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1 UNIVERSIDADE PAULISTA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ANTONIA DUCILENE SOARES DE OLIVEIRA /0524406 INCLUSÃO POLITICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL CAMPOS SALES, CE 2022 2 UNIVERSIDADE PAULISTA ANTONIA DUCILENE SOARES DE OLIVEIRA INCLUSÃO POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Paulista – Polo de Campos Sales/CE Orientação: Professora Ana Cristina Alves Balbino CAMPOS SALES, CE 2022 3 Soare de Oliveira, Antonia Ducilene. ....Inclusão : Politicas públicas para a educação inclusiva / Antonia Ducilene Soare de Oliveira. - 2022. ....36 f. ....Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) apresentado ao curso de Pedagogia da Universidade Paulista, Campos sales,ce, 2022. ....Orientadora: Prof.ª Ana Cristina Alves Balbino. ....1. Inclusão. 2. necessidades educacionais. 3. Escola. 4. Professores. 5. Familia. I. Balbino, Ana Cristina Alves (orientadora). II. Título. Elaborada de forma automática pelo sistema da UNIP com as informações fornecidas pelo(a) autor(a). 4 AGRADECINENTOS Agradecimento primeiro a Deus que é o autor e consumador da minha vida. Principalmente por colocar em minha vida pessoas tão especiais. À minha querida mãe, Maria do Socorro Soares que ajudou na minha educação e me ensinou os princípios e valores da vida, proporcionando-me todas as condições para que eu chegasse a esse momento tão importante. As minhas filhas: Emilly de Oliveira Figueredo e Késia Evellyn de Oliveira Figueredo, e também meu esposo, não menos importante, Mailton José Figueredo. Aos professores, tutores e colegas que tive a oportunidade de conhecê-los ao longo do curso, com os quais aprendi a ter esperança de que o mundo pode ser melhor do que é hoje. A todos que, de alguma forma, contribuíram para o meu êxito profissional. Agradeço a Universidade Paulista, principalmente nosso polo de apoio, aonde todos não mediram esforços para que eu chegasse ate aqui. 5 RESUMO O presente trabalho foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica e teve como temática discutir o desafio da inclusão no ambiente escolar, tendo como objetivo geral, retratar o histórico da proposta da escola inclusiva, discutindo sobre a reorganização da educação especial e refletindo sobre a importância de uma formação docente que contribua para o desenvolvimento de uma educação que respeite a diversidade, abordar a trajetória histórica da educação das pessoas com necessidades educacionais especiais, desde os atendimentos segregativa até os processos inclusivos, apresentando alguns conceitos necessários à compreensão do que é educação especial e sobre como são identificados quadros que constituem sujeitos atendidos pela educação especial e politicas públicas para educação inclusiva. Palavras-Chave: inclusão; necessidades educacionais especiais; escola; professores e família. 6 ABSTRACT The present work was carried out through a bibliographical research and its theme was to discuss the challenge of inclusion in the school environment, with the general objective of portraying the history of the proposal of the inclusive school, discussing the reorganization of special education and reflecting on the importance of a teacher training that contributes to the development of an education that respects diversity, addressing the historical trajectory of the education of people with special educational needs, from segregative care to inclusive processes, presenting some concepts necessary to understand what special education is and on how frameworks that constitute subjects served by special education and public policies for inclusive education are identified. Keywords: inclusion; special educational needs; school; teachers; family. 7 Sumário INTRODUÇÂO………………………………………………………………………................. 07 CAPÍTULO I FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................10 1.1Histórias da educação inclusiva e seu processo de ensino- aprendizagem.........10 1.2 As leis que amparam a inclusão................................................................................11 1.3 Docências frente à inclusão.......................................................................................14 CAPÍTULO II – MÈTODOS................................................................................................18 CAPÍTULIO III –.................................................................................................................20 2.1 Inclusões e suas práticas............................................................................................20 2.2 A inclusão e seu processo de avaliação..................................................................23 2.3 A importância da família no processo de ensino inclusivo....................................26 CONSIDERAÇOES FINAIS................................................................................................31 Referência......................................................................................................................... 8 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem a finalidade de apresentar a importância da inclusão na educação infantil. O tema desse trabalho foi escolhido, pois è comum falar de inclusão, mas pouco se sabe a sua importância, tendo em vista que a educação inclusiva significa uma diversidade de alunos com diferentes origens, habilidades e necessidades, aprendendo lado a lado, na mesma sala de aula. Valorização das diferenças, respeitando as faixas etárias, de modo a criar um ambiente educacional que priorize o respeito, aceitação e a solidariedade entre os educandos. Dessa forma, estudantes com ou sem deficiências podem interagir entre si, participar das aulas e cada um contribuir de forma única para o enriquecimento do aprendizado de todos. Nessa perspectiva estudar a educação inclusiva é indispensável, pois presenciamos avanços significativos no que se diz a respeito à diversidade humana e garantia dos direitos, nos quais devem ser respeitados e assegurados na lei a cada indivíduo independente da classe social, etnia, cor ou religião. O objetivo geral é mostrar e buscar atender e integrar em um ambiente comum, os alunos com necessidades educativas especiais de modo que participem acolhidos por uma turma em um sistema regular de ensino, e deste modo incentivar não apenas a aprendizagem, mas especialmente o desenvolvimento humano de todos. Sendo assim, entende-se que as escolas têm devem se adequar a realidade do aluno, afim de promover uma participação efetiva no processo de ensino- aprendizagem, permitindo a construção do