Buscar

TCC FAVENI

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
 
 MARISE CIBELE BARRÊTO ROSSI
 INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO: UM PROCESSO NA EDUCAÇÃO
ITAPOÁ - SC
2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
MARISE CIBELE BARRÊTO ROSSI
 INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO: UM PROCESSO DDE TRANSFORMAÇÃO
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em 2º Licenciatura em Educação Especial.
 
 ITAPOÁ -SC 
2021
INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO: UM PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO
Autor[footnoteRef:1], (Marise Cibele Barrêto Rossi) [1: cibele_giovanna@hotmail.com
] 
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). 
RESUMO- O presente artigo consistiu em mostrar como é a educação especial no Brasil e, como as escolas regulares podem contribuir com a inclusão no dia a dia do aluno que apresenta necessidades especiais, para que ele possa ter uma educação de qualidade onde todos possam estudar na mesma sala de aula, e que tenham direitos iguais. Objetivo Geral: Analisar do ponto de vista filosófico, como deve ser a Educação Especial no contexto educacional de forma a contribuir com a inclusão, fundamenta-se nas leis que a amparam na atualidade. Por isso, a relevância de se escolher o referido tema desta pesquisa, foi por apresentar uma metodologia diferenciada, que muito pode ajudar a melhorar as aulas, o planejamento e o currículo, contribuindo para a consolidação de uma aprendizagem mais prazerosa e eficiente, tão indispensáveis à educação principalmente a educação especial desse novo milênio. Neste estudo a pesquisa utilizada para o trabalho científico foi uma pesquisa bibliográfica e, como base em alguns artigos científicos, livros e textos online. Assim, este estudo é caracterizado como qualitativo, e teve como fundamentos as ideias de vários teóricos que deram as suas contribuições para que a pesquisa estivesse de acordo com o tema em questão. Esta autora propõe a outros pesquisadores que pesquisem mais sobre este tema, por ser tão importante em todo o contexto educacional, e para que o referido tema não se esgote neste breve estudo. E, certamente cada professor irá contribuir para uma educação mais justa e igualitária em nosso país.
PALAVRA CHAVE: Alunos. Educadores. Igualdade. Inclusão. Transformação.
 
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo consistiu em mostrar como é a educação especial no Brasil e, como as escolas regulares podem contribuir com a inclusão no dia a dia do aluno que apresenta necessidades especiais, para que ele possa ter uma educação de qualidade onde todos possam estudar na mesma sala de aula, e que tenham direitos iguais.
Portanto, baseando-se no tema o problema é diante das grandes tecnologias a inclusão nas escolas deveria ser direito de todos, mas para que isso aconteça de forma democrática favorecendo a todos os alunos é necessário o desenvolvimento de conceitos e em aplicações educacionais compatíveis com esse grande desafio. 
Os objetivos escolhidos para a pesquisa em questão se divide em objetivo geral e objetivos específicos. Objetivo Geral: Analisar do ponto de vista filosófico, como deve ser a Educação Especial no contexto educacional de forma a contribuir com a inclusão, fundamenta-se nas leis que a amparam na atualidade. 
Objetivos Específicos: Conhecer os fundamentos da educação especial na atualidade. E, estudar a prática pedagógica que esteja de acordo com as necessidades dos alunos especiais. 
O tema apresentado por esta pesquisa tem por finalidade fornecer subsídios aos professores dos sistemas de ensino, uma melhor reflexão sobre como deve ser a organização e o funcionamento dos serviços educacionais prestados aos portadores de necessidades educativas especiais. Só assim, os profissionais da educação poderão atender os alunos de acordo, com os princípios constitucionais e cumprir com equidade e qualidade a educação de forma a satisfazer as necessidades elementares de todos os educandos.
O processo de inclusão ainda hoje, é um desafio na medida em que analisa a presença de atitudes negativas em relação à deficiência, crianças com deficiência que não frequentam a escola, a dificuldade do acesso físico, a dimensão das turmas, a pobreza e discriminação, a total dependência de algumas crianças com deficiência de quem delas cuidam e ainda, a grande quantidade de professores, sem a qualificação adequada e suficiente para lidar com tal desafio e/ou com a falta de consciência sobre o seu papel na vida de crianças com deficiência.
