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APOSTILA-QG102-1S-2015

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 
 
 
 
 
INSTITUTO DE QUÍMICA 
 
QG 102 - LABORATÓRIO DE QUÍMICA GERAL 
 
 
 
Aulas Práticas 
 
Professores: 
 
Fábio Domingues Nasário (PED-B) 
Gabriela Salazar Mogollón (PED-B) 
Jackson D. Megiatto Jr 
José Javier Melendez Pérez (PED-B) 
Liliane Cristina Battirola 
Pedro Luiz O.Volpe (coordenador) 
 
 
Técnicos do Laboratório de Ensino: 
 
Ana Paula Justo 
Luiz Renato Steola 
Michelle Candida dos Santos 
 
 
 
 
 
. 
 
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1° SEMESTRE DE 201 
 
 
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
 
 A disciplina QG-102 é oferecida aos alunos dos cursos das engenharias: Agrícola, 
Civil e Química. O seu programa foi montado de modo a ensinar alguns princípios 
fundamentais de Química. Os experimentos selecionados, para esta disciplina, destinam-se a 
complementar os conceitos aprendidos nas aulas teóricas e a fornecer algumas técnicas 
básicas de trabalho em laboratório. 
A disciplina será lecionada em quatro horas semanais de aulas laboratoriais. Antes de 
cada aula experimental o professor fará (em sala de aula) uma introdução teórica sobre o 
assunto do experimento. 
O material de laboratório, calendários, horários, professores das diversas turmas, salas 
de aulas e laboratórios, bem como outras informações úteis, também encontram-se na 
“homepage” da disciplina, que pode ser acessada a partir da “homepage” do Instituto de 
Química:http://www.iqm.unicamp.br Clique, sucessivamente, em: Coordenadoria de 
Graduação, Material de Apoio, QG-102. 
 REGRAS GERAIS DO LABORATÓRIO: 
 Para a realização dos experimentos no laboratório, os alunos deverão formar duplas, 
conforme suas afinidades pessoais. Esses grupos permanecerão os mesmos durante 
todo o semestre. 
 Ao término de cada experimento o grupo deverá elaborar o Relatório do 
Experimento.Folhas de Relatório serão distribuídas no dia do correspondente 
experimento, (uma folha para cada grupo de alunos). 
 Não é permitida a realização de experimento fora do dia e do horário específicos para 
o experimento considerado, de acordo com o calendário para a turma a que pertencer o 
aluno. 
 O aluno que realizar experimento junto a grupo que não seja aquele ao qual pertence, 
será considerado faltante à correspondente aula. 
 A tolerância máxima para o ingresso, após o horário oficial de início da aula, é de dez 
minutos. Após este prazo, o ingresso será impedido e o aluno será considerado 
faltante, independentemente de justificativa para o atraso. 
 Não é permitido comer, beber ou fumar no laboratório. 
 Bolsas, mochilas e outros pertences pessoais não devem ser trazidos para o 
laboratório. Utilize, para isto, o armário pessoal localizado na entrado do laboratório. 
http://www.iqm.unicamp.br/
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No caso de cadernos ou livros, estes devem se limitar aos que serão usados na aula. 
Atenção providencie um cadeado para o seu armário. 
 É obrigatório o uso de óculos de segurança, avental, calça comprida e sapato 
fechado. 
 Antes de iniciar o experimento do dia lave o material com água. Atenção, não 
desperdice água. 
 Atenção para a voltagem do equipamento, antes de ligá-lo na rede. 
 Quando for usar uma placa de aquecimento certifique-se de que o fio está totalmente 
desenrolado e esticado na bancada, sem contato com a placa. 
 Tenha muito cuidado no uso das balanças e limpe cuidadosa e imediatamente 
qualquer derramamento de reagentes. Avise o professor. 
 Em caso de dúvida sobre algum reagente ou equipamento, antes de utilizá-lo consulte 
o professor responsável. 
 Nunca descarte qualquer reagente na pia. Nas capelas existem frascos etiquetados 
para o descarte de solventes e outros resíduos líquidos. 
 Caso ocorra quebra de material ou dano a equipamentos durante a realização do 
experimento, o fato deverá ser imediatamente comunicado ao professor e ao técnico 
do laboratório. A reposição de material quebrado será avaliada caso a caso, juntamente 
com o professor. 
 Após o experimento, o material deve ser cuidadosamente limpo e reposto no 
respectivo armário. Para a limpeza, não é necessário o uso de detergente, salvo 
quando assim sugerido pelo professor. Basta lavar com água, removendo sujeiras 
aderidas com um cepilho, se necessário. Em seguida, lavar com água destilada. O uso 
de detergente, nos experimentos realizados, representa um desperdício, porque não 
auxilia na limpeza e exige eficiente enxague, gastando muita água (resíduos de 
detergente podem interferir em experimentos). 
 Os reagentes e equipamentos devem ser utilizados com cuidado e devolvidos ao local 
apropriado, imediatamente após o uso. 
 Se necessitar de material, ou equipamento extra, o mesmo deverá ser solicitado aos 
técnicos, mediante assinatura em um caderno, devendo ser devolvido limpo logo após 
sua utilização. Qualquer equipamento extra só pode ser utilizado com a aprovação do 
professor. 
 
CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO: 
 
Os alunos serão avaliados por meio de 2 provas de laboratório e 12 relatórios, cujas notas 
formarão a média final MF. 
 
A) Provas escritas: 
 
 Serão realizadas 2 provas escritas, ao longo do semestre. Nestas provas serão 
abordadas questões referentes à matéria apresentada em sala de aula e desenvolvida nas aulas 
laboratoriais. Ver datas das provas no calendário. 
 As provas conterão 4 questões referentes aos 6 experimentos realizados no período 
que antecede a data de cada prova. Todas as questões serão avaliadas com notas de 0 a 10. 
Não existe segunda chamada de prova escrita, independentemente de justificativa para a 
falta. 
 
B) Relatórios: 
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Cada grupo deverá, em conjunto, elaborar um relatório para cada experimento, o qual 
será entregue no final da aula laboratorial. Os relatórios deverão ser entregues aos Auxiliares 
Didáticos, os quais, durante a aula também passarão a lista de presença. Não serão recebidos 
relatórios, após os prazos estabelecidos. 
Nos relatórios, os alunos deverão discutir as questões presentes na folha de relatório 
que será entregue a cada grupo, durante a aula laboratorial. O relatório será avaliado, com 
notas de 0 a 10. Os integrantes de cada grupo receberão a mesma nota, salvo no caso de 
alunos que faltarem ou se ausentarem durante a aula prática, que receberão nota zero. 
Portanto, não existe a possibilidade de reposição de experiência, para alunos faltantes, 
independentemente de justificativa para a falta. 
 
C) Cálculo da Média Final MF: 
 
 Sendo MPL a média aritmética das notas das provas de laboratório e MR a média 
aritmética das notas dos relatórios, suponha-se que: 
 
 
 
 
 
 
Caso 1: MPL  5,0 
 
Neste caso, calcula-se a média final MF = 0,6 MPL + 0,4 MR e se ambos MPL  
5,0 e MF  5,0, o aluno não precisará realizar exame para ser aprovado. 
 
 
Caso 2: MPL < 5,0 
 
Neste caso, não se calcula a média MF e o aluno deverá realizar exame. 
 
 O exame envolverá conhecimentos sobre todos os tópicos das aulas. Sendo NE a nota 
do exame (entre 0 e 10), então a média fina MF = (MPL + NE) / 2. Note-se, portanto que, os 
alunos que realizarem exame, o valor da média final MF não considerará as notas obtidas nos 
relatórios. 
 
D) Aprovação na disciplina QG102 
 
 A freqüência mínima às aulas teóricas e práticas, exigida para aprovação, é aquela 
regida pelas normas divulgadas pela Diretoria Acadêmica da UNICAMP. Se tal freqüência 
mínima não for atingida, o aluno será reprovado por faltas e sua média final MF será zero. 
Não sendo o aluno reprovado por faltas, será aprovado por nota e freqüência todo aluno que 
obter média final MF  5,0. 
 
E) Referências Bibliográficas 
 
John C. Kotz, Paul M. Treicher, Gabriela C. Weaver, “Química Geral”, Editora Cengage 
Learning, Brasil, 2010. 
 
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John C. Kotz, Paul M. Treicher, “ReaçõesQuímicas”, Editora LTC, Brasil, 2002. 
 
Peter Atkins, Loretta Jones, “Princípios de Química”, Editora Bookman, Brasil, 2012. 
 
Bruce M. Mahan, Rollie J. Myers, “Química um Curso Universitário”, Editora Edgard 
Blücher Ltda, Brasil, 1995. 
 
Theodore L. Brown, Julia R. Burdge, “Química, a Ciência Central”, Editora Pearson Prentice 
Hall, Brasil, 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Experimento 1 
 
Parte I - Reações em Solução Aquosa 
Parte II - Teste de Cor da Chama de Cátions Metálicos 
Parte III - Identificação de uma Substância Química 
 
Parte I - Reações em Solução Aquosa 
 
 A geração de conhecimento em Química é dependente de diferentes tipos de trabalho, 
tanto teórico como prático. Na atividade experimental prática, muitos fatores são 
determinantes para a obtenção de bons resultados na resolução dos problemas de interesse. É 
preciso, por exemplo, observar as mudanças que podem ocorrer quando soluções diferentes 
são misturadas duas a duas (mudança de cor, formação de gás, aquecimento, formação de 
precipitado, odor, etc.) fazendo uma descrição cuidadosa das suas observações 
experimentais para facilitar a sua interpretação. Estes são, apenas, alguns dos aspectos que 
você começa a vivenciar nesta disciplina. 
 
