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A era dos emergentes

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EMERGENTES
A nova era dos
E -BOOK DE GABRIEL OLIVEIRA
Índice
 
3. Conteituando o emergente
5. O Leicester emergente
10. O Burnley como potência
15. Os lobos de Midland
18. A ascenção dos Cherries
21. O revelador Southampton
26. Águias de ouro
32. A pesquisa
1.0 - Conceituando o emergente
 Na terra do futebol mais antigo do mundo, os tradicionais clubes ingleses criaram categorias
ao longo dos anos, onde prateleiras separam as equipes que variam desde os regionais, até os
maiores do país. Nesse meio termo, encontra-se as potências emergentes, nas quais, o
trabalho que mescla filosofia e ambição do time, onde se reflete positivamente dentro de campo,
colocando-o como principal equipe da cidade, ou até como ameaça aos gigantes que
colecionam títulos e estão sempre almejando os melhores jogadores do momento.
 
 O time considerado emergente é aquele que possui um período estável nas maiores
competições presentes, com elencos minimamente razoáveis, investimento consciente, uma
representatividade admirável na competição, e popularmente um carinho especial que o fã de
futebol costuma criar, por se tratar de equipes ”novatas”, no meio da selva dos maiores, que
guerriam dentro de campo desde as ultimas decadas do século XIX na terra da rainha, e que,
após longos anos, hoje formam o Big Six do futebol inglês.
 
 Inúmeras equipes já se candidataram como potenciais emergentes, e ainda que se alternem
com o passar dos anos, alguns se mantém de pé, e resistem ao meio da forte crescente de
equipes oriundas da Championship num fluxo migratório tendencioso dos ultimos anos, que
equipes vindo da segunda divisão, passam a ter maior poder financeiro, além de ser uma forte
vitrine para atletas renomados, que perderam espaço em clubes maiores. Na moderna Premier
League, os emergentes resistentes à nova tendência são: Everton FC, Newcastle United e
West Ham United. Com a sombra de Southampton, Wolverhampton, Leicester City e
Crystal Palace, estas equipes hoje são representantes das camisas mais respeitadas no
segundo escalão nacional, e os últimos resistentes dos rebaixamentos e a perca da força na luta
para deixar de ser figuração no protagonista campeonato inglês.
 
 O emergente no cenário moderno do futebol internacional é o clube competitivo, que produz
talentosos jogadores, e são capazes de dificultar a vida dos gigantes de seu país. Tirando como
exemplo o Leicester City, os Foxes passaram anos longe da elite nacional, e depois do acesso
em 2013/2014, e uma temporada de sobrevivência com muito aperto na Premier League, o time
de Jamie Vardy e cia desbancou todos os grandes clubes da Inglaterra e faturou seu primeiro
título nacional, com sobras.
 
O exemplo dos Foxes
 Nos últimos anos, o torcedor que acompanha o futebol internacional se acostumou a ver
equipes de pequeno e médio porte quando voltam da segunda divisão nacional, passam anos se
readaptando às novas realidades de voltar para a elite do futebol. Diversos são os exemplos de
equipes tradicionais que caíram no ostracismo por não terem superado essa barreira. 
 
 Longe da Premier League desde 2002, o Leicester City era uma das vítimas do ostracismo. A
equipe que representa no nome a cidade com mais de 340 mil habitantes perambulou entre
Championship e League One até 2009, quando começava a esboçar um futuro promissor.
 
 2013/2014
 Há três temporadas na segunda divisão, o time ainda comandado por Nigel Pearson
começava a reunir nomes no elenco que futuramente seriam protagonistas na maior conquista
de um time emergente na história recente da Premier League. Naquele time, Jamie Vardy, Ryiad
Mahrez, Danny Drinkwater, Wes Morgan e Kasper Schmeichel já faziam parte do esquadrão,
sendo fundamentais no acesso dos Foxes para a elite, na permanência do clube, e no
surpreendente título inglês.
 
Vardy na época, já mostrava seu faro de gol, anotando 16 totais durante o período de
Championship, só ficou atrás de David Nugent, o principal artilheiro da equipe, que
marcou 20. Líder do elenco, o dinamarquês Kasper Schmeichel foi quem mais jogou
naquela temporada, com 51 partidas oficiais. Ainda tímido, Mahrez fez apenas 19 jogos e
3 gols, mas mostraria o suficiente para ter a confiança de permanecer para a próxima
temporada.
 
Campeão com sobras, somando 102 pontos em 46 jogos, numa campanha que teve 31
vitórias, 9 empates e apenas 6 derrotas, com um avassalador ataque de 83 gols pró e um
saldo positivo de 40, o Leicester mostrava para toda a Inglaterra que voltaria para a
Premier League diferente, para não repetir os feitos de equipes como o Queens Park
Rangers, Burnley FC, Hull City, e demais exemplos, que sofriam com a instabilidade e se
tornavam "io-ios" alternando de divisões ano após ano.
 
Naquela temporada, o elenco do Leicester era composto por:
 
Goleiros: K. Schmeichel e C. Logan;
Defensores: R. de Laet, I. Miquel, P.Konchesky, L.
Moore, W. Morgan (C), J. Schlupp, St. Ledger, M. Wasillewski e Z. Whitbread;
Meias: D. Drinkwater, D. Hammond, M. James, A.
King, R. Mahrez, J. McCourt e Taylor-Fletcher;
Atacantes: T. Hopper, A. Knockaert, D. Nugent, K.
Phillips, J. Vardy e C. Wood.
Treinador: Nigel Pearson
Recém promovido à elite, o Leicester sofreria para permanecer na primeira divisão.
Apesar de terminar na 14ª posição, os Foxes se salvariam do rebaixamento por causa de
uma sequência de 7 vitórias em 9 jogos, nas últimas rodadas do campeonato. Da zona do
rebaixamento, o futuro campeão emendava uma sequência primordial para o sucesso do
clube, e claro, a conquista de não cair em sua primeira temporada no topo do futebol
nacional.
 
 Um fato marcante naquela edição foi a surpreendente vitória por 5 a 3 no Manchester
United, no King Power Stadium, em setembro de 2014. Na ocasião, Ulloa duas vezes,
Nugent, Cambiasso e Vardy anotaram para os Foxes no jogo mais elétrico do returno.
Aquela temporada também destacaria a extensão de contrato de Jamie Vardy para 2018,
além da renovação do camisa 10 Andy King, também por mais 4 anos.
 
