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ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL! PROFESSORES Dr. Taiser Tadeu Teixeira Barros Me. Imar de Souza Soares Junior Sistemas Hidráulicos e Pneumáticos https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/8988 FICHA CATALOGRÁFICA C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância. JUNIOR, Imar de Souza Soares. Sistemas Hidráulicos e Pneumáticos. Taiser Tadeu Teixeira Barros Imar de Souza Soares Junior. Maringá - PR.: Unicesumar, 2021. 232 p. “Graduação - EaD”. 1. Sistemas 2. Hidráulicos 3. Pneumáticos. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 621.32 CIP - NBR 12899 - AACR/2 ISBN 978-65-5615-457-2 Impresso por: Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Coordenador de Conteúdo Fabio Augusto Gentilin Designer Educacional Aguinaldo Ventura Curadoria Rafaela Benan Zara Revisão Textual Meyre A. P. Barbosa Editoração Lucas Pinna Silveira Lima Ilustração Welington Vainer e Geison Ferreira da Silva Realidade Aumentada Cesar Henrique Seidel, Maicon Douglas Curriel e Matheus Alexander de Oliveira Guandalini Fotos Shutterstock. PRODUÇÃO DE MATERIAIS EXPEDIENTE DIREÇÃO UNICESUMAR NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Graduação Marcia de Souza Head de Metodologias Ativas Thuinie Medeiros Vilela Daros Head de Tecnologia e Planejamento Educacional Tania C. Yoshie Fukushima Head de Recursos Digitais e Multimídias Franklin Portela Correia Gerência de Planejamento e Design Educacional Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção Digital Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Recursos Educacionais Digitais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Design Educacional e Curadoria Yasminn T. Tavares Zagonel Supervisora de Produção Digital Daniele Correia BOAS-VINDAS Tudo isso para honrarmos a nossa missão, que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Reitor Wilson de Matos Silva A UniCesumar celebra os seus 30 anos de história avançando a cada dia. Agora, enquanto Universidade, ampliamos a nossa autonomia e trabalhamos diariamente para que nossa educação à distância continue como uma das melhores do Brasil. Atuamos sobre quatro pilares que consolidam a visão abrangente do que é o conhecimento para nós: o intelectual, o profissional, o emocional e o espiritual. A nossa missão é a de “Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária”. Neste sentido, a UniCesumar tem um gênio importante para o cumprimento integral desta missão: o coletivo. São os nossos professores e equipe que produzem a cada dia uma inovação, uma transformação na forma de pensar e de aprender. É assim que fazemos juntos um novo conhecimento diariamente. São mais de 800 títulos de livros didáticos como este produzidos anualmente, com a distribuição de mais de 2 milhões de exemplares gratuitamente para nossos acadêmicos. Estamos presentes em mais de 700 polos EAD e cinco campi: Maringá, Curitiba, Londrina, Ponta Grossa e Corumbá), o que nos posiciona entre os 10 maiores grupos educacionais do país. Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssima história da jornada do conhecimento. Mário Quintana diz que “Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. Seja bem-vindo à oportunidade de fazer a sua mudança! Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre mim, além das informações do meu currículo. Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre mim, além das informações do meu currículo. MEU CURRÍCULO MINHA HISTÓRIA Olá, estimados(as) alunos(as), meu nome é Taiser, decidi ingressar na engenharia, pois sempre fui muito curioso e gostava muito de robôs, assim, cursei engenharia elétri- ca, percebendo que havia acertado em minha escolha de ser engenheiro. Comecei a trabalhar com robótica quan- do fiz meu mestrado e, atualmente, tenho uma empresa de robótica educacional. Segui meus estudos fazendo doutorado na área de informática na Educação. Minha carreira na área da Educação iniciou quando comecei a dar aulas em um cursinho de Inglês, enquanto atuava como engenheiro na indústria. Alguns anos depois, sur- giu a oportunidade de lecionar em uma escola técnica, desde então, tenho atuado como docente, inclusive, em uma faculdade. Isso me fez ter certeza de que gostaria de seguir na docência, pois gosto muito desta atividade. Ainda estou em contato com a indústria, onde presto consultoria, eventualmente, na área da automação. Sain- do do mundo profissional, gosto de jogar xadrez com meu filho, pratico artes marciais, tendo passado pelo Karatê, Tae Kwon Do, Capoeira, Muai Thay e Jiu Jitsu. Curto Rock, desde clássicos como Beatles ao Heavy Metal do Iron Maiden. Sou gaúcho e um excelente assador de churrasco. Além das atividades que citei, anteriormente, não posso deixar de citar a que mais gosto, que é ficar com a minha família, minha esposa Fabiane e meus fi- lhos Alice e Matheus. Espero que aproveitem o material que produzimos para você sobre sistemas hidráulicos e pneumáticos. Utilizei exemplos práticos que serão muito úteis para você. Um forte abraço e bons estudos! Dei- xo disponível, também, o link do meu curriculum lattes para que você possa conhecer melhor minha formação e experiência: http://lattes.cnpq.br/4244800535900925. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/9785 MEU CURRÍCULO MINHA HISTÓRIA Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre mim, além das informações do meu currículo. Olá, estimado(a) estudante, desta fantástica profissão cha mada Engenharia. É uma imensa satisfação poder estar com você, mesmo que seja por um curto período de tempo, auxiliando em sua formação nesta área, de grande importância e igualmente complexa, dos elemen- tos de máquinas. Eu me chamo Imar, sou formado em Engenharia Me- cânica pela UFSM, desde 2001. Minha experiência na indústria teve início, ainda durante a graduação, tendo realizado um estágio de curta duração na montadora Mercedes Benz (na época Daimler Chrysler), em São Bernardo do Campo-SP, e, em seguida, me transferindo para Santa Catarina para ficar mais próximo da família, onde tive as maiores e melhores experiências profissio- nais dentro de uma indústria. Em paralelo com minhas atividades como Analista de Processos, iniciei a carreira na docência, como uma forma de melhorar questões ligadas à capacidade de expressão em público. Com o passar dos anos, realizei uma pós-graduação (especia- lização) em Automação Industrial (FURB-SENAI), uma graduação em Pedagogia (UNISUL) e, mais recentemen- te, obtive o título de Mestre em Sistemas e Processos Industriais (UNISC). Como podem ver, em minha formação acadêmica, estive em diferentes instituições, passando por universi- dade federal, universidade particular (Ensino Presencial e EAD). Após todos esses anos, está claro para mim que a diferença quem pode fazer somos nós. Você definiu sonhos e expectativas quando ingressou neste curso e somente você é responsável por criar as condições para que eles se concretizem. Vamos, juntos, sem receios no coração, nos aventurar nestefascinante universo que se abrirá à nossa frente. http://lattes.cnpq.br/2918585354738006 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/9895 6 UNICESUMAR IMERSÃO RECURSOS DE Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e transformar. Aproveite este momento. PENSANDO JUNTOS EU INDICO Enquanto estuda, você pode acessar conteúdos online que ampliaram a discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor. Sempre que encontrar esse ícone, esteja conectado à internet e inicie o aplicativo Unicesumar Experience. Aproxime seu dispositivo móvel da página indicada e veja os recursos em Realidade Aumentada. Explore as ferramentas do App para saber das possibilidades de interação de cada objeto. REALIDADE AUMENTADA Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Posicionando seu leitor de QRCode sobre o código, você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido PÍLULA DE APRENDIZAGEM Professores especialistas e convidados, ampliando as discussões sobre os temas. RODA DE CONVERSA EXPLORANDO IDEIAS Com este elemento, você terá a oportunidade de explorar termos e palavras-chave do assunto discutido, de forma mais objetiva. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881 INICIAIS PROVOCAÇÕES SISTEMAS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS O ambiente industrial é muito similar ao nosso ambiente residencial em vários aspectos. Exem- plo disso é a utilização de elementos da natureza, como é o caso da água e da energia fornecida pelo Sol. Porém, como você deve imaginar, existem elementos presentes na indústria os quais não são tão comuns de encontrarmos em nosso cotidiano. Você saberia elencar alguns deles? Uma das forças utilizadas na indústria está armazenada no ar comprimido que movimenta atuadores industriais, os quais não são encontrados comumente em instalações residenciais, por exemplo. Outro tipo de força muito utilizada é a hidráulica, que provém da movimentação de fluidos. Você já utilizou ar comprimido em algum momento? Se não lembra de uma ocasião, aju- darei recordando de quando vamos até um posto para utilizar o ar comprimido para inflar os pneus de nossa bicicleta ou do automóvel. No posto, há um compressor, que comprime o ar e o disponibiliza para calibração dos pneus. Na indústria, similarmente, há um compressor que acumula o ar comprimido em um reservatório e distribui ar pressurizado por toda a instalação, por tubulações específicas. A utilização do ar comprimido, assim como de fluidos, que caracterizam, respectivamente, os chamados acionamentos pneumáticos e hidráulicos, são tecnologias amplamente utilizadas na indústria, como é o caso, também, de controles