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FISIOTERAPIA APLICADA À SAÚDE DO TRABALHADOR (3) (1)

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Prévia do material em texto

FISIOTERAPIA APLICADA À 
SAÚDE DO TRABALHADOR
PROF.A MA. ELY CLÉA DA SILVA ZANATTA
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Maria Albertina Ferreira do 
Nascimento
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Fernando Sachetti Bomfim
Marta Yumi Ando
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Aliana de Araújo Camolez
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande 
responsabilidade sobre as escolhas que 
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida 
acadêmica e profissional, refletindo diretamente 
em nossa vida pessoal e em nossas relações 
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade 
é exigente e busca por tecnologia, informação 
e conhecimento advindos de profissionais que 
possuam novas habilidades para liderança e 
sobrevivência no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, 
capaz de formar cidadãos integrantes de uma 
sociedade justa, preparados para o mercado de 
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................4
 1. HISTÓRIA DA ERGONOMIA E DO TRABALHO .......................................................................................................6
1.1 TRABALHO E DOENÇA EM FUNÇÃO DO TRABALHO NO DECORRER DO TEMPO.............................................6
2. INTRODUÇÃO À ERGONOMIA ................................................................................................................................ 12
3. CONCEITOS EM ERGONOMIA ............................................................................................................................... 13
4. CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DE INTERVENÇÃO DA ERGONOMIA ........................................................................ 14
5. FASES DA ERGONOMIA .......................................................................................................................................... 16
6. OBJETIVO E OBJETO DA ERGONOMIA .................................................................................................................. 18
7. FISIOTERAPIA DO TRABALHO ................................................................................................................................ 18
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................... 21
ESTABELECIMENTO DAS RELAÇÕES ENTRE O HOMEM, O 
TRABALHO, CONCEITOS DE ERGONOMIA E A FISIOTERAPIA 
DO TRABALHO
PROF.A MA. ELY CLÉA DA SILVA ZANATTA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
FISIOTERAPIA APLICADA À SAÚDE 
DO TRABALHADOR
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INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a), é com grande satisfação que apresentamos a você o conteúdo que 
fará parte da disciplina “Fisioterapia aplicada à saúde do trabalhador”. Como fisioterapeuta do 
trabalho em empresas, devido à importância de antecipar doenças e acidentes nos mais diversos 
ambientes de trabalho, utilizei referências consideradas básicas para ergonomia e, através de um 
material baseado em evidências, pretende-se contribuir para a condução de um aprendizado 
teórico, mas baseado na prática atual desse conteúdo.
Sou a professora Ely Cléa da Silva Zanatta, com formação em Fisioterapia e Especialização 
em Fisioterapia do Trabalho, com vários cursos de formação em Análise Ergonômica do 
Trabalho, Ferramentas para Análise Ergonômica do Trabalho, Laudos Ergonômicos, Perícia 
Judicial do Trabalho, Gestão em Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho, Tabela 23 do 
eSocial: Realização de AET, Riscos Psicossociais e Cognitivos: Uma compreensão para a prática 
da Ergonomia e do e-Social.
  Pretende-se, portanto, com este material, levar você a reflexões e à compreensão 
da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e consciente, como convém ao profissional 
que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica 
impõe ao mundo contemporâneo. Assim, elaborou-se o presente material com a intenção de 
torná-lo subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto 
na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira 
escolhida.
Os conteúdos de aprendizagem dessa primeira unidade são: História da Ergonomia e do 
trabalho; Introdução à Ergonomia; Conceitos em Ergonomia; Classificação e tipos de intervenção 
da Ergonomia; Fases da Ergonomia; Objetivo e objeto da Ergonomia; Regulamentação da 
fisioterapia no trabalho; Conceito de Fisioterapia no trabalho; Objetivos da Fisioterapia no 
trabalho e Áreas de atuação do fisioterapeuta do trabalho.
Os hábitos e as exigências das pessoas mudam com o passar do tempo. Com a evolução 
da sociedade, algumas coisas podem se tornar inaceitáveis para uma geração, sendo que outras 
as consideravam aceitáveis. E com a evolução dos meios de comunicação, determinados fatos 
que aconteciam em um determinado local tornam-se mundiais em um curto período de tempo.
As pessoas estão reivindicando condições melhores de trabalho e de vida. Devido a 
situações econômicas e sociais, as pessoas do mercado comum estão requerendo condições 
equivalentes de trabalho, colocando os diversos países em um nível compatível entre si.
Buscando a igualdade, diversas melhorias são solicitadas de forma que as soluções 
ergonômicas para o trabalho necessitam constantemente de crescimento.
Atualmente, nas grandes e pequenas empresas que atuam em diversos segmentos, está 
ocorrendo um processo de conscientização no que se refere à importância da promoção de saúde 
e da prevenção de doenças ocupacionais para seus funcionários. Tal tendência se traduz em um 
processo que equilibra a qualidade de vida do indivíduo com a produtividade da empresa.
O homem, que é o principal envolvido em um processo de trabalho, sofre os seus efeitos 
positivos e negativos. No tocante aos efeitos negativos, estes devem ser analisados para que se 
possa adequar a ocupação ao indivíduo.
A finalidade principal da ação ergonômica é a adequação da ocupação ao sujeito. Essa 
ação deve ajustar seus métodos e condições de sua aplicação ao contexto, às questões e ao que foi 
identificado como parte envolvida.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
As possibilidades de transformações do trabalho decorrem de um processo de elaboração 
do qual participam ativamente os diferentes sujeitos envolvidos, com seus pontos de vista e 
próprios interesses.
O caminho a seguir com o desenvolvimento prático e a aplicação de métodos ergonômicos 
ocorre através de uma melhor antecipação e apreciação de alterações no trabalho humano, as 
quais serão efetuadas por meio da introdução de novidades tecnológicas para o trabalho.
A progressãode métodos adequados de ergonomia ou a aclimação dos métodos existentes 
deve utilizar métodos quantitativos e qualitativos, além das orientações.
As empresas investem em ergonomia por várias razões, dentre elas estão: o retorno sobre 
o investimento; a obrigação ética de fornecer um ambiente de trabalho seguro, de conformidade 
regulamentar; manter-se competitivas no mercado para os funcionários mais talentosos e de 
acordo com a negociação coletiva.
Na busca da competitividade, é preciso proteger os ativos organizacionais, e por meio da 
ergonomia, reduzir custos médicos, baixar o absenteísmo e melhorar a satisfação do trabalhador.
Pensando em tudo o que foi abordado acima, desejo a você, acadêmico(a), uma ótima 
aula e leitura proveitosa sobre todos os temas que serão abordados nas unidades desta disciplina. 
E lembre-se: vencer está em 1% de inspiração e 99% de transpiração. Vamos iniciar então? Ótimos 
estudos!
 
Alguns questionamentos que proponho para discussão mental agora e depois que 
finalizar o módulo novamente, com o propósito de encontrar o melhor caminho:
 • Por que o trabalho e a realização pessoal parecem viver um eterno conflito? 
Seriam as características do ambiente de trabalho?
 • Por que o homem necessita ser “educado”, por que é preciso convencê-lo para o 
trabalho? Seria em decorrência de métodos de trabalho inadequados?
 • Até quando é necessário o desenvolvimento e o crescimento dos recursos da 
ergonomia?
Será que durante o período de tempo em que o homem ainda sofrer os diversos 
infortúnios 
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1. HISTÓRIA DA ERGONOMIA E DO TRABALHO
Resgatar a história do conhecimento na área em questão oferece mais sentido à caminhada 
que se propõe fazer, levando a valorizar o lugar onde se está hoje e a vislumbrar aonde se quer 
chegar.
Pensando nisso, o trabalho sempre foi próprio do homem. Desde a autossubsistência do 
homem primitivo, passando pela troca, pelo mercantilismo, pela escravidão, pela servidão e pela 
industrialização, as exigências laborais evoluíram. A inquietação, peculiar ao homem, faz com 
que ele modifique de forma rápida a sua vida e o seu trabalho, o que muitas vezes dificultou a 
normatização e a administração da relação entre o indivíduo e o trabalho.
A saúde ocupacional, em maior ou menor ligação com a fisiologia do trabalho, tem um 
lugar na ergonomia desde seus primeiros desenvolvimentos. Ela mobilizou a atenção para a 
proteção da saúde dos trabalhadores.
1.1 Trabalho e Doença em Função do Trabalho no Decorrer do 
Tempo
O conceito de trabalho nem sempre foi o mesmo e, no decorrer da história da humanidade, 
verificamos que o trabalho foi considerado de maneira bastante diferente, nas diversas épocas de 
sua evolução, gerando inovações no modelo de organização social e de trabalho.
A questão do trabalho sofreu uma evolução através dos tempos: a palavra trabalho se 
origina do latim tripalium, instrumento utilizado para tortura (instrumento onde eram atados 
os condenados ou animais difíceis de ferrar), ou tripaliare, cujo significado é torturar por 
intermédio do tripalium, equipamento de tortura, composto por três paus, ao qual eram atados 
os condenados, os gladiadores do circo romano e os escravos.