Naquela ocasião, o argentino Leonardo Ulloa foi o nome de maior destaque. Com 12
gols, seu faro para marcar foi fundamental na sobrevivência do time na elite. Além do
centroavante, Wes Morgan com 40 partidas, Vardy com 36 e Jeff Schlupp com 35 totais
também tiveram importância naquela campanha.Vale destacar o ótimo trabalho de
Esteban Cambiasso, já experiente, atuou por 33 vezes e fez 5 gols pelo Leicester. Na
edição de estreia na elite, seus conhecimentos de futebol trouxeram peso para o grupo
que só tinha o quarto elenco menos valioso do campeonato.
 
Ao final da temporada, o elenco do Leicester já tinha a maioria dos jogadores que seriam
campeões já reunidos no mesmo grupo. Nas janelas de 2014/15 chegaram Danny
Simpson, do QPR, Marc Albrighton do Aston Villa, e Roberth Huth, vindo do Stoke
City. 
2.0 - O Leicester emergente
 Novato campeão
 Chegando em 2015 com moral, os Foxes já investiam mais no elenco, tirando os
coadjuvantes da Championship rumarem para outros clubes, enquanto depositavam altas
Libras em jogadores mais conhecidos e habilidosos. Na temporada que vai marcar para
sempre o Leicester City, chegaram para compor o elenco: Shinji Okazaki, N´Golo
Kanté, Christian Fuchs, Daniel Amartey, Demarai Gray,Gökham Inler e Yohan
Benalouane, além do promissor Ben Chillwell vindo do time sub-23 da casa, porém, o
lateral naquele período foi cedido por empréstimo ao Huddersfield Town para jogar com
mais frequência. Sem Cambiasso, Kramaric, Knockaert, Nugent e Wood, as maiores
responsabilidades caíram de vez nos colos de Mahrez, Schmeichel e Vardy.
 
 Com a torcida empolgada, o Leicester fez sua pré-temporada vencendo 4 dos 5 jogos,
e sob a nova gestão de Claudio Ranieri, que chegaria em julho de 2015 para realçar
ainda mais a força do promissor elenco, que já despertava atenção dos maiores clubes
do país, o Leicester começava a dar os primeiros passos, sob o soundtrack Fire, da
banda Kasabian, que segundo o treinador do clube, era a música que o inspirava para
trabalhar na época.
 
 Revelandoo segredo ao The Guardian, Ranieri afirma que o objetivo inicial para a
temporada era evitar o rebaixamento, com o cálculo de 40 pontos para somar durante a
competição. Curiosamente também foi revelado pelo falecido presidente tailandês,
Vichai, que o manager receberia £100 mil por cada posição acima do rebaixamento.
 
 Em trecho na entrevista cedida, Ranieri motivou o grupo antes do começo da Premier
League, os jogadores sentiram o impacto de ter uma estrela à beira dos gramados
comandando o plantel que desde 2013 evoluía na Inglaterra. "Eu não me importo com o
nome do adversário. Eu quero é que vocês lutem. Se eles forem melhores que nós,
parabéns. Mas eles terão que mostrar a nós que eles são melhores", afirmava Ranieri.
 
 Os fortes discursos se tornariam rotineiros, e o bom começo de temporada já superou a
estimativa para a competição. Em seis meses de campeonato, os 40 pontos previstos já
estavam alcançados, e Jamie Vardy colecionava gols, batendo o recorde de marcar em
11 partidas consecutivas.Somente Ruud van Nistelrooy, pelos Red Devils conseguiu tal
feito, em longos anos passados.
 
2015/16
A campanha dos Foxes foi tão sólida que sua pior posição foi um 6º lugar na sétima
rodada. Ao todo foram 25 rodadas liderando a Premier League, onde desde a 21ª
rodada o time reassumiu a ponta e não saiu mais. O principal concorrente do Leicester na
ocasião era o Tottenham Hotspur, também sedento de títulos, era o time que tinha o
principal artilheiro do país, Harry Kane, e diversos outros jogadores convocados para o
English Team, bem como, Dele Alli, Eric Dier, Danny Rose, Kyle Walker, e outras jóias
internacionais, tipo o meia Eriksen, o coreano Son e o francês Lloris.
 
 Durante as 38 partidas, o time de Ranieri lutava frente a frente contra os gigantes do
Big Six, na melhor representatividade do que é ser uma potência emergente, ainda que
na época não era. Vitórias contra o Chelsea e o próprio Tottenham, empates com o
United e City, mostravam a força do grupo. Em suas poucas derrotas, apenas o Arsenal e
Liverpool conseguiram o feito, porém, os pontos perdidos acabaram não fazendo falta,
por ser durante as primeiras rodadas da competição.
 
 A campanha 
 
 Campeões ingleses em 2015/16, os Foxes somaram 23 vitórias, doze empates e três
derrotas. 68 gols e um saldo de 32 positivos fizeram o Leicester City desbancar a
sequência de títulos de Manchester United, Chelsea e Manchester City. Desde 1994/95,
quando o Blackburn Rovers venceu o título inglês, nenhum time fora do Big Six levantaria
a taça. Sem dúvidas, o conjunto da equipe foi o diferencial.
 
 A equipe mudou pouco durante o campeonato, e com a base do grupo titular reunida
há anos, os pilares do sucesso são os mesmos nomes das temporadas anteriores. Jamie
Vardy com 24 gols, Mahrez, com 18,, Schmeichel que jogou todas 38 partidas,junto de
Morgan, além dos recentes contratados que tiveram papel primordial, especialmente
Shinji Okazaki e Robert Huth. 
 
 A maior surpresa do elenco foi N´Golo Kanté, que depois do ótimo desempenho,
tornou-se um dos principais volantes do mundo, e receberia um contrato milionário no
Chelsea FC.Nessas 5 temporadas em que o Leicester resurgiu na Premier League,
faturou um campeonato e se consolidou como uma potencia emergente, tendo jogadores
convocados para a seleção inglesa, outros destaques sendo vendidos em contratos
milionários, e novos jogadores chegando por altos valores, o Leicester City é
considerado um dos 10 principais clubes do campeonato.
 
 Os frutos dessa conquista permitiram Riyad Mahrez assinar por um valor recorde ao
Manchester City por £70,00M em 2018, além de Kanté, que foi ao Chelsea em 2016 por
£30,00M.
 
 Como citado acima, jogadores do clube passaram a ser lembrados no English Team.
Jamie Vardy passou a ser um nome nas convoações desde 2015, até decidir se
aposentar da seleção. Após iniciar o processo de renovação no clube, especialmente a
partir de 2017, outros nomes criados dentro dos Foxes passaram a ser convocados.
Harry Maguire, hoje no Manchester United, e Ben Chillwell são constantemente
chamados para defender a Inglaterra.
 