conhecimento de forma igualitária, atendendo as necessidades e respeitando as limitações de cada um. Sabemos que cada criança possui ritmos de aprendizagem diferente, no qual devem ser respeitados e orientados por profissionais capazes de enxergar a necessidade como algo normal e não como indiferença, pois é preciso mostrar ao aluno que mesmo com as suas dificuldades é possível aprender. A questão problema é que promover a inclusão é um grande desafio em nossa sociedade, pois vivemos em uma época que o respeito as diferenças têm surgido como uma reivindicação por uma sociedade mais justa e igualitária para9 todos. Quando abordamos educação inclusiva de crianças com necessidades especiais, percebe-se que o grande número de alunos com essas necessidades vem crescendo cada vez mais, e com isso o preconceito, a falta de informação e conhecimento de leis que amparam essas crianças, ajudam a deixar um número bastante significativo de crianças fora da escola. Deste modo para complementar este estudo será aplicada alguns estudos documental, bibliográficas dos autores (MANTOAN 2015) (FREIRE 2008) (SASSAKI, 1997; 1998) (FIGUEIRA, 2004) ente outros. O primeiro capítulo será a fundamentação teórica. Neste momento inicial será abordado um breve resumo sobre a história da educação inclusiva e seu processo de ensina aprendizagem, bem como as leis que amparam a inclusão dos alunos com necessidades especiais no ensino regular, como também a postura e o papel do docente frente ao aluno com necessidades especiais, Sabe-se que a LDBEN 9394/96 contempla a todos, o direito do acesso à escola regular, porém sabe-se também que há vários desafios tanto para os alunos como para os profissionais que atuam na área da educação inclusiva. (...) a inclusão – tem como proposta a modificação da sociedade para torná-la capaz de acolher todas as pessoas. No plano educacional, as escolas comuns e especiais precisam ser reestruturadas para atender a todo tipo de diversidade: pessoas com deficiências físicas, mentais, sensoriais ou múltiplas e com qualquer grau de severidade dessas deficiências, pessoas sem deficiências e pessoas com outras características atípicas (SASSAKI, 1998.p.9). Para realmente preparar uma instituição de ensino para a educação inclusiva, é necessário contar com a elaboração de um planejamento e projeto pedagógico específico e com a promoção de diversas mudanças, tanto estruturais como na capacitação de profissionais. Assim, é possível ter um direcionamento mais assertivo para que a escola ou instituição de ensino em questão consiga promover uma educação realmente inclusiva, promovendo a equidade de oportunidade e a diversidade. 10 É muito comum na rotina escolar, a falsa ideia de amplo aproveitamento do ensino nas escolas, onde todos os educandos conseguem, de forma homogênea, receber e se apropriar dos conhecimentos repassados. Com efeito, tal circunstância não se consolida perante a realidade convivida nas instituições educacionais. Na prática habitual, os professores se deparam com salas de aula superlotadas, por vezes em ambientes e condições adversas, lecionando para alunos dos mais diversos perfis, cada um segundo suas necessidades e realidades. Nesse contexto, torna-se uma importante ferramenta a adoção de novas práticas pedagógicas, visando mudanças e atualizações de conceitos, de modo a proporcionar um espaço de maior interação e acesso ao conhecimento. 11 CAPÍTULO I FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1.1 Histórias da educação inclusiva e seu processo de ensino- aprendizagem Nos séculos XVII e XVIII no Brasil, as pessoas com deficiência física, intelectual ou motora eram ignoradas, rejeitadas pela sociedade e família, e na maioria das vezes abandonadas ou direcionadas a locais que acolhiam os mesmos. Segundo pontua as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (2001, p. 19): desse modo os portadores de necessidades especiais eram privados do convívio familiar e social, sendo internados em manicômios ou cuidado por pessoas que faziam caridade, eram vistos como um ser sem direitos, excluídos do mundo, longe da inclusão e da vida social. Entretanto, por muitas décadas, os alunos com necessidades educacionais especiais, em todas as cidades, estados, e países, frequentavam as Escolas Especiais, como o único meio de participarem de uma instituição educativa, pois a concepção era de que “a melhor maneira de ensino para estes alunos era em Escolas Especiais que dessem a eles um atendimento separado” (BUENO, 1993.p.43) Ao longo dos anos a educação inclusiva dentro do ensino regular ganhou espaço no Brasil, tendo em vista nos ambientes escolares grande diversidade de gêneros e pessoas, cada uma com suas características próprias que devemos acolher aceitar e respeitar as diferenças. Contudo, deve ser feito, desde a implantação da declaração de Salamanca (1994) baseada em princípios de políticas educacionais para a educação especial. No século XX, surgi o paradigma da integração, este vem para defender o direito da criança com deficiência a ser inserida na sociedade e principalmente na rede regular de ensino, porém a mesma com esforço próprio teria que adaptar-se ao ambiente, enquanto que as escolas e os sistemas mantinham-se inalterados, não tinham o compromisso em adaptarem-se as necessidades destes alunos (MINETTO, 2010 p.46). A integração é um processo que tem que ser assumido por toda a escola: o professor de turma regular 12 deve receber apoio da educação especial para fazer este trabalho e os alunos devem ser atendidos, paralelamente, nas salas de recursos ou por professores itinerantes. NOGUEIRA (2009, p.88) Atualmente, todos os envolvidos no processo educativo o segmento de profissionais, pais e as próprias pessoas com necessidades educativas especiais denominam como “inclusão” o novo paradigma, no sentido de incluir todos os indivíduos socialmente, inclusive no contexto educacional. Segundo Sassaki, (1997). 1.2 As leis que amparam a inclusão A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, 9394/96) foi a primeira lei a apresentar um capítulo exclusivo sobre a Educação Especial, onde reafirma a importância da inclusão das crianças, adolescentes e adultos com necessidades educacionais especiais no ensino regular. Essa contempla no seu artigo 58 do capítulo V, o direito à educação dessas crianças na escola regular. Diz a lei: Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superlotação (BRASIL, 1996, p.34) Segundo Mantoan, 1997A inclusão é realizada através de um conjunto de atitudes, estratégias e ações que combatem a exclusão aos benefícios da vida em sociedade, provocada pela diferença de classe social, educação, idade, preconceitos raciais ou necessidades educacionais especiais. A inclusão causa uma mudança de perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apoia a todos: professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa. Diante dos fatos mencionados Para preparar uma instituição de ensino para a educação inclusiva, é necessário contar com a elaboração de um planejamento e projeto pedagógico específico e com a promoção de diversas mudanças, tanto estruturais como na capacitação de profissionais. 