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EMERGENTES A nova era dos E -BOOK DE GABRIEL OLIVEIRA Índice 3. Conteituando o emergente 5. O Leicester emergente 10. O Burnley como potência 15. Os lobos de Midland 18. A ascenção dos Cherries 21. O revelador Southampton 26. Águias de ouro 32. A pesquisa 1.0 - Conceituando o emergente Na terra do futebol mais antigo do mundo, os tradicionais clubes ingleses criaram categorias ao longo dos anos, onde prateleiras separam as equipes que variam desde os regionais, até os maiores do país. Nesse meio termo, encontra-se as potências emergentes, nas quais, o trabalho que mescla filosofia e ambição do time, onde se reflete positivamente dentro de campo, colocando-o como principal equipe da cidade, ou até como ameaça aos gigantes que colecionam títulos e estão sempre almejando os melhores jogadores do momento. O time considerado emergente é aquele que possui um período estável nas maiores competições presentes, com elencos minimamente razoáveis, investimento consciente, uma representatividade admirável na competição, e popularmente um carinho especial que o fã de futebol costuma criar, por se tratar de equipes ”novatas”, no meio da selva dos maiores, que guerriam dentro de campo desde as ultimas decadas do século XIX na terra da rainha, e que, após longos anos, hoje formam o Big Six do futebol inglês. Inúmeras equipes já se candidataram como potenciais emergentes, e ainda que se alternem com o passar dos anos, alguns se mantém de pé, e resistem ao meio da forte crescente de equipes oriundas da Championship num fluxo migratório tendencioso dos ultimos anos, que equipes vindo da segunda divisão, passam a ter maior poder financeiro, além de ser uma forte vitrine para atletas renomados, que perderam espaço em clubes maiores. Na moderna Premier League, os emergentes resistentes à nova tendência são: Everton FC, Newcastle United e West Ham United. Com a sombra de Southampton, Wolverhampton, Leicester City e Crystal Palace, estas equipes hoje são representantes das camisas mais respeitadas no segundo escalão nacional, e os últimos resistentes dos rebaixamentos e a perca da força na luta para deixar de ser figuração no protagonista campeonato inglês. O emergente no cenário moderno do futebol internacional é o clube competitivo, que produz talentosos jogadores, e são capazes de dificultar a vida dos gigantes de seu país. Tirando como exemplo o Leicester City, os Foxes passaram anos longe da elite nacional, e depois do acesso em 2013/2014, e uma temporada de sobrevivência com muito aperto na Premier League, o time de Jamie Vardy e cia desbancou todos os grandes clubes da Inglaterra e faturou seu primeiro título nacional, com sobras. O exemplo dos Foxes Nos últimos anos, o torcedor que acompanha o futebol internacional se acostumou a ver equipes de pequeno e médio porte quando voltam da segunda divisão nacional, passam anos se readaptando às novas realidades de voltar para a elite do futebol. Diversos são os exemplos de equipes tradicionais que caíram no ostracismo por não terem superado essa barreira. Longe da Premier League desde 2002, o Leicester City era uma das vítimas do ostracismo. A equipe que representa no nome a cidade com mais de 340 mil habitantes perambulou entre Championship e League One até 2009, quando começava a esboçar um futuro promissor. 2013/2014 Há três temporadas na segunda divisão, o time ainda comandado por Nigel Pearson começava a reunir nomes no elenco que futuramente seriam protagonistas na maior conquista de um time emergente na história recente da Premier League. Naquele time, Jamie Vardy, Ryiad Mahrez, Danny Drinkwater, Wes Morgan e Kasper Schmeichel já faziam parte do esquadrão, sendo fundamentais no acesso dos Foxes para a elite, na permanência do clube, e no surpreendente título inglês. Vardy na época, já mostrava seu faro de gol, anotando 16 totais durante o período de Championship, só ficou atrás de David Nugent, o principal artilheiro da equipe, que marcou 20. Líder do elenco, o dinamarquês Kasper Schmeichel foi quem mais jogou naquela temporada, com 51 partidas oficiais. Ainda tímido, Mahrez fez apenas 19 jogos e 3 gols, mas mostraria o suficiente para ter a confiança de permanecer para a próxima temporada. Campeão com sobras, somando 102 pontos em 46 jogos, numa campanha que teve 31 vitórias, 9 empates e apenas 6 derrotas, com um avassalador ataque de 83 gols pró e um saldo positivo de 40, o Leicester mostrava para toda a Inglaterra que voltaria para a Premier League diferente, para não repetir os feitos de equipes como o Queens Park Rangers, Burnley FC, Hull City, e demais exemplos, que sofriam com a instabilidade e se tornavam "io-ios" alternando de divisões ano após ano. Naquela temporada, o elenco do Leicester era composto por: Goleiros: K. Schmeichel e C. Logan; Defensores: R. de Laet, I. Miquel, P.Konchesky, L. Moore, W. Morgan (C), J. Schlupp, St. Ledger, M. Wasillewski e Z. Whitbread; Meias: D. Drinkwater, D. Hammond, M. James, A. King, R. Mahrez, J. McCourt e Taylor-Fletcher; Atacantes: T. Hopper, A. Knockaert, D. Nugent, K. Phillips, J. Vardy e C. Wood. Treinador: Nigel Pearson Recém promovido à elite, o Leicester sofreria para permanecer na primeira divisão. Apesar de terminar na 14ª posição, os Foxes se salvariam do rebaixamento por causa de uma sequência de 7 vitórias em 9 jogos, nas últimas rodadas do campeonato. Da zona do rebaixamento, o futuro campeão emendava uma sequência primordial para o sucesso do clube, e claro, a conquista de não cair em sua primeira temporada no topo do futebol nacional. Um fato marcante naquela edição foi a surpreendente vitória por 5 a 3 no Manchester United, no King Power Stadium, em setembro de 2014. Na ocasião, Ulloa duas vezes, Nugent, Cambiasso e Vardy anotaram para os Foxes no jogo mais elétrico do returno. Aquela temporada também destacaria a extensão de contrato de Jamie Vardy para 2018, além da renovação do camisa 10 Andy King, também por mais 4 anos. Naquela ocasião, o argentino