Trabalhar significava estar submetido à tortura. Isso é índice da infravaloração do 
trabalho, que se documenta na literatura medieval dos primeiros séculos.
Figura 1 - Tripallium: instrumento de tortura. Fonte: Rios (2015).
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O primeiro modo de trabalho foi a escravidão, no qual o escravo era considerado “res”, 
coisa, não tendo, portanto, direito algum, muito menos direitos trabalhistas.
O direito considerava o escravo como propriedade, e o trabalho físico era concebido como 
martírio e, durante um longo período, o trabalho apresentou o sentido de punição e de castigo.
       Assim, para os hebreus, o homem era simplesmente condenado a trabalhar. A 
tradição grega e a tradição judaico-cristã veem o trabalho como pena ou castigo, resultante da 
cólera dos deuses contra os humanos que desacataram suas ordens, levados pela ambição de 
desfrutarem de poderes que eram prerrogativas divinas.
Com o passar do tempo, no entanto, o desprezo pelo trabalho em geral foi substituído 
pelo desprezo pelo trabalho manual. Os gregos e os romanos só admitiam o trabalho manual para 
os escravos. As elites só se preocupavam com o trabalho intelectual, que correspondia, na visão 
deles, à parte nobre do homem. Assim sendo, o trabalho que exigisse força e destreza muscular e 
um contato direto com a matéria era considerado desprezível.
Na Idade Média, trabalhar significava cultivar a terra para produzir alimentos e cuidar 
do rebanho, que fornecia a lã para o vestuário. Havia três classes de pessoas: os sacerdotes, os 
quais pregavam; os nobres, que lutavam; e os trabalhadores, que eram considerados de uma 
classe inferior. A característica da Idade Média é a consolidação no campo e a sobrevivência nele 
durante um longo período, sob forma de escravidão.
Em uma época posterior, surgem os contratos agrários de prestação de serviços junto às 
explorações servis. Elevam-se à situação de servos os escravos, e reduzem-se a ela os camponeses 
e os pequenos proprietários a partir de uma prévia condição de liberdade.
Baseado nessa abordagem do trabalho através dos tempos, temos o conceito de trabalho:
Aplicação de um esforço aos dons da natureza para alcançar as coisas necessárias, 
a fim de alcançar as finalidades da vida (O’BRIEN, 1948).
Aplicação das forças e faculdades humanas para alcançar um determinado fim. 
Atividade coordenada, de caráter físico e/ou intelectual, necessária à realização 
de qualquer tarefa, serviço ou empreendimento. O exercício dessa atividade 
como ocupação, ofício, profissão. Pressupõe: Trabalho físico, intelectual e um 
fim (FERREIRA et al., 1995).
  Desde a época dos papiros egípcios, historiadores mostram, por intermédio de 
seus estudos, a associação do trabalho no desencadeamento do processo saúde-doença, e em 
tempos posteriores, a civilização greco-romana continuou esse processo.
A ação ergonômica vem demonstrando através dos tempos sua importância, de ajustar 
o trabalho ao homem, por meio da criação de ferramentas a partir de pedaços de pedra com 
o propósito de otimizar a atividade de caça, buscando, assim, conforto e eficiência no modo 
produtivo do caçador. É observada essa situação no período Pré-histórico. Dessa forma, fica 
evidente que a ação surgiu antes mesmo da criação da disciplina de ergonomia e do aparecimento 
do termo “ergonomia” no século XVIII.
O humano que viveu no período Pré-histórico, possivelmente, escolheu uma pedra com 
a forma que se adaptasse ao formato da sua mão, favorecendo o seu uso com maior facilidade, 
segurança e eficácia.
As ferramentas utilizadas para pegar água eram em forma de concha, de forma que a 
seleção de armas ocorria em conformidade com as limitações físicas e as particularidades da 
atividade a ser elaborada (ferramenta para caçar animal de pequeno porte, diferente da ferramenta 
utilizada para caçar grandes animais).
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Assim, é visto que, desde os tempos antigos, o ser humano busca realizar as suas atividades 
com o menor esforço e maior segurança.
Figura 2 - Utensílios utilizados pelo ser humano no período Pré-histórico com formato para a adaptação à mão. 
Fonte: Escola Educação (2020).
O trabalho, no aspecto histórico e de origem, tem tido diferentes significados no decorrer 
do tempo.
 No percurso da história, o indivíduo, no desenvolvimento das tarefas no trabalho, tem 
ajustado seu comportamento, e esses ajustes estimulam novos estudos nos pesquisadores, que 
destacama grande importância do trabalho na vida das pessoas.
Praticamente as pessoas que trabalham passam um considerável período de tempo da sua 
vida dentro de organizações, demonstrando, assim, o valor do trabalho na sociedade.
Hipócrates (século 4 a.C.) descreveu o quadro de envenenamento por chumbo entre 
mineiros, omitindo o recinto de trabalho e a ocupação. 
No século I, Plinius Secundus descreveu o aspecto dos trabalhadores expostos ao chumbo, 
mercúrio e poeira.
Galeno, em Roma, fez também referência ao envenenamento decorrente do trabalho com 
enxofre, zinco e vapores ácidos. Apesar de algumas doenças relacionadas ao trabalho terem sido 
reconhecidas cedo, as autoridades não forneceram solução para elas, e essa situação se manteve 
até o final da Idade Média.
Em 1556, Georgius Agrícola publicou o livro De re metalica, relatando seus estudos acerca 
dos problemas relacionados à extração de minerais, fundição da prata e do ouro, destacando-se a 
doença chamada por ele de “asma dos mineiros”, provocada por poeiras. A descrição dos sintomas 
e a rápida evolução da doença sugerem tratar-se de silicose, eventualmente acompanhada de 
câncer de pulmão.
Na Renascença, Bernardino Ramazzini, médico italiano, publicou o livro considerado 
a primeira obra que relacionou profissões e seus respectivos riscos De morbis artificum diatriba 
(Doenças do trabalho), ocasionados por produtos químicos, poeira, metais e outros agentes 
encontrados por trabalhadores em mais de 50 ocupações. Este foi um dos trabalhos pioneiros e 
base da medicina ocupacional, que desempenhou um papel fundamental em seu desenvolvimento.
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Mais tarde (século XIX), Villermé realizou estudos estatísticos, que resultaram num 
relatório, considerado o ponto de partida da legalização trabalhista, introduziu a análise de 
morbidade dos trabalhadores. 
No início do século XX na França, ocorreu o primeiro laboratório de pesquisa (trabalho 
profissional, fisiologia do trabalho), que constituiu a base da ergonomia do trabalho físico, 
contração muscular (dinâmica e estática).
A organização de uma atenção diferenciada à saúde de trabalhadores surge no mundo 
ocidental, no século XVIII, na Inglaterra, com a Revolução Industrial, período no qual os 
impactos sobre a vida e a saúde das pessoas foram objetos de inúmeros estudos.
Pressionados pelos prejuízos econômicos decorrentes dos altos índices de acidentes 
graves, adoecimento pelas péssimas condições de vida e trabalho e reivindicações de mudanças, 
industriais passaram a contratar médicos, atribuindo-lhes a responsabilidade de cuidar da saúde 
dos trabalhadores.
A situação só se modificaria com intensos movimentos sociais, que obrigou políticos e 
legisladores a introduzirem medidas legais de controle das condições e dos ambientes de trabalho. 
Em 1802, como consequência dessa mobilização, houve a redução da jornada de trabalho e a 
regulamentação da idade mínima para trabalhar. Em 1833, o “Factory Act - Lei das Fábricas” 
ampliaria as medidas de proteção aos trabalhadores.
Taylor propôs um método de otimização da mão de obra, conhecido como administração 
científica do trabalho ou “Taylorismo”. O savoir faire ou “saber fazer” do trabalhador era planejado 
por alguns e executados por outros, de forma que só havia uma maneira eficaz de realizar certa 
tarefa, sem haver a possibilidade de realizar formas de desvios ou adaptações.
Os trabalhadores foram caracterizados como “homens médios”, com tarefas simples e 
repetitivas e escolhidas de forma preconceituosa, de modo que os homens mais fortes executavam 
tarefas pesadas e os considerados mais fracos, as tarefas delicadas. As  crianças eram utilizadas 
em decorrência do pequeno tamanho das mãos, devido à facilidade no manuseio dos fios, na 
indústria de tecelagem.
As jornadas de trabalho eram muito longas, e ainda, eram premiados de acordo com 
a produtividade. Esse conceito, juntamente com a introdução da linha de montagem proposta 
por Henry Ford (1863-1947), levou ao adoecimento muitos trabalhadores, por não levar em 
consideração as variabilidades das atividades de trabalho.
O Fordismo, apesar de ser bom para os empresários que investiram no negócio, era 
negativo para os colaboradores. Estes não recebiam mais qualificação e executavam um trabalho 
repetitivo e desgastante e, além disso, recebiam baixos salários, já que o intuito era reduzir os 
preços da produção.