Material 
 
 Tubos de ensaio 
 Soluções para teste 
 Pipetas 
 Proveta de 10 mL 
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Procedimento 
 
Sobre a bancada há uma série de materiais disponíveis para o seu grupo de trabalho. Você 
deve lavá-los convenientemente utilizando detergente e escova e enxaguando-os com água de 
torneira e depois com água destilada contida nos reservatórios sobre as pias. 
OBS IMPORTANTE: Use água destilada com moderação. 
 
Guarde bem esta relação: para cada litro de água destilada gastam-se 70 litros de água 
tratada, embora o IQ esteja recuperando esta água. Se gasta, também, uma considerável 
quantidade de energia. Sempre pense nisto ao fazer sua limpeza. 
 
Para um conjunto de 9 soluções, existentes em sua bancada, você deve combiná-las, duas a 
duas, utilizando um volume aproximado de 1 mL de cada. Observe atentamente o que ocorre 
em cada caso (evidências de reações químicas; formação e tipo de precipitado, absorção ou 
liberação de calor, turvação, formação de gases, mudanças de cor, aparecimento de odores 
etc.), e anote adequadamente seus resultados. Anotar adequadamente significa escolher uma 
forma que facilite a visualização dos dados e a sua posterior utilização no relatório. Pense 
nisso e discuta com seu colega de grupo a melhor forma de fazer isto 
Relatório 
 
Redija o relatório conforme especificações, não se esquecendo de apresentar todos os seus 
dados e resultados de maneira adequada. Não se esqueça de que a pessoa que irá ler seu 
relatório não sabe o que você fez no laboratório. 
Para os casos em que ocorrem reações químicas, escreva as respectivas equações químicas. 
Observe que nem todas as reações correspondem às simples trocas entre ânions e cátions dos 
reagentes. As referências citadas contêm as informações necessárias para se escrever as 
equações químicas pertinentes. 
 
Referências 
 
1. Vogel, A.I. ; Química Analítica Qualitativa; Editora Mestre Jou, São Paulo, 1981. 
2. Alexéev, V.; Análise Qualitativa; Edições Lopes da Silva, Porto, 1982. 
3. Baccan, N.; Introdução à Semi-Microanálise Qualitativa; Editora da UNICAMP, 
Campinas, 1990. 
4. 
Parte II - Cor da Chama de Cátions Metálicos 
 
Os elétrons das camadas de valência dos átomos podem absorver energia, passando 
para níveis de energia mais elevados do que os anteriores à absorção e produzindo estados 
atômicos chamados excitados. Quando estes elétrons dos estados excitados retornam ao 
estado anterior à absorção, chamado fundamental, podem emitir a energia absorvida sob a 
forma de radiação eletromagnética, cujos comprimentos de onda são característicos da 
transição eletrônica sofrida. Os comprimentos de onda, da radiação emitida, que se situarem 
na faixa entre 700 nm (vermelho) e 400 nm (violeta) formarão uma luz visível. 
A cada elemento químico corresponde uma específica distribuição de níveis de 
energia. Por isto, a radiação emitida nos retornos aos correspondentes estados fundamentais, 
quando os elementos presentes em uma amostra cuja composição seja desconhecida forem 
excitados pela absorção do calor de uma chama, apresenta características que podem ser 
utilizadas para identificar tais elementos. Em consequência, o teste de chama é usado para 
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identificar alguns íons metálicos tais como sódio, potássio, cálcio, bário e estrôncio. A 
temperatura da chama de um bico de Bunsen, ou mesmo da queima do álcool em gel, é 
suficiente para excitar uma quantidade de elétrons destes íons tal que, quando os elétrons 
retornarem aos respectivos estados fundamentais, eles emitam radiação luminosa com cor e 
intensidade detectáveis, com razoável certeza e sensibilidade, através da simples observação 
visual da chama. 
A análise quantitativa pode ser feita por fotometria de chama, que é uma técnica de 
emissão atômica para determinar a concentração de íons metálicos. A determinação é feita 
pela medida da emissão de radiação presente na chama de soluções contendo estes íons. A 
solução é aspirada na chama, que evapora o solvente e excita elétrons da camada de valência 
dos íons metálicos. A fotometria de chama é uma técnica simples, relativamente barata, sendo 
muito utilizada para análises clínicas, biológicas e ambientais. 
 
Material 
 
 Cloreto de sódio: NaCl (s) 
 Cloreto de cálcio: CaCl2 (s) 
 Cloreto de estrôncio: SrCl2 (s) 
 Cloreto de bário BaCl2 (s) 
 Cloreto de potássio: KCl (s) 
 Cloreto de cobre: CuCl2 (s) 
 Solução de HCl 3,0 mol.L-1 
 Amostra desconhecida 
 Placa de porcelana para colocação de amostras sólidas (placa de toque) 
 Béquer de 50 mL 
 Espátula ou colher descartável 
 Bico de Bunsen 
 Fio de Níquel-Cromo 
 
Procedimento 
 
Teste de chama 
 
1. Coloque uma pequena porção (do tamanho de um grão de arroz) de um dos sais 
numa das cavidades da placa de porcelana. Para isto, use a espátula ou colher 
descartável. 
2. Para a limpeza do fio de Níquel-Cromo coloque um pouco da solução de HCl no 
Béquer, em seguida coloque o fio de Níquel-Cromo na solução e leve-o à chama do 
Bico de Bunsen até ficar incandescente. Repita este procedimento até que não se 
observe coloração na chama. 
3. Com o fio de Níquel-Cromo limpo, coloque-o no sal e leve-o à chama, observe e anote 
a cor da chama. 
4. Repita os itens 1, 2 e 3 para os demais sais, usando sempre cavidades limpas da placa 
de porcelana. 
 
Parte III - Identificação de uma Substância Química 
 
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 Nesta parte do experimento, você receberá duas “amostras não identificadas”, uma 
líquida (solução desconhecida) e outra sólida (sal desconhecido). Você terá que identificá-
las utilizando procedimentos parecidos aos utilizados anteriormente. 
 A comparação dos resultados da primeira e segunda parte do procedimento possibilitará a 
identificação das suas amostras problemas. 
 
A. Reações em Solução Aquosa 
 
 Utilizando procedimentos parecidos aos utilizados na Parte I do experimento trabalhe na 
identificação da solução que você recebeu. 
Ao final da aula você receberá a relação das 9 soluções/reagentes, mas você não saberá “quem 
é quem”. A partir de seus conhecimentos prévios, dos resultados obtidos no laboratório e 
consulta da literatura você deverá identificar cada um dos números dos rótulos dos frascos 
com o respectivo reagente. 
 
B.Teste de chama de sal desconhecido 
 
Anote o número da amostra desconhecida que você recebeu, efetue o teste de 
chama como descrito anteriormente e identifique o cátion metálico presente na sua amostra. 
 
Referências 
 
1. Baccan, N.; Aleixo, L. M.; Stein, E.; Godinho, O. E. S.; “Introdução à 
Semimicroanálise Quantitativa”, 6ª ed., Editora da Unicamp, Campinas, 1995. 
2. Atkins, P.; Jones, L.; “Chemistry- Molecules, Matter and Change”; 3rd ed., W. H. 
Freeman and Company, New York, 1997. 
3. Smith, E. T.; J. Chem. Ed. 1995, 72, 828. 
 
 
Experimento 2 
 
Parte I - Determinação da Densidade de Líquidos e Soluções 
Parte II - Determinação do Raio Atômico de um Metal 
 
Parte I – Determinação da Densidade de Líquidos e Soluções 
 
Este experimento visa determinar a densidade de líquidos puros e soluções de 
diferentes concentrações, utilizando o picnômetro. 
 A densidade de qualquer substância ou mistura depende da temperatura. Nas condições 
experimentais deste experimento, a temperatura será a do ambiente do laboratório. Para 
estimar a densidade determinaremos a massa de certo volume do líquido ou solução. 
Utilizaremos a balança analítica para pesar e, para medir o volume, um picnômetro. 
Picnômetro (Picno, do grego = denso, pesado) é um material volumétrico utilizado para 
determinar a densidade de líquidos. Realize os experimentos em duplicata. 
 
 
 
 
Materiais e reagentes 
 
9 
 
 
 Soluções de NaCl 0,1 mol.L-1 
 Soluções de NaCl 3,0 mol.L-1 
 Solução de NaCl saturada 
 Água destilada 
 Álcool comercial 
 Picnômetro 
 Béquer de 100 mL 
 Béquer de 50 mL 
 
Procedimento 
 
Primeiramente, cada grupo deve calibrar seu picnômetro usando água, na temperatura 
ambiente. Em um Béquer, coloque aproximadamente 50 mL de água destilada. Meça a 
temperatura da água com um termômetro. Atenção: não lave o picnômetro. 
Durante todo o tempo de manuseio do picnômetro utilize uma pinça de madeira 
para segurar o picnômetro evitando transferir o calor da mão para ele. 
Pese o picnômetro limpo e seco na balança analítica. Após anotar a massa, retire o 
picnômetro da balança, zere a balança e repita a pesagem mais uma vez. Preencha o 
picnômetro com a água destilada do Béquer e tampe-o, tomando cuidado para preencher 
totalmente o capilar da tampa. Verifique se bolhas de ar não ficaram aprisionadas no seu 
interior. Se isso ocorreu, remova-as e preencha-o novamente. Seque cuidadosamente a 
superfície externa do picnômetro com papel absorvente e pese-o na balança analítica. Repita a 
pesagem mais uma vez retirando-o da balança para a nova pesagem. A partir dos valores 
tabelados para a densidade da água em função da temperatura, determine o volume do 
picnômetro. 
Para a determinação da densidade das soluções de NaCl e álcool usando o picnômetro 
o mesmo deve ser lavado três vezes com um pequeno volume da solução cuja densidade será 
determinada, para remover os resíduos de água do seu interior. Descarte estas alíquotas em 
local apropriado. Com o auxílio de um Béquer, encha o picnômetro com a solução a ser 
analisada e tampe-o de forma a preencher totalmente o capilar. Seque a sua superfície externa 
e pese-o. Repita a pesagem mais uma vez. Meça a temperatura da solução. Realize os 
experimentos em duplicata. 
 