Leonardo Ulloa foi o nome de maior destaque. Com 12 gols, seu faro para marcar foi fundamental na sobrevivência do time na elite. Além do centroavante, Wes Morgan com 40 partidas, Vardy com 36 e Jeff Schlupp com 35 totais também tiveram importância naquela campanha.Vale destacar o ótimo trabalho de Esteban Cambiasso, já experiente, atuou por 33 vezes e fez 5 gols pelo Leicester. Na edição de estreia na elite, seus conhecimentos de futebol trouxeram peso para o grupo que só tinha o quarto elenco menos valioso do campeonato. Ao final da temporada, o elenco do Leicester já tinha a maioria dos jogadores que seriam campeões já reunidos no mesmo grupo. Nas janelas de 2014/15 chegaram Danny Simpson, do QPR, Marc Albrighton do Aston Villa, e Roberth Huth, vindo do Stoke City. 2.0 - O Leicester emergente Novato campeão Chegando em 2015 com moral, os Foxes já investiam mais no elenco, tirando os coadjuvantes da Championship rumarem para outros clubes, enquanto depositavam altas Libras em jogadores mais conhecidos e habilidosos. Na temporada que vai marcar para sempre o Leicester City, chegaram para compor o elenco: Shinji Okazaki, N´Golo Kanté, Christian Fuchs, Daniel Amartey, Demarai Gray,Gökham Inler e Yohan Benalouane, além do promissor Ben Chillwell vindo do time sub-23 da casa, porém, o lateral naquele período foi cedido por empréstimo ao Huddersfield Town para jogar com mais frequência. Sem Cambiasso, Kramaric, Knockaert, Nugent e Wood, as maiores responsabilidades caíram de vez nos colos de Mahrez, Schmeichel e Vardy. Com a torcida empolgada, o Leicester fez sua pré-temporada vencendo 4 dos 5 jogos, e sob a nova gestão de Claudio Ranieri, que chegaria em julho de 2015 para realçar ainda mais a força do promissor elenco, que já despertava atenção dos maiores clubes do país, o Leicester começava a dar os primeiros passos, sob o soundtrack Fire, da banda Kasabian, que segundo o treinador do clube, era a música que o inspirava para trabalhar na época. Revelandoo segredo ao The Guardian, Ranieri afirma que o objetivo inicial para a temporada era evitar o rebaixamento, com o cálculo de 40 pontos para somar durante a competição. Curiosamente também foi revelado pelo falecido presidente tailandês, Vichai, que o manager receberia £100 mil por cada posição acima do rebaixamento. Em trecho na entrevista cedida, Ranieri motivou o grupo antes do começo da Premier League, os jogadores sentiram o impacto de ter uma estrela à beira dos gramados comandando o plantel que desde 2013 evoluía na Inglaterra. "Eu não me importo com o nome do adversário. Eu quero é que vocês lutem. Se eles forem melhores que nós, parabéns. Mas eles terão que mostrar a nós que eles são melhores", afirmava Ranieri. Os fortes discursos se tornariam rotineiros, e o bom começo de temporada já superou a estimativa para a competição. Em seis meses de campeonato, os 40 pontos previstos já estavam alcançados, e Jamie Vardy colecionava gols, batendo o recorde de marcar em 11 partidas consecutivas.Somente Ruud van Nistelrooy, pelos Red Devils conseguiu tal feito, em longos anos passados. 2015/16 A campanha dos Foxes foi tão sólida que sua pior posição foi um 6º lugar na sétima rodada. Ao todo foram 25 rodadas liderando a Premier League, onde desde a 21ª rodada o time reassumiu a ponta e não saiu mais. O principal concorrente do Leicester na ocasião era o Tottenham Hotspur, também sedento de títulos, era o time que tinha o principal artilheiro do país, Harry Kane, e diversos outros jogadores convocados para o English Team, bem como, Dele Alli, Eric Dier, Danny Rose, Kyle Walker, e outras jóias internacionais, tipo o meia Eriksen, o coreano Son e o francês Lloris. Durante as 38 partidas, o time de Ranieri lutava frente a frente contra os gigantes do Big Six, na melhor representatividade do que é ser uma potência emergente, ainda que na época não era. Vitórias contra o Chelsea e o próprio Tottenham, empates com o United e City, mostravam a força do grupo. Em suas poucas derrotas, apenas o Arsenal e Liverpool conseguiram o feito, porém, os pontos perdidos acabaram não fazendo falta, por ser durante as primeiras rodadas da competição. A campanha Campeões ingleses em 2015/16, os Foxes somaram 23 vitórias, doze empates e três derrotas. 68 gols e um saldo de 32 positivos fizeram o Leicester City desbancar a sequência de títulos de Manchester United, Chelsea e Manchester City. Desde 1994/95, quando o Blackburn Rovers venceu o título inglês, nenhum time fora do Big Six levantaria a taça. Sem dúvidas, o conjunto da equipe foi o diferencial. A equipe mudou pouco durante o campeonato, e com a base do grupo titular reunida há anos, os pilares do sucesso são os mesmos nomes das temporadas anteriores. Jamie Vardy com 24 gols, Mahrez, com 18,, Schmeichel que jogou todas 38 partidas,junto de Morgan, além dos recentes contratados que tiveram papel primordial, especialmente Shinji Okazaki e Robert Huth. A maior surpresa do elenco foi N´Golo Kanté, que depois do ótimo desempenho, tornou-se um dos principais volantes do mundo, e receberia um contrato milionário no Chelsea FC.Nessas 5 temporadas em que o Leicester resurgiu na Premier League, faturou um campeonato e se consolidou como uma potencia emergente, tendo jogadores convocados para a seleção inglesa, outros destaques sendo vendidos em contratos milionários, e novos jogadores chegando por altos valores, o Leicester City é considerado um dos 10 principais clubes do campeonato. Os frutos dessa conquista permitiram Riyad Mahrez assinar por um valor recorde ao Manchester City por £70,00M em 2018, além de Kanté, que foi ao Chelsea em 2016 por £30,00M. Como citado acima, jogadores do clube passaram a ser lembrados no English Team. Jamie Vardy passou a ser um nome nas convoações desde 2015, até decidir se aposentar da seleção. Após iniciar o processo de renovação no clube, especialmente a partir de 2017, outros nomes criados dentro dos Foxes passaram a ser convocados. Harry Maguire, hoje no Manchester United, e Ben Chillwell são constantemente