Por isso, a relevância de se escolher o referido tema desta pesquisa, foi por apresentar uma metodologia diferenciada, que muito pode ajudar a melhorar as aulas, o planejamento e o currículo, contribuindo para a consolidação de uma aprendizagem mais prazerosa e eficiente, tão indispensáveis à educação principalmente a educação especial desse novo milênio. 
 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A DEFINIÇÃO DE UMA ESCOLA INCLUSIVA
Uma escola verdadeiramente inclusiva é aquela que trabalha baseando-se na defesa de princípios e valores éticos, na projeção dos ideais de cidadania e justiça, niveladas a uma proposta que visa à promoção de práticas pedagógicas contemplando o aluno, individualmente, em sua maneira peculiar durante o processo de aprendizagem e envolvendo, com compromisso e empenho, a comunidade escolar.
Para o autor Ferreira (2005, p. 44) a inclusão envolve: 
[...] uma filosofia que valoriza diversidade de força, habilidades e necessidades [do ser humano] como natural e desejável, trazendo para cada comunidade a oportunidade de responder de forma que conduza à aprendizagem e do crescimento da comunidade como um todo, e dando a cada membro desta comunidade um papel de valor.
A inclusão é um processo dinâmico e gradual, esta se resume em “cooperação/solidariedade, respeito às diferenças, comunidade, valorização das diferenças, melhora para todos, pesquisa reflexiva” (SANCHEZ, 2005, p. 17).
Para Sassaki (1999, p. 41) inclusão é: 
Um processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir em seus sistemas sociais gerais pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade. (...) Incluir é trocar, entender, respeitar, valorizar, lutar contra exclusão, transpor barreiras que a sociedade criou para as pessoas. É oferecer o desenvolvimento da autonomia, por meio da colaboração de pensamentos e formulação de juízo de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida.
O educador é o mediador e responsável pela construção do conhecimento, interação e socialização do aluno, sendo a inclusão considerada uma tentativa de reedificar esse público, analisando desde os casos mais complexos aos mais singelos, pois uma educação de qualidade é direito de todos.
A esse respeito Goffredo (1999, p. 31) acrescenta: 
Frente a esse novo paradigma educativo, a escola deve ser definida como uma instituição social que tem por obrigação atender todas as crianças, sem exceção. A escola deve ser aberta, pluralista, democrática e de qualidade. Portanto, deve manter as suas portas abertas às pessoas com necessidades educativas especiais.
Entretanto, é percebido que a educação inclusiva condensa-se através da socializaçãoe aprendizado, trabalho em equipe e conhecimento “condizentes com a igualdade de direitos e de oportunidades educacionais para todos, em um ambiente educacional favorável” (BRASIL, 2001, p.17).
3 A ESCOLA E O PROFESSOR: JUNTOS NA INCLUSÃO
A imagem de que existem alunos incapazes de aprender e adquirir conhecimentos é muito comum na sociedade brasileira. Difundiu-se o estereótipo de que essas pessoas são destituídas de intelecto capaz de lhes oferecer as condições para desenvolver suas habilidades cognitivas. Nesse sentido, as escolas se inserem com participação decisiva para a sua formação e para a condição de cidadãos políticos e sociais.
Conceitua-se educação inclusiva através da interação, socialização e a própria construção do conhecimento. O cenário educacional deverá propiciar tais momentos, conforme explicita Mitler (2003, p. 25): 
No campo da educação, a inclusão envolve um processo de reforma e de reestruturação das escolas como um todo, com o objetivo de assegurar que todos os alunos possam ter acesso a todas as oportunidades educacionais e sociais oferecidas pela escola.
Cabe, portanto, a escola a difícil tarefa de prepará-los para inserção nessa sociedade tão complexa e excludente, incapaz de lidar com as diferenças, pois segundo Mantoan (2003), “a inclusão escolar faz repensar o papel da escola e conduz a adoção de posturas mais solidárias e para a convivência”.
A inclusão social, (...), é um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade através de transformações, pequenas e grandes, nos ambientes físicos (espaços internos e externos), equipamentos, aparelhos e utensílios, mobiliário e meios de transporte e na mentalidade de todas as pessoas, portanto também do próprio portador de necessidades especiais. (SASSAKI, 1999, p.42)
A educação brasileira tem se demonstrado ineficiente para o atendimento da maioria de sua clientela, pois conforme a ideia de Gurgel 2007), a educação especial foi tradicionalmente concebida como destinada a atender o deficiente mental, visual, auditivo, físico e motor, além daqueles que apresentam condutas típicas, de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos e psiquiátricos. 