13 Assim, é possível ter um direcionamento mais assertivo para que a escola ou instituição de ensino em questão consiga promover uma educação realmente inclusiva, promovendo a equidade de oportunidade e a diversidade. Na concepção inclusiva e na lei, esse atendimento especializado deve estar disponível em todos os níveis de ensino, de preferência na rede regular, desde a educação infantil até a universidade. A escola comum é o ambiente mais adequado para se garantir o relacionamento dos alunos com ou sem deficiência e de mesma idade cronológica, a quebra de qualquer ação discriminatória e todo tipo de interação que possa beneficiar o desenvolvimento cognitivo, social, motor, afetivo dos alunos, em geral. Na interpretação evolutiva de nossas normas educacionais, há, portanto, que se entender e ultrapassar as controvérsias entre a nova Lei de Diretrizes e Bases da EducaçãoNacional (LDB de 1996) e a Constituição Federal de 1988. A Constituição admite que o atendimento educacional especializado também pode ser oferecido fora da rede regular de ensino, em qualquer instituição, já que seria apenas um complemento, e não um substitutivo, do ensino ministrado na rede regular para todos os alunos. Mas na LDB (art. 58 e seguintes), consta que a substituição do ensino regular pelo ensino especial é possível. Para complementar segue abaixo algumas leis, resultados da pesquisa que podem ser vistos abaixo, o qual indica elementos de alguns principais documentos legais que ordenam e regulam os procedimentos da Educação Inclusiva no Brasil dos anos 1990 até á contemporaneidade. 1994 – Declaração de Salamanca: Define políticas, princípios e práticas da Educação Especial e influi nas Políticas Públicas da Educação. 1994 – Portaria MEC nº 1.793– Recomenda a inclusão de conteúdos relativos aos aspectos– Ético–Políticos–Educacionais da Normalização e Integração da Pessoa Portadora de Necessidades Especiais. 1996 – LDB: A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, no artigo 59, preconiza que os sistemas de ensino devam assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender as 14 suas necessidades. Essa lei atribui às redes de ensino o dever de disponibilizar todos os recursos necessários para o atendimento igualitário entre os estudantes com necessidades educacionais especiais e os demais estudante 1 999 – Decreto nº 3.298 – Dispõem sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. A Educação Especial é definida como uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino. 2001 – Resolução CNE/CEB - Determina no artigo 2º que: “Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. Plano Nacional de Educação – Lei nº 10.172: Destaca que o grande avanço que a década deveria produzir seria a construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade humana. 2005 – Programa de Acessibilidade no Ensino Superior (Programa Incluir) 2007 – PDE - Decreto nº 6.094 - Para a implementação do PDE é publicado o decreto nº 6.094/2007, que estabelece nas diretrizes do compromisso todos pela Educação, a garantia do acesso e permanência no ensino regular e o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, fortalecendo seu ingresso nas escolas públicas. 2011 - Decreto n° 7.611 -Dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado (AEE), além de outras providências. 2015 – Lei n.o 146 – Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI) 2016 – Lei n.o 409 – Dispõe sobre a reserva de vagas para pessoas com deficiência nos cursos técnico de nível médio e superior das instituições federais de ensino. Seguimos até o atual momento tendo ganhado nessa área, não 15 sem lutas, mas sempre avançando para que mais pessoa com deficiências físicas e intelectuais tenha direitos iguais para aprender. 1.3 Docência frente à inclusão Na Apresentação de sua obra, Maria Teresa Eglér Mantoan comenta sua trajetória como professora, que se iniciou quando ela tinha dezessete anos e passou por todas as fases da educação, chegando ao Ensino Superior e à coordenação de um grupo de pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Desse modo, Mantoan é capaz de afirmar que o desejo por transformar a escola é fruto do seu encantamento pela própria educação e pela força de ressignificar o universo escolar com ações solidárias e plurais. Ela ainda questiona as mudanças que ocorreram na educação desde que o primeiro exemplar do seu livro foi lançando, em 2005. Assim, ela possibilita que o leitor trace as próprias conclusões ao notar que as mudanças no meio educacional são lentas e reticentes ao comparar com as mudanças provocadas em 2005 e em 2015. Ela encerra seu texto de apresentação postulando que as mudanças precisam ser um compromisso coletivo; caso contrário, o maior prejudicado acaba sendo o maior interessado: o próprio aluno. As escolhas não podem tolher a liberdade dos alunos e o seu desejo de se encantar com a escola que frequentam. As instituições de ensino superior formam educadores com conhecimentos vastos, mas algumas ainda falham quando os acadêmicos se encontram diante deste tema: inclusão. Devido ao pouco contato ou nenhum com as escolas especiais. Acadêmicos com insuficiência de fundamentação teórica e prática se perdem diante da realidade “especial” e não vivenciam a realidade inclusiva colocando em dúvida seu futuro profissional quando se deparam diante da questão abordada na prática. “O tempo que levamos dizendo que para haver alegria na escola é preciso primeiro mudar radicalmente o mundo é o tempo que perdemos para começar a inventar e a viver a alegria. Paulo Freire (1993, p. 10)” Os desafios da inserção desses alunos vêm acompanhados de questionamentos na maioria das vezes permeados de estigmas e medo para não 16 dizer de frustações e preconceito. Com essas dificuldades, muito dos profissionais envolvidos acabam-se esquecendo do seu papel e reforçando o preconceito, dificultando assim a aceitação dos discentes com necessidades diferenciadas. Nessa perspectiva, muitos professores trazem questionamentos acerca da falta de preparação de ambos para receber esse público. Alguns