chamados para defender a Inglaterra. Desde 2013/14, o Leicester acumula na Premier League: 13/14 - 14º lugar, 41 pontos, 11 vitórias e 46 gols; 14/15 - 1º lugar, 81 pontos, 23 vitórias e 68 gols; 15/16 - 12º lugar, 44 pontos, 12 vitórias e 48 gols; 16/17 - 9º lugar, 47 pontos, 12 vitórias e 56 gols; 17/18 - 9º lugar, 51 pontos, 15 vitórias e 51 gols. Para a temporada atual (19/20), o time mantém as características, tendo alguns dos remanescentes do título em seu plantel, mas novos jogadores chegam com peso de ouro dentro do clube. Grandes investimentos permitiram a chegada do promissor volante Tielemans, do Mônaco, e Ayoze Pérez, destaque no ataque do Newcastle nas últimas temporadas. Os já experientes Schmeichel (32), Morgan (35) e Vardy (32), vão dividir vestiário com as promessas K. Iheanacho, J. Maddison, H. Choudhury, Ndidi, Chillwell e companhia, com o objetivo de voltar a disputar ligas europeias. 3.0 - O Burnley como potência Desde 2009/10, o Burnley FC era um time "io-io". Fraco demais para a Premier League e grande o suficiente para a Championship, porém, tudo começou a mudar a partir de 2015, quando os Clarets ao final da temporada 14/15 sofreram um novo rebaixamento. Sob comando de Sean Dyche, que desde 2013 está à frente do clube, o tradicional time inglês iniciaria um processo de renovação, que culminaria em mais um retorno para a elite, e sua consolidação como potência emergente num curto intervalo de 4 anos. Após ser rebaixado em 19º colocado na Premier League, numa campanha melhor apenas que o modesto Queens Park Rangers, o Burnley já tinha deixado alguns frutos do trabalho de Dyche. Tom Heaton desempenhou um bom trabalho debaixo das traves. Kieran Trippier foi um dos maiores destaques, sendo negociado com o Tottenham Hotspur ao final da temporada. Michael Keane recuperava o bom futebol que o colocou no passado como uma das promessas do Manchester United,e por fim, Danny Ings, o principal nome da equipe na época, que liderava as ações ofensivas, e posteriormente viria a ser um reforço do Liverpool. Campeão na Championship O retorno para a elite não demorou. Jogando a segunda divisão inglesa novamente, o Burnley foi campeão com sobras, somando 93 pontos, e mantendo boa parte da equipe do ano anterior, o clube não sofreu, e conseguiu uma boa receita financeira para se assegurar de vez na elite. Naquela temporada Andre Gray, recém chegado aos Clarets, se destacou, anotando 25 gols. O público voltaria a encher o Turf Moor, elevando a média para 16 mil pagantes por jogo. É importante destacar também a grande competição que fez o zagueiro Ben Mee, participando dos 46 jogos, e a partir dali ganharia uma importância enorme para o Burnley. Voltando para o topo do futebol nacional, o Burnley sofreu perdas importantes como D. Ings e A. Gray, e o clube seguiu a filosofia de apostar em nomes desconhecidos. Nick Pope, hoje convocado para a seleção inglesa, foi uma das apostas de Dyche, além do polonês com dupla nacionalidade inglesa, James Tarkowski, que chegaria do Brentford. Defour, Flanagan, Westwood e Robbie Brady seriam jogadores fundamentais para a permanência do Burnley em 2016/17, quando a equipe ficou em 16º colocado, salvando- se nas rodadas finais. Após conquistar o objetivo de não voltar para a segunda divisão, o Burnley se prepararia para dar vôos maiores, porém, poucos acreditariam que o salto do clube seria tão grande a ponto de elevar o patamar para uma potência emergente. A consolidação do emergente Tudo começou a mudar em 2017/18, quando os Clarets fizeram uma temporada excelente, terminando na sétima colocação da Premier League, superando adversários de maior destaque nacional, garantindo uma vaga para a UEFA Europa League. A venda de Keane para o Everton rendeu um poder financeiro para o clube ousar nas contratações. Para a temporada o clube busco Aaron Lennon e N´Koudou, além do retornode Jack Cork, que se tornaria novamente pilar dos Clarets. A base estava montada, os remanescentes da temporada anterior, valorizados pelo trabalho de permanência na elite, junto de jogadores capacitados para dar o "algo a mais" para a equipe. Modesto, o Burnley abusou da precisão para o sucesso da temporada. Sem muito alarde, o clube fez apenas 36 gols em 38 jogos, venceu 14 partidas e perdeu 12, somando 54 pontos, deixando o Everton e o Leicester comendo poeira. Durante toda a temporada os Clarets permaneceram na parte alta da tabela, assegurando a 7ª posição desde janeiro de 2018, após uma vitória sobre o Newcastle. De lá para cá foram 13 jogos sem sair da posição que garantiu vaga para uma liga internacional. Os maiores destaques ofensivos foram Chris Wood, com 11 gols, e Ashley Barnes, com 10. A maior surpresa da temporada foi a queda de Tom Heaton para Nick Pope, que assumiria a titularidade, participando de 34 partidas da Premier League. Pope foi tão bem com o Burnley, que aos 27 anos receberia de Gareth Southgate a oportunidade de ser convocado para a Copa do Mundo Rússia 2018. Apesar de não ter entrado em campo, o goleiro fez parte do esquadrão inglês que terminou como 4ª melhor equipe do torneio. O sonho que se tornou real e foi além das expectativas fez com que o Burnley comprometesse sua próxima temporada. O elenco que era bom, porém curto, se dividiu entre competições nacionais, como copas e ligas inglesas, e também ganhou responsabilidade de ir para a Europa League duelar contra os grandes do segundo escalão internacional. Caindo precocemente nos play-offs da UEL, o Burnley tinha que dar uma resposta ao torcedor que sofreu com boa parte do primeiro turno na zona do rebaixamento. Poucos reforços chegaram para manter a equipe no alto da tabela. Peter Crouch, Joe Hart, Ben Gibson e Matej Vydra vieram para compor o esquadrão de Dyche. Ainda que os reforços estivesse longe de satisfazer os empolgados torcedores dos Clarets, que viam de longe seu arquirrival, o Blackburn Rovers na terceira divisão, o time sobreviveu novamente, terminando na 15ª posição, porém, a partir de agora com bons