industriais. Um tipo muito comum de con- trole industrial é aquele realizado por meio da utilização dos chamados Controladores Lógicos Programáveis, ou CLPs, que, assim como as demais tecnologias citadas, não fazem parte de nosso cotidiano residencial. No decorrer das unidades de estudo, teremos a oportunidade de conhecer conceitos relativos à pneumática e à hidráulica, tanto conceitos físicos, como força, pressão e vazão, até itens técnicos, como a caracterização de contatos e tipos de válvulas utilizadas na indústria. Além de conceitos físicos, teremos a oportunidade de conhecer métodos de desenvolvimen- to de sistemas eletropneumáticos e eletrohidráulicos, assim como é o caso das sequências diretas e indiretas, método trajeto passo e, também, técnicas de programação, utilizando os Controladores Lógicos Programáveis. Ao concluir os estudos, você estará apto a atuar no contexto da automação industrial, seja instalando uma unidade pneumática, desenvolvendo um comando seja programando um controlador industrial. Você, também, terá adquirido conhecimentos e termos fundamentais utilizados no chão de fábrica, os quais permitirão que você tenha compreensão sobre processos comumente desenvolvidos em plantas industriais e que possuem relação direta com diversas outras áreas de conhecimento da engenharia. E então, você conseguiu vislumbrar a aplicação dos tópicos que serão abordados nesta dis- ciplina, dentro do seu horizonte profissional? Espero que esta visão inicial possa demonstrar a importância dos sistemas hidráulicos e pneumáticos na sua futura carreira de engenheiro. Vamos aprofundar estes conhecimentos então? APRENDIZAGEM CAMINHOS DE 1 2 43 5 11 51 29 75 CONCEITOS FÍSICOS E MATEMÁTICOS 6 119 INTRODUÇÃO AOS COMANDOS ELÉTRI- COS DIMENSIONAMEN- TO DE ELEMENTOS DE TRABALHO E CÁLCULOS DE PER- DA DE CARGA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL - CON- CEITUALIZAÇÕES DIAGRAMA DE MO- VIMENTO I DIAGRAMAS DE MO- VIMENTO II 99 7 143 8 159 SEQUÊNCIAS INDIRETAS: MÉTODO DE MINIMI- ZAÇÃO DE CONTATOS (CASCATA ELÉTRICA) E MÉTODO DE MAXIMI- ZAÇÃO DE CONTATOS (PASSO A PASSO) SEQUÊNCIAS DI- RETAS: MÉTODO INTUITIVO 9 179 INTRODUÇÃO À PROGRAMAÇÃO DE CONTROLADORES LÓGICOS PROGRA- MÁVEIS 1 Seja bem-vindo(a), caro(a) aluno(a), à disciplina Sistemas Hidráulicos e Pneumáticos. Neste e nos próximos capítulos, aprofundaremos conceitos relacionados à automação mecânica de máquinas e equi- pamentos. Contudo, para que nossa aprendizagem possa ter maior eficiência, realizaremos uma revisão de conceitos físicos e matemá- ticos que servirão de suporte para compreensão dos conhecimentos que serão trabalhados. Conceitos Físicos e Matemáticos Dr. Taiser Tadeu Teixeira Barros Me. Imar de Souza Soares Junior 12 UNICESUMAR O universo da automação industrial é amplo e pode ser relacionado, diretamente, aos grandes avanços tecnológicos que tivemos nas últimas décadas. Contudo a premissa básica de funcionamento de todo e qualquer sistema pneumático ou hidráulico são os fluídos envolvidos no processo. Você consegue descrever algumas das características físicas e das diferenças existentes entre fluídos pneumáticos e hidráulicos? O estudo dos fluídos é fundamental para a compreensão de muitos dos conceitos que regem a área de pneumática e hidráulica. Por exemplo, ao estudarmos sobre a compressibilidade de um fluído, observamos que gases possuem elevada capacidade de comprimirem seu volume natural, enquanto fluídos líquidos são tidos como incompressíveis. Este é um dos principais fatores que distinguem a pneumática da hidráulica e, devido a isto, as empresas tendem a separar os profissionais que atuam em cada uma destas áreas, garantindo maior eficiência e segurança nas atividades desenvolvidas. Outra característica que vale menção e é consequência direta das propriedades físicas de fluídos é a viscosidade associada a cada substância. Fluidos gasosos tentem a ter baixa viscosidade e fluidos líquidos possuem um grau de viscosidade mais elevado. Em decor- rência disto, quando trabalhamos com fluidos gasosos podemos obter velocidades consideravelmente mais altas nos processos automatizados, contudo as forças que podem ser obtidas em atuadores são reduzidas. Já os fluídos líquidos, por serem incompressíveis, permitem atingir elevadas cargas em seus elementos de trabalho, contudo sua viscosidade impede de trabalharmos com velocidades elevadas. A automação industrial está presente na grande maioria das indústrias. É muito difícil ima- ginarmos processos fabris, em grandes empresas, ocorrendo de forma manual. Contudo ainda é possível encontrarmos produtos sendo fabricados de forma artesanal em nosso cotidiano. Como sugestão e a nível de curiosidade, seria extremamente interessante a realização de uma pesquisa, de forma bem sucinta, na internet, para averiguar como a automação industrial tem avançado no meio industrial nos últimos anos. 13 UNIDADE 1 A automação industrial tem evoluído, rapidamente, nos últimos anos. Uma prova disto são os avanços obtidos nas áreas da robótica, da prototipagem e da programação, tendo impactos diretosna sobrevivência das empresas. Quando nos referimos à automação industrial, inevitavelmente, vamos nos deparar com um dilema social que é a geração de desemprego. Alguns países possuem leis específicas que limitam a automação a ser implementada a condições de insalubridade ou segurança operacional de equipamentos, como o Japão. Contudo os avanços tecnológicos estão presentes em nosso cotidiano para trazerem benefícios, e não malefícios, e, ainda, há necessidade de posicionamentos mais assertivos quanto à implantação da automação industrial nas empresas. Mas uma coisa é certa, a automação trouxe oportunidades para quem estudar seus conceitos e, devido a isto, possibilidades de ascensão profissional com maiores retornos. Uma forma de visualizarmos a importância da automação industrial, na atualidade, seria um exercício de imaginarmos duas empresas que produzem o mesmo produto e ambas possuindo dez colaboradores em seu processo. Contudo, em uma delas, seu gestor resolveu investir e automatizou seu processo produtivo, permanecendo com cinco dos seus colaboradores e dispensando os de- mais. Na outra empresa, seu gestor resolveu manter o quadro de pessoas, pensando na importância social de suas atividades. De forma mais imediatista, poderíamos condenar a automação por gerar a demissão de pessoas, todavia, se ponderarmos que vivemos em uma sociedade capitalista, e o lucro é necessário para uma empresa sobreviver, pergunto: qual delas você imagina que tem mais chances de permanecer viva no mercado? Imagino que sua resposta, mesmo que porventura não lhe agrade, seja a que automatizou o processo, pois, possivelmente, teve aumento de sua produção, qualidade e redução de custos operacionais, tornando a mesma uma importante estratégia de sobrevivência neste mercado globalizado extremamente competitivo. DIÁRIO DE BORDO 14 UNICESUMAR Iniciaremos nossos estudos relembrando, brevemente, alguns conceitos de trigonometria, área da matemática amplamente utilizada na engenharia e fundamental para a compreensão e a aplicação dos conhecimentos comtemplados pela área dos Sistemas Hidráulicos e Pneumáticos. O estudo da trigonometria tem sua origem incerta, mas acredita que seja próxima de sem (OLIVEIRA, [2021]), tendo um importante marco histórico com o astrônomo Hiparco de Nicéia, por volta do século II a.C., com a elaboração de doze livros tratando do assunto e sendo de grande importância para os estudos que se seguiram (E-CALCULO, 2009). Uma forma simples de compreendermos as principais relações trigonométricas é por meio do denominado círculo trigonométrico (Figura 1). O rd en ad a (y ) Se no 90 ° Abscissa (x) 0° Tangente β α 0 Cosseno Figura 1 - Relações trigonométricas cartesianas / Fonte: o autor. De acordo com (GALVÃO et al., 2016), o estudo da trigonometria data a mais de 1650 anos a.C. As relações trigonométricas, que podem ser obtidas do círculo trigonométrico, podem ser observadas no Quadro 1. Além de conhecer, é preciso compreender estas relações, pois acompanharão a vida profissional de um engenheiro em muitas ocasiões, não apenas nesta área do conhecimento. Uma das falhas apontadas por (OLIVEIRA, 2014), no estudo da trigonometria, tem sua origem no Ensino Médio, em que os exemplos de aplicação destes conceitos são de difícil visualização por parte dos alunos, já que os professores não o abordam de forma simplificada. Descrição da Imagem: na imagem, temos um referencial cartesiano e, partindo de sua origem (ponto 0) temos uma reta que possui ângulo alfa (α) com o eixo das abscissas (X) e ângulo beta (β) com o eixo das ordenadas (Y). A projeção da reta sobre o eixo das abscissas nos dá o valor do cosseno e, sobre o eixo das ordenadas, nos dá o valor do seno. Se prolongarmos o segmento de reta de forma que seja possível interseccionar a mesma com um círculo de origem em o e de raio igual ao comprimento da mesma reta, temos o valor equivalente à tangente. 15 UNIDADE 1 Funções Trigonométricas Conceito Fórmula Seno seno cateto hipotenusa oposto = � s ne a c � � Cosseno cos seno cateto hipotenusa adjacente � cos� � b c Tangente tan gente cateto cateto oposto adjacente � tg a b � � Quadro 1 - Relações Trigonométricas / Fonte: o autor. Dando sequência aos nossos estudos, vamos nos aventurar, brevemente, pelo universo da física. Atual- mente, existem sete grandezas fundamentais conhecidas pelo universo da ciência. É delas que todas as demais podem ser obtidas. O Quadro 2 apresenta as mesmas, juntamente de suas unidades adotadas pelo sistema internacional (S.I.). Unidades Fundamentais do Sistema Internacional (S.I.) Grandeza Denominação Simbologia Comprimento metro m Massa quilograma kg Tempo segundos s Intensidade de Corrente Elétrica ampére A Temperatura Termodinâmica Kelvin K Quantidade de Matéria mol mol Intensidade Luminosa candela cd Quadro 2 - Unidades fundamentais do S.I. / Fonte: o autor. 