questionamentos são elencados por esses profissionais a respeito da inclusão como por exemplo: "não sei por onde começar", "vai prejudicar os outros alunos", "preciso de assessoramento em sala de aula. Vale salientar que a solução para esta problemática da vida profissional de um educador, se faz fundamentalmente através da formação que obtêm durante sua graduação, pois è através, além do teórico, do contato real e concreto, dos estágios supervisionados e direcionados pedagogicamente, que capacitara o acadêmico para enfrentar estes dilemas na sua vida como educador. Em cada um dos momentos do processo de ensino o professor está educando quando: estimula o desejo e o gosto pelo estudo, mostra a importância dos conhecimentos para a vida e para o trabalho, exige atenção e força de vontade para realizar as tarefas; cria situações estimulantes de pensar, analisar, relaciona aspectos da realidade estudada nas matérias, preocupa-se com a solidez dos conhecimentos e com o desenvolvimento do pensamento independente; propõe exercícios de consolidação do aprendizado e da aplicação dos conhecimentos. A realização consciente e competente das tarefas de ensino e aprendizagem torna-se, assim, fonte de convicções, princípios de ação, que vão regular as ações práticas dos alunos frente a situações postas pela realidade. (LIBANEO, 1994, p. 99) Diante dos fatos mencionados, a inclusão seria vista como um fato normal, já familiar ao professor, quando recebesse um aluno portador de alguma deficiência, que necessitasse de uma aprendizagem diferenciada dos demais educandos. A obrigatoriedade de um plano de ação que visasse a uma disciplina específica nas graduações sobre educação especial, conduziria e fortaleceria o futuro dos profissionais da educação para trabalhar de forma consistente e segura quando surgisse a insegurança e as dificuldades no decorrer da sua prática profissional e pedagógica. 17 Gosto de ser homem, de ser gente, porque sei que a minha passagem pelo mundo não é predeterminada, preestabelecida. Que o meu “destino” não é um dado mas algo que precisa ser feito e de cuja responsabilidade não posso me eximir. Gosto de ser gente porque a História em que me faço com os outros e de cuja feitura tomou parte é um tempo de possibilidades e não dedeterminismo. Daí que insista tanto na problematização do futuro e recuse sua inexorabilidade (FREIRE, 2002, p. 58). O ponto de partida para se ensinar a turma toda, sem diferenciar o ensino para cada aluno ou grupo de alunos, é entender que a diferenciação é feita pelo próprio aluno, ao aprender, e não pelo professor, ao ensinar! Essa inversão é fundamental para que se possa ensinar a turma toda, naturalmente, sem sobrecarregar inutilmente o professor (para produzir atividades e acompanhar grupos diferentes de alunos) e alguns alunos (para que consigam se “igualar” aos colegas de turma). Buscar essa igualdade como produto final da aprendizagem é fazer educação compensatória, em que se acredita na superioridade de alguns, inclusive a do professor, e na inferioridade de outros, que são menos dotados, menos informados e esclarecidos, desde o início do processo de aprendizagem curricular. O mito de que o professor é o que tem a chave do saber para melhor explicar e dosar os conhecimentos que o aluno vai/deve aprender precisa cair. O ensino que emancipa e não aquele que submete os alunos intelectualmente. Paulo Freire (2001a) refere-se às condições de exclusão, a que são submetidas às classes populares, os oprimidos, denominando de “situações-limite”, ou seja, obstáculos ou barreiras que precisam ser vencidos, mas se encontram vinculados à vida pessoal e social do indivíduo. Segundo ele, o enfrentamento dessas situações é percebido de formas diferentes pelos envolvidos nesse processo: ou eles as percebem como um obstáculo que não podem ou não querem transpor, ou ainda como algo que sabem que existe e que precisa ser rompido e então se empenham na sua superação. 18 A inclusão impõe uma série de desafios àqueles profissionais que têm alunos com deficiência em suas salas de aula. Por isso a escola é obrigada a repensar a sua organização, revendo concepções e práticas, a fim de atender as 47 demandas de um público cada vez mais heterogêneo: cultural, social, econômica, cognitiva e linguisticamente. 19 CAPÍTULO II – MÈTODOS A metodologia aplicada neste trabalho foi baseada em uma pesquisa bibliográfica através de muitas pesquisas em livros, revistas pedagógicas, sites da internet e vários outros. Ou seja, esta pesquisa foi elaborada de forma qualitativa, usando esse método não há qualquer preocupação em enumerar ou medir unidades, nem utilizar dados estatísticos como centro de processo de analise de um problema , sendo assim facilita a analise de versátil, a descrever a dificuldade de hipóteses, compreender classificar processos dinâmicos vivenciados por grupos sociais . afirma (OLIVEIRA 1999P.116 E 117). Segundo Macedo (1994, p. 13), a pesquisa bibliográfica: “Trata-se do primeiro passo em qualquer tipo de pesquisa científica, com o fim de revisar a literatura existente e não redundar o tema de estudo ou experimentação”. “Desta forma para Lakatos e Marconi (2003, p. 183) A pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras”. A pesquisa bibliográfica foi muito importante desde o início da pesquisa, pois foi através dela que comecei agir para conhecer o assunto a ser pesquisado, dessa forma, a pesquisa bibliográfica foi bastante valiosa no levantamento de informações relevantes que contribuíram no desenvolvimento da pesquisa, na elaboração do tema e na revisão bibliográfica. Deste modo para a realização desta pesquisa bibliográfica foram utilizados s seguintes procedimentos. • Escolha bibliográfica referentes a temática em meios físicos e na internet, interdisciplinares capazes e suficientes para ser construído um referencial teórico coerente sobre o teme em estudo. • Leitura do material selecionado • Analise do material selecionado • Exposição dos resultados obtidos através de um texto escrito. Para complementar, Meadows (1999) chama-nos a atenção, para o forte caráter aglutinador da busca do conhecimento. Afirma que o homem sempre foi movido pela intensa curiosidade e isso se traduz na incessante busca pelo 20 conhecimento, perfazendo dessa construção um processo social realizado a partir do trabalho e do esforço coletivo. Já Maia e Caregnato (2008) colocam em relevo a capacidade de inovação inerente a essa busca, fazendo-nos perceber que a construção multidimensional do conhecimento eleva a ciência em seu caráter evolutivo e mutável e faz da pesquisa o seu instrumento básico. Com isso, as