jogadores cobiçados a nível nacional, tendo seu goleiro como um dos nomes certos na lista do English Team. Realidade dos Clarets O Burnley mesmo que ainda não tenha repetido a façanha da temporada 17/18, os Clarets deixaram a instabilidade dos rebaixamentos e acessos, possui uma equipe competitiva e bastante difícil dentro de seus domínios, e hoje conta com jogadores que já se destacaram na Premier League, e um treinador que desde 2013 consegue fazer muito com pouca mão-de-obra. Brady (Irlanda), Barnes (Áustria), Gudmundsson (Islândia), Pieters (Holanda), Wood (Nova Zelândia), Pope e Drinkwater (Inglaterra) são nomes que figuram constantemente em suas seleções. Além dessa bagagem internacional, Joe Hart e Peacok-Farrel são bons goleiros que compõem a lista de 3 grandes arqueiros para o Burnley, algo invejável no futebol moderno. Jay Rodríguez e Westwood possuem capacitação para comandar o meio de campo, formando um time com corpo para brigar pelas posições medianas. Respeitando o histórico do clube, o Burnley concentra suas forças no sistema defensivo, setor este que reserva um dos melhores resultados do campeonato inglês. Na temporada passada, quando o clube brigou para não cair, apenas 10 jogos de 38 totais, o clube levou mais de 3 gols por partida. Na temporada atual, os Clarets começaram bem, mas a previsão é de no máximo uma 10ª colocação. Apesar de emergente, é pouco provável ver o Burnley na primeira página da classificação final, mas ainda sim, o time mantém forças para seguir sobrevivendo na elite sem se assustar com o rebaixamento. Dados Historicamente o Burnley é um clube que mais frequentou à elite do futebol inglês do que as divisões inferiores. 55 participações, e mesmo que sem nenhum título, os Clarets têm sua importância na elite. Nos três últimos anos em que participou da Premier League, o Burnley somou 36 vitórias em 114 jogos. Apesar das posições medianas na tabela, seu maior fruto como potência emergente é a vitrine para jogadores se destacarem a nível nacional e ir para a seleção, ou assinarem contratos maiores em outras equipes. 2016/17: 16º colocado, 40 pontos e 11 vitórias. Sam Vokes (12 gols); 2017/18: 7º colocado, 54 pontos e 14 vitórias. Chris Wood (11 gols); 2018/19: 15º colocado, 40 pontos e 11 vitórias. Chris Wood e Ashley Barnes (13 gols). Importância Se hoje o Burnley está categorizado como uma potência emergente, deve-se muito mérito ao treinador Sean Dyche, que desde 2013 está à frente do clube e é fundamental no desenvolvimento do clube. De suas mãos surgiram com sucesso jogadores importantes, como os citados Danny Ings, Andy Gray, Ben Mee, James Tarkowski, Nick Pope, entre outros. 4.0 Os Lobos de Mildand Tradicional clube inglês, o Wolverhampton talvez seja hoje o emergente de maior potencial junto ao Everton FC na Premier League. Vencedor por 3 vezes do campeonato nacional, 4 copas da Inglaterra, 3 copas da liga inglesa, 4 recopas nacionais e 4 títulos da Championship, o time que inspirou a criação da UEFA Champions League parece ter voltado aos eixos após seguidos anos afastados da elite do país. Contando com uma colônia portuguesa que desembarcou no Molineaux Stadium desde 2018, coleciona atletas oriundos de Portugal, além do treinador, Nuno Espírito Santo, que juntos levaram o Wolverhampton em sua temporada de reestreia para uma vaga internacional na Europa League, dando trabalho para os clubes do famoso Big Six. O recomeço Em 2013/14 o Wolves estava no fundo do poço. Na terceira divisão inglesa, os lobos amargavam o segundo rebaixamento consecutivo, despencando da Premier League em 2011/12 para a League One. Sem luxo, o elenco foi campeão da terceira divisão para alívio da torcida. Naquela época os melhores jogadores eram Bakary Sako e Kevin McDonald, além de Jamie O ´Hara. A volta para à Championship rendeu 103 pontos para o time, numa campanha avassaladora que somou 31 vitórias em 46 jogos. Retornando para a divisão de acesso, os Lobos estacionaram. Três campanhas medianas esfriaram as expectativas dos torcedores, que viam seus rivais Aston Villa e West Bromwich na elite da Premier League. Tudo começou a mudar a partir da temporada 2017/18, com a vinda do treinador Nuno Espírito Santo. O manager decidiu apostar em jogadores nascidos em seu país. Convicto, os nomes de Nuno foram desembarcando na Inglaterra. Durante a Championship chegaram: Rubén Neves, Hélder Costa, Tomás Reimão, Iván Cavaleiro, Pedro Gonçalves, Diogo Jota, Rubén Vinagre, Roderick Miranda e o treinador de goleiros Rui Barbosa. As apostas deram certo, com destaque para Diogo Jota, que anotou 18 gols na temporada do título da segunda divisão. O time entrosado, disparou na liderança e ao final somou 99 pontos, com 30 vitórias em 46 jogos. A partir daí, o Wolverhampton consolidaria uma etapa de transição que o tiraria de potência regional para um dos clubes emergentes de maior porte no país. Chegada na elite O segredo dos lobos já tinha sido formado. A base que sustentaria a equipe na elite foi criada há uma temporada, ainda na segunda divisão. Investindo £45,38 M em reforços durante a Championship, Rubén Neves, também português, ex-Porto, seria o principal reforço do clube, e junto do volante, chegariam João Moutinho e Rui Patrício, ambos portugueses, e o centroavante Raúl Jimenez, este nascido no México. Com um esquadrão de assustar os medianos da Premier League, o Wolves chegou com respeito. A sétima posição confirmou a melhor temporada na elite desde 1979/80, premiado inclusive com uma participação nas semifinais da FA Cup, perdendo da vaga na decisão para o Watford. A campanha do retorno foi tão surpreendente que, além das outras duas equipes que também subiram junto do Wolverhampton terem caído novamente para a segunda divisão, sua temporada gerouresultados significativos para todo o clube e sua torcida. A maior goleada da temporada foi um 3 a 0 em cima do tradicional West Ham, em janeiro de 2019. Pouco antes, em meados de dezembro, os Lobos venceriam o Tottenham Hotspur, em pleno Wembley Stadium, por 