16 UNICESUMAR A seguir serão apresentados alguns exemplos de como aplicar os conceitos apresentados no quadro anterior. • Vazão: pode ser obtida pela relação entre o volume de fluido que será comportado por um recipiente e o tempo necessário para enchê-lo. Para visualizarmos a origem das unidades deste conceito físico, podemos proceder conforme apresentado a seguir, considerando como sendo um recipiente cilíndrico, para fins de exemplo. VQ = t V = A . hbase base 2π . dA = (círculo) 4 No Ensino Médio, quando estudamos sobre os conceitos físicos relacionados à pressão, nor- malmente, utilizamos as unidades Pascal (Pa) e/ou atmosfera (atm), contudo, na indústria, é comumente utilizado bar (quilograma-força por centímetro quadrado) ou psi (libra-força por polegada quadrada). A unidade bar é equivalente à atmosfera, ou seja, 1 bar 1 atm≈ . Se con- siderarmos que 1 bar é o mesmo que 1 kgf/cm2, significa que para termos noção da pressão que nos cerca seria o mesmo que termos, na palma de nossa mão um objeto cuja área de sua base é equivalente a 1 cm2 (por exemplo uma caneta para escrita em quadro branco) e, na outra ponta deste objeto, um quilo de algum material (por exemplo, um saco de arroz, saco de feijão etc.). A pressão que a palma da mão sente sob este objeto é equivalente a 1 atm ou 1 bar. 17 UNIDADE 1 No S.I., a unidade de Vazão é o metro cúbico (m3). Contudo podemos observar que a unidade de vazão, considerando as grandezas fundamentais, pode ser escrita como m s 3 . • Pressão: pode ser obtida pela relação entre a força e área de aplicação da mesma, contudo esta relação pode ser aprofundada se desenvolvermos os conceitos até suas formas primitivas, como segue. FP = A F = m . a a = v t v = s t No S.I., a unidade de pressão é o Pascal (Pa). Contudo podemos observar que a unidade de pressão, considerando as grandezas fundamentais, pode ser escrita como kg m . s 2 . • Energia cinética: pode ser obtida pela relação entre a massa de um corpo pela sua velocidade elevada ao quadrado, dividida à sua metade, sendo expressa em Joules no S.I. 18 UNICESUMAR 2 cin m . vE = 2 Sv = t Espaço [m] Massa [kg] No S.I., a unidade de Energia cinética é o Joule (J). Contudo podemos observar que a unidade de Joule, considerando as grandezas fundamentais, pode ser escrita como kg . m s 2 2 . Vale lembrar que a velocidade está elevada ao quadrado e, portanto, sua unidade também o será. • Energia potencial: pode ser obtida pela relação entre a massa de um corpo, a gravidade local e a altura a qual o mesmo está submetido do solo, sendo expressa em Joules no S.I. E = m . g . hpot vg = a = t Sv = t Espaço [m] Massa [kg] Tempo [s] Altura [m] Tempo [s] Gravidade é uma aceleração 19 UNIDADE 1 No S.I., a unidade de Energia potencial é o Joule (J). Contudo podemos observar que a unidade de Joule, considerando as grandezas fundamentais, pode ser escrita como kg . m s 2 2 . De forma análoga, podemos reescrever toda e qualquer fórmula física de qualquer área do conhecimento. Conheceras grandezas fundamentais nos permite compreender um pouco melhor o universo de conceitos que cercam a vida profissional de um engenheiro. A apresentação de resultados numéricos sempre necessita ser bem avaliada. Na engenharia, dispomos de recursos que nos auxiliam neste processo. Uma das estratégias que utilizamos é a representação por meio dos múltiplos e submúltiplos, conforme pode ser visualizado no Quadro 3. Unidade de Referência Múltiplo Abreviatura (Simbologia) Correspondência Giga G 1.000.000.000 x unidade Mega M 1.000.000 x unidade Kilo k 1.000 x unidade Hecto he 100 x unidade Deca da 10 x unidade Considerando a pressão atmosférica equivalente a 1 bar (1kgf/cm2), podemos supor que, a cada cm2 de nosso corpo, temos uma força equivalente a 1kgf tendendo a esmagar o mesmo. Como a área superficial de um ser humano é, consideravelmente, maior do que poucos cm2, podemos imaginar que temos, constantemente, uma grande força tentando nos comprimir, contudo ela encontra resistência natural em nosso corpo, ou seja, uma pressão interna que se opõe à pressão atmosférica. A pressão sanguínea que possuímos é gerada pela nossa “bomba” biológica, nosso coração. Contudo quem define a pressão a ser bombeado o sangue em nos- so sistema é nosso cérebro, auxiliado pelo nosso sensor natural responsável por mensurar a pressão que nos cerca, ou seja, a nossa pele. Em resumo, a pele detecta a pressão ambiente, passa esta informação para nosso cérebro, que, por sua vez, ajusta a pressão a ser bombeado o sangue pelo nosso coração a fim de manter certo equilíbrio. Quaisquer problemas que um ser vivo venha a apresentar em um desses sistemas, possivelmente, apresentará problemas de pressão (alta ou baixa). Nosso organismo é um incrível projeto de automação, pelo menos, na visão da engenharia. 20 UNICESUMAR Submúltiplo Deci d Décima parte da unidade (10-1) Centi c Centésima parte da unidade (10-2) Mili m Milésima parte da unidade (10-3) Micro μ Milionésima parte da unidade (10-6) Pico P Bilionésima parte da unidade (10-9) Quadro 3 - Simbologia e Fatores de Multiplicação e Divisão de Números / Fonte: o autor. Juntamente com a aplicação dos conceitos de múltiplos e submúltiplos, temos a notação científica que nos orienta a apresentarmos números por meio da aplicação de um fator de redução, baseado em expoente decimal, tendo como resultado a redução do elemento a um número compreendido entre 1 (inclusive) e 10 (exclusive). 01. EXEMPLO 299 792 458 2 997 10 8 . . ,= x 02. EXEMPLO 0 000 000 016 020 1 602 10 8 , . . . ,� �x Por fim, a conversão de unidades é fundamental em nossos estudos e deve ser considerada sempre que se fizer necessário. A seguir há exemplos de aplicação deste conceito que, por mais simples que possam parecer, podem causar muita dor de cabeça caso sejam aplicados, incorretamente. Conhecer os fundamentos dos processos de conversão de unidades é de suma importância para um profissional de engenharia e necessita de atenção especial por nos atrair a realizar cálculos mentalmente e, por isto, proporcionar riscos de cometermos erros que podem ter grande influência na segurança e nos valores envolvidos no projeto. Como profissional de en- genharia acredito ser de suma importância exercitarmos nosso cérebro realizando cálculos, mentalmente, contudo, termos o bom senso de conferirmos os resultados utilizando uma calculadora é de grande importância. Compreendido entre 1 e 10. 21 UNIDADE 1 A utilização de tabelas para auxiliar conversões de unidades torna-se fundamental para minimizarmos riscos de erros de cálculos. Para um engenheiro experiente, é importante considerá-las sempre que conversões se fizerem necessárias, sempre se policiando para não deixar que uma possível soberba o faça acreditar em cálculos mentais, apenas. Para convertemos elementos relacionados a distâncias, áreas e volumes, podemos utilizar os modelos a seguir para nortear nossos cálculos. km quilômetro hm hectômetro dam decâmetro m metro dcm decímetro cm centímetro mm milímetro Quadro 4 - Comprimento / Fonte: o autor. Exemplos: a) 1 m 100 cm 1.102 cm b) 1 m 0,001 km 1.10-3 km c) 105 dam 105.000 cm 1,05.105 cm d) 12 mm 0,00012 hm 1,2.10-4 hm e) 5,3 hm 53.000 cm 5,3.104 cm km quilômetro hm hectômetro dam decâmetro m metro dcm decímetro cm centímetro mm milíme- tro 1 0 0 0 0 0 1 Caro(a) aluno(a), este é o momento que proponho para ouvir o nosso primeiro Podcast em que serão abordados conceitos relacionados à área de fluídos, às leis físicas que os regem e a como a matemática pode dar suporte a esta área do conhecimento. , , , , https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6770 22 UNICESUMAR km quilômetro hm hectômetro dam decâmetro m metro dcm decímetro cm centímetro mm milíme- tro 1 0 5 0 0 0 0 0 0 0 1 2 5 3 0 0 0 Quadro 5 - Conversão de unidades de distância / Fonte: o autor. km2 quilômetro2 hm2 hectômetro2 dam2 decâmetro2 m2 metro2 dcm2 decímetro2 cm2 centímetro2 mm2 milímetro2 Quadro 6 - Área / Fonte: o autor. Exemplos: 1 m2 10.000 cm2 1.104 cm2 1 m2 0,000001 km2 1.10-6 km2 75 dam2 7.500.000.000 mm2 7,5.109 mm2 4,2 hm2 42.000 m2 4,2.104 m2 6,8 cm2 0,00068 m2 6,8.10-4 m2 km2 quilômetro2 hm2 hectômetro2 dam2 decâmetro2 m2 metro2 dcm2 decímetro2 cm2 centímetro2 mm2 milímetro2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 7 5 0 0 0 0 0 0 0 0 4 2 0 0 0 0 0 0 0 6 8 Quadro 7 - Conversão de unidades de área / Fonte: o autor. km3 quilômetro3 hm3 hectômetro3 dam3 decâmetro3 m3 metro3 dcm3 decímetro3 cm3 centímetro3 mm3 milímetro3 Quadro 8 - Volume / Fonte: o autor. , , , , ,, , , , , , , , , , , 23 UNIDADE 1 Exemplos: 1 m3 1.000.000 cm3 1.106 cm3 1 m3 0,000000001 km3 1.10-9 km3 92 dam3 92.000 m3 9,2.104 m3 357 hm3 357.000.000.000 dcm3 3,57.1011 dcm3 14,4 cm3 0,0000144 m3 1,44.10-5 m3 km3 quilômetro3 hm3 hectômetro3 dam3 decâmetro3 m3 metro3 dcm3 decímetro3 cm3 centímetro3 mm3 milímetro3 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 9 2 0 0 0 3 5 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 4 4 Quadro 9 - Conversão de unidades de volume / Fonte: o autor. , , , , , , , , , , Como complemento aos nossos estudos, indico um vídeo sobre o funcionamento de um submarino brasileiro. Como este depende de conceitos relacionados a fluidos líquidos e gasosos para garantir seu desempenho, encaixa-se, perfeitamente, aos conteúdos desenvolvi- dos neste capítulo. Em SHP (Sistemas Hidráulicos e Pneumáticos), são aplicados muitos conceitos matemáticos e físicos para o correto dimensionamento dos elementos e da funcionalidade do sistema. As características construtivas e de trabalho de qualquer equipamento que venha a depender de fluidos pneumáticos ou hidráulicos impactará em diversos aspectos de um projeto. Por exemplo, se estivermos dimensionan- do uma grua hidráulica, precisaremos estar atentos aos ângulos de inclinação a que sua haste poderá ser submetida, caso contrário o sistema inteiro poderá colapsar e causar sérios danos a quem estiver próximo do equipamento. Já na pneumática, as velocidades envolvidas nos processos podem ser, ex- tremamente, elevadas, sendo necessários rígidos protocolos de segurança que garantam a minimização de riscos para quem estiver envolvido no processo de trabalho destes equipamentos. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6771 24 M A P A M EN TA L Vamos verificar o nível de aprendizado obtido? Tente resolver a atividade a seguir e avalie seus conhecimentos. Caso necessário, revise os conceitos trabalhados, utilizando o material apresen- tado, ou busque mais informações consultando sites que abordem os assuntos. Conceitos Físicos e Matemáticos Trigonometria Grandezas Físicas Conversões de Unidades Conceitos e Características Descrição da Imagem: na imagem, temos, à esquerda, um retângulo contendo em seu interior a escrita Conceitos Físicos e Matemáticos. Deste quadro saem, pela direita, três setas apontando cada uma para um retângulo,sendo que estes possuem, respectivamente, de cima para baixo, em seu interior, as seguintes escritas: Grandezas Físicas, Trigonometria, Conversões de Unidades. E, por fim, na extrema direita da figura, são solicitados o preenchimento de conceitos e características de cada um dos itens apontados nos quadros anteriores. 25 A G O R A É C O M V O C Ê 1. Um fio será esticado do topo de um prédio até um ponto no chão, conforme indica a figura. Considerando sen 32º = 0,529; cos 32º = 0,848 e tg 32º = 0,624, determine o comprimento do fio. Fonte: o autor a) 4322 cm. b) 775 dcm. c) 49,52 m. d) 53600 mm. e) 1,77 hm. 2. A diagonal “d" de um retângulo cujos lados medem 8 cm e 6 cm é: Fonte: o autor. a) 7 cm. b) 8 cm. c) 9 cm d) 10 cm e) 11 cm. 26 A G O R A É C O M V O C Ê 3. Um poste é preso por cabos fixos no solo. Considere o terreno como sendo plano e ho- rizontal. Se A está a 3 m da base B, e C está a 4 m de altura, o comprimento do cabo é: Fonte: o autor. a) 3 m. b) 4 m. c) 5 m. d) 6 m. e) 7 m. 4. As unidades fundamentais que compõem o conceito de pressão são: a) Massa, temperatura, intensidade de corrente elétrica. b) Comprimento, intensidade luminosa, quantidade de matéria. c) Massa, comprimento, tempo. d) Comprimento, temperatura, tempo. e) Tempo, intensidade de corrente elétrica, temperatura. 27 A G O R A É C O M V O C Ê 5. As unidades fundamentais que compõem o conceito de vazão são: a) Massa e temperatura. b) Comprimento e tempo. c) Massa e comprimento. d) Comprimento e temperatura. e) Tempo e intensidade de corrente elétrica. 6. Jogos de dados são muito comuns entre crianças. Aproximadamente, um dado comu- mente utilizado em jogos possui volume de 1 cm3. Se considerarmos uma caixinha de leite que possui capacidade para 1 litro de produto, pergunta-se: quantos dados com volume de 1 cm3 poderiam ser armazenados na mesma? a) 100. b) 500. c) 1.000. d) 5.000. e) 10.000. 28 M EU E SP A Ç O 2 Nesta Unidade, abordaremos aspectos históricos da evolução da ciência que definiram alguns dos pilares da automação industrial moderna. É importante observarmos como áreas que há pouco tempo eram estudadas, de forma independente, conseguiram ser aproximadas e, em conjunto, expandiram de forma imensurável o universo de conhecimentos que profissionais podem vir a agregar em seu currículo. Automação Industrial - Conceitualizações Dr. Taiser Tadeu Teixeira Barros Me. Imar de Souza Soares Junior 30 UNICESUMAR Empresas que utilizam da pneumática como forma de energia em determinadas etapas de seu processo produtivo, normalmente, trabalham com pressões próximas de seis a sete vezes a atmosférica. Para termos uma ideia se este valor é significativo, em comparação com a pressão média que colocamos no pneu de um automóvel, você acredita que este valor é maior ou menor? O curso de Engenharia Mecânica abre-nos um horizonte de incontáveis possibilidades para dire- cionarmos nossas carreiras. Uma das mais promissoras áreas é a da automação industrial. Apesar de muitos creditarem os avanços tecnológicos a áreas, como a eletricidade e a eletrônica, nenhum equi- pamento automatizado que execute alguma atividade que gere resultados físicos (produto) funciona sem componentes mecânicos. E os mais representativos da área de automação industrial relacionados à mecânica são os atuadores e motores pneumáticos e hidráulicos bem como os demais elementos que compõem estes sistemas. Falando, especificamente, da pneumática, é uma tecnologia que está difundida em nosso cotidiano, de consultório odontológicos a mecânicas e, mesmo assim, sofre com problemas gerados pela falta de conhecimento aprofundado por quem a utiliza, gerando desperdício ou mesmo riscos à integridade física constantes. Desta forma, conhecer alguns dos princípios básicos deste universo auxiliará na compreensão dos conceitos específicos que abordaremos mais adiante e impactará no desempenho que promoverá quando solicitado. Voltando nossa atenção para a pneumática, um dos pilares da automação mecânica, temos como elemento essencial para seu funcionamento o ar pressurizado. Considerando que temos a pressão atmosférica próxima de 2kgf1 1 barcm e 1 bar 14,7 psi (pound-square-inch ou libra por pole- gada quadrada), qual é a pressão de calibração do pneu de um carro de passeio, em bar, normalmente, calibrada em postos de combustíveis? Se fizéssemos uma comparação com a pressão indicada para calibração de um pneu de uma bicicleta, em qual dos veículos teríamos que pôr maior pressão? 31 UNIDADE 2 Em uma rápida pesquisa na internet ou mesmo em consulta a um posto de combustíveis, você identifica que a pressão recomendada para pneus de carros de passeio gira entre 28 psi e 32 psi. Como vimos anteriormente, 1 bar 14,7 psi , o que nos dá uma variação de pressão entre 1,9 bar e 2,17 bar. Em outras palavras, uma pressão próxima do dobro da atmosférica garante a performance dos pneus de carros de passeio e nos dá a segurança necessária para sua condução. Porém a pressão depende da força de aplicação da carga e da área de contato a qual a submetemos e, desta forma, como temos uma área de contato bem menor em um pneu de uma bicicleta, por exemplo, precisa- mos compensar com o aumento da pressão para mantermos a capacidade de suportar cargas sem comprometermos a funcionalidade do equipamento. DIÁRIO DE BORDO Sistemas hidráulicos e pneumáticos abrangem uma área do conhecimento ligada ao universo da me- cânica e da automação industrial. Historicamente, estima-se que estudos relacionados à área mecânica tiveram origem próxima a 2700 a.C., por meio da observação da movimentação de astros e, por con- sequência, do surgimento dos primeiros calendários, na Mesopotâmia (Figura 1). 32 UNICESUMAR Gad Shimeon Virgem Elul Ação Efraim Libra Tishrei Tato M en as he Escor pião Chesh van Olfato Bin ya mi n Sa git ár io K isl ev So no Dan Ca pr ic ór ni o Te ve t Ira Asher Aq uá rio Sh ev at Co m er Pe ixe s Ad ar Ris o Áries Nissa n Fala Naftall Yehudá Yi ss ac ha r Ze vu lun Touro Iyar Pensamento Gêm eosSivanAndar Reuven Câncer Tam uz Visão Leão Av Audição Figura 1 - Calendário judaico baseado em conceitos antigos / Fonte: Templo dos Anjos (2021). Descrição da Imagem: na figura, está representado um calendário circular onde temos, nas extremidades, os signos utilizados no horóscopo ocidental (Touro, Gêmeos, Câncer, Leão etc.) e em círculos circunscritos ao anterior temos divisões equivalentes que representam características que podem estar associadas a quem nasceu em determinada data. Alguns termos estão em uma língua desconhecida. Descrição da Imagem: na imagem apresentada, temos um esboço da ima- gem de Aristóteles, já com uma idade que demonstra experiência de vida. Figura 2 - Representação de Aristóteles Descrição da Imagem: na imagem, temos um esboço do filósofo e cientista Arquimedes, ostentando uma grande barba e aparentando estar em um pensamento profundo. Figura 3 - Representação de Arquimedes 33 UNIDADE 2 Prosseguindo na história da mecânica, temos, na Grécia Antiga, o surgimento de Aris- tóteles (384-322 a.C.), conhe- cido como grande pensador e estudioso dos movimentos de corpos (Figura 2). Em um período próximo, temos o aparecimento de outra grande mente de nossa histó- ria, Arquimedes (287-212 a.C.), sendo responsável por conhe- cimentos nas áreas de estática e hidrostática (Figura 3). Somente por volta do século XV que a humanidade voltou a ter avanços significativos. Ga- lileu Galilei (1564-1642 d.C.) introduziu conceitos relaciona- dos ao estudo do movimento uniforme e de pêndulos, sendo de grande importância para di- recionar, uma vez mais, a luz da ciência para a pesquisa e avan- ços que se tornaram importantes para a posteridade (Figura 4). Galileu veio a falecer no ano de 1642, ano anterior em que nasceu Isaac Newton (1643- 1727),tido como uma das maio- res mentes que nosso mundo já conheceu. Isaac Newton (Figura 5) tornou-se notório em áreas do conhecimento distintas, como em Filosofia, Matemática e Física. Foi o criador do livro Princípios Matemáticos da Fi- losofia Natural. Descrição da Imagem: na imagem, temos a representação de Galileu em idade mais avançada e olhando, fixamente, para quem o observa. Figura 4 - Representação de Galileu Descrição da Imagem: na imagem, temos a representação de Isaac Newton segurando uma maçã. Referência a lendária história