Relatório 
 
Elabore o relatório de acordo com as instruções para elaborar relatórios. Calcule os 
valores de densidade para as soluções aquosas de NaCl e álcool comercial. Organize os 
resultados obtidos em uma tabela. 
 
Referências 
 
1. de Andrade, J.C.; Custódio, R.; O Uso da Balança Analítica, 2000, 03 p.p. – 
Disponível em http://chemkeys.com/br/2000/03/25/o-uso-da-balanca-analitica/ 
2. de Andrade, J.C.;Os Instrumentos Básicos de Laboratório, 2011, 14 p.p. – Disponível 
em http://chemkeys.com/br/2011/12/02/quimica-analitica-basica-os-instrumentos-
basicos-de-laboratorio/ 
3. César, J.; De Paoli, M-A.; de Andrade, J.C.; A Determinação da Densidade de Sólidos 
e Líquidos, 2004, 08 p.p. – Disponível em http://chemkeys.com/br/2004/07/17/a-
determinacao-da-densidade-de-solidos-e-liquidos/ 
http://chemkeys.com/br/2000/03/25/o-uso-da-balanca-analitica/
http://chemkeys.com/br/2011/12/02/quimica-analitica-basica-os-instrumentos-basicos-de-laboratorio/
http://chemkeys.com/br/2011/12/02/quimica-analitica-basica-os-instrumentos-basicos-de-laboratorio/
http://chemkeys.com/br/2004/07/17/a-determinacao-da-densidade-de-solidos-e-liquidos/
http://chemkeys.com/br/2004/07/17/a-determinacao-da-densidade-de-solidos-e-liquidos/
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4. de Andrade, J.C.; Procedimentos Básicos em Laboratórios de Análise, 2011, 21 p.p. – 
Disponível em http://chemkeys.com/br/2011/07/07/quimica-analitica-basica-
procedimentos-basicos-em-laboratorios-de-analise/ 
 
 
Parte II - Determinação do Raio Atômico de um Metal 
 
Todo sólido cristalino tem um arranjo ordenado de empacotamento de seus átomos. 
Esta estrutura tridimensional é chamada de retículo cristalino. Na natureza existem 14 
possíveis retículos cristalinos, os quais podem ser agrupados em 7 sistemas. Será aqui tratado, 
apenas, o sistema cúbico, o qual possui 3 possíveis retículos, de acordo com os quais se 
empacotam os átomos dos metais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No retículo chamado sistema cúbico simples os átomos se tocam pela aresta do cubo, 
no de face centrada pela diagonal da face e no de corpo centrado pela diagonal maior. Assim, 
para cada retículo do sistema cúbico existe uma relação trigonométrica entre a aresta do cubo 
a e o raio dos átomos que se encontram dentro do cubo, r (Figura 1). 
http://chemkeys.com/br/2011/07/07/quimica-analitica-basica-procedimentos-basicos-em-laboratorios-de-analise/
http://chemkeys.com/br/2011/07/07/quimica-analitica-basica-procedimentos-basicos-em-laboratorios-de-analise/
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Figura 1- Os três diferentes retículos pertencentes ao sistema cúbico. 
 
Material 
 
 2 amostras de metal (cilindros de Cu e Al) 
 Proveta de 10 mL 
 
Procedimento 
 
1. Determine a massa da amostra metálica. 
2. Numa proveta de 10 mL adicione água da torneira até que o menisco atinja uma marca 
por volta de 5,0 mL. Anote o volume medido na proveta. 
3. Coloque o cilindro de metal, cuidadosamente, dentro da proveta (no caso da amostra 
do metal Cobre utilize 3 barras). Anote o novo volume atingido pelo menisco e 
obtenha o volume da amostra metálica. 
4. Repita o procedimento mais duas vezes, respectivamente com as outras duas barras 
metálicas do mesmo metal. 
5. Calcule a densidade do metal para cada uma das amostras e a média desses valores. 
6. Utilizando a literatura, identifique o metal utilizado a partir da densidade média obtida. 
7. Identificado o metal, calcule a quantidade de substância, em mol e o número total de 
átomos contidos em cada um dos três pedaços de metal. 
8. Para cada um dos três retículos do sistema cúbico, verifique qual é o número de 
átomos por cela unitária. A partir desta informação e do resultado do item 7, para cada 
retículo calcule o número de celas unitárias presentes nos três pedaços de metal. 
Relações matemáticas para determinação do raio 
atômico de metais
Vcubo = a3 → a = 3√Vcubo
a = 2r → r = a / 2
1. Cúbico simples
(4r)2 = a2 + a2 → r = (a√2) / 4
2. Cúbico de face centrada
4r = a√3 → r = (a√3) / 4
3. Cúbico de corpo centrado
QG 100 – EXPERIMENTO 9
12 
 
 
9. O volume de cada pedaço de metal foi determinado (item 3). A partir destes valores e 
do resultado do item 9, para cada retículo do sistema cúbico calcule o volume de uma 
cela, para cada um dos três pedaços de metal. 
10. A partir do resultado do item 9, para cada retículo do sistema cúbico calcule o raio 
atômico do metal, por meio das relações, entre o raio e a aresta da cela, contidas na 
Figura 1. Faça isto para cada um dos três pedaços de metal. 
11. Para cada retículo do sistema cúbico, obtenha o valor médio do raio atômico e a 
estimativa de desvio, considerando os três pedaços de metal. 
12. Sabendo o valor médio do raio atômico correspondente a cada retículo do sistema 
cúbico e a identidade do metal (item 6), por meio da literatura identifique o retículo 
cristalino do metal. 
 
Organize os seus dados experimentais numa tabela como a sugerida abaixo: 
 
Amostra Massa do Metal (g) Volume inicial (mL) Volume Final (mL) 
1 
2 
3 
4 
5 
6No seu relatório utilize a tabela como a sugerida abaixo: 
 
Propriedade Sistema Cúbico 
Simples 
Sistema Cúbico de 
Face Centrada 
Sistema Cúbico de 
Corpo Centrado 
Número de 
átomos por cela 
unitária 
 
Número de celas 
unitárias por mol 
 
Volume da cela 
unitária / pm
3 
 
Aresta / pm 
13 
 
 
Parte da cela 
considerada 
 
Relação 
trigonométrica 
utilizada 
 
 
 
Referências 
 
1. L. Smart and E. Moore, Solid State Chemistry: An introduction, 2nd. ed., Nelson 
Thornes, Cheltenham, UK, 2001. 
2. Tubino, M. Determinação de parâmetros de uma cela unitária – Experiência de 
química geral. Química Nova. v. 6, p.109-111, 1983. 
3. M. Tubino e J. A. Simoni, Química Nova na Escola. v. 9, p. 41-43, 1999. 
 
 
Experimento 3 
 
Identificação de um Metal a Partir da Determinação Experimental da sua Massa Molar 
 
 A reação de um metal com ácido em meio aquoso, produzindo o gás hidrogênio (H2), 
pode ser genericamente expressa como: 
 
M(s)+ nH
+
(aq) = M
n+
(aq) + n/2 H2 (g) 
 
onde n é um número inteiro e representa o estado de oxidação do cátion metálico. 
 Segundo esta equação, a quantidade de H2 liberado zH2 depende da massa de metal 
consumida na reação, e é uma função de (n). A quantidade liberada de hidrogênio (z) pode ser 
determinada pela medida de seu volume, a partir da equação dos gases ideais: 
pH2 V = zH2 R T 
 
A pressão parcial do H2 (pH2) pode ser determinada pela lei de Dalton, conhecendo-se 
a pressão atmosférica local, a pressão de vapor da água na temperatura do experimento e 
admitindo mistura de gases ideais. pH2 = ptotal - p vapor de água 
A partir do conhecimento de z e atribuindo-se diferentes valores para o número de 
oxidação do metal n diversos valores de massas molares poderão ser calculados. 
Confrontando-se esses resultados de massas molares calculados com aqueles da tabela 
periódica é possível identificar o metal utilizado. Estaremos admitindo também que o 
hidrogênio é complemente insolúvel em água e que a amostra metálica é 100% pura. 
 
Procedimento 
 
Pese uma amostra do metal. A massa da amostra deve pesar entre 20 e 30 miligramas. 
Será feita a determinação da massa molar do metal. Que tipo de balança você acha 
necessário usar neste caso? 
Com um pedaço de fio de cobre, enrole bem a amostra pesada deixando cerca de 5 cm 
de cabo (Figura 1a), e prenda-o a uma rolha de borracha (Figura 1b). 
 
 
14 
 
 
 
 
 
 (a) (b) 
Figura 1: (a) Colocação da amostra de metal em um fio de cobre, (b) fixação da amostra e do 
fio de cobre à rolha de borracha – Veja a referência 4. 
 
Feche a torneira da bureta e coloque 10 mL de HCl 6 mol L
-1
 (CUIDADO ÁCIDO 
FORTE). Com a bureta inclinada, com o auxílio de uma pisseta, adicione lentamente água 
destilada, até enchê-la procurando evitar ao máximo a mistura da água com a solução de HCl. 
Ajuste a rolha no topo da bureta, de tal forma que a água preencha complemente a bureta e o 
orifício da rolha, sem formar bolhas de ar. Tape o orifício da rolha com o dedo indicador. Inverta 
e introduza o topo da bureta em água contida em um Béquer de 600 mL (ou de 400 mL), não 
permitindo a entrada do ar durante este processo. Fixe a bureta invertida num suporte universal 
utilizando uma garra, como indicado na Figura 2b. Como a densidade da solução de HCl é maior 
do que da água, ao se inverter a bureta a solução de HCl desce em direção ao metal e dá início à 
reação. 
 