3 a 1. Além dos Spurs, os Lobos venceram o Manchester United por 2 a 1, no returno, visto que, na primeira etapa da temporada, houve um empate no Old Trafford. Os lobos também empatariam com o Manchester City, Chelsea e Arsenal, torando-se o time que mais roubou pontos dos líderes do campeonato. Ao todo foram 16 vitórias, 57 pontos e 47 gols feitos, sendo 13 só de Raúl Jiménez. Também na temporada de retorno à elite, João Moutinho se destacou sendo o líder de assistências da equipe com 8 passes diretos para gols, além da aparição nas 38 partidas do campeonato. Dados: Raúl Jimenez - 38 jogos, 13 gols e 7 assistências; João Moutinho - 38 jogos, 1 gol e 8 assistências; Diogo Jota - 33 jogos, 9 gols e 5 assistências; Matthew Doherty - 38 jogos, 4 gols e 5 assistências. Expectativa 19/20 Para o prosseguimento do trabalho, a expectativa da torcida e mídia é que os Lobos continuem na primeira parte da tabela da Premier League. A base foi mantida, os destaques seguirão no clube, o investimento segue a todo vapor, e a boa gestão de Nuno Espírito Santo será colocada em teste novamente. Com desafios maiores, como a Europa League, o grande questionamento será: até onde irão os lobos? 5.0 A ascenção dos Cherries De completos desconhecidos na elite, para um dos mais respeitáveis adversários para jogar contra, dentro de seus domínios, o Bournemouth vive anos de glórias na sua posição já estabelecida de emergente na Premier League. Sem nunca ter jogado a primeira divisão nacional na história, os Cherries chegaram na elite em 2015-16. Longe de ser um dos clubes mais populares do país, os campeões da Championship 14/15 superaram as expectativas nos últimos anos, e hoje, conta com jogadores convocados para seleções internacionais, e esbanja contratos de alto valor para jovens promessas e jogadores já renomados. O começo Depois da promoção da League One para a Championship, a ascensão do Bournemouth foi gigante. Em sua volta para à Championship, um honroso 10° lugar final na tabela em 2013/14 deixou o clube com grandes expectativas para a próxima temporada. Com uma base que até os dias de hoje, alguns jogadores ainda se encontram no clube, o time fez bonito na edição seguinte, e foi campeão com 90 pontos, desbancando o Watford e Norwich na corrida pelo título. Artur Boruc, Ryan Fraser, Steve Cook, Simon Francis, Charlie Daniels, Dan Gosling, Harry Arter, Marc Pugh, Andrew Surman e Junior Stanlistas formaria uma incrível remessa de atletas que saíram das divisões inferiores, chegando ao topo do futebol nacional num curto intervalo de poucos anos. Premier League A chegada na Premier League não foi fácil, de cara o clube encarou a briga pelo rebaixamento na temporada em que facilmemente pintou como favorito ao decesso. Forte em Dean Court, o Bournemouth não cedeu, e terminou sua primeira temporada na elite na 16ª colocação. Os 5 pontos de diferença para o Newcastle, os afastaram da segunda divisão. Investindo forte para a temporada seguinte, o dinheiro arrecadado com a permanência na elite, renderia o maior salto para os Cherries em toda sua história. No ano seguinte, o clube trouxe nomes conhecidos para integrar o esquadrão: Jordon Ibe, Jack Wilshere, Nathan Aké (ainda por empréstimo) e Marc Wilson trariam experiência o suficiente para a temporada dos sonhos. Terminando o ano na 9ª posição em 2016/17, a maior surpresa positiva daquela edição, os Cherries revelaram uma dupla ofensiva poderosa que renderia muitos gols ao clube até os dias atuais. Josh King e Callum Wilson simbolizam o que é de melhor no AFCB nesses anos, a revelação de jogadores e um trabalho magnífico fazendo "muito com pouco". Na ocasião, King terminou a PL com 16 gols, enquanto Wilson anotou só 6. Mas desde então a dupla somaria incríveis 103 gols pelo clube, sendo 58 de Callum (33 na Premier League) e outros 45 de Josh (43 na Premier League). Além da dupla, destacaram-se com o passar os anos, o meia Ryan Fraser, hoje cobiçado nos maiores clubes do país, e no renegado do Liverpool, Jordon Ibe, que voltou a fazer boas temporadas após sua saída de Anfield. Eddie Howe O manager que está desde 2012 e soma mais de 300 partidas em duas passagens pelos Cherries (2008-2011 e 2012-atual), sem dúvidas é o pilar de toda evolução do clube, saltando da League One para a Premier League. Sob seu domínio, o Bournemouth alcançou na primeira divisão, honrosas colocações ao final da temporada, destacando o 9° lugar em 2016/17. Um fato curioso sobre Howe é que enquanto jogador profissional, o ex-zagueiro também foi ídolo dos Cherries, por onde jogou 201 partidas de 1994 até 2002. Outras duas passagens pelo clube, fariam do treinador se consolidar com uma figura de relevância histórica para o Bournemouth. Ao todo foram 270 jogos, sendo a temporada 2006-07 a sua última como atleta, aposentando-se no clube. Voltando para o cenário atual do clube, o sucesso na primeira divisão rendeu para os melhores jogadores da equipe, convocações para seleções internacionais. Callum Wilson receberia convites para o English Team a partir de 2018, Ryan Fraser se tornaria um dos nomes certos na seleção escocesa desde 2017, mesmo ano que Nathan Aké deixou a desconfiança de lado e se firmou como titular, um dos líderes do elenco, e peça de importância para a Holanda. Além dos citados, Jefferson Lerma pela Colômbia e David Brooks com o País de Gales também seriam lembrados em convocações internacionais. As cinco participações dos Cherries na elite ficaram marcadas pela solidez do grupo. Excluindo a temporada de estreia, quando o AFCB sobreviveu na 16ª colocação, a equipe jamais passou sustos com o rebaixamento. Desde então as medianas colocações renderam as expectativas para a torcida almejar conquistas maiores dentro de algum tempo. O que é notório atualmente é o patamar que o clube atingiu. Como emergente, jogadores de clubes maiores que estão sem espaço chegam em Dean Court para se valorizar. Jordon Ibe, Nathan Clyne, Nathan Aké, Dominic Solanke e Diego Rico são exemplos no plantel atual. Elenco 19/20 Goleiros: A. Begovic, A. Boruc, A. Ramsdale e M. Travers; Defensores: N. Aké, C. Mepham, S. Cook, J. Simpson, D. Rico, L. Kelly, C. Daniels, A. Smith, J. Stacey e S. Francis (C); Meias: J. Lerma, L. Cook, P. Billing, D. Gosling, A. Surman, D. Brooks e R. Fraser; Atacantes: A. Danjuma, J. Stanlislas, H. Wilson, J. Ibe, J. King, C. Wilson e D. Solanke. 