Também estariam inseridos nessa modalidade de ensino os alunos que possuem altas habilidades e superdotação. O conceito de inclusão é uma dificuldade a ser enfrentada pelos professores das escolas, necessita de mudanças de paradigmas e concepções de educadores, de um projeto que seja tomado como de toda a escola e concomitante a isso, é necessário à mudança de práticas escolares.
Práticas que possa permitir o acesso de alunos com necessidades educacionais especiais, mas antes de tudo, buscando garantir sua permanência nos espaços regulares de ensino. Rosseto (2005, p. 42) nos diz que:
A inclusão é um programa a ser instalado no estabelecimento de ensino em longo prazo. Não corresponde a simples transferência de alunos de uma escola especial para uma escola regular, de um professor especializado para um professor de ensino regular. O programa de inclusão vai impulsionar a escola para uma reorganização. A escola necessitará ser diversificado o suficiente para que possa maximizar as oportunidades de aprendizagem dos alunos com necessidades educativas especiais.
As dificuldades no processo de inclusão formam uma rede de situações que vão influenciando umas às outras, gerando, novos processos de exclusão dos alunos. Mantoan (2003) acredita que recriar um novo modelo educativo com ensino de qualidade, que diga não é a exclusão social, implica em condições de trabalho pedagógico e uma rede de saberes que entrelaçam e caminham no sentido contrário do paradigma tradicional de educação segregadora.
Sem dúvida, a razão mais importante para o ensino inclusivo é o valor social da igualdade. Ensinamos os alunos através do exemplo de que, apesar das diferenças, todos nós temos direitos iguais. Quando as escolas incluem todos os alunos, a igualdade é respeitada e promovida como um valor na sociedade, com os resultados visíveis da paz social e da cooperação (STAINBACK, 1999, p. 26, 27).
É uma reviravolta complexa, mas possível, basta que lutemos por ela, que nos aperfeiçoemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos caminhos pedagógicos da inclusão. Pois nem todas as diferenças necessariamente inferiorizam as pessoas. 
Ela tem diferenças e igualdades, mas entre elas nem tudo deve ser igual, assim como nem tudo deve ser diferente. Santos apud Mantoan (2003, p. 79), diz que “é preciso que tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza”.
 Os alunos com necessidades educacionais especiais requerem um trabalho específico, com ferramentas e posturas diferenciadas dos demais alunos, para que possam atender e se desenvolver. Nessa perspectiva, a dificuldade apresentada pelo aluno não é o parâmetro fundamental, mas as potencialidades, as possibilidades de descobrir outras formas de conhecer. 
Mitler (2003, p. 20) afirma sobre inclusão no ato de educar que: 
A inclusão depende do trabalho cotidiano dos professores na sala de aula e do seu sucesso em garantir que todas as crianças possam participar de cada aula e da vida da escola como um todo. Os professores, por sua vez, necessitam trabalhar em escolas que sejam planejadas e administradas de acordo com linhas inclusivas e que sejam apoiados pelos governantes, pela comunidade local, pelas autoridades educacionais locais e acima de tudo pelos pais.
Portanto, incluir requer uma postura crítica dos educadores e dos educandos em relação aos saberes escolar e à forma como os mesmos podem ser trabalhados. É certo considerar que a escola não é uma estrutura pronta, acabada, inflexível, mas uma estrutura que deve acompanhar o ritmo dos alunos, em um processo que requer diálogo nos grupos de trabalho, na relação com a comunidade escolar e com os outros campos do conhecimento. 
 É importante destacar o papel do professor, diante dos alunos com necessidades educacionais especiais, em colaborar com o desenvolvimento integral do aluno, respeitando as diferenças e valorizando as potencialidades de cada um. Também, é necessário oferecer um espaço em que o aluno possa aprender e se perceber como sujeito ativo na construção do conhecimento, por meio de atividades individualizadas e também em grupo, para que haja uma cooperação entre os alunos. 