(a) 
o
o
o
o
o
 (b) 
 
Nível
da
água
(c) 
 
Figura 2: Esquema da bureta com a rolha e o metal, antes e durante a reação. Arranjo da 
bureta e proveta para medida do volume de gás. 
 
Rolha
Metal
HCl 6M
Volume
morto
HCl 6 mol L-1
15 
 
 
 
Quando a reação cessar, dê leves toques na bureta para desprender o gás aderido ao fio 
de cobre. 
 
Se ao término desta etapa o Volume de Gás for inferior a 15 mL, repita o procedimento 
utilizando uma massa de metal maior que a anterior. 
 
Tampe novamente o orifício da rolha com o dedo indicador e transfira a bureta invertida 
para uma proveta de 2000 mL cheia de água. (Não precisa ser destilada) 
Faça coincidir o nível de água no interior da bureta com o nível de água da proveta 
(Figura 2c). Anote a posição do nível de água no interior da bureta e posteriormente determine o 
volume ocupado pelo gás. 
 
ATENÇÃO: 
 
Para determinar o volume ocupado pelo gás, encha a bureta com água destilada até a 
posição anotada. Transfira a água neste volume para um Béquer previamente pesado. Determine 
o volume usando a massa e a densidade da água. 
Meça a pressão atmosférica local e a temperatura da água, e obtenha a pressão de vapor 
da água (valor tabelado) para esta temperatura. Repita o procedimento com outras duas 
amostras do mesmo metal. 
 
Recomendações para o relatório 
 
Para os cálculos, utilize os valores experimentais obtidos e os demais dados 
necessários. Calcule a massa molar para cada conjunto de dados de massa e volume de H2 de 
cada experimento, considerando números de oxidação iguais a 1, 2 e 3. Para cada número de 
oxidação, será calculada uma massa molar. (no total serão obtidos 6 valores de massa molar). 
Encontre a massa molar média para cada Número de Oxidação e compare com os 
valores aproximados em uma tabela periódica para tentar identificar o metal usado. Considere 
também outras informações úteis, como cor do metal, características visuais e disponibilidade. 
Por que é necessário saber a pressão de vapor da água para fazer os cálculos? Explique 
como a solubilidade do H2 na solução de HCl pode afetar os resultados. 
 
Referências 
 
1. Mahan, B.; Química – Um Curso Universitário, Ed. Edgar Blucher, São Paulo, 1972, 
p. 26-37 e 207. 
2. Kotz, J. C.; Purcell, K. F.; Chemistry and Chemical Reactivity, 2a ed., Saunders 
College Publishing, Philadelphia, 1991, p. 455, 865 e 907. 
3. Baccan, N.; Andrade, J.C.; Godinho, O.E.S.; Barone, J.S.; Química Analítica 
Quantitativa Elementar, 2
a
 ed. 7ª reimpressão, Editora Edgard Blucher, 2010. 
4. César J.; de Andrade, J.C.; A Determinação da Massa Molar de um Metal, 2006, 28 
p.p. – Disponível em http://chemkeys.com/br/2006/04/17/a-determinacao-da-massa-
molar-de-um-metal/ 
 
 
http://chemkeys.com/br/2006/04/17/a-determinacao-da-massa-molar-de-um-metal/
http://chemkeys.com/br/2006/04/17/a-determinacao-da-massa-molar-de-um-metal/
http://chemkeys.com/br/2006/04/17/a-determinacao-da-massa-molar-de-um-metal/
16 
 
 
Experimento 4 
Avaliação da Capacidade Tamponante de Soluções-Tampão 
 
Todos os processos bioquímicos in vivo ocorrem em condições extremamente bem 
controladas. Essas condições dizem respeito, essencialmente, ao controle de temperatura, 
acidez e concentração iônica. Pequenas alterações nessas condições podem levar à 
conseqüências tão graves que, alguns processos vitais podem, inclusive, deixar de ocorrer. Os 
processos enzimáticos que controlam a maioria das atividades vitais dos seres vivos, dentre os 
quais estamos nós, podem ser extremamente dependentes da acidez. Mudanças de pH 
sanguíneo, da ordem de 0,2 unidades, em relação ao valor normal, significam a morte de uma 
pessoa, se a mesma não for tratada urgentemente com administração de alguma droga que 
faça a correção desse pH. Que substância será administrada? Em qual concentração? Com que 
fluxo? E em que quantidade total? Quais são as variáveis a serem controladas nesse 
procedimento. Nosso sangue é um sistema tampão formado por diversos sub-sistemas que 
garantem a manutenção desse pH em valores ótimos. Não só por isso, mas pelo papel 
fundamental que os tampões representam no controle de diversos processos naturais, como 
por exemplo na formação ou destruição de corais e de estalactites, na absorção de CO2 pela 
água do mar etc, é que se pressupõe que seja importante conhecer um pouco mais sobreesse 
assunto. 
Introdução: Solução-tampão, o que é? 
Considere uma solução aquosa contendo acetato de sódio e ácido acético. Nessa solução, 
há os seguintes equilíbrios: 
 
CH3COOH(aq) = H
+
(aq) + CH3COO
-
 (aq) equação 1 
 
 
 H2O(aq) = H
+
(aq) + OH
-
(aq) equação 2 
 
Se a esse tampão fosse adicionada, por exemplo, uma pequena quantidade de ácido, o 
que ocorreria com o sistema representado pelas equações acima? De modo semelhante, se 
fosse adicionada uma pequena quantidade de íons OH
-
 (base), o que iria ocorrer? Nesses 
casos, os valores de pH sofreriam mudanças significativas ou não? Pense a respeito. 
O valor do pH dessa solução-tampão é dado, simplificadamente, pela equação de 
Henderson-Hasselbach: 
 
 
pH = pKa + log { [sal] / [ácido] } equação 3 
 
onde [ ] é a concentração analítica, dada em mol dm
-3
. Veja, pela equação 3, que é possível 
preparar tampões de diferentes valores de pH, pela adequada escolha do ácido e seu sal e 
pelos respectivos valores de suas concentrações. Ao se aumentar a concentração do sal em 
relação à do ácido no tampão o que ocorrerá com o valor de pH? 
Raciocínio análogo pode ser feito quando se prepara um tampão para pH acima de sete. 
Neste caso, geralmente, se utiliza uma base e o seu respectivo sal. A equação toma então a 
seguinte forma: 
 
 pOH = pKb + log { [sal] / [base] } equação 4 
 
17 
 
 
Tampões são de importância fundamental para os organismos vivos, pois, por exemplo, 
controlam o pH de fluídos intra e extracelulares. Qual é o principal tampão intracelular nos 
seres humanos? E qual o principal tampão extracelular no sangue e no fluido intersticial 
dos vertebrados? Qual é o seu valor? Somente estes aspectos bastariam para que este 
assunto fosse objeto de estudo, entretanto, como será visto na seqüência deste experimento, as 
soluções tampões são também extremamente importantes em inúmeros processos químicos. 
Apesar do que foi dito anteriormente sobre as propriedades de uma solução-tampão, a sua 
resistência à mudança de pH também tem limites. Quais são os limites para esta resistência? 
Esta é a pergunta que se pretende responder com o procedimento experimental. 
 
 
Parte Experimental: 
 
1- Numere nove tubos de ensaio de 3 a 11 e adicione a cada um deles, individualmente, 5 cm
3
 
das respectivas soluções de valores de pH correspondentes. A seguir, adicione 3 gotas do 
indicador misto de Yamada, que você usou na aula anterior. Essa bateria de cores será 
utilizada como referência na segunda parte do experimento. 
 
2- Prepare 25 cm
3
 da solução que o seu professor indicou, respeitando o valor indicado de 
[NH3] / [NH4
+
] e também das concentrações totais [NH3] + [NH4
+
], 0,10 a 0,40 mol dm
-3
. 
Utilize a equação básica e simplificada para o cálculo de pH esperado para as soluções-
tampão (eq. 4). A solução é preparada a partir da diluição de soluções estoques de amônia 
(NH3(aq) ou NH4OH) e cloreto de amônio (NH4Cl), fornecidas. Verifique os valores de 
concentrações nos respectivos rótulos. Coloque uma alíquota de 5,0 cm
3
 desta solução, na 
presença de 5 gotas do indicador misto num tubo de ensaio, juntamente com a barrinha de 
agitação.. Preencha a seringa com a solução de HCl de concentração conforme indica a tabela 
fornecida pelo professor, coloque a agulha e pese-a numa balança semi-analítica ou analítica. 
Proceda sempre da mesma forma: zere a balança e coloque a seringa no prato. Adicione um 
volume conhecido até a solução contendo o indicador de Yamada mudar de cor. A cada 
mudança de cor, (conforme sua bateria de cores de comparação), pese a seringa novamente e 
anote o volume utilizado. Se a intensidade da cor da solução no tubo se tornar menor (em 
comparação com a sua bateria de cores) durante a adição do ácido, adicione mais gotas do 
indicador para acertá-la. Repita o processo com mais duas alíquotas da mesma solução 
tampão. 
Referências 
1.Silva, C.R., Simoni, J.A., Química Nova 2000, 23(3), 405 - 409 
 
Experimento 5 
 
Oxidação e Redução 
 
A definição do que é a vida, pode ser feita por diversas formas, mas nenhuma delas será 
completa se não envolver a energia. O calor dos seres vivos vem das reações químicas, em 
que a diferença de energia de formação, entre produtos e reagentes, determina a sua produção. 
Processos como transferências de elétrons (reações de oxidação e redução) estão entre as 
reações mais comuns nos seres vivos. Portanto, a diferença de energia de formação de CO2(g) 
e H2O(l) e da glicose C6H12O6, se reverte a nosso favor. 
18 
 
 
Neste experimento, serão estudadas algumas reações de oxidação e redução envolvendo 
metais e também halogênios. Atenção traga uma tabela de potenciais de oxidação e redução 
dos elementos químicos para o seu uso no relatório. 
 