diferentes ciências formulam conceitos, teorias e desenvolvem produtos e processos que são rapidamente incorporados por organizações sociais e por todas as relações que se preocupam com a disseminação do conhecimento. Obter um sistema educacional inclusivo, na definição ampla deste conceito, é imprescindível que se parta do princípio de que todas as crianças podem e devem aprender que se respeitem todas as diferenças existentes entre os alunos e que a metodologia pedagógica atenda às necessidades de todos os discentes (FREIRE, 2012, p. 4 21 CAPÍTULIO III – Inclusão e suas práticas A Lei Brasileira de Inclusão – LBI, também conhecida como (Estatuto da pessoa com deficiência) é um conjunto de normas destinadas a assegurar e a promover, em igualdade de condições, o exercício dos direitos e liberdades fundamentais por pessoas com deficiência, visando à sua inclusão social e a cidadania. A Lei foi editada em 06 de julho de 2015, mas entrou em vigor (passou a ter validade) no dia 03 de janeiro de 2016, após cumprir um período de vacância (período destinado à assimilação do conteúdo da nova lei) de 180 dias, passando a beneficiar mais de 45 milhões de brasileiros que possuem algum tipo de deficiência, de acordo com os dados do (IBGE). O cenário da expansão de políticas públicas, que ocorreu nas últimas décadas, pressionou por um conjunto de novos arranjos nas instituições educativas tendo em vista a inclusão de pessoas com deficiência. As políticas públicas são de extrema importância para gerar oportunidades de mudança e observamos a complexidade na delimitação e efetivação de ações para atender. A diversidade socialmente existente, e que as transformações que suscitam ultrapassam o âmbito dos seus destinatários explícitos. Hoje, a inclusão social e educacional é tema de muitas discussões na sociedade e ainda estamos caminhando para sua implantação adequada. Para incluir todas as pessoas, a sociedade deve ser modificada a partir do entendimento de que ela é que precisa ser capaz de atender às necessidades de seus membros. Buscar estratégias que se traduzam em melhores condições de vida para população, na igualdade de oportunidades para todos os seres humanos e na construção de valores éticos socialmente desejáveis por parte dos membros das comunidades escolares, é uma maneira de enfrentar essa situação e um bom caminho para um trabalho em busca da democracia e da cidadania. O desenvolvimento por meio da educação, reabilitação, qualificação profissional etc. Das pessoas com necessidades especiais deve ocorrer dentro do processo de inclusão e não como um pré-requisito para estas pessoas poderem fazer parte da sociedade. 22 Para uma inclusão ideal, é necessário que todos sejam aceitos e respeitados, que haja acessibilidade em ruas, locais de lazer e transporte, e, além disso, que tenham o direito de inclusão, preferencialmente, na rede regular de ensino. Estar incluso na escola não significa simplesmente estar matriculado e frequentando as aulas, mas que sejam superadas as dificuldades que ainda hoje existem de recursos humanos, arquitetônicos, pedagógicos e físicos. A inclusão abrange conceitos comorespeito mútuo, compreensão e apoio, não é uma tendência, um processo ou um conjunto de procedimentos educacionais passageiros a serem implementados, ao contrário, a inclusão é um valor social que, considerado desejável, torna-se um desafio no sentido de determinar modos de conduzir nosso processo educacional para promovê-la. No entanto, a inclusão educacional não depende somente das adaptações das escolas, é necessário preparar os professores para que eles saibam receber os alunos com qualquer tipo de dificuldade, preparar os pais para que eles possam participar do processo educacional no dia-a-dia do filho. Sendo assim, a lei ampara todas as pessoas que possuam algum tipo de necessidades educacionais especiais (NEE) como: • Condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais e sensoriais diferenciadas; • Portadoras de déficits e bem dotadas; • Trabalhadoras ou que vivam em condição de rua; • Populações distantes ou nômades; • Minorias linguísticas, étnicas ou culturais; • Grupos desfavorecidos ou marginalizados. “Estar junto é se aglomerar com pessoas que não conhecemos. Inclusão é estar com, é interagir com o outro”. (Maria Teresa Mantoan) Dessa forma; segue abaixo alguns tipos de inclusão: 23 • Inclusão de deficientes O termo deficiente inclui uma série de grupos. Dentre eles, por exemplo, os cadeirantes que se organizam há muitos anos reivindicando acessibilidade para se locomover em segurança. Além disso, existem preconceitos e estereótipos em relação a essas pessoas que precisam ser quebrados. • Inclusão de surdos As pessoas surdas formam uma comunidade cultural com um idioma próprio – no Brasil, é a libras. Apesar da riqueza de sua cultura e sua autonomia, os surdos são alvos de preconceito e também enfrentam a falta de acessibilidade. Nesse sentido, os intérpretes de libras são importantes e o idioma deveria ser ensinado em todo o Brasil. • Inclusão de pessoas trans Dentro da comunidade LGBT+, as pessoas trans constituem um dos grupos mais vulneráveis. Principalmente, as mulheres trans e negras são vítimas de uma alta taxa de homicídio. Assim, é importante pensar em políticas que propiciem trabalho, moradia e oportunidades educacionais para a população transgênero. • Inclusão da população negra Após quase 400 anos de escravidão, não houve praticamente nenhuma política pública de assistência às pessoas negras anteriormente escravizadas no Brasil. Enquanto isso, outros grupos étnicos e raciais receberam ajuda e privilégios para seu estabelecimento. Portanto, pensar a inclusão da população negra é também refletir sobre medidas de reparação. • Inclusão de indígenas 24 Os povos indígenas são outro grupo que historicamente é excluído das riquezas sociais. Logo, além de ser importante a luta por autonomia das pessoas indígenas, são também relevantes as políticas que facilitam a sua mobilidade dentro da sociedade. Segundo Freire (1996), o processo ensino-aprendizagem é constituído por formas compartilhadas de construção de conhecimentos de ambos os lados, na relação educadora e aluno. “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina, ensina alguma coisa a alguém” (FREIRE, 1996, p. 23). Nesse sentido, o professor precisa se colocar aberto a aprender com seus alunos, possibilitando ao educando se sentir parte de todo o processo. O professor necessita promover e possibilitar em sua prática docente posturas, saberes e fazeres inclusivos. Vale salientar que, è possível pensar a exclusão social como o lado oposto da inclusão – ou seja, é aquilo que mantém as desigualdades no interior de uma sociedade. Por exemplo, se uma mulher trans deseja trabalhar em um mercado e ela não é contratada por preconceito, ela está sendo excluída socialmente. Portanto, ao falar desse assunto, é necessário lembrar que, a depender do grupo, trata-se de uma questão de sobrevivência. Nesse sentido, a inclusão social não é um auxílio e nem uma ajuda, na verdade, ela significa o direito do indivíduo participar ativamente da sociedade. É válido ressaltar a relevância de cada componente do conjunto educacional como agente ativo na construção de um conhecimento compartilhado – corpo docente e técnico, gestores e colaboradores, atuando de forma conjunta com os alunos e a comunidade na qual a escola está inserida, adotando posturas para eliminar paradigmas tradicionais e desrespeitosos, que impossibilitem a interação entre todos os envolvidos no processo educacional. Desse modo, o conhecimento compartilhado no ambiente escolar agrega eficácia à prática docente e intensifica a apropriação do conhecimento dos alunos. Conforme Comenius (2012), qualquer escola que deseje seguir uma Educação Inclusiva terá de desenvolver. 25 2.1 A inclusão e seu processo de avaliação. É fundamental avaliar cada situação especificamente, é de extrema importância conhecer bem cada aluno para garantir uma avaliação de fato inclusiva. Todos devem estar envolvidos diretamente no processo, o aluno, pais, equipe pedagógica, sem esquecer a potencial relevância da participação do (a) profissional especialista que atende o aluno (caso haja atendimento terapêutico). Não existe receita para incluir, muitas são as tentativas de se criar uma receita básica de como incluir na escola pessoas que sejam consideradas diferentes, todos querem saber qual é o maior empecilho para que a educação seja inclusiva. De nada adianta dizer que uma boa formação de professores seria o suficiente, a infraestrutura física das escolas ajuda muito, mas também não resolve nada de forma isolada. A avaliação é um processo complexo capaz de mexer com a autoestima das pessoas, influenciando e alterando a percepção de sua autoimagem, o que repercute decisivamente no decurso da aprendizagem, aumentando a responsabilidade e a necessidade de um trabalho afetivo, ampliando as chances de êxito na esfera educativa. Suprimir o caráter classificatório de notas e de provas e substituí-lo por uma visão diagnostica da avaliação escolar é indispensável quando se ensina a turma toda. Para ser coerente com essa novidade, o professor priorizará a avaliação do desenvolvimento das competências dos alunos diante de situações-problema em detrimento da memorização de informações e da reprodução de conhecimentos sem compreensão, cujo objetivo é apenas tirar boas notas e ser promovido. O tempo de construção de uma competência varia de aluno para aluno e sua evolução é percebida por meio da mobilização e da aplicação do que o aluno aprendeu ou já sabia para chegar às soluções pretendidas. A avaliação é também um instrumento de aperfeiçoamento e de depuração do ensino e quando a tornarmos mais adequada e eficiente, diminuiremos substancialmente o número de alunos excluídos das escolas. 26 As escolas inclusivas devem reconhecer e satisfazer as necessidades diversas dos seus alunos, adaptando-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação para todos através de currículos adequados, de uma boa organização escolar, de estratégias pedagógicas, de utilização de recursos e de uma cooperação com as respectivas comunidades (UNESCO, 1994, p. 21). Entende-se que para um aluno, com necessidades específicas, ler e interpretar um enunciado podem ser um desafio muito maior do que para a maioria. No fim das contas, a interpretação pode não ser o objetivo final da avaliação, a não ser, é claro, que seja uma avaliação de interpretação de textos. Diante dos fatos mencionados segue abaixe algumas dicas para avaliação inclusiva. Avaliando um aluno com deficiência visual Se o aluno for cego, será diminuída a quantidade de informação que deve ser processada para se obter uma resposta em partes. Talvez uma pergunta grande tenha que ser dividida em três perguntas menores.Junto a isso, deve-se oferecer ao aluno a possibilidade de um ledor estar ao seu lado, lendo sempre o enunciado da questão quando necessário, mas se o aluno não sabe braille e a prova é de leitura em braille? Se for um teste de braille, tudo bem, caso contrário, pode ser até de língua portuguesa que a presença de um ledor seria indicada. Avaliando um aluno com deficiência intelectual Se o aluno possuir algum déficit cognitivo, incluir seria diminuir o nível de abstração. Isso significa utilizar ilustrações ao invés de texto simplesmente. Ou ainda utilizar objetos concretos. Se o caso for que o aluno identifique qual das formas geométricas é um quadrado, ao invés de apenas desenhar na folha, pode-se oferecer os objetos concretos que foram utilizados durante as aulas, onde o aluno associou o objeto do quadrado com a palavra “quadrado”. Assim, diminuímos o 27 obstáculo da interpretação e da abstração e focamos apenas no conteúdo que queremos avaliar. Avaliando um aluno surdo Com alunos surdos que se comunicam através de libras , fica muito evidente que, caso não seja uma prova de língua portuguesa, é mais do que direito do aluno ter um intérprete de libras para auxiliá-lo em todas as questões. A mesma dica de diminuir o tamanho das perguntas grandes serve aqui. Sempre quando se tiver uma mudança de meio de comunicação, diminuir uma mensagem grande em mensagens menores é inteligente. Isso serve para libras, braille e comunicação alternativa. 