Os dois sistemas, Taylorismo e Fordismo, visavam à racionalização extrema da produção 
e, consequentemente, à maximização da produção e do lucro. O sucesso desses dois modelos fez 
com que várias empresas adotassem as técnicas desenvolvidas por Taylor e Ford, utilizadas até os 
dias atuais por algumas indústrias.
O Fordismo entrou em declínio quando, em 1980, surgiu o Toyotismo, que era um novo 
sistema de produção mais eficiente.
O taylorismo e o fordismo enfatizaram, basicamente, os princípios de produção. O 
taylorismo iniciou o período de produção industrial, organizando o trabalho de modo a obter 
grande produtividade. O taylorismo visava alcançar a fragmentação máxima do trabalho, de forma 
a minimizar as necessidades de habilidades e o tempo de aprendizado. Já o fordismo manteve o 
mecanismo de produção e organização, porém adicionou a esteira rolante, ditando um novo 
ritmo de trabalho. O Toyotismo, por sua vez, se concentrou no aspecto da cultura organizacional 
e sua importância para a competitividade de uma empresa.
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Características do Taylorismo
1. Fragmentação do trabalho em afazeres específicos;
2. Incremento da produtividade;
3. Grande nível de subordinação.
Características de produção do Fordismo
1. Padronização dos produtos;
2. Produção em larga proporção;
3. Uso de linhas de montagem;
4. Fragmentação do trabalho em pequenas tarefas.
Figura 3 - Linha de produção, foto de 1913. Fonte: Wikimedia Commons (2020).
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Figura 4 - Linha de produção: Fordismo. Fonte: Logística descomplicada (2013).
 
Características de produção do Toyotismo
1. Produção diversificada;
2. Eliminação de desperdício;
3. Autonomia;
4. Trabalhadores com múltiplas tarefas.
Charlie Chaplin – Tempos modernos (Modern Times) - 1936
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HAPilyrEzC4 
. No clássico filme Tempos modernos, de Charles Chaplin, fica 
evidente a crítica, apesar do tom de sátira, ao Fordismo e ao seu 
antecessor, o Taylorismo. No filme, o operário é programado para 
realizar suas atividades e sente a força da hierarquia. Esse clássico 
evidencia quatro pontos principais:
1. O trabalhador se via obrigado a se adequar ao trabalho;
2. O trabalho era repetitivo, desgastante e de baixa qualificação;
3. Cada um era responsável exclusivamente por uma etapa da produção;
4. Apesar de participar do processo de produção, o trabalhador era desvinculado 
do produto final.
O sistema de produção revela o desprezo pelo trabalhador enquanto ser pensante e 
também é evidenciado o controle burguês sobre o operário, a superespecialização 
de tarefas, culminando numa ignorância total do trabalhador em relação ao que 
ele produzia e o produto final daquilo.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Devido ao contexto socioeconômico no final do século XVIII, o trabalho era bastante 
desgastante com jornadas excessivas, trabalhadores expostos a condições insalubres, mortes e 
trabalho semiescravo. Condição esta atribuída à adequação das indústrias europeias e americanas 
à elevação da sua produção, diante de um quadro de deficiência de mão de obra qualificada e com 
recursosde matéria-prima operando no limite.
Na 1ª Guerra Mundial (1914-1917), os fisiologistas e psicólogos apresentavam o foco em 
aumentar a produção de armamentos.
Em 1921, foi criado o Instituto de Pesquisa Sobre Saúde no Trabalho para os trabalhos 
interdisciplinares.
Durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), o foco era a adaptação dos instrumentos 
bélicos (submarinos, tanques, aviões) às características e capacidades do operador, sendo que esse 
operador desempenhava sua função em condições ambientais desfavoráveis e tensas. O objetivo, 
nesse período, era melhorar o desempenho e reduzir a fadiga e os acidentes.
2. INTRODUÇÃO À ERGONOMIA
Os conceitos da ergonomia que se evidenciaram após a 2ª Guerra Mundial foram de 
grande valia, para favorecer o incremento de situações de melhorias nas atividades laborais e na 
produtividade dos colaboradores de modo geral, difundida velozmente.
O modelo mecanicista e repetitivo de produção acabou gerando uma grande diversidade 
de enfermidades, que hoje denominamos Lesões por Esforço Repetitivo (LER), ou Distúrbios 
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT).
Além dessas lesões, a repetição das atividades conduzia os trabalhadores a cometerem atos 
inseguros, seja por cansaço ou desatenção. Por consequência, gerou-se redução do trabalhador 
em outras atividades ou o afastamento para tratamento médico.
A ergonomia, no que se refere ao seu início e ao progresso, é produto da consequência da 
renovação socioeconômica e tecnológica que aconteceu no universo do trabalho após a segunda 
metade do século passado. Da fabricação rústica, passando pela automatização e a robótica, 
houve grandes transformações do relacionamento entre o indivíduo e seu trabalho.
No início da história, a ergonomia teve interesse no aprimoramento de pesquisas e projetos 
direcionados às questões de antropometria, esclarecimentos sobre controles, painéis, arranjo de 
local físico e em todo o universo que envolve o trabalho. Com o crescimento da tecnologia, a 
ergonomia agregou, em sua atenção, a evolução dos sistemas automatizados e informatizados, 
despertando a atenção para a relevância do trabalho mental, tal qual o trabalho físico.
Em 1949, por intermédio da Ergonomics Research Society na Inglaterra, irrompeu a 
ergonomia como disciplina, e 10 anos mais tarde, nos Estados Unidos, surgiram a Human Factors 
Society (HFS) e a International Ergonomics Society (IES). Já em 1963, na França, criou-se a 
Société d’Ergonomie de Langue Française (SELF).
No Brasil, fundou-se, em 1983, no Brasil, a Associação Brasileira de Ergonomia 
(ABERGO), filiada a IEA, em exercício de suas atividades até hoje.
Devido às condições desfavoráveis de trabalho e ao crescente absenteísmo na década 
de 1970 e 1980, houve então a necessidade de grandes transformações nesse cenário. Surgiu, 
obrigatoriamente, o dever de criação de leis para a proteção dos trabalhadores e fiscalizações nos 
locais de trabalho. Aliadas a isso, vieram as ações sindicais, que foi outro fator decisivo para a 
evolução da ergonomia.
 
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Com a inserção da informática nos anos 1980, surgiram os processos cognitivos (Ex.: 
interação homem-interface-computador, tomadas de decisões, carga mental, raciocínio). Dessa 
forma, as tarefas se tornaram complexas e demandavam alta competência dos trabalhadores (Ex.: 
engenheiro nuclear monitorando as transformações de uma usina por meio do computador).
A ergonomia cognitiva expandiu com o crescimento das inovações tecnológicas, 
incremento na automatização das fábricas. Como consequência disso, a ergonomia foi 
gradualmente agregando sua contribuição na intervenção preventiva de acidentes de trabalho 
por intermédio da confiabilidade humana e visão sistêmica das tarefas ocorridas no processo do 
trabalho.
A ergonomia apresenta forte participação nas atividades do cotidiano, tais como: 
comandos, botões e assentos dos automóveis que estão sendo produzidos. Com o crescimento de 
dispositivos de fácil manuseio, confortáveis, seguros e com desenho moderno, proporciona-se a 
adaptação da tarefa ao homem sempre.
3. CONCEITOS EM ERGONOMIA
Este termo possui origem grega: ergon, que significa “trabalho/força”, e nomos, que quer 
dizer “leis ou normas”, para denotar a ciência do trabalho, aplicando-se nas diferentes perspectivas 
da atividade humana.
O termo Ergonomia foi proposto na Inglaterra em 1950 por um grupo interdisciplinar 
de pesquisa, que discutia o surgimento de uma ciência inovadora. Nesse contexto, é fundada, na 
Universidade de Oxford, Inglaterra, a Ergonomic Research Society – Sociedade de Pesquisa em 
Ergonomia.
A ergonomia pode ainda ser conceituada como o conjunto dos conhecimentos científicos 
relacionados ao indivíduo e essenciais à concepção e instrumentos, máquinas e mecanismos, que 
seja capaz de oferecer o máximo de bem-estar, segurança e eficiência, quando manuseados.
Historicamente, a ergonomia já havia sido mencionada em um artigo chamado Ensaios 
de ergonomia ou ciência do trabalho, de autoria do polonês Woitej Yastembowsky em 1957; esse 
termo se expandiu mundialmente, a datar da fundação da Sociedade de Pesquisa em Ergonomia.
Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia (Abergo), a ergonomia é uma disciplina que 
busca modificar os sistemas de trabalho para adequar as atividades às peculiaridades, habilidades 
e imperfeições das pessoas com vistas a um desempenho eficiente, confortável e seguro.
Ergonomia é por definição a ciência que estuda a relação entre o indivíduo e a atividade 
de trabalho que executa, procurando desenvolver uma integração perfeita entre as exigências da 
ocupação, as habilidades e limitações físicas e emocionais/mentais do trabalhador e a eficiência 
do sistema produtivo.
A IEA (Associação Internacional de Ergonomia), em 2000, a definiu da seguinte forma: 
a Ergonomia (Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das 
interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, 
princípios, dados e métodos a projetos, a fim de otimizar o conforto humano e a performance 
total do sistema (ABERGO, 2020).