Parte A- Procedimento: Uma simples série eletroquímica para alguns metais e hidrogênio. 
 
Use amostras dos metais: ferro, zinco, cobre e estanho e as soluções 0,1 mol L
-1
 de seus 
íons em solução, além de soluções de H
+
. Observe as possíveis reações de cada um desses 
metais com cada uma das soluções. Para cada combinação, use 2 mL da solução e uma pequena 
porção limpa do metal. Algumas das reações de metais com ácido são lentas. Nestes casos, 
aqueça o tubo num banho com água quente (~60 ºC). 
Faça uma tabela de todas as combinações e observe quais reações ocorreram. Baseado 
nos resultados, você será capaz de colocá-los em ordem de reatividade. Compare com o esperado 
pela série eletroquímica. Discuta possíveis diferenças e comente as possíveis fontes de erros. 
 
Parte B-Poder de oxidação dos halogênios 
 
Em tubos de ensaio coloque, separadamente, 2 mL de cada uma das três soluções dos 
halogênios: no primeiro, água de cloro (cloro dissolvido em água); no segundo água de bromo 
(bromo dissolvido em água) e no terceiro, solução aquosa de iodo. 
a) Adicione cerca de 1 mL do solvente orgânico em cada tubo, observe onde se localiza a 
fase orgânica e a água. Agite vigorosamente. Anote a cor da fase orgânica que contém o 
halogênio dissolvido. 
b) A dois tubos de ensaio coloque, separadamente, 2 mL de solução de Brometo 0,1 mol L
-1
 
e 2 mL de solução de I
-
 0,1 mol L
-1
. Adicione a cada tubo 1mL do solvente orgânico, agite 
o tubo e observe. Adicione em seguida 1mL de solução de água de cloro, agite e observe. 
Anote a cor da fase orgânica final nos 2 testes e compare com o que foi observado no item 
(a). 
c) Repita o procedimento anterior usando soluções de Cloreto e Iodeto em cada tubo. 
Adicione 1 mL do solvente orgânico e cerca de 5 gotas de água de bromo em cada tubo. 
Agite vigorosamente e compare a coloração da fase orgânica com a que foi observada no 
item (a). 
d) Repita o procedimento usando as soluções de Cloreto e de Brometo em cada tubo. 
Adicione 1 mL do solvente orgânico e cinco gotas de solução de iodo. Agite 
vigorosamente e compare a coloração da fase orgânica com a que foi observada no item 
(a). Faça, como na Parte A, um quadro que envolva as reações e tire conclusões sobre 
melhor oxidante, melhor redutor, etc. 
 
O par Fe
3+ 
/ Fe
2+ 
Determine se o íon Fe
3+
 é um oxidante mais forte ou mais fraco que iodo e bromo em 
meio aquoso. Adicione 1 mL de solução de Fe
3+
 a 2 mL de soluções de I
-
 e Br
-
. A presença de 
Fe
2+
 poderá ser testada pela adição de um pouco de solução de ferricianeto de potássio, que 
originará uma cor azul profunda quando houver Fe
2+ 
em solução. Insira seu par Fe
3+
/ Fe
2+ 
na 
série eletroquímica dos halogênios 
A partir dos resultadosobtidos tente fazer uma tabela completa contendo a série de 
reatividade observada. Escreva todas as equações químicas balanceadas para todas as reações 
que ocorreram, tanto para as oxidações e reduções como para os testes de identificação. 
Procure em livros de química geral e de analítica qualitativa como se faz para balancear 
equações iônicas de oxidação e redução. São estas equações iônicas que devem aparecer no 
relatório. 
19 
 
 
Observações: NÃO JOGUE NENHUMA SOLUÇÃO NA PIA. Há frascos apropriados 
para descarte das soluções dos íons metálicos, os sólidos metálicos e as fases orgânicas. 
 
Referências 
5. Kotz, J.C.; Treichel Jr., P.; Chemistry and Chemical Reactivity, 3rd edition, Saunders 
College Publishing. Londres; 1996. 
6. Vogel, A.I. ; Química Analítica Qualitativa; Editora Mestre Jou, São Paulo; 1981. 
7. Swift, E.H.; Schaefer, W.P.; Qualitative Elemental Analysis; W.H. Freeman & Co., São 
Francisco; 1982. 
8. Alexéev, V.; Análise Qualitativa; Edições Lopes da Silva, Porto; 1982. 
9. Baccan, N.; Godinho, O. E. S.; Aleixo, L. M.; Stein, E.; Introdução à Semi-microanálise 
Qualitativa; Editora da UNICAMP, Campinas; 1990. 
Mahan, B.H.; Química - Um Curso Universitário, Editora Edgard Blucher Ltda., São Paulo; 
1972. 
 
Experimento 6 
 
Síntese do Ácido Acetilsalicílico (ASPIRINA)
 
 
 A aspirina é o analgésico mais consumido no mundo, possuindo propriedades 
analgésica, antitérmica e antiinflamatória. Atualmente, existem outros medicamentos muito 
mais potentes que a aspirina e com menores efeitos colaterais. 
 Até por volta de 1763, dores de cabeças e febres eram curadas com chá de casca de uma 
árvore (Salix sp), o salgueiro ou com um chá das flores de um arbusto (Spiria sp). Mais tarde, 
isolou-se da casca de Salix, o glicosídio do ácido salicílico (daí o nome), que é a substância 
responsável pela ação terapêutica do chá. 
 O ácido salicílico é uma substância que irrita a mucosa gástrica, e por isso, Félix 
Hoffmann, um químico da Bayer em 1893, decidiu acetilar o ácido salicílico, produzindo a 
aspirina (a de acetil e spirin de Spirea) que é o ácido acetil salicílico. No organismo, tanto a 
aspirina quanto o glicosídio do ácido salicílico, produzem o ácido salicílico. 
 A síntese da aspirina se faz hoje, como há 100 anos, por acetilação do ácido salicílico. A 
reação da acetilação consiste na esterificação da função fenol do ácido salicílico com anidrido 
acético, em presença de gotas de ácido sulfúrico como catalisador. 
O ácido salicílico (ácido 1-hidróxi-benzóico ou AS) é um composto bifuncional, formado por 
um grupo um fenol (OH ligado ao anel benzênico) e um ácido carboxílico. Na presença de 
anidrido acético (AA), reage para formar o ácido acetilsalicílico (aspirina ou AAS) e gerando 
ácido acético (Ac) representado pela equação: 
 
 
 
 AS AA AAS Ac 
 
As várias etapas desta reação química estão esquematizadas abaixo: 
 
 
 
H2SO4 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ef/Aspirin_synthesis.png
20 
 
 
 
 
 
 Neste experimento, há etapas de síntese, purificação e verificação da pureza (que pode ser 
feita com o material bruto e purificado). Organize seu trabalho numa seqüência adequada para 
obter a maior quantidade de informações sobre todas as etapas sem prejudicar o rendimento 
do processo. Lembre-se que rendimento de reação envolve relação entre quantidades 
estequiométricas! 
 
Experimental 
 
Síntese: 
 Pese 2,0 g (0,015 mols) de ácido salicílico e coloque em um erlenmeyer de 125 mL. 
Adicione 5 mL (0,05 mols) de anidrido acético e 5 gotas de ácido sulfúrico concentrado 
(CUIDADO !!! Use a capela). Agite o frasco lentamente, até que o ácido salicílico seja 
dissolvido completamente. Em seguida, aqueça o frasco levemente em um banho de água 
(~40
o
C) por, pelo menos, 10 minutos. Deixe o frasco esfriar à temperatura ambiente. Durante 
este tempo o ácido acetilsalicílico começará a cristalizar a partir da mistura reacional. 
Se isto não acontecer, raspe as paredes do erlenmeyer com um bastão de vidro e resfrie a 
mistura em um banho de gelo até que ocorra a cristalização. Não adicione água até que a 
21 
 
 
formação dos cristais seja completa. Provavelmente, o produto aparecerá como uma massa 
sólida quando a cristalização for completa. Adicione 15 mL de água gelada ao erlenmeyer. 
Colete o precipitado por filtração a vácuo em um funil de Büchner até que os cristais estejam 
secos. 
 É comum obter o produto impuro, contendo resíduos de ácido salicílico e sub-produtos, 
tais como polímeros. Não é necessário calcular o rendimento bruto da reação. 
 
Teste de pureza: 
 1. Em 4 tubos de ensaio adicione 3 mL de água e coloque: no 1
o
 tubo ~ 1 mL de solução 
de fenol (20 % m/m); no 2
o
 tubo alguns cristais de AS, no 3
o
 tubo uma pequena porção de 
comprimido comercial de AAS triturado (triture em um almofariz usando pistilo) e no 4
o 
tubo 
alguns cristais de produto sintetizado. Junte cerca de 10 gotas de solução de FeCl3 a cada tubo 
e anote a cor. Se houver formação de um complexo Fe(III)-fenol será observada uma 
coloração que varia de vermelho à violeta, dependendo da concentração do fenol presente. 
Anote os resultados. 
2. Em um béquer de 100 mL prepare uma solução contendo 20 mL de água destilada e 7,0 mL 
de ácido clorídrico concentrado. Qual a concentração do ácido na solução resultante? 
Qual é o procedimento correto para o preparo desta solução? 
3. Coloque pequenas porções do comprimido comercial de AAS triturado em 3 tubos de 
ensaio e depois adicione10 mL água em um tubo, 10 mL da solução HCl preparada em outro 
tubo e 10 mL de solução saturada de NaHCO3. Anote os resultados. Repita as misturas 
substituindo o comprimido triturado por quantidade semelhante do produto sintetizado e anote 
os resultados para comparar. 
Os testes de pureza devem ser feitos com o produto bruto e o produto purificado. 
 