 Só, assim esse processo se desenvolverá de forma conjunta, pois é na relação com o outro que o sujeito se constitui e se transforma; trabalhar em parceria com a equipe especializada que acompanha o aluno, dentro e/ou fora da escola, bem como com as respectivas famílias, com o intuito de ampliar as possibilidades de inclusão. 
O ofício do professor não pode mais ser visto como vocação, e sim como profissão que requer muito estudo, reflexão e uma prática realmente transformadora. A capacitação docente é um dos meios de começar a mudança na qualidade do ensino para criar contextos educacionais inclusivos, capazes de propiciar a aprendizagem de todos os alunos, respeitando ritmos, tempos, superando barreiras físicas, psicológicas, espaciais, temporais, culturais, dentre outras.
 A formação de professores para a inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais não deve se restringir a torná-los conscientes das potencialidades dos alunos, mas também de suas próprias condições para desenvolver o processo de ensino inclusivo. Portanto, a inclusão consiste em adequar os sistemas gerais da sociedade, de tal modo, que sejam eliminados os fatores que excluíam certas pessoas do seu meio e as mantinham afastadas.
Diz Ferreira e Guimarães (2003, p.137),
Que a humanidade: Caminha-se, assim, em direção à era das relações, o que envolve a unicidade com o real, a integração do homem com a natureza, a crença na existência de pontos distintos e a prevalência de formas mais elevadas de cooperação entre os seres. É a era da autoconsciência, do respeito ao espírito humano, às diferenças e a diversidadecultural.
A eliminação de tais fatores deve ser um processo contínuo e concomitante com o esforço que a sociedade deve empreender no sentido de acolher todas as pessoas independentemente de suas diferenças individuais e de suas origens na diversidade humana. Para que haja a inclusão, a sociedade deve ser modificada a partir do entendimento de que ela é e precisa ser capaz de atender às necessidades de seus membros.
3.1 AS PRÁTICAS DE INCLUSÃO E SUAS TRANSFORMAÇÕES
Ao olharmos a prática educacional nas últimas décadas vem sofrendo modificações nos aspectos históricos, culturais e sociais. 
Neste sentido, Perrenoud (1988) apud Nóvoa (2007 p.14) diz que:
Ao longo das últimas décadas, os especialistas da educação têm-se esforçado por racionalizar o ensino procurando controlar a priori os fatores aleatórios e imprevisíveis do ato educativo, expurgando o cotidiano pedagógico de todas as práticas, de todos os tempos que não contribuem para o trabalho escolar propriamente dito.
Essa “reforma” educacional a que se refere Perrenoud, a fim de tornar a educação mais objetiva no trabalho escolar deve-se segundo Rodrigues (2006), ao desenvolvimento tenaz da exclusão, o que estimulou os responsáveis políticos a unir esforços em campanhas para sua eliminação, nos mais diversos domínios sociais.
Num momento em que o direito ganha novos espaços e abre novas áreas por meio das grandes transformações pelas quais passa o mundo contemporâneo, é importante ter o conhecimento de realidades que, no passado, significaram e no presente ainda significam passos relevantes no sentido da garantia de um futuro melhor para todos. O direito à educação escolar é um desses espaços que não perderá sua atualidade (CURY, 2002, p. 07).
Nesses domínios sociais citados por Rodrigues, inclui-se também a base da sociedade: A Educação. O que informa Mitler (2003), sobre a reforma tratada por Perreunoud, não foi apenas por causa dos políticos, como afirma Rodrigues, tão pouco porque estes políticos aguardaram os pesquisadores dizerem a palavra certa, mas porque a sociedade exigiu tais mudanças. Todos os sistemas existentes, só são passíveis de mudanças, quando este passa a incomodar o regime de imposição de seus governantes.
Essa exigência acabou causando nas últimas décadas várias mudanças no ensino, nos currículos escolares, nas leis de acessibilidade e principalmente a criação de um novo modelo educativo: A Educação Inclusiva. Este novo modo de educar vem propor novos questionamentos, talvez impensáveis até o momento, mais criativos e com melhores resultados como podemos ver nas escolas inclusivas.