Desde 2013/14, o Leicester acumula na Premier League:
 
13/14 - 14º lugar, 41 pontos, 11 vitórias e 46 gols;
14/15 - 1º lugar, 81 pontos, 23 vitórias e 68 gols;
15/16 - 12º lugar, 44 pontos, 12 vitórias e 48 gols;
16/17 - 9º lugar, 47 pontos, 12 vitórias e 56 gols;
17/18 - 9º lugar, 51 pontos, 15 vitórias e 51 gols.
 
 Para a temporada atual (19/20), o time mantém as características, tendo alguns dos
remanescentes do título em seu plantel, mas novos jogadores chegam com peso de ouro
dentro do clube. Grandes investimentos permitiram a chegada do promissor volante
Tielemans, do Mônaco, e Ayoze Pérez, destaque no ataque do Newcastle nas últimas
temporadas.
 
 Os já experientes Schmeichel (32), Morgan (35) e Vardy (32), vão dividir vestiário com
as promessas K. Iheanacho, J. Maddison, H. Choudhury, Ndidi, Chillwell e companhia,
com o objetivo de voltar a disputar ligas europeias.
3.0 - O Burnley como potência
 Desde 2009/10, o Burnley FC era um time "io-io". Fraco demais para a Premier
League e grande o suficiente para a Championship, porém, tudo começou a mudar a
partir de 2015, quando os Clarets ao final da temporada 14/15 sofreram um novo
rebaixamento. Sob comando de Sean Dyche, que desde 2013 está à frente do clube, o
tradicional time inglês iniciaria um processo de renovação, que culminaria em mais um
retorno para a elite, e sua consolidação como potência emergente num curto intervalo de
4 anos.
 
 Após ser rebaixado em 19º colocado na Premier League, numa campanha melhor
apenas que o modesto Queens Park Rangers, o Burnley já tinha deixado alguns frutos do
trabalho de Dyche. 
 
 Tom Heaton desempenhou um bom trabalho debaixo das traves. Kieran Trippier foi
um dos maiores destaques, sendo negociado com o Tottenham Hotspur ao final da
temporada. Michael Keane recuperava o bom futebol que o colocou no passado como
uma das promessas do Manchester United,e por fim, Danny Ings, o principal nome da
equipe na época, que liderava as ações ofensivas, e posteriormente viria a ser um reforço
do Liverpool.
 
Campeão na Championship
 
 O retorno para a elite não demorou. Jogando a segunda divisão inglesa novamente, o
Burnley foi campeão com sobras, somando 93 pontos, e mantendo boa parte da equipe
do ano anterior, o clube não sofreu, e conseguiu uma boa receita financeira para se
assegurar de vez na elite.
 
 Naquela temporada Andre Gray, recém chegado aos Clarets, se destacou, anotando
25 gols. O público voltaria a encher o Turf Moor, elevando a média para 16 mil pagantes
por jogo. É importante destacar também a grande competição que fez o zagueiro Ben
Mee, participando dos 46 jogos, e a partir dali ganharia uma importância enorme para o
Burnley.
 
 Voltando para o topo do futebol nacional, o Burnley sofreu perdas importantes como D.
Ings e A. Gray, e o clube seguiu a filosofia de apostar em nomes desconhecidos. Nick
Pope, hoje convocado para a seleção inglesa, foi uma das apostas de Dyche, além do
polonês com dupla nacionalidade inglesa, James Tarkowski, que chegaria do Brentford.
Defour, Flanagan, Westwood e Robbie Brady seriam jogadores fundamentais para a
permanência do Burnley em 2016/17, quando a equipe ficou em 16º colocado, salvando-
se nas rodadas finais.
 
Após conquistar o objetivo de não voltar para a segunda divisão, o Burnley se prepararia
para dar vôos maiores, porém, poucos acreditariam que o salto do clube seria tão grande
a ponto de elevar o patamar para uma potência emergente.
 
 A consolidação do emergente
 
 Tudo começou a mudar em 2017/18, quando os Clarets fizeram uma temporada
excelente, terminando na sétima colocação da Premier League, superando adversários
de maior destaque nacional, garantindo uma vaga para a UEFA Europa League.
 A venda de Keane para o Everton rendeu um poder financeiro para o clube ousar
nas contratações. Para a temporada o clube busco Aaron Lennon e N´Koudou,
além do retornode Jack Cork, que se tornaria novamente pilar
dos Clarets.
 
A base estava montada, os remanescentes da temporada anterior, valorizados pelo
trabalho de permanência na elite, junto de jogadores capacitados para dar o "algo a
mais" para a equipe. Modesto, o Burnley abusou da precisão para o sucesso da
temporada. Sem muito alarde, o clube fez apenas 36 gols em 38 jogos, venceu 14
partidas e perdeu 12, somando 54 pontos, deixando o Everton e o Leicester comendo
poeira.
 
 Durante toda a temporada os Clarets permaneceram na parte alta da tabela,
assegurando a 7ª posição desde janeiro de 2018, após uma vitória sobre o Newcastle.
De lá para cá foram 13 jogos sem sair da posição que garantiu vaga para uma liga
internacional.
 
 Os maiores destaques ofensivos foram Chris Wood, com 11 gols, e Ashley Barnes,
com 10. A maior surpresa da temporada foi a queda de Tom Heaton para Nick Pope,
que assumiria a titularidade, participando de 34 partidas da Premier League.
 
 Pope foi tão bem com o Burnley, que aos 27 anos receberia de Gareth Southgate a
oportunidade de ser convocado para a Copa do Mundo Rússia 2018. Apesar de não
ter entrado em campo, o goleiro fez parte do esquadrão inglês que terminou como 4ª
melhor equipe do torneio.
 
 O sonho que se tornou real e foi além das expectativas fez com que o Burnley
comprometesse sua próxima temporada. O elenco que era bom, porém curto, se dividiu
entre competições nacionais, como copas e ligas inglesas, e também ganhou
responsabilidade de ir para a Europa League duelar contra os grandes do segundo
escalão internacional.
 
Caindo precocemente nos play-offs da UEL, o Burnley tinha que dar uma resposta ao
torcedor que sofreu com boa parte do primeiro turno na zona do rebaixamento. Poucos
reforços chegaram para manter a equipe no alto da tabela. Peter Crouch, Joe Hart, Ben
Gibson e Matej Vydra vieram para compor o esquadrão de Dyche.
Ainda que os reforços estivesse longe de satisfazer os empolgados torcedores dos
Clarets, que viam de longe seu arquirrival, o Blackburn Rovers na terceira divisão, o time
sobreviveu novamente, terminando na 15ª posição, porém, a partir de agora com bons
jogadores cobiçados a nível nacional, tendo seu goleiro como um dos nomes certos na
lista do English Team.
 