Purificação: 
 
 Nesta preparação, pode ser gerada uma pequena quantidade de produtos poliméricos. O 
AAS bruto será purificado por recristalização. O que é uma recristalização? 
 Transfira o produto bruto para um béquer de 150 mL e adicione 25 mL de uma solução 
que possa dissolver o sólido. Analise os resultados do item 3 para a escolha da solução que 
deverá ser usada. 
 Agite até que a dissolução seja completa. Filtre a solução com um funil de Büchner, para 
separar a solução contendo o AAS dissolvido, de sólidos indesejáveis e insolúveis, como 
polímeros de AAS formados na preparação. Lave o béquer e o funil com 5-10 mL de água. 
Mantenha o filtrado, uma vez que o produto de interesse está solubilizado nele. 
 Agora é preciso fazer com que o AAS, que está em dissolvido, volte a formar um sólido 
(precipitar). A partir dos resultados do item 3, o que pode ser adicionado ao filtrado para que 
isto ocorra? Tendo decidido o que fazer, e uma vez obtido o sólido, resfrie a mistura em banho 
de gelo e filtre o sólido em um funil de Büchner. Lave os cristais com água destilada (duas 
porções de aproximadamente 5 mL). O que deve ser usado para isto, água à temperatura 
ambiente ou gelada? 
 Coloque os cristais em um vidro relógio e deixe na estufa a 80
o
C para secar e depois pese 
o produto obtido para calcular o rendimento do processo. 
 Teste a presença de AS e fenol no sólido seco, como descrito anteriormente. Compare 
com o resultado do teste do comprimido comercial. 
 
Referências: 
22 
 
 
1. Pavia, D. L.; Lapman, G. M.; Kriz, G. Z.; Introduction to Organic Laboratory: 
Techniques a Contemporary Approach, 2
º 
ed., Saunders, London, 1982. 
 
Experimento 7 
 
Separação de Substâncias porCromatografia em Papel 
 
O objetivo deste experimento é realizar a separação dos pigmentos que compõem uma 
determinada cor. 
A cromatografia é um método físico-químico de separação.Está fundamentada na 
migração diferencial dos componentes de uma mistura, que ocorre devido a diferentes 
interações, entre duas fases imiscíveis, a fase móvel e a estacionária. A grande variedade de 
combinações entre fases móveis e estacionárias a torna uma técnica extremamente versátil e 
de grande aplicação. 
A cromatografia em papel é uma técnica de adsorção líquido–líquido. Onde a fase 
estacionária está representada pela água que está retida na celulose do papel e a fase móvel é o 
solvente que será utilizado na corrida. 
A Figura 01 mostra um cromatograma obtido por cromatografia em camada delgada 
(fase estacionária é a sílica) no qual se pode observar a diferença de afinidade das substâncias 
1, 2 e 3 pela fase estacionária, sendo a substância 1 a que possui maior afinidade pela fase 
estacionária, enquanto que, a substância 2 é a que possui maior afinidade pela fase móvel. O 
parâmetro mais importante a ser considerado em cromatografia é o fator de retenção (Rf), o 
qual é a razão entre a distância percorrida pela substância em questão e a distância percorrida 
pela fase móvel. 
Para o cálculo do valor de Rf mede-se a distância que a substância deslocou a partir do 
ponto de aplicação (1 cm da base), considerando-se para efeito de medida o centro de 
gravidade da mancha, e divide-se pela distância percorrida por cada substância. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 01: Determinação de Rf de três substâncias através do cromatograma em 
camada fina 
 
Calculando o Rf da substância 2  
 
 
 
 
Procedimento experimental 
Parte 1 
23 
 
 
 Corte o papel de filtro em tiras de 10,6 cm x 6 cm, trace uma linha acima da parte 
inferior do papel cromatográfico (aproximadamente 1 cm da base menor). Com a caneta 
hidrocor, faça uma aplicação rápida em cima da linha, com as seguintes corres: verde, 
azul, amarelo, vermelho, laranja e marrom, respectivamente. Colocar a tira de papel em 
um béquer contendo um pouco da solução saturada de NaCl, de forma que, o ponto feito 
com a caneta hidrocor não entre em contato com esta solução. O papel deverá ficar 
suspenso por um clipe (Figura 02). Remova-o quando o solvente estiver a 1 cm da parte 
superior do papel e deixe-o em uma superfície limpa e seca, preferencialmente em um 
papel toalha branco. Trace uma linha onde o solvente parou. Deixe o papel secar. 
Determine o valor de Rf de cada mancha. 
 
 
 
 
 
Figura 02: Procedimento para realizar uma corrida cromatográfica 
 
Parte 2 
 
Nesta etapa do experimento você irá fazer a extração dos pigmentos de um vegetal. 
 
Materiais: Gral e pistilo, Béquer, Vidro de relógio, Bastão de vidro, Capilar de vidro, 
Espinafre, Etanol, Hexano e Papel de filtro. 
 
A clorofila é facilmente identificada nas plantas, pois é a responsável pela coloração verde 
das mesmas. A clorofila A é a mais abundante no reino vegetal, sendo encontrada, juntamente 
com a clorofila B, numa proporção de 3:1, respectivamente. O mais conhecido dos carotenos 
é o -caroteno, com ampla ocorrência no reino animal e vegetal, sendo normalmente 
encontrado nas plantas, junto com a clorofila. É o mais importante dos precursores da 
vitamina A e utilizado como corante na indústria alimentícia. As estruturas das clorofilas A e 
B e a do -caroteno são ilustradas abaixo. 
 
24 
 
 
 
 
Clorofila A e B 
 
 
β - Caroteno 
 
 
O experimento envolve a extração das clorofilas e carotenos presentes no espinafre com o 
auxílio de solventes e posterior emprego de técnicas cromatográficas para a visualização e 
separação desses componentes. 
 
Parte experimental 
- Colocar aproximadamente 50 g de folhas de espinafre picadas no gral. Adicionar etanol e 
macerar para extrair os componentes. 
- Recortar tiras do papel de filtro com 1,5-2,0 cm de largura e 5-6 cm de comprimento. Fazer 
uma marca com o lápis a 1 cm da base do papel. 
- Colocar hexano no béquer tal que a altura do solvente não ultrapasse 0,5cm. Tampar o 
béquer com o vidro de relógio. 
- Recolher um pouco do extrato no tubo capilar. 
- Colocar o capilar com o extrato em contato com o papel a 1cm de distância da base (na 
altura da marca). A aproximação do tubo deve ser realizada perpendicularmente à folha do 
papel de filtro. Esperar secar o solvente e repetir o procedimento mais duas ou três vezes. 
- Colocar o papel com o extrato no béquer e tampar com o vidro de relógio. 
- Retirar o papel do béquer quando a frente de eluição estiver a 0,5cm da borda superior do 
papel. 
- Observar as manchas, anotar os resultados e discutir. Observação: faça um desenho do papel 
com as manchas. 
 
Referências 
25 
 
 
1. Degani, A. L. G.; Cass, Q. B.; Vieira, P. C., Quím. Nova Esc., 1988, 7, 21-25. 
2. Collins, C.H.; Braga, G.L. E Bonato, P.S. Introdução a métodos cromatográficos. 5ª ed. 
Campinas: Editora da Unicamp, 1993. 
3. Fraceto, L. F.; Lima, S. L. T., Quím. Nova Esc., 2003, 18, 46-48. 
 
Experimento 8 
 
Síntese de Biodiesel 
 
Óleos vegetais têm demonstrado um potencial favorável na obtenção de um combustível 
alternativo para os motores diesel. O uso de óleos vegetais como combustível não é um conceito 
novo; a primeira referência é de 1911, quando o próprio Rudolf Diesel enalteceu a utilização do 
óleo de amendoim nos motores desenvolvidos por ele 
1
. 
O biodiesel é um combustível renovável que pode ser produzido a partir de óleos 
vegetais, gordura animal, óleo de fritura usado e alguns subprodutos das indústrias de papel
2
. 
Muitos estudos demonstraram que o biodiesel pode ser utilizado como combustível para 
alimentar motores movidos a diesel, sem a necessidade de qualquer modificação mecânica. Tais 
motores podem funcionar com biodiesel puro ou com uma mistura deste e diesel de petróleo
3
. 
Além de ser biodegradável e não apresentar nenhum conteúdo de enxofre e 
hidrocarbonetos aromáticos, o biodiesel possui um número de cetano maior que o diesel comum 
e pode ser utilizado como um aditivo. 
Nas últimas duas décadas, várias tecnologias foram desenvolvidas para a produção de 
ésteres alquílicos graxos, ou biodiesel como são normalmente conhecidos. A transesterifcação ou 
alcoólise de triglicerídeos (Figura 10.1) é o processo que tem mostrado uma melhor relação 
custo-benefício
4
. 
 