de como esta ilustre personalidade obteve a ideia sobre a gravidade e as teorias que a circundam. Figura 5 - Representação de Isaac Newton 34 UNICESUMAR Por fim, neste nosso rápido flerte com a história, caro(a) aluno(a), temos, no início do século XX, Albert Einstein (1879-1955), revolucionando o estudo da física e lançando um olhar especial aos átomos, tempo e espaço. Com sua ge- nialidade conseguiu direcio- nar o mundo da ciência a descobe rtas que trouxeram (e ainda trazem) consequências em diversas áreas do conheci- mento humano. Após este breve histórico, passando por algumas das per- sonalidades mais marcantes de nossa história e que, direta ou indiretamente, impactaram nos avanços da área mecânica e, por conseguinte, da automação industrial, podemos lançar um olhar um pouco mais aprofun- dado aos conhecimentos que estarão permeando a discipli- na de SHP. De uma forma mais dinâmica e simples de se com- preender, podemos analisar as principais disciplinas que cer- cam o universo da mecânica na imagem abaixo (Figura 7). Descrição da Imagem: na imagem, temos a representação de Albert Eins- tein em idade mais avançada, apre- sentando seus cabelos despenteados e um olhar instigante fixo à frente. Figura 6 - Representação de Albert Einstein 35 UNIDADE 2 Mecânica Mecanismos Pneumática Hidráulica Metrologia Elementos de Máquinas Desenho Técnico Projeto Manutenção Industrial Fenômenos de Transporte Figura 7 - Áreas de estudo da Mecânica / Fonte: o autor. Vale lembrarmos que a disciplina de SHP não se resume apenas a conceitos mecânicos, muitos dos conceitos que trataremos terão embasamento nas áreas elétrica e eletrônica, com a energização e programação de CLPs, por exemplo. Com esta integração de áreas, podemos expandir nosso leque de oportunidades, como apresentado na imagem a seguir(Figura 8). Descrição da Imagem: na imagem, temos um círculo central com a palavra Mecânica e, ao seu redor, temos algumas das disciplinas estudas no curso de Engenharia Mecânica (Mecanismos, Elementos de Máquinas, Pneumática, Hidráulica, Metrologia, Fenômenos de Transporte, Manutenção Industrial e Desenho Técnico – Projeto). 36 UNICESUMAR O surgimento da indústria automatizada no Brasil, de certa forma, é recente se compararmos a outros países. Contudo, é importante sabermos de onde viemos para planejarmos melhor onde pretende- mos chegar. Neste vídeo, poderão ter um vislumbre de como uma empresa automotiva funcionava próximo de meio século atrás. Mecânica Elétrica El et ro m ec ân ic a Práticas de Oficina SHP Eletricidade - Conceitos - Dimensionamento - Especificações - Teoria e Prática - Projeto Máquinas Hidráulicas Máquinas de Fluxo Figura 8 - Integração entre Mecânica e Elétrica / Fonte: o autor. A integração da elétrica a uma área que, até então, era, essencialmente, mecânica, oportunizou grandes avanços no meio científico. Tivemos grandes ganhos nos tempos de acionamento de equipamentos automatizados, ao mesmo tempo em que o comando dos mesmos tornou-se mais compacto. Contudo esta integração gera problemas para o gestor de área, quando necessita do trabalho conjunto destas duas áreas com características de formação profissional distintas. O engenheiro tem, como uma de suas premissas, fortalecer esta comunicação e possibilitar que as atividades envolvendo estas áreas tenham maior eficiência em sua execução. Descrição da Imagem: na imagem, temos dois círculos se interseccionando. O círculo da esquerda representa a área da Mecânica, e o da direita a área Elétrica. A intersecção entre essas duas áreas dá surgimento à Eletromecânica. Permeando este novo universo, podemos ter as disciplinas de Práticas de Oficina, SHP, Máquinas Hidráulicas, Máquinas de Fluxo e Eletricidade, por exemplo. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6939 37 UNIDADE 2 Prosseguindo em nossa análise dos avanços científicos que contribuíram para a automação industrial moderna, temos o surgimento da área de eletrônica, que, quando conseguiu ser integrada à mecânica e à elétrica, revolucionou a indústria e oportunizou o surgimento de novas profissões. A imagem a seguir (Figura 9) possibilita-nos compreender um pouco melhor o apresentado anteriormente. Mecânica Eletrônica (Informática) Elétrica Eletroeletrônica El et ro m ec ân ica A ut om aç ão In du st ri al (M ec an iz aç ão ) M ecatrônica Figura 9 - Integração entre Mecânica, Elétrica e Eletrônica / Fonte: o autor. Ainda, considerando o surgimento de novas áreas do conhecimento, tivemos uma revolução quando a informática surgiu trazendo grandes avanços tecnológicos e, mais recentemente, a área de energia integrou-se aos conceitos de automação industrial, tornando este um universo extremamente complexo e rico em oportunidades para quem ousar se aprofundar em seu meio. A imagem a seguir (Figura 10) apresenta algumas das disciplinas (ou áreas) que poderemos estudar, sendo que algumas destas podem ser encontradas como outros cursos superiores ou mesmo cursos de pós-graduação. Descrição da Imagem: na imagem, temos três círculos interseccionados: mecânica, elétrica e eletrônica. A interseção entre mecânica e elétrica nos dá eletromecânica. A intersecção entre mecânica e eletrônica nos dá mecatrônica. A intersecção entre elétrica e eletrônica nos dá a eletroeletrônica. A intersecção entre as três áreas nos dá a automação industrial (ou mecanização, quando a máquina ainda depende de interações humanas para desempenhar suas funções). A automação industrial é tida como uma área da ciência que oportunizou grande avanço industrial, maximizando a eficiência de processos produtivos e impactando na qualidade dos serviços desenvolvidos. Contudo muitas pessoas creditam parte dos problemas de desem- prego a esta área. 38 UNICESUMAR De forma análoga ao que vimos na indústria automotiva dos anos 1970, podemos ter um vislumbre dos avanços que tivemos após algumas décadas. Quando olhamos para estes dois vídeos, pode- mos compreender um pouco melhor o significado da palavra avanço tecnológico e nos instiga a pensar em como será o futuro daqui há algumas poucas décadas. Elétrica Informática En er gi a Robótica El et ro el et rô ni ca Ele tro me cân ica Autom ação Industrial Mecatrônica Instrumentação Industrial E�ciência Energética Au to tr ôn ic a Eletrônica Mecânica Figura 10 - Integração entre áreas que compões a automação industrial / Fonte: o autor. Descrição da Imagem: na imagem, temos cinco círculos interseccionados, mecânica, elétrica e eletrônica, energia e informática. A interseção entre essas áreas dá origem a outras, como Robótica, Eletromecânica, Autotrônica, Eficiência Energética, Instrumentação Industrial, Eletroeletrônica, Automação Industrial e Mecatrônica. Estudar sobre sistemas hidráulicos e pneumáticos está, diretamente, relacionado a obtermos conheci- mentos sobre automação mecânica primordial para o funcionamento de grande parte dos mecanismos existentes na indústria moderna. Enquanto a pneumática estuda as propriedades físicas (peso, pressão, elasticidades etc.) do ar e de outros gases, a hidráulica foca no estudo de fluídos líquidos e de seus escoamentos por meio de dutos. Ambas as áreas possuem muitas características comuns, contudo as diferenças entre estas áreas são tão impactantes que exigem atenção especial a alguns pontos que abordaremos mais adiante. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/694239 UNIDADE 2 Com o passar dos anos, a evolução tecnológica proporcionou uma das mais incríveis integrações da indústria. A elétrica incorporou-se no universo da mecânica e possibilitou grandes avanços que revolucionaram a indústria moderna. Fluídos hidráulicos são tidos como incompressíveis, transfe- rindo toda a potência gerada pela motobomba ao fluído em deslocamento. Já os fluídos pneumáticos possuem alta compressibilidade, tornando-os mais seguros de serem utilizados como elemento de transmissão de energia, contudo limitam as forças possíveis de serem atingidas. Em outras palavras, utilizamos a hidráulica quando necessitamos de grandes esforços, e a pneumática quando o foco está na velocidade de trabalho. De acordo com Rocha et al. (2014), entre as diversas aplicações possíveis de serem dadas ao ar compri- mido, na indústria, temos, desde acionamentos de ferramentas pneumáticas e comando de válvulas a controle de processos industriais de maior complexidade. Como simbologia básica para a compreensão de diagrama pneumáticos e hidráulicos, temos o das válvulas direcionais, que são compostas por alguns itens que necessitam de atenção. Válvulas direcionais são constituídas, basicamente, de dois elementos, que são o número de posições e de vias de acesso. Contudo podem possuir um terceiro elemento que está relacionado ao seu acionamento, como descrito a seguir. O corpo de uma válvula pode possuir duas ou mais posições, sendo mais comumente encontradas com duas ou três, na indústria. O número de posições é identificado pelo número de quadrados/ retângulos existentes em sua simbologia. Assim como a automação pode ser considerada uma questão de sobrevivência para muitas empresas, atualmente, ela, também, pode ser a causa de problemas sociais bem sérios, geran- do elevado número de desempregos quando de sua implantação. Contudo, além de ser uma questão de sobrevivência para empresas, diversas oportunidades surgem com a implementação da automação industrial em um parque fabril, muitas relacionadas às áreas de manutenção e programação destes equipamentos. Uma era de transformações surgiu quando a automação industrial ganhou seu espaço, algumas das mudanças que precisamos entender e aceitar é a da necessidade constante de aperfeiçoamento tecnológico para quem está inserido neste meio. E quem entender isto logo, mais