Realidade dos Clarets
 
O Burnley mesmo que ainda não tenha repetido a façanha da temporada 17/18, os
Clarets deixaram a instabilidade dos rebaixamentos e acessos, possui uma equipe
competitiva e bastante difícil dentro de seus domínios, e hoje conta com jogadores que já
se destacaram na Premier League, e um treinador que desde 2013 consegue fazer muito
com pouca mão-de-obra.
 
 Brady (Irlanda), Barnes (Áustria), Gudmundsson (Islândia), Pieters (Holanda), Wood
(Nova Zelândia), Pope e Drinkwater (Inglaterra) são nomes que figuram constantemente
em suas seleções. Além dessa bagagem internacional, Joe Hart e Peacok-Farrel são
bons goleiros que compõem a lista de 3 grandes arqueiros para o Burnley, algo invejável
no futebol moderno. Jay Rodríguez e Westwood possuem capacitação para comandar o
meio de campo, formando um time com corpo para brigar pelas posições medianas.
 Respeitando o histórico do clube, o Burnley concentra suas forças no sistema
defensivo, setor este que reserva um dos melhores resultados do campeonato inglês. Na
temporada passada, quando o clube brigou para não cair, apenas 10 jogos de 38 totais, o
clube levou mais de 3 gols por partida.
 
 Na temporada atual, os Clarets começaram bem, mas a previsão é de no máximo uma
10ª colocação. Apesar de emergente, é pouco provável ver o Burnley na primeira página
da classificação final, mas ainda sim, o time mantém forças para seguir sobrevivendo na
elite sem se assustar com o rebaixamento.
 
 
Dados
 
 Historicamente o Burnley é um clube que mais frequentou à elite do futebol inglês do
que as divisões inferiores. 55 participações, e mesmo que sem nenhum título, os Clarets
têm sua importância na elite.
 
 Nos três últimos anos em que participou da Premier League, o Burnley somou 36
vitórias em 114 jogos. Apesar das posições medianas na tabela, seu maior fruto como
potência emergente é a vitrine para jogadores se destacarem a nível nacional e ir para a
seleção, ou assinarem contratos maiores em outras equipes. 
 
2016/17: 16º colocado, 40 pontos e 11 vitórias. Sam Vokes (12 gols);
2017/18: 7º colocado, 54 pontos e 14 vitórias. Chris Wood (11 gols);
2018/19: 15º colocado, 40 pontos e 11 vitórias. Chris Wood e Ashley Barnes (13 gols).
 
 Importância
 
 Se hoje o Burnley está categorizado como uma potência emergente, deve-se muito
mérito ao treinador Sean Dyche, que desde 2013 está à frente do clube e é fundamental
no desenvolvimento do clube. De suas mãos surgiram com sucesso jogadores
importantes, como os citados Danny Ings, Andy Gray, Ben Mee, James Tarkowski, Nick
Pope, entre outros.
 
4.0 Os Lobos de Mildand 
 Tradicional clube inglês, o Wolverhampton talvez seja hoje o emergente de maior
potencial junto ao Everton FC na Premier League. Vencedor por 3 vezes do
campeonato nacional, 4 copas da Inglaterra, 3 copas da liga inglesa, 4 recopas
nacionais e 4 títulos da Championship, o time que inspirou a criação da UEFA Champions
League parece ter voltado aos eixos após seguidos anos afastados da elite do país.
 
 Contando com uma colônia portuguesa que desembarcou no Molineaux Stadium
desde 2018, coleciona atletas oriundos de Portugal, além do treinador, Nuno Espírito
Santo, que juntos levaram o Wolverhampton em sua temporada de reestreia para uma
vaga internacional na Europa League, dando trabalho para os clubes do famoso Big Six.
 
 O recomeço
 
 Em 2013/14 o Wolves estava no fundo do poço. Na terceira divisão inglesa, os lobos
amargavam o segundo rebaixamento consecutivo, despencando da Premier League em
2011/12 para a League One.
 
 Sem luxo, o elenco foi campeão da terceira divisão para alívio da torcida. Naquela
época os melhores jogadores eram Bakary Sako e Kevin McDonald, além de Jamie O
´Hara. A volta para à Championship rendeu 103 pontos para o time, numa campanha
avassaladora que somou 31 vitórias em 46 jogos.
 
 Retornando para a divisão de acesso, os Lobos estacionaram. Três campanhas
medianas esfriaram as expectativas dos torcedores, que viam seus rivais Aston Villa e
West Bromwich na elite da Premier League.
 
 Tudo começou a mudar a partir da temporada 2017/18, com a vinda do treinador Nuno
Espírito Santo. O manager decidiu apostar em jogadores nascidos em seu país. Convicto,
os nomes de Nuno foram desembarcando na Inglaterra. Durante a Championship
chegaram: Rubén Neves, Hélder Costa, Tomás Reimão, Iván Cavaleiro, Pedro
Gonçalves, Diogo Jota, Rubén Vinagre, Roderick Miranda e o treinador de goleiros
Rui Barbosa.
 
 As apostas deram certo, com destaque para Diogo Jota, que anotou 18 gols na
temporada do título da segunda divisão. O time entrosado, disparou na liderança e ao
final somou 99 pontos, com 30 vitórias em 46 jogos.
 
 A partir daí, o Wolverhampton consolidaria uma etapa de transição que o tiraria de
potência regional para um dos clubes emergentes de maior porte no país.
 
Chegada na elite
 
 O segredo dos lobos já tinha sido formado. A base que sustentaria a equipe na elite foi
criada há uma temporada, ainda na segunda divisão. Investindo £45,38 M em reforços
durante a Championship, Rubén Neves, também português, ex-Porto, seria o principal
reforço do clube, e junto do volante, chegariam João Moutinho e Rui Patrício, ambos
portugueses, e o centroavante Raúl Jimenez, este nascido no México.
 
 Com um esquadrão de assustar os medianos da Premier League, o Wolves chegou
com respeito. A sétima posição confirmou a melhor temporada na elite desde 1979/80,
premiado inclusive com uma participação nas semifinais da FA Cup, perdendo da vaga
na decisão para o Watford.
 A campanha do retorno foi tão surpreendente que, além das outras duas equipes que
também subiram junto do Wolverhampton terem caído novamente para a segunda
divisão, sua temporada gerouresultados significativos para todo o clube e sua torcida.
 
 A maior goleada da temporada foi um 3 a 0 em cima do tradicional West Ham, em
janeiro de 2019. Pouco antes, em meados de dezembro, os Lobos venceriam o
Tottenham Hotspur, em pleno Wembley Stadium, por 3 a 1. Além dos Spurs, os Lobos
venceram o Manchester United por 2 a 1, no returno, visto que, na primeira etapa da
temporada, houve um empate no Old Trafford. 
 