 
 
 
 
Este tipo de reação pode ser catalisada por ácidos ou bases e os catalisadores podem ser 
homogêneos ou heterogêneos. Ácidos de Brönsted, como HCl, H2SO4 e ácidos sulfônicos são os 
mais usados. Na transesterificação catalisada por ácidos pode ocorrer uma reação secundária, a 
hidrólise dos triglicerídeos, devido à água do meio reacional
4
. 
Embora a transesterificação em meio ácido tenha alto rendimento, a catálise alcalina é 
preferível em processos industriais porque catalisadores alcalinos são mais facilmente 
manipuláveis e menos corrosivos. Porém, reações de transesterificação de óleos vegetais em 
meio alcalino produzem sabões pela neutralização dos ácidos graxos livres e pela saponificação 
26 
 
 
dos triglicerídeos. Essas reações secundárias são indesejáveis, pois consomem parte do 
catalisador, diminuem o rendimento da transesterificação e dificultam o processo de separação 
da glicerina para a purificação do biodiesel. Os catalisadores alcalinos mais usados são 
hidróxidos e alcóxidos de sódio ou de potássio 
 
 
 
 
Parte Experimental: 
Material 
 Placa de agitação 
 Barra magnética 
 Erlenmeyer de 125 mL 
 Béquer de 500 mL 
 Pipeta graduada de 10 mL com pêra 
 Béquer de 50 mL 
 Papel alumínio 
 Termômetro 
 
Reagentes 
 Metanol P.A tratado ou grau espectroscópico 
 Hidróxido de Potássio (KOH) 
 Óleo de Soja 
 NaCl solução saturada 
 NaCl sólido 
 
 
 
 
 
 
Procedimento: 
 
 Em um Erlenmeyer de 125 mL seco, adicione 14,0 mL de metanol P.A. (MANIPULE 
EM CAPELA!!!) seguida de 1g de hidróxido de potássio, insiraa barra magnética no 
Erlenmeyer, cubra a boca do frasco com papel alumínio e ligue a agitação na placa. 
(ATENÇÃO: VERIFIQUE QUE O AQUECIMENTO DA PLACA ESTEJA 
DESLIGADO!!!). Após a completa dissolução do KOH no metanol, desligue a agitação e 
adicione 50,0 g de óleo de soja. Cubra a boca do Erlenmeyer com papel alumínio. 
 Use um Béquer grande com água para fazer um banho de aquecimento do Erlenmeyer 
que contém a mistura reacional. Use água suficiente para aquecer a mistura reacional, mas 
atenção, o Erlenmeyer não poderá ficar bioando na água. Aqueça o banho e mantenha a 
temperatura entre 50-55°C. Reinicie a agitação magnética mantendo-a por 60 min. 
Mantenha a agitação o mais intensa possível. 
 
 
 
 
 
Neste experimento, será utilizado METANOL que é um líquido VOLÁTIL e 
TÓXICO, por isso deve ser manipulado na CAPELA e com PÊRA de sucção. 
 
Nesse momento você pode passar a parte II do experimento. Monitore o tempo e 
não se esqueça de acompanhar a agitação e a temperatura. 
27 
 
 
 Após os 60 minutos de agitação da mistura reacional, transfira o conteúdo do 
Erlenmeyer para um funil de separação de 250 mL. Retirar a fase líquida inferior (glicerol) e 
descartar em frasco de polietileno adequado (frasco de descarte). 
 Em seguida a fase líquida superior (biodiesel) que permaneceu no funil deve ser 
lavada usando-se 2 porções de 100 mL de solução saturada de NaCl e 3 porções de 100 mL 
de água. Não agite muito para evitar a formação de emulsão!!!! 
 Ao final, após as 5 lavagens, transfira o restante da fase de biodiesel para um frasco de 
100 mL e adicione uma pequena porção de NaCl (1-2 g). Tampe o frasco, etiquete com o 
número do seu grupo e o nome dos participantes. Entregue aos professores e monitores. 
 
 
Referências 
 
1. . Lang, X.; Dalai A.K.; Bakhshi N.N.; Reaney M.J.; Hertz P.B.; Biores. Technol. 
2001,80, 53. 
2. Ali, Y.; Hanna, M.A.; Cuppett, S.L.; JAOCS 1995, 72, 1557. 
3. Graboski, M.S.; McCormick; R.L.; Prog. Energy Combust. Sci. 1998, 24, 125. 
4. Schuchardt, U; Sercheli, R.; Vargas, R.M.; J. Braz. Chem. Soc. 1998, 9, 199. 
5. Bryant, L.; Science 1965, 148, 211. 
 
Experimento 9 
Determinação da Acidez de Frutas Cítricas 
 
Uma forma de se determinar uma quantidade de substância é promover sua reação 
com outra substância que se conhecem várias propriedades. Quando as duas substâncias 
reagentes se encontram em solução, conhecendo-se a concentração da referência e também a 
estequiometria da reação que ocorre entre elas, a combinação de volumes conhecidos dessas 
duas soluções pode permitir determinar a concentração da substância sob investigação ou a 
sua quantidade, numa técnica denominada de titulação. 
A titulação é uma técnica extremamente poderosa e versátil, e consiste, basicamente, 
na determinação da quantidade de uma substância presente em uma amostra. Essa amostra 
pode ser de qualquer natureza; a dificuldade maior é abrir adequadamente essa amostra para 
a análise e utilizar um reagente apropriado. Basicamente faz-se reagir uma solução de 
concentração conhecida (titulante) com uma quantidade conhecida de amostra (titulado). A 
reação que ocorre pode ter ou não uma estequiometria conhecida. Quando o titulado contém 
apenas uma substância a ser titulada, a estequiometria é definida, mas matrizes mais 
complexas como alimentos em geral ou outras amostras naturais, mais do que uma substância 
pode estar reagindo com o titulante, aí o que se determina é a quantidade total de titulante 
gasto na titulação. 
Em sucos naturais, por exemplo, uma informação bastante relevante é o conhecimento 
da quantidade total de ácidos presentes (acidez total) e também a quantidade de vitamina C, 
também chamada de ácido ascórbico, uma importante substância na dieta humana. A acidez 
total de uma fruta diz respeito a todos os ácidos presentes, os quais são majoritariamente 
representados pelo ácido cítrico e em pequena parte pelo ácido ascórbico. 
A vitamina C, apesar de ter um caráter ácido em solução aquosa, não apresenta um 
grupo carboxílico em sua estrutura. Essa vitamina faz parte do sistema enzimático que 
controla as reações químicas em nossas células. As reações que fazem uso do ácido ascórbico 
são reações de oxidação e redução, ou seja, reações onde há transferência de elétrons. A 
vitamina C é encontrada naturalmente em muitos alimentos, especialmente em frutas cítricas. 
O material utilizado deve ser muito bem limpo ao final do experimento. Após 
terminar o experimento, lave toda a vidraria usada com água e detergente, enxague 
com água e por último enxague com etanol. 
 
28 
 
 
Nesse experimento estarão sendo determinadas a acidez em uma quantidade conhecida 
de um suco cítrico natural. Uma titulação ácido - base servirá para se determinar a acidez total 
do suco e uma titulação redox servirá para se determinar a quantidade de vitamina C no 
mesmo suco de frutas congeladas, ou naturais (limão, laranja, acerola, abacaxi), ou sucos 
comerciais preparados artificialmente e que contenham esses dois ácidos. 
 
Parte Experimental 
 
Parte 1- Padronização da solução de hidróxido de sódio. 
Pese, diretamente em um erlenmeyer, bem seco, entre 0,002 e 0,003 mols de ftalato 
ácido de potássio previamente seco a 100 ºC (que balança você irá usar?). Adicione um 
pouco de água destilada para dissolver o sólido (será necessário conhecer com precisão esse 
volume?). Acrescente três gotas de solução de fenolftaleína e titule com a solução de 
hidróxido de sódio até atingir o ponto final da titulação. Compartilhe esse dado com outras 
duas equipes. 
 
 
 
Parte 2- Padronização da solução de iodato de potássio. 
Pese, diretamente em um erlenmeyer de 125 mL, cerca de 15 mg (que balança você 
irá usar?) de ácido ascórbico. Adicione um pouco de água destilada (será necessário 
conhecer com precisão esse volume?) para dissolver o sólido. Acrescente três mililitros de 
solução de amido 3% e acidule com 5 mL de solução de ácido clorídrico 1 mol L
-1
. Adicione 
cerca de 1 grama de iodeto de potássio e agite para dissolver. Com agitação constante vá 
adicionando a solução de iodato de potássio (~ 1,0 x 10
-3
 mol L
-1
) contida na bureta. 
Enquanto houver vitamina C, o I2 liberado pela reação do iodato com o iodeto, estará sendo 
consumido. Quando toda a vitamina tiver acabado, o I2 produzido pelo iodato, em excesso, irá 
reagir com o amido. Ao primeiro sinal de mudança perceptível do meio reacional, pare com a 
adição de iodato e anote o volume gasto. Compartilhe esses dados com outras duas equipes. 
 
Parte 3– Determinação da acidez total do suco. 
 Transfira para um erlenmeyer de 125 mL, um volume bem conhecido (que 
instrumento você irá utilizar para medir esse volume?) do suco de laranja (10,0 mL) ou 
limão (5,0 mL) coados ou filtrados. Acrescente um pouco da água destilada para facilitar a 
movimentação do líquido no erlenmeyer (não é preciso conhecer bem esse volume, pois ele 
não entrará nos cálculos), adicione três gotas de fenolftaleína e titule com a solução de 
hidróxido de sódio padronizada, até atingir o ponto final da titulação. Repita o procedimento 
mais duas vezes. 
 
Parte 4- Determinação de Vitamina C. 
 
Transfira para um erlenmeyer de 125 mL, um volume de 25 mL (utilize uma pipeta 
volumétrica para tal) do suco de laranja ou limão, coados. Adicione 3 mL de solução de 
amido 3%, 1 grama de iodeto de potássio e 5 mL de solução de HCl 1 mol L
-1
. Proceda à 
titulação com a solução de iodato, como foi feito na parte 2. Repita o procedimento mais duas 
vezes. 
 
Observação- Trazer uma fruta para se determinar a quantidade de vitamina C (2 limões ou 2 
laranjas). Outras frutas são permitidas mas antes de processá-las é necessário conversar 
29 
 
 
com os professores. Para o caso do limão ou da laranja, ao espremer o suco, procure retirar a 
casca para evitar que o sumo vá para o líquido que vai ser titulado. 
 