oportunidades visualizará em sua vida profissional. Válvula com 2 posições Válvula com 3 posições 40 UNICESUMAR Vale lembrar que a posição inicial de uma válvula, por orientação das normas que definem a elabora- ção de diagramas, é a central em caso de número ímpares de posições e a posição central à direita, em caso de número par de posições. O próximo elemento que caracteriza uma válvula é o número de vias de acesso de ar que ela possui. Importante ressaltar que o número de vias que uma válvula possui em determinada posição, obriga- toriamente, será o mesmo número que esta possuirá nas demais posições. Indicamos a simbologia de vias por meio de setas, em que estas apontam na direção do escoamento do fluído e por meio de Ts para indicar que a via está bloqueada em determinada posição. Válvula com 2 posições e três vias de acesso Válvula com 3 posições e 3 vias de acesso À uma válvula que possui duas posições e três vias de acesso damos o nome de válvula 3/2 vias, e a uma válvula que possua três posições e três vias de acesso damos o nome de 3/3 vias. Ou seja, o nome de uma válvula é dado perlo número de vias, precedido de um traço separador e, posteriormente, do número de posições que ela possui. Cada via de acesso possui uma numeração ou letra associada, dependendo da norma adotada, como segue no quadro a seguir. ISO 1219 DIN 24300 Pressão 1 P Exaustão (Escape) 3 e 5 R (3/2 vias) – R,S (5/2 vias) Saída 2 e 4 A , B Pilotagem 10 , 12 e 14 X , Y , Z Tabela 1 - Denominação das vias de acesso / Fonte: o autor. O próximo passo em nossos estudos está na compreensão de alguns dos símbolos mais utilizados na elaboração de diagramas pneumáticos e hidráulicos, conforme quadro a seguir. Vale ressaltar que estas simbologias podem ser encontradas nas normas: NBR 8897, DIN 24300 e ISO 1219. 41 UNIDADE 2 Símbolo Descrição Alimentação de energia Obs.: na pneumática, está associado a compres- sores, e, na hidráulica, a bombas. Atuadores de simples ação. Obs.: são atuadores que necessitam de pressão de fluido apenas para avançarem; seu retorno fica por conta da mola que possuem em seu interior. Atuadores de dupla ação Obs.: elementos de trabalho que necessitam de pressão de fluido tanto para o avanço quanto para o retorno. A seta inclinada indica que ele possui amortecimento em seu final de curso. 2 1 Válvula direcional 2/2 vias, normalmente, fechada. 2 1 Válvula direcional 2/2 vias, normalmente, aberta. 42 UNICESUMAR 2 1 3 Válvula direcional 3/2 vias, normalmente, fechada. Obs.: de forma similar à anterior, pode ser encon- trada, comercialmente, na posição aberta. 4 1 3 2 Válvula direcional 4/2 vias Obs.: válvula muito utilizada em hidráulica para comandar o elemento de trabalho. Por possuir apenas um retorno, reduz o número de manguei- ras que o sistema venha a necessitar. 4 5 1 3 2 Válvula direcional 5/2 vias Obs.: possui a mesma função da 4/2 vias, contu- do, por possuir dois escapes, aumenta o tempo para saturação dos filtros e reduz a necessidade de intervenções da manutenção, sendo preferível sua utilização na pneumática. 11 2 Válvula alternadora (elemento “OU”) Obs.: válvula responsável por permitir a execução de lógicas “OU” no sistema, como que um equipa- mento seja acionado de dois lugares diferentes e de forma independente. 11 2 Válvula de simultaneidade (elemento “e”) Obs.: válvula que possibilita lógicas que depen- dem de acionamento simultâneo de mais de um elemento. 43 UNIDADE 2 1 2 3 12 10 Contador mecânico Obs.: elemento lógico que possui como carac- terística liberar a passagem de ar de 1 para 2 quando a contagem de ciclos for atingida. 1 2 3 12 Temporizador, normalmente, fechado Obs.: elemento lógico que retarda a passagem de fluido de 1 para 2, permitindo certo controle de tempo de ação de movimentos. Válvula reguladora de fluxo unidirecional Obs.: válvula que permite o controle de passa- gem de fluido em um sentido, deixando a passa- gem livre no sentido inverso. Unidade de conservação de ar Obs.: este elemento tem como função retirar impurezas e umidade do ar, além de permitir o controle de pressão do sistema. Quadro 1 - Principais simbologias utilizadas em pneumática e hidráulica / Fonte: adaptado de ABNT (2011). NBR ISO 1219 Caro(a) aluno(a), este é o nosso momento de trocarmos a visão pela audição por breves minutos. Neste Podcast, abordaremos alguns conceitos relacionados à importância de conhecermos as simbolo- gias normalizadas e a descrição dos elementos que compõem circui- tos pneumáticos e hidráulicos. Não deixe de ouvir! https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6943 44 UNICESUMAR Com a simbologia visualizada no quadro apresentado já podemos compreender circuitos pneumáticos/ hidráulicos mais simples, bastando atentar para alguns princípios que norteiam a elaboração dos mes- mos. Mas, de forma a proporcionar uma maior imersão nesta área do conhecimento, interpretaremos o diagrama pneumático a seguir (Figura 11) e aprofundaremos nossos conhecimentos neste universo. 0.1 0.2 1 3 21.2 1 3 21.2 1 3 2 1.3 4 5 3 1 11 21.6 2 1214 1.1 1.0 (A) 1.3 Figura 11 - Diagrama pneumático / Fonte: o autor. Descrição da Imagem: Na imagem podemos visualizar um atuador de dupla ação (1.0 – A) servindo como elemento de trabalho deste equipamento. Ele é comandado por uma válvula direcional 5/2 vias (1.1) que, em sua posição inicial, está mantendo o atuador recuado, pois o ar que entra na via 1 está saindo pela via 2. À esquerda da válvula de comando, pilotando ela, temos um elemento lógico de simultaneidade (válvula “E” – 1.6), sendo acionadopor duas válvulas 3/2 vias (1.2 e 1.4) comandadas por botoeiras e retorno por mola. À direita da válvula de comando temos um fim de curso acionado por rolete (1.3) pilotando a mesma. A alimentação da rede se dá por um compressor (0.1) e por uma unidade de conservação de ar (0.2). Ao acionarmos os dois botões (1.2 e 1.4) a válvula de simultaneidade (1.6) libera a passagem de ar através dela e pilota a válvula de comando (1.1) para a direita, fazendo com que o fluxo de ar se dê da via 1 para a via 4, avançando o atuador. Quando este termina seu avanço, aciona o fim de curso (1.3) e ele pilota a válvula 1.1 de volta para a esquerda, retornando o elemento de trabalho a sua posição inicial. 45 UNIDADE 2 Mais adiante, em nossos estu- dos, abordaremos a nomen- clatura dos elementos que constituem um diagrama pneu- mático/hidráulico e será possí- vel observarmos que muito do que pode parecer, ainda, com- plicado, será mais simples e fácil de compreender. Muitas vezes, em minha vida profissional, questionei de onde surgiu alguma ideia que deu origem a determinado equi- pamento ou mesmo conceito que sustenta todo um univer- so de teorias. Além de ser algo que nos enriquece, conhecer um pouco da história que deu origem à profissão que escolhe- mos é reverenciar, em forma de agradecimento, a quem se de- dicou para tornar esta área um grandioso universo de oportu- nidades. A automação mecâni- ca é fundamental para o fun- cionamento de praticamente todo e qualquer equipamento que tenha função de atuar na produção de um produto físi- co, sendo responsabilidade do profissional da área mecânica seu projeto, dimensionamento, montagem e colocação em ope- ração, quando solicitado. 46 M A P A M EN TA L Caro(a) aluno(a), complete os retângulos com informações referentes aos termos presentes nos mes- mos. Se necessário, utilize os desenhos das simbologias apresentadas para melhor compreensão. Automação Industrial Pneumática Hidráulica Evolução Histórica Diagrama de movimento Conceitos e Características Eletromecânica: Eletroeletrônica: Mecatrônica: Atuador de dupla ação: Válvula alternadora: Válvula direcional 5/2 vias: Pneumática: Hidráulica: Eletropneumática / Eletrohidráulica: Descrição da Imagem: na imagem temos, à esquerda, um retângulo contendo em seu interior a escrita Automação Industrial. Deste quadro saem, pela direita, três setas apontando, cada uma, para um retângulo, sendo que estes possuem, respectivamente de cima para baixo, em seu interior, as seguintes escritas: Evolução Histórica, Pneumáti- ca/Hidráulica, Diagrama de Movimento. E, por fim, na extrema direita da figura, são solicitados o preenchimento de conceitos e as características de cada um dos itens apontados nos quadros anteriores. 47 A G O R A É C O M V O C Ê 1. A disciplina de Sistemas Hidráulicos e Pneumáticos é elemento fundamental do universo da automação industrial, contudo outras áreas da mecânica possuem contribuições relevantes para o progresso da automação na indústria. Assinale (V) para verdadeira e (F) para falso, nos parênteses das frases a seguir, e, na sequência, assinale a alternativa correta. ) ( Mecanismos é uma área de estudo da Engenharia Mecânica que foca na compreensão de diferentes estratégias, baseadas no estudo da Álgebra, Física e Matemática para a resolução de problemas relacionados à movimentação e ao posicionamento. ) ( Pneumática estuda os fluídos gasosos e é uma das bases da automação industrial, sendo utilizada quando necessitamos de grandes velocidades de trabalho. ) ( A integração entre a mecânica e a elétrica deu origem às áreas de automação pneu- mática e automação hidráulica modernas. O ganho nos tempos de respostas dos acionamentos e a oportunidade de termos comandos mais compactos são algumas das vantagens desta união. a) F, F, F. b) F, V, V. c) V, F, V. d) V, V, V. e) V, V, F. 2. Na automação mecânica, a utilização de atuadores de simples, duplo ou múltiplos estágios são estratégias implementadas com frequência, contudo, para cada situação, temos que ter uma válvula de comando que execute o esperado. Desta forma, o símbolo apresentado a seguir refere-se a qual válvula? Fonte: o autor. a) 5/3 vias centro fechado. b) 2/3 vias centro aberto. c) 3/3 vias centro aberto. d) 4/2 vias centro fechado. e) 3/5 vias centro fechado. 