 Os lobos também empatariam com o Manchester City, Chelsea e Arsenal, torando-se o
time que mais roubou pontos dos líderes do campeonato.
 
 Ao todo foram 16 vitórias, 57 pontos e 47 gols feitos, sendo 13 só de Raúl Jiménez.
 
 Também na temporada de retorno à elite, João Moutinho se destacou sendo o líder de
assistências da equipe com 8 passes diretos para gols, além da aparição nas 38 partidas
do campeonato.
 
Dados:
 
 Raúl Jimenez - 38 jogos, 13 gols e 7 assistências;
 João Moutinho - 38 jogos, 1 gol e 8 assistências;
 Diogo Jota - 33 jogos, 9 gols e 5 assistências;
 Matthew Doherty - 38 jogos, 4 gols e 5 assistências.
 
Expectativa 19/20
 
 Para o prosseguimento do trabalho, a expectativa da torcida e mídia é que os Lobos
continuem na primeira parte da tabela da Premier League. A base foi mantida, os
destaques seguirão no clube, o investimento segue a todo vapor, e a boa gestão de Nuno
Espírito Santo será colocada em teste novamente. Com desafios maiores, como a Europa
League, o grande questionamento será: até onde irão os lobos? 
5.0 A ascenção dos Cherries
 De completos desconhecidos na elite, para um dos mais respeitáveis adversários para
jogar contra, dentro de seus domínios, o Bournemouth vive anos de glórias na sua
posição já estabelecida de emergente na Premier League.
 
 Sem nunca ter jogado a primeira divisão nacional na história, os Cherries chegaram na
elite em 2015-16. Longe de ser um dos clubes mais populares do país, os campeões da
Championship 14/15 superaram as expectativas nos últimos anos, e hoje, conta com
jogadores convocados para seleções internacionais, e esbanja contratos de alto valor
para jovens promessas e jogadores já renomados.
 
O começo
 
 Depois da promoção da League One para a Championship, a ascensão do
Bournemouth foi gigante. Em sua volta para à Championship, um honroso 10° lugar final
na tabela em 2013/14 deixou o clube com grandes expectativas para a próxima
temporada. Com uma base que até os dias de hoje, alguns jogadores ainda se encontram
no clube, o time fez bonito na edição seguinte, e foi campeão com 90 pontos,
desbancando o Watford e Norwich na corrida pelo título.
 
 Artur Boruc, Ryan Fraser, Steve Cook, Simon Francis, Charlie Daniels, Dan Gosling,
Harry Arter, Marc Pugh, Andrew Surman e Junior Stanlistas formaria uma incrível
remessa de atletas que saíram das divisões inferiores, chegando ao topo do futebol
nacional num curto intervalo de poucos anos.
 
Premier League
 
 A chegada na Premier League não foi fácil, de cara o clube encarou a briga pelo
rebaixamento na temporada em que facilmemente pintou como favorito ao decesso. Forte
em Dean Court, o Bournemouth não cedeu, e terminou sua primeira temporada na elite
na 16ª colocação. Os 5 pontos de diferença para o Newcastle, os afastaram da segunda
divisão.
 
 Investindo forte para a temporada seguinte, o dinheiro arrecadado com a permanência
na elite, renderia o maior salto para os Cherries em toda sua história. No ano seguinte, o
clube trouxe nomes conhecidos para integrar o esquadrão: Jordon Ibe, Jack Wilshere,
Nathan Aké (ainda por empréstimo) e Marc Wilson trariam experiência o suficiente para a
temporada dos sonhos.
 
 Terminando o ano na 9ª posição em 2016/17, a maior surpresa positiva daquela edição,
os Cherries revelaram uma dupla ofensiva poderosa que renderia muitos gols ao clube
até os dias atuais. Josh King e Callum Wilson simbolizam o que é de melhor no AFCB
nesses anos, a revelação de jogadores e um trabalho magnífico fazendo "muito com
pouco".
 
 Na ocasião, King terminou a PL com 16 gols, enquanto Wilson anotou só 6. Mas desde
então a dupla somaria incríveis 103 gols pelo clube, sendo 58 de Callum (33 na Premier
League) e outros 45 de Josh (43 na Premier League).
 
 Além da dupla, destacaram-se com o passar os anos, o meia Ryan Fraser, hoje
cobiçado nos maiores clubes do país, e no renegado do Liverpool, Jordon Ibe, que voltou
a fazer boas temporadas após sua saída de Anfield.
Eddie Howe
 O manager que está desde 2012 e soma mais de 300 partidas em duas passagens
pelos Cherries (2008-2011 e 2012-atual), sem dúvidas é o pilar de toda evolução do
clube, saltando da League One para a Premier League. Sob seu domínio, o Bournemouth
alcançou na primeira divisão, honrosas colocações ao final da temporada, destacando o
9° lugar em 2016/17. 
 
 Um fato curioso sobre Howe é que enquanto jogador profissional, o ex-zagueiro
também foi ídolo dos Cherries, por onde jogou 201 partidas de 1994 até 2002. Outras
duas passagens pelo clube, fariam do treinador se consolidar com uma figura de
relevância histórica para o Bournemouth. Ao todo foram 270 jogos, sendo a temporada
2006-07 a sua última como atleta, aposentando-se no clube.
 
 Voltando para o cenário atual do clube, o sucesso na primeira divisão rendeu para os
melhores jogadores da equipe, convocações para seleções internacionais. Callum Wilson
receberia convites para o English Team a partir de 2018, Ryan Fraser se tornaria um dos
nomes certos na seleção escocesa desde 2017, mesmo ano que Nathan Aké deixou a
desconfiança de lado e se firmou como titular, um dos líderes do elenco, e peça de
importância para a Holanda.
 
 Além dos citados, Jefferson Lerma pela Colômbia e David Brooks com o País de Gales
também seriam lembrados em convocações internacionais.
 
 As cinco participações dos Cherries na elite ficaram marcadas pela solidez do grupo.
Excluindo a temporada de estreia, quando o AFCB sobreviveu na 16ª colocação, a
equipe jamais passou sustos com o rebaixamento. Desde então as medianas colocações
renderam as expectativas para a torcida almejar conquistas maiores dentro de algum
tempo. O que é notório atualmente é o patamar que o clube atingiu. Como emergente,
jogadores de clubes maiores que estão sem espaço chegam em Dean Court para se
valorizar. Jordon Ibe, Nathan Clyne, Nathan Aké, Dominic Solanke e Diego Rico são
exemplos no plantel atual.
 