Mitler (2003, p.16) a este respeito afirma que: 
A inclusão não diz respeito a colocar as crianças nas escolas regulares, mas a mudar as escolas para torná-las mais responsivas às necessidades de todas as crianças, diz respeito a ajudar todos os professores a aceitarem a responsabilidade quanto à aprendizagem de todas as crianças que estão atual e correntemente excluídas das escolas por qualquer razão. Isto se refere a todas as crianças que não estão beneficiando-se com a escolarização, e não apenas aquelas que são rotuladas com o termo “necessidades educacionais especiais”.
Ainda sobre o que diz respeito à educação inclusiva, Mitler, após muitas pesquisas, observou que o maior obstáculo a ser superado no momento da mudança está dentro de nós, onde nossa tendência é subestimar as pessoas e superestimar as dificuldades, e que este pensamento deve ser abandonado ao se querer construir uma escola ou uma sociedade inclusiva. 
 Desse modo, segundo Mitler inclusão se dá no ato de cada individuo ser capaz de ter oportunidades de escolher e de ter autodeterminação na educação. Mas, para que isto seja estimulado existe a necessidade de os educadores aprenderem a ouvir e valorizar o que o aluno tem a dizer, independentemente de sua idade ou de rótulos. Todo o conhecimento de mundo que o aluno trás consigo é importante, pois, deste remonta toda a sua história de vida que não pode e nem deve ser ignorado pelo educador. 
De acordo com Mantoan (2001, p. 62), estar ciente de que:
Quando buscamos transformar o meio escolar em ambientes acolhedores, estamos aludindo a situações em que respeitamos os caminhos das descobertas e, portanto, às respostas que o aluno é capaz de dar para resolver uma situação-problema ou para realizar uma tarefa. Queremos compreender seus procedimentos [...] em uma dialética educativa, que não acelera, mas propicia a todos o tempo que necessitam para aprender.
Espera-se que com a educação inclusiva sejam abandonadas definitivamente as barreiras seletistas de aprendizagem observado ao longo das décadas, onde poucos eram privilegiados com o acesso ao saber. 
Por meio do que diz Stainback (1999, p.23), 
Conclui-se que a sociedade recebe benefícios a partir da educação inclusiva, porque ela promove a igualdade que favorece a paz social. Assim, fica evidente que sem mudança de postura, que deve ser possibilitada desde a formação inicial, não há como realizar a inclusão de maneira significativa. É necessário que se eliminem o que é considerado ruim em uma formação tradicional, como os princípios baseados na homogeneidade, na qual o professor é compelido a ver o estudante sem uma identidade, fazendo com que sua prática não atenda às demandas de cada um. 
 A inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais dependem não só da boa prática ou excelente formação do professor. Incluir com a finalidade educacional exige atitude e colaboração dos colegas em relação aos alunos integrados, a família, a comunidade, fatores socioeconômicos e socioculturais.
De acordo com Oliveira (2002, p. 33), 
Uma vez que o desenvolvimento humano está submetido às leis do desenvolvimento sócio histórico e, portanto, se dá a partir das interações concretas entre as pessoas e no processo de mediação semiótica. [...] No entanto, não é qualquer ensino que serve. Os autores da teoria sócia histórica são insistentes na exigência de um ensino que não se limite à transmissão de conhecimentos, embora isto também seja necessário, mas que busque desenvolver o pensamento dos alunos, a sua capacidade intelectual, a sua consciência reflexiva e a regulação de seu comportamento. 
A construção do conhecimento, portanto, não está apenas nas mãos daqueles que repassam o conteúdo, precisa-se de pessoas preparadas para ensinar e acima de tudo aprender, de falar aos seus ouvintes, mas também que saiba escutá-los, ver, mas querendo também enxergar o outro e também a si mesmo, pois é neste momento que há a interação aluno versus professor e a construção do saber. 
4 METODOLOGIA 
Neste estudo a pesquisa utilizada para o trabalho científico foi uma pesquisa bibliográfica e, como base em alguns artigos científicos, livros e textos online. Assim, este estudo é caracterizado como qualitativo, e teve como fundamentos as ideias de vários teóricos que deram as suas contribuições para que a pesquisa estivesse de acordo com o tema em questão.