A ergonomia visa entender as interações entre seres humanos e outros elementos do 
conjunto e a aplicação dessa ciência na teoria, princípios e métodos, de forma a auxiliar na 
elaboração de projetos e modos operantes, otimizando o conforto humano e o desempenho geral 
de um sistema.
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Os estudos da ergonomia caminham na direção de introduzir inovações tecnológicas, 
demonstrando a transformação do conteúdo e a natureza do trabalho e das consequências dessas 
mudanças na saúde e na produtividade.
O termo ergonomia evoluiu, fazendo-se necessário distinguir duas definições: uma 
tradicional, voltada para o design das metodologias do trabalho, e uma ampliada, para referir-se 
às situações em que existam artefatos para o ser humano desempenhar suas tarefas.
Tradicionalmente, a ergonomia tem progredido e evoluído, e conta como objeto de estudo 
o desenho de processos de trabalho ou do local onde o trabalho humano tem efeito e de onde se 
originam os conhecimentos necessários para a o homem executar o seu trabalho.
O profissional da ergonomia, na busca de realizar seus objetivos, deve estudar diversos 
aspectos da conduta do indivíduo no trabalho e outros fatores importantes, que são: o homem, 
a máquina, o ambiente, a informação, a organização e as consequências do trabalho. Como 
objetivos, busca a segurança, a satisfação e o conforto dos colaboradores em seu relacionamento 
com os sistemas produtivos.
4. CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DE INTERVENÇÃO DA 
ERGONOMIA 
Ergonomia do produto: concepção de produtos com atenção voltada primariamente para 
a utilização dos consumidores. Para isso, é primordial o conhecimentodos atributos e carências 
dos usuários, de forma a proporcionar saúde, conforto e segurança.
Ergonomia da produção ou ergonomia empregada ao trabalho: ocupa-se das normas e 
regras do trabalho, que oferece saúde, conforto  e segurança aos trabalhadores.
A intervenção da ergonomia transcorre por intermédio de três abordagens:
1.     Ergonomia de concepção: ocorre quando a contribuição ergonômica se faz durante 
a fase inicial de projeto do produto, da máquina ou do ambiente.
2.     Ergonomia de correção: é aplicada em situações reais já existentes, com o propósito de 
resolver problemas que se refletem na segurança, na fadiga excessiva, em doenças do trabalhador 
ou na quantidade e qualidade da produção.
3.     Ergonomia de conscientização: consiste na conscientização do operador, através 
de cursos de capacitação e frequentes reciclagens, ensinando-o a trabalhar de forma segura, 
reconhecendo os elementos de riscos que podem surgir a qualquer momento, no local de trabalho.
De um modo mais desprendido, a ergonomia é a adequação do local de trabalho ao 
indivíduo. Nesse sentido, possui um campo de abrangência bastante amplo, que inclui diversas 
situações da atividade humana, tais como: posturas, movimentos, fluxo de informações, lugar de 
trabalho, cognição, controles, sistema de organização do trabalho, fatores humanos, entre outros.
Atualmente, a Associação Brasileira de Ergonomia propõe um formato mais  abrangente 
de ergonomia, distribuído em três especializações, que representam profundas competências em 
atributos humanos específicos, com conteúdos de conhecimento mais sobre as pessoas do que 
atributos de sistema ou setores econômicos. São eles: 
1. Ergonomia física: relaciona-se com anatomia humana, antropometria, fisiologia e 
biomecânica em relação à atividade física. Estuda aspectos relacionados ao trabalho, o que envolve 
postura, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios musculoesqueléticos, projeto 
de posto de trabalho, segurança e saúde.
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2.  Ergonomia cognitiva: relacionada com os processos mentais, tais como percepção, 
memória, raciocínio e resposta motora, conforme afetam interações entre humanos e outros 
elementos do processo. Direciona-se ao estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão, 
desempenho especializado, interação homem-computador, estresse e treinamento, conforme 
estes se relacionam a projetos envolvendo seres humanos e sistemas.
3. Ergonomia organizacional: refere-se à otimização de sistemas sociotécnicos, incluindo 
suas estruturas organizacionais, políticas e processos. Estuda comunicações, projeto de trabalho, 
organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas 
do trabalho, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, teletrabalho e 
gestão da qualidade (ABERGO, 2019).
Figura 5 - Ergonomia organizacional. Fonte: Rabbit Finance (2019).
A base da ergonomia é o estudo do sistema homem-máquina. O homem interage com 
o processo de trabalho, por exemplo, o homem, baseado em informações recebidas, toma as 
decisões, de forma que a máquina obtenha o resultado desejado.
Desde os anos 1980, entretanto, passou-se a utilizar uma tecnologia inovadora da 
ergonomia, a macroergonomia, que está relacionada à pesquisa, desenvolvimento e aplicação de 
uma tecnologia da interface humano-organização. Aspectos como a abordagem sociotécnica da 
organização e a participação dos trabalhadores fazem parte da abordagem macroergonômica.
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5. FASES DA ERGONOMIA
A ergonomia teve seu reconhecimento e desenvolvimento mais nitidamente em 
decorrência dos avanços tecnológicos do século XX, principalmente após a 2ª Guerra Mundial, 
quando as incompatibilidades entre o progresso humano e o progresso técnico tornaram-se mais 
evidentes.
A ergonomia teve várias fases em sua trajetória. Em 1993, Hendrick listou quatro fases 
(HENDRICK; KLEINER, 2006):
1) Ergonomia de Hardware ou Tradicional: Posto de trabalho
Desenvolvida na 2ª Guerra Mundial, representa o início da ergonomia ou human factors, 
como ciência prática formal. Concentrou os estudos nas características (capacidades e limites) 
físicas e percepção do indivíduo e na aplicação dos dados no desenho de controles, displays e 
arranjos de interesse militar, pois os equipamentos militares (aviões mais velozes, radares, 
submarinos e sonares) exigiam dos seus operadores decisões muito rápidas e complexas em 
situações críticas de combate na ocasião das guerras. Voltava-se para as questões físicas do local 
de trabalho, as questões fisiológicas e biomecânicas (ergonomia física). Ainda é o maior âmbito 
de atuação dos ergonomistas.
Figura 6 - Ergonomia física (biomecânica ocupacional). Fonte: Soares (2014).
2) Ergonomia do Meio Ambiente
Vem se fortalecendo em decorrência do interesse de compreender melhor a interação do 
homem com seu meio ambiente (natural ou construído). As questões ecológicas, importantes 
para a restauração do planeta, deverão ampliar a atuação dos ergonomistas, nessa linha de 
abordagem. Sua base é o cuidado com os efeitos de temperatura, ruído, vibração, iluminação e 
aerodispersoides.
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Ergonomia de hardware X Ergonomia de software (Transição)
Apesar da tendência em separar a Ergonomia de Hardware ou Tradicional da Ergonomia 
de Software ou Cognitiva, a natureza da ergonomia é a mesma (adaptar a tecnologia ao indivíduo), 
a diferença está na ênfase: a clássica ou tecnologia de máquinas industriais e a informatizada ou 
cognitiva.
3) Ergonomia de Software ou Cognitiva
Lida com questões de processamento de informação. Sua extensão de trabalho é fortalecida 
pela informatização de processos e produtos, que exige, progressivamente, uma economia de 
interface com o cliente. O processo de captação, processamento da informação e tomada de 
decisão torna-se paulatinamente de grande importância no projeto de adequação e concepção de 
sistemas no trabalho e também na vida diária.
Figura 7 - Ergonomia cognitiva. Fonte: Derenusson (2016).
4) Macroergonomia
A abordagem é macro, olhando primeiramente para o processo, depois para o produto 
e depois para o local de trabalho. Essas três primeiras fases enfocam o operador, ou grupo de 
operadores, dentro de subsistemas na organização na qual se inserem. Enfatiza a interação 
entre os contextos organizacional e psicossocial do processo. Diferencia-se das demais fases por 
priorizar o processo participativo. Isso garante que a intervenção ergonômica tenha um melhor 
resultado, reduzindo a margem de falhas de concepção, e que as modificações proporcionem, 
em consequência, maior aceitação pelos colaboradores. A visão macro focaliza o homem, a 
organização, o ambiente e a máquina de forma mais global em um processo mais extenso.
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6. OBJETIVO E OBJETO DA ERGONOMIA
Analisar padrões de comportamento: gestos, posturas, verbalizações, comunicações e 
dos processos mentais que os governam, mecanismos psicológicos que os afetam, emoções que 
os influenciam, utilizando, para isso, diversas disciplinas científicas, resultando numa melhor 
adaptação do homem aos meios tecnológicos e aos locais de trabalho e de vida. Adequar as 
exigências laborais ao indivíduo, e não o contrário.