5.0 O revelador Southampton Afastados da elite desde 2004/05, os Saints dariam a volta por cima após longos anos distantes do melhor futebol nacional. Durante esse período, o Southampton enfrentaria até a League One (2009/10 e 2010/11), antes de renascer das cinzas e se transformar numa consolidada potência emergente. Considerado um dos clubes que mais obteve sucesso recente com a descoberta de talentosos jogadores e suas vendas milionárias para clubes de maior expressão, direcionaram os olhares do grande público e a mídia para os jogos do time de St. Mary´s Stadium, pois frequentemente uma revelação surge dali. A partir de 2012, o Southampton chegaria na Premier League vindo de um honroso vice-campeonato na Championship. O acesso foi muito mais que uma conquista para o clube, foi na verdade a ascensão de grandes jogadores para o futebol nacional partindo daquela época. Liderados pelo treinador Mauricio Pochettino, atualmente manager do Tottenham, vice-campeão da Uefa Champions League em 2018/19, o esquadrão estreante na elite formou uma verdadeira remessa de bons frutos colhidos em casa. Nathaniel Clyne, José Fonte, Luke Shaw, Callum Chambers, Adam Lallana, Morgan Schineiderlin e Jay Rodríguez formaram o primeiro grande pacote dosSaints, levando todos estes citados para contratos maiores em equipes de grande porte na Inglaterra, bem como, Liverpool, Manchester United e Arsenal, além de outros. Alguns destaques também receberiam convocações para o English Team. Clyne e Lallana foram os que mais tiveram oportunidades no decorrer dos anos. Lallana inclusive jogaria futuramente à Copa do Mundo 2018, ocorrida na Rússia. O meia atacante participou de 3 jogos na campanha da seleção inglesa. No elenco que voltaria para à elite, terminando na 14ª colocação final, também vale destacar outros nomes do grupo e que durante a temporada também se destacaram. Rickie Lambert, o artilheiro na temporada com 15 gols, James Ward-Prose, aos 18 anos, já despertava interesse nacional por ser uma meia talentoso, e Maya Yoshida, líder do setor defensivo, titular absoluto na zaga, seria primordial para evitar o rebaixamento dos Saints. Com os anos se passando, a crescente do Southampton ficava mais evidente. Nos dois anos seguintes, o clube terminaria a competição com um 7º e um 8º lugar, posteriormente. Essa reviravolta permitiu o acesso à Europa League, além da consolidação de mais uma remessa de revelações. Daquele novo grupo, já reformulado e treinado por Ronald Koeman na temporada 2014/15, o destaque principal era o senegalês camisa 10, Sadio Mané. Com 30 aparições, o atacante anotou 10 gols e 4 assistências, tornando-se a referência técnica para a jovem equipe. Além de Mané, Toby Alderweireld, Victor Wanyama e Dusan Tadic´ também seriam os pilares do sucesso do Southampton, sendo todos vendidos em um curto período, rendendo milhões de cifras ao clube, onde falaremos mais detalhadamente nas próximas páginas. O ápice da volta do Southampton foram nas duas próximas temporadas (2015/16 e 2016/17), participando de duas edições da UEL, terminando novamente o campeonato inglês nas posições no topo da tabela, sendo uma 6ª colocação ao final de 2016, e novamente a 8ª posição no ano seguinte. Como de costume, a nova remessa dos Saints estava surgindo. Sem boa parte dos nomes já citados ao longo desse capítulo, o Southampton montava mais um promissor esquadrão somado com Virgil Van Djik, Cédric Soares, Jordi Clasie e Oriol Romeu. Os frutos Nessas cinco temporadas na primeira divisão, além de sobreviver no topo do futebol inglês, o Southampton mesmo longe de ter um poder financeiro como os grandes do Big Six, teve um papel fundamental. A mentalidade de trabalhar com jogadores jovens, muitos oriundos da base ou renegados de equipes maiores, fez com que outros clubes abrissem os olhos para o mesmo tipo de filosofia. Atualmente entre os grandes do país, o Chelsea, Tottenham e Arsenal têm trabalhado com uma ideia próxima do que os Saints fizeram nesse período. O retorno financeiro foi muito bom para a evolução do clube. Abaixo, alguns dados de jogadores negociados pelo Southampton até 2016/17: Sadio Mané (2016) - Liverpool FC £37,48 M; Virgil Van Djik (2018) - Liverpool FC £77,00 M; Adam Lallana (2014) - Liverpool FC £28,20 M; Victor Wanyama (2016) - Tottenham Hotspur £13,10 M; Nathaniel Clyne (2015) - Liverpool FC £16,10 M; Morgan Schniderlin (2015) - Manchester United £31,84 M. Van Djik Virgil Van Djik merece um destaque a parte, em meio aos numerosos jogadores de importância que o Southampton "revelou" recentemente, pois o zagueiro, atualmente jogador do Liverpool e candidatíssimo ao posto de melhor jogador do mundo da temporada 2018/19, O Holandês que foi revelado pelo modesto Willen II e passou pelo Groningen e Celtic antes de desembarcar na Inglaterra em setembro de 2015, o jogador há dois anos é olhado com bastante atenção pelo futebol internacional, pois desde sua chegada ao time de Anfield, Van Djik defende o posto de jogador mais caro de todos os tempos. A valorização do atleta não foi à toa. Pelo Southampton, o defensor atuou por 80 partidas e anotou 7 gols. De integrante do elenco, o jogador se destacou pelo bom passe, jogo aéro impecável, boa finalização e rapidez para jogar no setor defensivo. Com 7.065 minutos em campo, um total de 80 jogos, Van Djik recebeu apenas 5 cartões amarelos enquanto defendeu o Southampton. O início pelo clube foi tão bom que sua primeira convocação para seleção holandesa ocorreu no ano de sua estreia na Premier League. Bastante cobiçado, em janeiro de 2018, o contrato recorde com o Liverpool válido até 2023, rendeu premiações pessoais para o