2.2 A importância da família no processo de ensino inclusivo A inclusão de crianças com necessidades especiais no ensino regular depende, em grande parte, da participação da família no processo educativo, esta tem um papel de suma importância no desenvolvimento e aprendizagem da criança especial. A família constitui o principal e o primeiro contexto de desenvolvimento do ser humano, na qual um membro está interligado ao outro. O nascimento de alguém com uma deficiência gera impactos sobre a estrutura familiar, uma vez que nem sempre se está preparado para enfrentar tal situação. Segundo Kelman, “A família é o primeiro e provavelmente o principal grupo social em que convivemos, pois é nela que o indivíduo aprende a conquistar a individualidade e independência” (2010, p. 38). Sendo assim, a família é o primeiro grupo social no qual os seres humanos desenvolvem a interação e a percepção de si mesmos e dos outros de forma complexa. É no seio familiar que as primeiras aflições, conquistas, medos e metas pessoais aparecem; é onde ocorre o desenvolvimento das primeiras habilidades, os primeiros ensinamentos por meio da educação familiar na qual o filho aprende a respeitar os outros, a conviver com preceitos que foram criados e reformulados no transcorrer da formação da sociedade. Desse modo, podemos dizer que ela proporciona a construção dos laços 28 afetivos e a satisfação das necessidades no desenvolvimento dos filhos. Também cumpre um papel decisivo na socialização e educação. Para Haerter (2003), a relação afetiva pais-criança é extremamente necessária e importante para o desenvolvimento de uma criança, pois é a partir dela que o mundo começará a ter significado. Sendo a família o primeiro e o principal grupo social em que o ser humano vive, é nela que se aprende a construir a individualidade e a independência. Pode-se dizer que a presença da família é muito importante para o desenvolvimento dos sujeitos, com deficiência ou não. Caso a família que receba uma criança com deficiência não seja capaz de oferecer a ela um ambiente amoroso e estável, o desenvolvimento da criança pode tornar-se mais difícil. É importante que a família possa aceitá-la e buscar ajuda para seu melhor desenvolvimento. Um ambiente positivo e estimulador podem ser determinantes na constituição das primeiras relações da criança com o mundo. (Segundo Bowlby) A experiência familiar daqueles que se tornarão pessoas relativamente estáveis e autoconfiantes é caracterizada não apenas pelo apoio infalível dos pais, quando a eles se recorre, mas ainda por um estímulo gradual e constante à crescente autonomia, notando-se ainda que os pais transmitam modelos funcionais de si próprios, da criança e de outros (BOWLBY, 1997, p. 113). Percebe-se que o acolhimento das famílias é de suma importância para o desenvolvimento da autonomia e independência da criança com deficiência, pois é dentro do ambiente familiar que se inicia o exercício de sua dignidade como pessoa. Os pais possuem um papel extremamente importante na vida da criança. De acordo com Szymanski (2001) a ação educativa da escola e da família apresenta nuances distintas quanto aos objetivos, conteúdos, métodos e questões interligadas à afetividade, bem como em relação às interações e aos contextos diversificados. 29 A organização familiar no processo de inclusão é indispensável no contexto escolar. Neste sentido concordo com Sassaki (1998) ao afirmar que envolvimento da família nas práticas inclusivas da escola ocorre quando existe entre a escola e a família, um sistema de comunicação; os pais participam nas reuniões da equipe escolar para planejar, adaptar o currículo e compartilhar sucessos; as famílias são reconhecidas pela escola como parceiros plenos junto à equipe escolar. A união entre família e escola, possibilita o desenvolvimento de ações em parceria, construindo coletivamente uma relação de diálogo mútuo, para que possam junta enfrentar os desafios que a sociedade atual impõe a todos. Se unidas pelo mesmo motivo em prol do desenvolvimento integral do aluno em todos os aspectos (cognitivo, afetivo, social, psicomotor), do conhecimento das diferenças individuais, respeito às diversidades, considerando-o como um ser ativo com capacidade de se desenvolver plenamente, e no seu ritmo, seja no ambiente escolar seja no familiar, ambas as instituições estarão contribuindo para o desenvolvimento de uma comunidade menos excludente e segregacionista. Não há dúvidas, assim, de que o contexto social e familiar em que esse educando está inserido é determinante para o seu desenvolvimento e desempenho no espaço escolar, sendo que se a organização familiar não for satisfatória para a construção cultural, emocional e cognitiva dessas crianças, isso também se refletirá no aspecto escolar. Nesse sentido, é preciso enfatizar a influência que a formação familiar desencadeia no sujeito desde os seus primeiros contatos com a esfera escolar e ao longo de sua vida social, razão pela qual o educador também precisa reconhecer a realidade do discente, a fim de que o espaço seja visto como acolhedor pelo o mesmo, motivando-o. Lazzaratti e Freitas (2016, p.06). Alguns pais ainda não se conscientizaram da importância do apoio deles junto à instituição escolar de seus filhos, como também escolas que não incentivam essa parceria dos familiares na instituição. Parolin (2003) nos lembra que os objetivos da escola e famílias são os mesmos, preparar a criança para o mundo. Esse autor enfatiza a importância da participação da família no processo educativo. 30 É importante ter em mente que apesar de que os institutos familiar e escolar se complementarem, em cada um desses espaços a criança assumirá diferentes posições, sendo que no primeiro seguirá questões mais ligadas a sentimentos, questões culturais e costumeiras, enquanto no segundo as relações são mais complexas, sendo que nesses dois casos há ações educativas. Assim sendo, para que possa haver uma aproximação entre família e escola, é imprescindível que o espaço escolar faça um investimento para fortalecer o seu relacionamento com os genitores ou responsáveis e os docentes, adotando, assim, mecanismos para que acompanhem as ações pedagógicas, atuando no planejamento e implementações. Conforme destacam Lazzaretti e Freitas (2016, p.06): Vale destacarque o excesso de cobrança em relação ao desempenho da criança deficiente, também pode gerar obstáculos no seu desenvolvimento. Há pais que criam fantasias, e na ânsia de ver seu filho progredir, causam crises de ansiedade capazes de desencadear problemas e dificuldades em lidar com frustrações. Tendo em vista que a família dos alunos com deficiência muitas vezes não estabelecem limites necessários para a promoção da aprendizagem. Essa permissividade dos pais dificulta uma maior cobrança a alguns alunos da educação especial, não lhes sendo exigido um maior esforço reflexivo. A superproteção pode- se manifestar de diversas maneiras e uma delas é impedir o crescimento do outro. Os pais ao superproteger podem impedir mesmo sem saber o desenvolvimento intelectual e a autonomia do seu filho. É preciso que haja favorecimento da família estabelecendo limites e cobranças para um mínimo de cumprimento das tarefas escolares. É dever de toda comunidade escolar promover uma educação de qualidade à pessoa com deficiência. .A escola precisa demonstrar interesses e apresentar atitudes livres de preconceitos para com os alunos e suas famílias. Ela precisa ainda agir como moderadora das ansiedades das famílias, com o objetivo de contribuir nas resoluções de problemas apresentados pelos alunos. 