A ergonomia tem como objetivo buscar a segurança, satisfação e o conforto dos 
colaboradores no seu relacionamento com sistemas produtivos. Sabendo-se que os sistemas 
produtivos evoluem com o desenvolvimento da tecnologia, à medida que os equipamentos a cadadia assumem o trabalho pesado, aumentando a produção e a qualidade dos produtos, ao homem 
é designado o esforço mental e dos sentidos. Assim, gradativamente, o homem foi migrando seu 
trabalho para tarefas que os equipamentos ainda não são capazes de executar, tais como tarefas 
com computadores. Isso criou novas áreas de estudo e representa a mais nova área de atuação 
para o ergonomista.
Em relação ao objeto da ergonomia, trata-se do estudo do complexo formado pelo agente 
humano e seu trabalho.
A investigação ergonômica visa:
• Ajustar as exigências do trabalho às possibilidades do indivíduo, para reduzir a carga 
externa.
• Conceber as máquinas, os equipamentos e as instalações pensando na maior eficácia, 
precisão e segurança.
• Estudar cuidadosamente a configuração dos locais de trabalho, para assegurar ao 
trabalhador uma postura correta.
• Adaptar os ambientes (químicos, físicos e biológicos) às necessidades físicas do homem.
 
7. FISIOTERAPIA DO TRABALHO
A Fisioterapia do Trabalho é a união bem-sucedida entre a necessidade ocupacional, 
prevenção, promoção do bem-estar, resgate da saúde e reabilitação do trabalhador. Atua através 
dos aspectos da biomecânica, exercícios laborais e recuperação de queixas ou desconfortos físicos. 
A abordagem enfoca o indivíduo nas suas características e hábitos de vida, com sua técnica e 
trabalho.
O Fisioterapeuta do trabalho, além de ter conhecimento das técnicas terapêuticas, aborda 
as etapas e modos de produção, administração e leis trabalhistas para avaliar, prevenir e tratar 
os distúrbios ou lesões decorrentes das atividades de trabalho. E as Habilidades do fisioterapeuta 
do trabalho são: relacionar contratualmente com pessoas jurídicas, visão empresarial, raciocínio 
estratégico bem estruturado, grande conhecimento da ergonomia, biomecânica ocupacional, 
legislação trabalhista e previdenciária, além das habilidades conquistadas na graduação.
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Hoje a saúde nas empresas não prioriza unicamente periódicos, vacinas ou higiene do 
trabalho, mas busca também a saúde integral baseando-se na definição da OMS: “Saúde é o 
estado de completo bem-estar físico, mental e social e não simplesmente a ausência de doença ou 
enfermidade”.
Os programas de saúde são integrados buscando a prevenção, promoção de saúde 
e/ou qualidade de vida com equipes interdisciplinares. O fisioterapeuta do trabalho com 
especialização em ergonomia possui condições de atender a empresa junto aos programas de 
saúde, acompanhando colaboradores afastados, realocando-os em novos postos e funções, 
assessorando a empresa junto ao INSS e atuando nos programas de ergonomia da empresa, através 
de treinamentos como “Transporte e Levantamento de Carga”, assim como na elaboração de AETs 
(Análise Ergonômica do Trabalho). O profissional com formação clínica pode também planejar e 
gerenciar clínicas de fisioterapia no local de trabalho com vistas a atendimentos de casos agudos 
– emergências e crônicos –, utilizando recursos como eletroterapia, RPG, acupuntura e outros.
Em 2003, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) 
publicou a Resolução 259/03, que reconhece a área de atuação da Fisioterapia do Trabalho, dando 
referência sobre os procedimentos em saúde do trabalhador do profissional fisioterapeuta.  E em 
13 de junho de 2008, houve a aprovação da Resolução 351/08 pelo COFFITO, que reconhece a 
especialidade em fisioterapia do trabalho. 
Em junho/julho de 2008, o Ministério do Trabalho (MTE), pela Classificação Brasileira de 
Ocupações (CBO), descreve para o mercado brasileiro quem é o especialista, especifica e detalha 
suas práticas comprovadas, distingue áreas de atividade, competências pessoais e recursos de 
trabalho.
A descrição emitida pelo MTE/CBO destaca que o especialista fisioterapeuta do trabalho 
executa: avaliação de clientes e pacientes (funções musculoesqueléticas; avaliação ergonômica; 
qualidade de vida no trabalho); estabelece o diagnóstico fisioterapêutico (coleta dados; solicita 
exames complementares; interpreta exames; estabelece prognóstico; prescreve a terapêutica; 
estabelece nexo de causa cinesiológica funcional ergonômica); planeja estratégias de intervenção 
(define os objetivos, condutas e procedimentos, frequência e tempo de intervenção; indicadores 
epidemiológicos de acidentes e incidentes; programas de atividades físicas funcionais; participa 
na elaboração de programas de qualidade de vida; implementa ações de intervenção (interpreta 
indicadores epidemiológicos de acidentes e incidentes); implementa ações de conscientização, 
correção e concepção; analisa fluxo de trabalho; presta assessoria; adequa as circunstâncias de 
trabalho às habilidades do trabalhador; adequa fluxo, ambiente e posto de trabalho; implanta 
programas de pausas compensatórias; organiza rodízios de tarefas; promove a melhora de 
performance morfofuncional; reintegra trabalhador ao trabalho; aplica a ginástica laboral); 
educação em saúde (propõe mudanças de hábito de vida; orienta clientes, pacientes, familiares e 
cuidadores; ensina e corrige o modo operatório; implementa a cultura ergonômica; desenvolve 
programas preventivos e de promoção de saúde; gerencia serviços de saúde (elabora critérios de 
elegibilidade; elabora projetos; elabora e avalia processos seletivos; supervisiona estágios; analisa 
custos); executa atividades técnico-científicas; trabalha com segurança; comunica-se (registra 
procedimentos e evolução de clientes e pacientes; orienta profissionais do grupo de trabalho; 
emite relatórios, pareceres técnicos, atestados, laudos de nexo de causa laboral.
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Você sabia que a Associação Brasileira de Ergonomia (Abergo) é uma associação 
sem fins lucrativos cujo objetivo é o estudo, a prática e a divulgação das interações 
das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, considerando as suas 
necessidades, capacidades e limitações?
Possui a Ação Ergonômica, que é um periódico científico e tecnológico que visa 
propiciar, aos pesquisadores e agentes de mudanças nas organizações que 
atuam no Brasil, as bases conceituais, metodológicas e instrumentais para ações 
e projetos que visem melhorar, de forma integrada e não dissociada, a segurança, 
o conforto, a tranquilidade e a eficácia das atividades humanas mediante o estudo 
das interações das pessoas com a atualidade e o futuro das tecnologias, da 
organização e dos ambientes que as acolhem. Esse periódico dispõe de artigos 
científicos na íntegra.
É uma revista com características multidisciplinares, destinada a difundir os 
trabalhos científicos e técnicos em Ergonomia.
O congresso ABERGO, realizado bianualmente, foi instituído com o objetivo de 
fomentar a pesquisa na área e promover o intercâmbio entre pesquisadores e 
profissionais da prática para a ampliação do conhecimento em Ergonomia. Em 
cada uma das edições, o evento contou com a presença de pesquisadores e 
profissionais vindos dos principais centros de ensino, pesquisa e meio corporativo 
do país e de palestrantes convidados de renome internacional. É um importante 
fórum de divulgação e discussão de questões pertinentes ao avanço dessa área 
no Brasil e no mundo.
Sobre o reconhecimento da Fisioterapia do Trabalho como 
especialidade do profissional Fisioterapeuta, leia:
COFFITO. Resolução nº 351, de 13 de junho de 2008. Dispõe sobre 
o Reconhecimento da Fisioterapia do Trabalho como Especialidade 
do profissional Fisioterapeuta e dá outras providências. Disponível 
em: 
https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3114. 
Acesso em: 13 abr. 2020.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) acadêmico(a), com o decorrerdo tempo, os hábitos e as reivindicações dos 
indivíduos mudam. O que era tido como situação normal para uma dada geração, aquilo que era 
admitido como normal para uma geração pode tornar-se inconcebível para a outra, em função 
do progresso da sociedade. De forma que o que anteriormente era um evento localizado pode 
transformar-se em um acontecimento global com a progressão dos meios de comunicação.
Crescentemente, os indivíduos estão reivindicando melhores condições de trabalho e de 
vida e, nessa procura, diversos progressos são solicitados. Desse modo, cada vez mais, soluções 
ergonômicas para o trabalho são reivindicadas. E com a inserção da Ergonomia, antigos processos 
no projeto do trabalho, sobre os quais os colaboradores não podiam emitir suas opiniões nem 
expor suas necessidades, se tornam inaceitáveis.
Os colaboradores, de acordo com a ergonomia, precisam ser apontados como um todo, 
para que o trabalho seja humanizado.
Esta unidade objetivou o fornecimento de uma breve descrição dos fundamentos essenciais 
para a compreensão dos princípios primordiais da ergonomia, aspectos históricos da ergonomia 
e do trabalho, que possam contribuir com os profissionais empenhados em expandir seu trabalho 
nessa grande área específica de atuação. Com o propósito de estimular um pensamento crítico 
e reflexivo sobre o tema, independentemente de a maior parte ser uma abordagem teórica, 
buscamos fornecer uma visão marcada por uma importante abordagem preventiva primária e até 
secundária da saúde do trabalhador, bem como das empresas, na criação de projetos e produtos, 
das atividades de vida geral. 