atleta, grandes conquistas para o LFC, além de uma considerável bonificação para os Saints, que desde então seguem buscando novos atletas para a manutenção do admirável trabalho em valorizar jogadores. ROLAND KOEMAN " Virgil Merece a bola de ouro". Atualidade dos Saints Sem os estrelados jogadores que o grupo plantou ao longo dos anos, a realidade do Southampton nas duas últimas temporadas regrediu. Mesmo que ainda seja promissor, e tenha jogadores de nível da seleção, como Ryan Bertrand, o clube quase foi rebaixado nos dois últimos anos, salvando-se nas rodadas finais. Depois de terminar na 17ª e 16º colocação, o atual elenco não promete grandes mudanças e deverá novamente tentar sobreviver apenas. Com muitos jogadores jovens, a faixa média do time é de 25 anos. Das pratas da casa, os olhares se direcionam para Angus Gunn, jovem arqueiro, Jan Bednarek, Jack Stephens e Samuel McQueen, todos zagueiros. O conhecido James Ward-Prose segue como referência no meio, o irlandês de 19 anos, Michael Obafemi, tentará se provar como atacante. Abrindo o leque, os mais experientes são Yoshida (31), Bertrand (30), e Shane Long (32), os únicos acima dos trinta anos de idade no plantel. A grande referência técnica do grupo é Nathan Redmond, meia-atacante que figura por vezes na seleção inglesa e na temporada passada foi o atleta que mais jogou, 42 vezes, e foi o principal artilheiro, com 9 gols. O atual elenco dos Saints é composto por: Goleiro: A. Gunns, H. Lewis e A. McCarthy; Defensores: J. Bednarek, R. Bertrand, C. Soares, K. Danso, S. McQueen, K. Ramsay, J. Stephens, Y. Valery, J. Vestergaard e M. Yoshida; Meias: S. Armstrong, S. Boufal, J. Hesketh. P. Hojberg, M. Lemina, O. Romeu, N. Redmond, C. Slattery e J. Ward-Prose; Atacantes: C. Adams, M. Djénépo, D. Ings, S. Long, D. N´lundu e M. Obafemi. Treinador: Ralph Rasenhutt 6.0 - Águias de ouro Em sua sétima temporada consecutiva na elite da Premier League, os Eagles deixaram qualquer sombra ou ameaça do rebaixamento de escanteio para se tornar um clube emergente, que por vezes é até invejado por clubes maiores, mediante à vitrine que o Palace se transformou nos últimos anos, elevando jogadores renegados de outras equipes para um patamar de excelência, além da captação de atletas desconhecidos da grande mídia, deixando-os ao nível tão alto, que gera constantes convocações para seleções internacionais. Com uma das torcidas mais apaixonadas do futebol inglês, os campeões da Championship 2012/13 conseguiram o retorno para o topo nacional, por onde esteve afastado desde 2005. Sua volta foi tão impressionante, que desde então o Crystal Palace sequer passou sustos com o rebaixamento, consolidando campanhas admiráveis e grandes feitos. Quem enxerga o atual elenco composto por jogadores desejados em diversas equipes, bem como, Wilfred Zaha, Luka Milivojevic, Patrick van Aanholt, Christian Benteke, entre outros, pouco deve conhecer a recente trajetória do time, para sair de mero figurante na segunda divisão inglesa, e hoje, ser uma potência, que recusa milhões de libras para montar elencos cada vez mais fortes na elite. O que inicialmente chamou a atenção foi o planejamento do Palace para seu retorno. Geralmente equipes que voltam da Championship costumam sofrer toda a temporada, mas os Eagles, que apesar do time ser inferior à grande maioria, fez prevalecer sua força dentro do Selhurst Park, terminando na 11ª colocação. Para o acesso à Premier League, o fator determinante foi a força ofensiva do Palace.Inspirados pelo artilheiro Genn Murray, que anotou incríveis 30 gols em 46 partidas na segunda divisão, o Palace iria para os play-offs de acesso após encerrar a competição na quinta colocação. Eliminando o Brighton e Hove Albion depois de duas partidas niveladas pelo forte equilíbrio até os instantes finais, onde o Palace avançou com a soma de 2 a 0, e a "cereja do bolo", veio na final, em Wembley, numa vitória por 1 a 0 sobre o Watford, para quase 90 mil presentes no estádio. Junto da promoção, vieram para a grande mídia nacional, nomes de jogadores que desde 2013 passariam a acumular maiores destaques dentro do Palace, ou também em futuras negociações. Wilfred Zaha, na época, foi o vice-artilheiro do time com 8 gols, e era um dos nomes mais valorizados. Junto dele, Yannick Bolasie, que seria jogador do Everton FC, Jonny Williams, Mile Jedinak, Joe Ward, entre outros que também foram primordiais no acesso dos Eagles. O retorno Em 2013/14, o Palace investiu "pouco", em grande maioria, atletas promissores que iriam complementar a base já forte da temporada anterior, Dwight Gayle foi comprado em definitivo do Peterborough, Joe Ledley, Jason Puncheon e Adrian Mariappa foram os principais reforços. Pouquíssimos atletas saíram. Em grande maioria, os que deixaram o clube, foram por empréstimo e eram das categorias de base. O maior, e talvez único nome de peso à deixar o Crystal Palace, foi o artilheiro Kevin Phillips, que após duas passagens pelo time, deixou o clube rumo ao Leicester naquela época, quando já era veterano. Sem sustos, o time terminou na 11ª colocação, e desde então oscilou pouco na elite, com as campanhas: 10º, 15º, 14º, 11º e 12º respectivamente, estagnaram o Palace na elite. Desde então, diversos jogadores passaram pelo clube, mas o poder de valorizar seus atletas é um trabalho de muito sucesso. Por exemplo, Wilfred Zaha, hoje tem 26 anos, e segundo o portal Transfermarkt, seu valor de mercado é de 45 milhões de euros. Revelado pelo próprio clube, o marfinense foi comprado pelo Manchester United com status de grande promessa, por uma quantia de €11,75 M em 2013. Pouco depois, o atacante seria novamente repassado ao Palace, por empréstimo, e em seguida cedido ao Cardiff City também por empréstimo. Pouco aproveitado nos Red Devils, Zaha que tinha valor de mercado €8,00 M, foi novamente emprestado ao Palace, com valor de compra fixado em €3,80 M, em 2015. Quatro temporadas depois, o atacante que soma 358 jogos e 53 gols pelo clube, foi alvo dos maiores times da Inglaterra