 E, de acordo com Demo (2000, p. 39), 
Pesquisar [...] é sempre também dialogar, no sentido específico de produzir conhecimento do outro para si, e de si para o outro, dentro de contexto comunicativo, nunca de todo devassável e que sempre pode ir a pique. Pesquisa passa a ser, ao mesmo tempo, método de comunicação cabível e adequada, e conteúdo da comunicação, se for produtiva. Quem pesquisa tem o que comunicar. Quem não pesquisa apenas reproduz ou apenas escuta. Quem pesquisa é capaz de produzir instrumentos e procedimentos de comunicação. Quem não pesquisa assiste à comunicação dos outros. 
Apesar de poderem se observados alguns avanços no delineamento de ações político-educacionais e propostas pedagógicas em busca de uma escola inclusiva e, essas ações, ainda estão timidamente colocadas no cotidiano da escola. 
Como se constata em Oliveira e Poker (2002, p. 237):
A construção de um sistema educacional inclusivo exige ações direcionadas e planificadas no âmbito político-pedagógico, decorrentes da política e da administraçãoassumidas pelo município, que viabilizarão ou não, investimentos para a formação continuada do educador e da equipe técnica do departamento de educação municipal [...] Com a municipalização do ensino fundamental, assumindo inclusive o ensino especial, os municípios começaram a enfrentar uma realidade até então desconhecida: lidar com as heterogeneidades de toda ordem no mesmo espaço escolar, incluindo alunos que têm deficiências sensoriais, físicas ou cognitivas.
Por isso, segundo os autores consultados durante o desenvolvimento da pesquisa A Inclusão na Educação é verdadeiramente um Processo de Transformação, e que o professor deve favorecer todo este processo com práticas pedagógicas que sejam inovadoras na inclusão e na educação especial, e também, com um planejamento que favorece a preparação adequada do profissional que atenderá tais alunos no contexto escolar, uma vez que propicia a organização e reflexão do ato de educar.
5 CONCLUSÃO
Os alunos com necessidades educacionais especiais requerem um trabalho específico, com ferramentas e posturas diferenciadas dos demais alunos, para que os mesmos possam ser atendidos em suas necessidades educacionais, para então se desenvolverem em todos os seus aspectos. Nessa perspectiva, a dificuldade apresentada pelo aluno não é o parâmetro fundamental, mas as potencialidades, as possibilidades de descobrir outras formas de se conhecer e conhecer o outro. 
Portanto, incluir requer uma postura crítica dos educadores e dos educandos em relação aos saberes escolares, e à forma como os mesmos podem ser trabalhados. É certo considerar que a escola não é uma estrutura pronta, acabada, inflexível, mas uma estrutura que deve acompanhar o ritmo dos alunos, em um processo que requer diálogo nos grupos de trabalho, na relação com a comunidade escolar e com os outros campos do conhecimento. 
 Desse modo, é importante destacar, que através deste estudo foi possível concluir que o papel do professor, diante dos alunos com necessidades educacionais especiais, é contribuir e colaborar com o desenvolvimento integral deles, respeitando as suas diferenças e valorizando as suas potencialidades. Também, é necessário que a escola ofereça um espaço em que o aluno possa aprender e se perceber como sujeito ativo na construção do conhecimento, por meio de atividades individualizadas e também em grupo, para que haja uma cooperação entre os alunos. 
A inclusão é uma proposta, um ideal que não deve ficar só no papel, ela deve ser proporcionado aos alunos com necessidades especiais em seu contexto educacional, para que eles possam, assim, fazer valer os seus direitos, pois a educação é um direito de todos e não de uma minoria, só desse modo, a escola pode contribuir com a inclusão. Se todas as pessoas quiserem uma sociedade mais justa e que seja mais acessível a todos e que dela todas as pessoas possam participar, em igualdade de oportunidades, é preciso fazer desse ideal uma realidade a cada dia. 
As ações de cada indivíduo, das instituições e dos órgãos públicos, devem ser pensadas e executadas no sentido de divulgar os direitos da legislação e programar ações que garantam o acesso de todas as pessoas a todos os seus direitos. A inclusão envolve mudanças, porém, estas mudanças dependem de cada um de nós para que ela aconteça de fato, é um trabalho longo e desafiador que exige reflexões e igualdade de oportunidades é um desejo para um futuro, que se espera que seja breve. 