31 A sociedade brasileira ainda engatinha no que se refere à inclusão. Devido à falta de informação e ao preconceito, todos os indivíduos passam por dificuldades. O deficiente sente-se excluído porque o tratam como incapaz. Os pais, por sua vez, infantilizam ou superprotegem os filhos. E o professor que recebe um aluno com esse histórico teme fracassar na tentativa de integrá-lo à sociedade, principalmente se não tiver orientação sistematizada. (CAVALCANTE, 2004, p.32) 32 CONSIDERAÇOES FINAIS Ao longo deste trabalho, buscou-se apresentar a importância da educação inclusiva dentro da educação infantil, e com base nas pesquisas feitas constatou – se a importância de aprofundar a discursão desse tema, uma vez que o mesmo tem sido pouco abordado no contexto escolar. Apesar do longo caminho ainda a ser percorrido, a Inclusão focaliza atualmente a diversidade e a liberdade de ações, principalmente daqueles que somente agora estão tendo a oportunidade de pelo menos mostrar ao mundo suas potencialidades, construindo com autonomia a sua própria trajetória de vida. Nesse sentido as pessoas com necessidades educacionais especiais encontram no processo de Inclusão o direito não só de frequentar a escola regular e estar em sala de aula comum, mas de interagir e produzir conhecimentos. Por sua vez, segundo Pedrinelli (1994), é importante que toda a ação educativa possibilite, não somente o reconhecimento das potencialidades do aluno, como também sua Inclusão na sociedade. Deste modo , quando se trata de educação inclusiva é importante que o professor conheça o seu aluno, saiba qual tipo de necessidade educacional de aprendizagem possui, idade em que a mesma se manifestou se é transitória ou permanente e principalmente que conheça os diferentes aspectos do desenvolvimento humano: biológico (físicos, sensoriais, neurológicos); cognitivo; motor; interação social e afetivo-emocional. Por tanto, a pesquisa buscou-se refletir sobre a promoção da Inclusão diante da diversidade, buscando atender às especificidades de cada necessidade educacional especial apresentada por cada aluno - o que tentou se exemplificar utilizando reflexões sobre a surdez -, destacando ainda a necessidade de formação continuada dos educadores e da preparação das instituições escolares para efetivação da Inclusão. Por tanto, espera-se com pesquisa, acrescentar informações aos profissionais da educação, propondo reflexões que redimensionem ações pautadas 33 no conhecimento e valorização da diversidade diante da necessidade prioritária de se promover a Inclusão Educacional e Social. Diante da necessidade de incluir na diversidade, cabe às instituições educativas bem como aos educadores, reivindicarem o que as legislações já garantem, buscando nesse sentido, recursos concretos para atender a cada pessoa com necessidade educacional especial que chega às suas salas de aula. Efetivar práticas educativas é nesse sentido um compromisso de todos sabendo-se que tais práticas repercutem na própria sociedade. Sendo assim, a concepção de autismo sofreu várias alterações, e é fato que cada concepção traz consigo uma filosofia de intervenção. A educação, sem dúvida, representa um importante serviço para os sujeitos com autismo, e é necessário verificar quais são as suas principais necessidades e as de seus familiares para melhor planejar os trabalhos pedagógicos, além de garantir a formação adequada de professores que atuarão com alunos portadores de necessidades educacionais especiais. Por fim, para que os autistas fossem de fato incluídos, seria necessária a reformulação de políticas públicas que garantissem a oferta de práticas pedagógicas, incluindo a formação adequada e continuada dos professores e a efetiva participação das famílias no processo educacional de seus filhos. É necessário ainda que se faça uma aliança com a saúde para que os sujeitos com autismo possam gozar dos atendimentos médicos de que necessitam e que possam chegar ao sistema educacional o quanto antes, para receber a intervenção precoce, favorecedora do desenvolvimento global das crianças com necessidades educacionais especiais, Inerentes à condição humana, as diferenças sempre existirão entre as crianças, ainda que venha a haver cura para o autismo. Por isso, é necessário que a educação organize oportunidades de reflexões sobre o convívio com a diversidade. Acreditamos que, quando houver uma evolução na percepção sobre o direito à diferença, as discussões sobre inclusão também evoluirão para debates sobre a identidade, e não sobre igualdade sob a força da lei. Concluindo, para que crianças 34 com autismo possam ser realmente incluídas, é necessário que ocorram profundas modificações no sistema educacional brasileiro, tanto no âmbito legal quanto no pedagógico. Os pais precisam estar presentes na educação de seus filhos e em especial o pai da criança com deficiência mental precisa apoiar as diversas possibilidades de crescimento intelectual de seu filho mesmo que isso demande um esforço maior da criança. É preciso respeitar os tempos, porém ao introduzir no cotidiano novas tarefas e rotinas é possível que aja o crescimento da criança com deficiência mental sem abalar seu emocional. A inteligência é algo próprio do indivíduo que e modificado quando o mesmo tem acesso a novas informações. A deficiência mental é observada que associada a sua limitação intelectual é possível observar outras características que permitem identificar como insegurança, dependência afetiva e dificuldade em adaptação na mudança de rotina. “Um mundo como o de hoje, no qual a técnica ocupa uma posição-chave, produz pessoas tecnológicas, afinadas com a técnica. Isso tem sua dose de racionalidade: dificilmente se deixam enganar em seu estreito campo, o que pode ter consequências em uma esfera mais ampla. Por outro lado, na relação atual com a técnica, há algo excessivo, irracional, patógeno. Esse algo está relacionado com o véu tecnológico. As pessoas tendem a tomar a técnica pela coisa mesma, a considerá-la um fim em si, uma força com vida própria, esquecendo, porém, que ela é o prolongamento do braço humano”. Adorno (1995 [original de 1966], p. 118): 35 Referências BRASIL/MEC/SEESP. Direito à educação: subsídios para a gestão dos sistemas educacionais: orientações gerais e marcos legais / Organização: Ricardo Lovatto Blattes . – 2. ed . – Brasília: MEC, SEESP, 2006. MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusãoescolar – O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Summus, 2015. Publicado em 24 de novembro de 2020 BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. 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