, a Bioquímica, a Biomecâ-
nica, a Psicologia Social, a Sociologia e outras ciências a darem suas 
importantes contribuições para a Ergonomia, ou seja, elas davam bases 
científicas necessárias, mas exigências técnicas, econômicas e mesmo 
a pressão social dos trabalhadores somam-se na atualidade para que a 
Ergonomia tenha atenção para todo um contexto interdisciplinar que lhe 
exigido para atender as demandas. Nesse sentido, explique a importân-
cia da Ergonomia no ambiente de trabalho. 
TREINO INÉDITO
O estudo da Ergonomia remonta aos precedentes do século XVIII. 
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Nesse sentido, assinale a alternativa que indica o período em que 
pesquisadores de várias universidades brasileiras passaram a in-
troduzir a Ergonomia como objetivo de estudo de várias áreas do 
conhecimento. 
a) 1970.
b) 2010.
c) 2019.
d) 1950.
e) NDA.
NA MÍDIA
OS ESTUDOS DE LEONARDO DA VINCI E SUA AÇÃO PRECURSO-
RA NA ERGONOMIA
O estudo da Ergonomia é fascinante e carrega consigo o poder de des-
vendar uma série de informações ainda pouca exploradas, entre elas 
destaca-se a investigação dos precursores dessa ciência, portanto es-
tabelecer que ela seja uma ciência nova conduz a uma afirmação equi-
vocada. No entanto, sua origem oficial é estabelecida quando da oficia-
lização pelo engenheiro inglês Kenneth Frank Hywel Murrell da Primeira 
Sociedade de Ergonomia do Mundo, a Ergonomic Research Society, no 
ano de 1949.
SILVA, JCP., and PASCHOARELLI, LC., orgs. A evolução histórica da 
Ergonomia no mundo e seus pioneiros [online]. São Paulo: Editora 
UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. 103 p. ISBN 978-85-
7983-120-1. Available from SciELO Books.
NAPRÁTICA
A Ergonomia é a área que se aprofunda na relação entre o homem 
moderno e as atividades operacionais que ele executa. Essa ciência 
busca promover a perfeita integração entre as condições de trabalho 
ao contemplar as limitações físicas e psicológicas do indivíduo e do 
sistema produtivo. O objetivo da Ergonomia é aumentar a eficiência or-
ganizacional e a saúde, segurança e conforto do funcionário. Para isso, 
avalia questões como: 
- A postura dos trabalhadores ao executar suas funções rotineiras.
- Os movimentos corporais realizados pelos funcionários durante suas 
atividades.
- Os fatores físico-ambientais que envolvem o trabalho.
- Os equipamentos utilizados durante a operação.
Fonte: https://nucleohealthcare.com.br/blog/2019/05/01/quais-sao-os-
-tipos-de-ergonomia-confira/.
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PARA SABER MAIS
Filme sobre o assunto: Amor sem Escalas 
Peça de teatro: Mexa-se 2
Acesse os links: 
https://youtu.be/akiSNL9H6FA. 
https://youtu.be/VRSp49DJ73k. 
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S O campo de intervenção da Ergonomia é amplo, podendo ser 
classificado de acordo com a abordagem, a perspectiva e a finalidade, 
ou ainda o âmbito e contexto da intervenção. Abaixo a classificação de 
Vidal (2001 p 28):
Tabela 6 – Classificação da Ergonomia
Fonte: VIDAL (2001 p 28).
APLICAÇÕES DA ERGONOMIA
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No que respeita ao âmbito da intervenção, Rebelo (2017) di-
ferencia em Ergonomia de Produção e Ergonomia do Produto. A Er-
gonomia do Produto é uma disciplina que disponibiliza metodologias 
que permitem guiar as escolhas estratégicas do desenvolvimento de um 
produto, numa perspectiva de Design Total. Situando-se assim numa 
área de estudos que abrange o conceito do produto, o projeto, o pro-
cesso de produção, a comercialização, a utilização, acabando na reci-
clagem do produto. Normalmente está associada à concepção e deve 
surgir logo nas fases iniciais do desenvolvimento de um produto.
Processo é uma série lógica de transações que transforma 
entradas em resultados ou saídas (Andersen, 1999). Segundo Jeston 
(2008) a ideia do trabalho ser visto através de processos é nova, datan-
do a época de Frederick Taylor na virada do último século. Através da 
análise do processo, é possível propor um gerenciamento, no sentido 
de oferecer melhorias, mediante um prévio mapeamento.
Referente à Ergonomia da Produção, está vocacionada para 
o estudo e adaptação das condições de trabalho às necessidades, ca-
raterísticas e limitações dos trabalhadores, em termos organizacionais, 
físicos e ambientais. Geralmente, está associada à correção de proble-
mas que ocorrem em sistemas de trabalho existentes.
Figura 10 – Funcionário de Montadora Utilizando EXOESQUELETO EM 
LINHA DE PRODUÇÃO
Fonte: VIDAL (2001 p 28).