Elenco 19/20
 Goleiros: A. Begovic, A. Boruc, A. Ramsdale e M. Travers;
 Defensores: N. Aké, C. Mepham, S. Cook, J. Simpson, D. Rico, L. Kelly, C. Daniels, A.
Smith, J. Stacey e S. Francis (C);
 Meias: J. Lerma, L. Cook, P. Billing, D. Gosling, A. Surman, D. Brooks e R. Fraser;
 Atacantes: A. Danjuma, J. Stanlislas, H. Wilson, J. Ibe, J. King, C. Wilson e D. Solanke.
 
5.0 O revelador Southampton
 Afastados da elite desde 2004/05, os Saints dariam a volta por cima após longos anos
distantes do melhor futebol nacional. Durante esse período, o Southampton enfrentaria
até a League One (2009/10 e 2010/11), antes de renascer das cinzas e se transformar
numa consolidada potência emergente.
 
 Considerado um dos clubes que mais obteve sucesso recente com a descoberta de
talentosos jogadores e suas vendas milionárias para clubes de maior expressão,
direcionaram os olhares do grande público e a mídia para os jogos do time de St. Mary´s
Stadium, pois frequentemente uma revelação surge dali.
 
 A partir de 2012, o Southampton chegaria na Premier League vindo de um honroso
vice-campeonato na Championship. O acesso foi muito mais que uma conquista para o
clube, foi na verdade a ascensão de grandes jogadores para o futebol nacional partindo
daquela época.
 
 Liderados pelo treinador Mauricio Pochettino, atualmente manager do Tottenham,
vice-campeão da Uefa Champions League em 2018/19, o esquadrão estreante na elite
formou uma verdadeira remessa de bons frutos colhidos em casa. Nathaniel Clyne, José
Fonte, Luke Shaw, Callum Chambers, Adam Lallana, Morgan Schineiderlin e Jay
Rodríguez formaram o primeiro grande pacote dosSaints, levando todos estes citados
para contratos maiores em equipes de grande porte na Inglaterra, bem como, Liverpool,
Manchester United e Arsenal, além de outros.
 
 Alguns destaques também receberiam convocações para o English Team. Clyne e
Lallana foram os que mais tiveram oportunidades no decorrer dos anos. Lallana inclusive
jogaria futuramente à Copa do Mundo 2018, ocorrida na Rússia. O meia atacante
participou de 3 jogos na campanha da seleção inglesa.
 
 
 No elenco que voltaria para à elite, terminando na 14ª colocação final, também vale
destacar outros nomes do grupo e que durante a temporada também se destacaram.
Rickie Lambert, o artilheiro na temporada com 15 gols, James Ward-Prose, aos 18
anos, já despertava interesse nacional por ser uma meia talentoso, e Maya Yoshida,
líder do setor defensivo, titular absoluto na zaga, seria primordial para evitar o
rebaixamento dos Saints.
 
 Com os anos se passando, a crescente do Southampton ficava mais evidente. Nos dois
anos seguintes, o clube terminaria a competição com um 7º e um 8º lugar,
posteriormente. Essa reviravolta permitiu o acesso à Europa League, além da
consolidação de mais uma remessa de revelações.
 
 Daquele novo grupo, já reformulado e treinado por Ronald Koeman na temporada
2014/15, o destaque principal era o senegalês camisa 10, Sadio Mané. Com 30
aparições, o atacante anotou 10 gols e 4 assistências, tornando-se a referência técnica
para a jovem equipe. Além de Mané, Toby Alderweireld, Victor Wanyama e Dusan
Tadic´ também seriam os pilares do sucesso do Southampton, sendo todos vendidos em
um curto período, rendendo milhões de cifras ao clube, onde falaremos mais
detalhadamente nas próximas páginas.
 
 O ápice da volta do Southampton foram nas duas próximas temporadas (2015/16 e
2016/17), participando de duas edições da UEL, terminando novamente o campeonato
inglês nas posições no topo da tabela, sendo uma 6ª colocação ao final de 2016, e
novamente a 8ª posição no ano seguinte.
 
 Como de costume, a nova remessa dos Saints estava surgindo. Sem boa parte dos
nomes já citados ao longo desse capítulo, o Southampton montava mais um promissor
esquadrão somado com Virgil Van Djik, Cédric Soares, Jordi Clasie e Oriol Romeu.
 
Os frutos
 
 Nessas cinco temporadas na primeira divisão, além de sobreviver no topo do futebol
inglês, o Southampton mesmo longe de ter um poder financeiro como os grandes do Big
Six, teve um papel fundamental. A mentalidade de trabalhar com jogadores jovens,
muitos oriundos da base ou renegados de equipes maiores, fez com que outros clubes
abrissem os olhos para o mesmo tipo de filosofia. Atualmente entre os grandes do país, o
Chelsea, Tottenham e Arsenal têm trabalhado com uma ideia próxima do que os Saints
fizeram nesse período.
 
 O retorno financeiro foi muito bom para a evolução do clube. Abaixo, alguns dados de
jogadores negociados pelo Southampton até 2016/17:
 
Sadio Mané (2016) - Liverpool FC £37,48 M;
Virgil Van Djik (2018) - Liverpool FC £77,00 M;
Adam Lallana (2014) - Liverpool FC £28,20 M;
Victor Wanyama (2016) - Tottenham Hotspur £13,10 M;
Nathaniel Clyne (2015) - Liverpool FC £16,10 M;
Morgan Schniderlin (2015) - Manchester United £31,84 M.
 
Van Djik
 
 Virgil Van Djik merece um destaque a parte, em meio aos numerosos jogadores de
importância que o Southampton "revelou" recentemente, pois o zagueiro, atualmente
jogador do Liverpool e candidatíssimo ao posto de melhor jogador do mundo da temporada
2018/19, O Holandês que foi revelado pelo modesto Willen II e passou pelo Groningen e
Celtic antes de desembarcar na Inglaterra em setembro de 2015, o jogador há dois anos é
olhado com bastante atenção pelo futebol internacional, pois desde sua chegada ao time
de Anfield, Van Djik defende o posto de jogador mais caro de todos os tempos.
 
 A valorização do atleta não foi à toa. Pelo Southampton, o defensor atuou por 80 partidas
e anotou 7 gols. De integrante do elenco, o jogador se destacou pelo bom passe, jogo aéro
impecável, boa finalização e rapidez para jogar no setor defensivo.
 
 Com 7.065 minutos em campo, um total de 80 jogos, Van Djik recebeu apenas 5 cartões
amarelos enquanto defendeu o Southampton. O início pelo clube foi tão bom que sua
primeira convocação para seleção holandesa ocorreu no ano de sua estreia na Premier
League. Bastante cobiçado, em janeiro de 2018, o contrato recorde com o Liverpool válido
até 2023, rendeu premiações pessoais para o atleta, grandes conquistas para o LFC, além
de uma considerável bonificação para os Saints, que desde então seguem buscando novos
atletas para a manutenção do admirável trabalho em valorizar jogadores.
 