Foi possível observar, no decorrer da história da humanidade, a necessidade crescente 
do homem em aprimorar sua situação de vida em geral, ressaltando que esse mesmo homem 
desconsidera o fato de que ele permite a degradação dessas condições de vida, devido a ambições 
e vontades. Ao mesmo tempo, não pode ser negligenciada a realidade do mundo onde é permitido 
que estas condições se deteriorem e às vezes até sejam abolidas, respondendo a anseios e desejos 
egocêntricos.
Partindo desse pressuposto, a ergonomia objetiva, com seus estudos, oferecer subsídios 
para auxiliar o processo de tornar a humanidade mais próspera, se fazendo necessário, assim, um 
profundo conhecimento dos homens, para praticar suas técnicas e metodologia, de um modo 
concreto. Contribui-se, assim, para um entendimento minucioso do assunto, enfatizando sua 
relevância e o modo de praticar, tanto nas atividades de trabalho quanto em quaisquer domínios 
da vida e, dessa forma, comprovar uma gama de dados e referências com o foco no ser humano.
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02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................. 24
1. NORMAS REGULAMENTADORAS DO TRABALHO (NRS) E SUA APLICAÇÃO: NR 4, 5, 6, 9, 17 E 32 .............. 26
1.1 NORMA REGULAMENTADORA NR 4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM 
MEDICINA DO TRABALHO (SESMT – SESST) ......................................................................................................... 26
 1.2 NORMA REGULAMENTADORA NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA) ..... 27
1.3 NORMA REGULAMENTADORA NR 6 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) ....................... 28
1.4 NORMA REGULAMENTADORA NR 9 - PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA) . 29
1.5 NORMA REGULAMENTADORA NR 17 - ERGONOMIA ....................................................................................... 31
1.6 NORMA REGULAMENTADORA NR 32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESTABELECIMENTOS DE 
SAÚDE ......................................................................................................................................................................... 32
BUSCA DA COMPREENSÃO DA LEGISLAÇÃO NO 
TRABALHO, ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO, 
LAUDO ERGONÔMICO E O ESOCIAL
PROF.A MA. ELY CLÉA DA SILVA ZANATTA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
FISIOTERAPIA APLICADA À SAÚDE 
DO TRABALHADOR
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 2. ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO ............................................................................................................. 33
2.1 CONCEITO .............................................................................................................................................................. 33
2.2 OBJETIVOS ............................................................................................................................................................ 34
2.3 ETAPAS DA ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO ....................................................................................... 35
3. LAUDO ERGONÔMICO DO TRABALHO ..........................................................................................................................36
4. INTRODUÇÃO AO ESOCIAL ................................................................................................................................... 37
4.1 APRESENTAÇÃO, CONTEÚDO DO ESOCIAL ....................................................................................................... 37
 4.2 CONCEITO DO ESOCIAL NAS EMPRESAS ........................................................................................................ 38
4.3 PRINCÍPIOS DO ESOCIAL ................................................................................................................................... 41
 4.4 QUEM ESTÁ OBRIGADO AO ESOCIAL? ............................................................................................................. 42
 4.5 TRABALHADOR .................................................................................................................................................. 42
4.6 QUALIFICAÇÃO CADASTRAL ............................................................................................................................... 42
 5. EVENTOS DE SST (SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR) ...................................................................... 43
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................................................... 44
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INTRODUÇÃO
A pressão ocasionada sobre as empresas em função da alta concorrência tem proporcionado 
estudos voltados para redução de custos e aumento de produtividade. Esses fatores cobram uma 
produtividade maior dos trabalhadores e, como consequência, há muitos casos de lesões por 
operações repetitivas. 
Nesse sentido, as empresas estão buscando alternativas para adequar o posto de trabalho 
ao colaborador, de tal forma que consiga melhorar sua produtividade, aliando a uma redução da 
quantidade de lesões nos trabalhadores. 
Na gestão empresarial, é imprescindível cumprir as normas para garantir um sistema 
de gestão eficaz, e evitar que sua empresa esteja suscetível a sofrer as penalidades previstas nas 
legislações pertinentes.
Em qualquer situação, cuja análise do trabalho humano é necessária, é importante o uso 
de métodos adequados a fim de atingir os objetivos esperados, tendo em vista que há diversos 
fatores afetando o trabalho. 
A metodologia utilizada nas análises é fundamentada em normas regulamentadoras, 
criadas para alcançar critérios adequados na elaboração de um local de trabalho confortável, 
seguro e eficiente. A norma regulamentadora é conceituada, de forma genérica, como um 
conjunto de regras elaboradas pelo Ministério do Trabalho, a fim de proporcionar segurança e 
saúde às pessoas no exercício de suas atividades profissionais. Essas normas são de observância 
obrigatória para as empresas privadas e públicas.
As NRs devem ser cumpridas por todos os empregadores e são obrigatórias tanto paraas empresas privadas quanto para as públicas, e também para órgãos públicos da administração 
direta e indireta e órgãos dos poderes Legislativo e Judiciário, principalmente quando há 
colaboradores geridos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Segundo o Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora nº 17 (BRASIL, 2002), a 
análise ergonômica do trabalho é um processo construtivo e participativo para a resolução de 
um problema complexo que exige o conhecimento das tarefas, da atividade desenvolvida para 
realizá-las e das dificuldades enfrentadas para se atingirem o desempenho e a produtividade 
exigidos.
O objetivo da realização da Análise Ergonômica do trabalho é o de propor melhorias 
uniformes e adequar melhor o sistema ao indivíduo. Esta unidade se propõe a esclarecer 
didaticamente as etapas da Análise Ergonomia do Trabalho e as principais ferramentas utilizadas 
para a sua elaboração, bem como fazer uma explanação do eSocial, visto que os critérios e o modo 
de descrição da Análise Ergonômica tiveram uma grande modificação com a implantação desse 
novo sistema. Tal modificação teve o propósito de contribuir para o constante aperfeiçoamento 
dos postos de trabalho e evitar subnotificações ou alteração dos dados da empresa no investimento 
nas questões ergonômicas em quaisquer aspectos.
Sendo assim, esta unidade abordará os seguintes conteúdos: noções de algumas Normas 
Regulamentadoras do trabalho (NRs) e a sua aplicação: NR 4, 5, 6, 9, 17 e 32; conceito de Análise 
Ergonômica do Trabalho; noções e princípios do eSocial; conceito de laudo ergonômico e 
aplicação de laudo ergonômico. 
 
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Relacionar-se contratualmente com pessoas jurídicas; ter uma visão empresarial; 
raciocínio estratégico bem estruturado e grande conhecimento da ergonomia, da 
biomecânica ocupacional, da legislação trabalhista e previdenciária, além das 
habilidades conquistadas na graduação, seriam habilidades necessárias para o 
fisioterapeuta ergonomista, a fim de atuar como fisioterapeuta do trabalho?
O fisioterapeuta do trabalho precisa necessariamente conhecer as normas que 
serão abordadas nesta unidade? E quanto às outras normas, também precisaria?
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1. NORMAS REGULAMENTADORAS DO TRABALHO 
(NRS) E SUA APLICAÇÃO: NR 4, 5, 6, 9, 17 e 32
1.1 Norma Regulamentadora NR 4 - Serviços Especializados 
em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho 
(SESMT – SESST)
 
Esta norma tem como principal função a diminuição de acidentes de trabalho e doenças 
ocupacionais. Ela estabelece as diretrizes para a criação do SESMT, um serviço especializado e 
multidisciplinar, que tem a função de atuar de maneira preventiva dentro das organizações. 
Todas as instituições que possuam empregados regidos pela CLT, conforme o grau de risco 
de sua atividade principal e o seu número de empregados, obrigatoriamente, deverão constituir 
o SESMT, com o objetivo de zelar pela saúde, segurança e integridade física dos funcionários, 
levantar riscos ambientais, propor e acompanhar a implementação de intervenções de antecipação 
à saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. 
Profissionais que compõem a equipe são: médico do trabalho, técnico/auxiliar de 
enfermagem do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, técnico de segurança do trabalho. 
O registro deve conter as seguintes informações, a fim de obter validação legal:
• Dados referentes aos profissionais que compõem o SESMT;
• Número do registro profissional;
• Quantidade de empregados da empresa;
• Grau de risco da atividade exercida pela empresa;
• Informações sobre os turnos de trabalho dos colaboradores;
• Informações sobre os turnos de trabalho dos profissionais do SESMT.
A NR 4 lista atividades destinadas a esses profissionais no âmbito do SESMT, entre as 
quais estão as seguintes:
• Determinar o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), de acordo com a NR 6.
• Promover programas, campanhas e outras atividades de conscientização, educação 
e orientação dos trabalhadores, visando prevenir acidentes de trabalho e doenças 
ocupacionais.
• Esclarecer e orientar os empregadores quanto aos riscos eminentes.
• Registrar e descrever os casos ocorridos na empresa.