nas últimas janelas de transferências, incluindo o próprio Manchester United. Além do gigante de Manchester, o Tottenham, Everton e Arsenal buscaram a contratação do jogador. O grande legado do clube até então é revelar ou consolidar jogadores para o cenário nacional. Além de Zaha, é Aaron wan Bissaka, também revelado pelo Palace e hoje é titular do Manchester United e convocado para a seleção inglesa, se tornando motivo de orgulho para os Eagles, pois apenas duas temporadas no profissional e 46 jogos totais, renderam ao clube €55,00 M na taxa de transferência recorde em 2019, para o promissor lateral de 21 anos. Já pelo trabalho de valorizar atletas descartados pelos maiores times do país, podemos citar Andros Towsend, renegado do Tottenham, o meia se acertou no Palace, por onde joga desde 2016. Benteke, atacante belga ex-Liverpool, também se enquadra na categoria citada, pois apesar de surgir para o futebol mundial jogando pelo Aston Villa, Benteke jamais rendeu por outros clubes, e desde 2016 joga em Selhurst Park, na qual, soma 86 partidas. Por último e não menos importante, o holandês Patrick van Aanholt, que recentemente foi procurado pela Juventus, foi um "achado" do clube, em meio aos tantos atletas que saem do Chelsea e são poucos aproveitados. Chegando do Sunderland em 2016, o lateral esquerdo soma 86 jogos e 12 gols na equipe atual. Suas atuações lhe renderam mais convocações para a seleção holandesa, na qual é convocado por vezes desde 2013. Atualidade Nos tempos atuais, o Crystal Palace mantém sua filosofia de seguir revelando atletas e completando o time com jogadores rejeitados por clubes maiores. Luka Milivojevic, volante sérvio que há duas temporadas é o artilheiro da equipe, veio do Olympiakos sem grandes prestígios. Além do volante, Max Meyer, antiga promessa do Schalke 04, Mamadou Sakho, ex-zagueiro do Liverpool, Gary Cahill, ex-Chelsea e Jordan Ayew, ex-Swansea e West Ham, somam o leque de atletas que ganharam espaço no modesto time de Londres. Desde o acesso, o Palace soma 7 temporadas na Premier League. Até o início da atual (19/20), os Eagles somavam 228 partidas, com 74 vitórias e 107 derrotas no período. A principal peça-chave do elenco atual é Luka Milivojevic, que apesar de volante, se destaca pelos bons números ofensivos. Na última temporada, o sérvio foi o artilheiro com 12 gols, o atleta que mais deu passes no elenco (1.986 passes), quem teve a segunda maior quantidade de ações ofensivas (89),além da segurança defensiva, ficando como o segundo jogador que mais interceptou bolas para o clube, com 73 totais. Aos 28 anos e já identificado com o clube, o capitão acumula 97 partidas defendendo os Eagles, 24 gols e mais de 8 mil minutos em campo pelo Crystal Palace. Com contrato até 2023, seus bons resultados individuais o fizeram sair de €8, 00 M de valor no mercado desde que chegou ao clube, para €20,00 M atualmente. A torcida Motivo de orgulho para o clube, e de inveja para o elitizado público inglês, a torcida do Crystal Palace dá o tom mais "sul-americano" nas arquibancadas da Inglaterra. Conhecidos como Holmesdale Fanatics, a maior torcida do sul de Londres se aventura no Selhurst Park e nos demais estádios ingleses, principalmente nos dérbis locais, contra Arsenal, Chelsea e Tottenham. Durante os jogos na televisão, é comum ouvir os cânticos dos fãs do Palace, ecoando ao fundo da narração, independente da partida. Esse amor pelo clube, faz do time, um adversário temido quando joga em casa, facilitando assim, o rendimento de seus jogadores para seguir evoluindo na elite do futebol nacional. O notório crescimento da torcida é tão admirável, que em 2017, o clube divulgou os planos de expansão do Selhurst Park. Com 13.500 lugares no atual momento, o novo estádio deve confortar aproximadamente 35 mil pessoas por jogo. Alterações na hospitalidade, novas camadas de vidro e uma reformulação por completa nas bancadas. A previsão é que em três anos, a reforma seja concluída sem atrapalhar os jogos do clube. O custo estimado é de 100 milhões de libras, na modernidade que deve aumentar as receitas do Palace, deixando o patamar do clube cada vez mais consolidado como emergente. Durante todo o trabalho de apuração e checagem de informações, decidi optar por não adicionar equipes que apesar de historicamente serem emergentes na Premier League, bem como o Everton FC e West Ham, valorizando o título do e-book, A NOVA ERA DOS EMERGENTES. Diante desse pensamento, clubes tradicionais como o West Bromwich, Stoke City, Blackburn Rovers, Nottingham Forest, Leeds United, Sunderland, Bolton Wanderers, e outras dezenas de equipes que brilharam na elite do futebol inglês por décadas, não fazem parte do conteúdo. O emergente moderno é o clube capaz de sobreviver na elite inglesa, sendo além de uma vitrine para muitos atletas, um clube que deixará um legado para o futebol nacional, incomodando os gigantes do Big Six, com trabalhos admiráveis. Nota-se que grande parte dos clubes citados no e-book, foram campeões da Championship. Na última temporada, o Norwich City foi o vencedor do campeonato. Os canários não se enquadram na categoria de emergentes,, pois há anos, o time de Carrow Road é um clube iô-iô, alternando da primeira para a segunda divisão com frequência. Também decidi optar por não adicionar o Watford, que apesar de ser abrigo de muitosatletas oriundos do futebol espanhol, e alguns brasileiros, como Gomes e Richarlison, tendo no futuro a promessa João Pedro, do Fluminense, porque o time de Watford ainda não conseguiu deslanchar na parte intermediária da Premier League com alguma frequência. A pesquisa Referências Para agregar conteúdo à pesquisa, foram utilizadas informações dos seguintes sites e portais: ESPN, Transfermarkt, Premier League, Stadium Guide, Word Football Net, sites oficiais dos clubes, Wikipedia e Football guide. As imagens ficaram por conta: Standard.co, Daily mail, Google Fotos, Getty Images e reproduções oficiais dos clubes.
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