 
ROLAND KOEMAN
" Virgil Merece a bola de ouro".
Atualidade dos Saints
 
 Sem os estrelados jogadores que o grupo plantou ao longo dos anos, a realidade do
Southampton nas duas últimas temporadas regrediu. Mesmo que ainda seja promissor, e
tenha jogadores de nível da seleção, como Ryan Bertrand, o clube quase foi rebaixado
nos dois últimos anos, salvando-se nas rodadas finais. 
 
 Depois de terminar na 17ª e 16º colocação, o atual elenco não promete grandes
mudanças e deverá novamente tentar sobreviver apenas. Com muitos jogadores jovens,
a faixa média do time é de 25 anos. Das pratas da casa, os olhares se direcionam para
Angus Gunn, jovem arqueiro, Jan Bednarek, Jack Stephens e Samuel McQueen,
todos zagueiros. O conhecido James Ward-Prose segue como referência no meio, o
irlandês de 19 anos, Michael Obafemi, tentará se provar como atacante.
 
 Abrindo o leque, os mais experientes são Yoshida (31), Bertrand (30), e Shane Long
(32), os únicos acima dos trinta anos de idade no plantel. A grande referência técnica do
grupo é Nathan Redmond, meia-atacante que figura por vezes na seleção inglesa e na
temporada passada foi o atleta que mais jogou, 42 vezes, e foi o principal artilheiro, com
9 gols.
 
 O atual elenco dos Saints é composto por:
 
Goleiro: A. Gunns, H. Lewis e A. McCarthy;
Defensores: J. Bednarek, R. Bertrand, C. Soares, K. Danso, S. McQueen, K. Ramsay, J.
Stephens, Y. Valery, J. Vestergaard e M. Yoshida;
Meias: S. Armstrong, S. Boufal, J. Hesketh. P. Hojberg, M. Lemina, O. Romeu, N.
Redmond, C. Slattery e J. Ward-Prose;
Atacantes: C. Adams, M. Djénépo, D. Ings, S. Long, D. N´lundu e M. Obafemi.
Treinador: Ralph Rasenhutt
6.0 - Águias de ouro
 Em sua sétima temporada consecutiva na elite da Premier League, os Eagles deixaram
qualquer sombra ou ameaça do rebaixamento de escanteio para se tornar um clube
emergente, que por vezes é até invejado por clubes maiores, mediante à vitrine que o
Palace se transformou nos últimos anos, elevando jogadores renegados de outras
equipes para um patamar de excelência, além da captação de atletas desconhecidos da
grande mídia, deixando-os ao nível tão alto, que gera constantes convocações para
seleções internacionais.
 
 Com uma das torcidas mais apaixonadas do futebol inglês, os campeões da
Championship 2012/13 conseguiram o retorno para o topo nacional, por onde esteve
afastado desde 2005. Sua volta foi tão impressionante, que desde então o Crystal Palace
sequer passou sustos com o rebaixamento, consolidando campanhas admiráveis e
grandes feitos.
 
 Quem enxerga o atual elenco composto por jogadores desejados em diversas equipes,
bem como, Wilfred Zaha, Luka Milivojevic, Patrick van Aanholt, Christian Benteke, entre
outros, pouco deve conhecer a recente trajetória do time, para sair de mero figurante na
segunda divisão inglesa, e hoje, ser uma potência, que recusa milhões de libras para
montar elencos cada vez mais fortes na elite.
 
 O que inicialmente chamou a atenção foi o planejamento do Palace para seu retorno.
Geralmente equipes que voltam da Championship costumam sofrer toda a temporada,
mas os Eagles, que apesar do time ser inferior à grande maioria, fez prevalecer sua força
dentro do Selhurst Park, terminando na 11ª colocação.
 
 
 Para o acesso à Premier League, o fator determinante foi a força ofensiva do Palace.Inspirados pelo artilheiro Genn Murray, que anotou incríveis 30 gols em 46 partidas na
segunda divisão, o Palace iria para os play-offs de acesso após encerrar a competição na
quinta colocação.
 
 Eliminando o Brighton e Hove Albion depois de duas partidas niveladas pelo forte
equilíbrio até os instantes finais, onde o Palace avançou com a soma de 2 a 0, e a "cereja
do bolo", veio na final, em Wembley, numa vitória por 1 a 0 sobre o Watford, para quase
90 mil presentes no estádio.
 
 
 Junto da promoção, vieram para a grande mídia nacional, nomes de jogadores que
desde 2013 passariam a acumular maiores destaques dentro do Palace, ou também em
futuras negociações.
 
 Wilfred Zaha, na época, foi o vice-artilheiro do time com 8 gols, e era um dos nomes
mais valorizados. Junto dele, Yannick Bolasie, que seria jogador do Everton FC, Jonny
Williams, Mile Jedinak, Joe Ward, entre outros que também foram primordiais no
acesso dos Eagles.
O retorno
 Em 2013/14, o Palace investiu "pouco", em grande maioria, atletas promissores que
iriam complementar a base já forte da temporada anterior, Dwight Gayle foi comprado
em definitivo do Peterborough, Joe Ledley, Jason Puncheon e Adrian Mariappa foram
os principais reforços. Pouquíssimos atletas saíram. Em grande maioria, os que deixaram
o clube, foram por empréstimo e eram das categorias de base. O maior, e talvez único
nome de peso à deixar o Crystal Palace, foi o artilheiro Kevin Phillips, que após duas
passagens pelo time, deixou o clube rumo ao Leicester naquela época, quando já era
veterano.
 
 Sem sustos, o time terminou na 11ª colocação, e desde então oscilou pouco na elite,
com as campanhas: 10º, 15º, 14º, 11º e 12º respectivamente, estagnaram o Palace na
elite.
 
 Desde então, diversos jogadores passaram pelo clube, mas o poder de valorizar seus
atletas é um trabalho de muito sucesso. Por exemplo, Wilfred Zaha, hoje tem 26 anos, e
segundo o portal Transfermarkt, seu valor de mercado é de 45 milhões de euros.
Revelado pelo próprio clube, o marfinense foi comprado pelo Manchester United com
status de grande promessa, por uma quantia de €11,75 M em 2013. Pouco depois, o
atacante seria novamente repassado ao Palace, por empréstimo, e em seguida cedido ao
Cardiff City também por empréstimo. Pouco aproveitado nos Red Devils, Zaha que tinha
valor de mercado €8,00 M, foi novamente emprestado ao Palace, com valor de compra
fixado em €3,80 M, em 2015. Quatro temporadas depois, o atacante que soma 358 jogos
e 53 gols pelo clube, foi alvo dos maiores times da Inglaterra nas últimas janelas de
transferências, incluindo o próprio Manchester United. Além do gigante de Manchester, o
Tottenham, Everton e Arsenal buscaram a contratação do jogador.
 