48 A G O R A É C O M V O C Ê 3. Quando trabalhamos com atuadores de dupla ação (entrada de ar para o avanço e para o retorno de seu êmbolo) temos que atentar que este elemento possui características construtivas diferentes na região de seu avanço se comparada a de seu retorno. Isto se deve à posição da haste que está conectada ao seu êmbolo. Analise as frases a seguir e assinale a alternativa correta. ) ( Atuadores de dupla ação possuem mais força em seu avanço por possuírem maior área de contato do ar com seu êmbolo nesta condição. ) ( A velocidade de retorno de um atuador de dupla ação sempre será maior do que a de avanço devido à posição ocupada pela haste em seu interior. ) ( Se liberássemos ar, a mesma pressão, nas vias de avanço e retorno de um atuador de dupla ação, ele permaneceria imóvel. a) F, F, F. b) F, V, V. c) V, F, V. d) V, V, V. e) V, V, F. 4. Diversas são as válvulas utilizadas em pneumática e hidráulica, e todas possuem especi- ficidades que as tornam únicas quando de sua escolha. Relacione a coluna da esquerda com a da direita e assinale a alternativa correta. Válvula direcional 3/2 vias ( ) Válvula alternadora (Elemento “OU”) ( ) Válvula reguladora de fluxo unidirecional ( ) Fonte: o autor. 49 A G O R A É C O M V O C Ê a) C, B, A. b) C, A, B. c) A, B, C. d) A, C, B. e) B, A, C. 5. Escolha a alternativa que completa as lacunas da frase a seguir: “Fluídos hidráulicos são tidos como .............................., transferindo toda a potência ge- rada pela motobomba ao fluído em deslocamento. Já os fluídos pneumáticos possuem alta ..........................., tornando-os mais seguros de serem utilizados como elemento de ..........................., contudo, limitam as forças possíveis de serem atingidas”. a) Incompressíveis – viscosidade – segurança. b) Compressíveis – robustez transmissão de energia. c) Problemáticos – compressibilidade – potência. d) Incompressíveis – compressibilidade – transmissão de energia. e) Onerosos – performance – potência. 6. Escolha a alternativa que completa as lacunas da frase a seguir: “Estudar sobre sistemas hidráulicos e pneumáticos está diretamente relacionado a obtermos conhecimentos sobre ......................... primordial para o funcionamento de grande parte dos mecanismos existentes na indústria moderna. Enquanto a pneumá- tica estuda as propriedades ...................... (peso, pressão, elasticidades etc.) do ar e de outros gases, a hidráulica foca no estudo de ......................... e de seus escoamentos através de dutos”. a) A história – químicas – fluídos líquidos. b) A mecanização – biológicas – transmissão de energia. c) Automação mecânica – físicas – fluídos líquidos. d) O elemento – químicas – sólidos. e) A essência – físicas – fluídos gasosos. 50 M EU E SP A Ç O 3 Neste capítulo, direcionaremos nossa atenção para o dimensio- namento de elementos de trabalho (atuadores) e de cálculos que permitam estimar com maior precisão as perdas de pressão que ocorrem nos dutos que transportam os fluidos pressurizados, au- xiliando na definição mais eficiente para os componentes a serem utilizados em uma instalação industrial. Dimensionamento de Elementos de Trabalho e Cálculos de Perda de Carga Dr. Taiser Tadeu Teixeira Barros Me. Imar de Souza Soares Junior 52 UNICESUMAR Quando estudamos sobre escoamento de fluidos, deparamo-nos com conceitos físicos, como viscosi- dade, vazão e pressão, pois são capazes de fornecer uma ideia mais assertiva sobre o comportamento dos mesmos. Caro(a) aluno(a),você saberia definir o conceito de viscosidade, caso lhe fosse solicitado? Todo fluido em escoamento em uma tubulação, ou seja, possuindo vazão e pressão, sofre esforços que se opõem ao seu deslocamento gerados pela rugosidade interna que o duto possui. Esta rugosidade, seja em maior ou menor grau, acaba por elevar a temperatura do fluido e do próprio duto por onde o mesmo passa, pois o atrito gera uma resistência ao escoamento do fluido e, por conseguinte, este atrito possibilita o surgimento de uma energia térmica. Mas energia não surge do nada e, portanto, conseguimos entender que este aumento de temperatura está relacionado a transformação da energia de pressão que o fluido possui, fazendo com que, ao final de seu deslocamento, não consigamos obter a mesma pressão nominal gerada pelo compressor ou bomba. Uma forma simples de observarmos os conceitos de viscosidade, pressão e vazão é se, por meio de um canudo (de preferência biodegradável), procurarmos tomar líquidos com viscosidades distintas. Por exemplo, este seria um momento fantástico de esquecer a dieta e convidar a família para tomar um milk shake. Mas o importante, para você, caro(a) aluno(a), é comparar o esforço que deve fazer por meio do canudo para levar o produto do recipiente até a sua boca e compará-lo com o esforço que deve fazer para tomar um refrigerante ou mesmo água com um canudo similar. O esforço aplicado observado no exemplo apresentado tende a ser maior se a viscosidade aumenta e, desta forma, você já pode ter uma ideia relativa de qual produto possui maior viscosidade. Contudo a análise da viscosidade nos permite compreender que ela se torna mais clara por meio da compreensão dos conceitos de pressão e de vazão. Em outras palavras, percebemos que a viscosidade é maior quando a pressão necessária para succionar um fluido é maior, e a velocidade de escoamento do mesmo é menor. Estes conceitos são importantes para o universo dos fluidos e, neste capítulo, iremos aprofundá-los para podermos dimensionar, corretamente, tubulações industriais de grande porte. DIÁRIO DE BORDO 53 UNIDADE 3 Um atuador de dupla ação, ou seja, um elemento que necessita de fluido para desenvolver seu avanço e seu retorno (Figura 1), precisa ser dimensionado, corretamente, antes de iniciarmos seu processo de aquisição. O dimensionamento de um atuador, de certa forma, é simples, mas precisamos atentar para alguns itens que tornam este processo de extrema importância para não cometermos erros que possam vir a impactar o desenvolvimento de todo o equipamento. Figura 1 - Atuador de dupla ação Descrição da Imagem: na imagem, temos um atuador de dupla ação em corte, sendo possível observarmos as vias de entrada de fluido para avanço e retorno da haste do mesmo. O correto dimensionamento de um atuador, seja pneumático seja hidráulico, passa pelos mesmos processos, ou seja, precisamos dimensionar sua região de avanço e a de retorno. Para tanto, uti- lizaremos, como exemplo um atuador de dupla ação de corpo circular, pois são os mais utilizados no meio industrial, já que distribuem, igualmen- te, as tensões internas geradas pelas pressões. As imagens a seguir auxiliarão na compreensão dos pontos mais relevantes desta etapa de um projeto. Na Figura 2, temos a simbologia simplificada de um atuador de dupla ação, podendo ser obser- vados seu êmbolo, sua haste e as vias de entrada de fluido. 54 UNICESUMAR Vias de entrada e saída de �uido HasteÊmbolo Figura 2 - Simbologia simplificada de atuador de dupla ação / Fonte: o autor. Agora, vamos imaginar que estamos observando o atuador representado anteriormente, em um pri- meiro momento, pelo lado onde está destacado seu êmbolo (Figura 3) e, desta forma, podemos ter a compreensão dos esforços envolvidos quando do seu deslocamento. Haste D (diâmetro êmbolo) Observador Figura 3 - Detalhamento da região do êmbolo de um atuador de dupla ação / Fonte: o autor. O diâmetro de um círculo pode ser obtido pela seguinte fórmula: 2 círculo ð . D = 4 A Sendo: Acírculo = Área da circunferência [cm2] D = Diâmetro do êmbolo [cm] Descrição da Imagem: na imagem, temos a simbologia simplificada de um atuador de dupla ação, sendo destacados seu êmbolo, sua haste e as vias de entrada e saída de fluido. Descrição da Imagem: na figura, temos a imagem simplificada de um atuador de dupla ação com destaque para a região de seu êmbolo, apontando para o mesmo em forma de um círculo. 55 UNIDADE 3 Para obtermos a força que este atuador consegue exercer em seu avanço, precisamos recorrer a fórmula da pressão, vista em nosso capítulo 1 deste livro. Iremos utilizar a unidade “bar” para a pressão com frequência pois a mesma é utilizada em larga escala na indústria. P = F A Onde: P = Pressão [bar] F = Força [kgf] A = Área [cm2] Em posse da pressão fornecida pelo sistema, temos condições de calcular a área ocupada pelo êmbolo do atuador e, desta forma, encontrarmos o valor para a força de avanço desenvolvida por este elemento. Já para o retorno teremos que realizar um cálculo similar, contudo precisamos levar em consideração a área ocupada pela haste do mesmo, como segue demonstrado na Figura 4. D (diâmetro êmbolo) d (diâm etro haste) Observador Êmbolo Figura 4 - Atuador de dupla ação - visualização pelo lado da haste / Fonte: o autor. O diâmetro de um anel pode ser obtido descontando-se a área ocupada pelo círculo interno da área do círculo externo, como segue. Descrição da Imagem: na figura, temos a imagem simplificada de um atuador de dupla ação com destaque para a região de sua haste, representando a mesma em forma de um anel circular. 