Seja qual for o âmbito, a intervenção ergonômica nos desen-
volve mais variados contextos, tais como: doméstico, industrial, hos-
pitalar, escolar, agrícola, transportes e meio urbano. Dependendo do 
contexto e do âmbito de intervenção, existem aspectos fundamentais 
que a Ergonomia utiliza para estruturar a sua intervenção, que são:
- As consequências para o sistema – traduzem na produtivida-
de, nomeadamente no nível da quantidade e qualidade do produto final, 
ou erros que possam comprometer a segurança do sistema.
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- As consequências para o utilizador ou trabalhador – em ter-
mos de fadiga, problemas físicos, psicológicos ou sociais, decorrentes 
de condições inadequadas de interação (REBELO 2017, p.17-8).
- O envolvimento ambiental: abrange a temperatura, o ruído, 
a iluminação, as vibrações, os gases, as poeiras, os vapores e outros, 
que estão presentes no momento da interação.
- O envolvimento comunicacional e/ou informacional: referente às 
informações apresentadas, comunicações existentes dentro do sistema, e 
consequências no decurso do processamento e tomada de decisão.
- O envolvimento emocional: inclui as reações emocionais das 
pessoas antes, durante e após a interação, procurando compreender as 
situações que estão na origem de experiências de utilização positivas;
- O envolvimento físico: engloba as dimensões dos espaços, 
as caraterísticas, por exemplo, das máquinas, ferramentas, eletrodo-
mésticos, veículos automóveis.
- O envolvimento organizacional: integram aspectos relaciona-
dos com horários, turnos de trabalho, equipes de trabalho, ritmos de 
trabalho, autonomia e responsabilização dos trabalhadores.
- O homem: nas suas caraterísticas físicas, cognitivas, sociais 
e na influência do sexo, idade, competências e motivação na interação 
com o meio. 
- Os modos operatórios: traduzem nas estratégias colocadas em 
jogo pelo homem no decorrer da interação com os elementos do sistema.
ERGONOMIA DE CONCEPÇÃO
A Ergonomia de Concepção refere-se à aplicação que se faz 
durante o projeto do produto, da máquina, ambiente ou sistema. As de-
cisões são tomadas com fundamento nas situações hipotéticas sobre 
um sistema que ainda não existe.
O nível dessas decisões pode ser melhorado, buscando-se in-
formações em situações semelhantes que já existam ou construindo-se 
modelos tridimensionais de postos de trabalho em madeira ou papelão, 
ou usando-se softwares de modelos virtuais, nos quais as situações 
de trabalho podem ser simuladas a custos relativamente baixos (IIDA; 
GUIMARÃES, 2018). Da união dos Conceitos de Design e da Ergono-
mia surgiu o Ergo Design, que de acordo com Mont’Alvão (2007), é uma 
abordagem sem barreiras, interativa e interdisciplinar, que garante uma 
transformação direta de dados ergonômicos no processo de projeto e 
estimula a suave interação da “teoria na prática”. 
Segundo Mendonça e Almeida Jr. (2007), o desenvolvimento 
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de produtos, que atendem às questões ergonômicas necessita, do en-
volvimento de profissionais de diversas áreas de conhecimento para 
garantir um embasamento técnico-científico que excede a visão do de-
signer de produto.
Figura 11 – Projetos de Concepção Ergonômica
Fonte: WACHOWICZ (2016)
ERGONOMIA DE CORREÇÃO, DE ENQUADRAMENTO OU DE RE-
MANEJAMENTO
A Ergonomia de Correção é aplicada em situações reais, já exis-
tentes, para resolver problemas que se refletem na segurança, fadiga ex-
cessiva, doenças do trabalhador ou quantidade e qualidade da produção. 
Atuar na correção é mais fácil do que na concepção porque já se sabe 
quais são os problemas a resolver. Há casos também como o recall de 
produtos defeituosos, que podem envolver custos elevados e prejuízos à 
reputação da empresa. Seguindo a classificação de Vidal (2001), pode-
mos sintetizar as finalidades de ação da ergonomia, a saber:
- Ergonomia de Correção: busca minimizar ou corrigir as roti-
nas de trabalho, adequando aos conceitos básicos de conforto, bem-es-
tar e de saúde.
- Ergonomia de Enquadramento: visa implementar um padrão 
a ser seguido, estabelecido internamente por estratégia de uma empre-
sa ou imposta pela legislação ou sindicato.
- Ergonomia de Remanejamento: realiza mudanças para aper-
feiçoar processos, matéria-prima, logística e até mesmo pessoas. Apro-
veita as mudanças para corrigir erros antigos.
- Ergonomia de Modernização: altera os processos de forma 
abrangente e profunda, envolvendo modernização de equipamentos 
(softwares e hardwares) e melhoria da qualidade, capacitando e espe-
cializando a mão de obra.
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ERGONOMIA DE CONSCIENTIZAÇÃO
A Conscientização geralmente é feita por meio de cursos de 
treinamento e frequentes reciclagens, ensinando o trabalhador a operar 
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