Após, ser realizado e analisado todo este artigo científico, esta autora propõe a outros pesquisadores que pesquisem mais sobre este tema, por ser tão importante em todo o contexto educacional, e para que o referido tema não se esgote neste breve estudo. E, certamente cada professor irá contribuir para uma educação mais justa e igualitária em nosso país.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 6022: informação e documentação: apresentação de artigo em publicação periódica científica impressa. Rio de Janeiro, 2002.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei 9394, de 23 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 1997.
_______. Secretaria de educação Especial. Conjunto de materiais para a capacitação de professores; necessidades na sala de aula. Secretaria de Educação Especial. Tradução, Ana Maria Isabel Lopes da Silva. Reimp. Brasília: MEC/SEESP, 1998.
______. Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 2, de 11 de setembro de 2001. Institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. MEC SEESP.
______. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.
______. Ministério da Educação e do Desporto. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Ed. do Brasil, 1996.
BRITO Alessandra Braga. Direito à Educação dos Portadores de Necessidades Especiais. Disponível em: <http://www.avm.edu.br/monopdf/6/ALESSANDRA%20BRAGA%20BRITO.pdf>. Acesso em: 06 de outubro de 2015.
CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO PARA TODOS, 1990, Jomtien. Declaração Mundial sobre Educação para Todos. Jomtien, Tailândia: UNESCO, 1990.
CURY, Carlos Roberto Jamil. Legislação Educacional Brasileira. 2ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
DELLANI, Paulo Marcos. MORAIS, Deisy N. M. de. Inclusão: Caminhos, Encontros e Descobertas. Disponível em: <http://www.ideau.com.br/getulio/restrito/upload/revistasartigos/50_1.pdf>. Acesso em: 17 de fev. de 2016. 
DEMO, Pedro. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.
FERREIRA, Maria Elisa Caputo e GUIMARÃES, Marly. Educação inclusiva. Editora: DP &A, 2003.
FERREIRA, Windyz B. Educação Inclusiva: Será que sou a favor ou contra uma escola de qualidade para todos? Revista da Educação Especial - Out/ 2005, Nº 40.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 48ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
GOFFREDO, Vera Lúcia Flor Sénéchal. Educação: Direito de Todos os Brasileiros. In: Salto para o futuro: Educação Especial: Tendências atuais/ Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, SEED, 1999. 
JANUZZI, Gilberta de Martinho. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. Campinas. Coleção Educação Contemporânea. Autores Associados. 2004.
MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2003.
MITLER, Peter. Educação Inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre: Artmed, 2003. 
NÓVOA, Antonio. Nos 50 anos da Fundação Calouste Gulbenkian. In: Contato às crianças (XVII Encontro de Literatura para crianças). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 2007.
OLIVEIRA, Bráz da Silva. SILVA, Maria Q. Santos da. VILELA, Maria Cristina. da Silva. O Professor e a Educação Inclusiva: Desafios e Perspectivas. Disponível em: <http://www.eduvalesl.edu.br/site/edicao/edicao-119.pdf>. Acesso em: 26 de set. 2015.
______. POKER, R. B. Educação inclusiva e municipalização: a experiência em educação especial de Paraguaçu Paulista. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, SP, n. 3, v. 2, p. 233-244, jul./dez. 2002. 
______. Educação inclusiva: concepções teóricas e relato de experiência. In: 
MARQUEZINE, M. C. et al. (Org.). Inclusão. Londrina, PR: EDUEL, 2002.        
ROSSETO, M. C. Falar de inclusão falar de que sujeitos? In: Lebedeff, T. B. Pereira. Educação especial – olhares interdisciplinares. Passo Fundo: UPF Editora, 2005. P. 41-55
SANCHEZ, Pilar Arnaiz. A Educação Inclusiva: um meio de construir escolas para todos no século XXI. Revista da Educação Especial - Out/2005, Nº 07. 
SASSAKI, Romeu Kasumi. Inclusão: Construindo Um a Sociedade Para Todos. 3ª edição. Rio de Janeiro: WVA, 1999, 174p.
SILVA, Lídia M. da. Educação Inclusiva e Formação de Professores. Disponível em: <http://bento.ifrs.edu.br/site/midias/arquivos/2010069353641lidia_monografia.pdf>. Acesso em: 18 de fev. de 2016. 
STAINBACK, Susan; STAINBACK, Willian. Inclusão: um guia para educadores. Trad. Magda França Lopes. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

Continue navegando