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1.2 Norma Regulamentadora NR 5 - Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes (CIPA)
É obrigatória em toda empresa ou instituição que possa admitir trabalhadores, além 
de empregados contratados com carteira assinada. Empresas que possuem, no mínimo, 20 
empregados são obrigadas a manter a CIPA. 
A realização do treinamento da CIPA maximiza a conscientização de prevenção dos 
acidentes e das doenças de trabalho, assegurando um ambiente de trabalho apropriado para as 
funções que serão exercidas.
A CIPA pode ser o instrumento utilizado pela empresa para o alcance de suas metas 
de gestão de saúde e segurança ocupacionais, bem como para a consecução de estratégias 
operacionais bem sucedidas através da evolução da qualidade de vida.
As principais atribuições da CIPA, determinadas pela NR 5, são:
• Auxílio na investigação da causa de acidentes, os quais poderão ser classificados como “de 
trabalho” no interior da empresa.
• Discussão e implementação de medidas que visem à redução, prevenção e mitigação dos 
riscos no local de trabalho.
• Observação das normas do Ministério do Trabalho e também das estabelecidas 
internamente, pela equipe de segurança e saúde ocupacional da empresa.
• Prezar pela informação e compreensão de todos os trabalhadores, a respeito das normas 
de segurança e legislação que se aplicam às atividades praticadas, aos atos rotineiros de 
prevenção aos acidentes e doenças do trabalho. 
• Realização, em parceria com o SESMT, da Semana Interna de Prevenção de Acidentes de 
Trabalho (SIPAT). A semana conta com uma sequência de programações educativas que 
visam reduzir os riscos e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.
• Realização da intermediação entre a direção da empresa e os funcionários de assuntos 
relacionados à segurança da operação.
Em julho de 2019, o sistema COFFITO e CREFITO 8 e Secretaria do Trabalho 
discutiram a atualização da NR 4 e a inserção do fisioterapeuta. Foram enfatizadas 
as vantagens da inserção do fisioterapeuta no âmbito do trabalho com foco 
na prevenção e restrição da quantidade de acidentes e áreas relacionadas à 
epidemiologia de adoecimentos e organização do trabalho. Ainda irão acontecer 
reuniões, para enfatizar a necessidade de o Fisioterapeuta do trabalho ser mais 
um dos profissionais que compõem a NR 4.
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1.3 Norma Regulamentadora NR 6 - Equipamentos de 
Proteção Individual (EPI)
Essa norma obriga a empresa a fornecer aos empregados, gratuitamente, os EPIs 
adequados ao risco do trabalho, em perfeito estado de conservação e funcionamento (precisam 
ter um Certificado de Aprovação do órgão competente para garantir que estão em conformidade 
com as determinações do Ministério do Trabalho), a fim de resguardar a saúde, a segurança e a 
integridade física dos trabalhadores. 
Figura 1 - Tipos de equipamentos de proteção individual. Fonte: Carbografite (2015).
Qualquer atividade profissional que apresente alguma espécie de risco físico ao colaborador 
deve ser cumprida utilizando o EPI necessário ao risco que aquela atividade oferece. Incluem: 
óculos, protetores auriculares, máscaras, mangotes, capacetes, luvas, botas, cintos de segurança, 
protetor solar, avental, jalecos e outros itens de proteção. Esses acessórios são indispensáveis em 
fábricas eprocessos industriais em geral. 
Nota sobre acidente de trajeto
Conforme a lei 8.213/91, que dispõe sobre os planos de benefícios da previdência 
social, mais precisamente em seu artigo 21, inciso IV, alínea “d”, o acidente 
sofrido no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, 
independentemente do meio de locomoção, era equiparado a acidente de trabalho.
Se o acidente ocorresse no trajeto do trabalho, buscava-se o entendimento do 
porquê aconteceu no trajeto do trabalho. Assim, o empregado tinha direito a 12 
meses de garantia de emprego, a contar da alta previdenciária.
A reforma trabalhista, lei 13.467/17, não modificou a referida equiparação. 
Contudo, excluiu a obrigatoriedade de pagar esse percurso como horas extras.
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Para que uma empresa possa conhecer todos os equipamentos de proteção individual 
que devem ser fornecidos aos seus funcionários, é necessário elaborar um estudo dos riscos 
ocupacionais. 
É obrigação dos supervisores e da empresa certificar que os profissionais façam o uso 
adequado dos equipamentos de proteção individual. 
Os EPIs devem ser utilizados durante todo o expediente de trabalho, seguindo todas as 
determinações da organização.
Se os equipamentos forem perdidos ou danificados, é responsabilidade da empresa 
substituí-los imediatamente. 
Empregados e empregadores devem compreender a seriedade do uso de equipamentos de 
proteção no dia a dia da empresa.
1.4 Norma Regulamentadora NR 9 - Programas de Prevenção 
de Riscos Ambientais (PPRA)
 Essa norma estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação do Programa 
de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), para todos os empregadores e instituições que 
admitam trabalhadores como empregados. Visa à preservação da saúde e à integridade física dos 
trabalhadores, através do desenvolvimento das fases de antecipação, reconhecimento, avaliação 
e consequentemente controle da ocorrência dos riscos ambientais existentes ou que venham a 
existir nos locais de trabalho, levando-se sempre em consideração a proteção do meio ambiente 
e dos recursos naturais.
RESPONSABILIDADES DO EMPREGADOR, segundo a norma: 
• Estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA, como atividade 
permanente da empresa. 
• Informar aos trabalhadores sobre os riscos ambientais e meios disponíveis de proteção. 
RESPONSABILIDADES DOS TRABALHADORES, segundo a norma: 
• Colaborar e participar na implantação e execução do PPRA. 
• Seguir orientações recebidas nos treinamentos oferecidos dentro do PPRA. 
• Informar ao seu superior as ocorrências que, a seu julgamento, possam implicar riscos à 
saúde dos trabalhadores. 
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Figura 2 - Exemplo de mapa de risco, elaborado a partir da Portaria SSST n° 25 de 29/12/1994. Fonte: Beta Educação 
(2019).
O objetivo principal do programa é o de tomar ações para garantir a saúde, segurança e 
integridade dos trabalhadores no local de trabalho, nos locais em que haja riscos ambientais.
• Segundo a NR 9, esses riscos ambientais englobam:
• Agentes químicos: como gases e poeira diversos.
• Agentes biológicos: como os vírus e bactérias, os bacilos e parasitas, além dos fungos e 
outros.
• Agentes físicos: como as radiações ionizantes e não ionizantes, o infrassom e ultrassom, 
as altas e baixas temperaturas, o ruído, vibrações e pressões anormais.
Conforme a NR 9, para ser considerado um risco ambiental, deve-se ainda levar em conta 
qual a natureza do risco, além da intensidade e do tempo de exposição aos quais o trabalhador 
ficará exposto.
O PPRA, segundo consta no item 9.1.2 da norma, deve ser desenvolvido em cada 
departamento da empresa, atentando-se à antecipação dos riscos,  reconhecimento da existência 
dos riscos, avaliação por meio de medições de concentração e exposição, além do controle 
constante de sua ocorrência. 
A norma regulamentadora estabelece também quais as etapas importantes do Programa 
de Prevenção de Riscos e Acidentes. São elas:
• Antecipação e reconhecimento dos riscos.
• Prioridades e metas de teste e controle.
• Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores.
• Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia.
• Monitoramento da exposição aos riscos.
• Registro e divulgação dos dados.
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1.5 Norma Regulamentadora NR 17 - Ergonomia
Essa norma regulamentadora visa determinar critérios que admitam a adaptação das 
situações de trabalho às particularidades psicofisiológicas dos colaboradores para assegurar um 
extremo de bem-estar, segurança e uma performance eficaz. Resumindo, a ergonomia propõe o 
aperfeiçoamento das condições de trabalho e favorecer o desempenho das atividades de trabalho 
de forma mais adequada, buscando ajustar as condições de trabalho ao indivíduo.
As características psicofisiológicas dizem respeito a todo o conhecimento referente ao 
funcionamento do indivíduo. 
Cabe então ao setor de segurança do trabalho estruturar um ambiente ergonomicamente 
apto para a execução das funções.
Os itens abordados nessa norma regulamentadora são:
• Levantamento, transporte e descarga individual de materiais;
• Mobiliário dos postos de trabalho;
• Equipamentos dos ambientes de trabalho;
• Condições ambientais de trabalho;
• Organização do trabalho.
E dentro da organização do trabalho, devem ser levados em consideração os seguintes 
aspectos:
• Normas específicas de produção;
• Operações a serem realizadas;
• Exigência de tempo;
• Determinação do conteúdo de tempo;
• Ritmo de trabalho;
• Conteúdo das tarefas.
Para mais informações, leia a NR 17 comentada. Disponível em: 
http://biblioteca.cofen.gov.br/manual-de-aplicacao-da-norma-
regulamentadora-no-17/. Acesso em: 3 fev. 2020.
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Essa norma regulamentadora vai além e apresenta diversos outros tópicos que auxiliam 
a regulamentar a jornada de trabalho por meio de fundamentos ergonômicos. O NBR ISO 
11226:2013 é um desses itens. Ele fala sobre avaliação de posturas estáticas de trabalho e ainda 
apresenta outras avaliações. 