 O grande legado do clube até então é revelar ou consolidar jogadores para o cenário
nacional. Além de Zaha, é Aaron wan Bissaka, também revelado pelo Palace e hoje é
titular do Manchester United e convocado para a seleção inglesa, se tornando motivo de
orgulho para os Eagles, pois apenas duas temporadas no profissional e 46 jogos
totais, renderam ao clube €55,00 M na taxa de transferência recorde em 2019, para o
promissor lateral de 21 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Já pelo trabalho de valorizar atletas descartados pelos maiores times do país, podemos
citar Andros Towsend, renegado do Tottenham, o meia se acertou no Palace, por onde
joga desde 2016. Benteke, atacante belga ex-Liverpool, também se enquadra na
categoria citada, pois apesar de surgir para o futebol mundial jogando pelo Aston Villa,
Benteke jamais rendeu por outros clubes, e desde 2016 joga em Selhurst Park, na qual,
soma 86 partidas.
 
 Por último e não menos importante, o holandês Patrick van Aanholt, que
recentemente foi procurado pela Juventus, foi um "achado" do clube, em meio aos tantos
atletas que saem do Chelsea e são poucos aproveitados. Chegando do Sunderland em
2016, o lateral esquerdo soma 86 jogos e 12 gols na equipe atual. Suas atuações lhe
renderam mais convocações para a seleção holandesa, na qual é convocado por vezes
desde 2013.
 
Atualidade
 
 Nos tempos atuais, o Crystal Palace mantém sua filosofia de seguir revelando atletas e
completando o time com jogadores rejeitados por clubes maiores. Luka Milivojevic,
volante sérvio que há duas temporadas é o artilheiro da equipe, veio do Olympiakos sem
grandes prestígios. Além do volante, Max Meyer, antiga promessa do Schalke 04,
Mamadou Sakho, ex-zagueiro do Liverpool, Gary Cahill, ex-Chelsea e Jordan Ayew,
ex-Swansea e West Ham, somam o leque de atletas que ganharam espaço no modesto
time de Londres.
 Desde o acesso, o Palace soma 7 temporadas na Premier League. Até o início da atual
(19/20), os Eagles somavam 228 partidas, com 74 vitórias e 107 derrotas no período.
 
 A principal peça-chave do elenco atual é Luka Milivojevic, que apesar de volante, se
destaca pelos bons números ofensivos. Na última temporada, o sérvio foi o artilheiro com
12 gols, o atleta que mais deu passes no elenco (1.986 passes), quem teve a segunda
maior quantidade de ações ofensivas (89),além da segurança defensiva, ficando como o
segundo jogador que mais interceptou bolas para o clube, com 73 totais.
 
 Aos 28 anos e já identificado com o clube, o capitão acumula 97 partidas
defendendo os Eagles, 24 gols e mais de 8 mil minutos em campo pelo Crystal Palace.
Com contrato até 2023, seus bons resultados individuais o fizeram sair de €8, 00 M de valor
no mercado desde que chegou ao clube, para €20,00 M atualmente.
 
A torcida
 Motivo de orgulho para o clube, e de inveja para o elitizado público inglês, a torcida do
Crystal Palace dá o tom mais "sul-americano" nas arquibancadas da Inglaterra.
 
 Conhecidos como Holmesdale Fanatics, a maior torcida do sul de Londres se aventura
no Selhurst Park e nos demais estádios ingleses, principalmente nos dérbis locais, contra
Arsenal, Chelsea e Tottenham. Durante os jogos na televisão, é comum ouvir os cânticos
dos fãs do Palace, ecoando ao fundo da narração, independente da partida. Esse amor
pelo clube, faz do time, um adversário temido quando joga em casa, facilitando assim, o
rendimento de seus jogadores para seguir evoluindo na elite do futebol nacional.
 
 O notório crescimento da torcida é tão admirável, que em 2017, o clube divulgou os
planos de expansão do Selhurst Park. Com 13.500 lugares no atual momento, o novo
estádio deve confortar aproximadamente 35 mil pessoas por jogo. Alterações na
hospitalidade, novas camadas de vidro e uma reformulação por completa nas bancadas.
A previsão é que em três anos, a reforma seja concluída sem atrapalhar os jogos do
clube. O custo estimado é de 100 milhões de libras, na modernidade que deve
aumentar as receitas do Palace, deixando o patamar do clube cada vez mais consolidado
como emergente.
 
 
 Durante todo o trabalho de apuração e checagem de informações, decidi optar por não
adicionar equipes que apesar de historicamente serem emergentes na Premier League,
bem como o Everton FC e West Ham, valorizando o título do e-book, A NOVA ERA
DOS EMERGENTES.
 
 Diante desse pensamento, clubes tradicionais como o West Bromwich, Stoke City,
Blackburn Rovers, Nottingham Forest, Leeds United, Sunderland, Bolton Wanderers, e
outras dezenas de equipes que brilharam na elite do futebol inglês por décadas, não
fazem parte do conteúdo.
 
 O emergente moderno é o clube capaz de sobreviver na elite inglesa, sendo além de
uma vitrine para muitos atletas, um clube que deixará um legado para o futebol nacional,
incomodando os gigantes do Big Six, com trabalhos admiráveis.
 
 Nota-se que grande parte dos clubes citados no e-book, foram campeões da
Championship. Na última temporada, o Norwich City foi o vencedor do campeonato. Os
canários não se enquadram na categoria de emergentes,, pois há anos, o time de Carrow
Road é um clube iô-iô, alternando da primeira para a segunda divisão com frequência.
 
 Também decidi optar por não adicionar o Watford, que apesar de ser abrigo de muitosatletas oriundos do futebol espanhol, e alguns brasileiros, como Gomes e Richarlison,
tendo no futuro a promessa João Pedro, do Fluminense, porque o time de Watford ainda
não conseguiu deslanchar na parte intermediária da Premier League com alguma
frequência. 
A pesquisa
Referências
 Para agregar conteúdo à pesquisa, foram utilizadas informações dos seguintes sites e
portais:
 
ESPN, Transfermarkt, Premier League, Stadium Guide, Word Football Net, sites
oficiais dos clubes, Wikipedia e Football guide.
 
 As imagens ficaram por conta:
 
Standard.co, Daily mail, Google Fotos, Getty Images e reproduções oficiais dos
clubes.

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