56 UNICESUMAR 2 2 anel circular ð . D ð . dA = - 4 4 Ou A = . (D 4anel circular 2 � d2 )� Onde: círculoA = Área do anel circular [cm2] D = Diâmetro do êmbolo [cm] d = Diâmetro da haste [cm] Para melhor compreensão da importância de conhecermos estes conceitos, um exemplo de aplicação prática auxiliará neste momento. Imagine que necessita dimensionar um par de atuadores hidráuli- cos para serem utilizados em um sistema de elevacar, ou seja, um sistema de içamen- to automotivo comumente encontrado em mecânicas (Figura 5). Caro(a) aluno(a), você já se perguntou por que, após um corte no abastecimento de água e após ele ser reestabelecido, ouvimos e sentimos trepidações nas tubulações? Tudo está relacionado à forma como o fluido escoa e aos tipos de singularidades utilizadas no projeto. Descrição da Imagem: na ima- gem, temos a vista lateral de um elevador automotivo, possuindo dois pilares, um de frente para o outro e, cada um, possuindo dois perfis transversais utilizados para serem ajustados na parte inferior do chassi de um automóvel, per- mitindo erguê-lo com segurança. Figura 5 - Exemplo de elevador automotivo 57 UNIDADE 3 Neste exemplo, vamos imaginar que este equipamento será utilizado para erguer veículos de até duas toneladas de massa, e a pressão fornecida pela bomba é de 90 bar. A grande questão com que precisamos nos preocupar é de dimensionarmos um atuador que nos dê segurança para realizar- mos esta atividade, ou seja, de não correr o risco de vir a sofrer deformação em sua haste, durante o processo de avanço e/ou retorno. Para isto, utilizaremos um fator de segurança de ordem 2, aten- dendo às orientações abordadas pela NBR 8400 - Cálculo de equipamento para levantamento e movimentação de cargas (ABNT, 1984). O primeiro passo é definirmos o valor da área de retorno que deve possuir este atuador, da se- guinte maneira: F = P . Aretorno retorno = retornoretorno FA P retorno 2 2.000 kgfA = kgf90 cm retornoA = 22,22 cm 2 Como A = . (D 4retorno 2 � d2 )� , temos: 2 2 Retorno4 . AD - d = p 2 2 4 . 22,22 cmD - d = p 2 2 2 2D - d = 28,30 cm Convertendo em mm2, temos: 2 2 2D - d = 2830 mm 58 UNICESUMAR Analisando uma tabela comercial fornecida por empresas do ramo da automação (Tabela 1), podemos consultar a relação de diâmetros e verificara que se enquadra dentro do que calculamos. A linha em des- taque representa um modelo que nos atende, sendo o escolhido para a sequência do dimensionamento. Diâmetro do cilindro mm (pol) Diâmetro da haste mm (pol) Relação D d−2 2 mm2 (pol2) 38,1 mm (1 ½”) 15,9 mm (5/8”) 1198,8 mm2 (1,86 pol2) 25,4 mm (1”) 806,45 mm2 (1,25 pol2) 50,8 mm (2”) 25,4 mm (1”) 1935,48 mm2 (3 pol2) 34,9 mm (1 3/8”) 1362,63 mm2 (2,11 pol2) 63,5 mm (2 ½”) 25,4 mm (1”) 3387,09 mm2 (5,25 pol2) 34,9 mm (1 3/8”) 2814,24 mm2 (4,36 pol2) 44,5 mm (1 ¾”) 2052 mm2 (3,18 pol2) 82,6 mm (3 ¼”) 34,9 mm (1 3/8”) 5604,75 mm2 (8,69 pol2) 44,5 mm (1 ¾”) 4842,51 mm2 (7,51 pol2) 50,8 mm (2”) 4242,12 mm2 (6,58 pol2) 101,6 mm (4”) 44,5 mm (1 ¾”) 8342,31 mm2 (12,93 pol2) 50,8 mm (2”) 7741,92 mm2 (12 pol2) 63,5 mm (2 ½”) 6290,31 mm2 (9,75 pol2) Tabela 1 - Diâmetros comerciais de êmbolos e hastes de atuadores hidráulicos / Fonte: adaptada de Parker Hidraulics (2005). Como a relação entre os diâmetros (êmbolo e haste) deve ficar acima de 2830 mm2, o atuador que está mais próximo, acima deste valor, é que possui diâmetro do êmbolo de 63,5 mm e diâmetro da haste de 25,4 mm. Desta forma, conseguimos obter o valor da área de avanço deste elemento. 2ð . D = 4avanço A 2ð . 63,5 = 4avanço A = 3165,31 mmavançoA 2 = 31,65 cmavançoA 2 59 UNIDADE 3 Com os elementos calculados, podemos realizar a verificação se o atuador escolhido consegue atender ao solicitado, ou seja, se consegue atingir os 2000 kgf em seu avanço e em seu retorno. Avanço Retorno F P = A avanço avanço FP = A retorno retorno F = P . Aavanço avanço F = P . Aretorno retorno F = 90 . 31,65 cmavanço kgf cm 2 2 F = 90 . 28,30 cmretorno kgf cm 2 2 F = 2848,5 kgfavanço F = 2547 kgfretorno Desta forma, conseguimos comprovar que o atuador escolhido atende às solicitações de trabalho e ao critério de segurança definido, sendo necessário passar à empresa que o fornecerá, os valores de diâmetro do êmbolo, da haste e o curso (comprimento) do mesmo. Caso seja de interesse verificar as velocidades de avanço e o recuo do atuador definido, precisamos definir um curso para o mesmo. Comercialmente, para o diâmetro de 63,5 mm temos o curso máximo de 1500 mm. Para valores acima deste, normalmente, são pedidos especiais sob consulta, pois pode ser necessária a utilização de outros materiais em sua fabricação, ou mesmo a utilização de guias que impeçam a flambagem da haste durante a execução das operações de avanço e recuo do mesmo. Faremos, agora, uma análise de quanto tempo levará para este atuador realizar as operações de avanço e recuo, considerando, também, a utilização de uma bomba que atua com uma vazão de 30 litros/minuto (500000 mm3/s). L . AQ = t Onde: Q = Vazão da bomba [m3/s] L = Curso do atuador [m] A = Área de avanço ou retorno do atuador [m2] t = Tempo de avanço ou retorno do atuador [s] 60 UNICESUMAR Avanço Retorno L . A Q = t avanço avanço L . AQ = t retorno retorno L . A t = avançoavanço Q L . At = retornoretorno Q 1500 mm . 3165,31 mmt = avanço mm s 2 3 500000 1500 mm . 2830 mmt = retorno mm s 2 3 500000 t = 9,49 savanço t = 8,49 sretorno Ou seja, este equipamento necessita, para realizar os movimentos de subida e de descida, 9,49 s + 8,49 s = 17,98 s, permitindo, inclusive, estimarmos produção horária ou outros indicadores, caso venha a ser de interesse do responsável pelo projeto. O exemplo apresentado considerou apenas um atuador na estrutura deste equipamento, contudo, é comum encontrarmos o mesmo dispositivo sendo fabricado contendo atuadores similares em ambos os lados da plataforma, bastando, a nível de dimensionamento, apenas considerar a carga distribuída entre os dois atuadores e seguindo o mesmo procedimento apresentado. No Podcast deste capítulo, reforçaremos alguns dos conceitos abor- dados utilizando este contexto para nos aprofundarmos um pouco mais no universo dos fluidos líquidos e gasosos. A atenção, neste capítulo, foi direcionada para muitos exemplos do universo da hi- dráulica, contudo a pneumática possui grande similaridade com o que foi apresentado, necessitando atentarmos para alguns itens que serão abordados em minha fala. O dimensionamento de atuadores, seja pneumático seja hidráulico, ocorre de forma similar, sendo necessários conhecimentos simples, como os apresentados no exemplo apresentado anteriormente. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/8293 61 UNIDADE 3 Contudo estimarmos a pressão de trabalho que teremos à disposição é um pouco mais complexo e requer análise mais aprofundada de outros conceitos. Basicamente, o que precisamos compreender, de início, é que sempre há perdas de energia quando um fluido percorre um duto, mesmo que não haja vazamentos ao longo do mesmo. Estas perdas estão relacionadas ao atrito interno que o fluido possui ao entrar em contato com as paredes do duto e pela forma como o fluido escoa (laminar ou turbulento), fazendo com que parte da energia mecânica (pres- são) seja transformada em outras formas de energia (térmica e sonora, por exemplo). Estas perdas estão, diretamente, relacionadas à viscosidade do fluido e, portando, são muito mais significativas em fluidos líquidos, motivo pelo qual direcionaremos a abordagem a seguir para os mesmos. Vale salientar que a pneumática também sofre com perdas em seu sistema, mas, normalmente, no cotidiano industrial, elas estão mais relacionadas a vazamentos existentes na rede do que ao atrito gerado na tubulação. A seguir será apresentada uma sequência de cálculos que pode ser utilizada para prevermos o comportamento de um fluido em uma rede hidráulica, sendo de fundamental importância para ob- termos resultados mais próximos do que observaríamos em uma condição real e permitindo maior assertividade na escolha dos componentes que comporão a rede a ser instalada. De acordo com Fialho (2006), em 1883, Osborne Reynolds, cientista e pesquisador sobre o compor- tamento dos fluidos de sua época, definiu, após diversos ensaios práticos, uma equação que nos permite identificar se o escoamento de um fluido é laminar, indeterminado ou turbulento. Esta equação ficou conhecida como número de Reynolds, e devemos considerá-la sempre que necessitamos desenvolver o projeto, ou avaliar o comportamento de uma rede por onde escoa fluidos. O número de Reynolds é obtido pela seguinte fórmula: t e v . dR = u Onde: v = velocidade de deslocamento do fluido [cm/s] dt = Diâmetro interno da tubulação [cm] υ = Viscosidade cinemática do fluido em Stokes [St], sendo 1 St = 1 cm2/s Re = Número de Reynolds (adimensional) Osborne Reynolds identificou que um fluido que possua o valor de Re 2000≤ terá escoamento laminar, 2000 < Re < 2300 terá escoamento indeterminado e Re 2300≥ terá escoamento turbulento. Para início do dimensionamento de uma tubulação hidráulica, de forma a garantir o trabalho em regime laminar, alguns fornecedores recomendam velocidades que dependem da linha onde a tubu- lação será instalada. Elas podem ser visualizadas na Tabela 2. 62 UNICESUMAR Tubulação Pressão (bar) 20 50 100 >200 Tubulação de pressão 300 cm/s 400 cm/s 500 cm/s 600 cm/s Tubulação de retorno 300 cm/s Tubulação de sucção 100 cm/s Tabela 2 - Velocidades recomendadas em tubulações hidráulicas / Fonte: adaptada de Fialho (2006). Caso tenhamos uma pressão intermediária entre as apresentadas na Tabela 2, devemos interpolar os valores da velocidade para obtermos a equivalente. Seguindo essas velocidades, estaremos contribuindo para que o sistema tenha um escoamento laminar (menor perda de carga) e o cálculo da tubulação, invariavelmente, resultará em um diâmetro comercial. A definição do diâmetro mínimo de uma tubulação pode ser obtida pela equação: Qdt = 0,015 . . vp Onde: Q = Vazão máxima do sistema [l/min] v = Velocidade recomendada para a tubulação [cm/s] dt = Diâmetro interno da tubulação [cm] 0,015 = Fator de conversão Quando procedemos com o cálculo do diâmetro mínimo, devemos
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