Sobre movimentação manual, o NBR ISO 11228-3:2014 oferece informações sobre 
movimentação de cargas leves em alta frequência de repetição, isto é, atividades que necessitam 
carregar cargas pequenas ou leves, nas quais o trabalhador precisa repetir essa tarefa diversas 
vezes seguidas. 
1.6 Norma Regulamentadora NR 32 - Segurança e 
Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
 
A saúde é um dos setores que possui maior risco para os seus trabalhadores, seja na 
presença de riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e até mesmo de acidentes. 
O grande objetivo da NR 32 é definir diretrizes precisas para que sejam implementadas 
medidas de proteção eficazes quanto à saúde e segurança dos trabalhadores que prestam serviços 
no setor da saúde, incluindo as atividades ligadas à promoção e assistência à saúde.
Define os padrões mínimos de segurança que necessitam ser adotados em quaisquer 
ambientes destinados à saúde, sejam hospitais, ambulatórios, clínicas, postos de atendimento. 
Cuida da saúde dos profissionais da área da saúde, tanto da área hospitalar quanto dos que estão 
no Ensino e Pesquisa.
As regras contidas nessa norma classificam como risco biológico, para os profissionais da 
área da saúde, a exposição a agentes biológicos durante o período de trabalho.
Segundo o Departamento de Saúde e Segurança do MTE, a NR 32 possui três grandes 
eixos: 
• Capacitação contínua dos trabalhadores; 
• Definição dos programas que tratam dos riscos; 
• Determinaçãodas medidas de proteção contra os riscos.
As diretrizes básicas da NR 32 estão voltadas aos riscos biológicos, químicos e às radiações 
ionizantes. 
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2. ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
2.1 Conceito
Os recursos da ergonomia são fundamentais em organizações, sejam elas empresas, 
indústrias, comércios e serviços, casas e lares, escolas, creches e igrejas. Mesmo em se tratando de 
um cenário de trabalho remunerado, requerem a elaboração de tarefas e atividades, contemplando 
a relação entre o indivíduo e o processo de realização da tarefa. 
O emprego dos recursos de ergonomia pode ser benéfico para qualquer trabalho ou 
atividade realizada pelo homem, remunerada ou não. Partindo desse princípio, a ergonomia 
precisa ser aplicada com excelência e, para tanto, é imprescindível o uso de uma Análise 
Ergonômica do Trabalho (AET), que proporciona um estudo de forma ampla e criteriosa, 
levantando as condições passíveis de aperfeiçoamentos do posto de trabalho, buscando o bem-
estar, a segurança e a eficiência do colaborador. 
A Análise Ergonômica do Trabalho é um método de avaliação sistematizada que busca 
identificar a qualidade  da interação do trabalhador com os elementos constituintes de seu 
trabalho.
Enquanto método sistematizado de avaliação da relação homem-trabalho-máquina-
ambiente,  é estabelecida por uma metodologia própria e específica da ergonomia. Ela busca 
identificar, por meio das dimensões físicas, cognitivas e organizacionais do trabalho, condições 
que impliquem negativamente sobre a saúde do trabalhador e/ou à eficiência produtiva da 
organização.
A Análise Ergonômica do Trabalho compreende a modelagem da atividade real em seu 
contexto, considerando os fatores técnicos, humanos, ambientais, organizacionais e sociais. Sua 
metodologia contém vários métodos e técnicas que auxiliam no entendimento das circunstâncias 
da atividade de trabalho.
É um documento constituído de reflexões globais e complementares, com foco na 
melhoria das exigências laborais. É necessário ser elaborada por um profissional com formação 
em ergonomia, contemplando informações imprescindíveis das atividades laborais envolvidas na 
análise, com propostas de melhorias no posto analisado.
A ação ergonômica advém de uma demanda, oriunda de diferentes interlocutores. Cabe 
aos ergonomistas analisá-la e fazer a proposta de ação, se confirmado um problema. Deverá 
analisar o funcionamento da empresa, através de observações abertas. Verificará as relações 
entre os constrangimentos da situação do trabalho, a atividade desenvolvida pelos operadores e 
as consequências dessa atividade para a saúde e para a produção. Assim, poderá fazer um pré-
diagnóstico e, em seguida, um plano de observação, formulando suas hipóteses. 
Para tanto, deve buscar realizar seus objetivos, estudar diversos aspectos das atitudes do 
homem no trabalho e outros fatores importantes, que são: o homem, a máquina, o ambiente, a 
informação, a organização e as consequências do trabalho. Como objetivos, busca a segurança, 
satisfação e o conforto dos trabalhadores no seu relacionamento com os sistemas produtivos. 
O principal efeito sobre o trabalhador de uma atividade realizada fora das condições 
ergonômicas ideais é o prejuízo sobre seu corpo, sendo necessários estudos dessa natureza, para 
a identificação das principais medidas antropométricas.
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2.2 Objetivos
Aprimorar o local de trabalho já existente e, também, desenvolver o projeto para 
construção adequada de um posto de trabalho, e investigar, analisar, diagnosticar e corrigir uma 
situação real de trabalho, por meio dos conhecimentos das ciências afins em ergonomia.
Identificar os possíveis constrangimentos do trabalho – fatores que interferem no 
desenvolvimento das habilidades e competências dos trabalhadores, que possam implicar sobre 
sua saúde e segurança. 
Fundamentar assertivamente as adaptações/modificações das situações de trabalho 
às peculiaridades psicofisiológicas dos colaboradores, a fim de garantir saúde e  segurança no 
trabalho, refletindo positivamente para um melhor rendimento e estabilidade do processo 
produtivo da sua empresa. 
É fundamental o estudo da ergonomia no procedimento de adaptação do homem ao 
trabalho e/ou atividade que desempenha; para isso, é primordial a aplicação das análises 
ergonômicas do trabalho, estudando e aprofundando o conhecimento da interação do conjunto 
homem-máquina, oferecendo, assim, sugestões de melhorias constantes para favorecer o ajuste 
do sistema ao indivíduo, incrementando o posto de trabalho.
Vários fatores influenciam no desenvolvimento da tarefa pelo homem e o objetivo básico 
da ergonomia está em minimizar e/ou eliminar os fatores que causem consequências nocivas ao 
homem, tais como a fadiga e o estresse, proporcionando segurança e saúde aos trabalhadores em 
suas tarefas.
Figura 3 - Fatores que influenciam o sistema produtivo. Fonte: Iida (2005).
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2.3 Etapas da Análise Ergonômica do Trabalho
O Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora nº 17 (BRASIL, 2002) trata da 
descrição das tarefas, dividindo-as em prescritas, reais e as atividades desenvolvidas para executá-
las. Tarefa prescrita é o objetivo fixado pela empresa, enquanto tarefa real é o objetivo que o 
colaborador estabelece, caso ele tenha possibilidade de alterar o objetivo fixado pela empresa. 
Já atividade são todas aquelas atitudes que o colaborador estabelece para realizar a tarefa: 
gestos, palavras, raciocínios etc. Isso é avaliado para se evidenciar se há descompasso entre o que 
é imposto e o que é cumprido pelo colaborador. 
A metodologia da Análise Ergonômica do Trabalho, embora bastante simples no que 
tange à identificação da demanda, análise do que deveria ser feito e do que realmente é realizado, 
enche-se de complexidade devido aos elementos que acometem o trabalho, podendo ser físicos, 
ambientais e outros. 
Para a elaboração da análise ergonômica do trabalho que proporcione o estudo do posto 
de trabalho investigado, é necessária a análise da demanda, da tarefa e da atividade envolvida no 
posto de trabalho. 
Análise da demanda: é a primeira etapa do processo. Os sujeitos sociais envolvidos são 
de enorme relevância na determinação do problema a ser investigado. Por meio dela, o problema 
é descrito, justificando a necessidade de uma ação ergonômica. É o mapeamento das questões 
ergonômicas da empresa. Seu foco está em entender a natureza e a dimensão dos problemas 
apresentados, podendo estes ser originados da direção da empresa, de parte dos trabalhadores e 
de suas organizações sindicais. 
A situação de referência consiste na análise dos eventos do trabalho que apresentem 
características próximas às do local definido, para nelas observar as variabilidades reais e as 
estratégias empregadas para enfrentá-las.
A ação ergonômica requer uma estrutura de ação, de natureza participativa, técnica e 
gerencial.
Análise da tarefa: é a etapa que apresenta o propósito de descrever aquilo que o 
funcionário executa dentro da empresa. 
Tarefa é conceituada como o agrupamento de objetivos prescritos, que os colaboradores 
devem cumprir. Corresponde ao planejamento do trabalho contido em documentos formais ou 
na descrição de cargos. 
Durante a realização da AET, é relevante se basear na tarefa prescrita em documento 
formal e na tarefa real, que é aquela que o funcionário executa na realidade.
Análise da atividade: é tudo o que o funcionário executa em termos de ações para concluir 
a tarefa proposta. A atividade está diretamente relacionada ao comportamento do trabalhador, na 
realização de uma tarefa. Resulta de

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