O que vocêdeve saber: 
 
1. A fórmula estrutural do ácido ascórbico e do ácido cítrico. 
2. As necessidades diárias de vitamina C para um ser humano adulto. 
3. Além das funções enzimáticas, que outros importantes papéis a vitamina C 
desempenha no organismo. 
Para estas e outras questões, procure respostas em livros de Bioquímica. 
 
Relatório 
Você deve relatar todas as suas observações quantitativas e qualitativas. Deve 
comparar os seus resultados com os de seus colegas, tanto para situações idênticas como para 
casos de frutas diferentes. Deve calcular o número de mols de ácido cítrico e ácido ascórbico 
presente na amostra, procurando comparar com outras amostras e mantendo uma base comum 
de comparação. Determinar a quantidade (em miligramas) de cada ácido por 100 mL de suco. 
Deve pesquisar questões relativas aos fatores que influenciam a oxidação da vitamina C em 
sucos naturais extraídos. Explore todos os aspectos possíveis. Para isto procure informações 
em livros e revistas especializados. 
 
Referências 
 
1. Deavor, J.; Asleson, G.; Barton, J.; King, J.; Metz, C.; J. Chem. Educ., 1994, 71,113. 
2. Stryer, L.; Biochemistry, W. H. Freeman and Company, Nova Iorque,1995. 
3. Wilk, I. J.; J. Chem. Educ., 1976, 53, 41. 
4. Haddad, P.; J. Chem. Educ., 1949, 26, 362. 
5. McAlpine, R. K.; J. Chem. Educ., 1974, 51, 488. 
6. Silva, C.R.; Simoni, J.A.; Collins, C.H. and Volpe, P.L.O., J. Chem. Educ., 1999, 76, 
1421. 
7. Baccan, N.; Andrade, J.C.; Godinho, O.E.S.; Barone, J.S.; Química Analítica Quantitativa 
Elementar, 2
a
 ed., Editora Edgard Blucher, 1985. 
 
Experimento 10 
 
Estudo da Indução Fotoquímica de uma Reação Química 
 
Os filtros solares têm a função de evitar o contato dos raios UVA e UVB com a pele, 
formando uma barreira química ou física sobre a mesma. Os raios UVA incidem desde o 
nascer até o pôr-do-sol, atingem a pele profundamente, tornando-a ressecada, sem elasticidade 
e com rugas. Os raios UVB têm maior incidência entre 10 h e 15 h e provocam queimaduras e 
manchas. São os principais responsáveis pelo aparecimento de câncer de pele. 
Os filtros de proteção química nada mais são que loções contendo substâncias sensíveis 
aos raios UV. Estes raios, ao entrarem em contacto com essas substâncias “protetoras” são 
absorvidos por estas, não atingindo a pele. Neste processo as substâncias ativas sofrem 
reações químicas e por isso, ao longo do tempo, é necessário reaplicar o protetor. 
No experimento de hoje será estudada a ação da radiação luminosa na indução da reação 
de oxi-redução intrínseca do trioxalatoferrato(III) de potássio, [K3Fe(C2O4)3], em meio ácido. 
Esta substância, em solução aquosa ácida, ao receber luz sofre um processo químico de 
30 
 
 
oxidação e redução, o que poderia ser utilizado como uma analogia aos filtros solares. Esta 
analogia pode ser mais completa, se for levado em conta que esta reação ocorre em diferentes 
extensões (quantidade) dependendo do comprimento de luz utilizada. Num primeiro 
momento, a solução de ferrioxalato pode ser analogamente comparada ao papel que 
desempenha os filtros protetores solares e a decomposição que sofrem e num segundo 
momento podem ser comparadas às danificações que ocorrem a nível celular, enquanto que os 
filtros de papel celofane são comparados ao papel dos protetores UVA e/ou UVB. A questão 
da reaplicação do filtro protetor solar também pode ser explorada convenientemente se uma 
pequena analogia for utilizada nesse caso. 
 
Introdução 
A reação que ocorre com o trioxalatoferrato(III) de potássio pode ser esquematizada 
como: 
 
2Fe
3+
(aq) + C2O4
2-
(aq) → 2Fe
2+
(aq) + 2CO2(aq) equação 1 
 
 
Repare que esse é um processo onde há uma transferência de elétrons entre os íons Fe
3+
 e 
os íons C2O4
2-
, muito parecido aos processos que ocorrem nas células. Essa reação tem um 
rendimento quântico muito próximo de 1 em toda a faixa do espectro visível e também no 
ultravioleta, o que possibilita o seu uso como uma reação para calibração de actinômetros 
eletrônicos. Como foi visto anteriormente, esse é um composto de fácil preparação e 
purificação, o que é um atributo essencial para padrões químicos. 
A determinação da extensão da reação é feita pela determinação quantitativa do Fe
2+
 
produzido. Essa determinação é feita por espectrofotometria utilizando-se a 1,10-fenantrolina 
como complexante do íon Fe
2+
 em meio ligeiramente ácido. Essa determinação também é 
utilizada na determinação de ferro total em sistemas bioquímicos e ambientais. 
 
 
 
 
 
 
Procedimento: 
 
Dissolva 150 mg do K3[Fe(C2O4)3] em 100 mL de solução 0,05 mol L
-1
 de H2SO4. 
Utilize um balão envolto por papel alumínio. 
Tome cinco tubos de ensaio semelhantes. Envolva, até á borda superior, cada um desses 
tubos com um papel celofane: verde, amarelo, vermelho e azul. Prenda os papéis no fundo e 
na borda superior dos tubos utilizando pequenas tiras de fita adesiva transparente. Agora 
envolva completamente todos os tubos, inclusive aquele sem o papel celofane, em papel 
alumínio. 
Evitando, ao máximo, a luz ambiente, adicione, a cada tubo, 10 mL da solução preparada. 
Após preencher todos os tubos, retire o papel alumínio que os cobre e comece a cronometrar o 
tempo, deixando os mesmos expostos à luz ambiente (dentro do laboratório) de maneira 
uniforme, durante 60 min. 
Enquanto espera os 60 minutos de exposição, faça o espectro de absorção de luz para os 
diversos papéis celofane. Utilize uma cubeta vazia como branco no espectrofotômetro e meça 
as absorbâncias em intervalos de 20 nm, na faixa entre 400 e 700 nm. Para tal, corte uma tira 
31 
 
 
que encaixe perfeitamente na parte interior de uma das paredes da cubeta. Faça isto, apenas, 
para uma das cores. 
Decorridos os 60 minutos, envolva cada um dos tubos novamente com o papel alumínio, 
adicione, com precisão, 2 mL de solução tampão acético/acetato 2 mol L
-1
 (pH= 4,5) e, 
também com precisão, 2,0 mL de solução de 1,10-fenantrolina (1% m/v). 
AGITE VIGOROSAMENTE os tubos e deixe-os ao abrigo da luz por 15 min. 
Decorrido esse tempo, retire o papel alumínio de cada tubo e meça a absorbância de cada 
solução, em 510 nm. Lave bem a cubeta com água destilada e depois com um pequeno 
volume de solução a ser medida. Adicione agora a solução, seque as paredes da cela com 
papel higiênico e meça rapidamente a absorbância. Faça as medidas de absorbância das 
soluções na seqüência: vermelho, verde, amarelo, azul e sem papel. 
Não jogue fora as soluções restantes em cada tubo. Retire todas as proteções dos tubos, 
observe as cores. Deixe estas soluções expostas à luz do laboratório ou à luz natural fora do 
laboratório e observe o que ocorre com as mesmas, no decorrer do tempo. 
Referências 
1. Simoni, D.A., Andrade, J.C., Faigle, J.F.G., Simoni, J.A. , Quimica Nova 2002, 25(6), 
1034-1039. 
 
Experimento 11 
Cinética Química 
O estudo cinético de processos químicos ou biológicos é de extrema importância no 
entendimento da natureza, na previsão de catástrofes e no gerenciamento das atividades 
humanas em todas as áreas do conhecimento. De forma mais restrita, como por exemplo, no 
estudo da catálise enzimática, a quantidade de trabalhos científicos é imensa, todos fortemente 
justificados, o que nos leva a concluir sobre a importância desse tipo de estudo. 
No caso da atividade enzimática aplicada a processos industriais, por exemplo, várias 
questões devem ser respondidas para se avaliar o emprego ou não das mesmas no referido 
processo: Que concentração de enzima é necessária? Qual o tempo da reação? Qual a 
concentração do substrato a ser transformado? Qual a temperatura a ser utilizada? Qual o 
custo do processo? A partir dessas respostas e da opção pelo uso do processo catalisado, resta 
determinar em que ponto do tempo o processo de produção deve ser interrompido para que se 
tenha o maior lucro. Antes de entrar propriamente no assuntodo experimento, procure 
responder à pergunta: Numa indústria de biotecnologia seria importante o conhecimento de 
cinética química? 
Serão estudados alguns aspectos relacionados à rapidez com que um processo químico 
ocorre. No experimento, além dos aspectos relativos ao sistema químico, pretende-se 
evidenciar como se pode fazer um estudo cinético qualquer. Há muitas outras técnicas e 
procedimentos possíveis, porém escolheu-se um dos mais utilizados. 
Também o tratamento dos dados experimentais sugerido é um exemplo desse tipo de 
estudo. Esteja atento a esses detalhes, pois eles poderão ser muito úteis no exercício de sua 
profissão. Lembre-se: na Ciência não basta apenas explicar o fenômeno, é precisa provar com 
resultados adequados e confiáveis, é preciso compartilhar informações entre laboratórios e é 
exatamente isso que se propõe essa atividade. 
 
Introdução 
 
A cada instante, a velocidade da reação hipotética, 
 A + B  C + D equação 1 
32 
 
 
é simultaneamente igual à taxa de consumo de A e B e de produção de C e D, naquele 
momento. Porém, se fosse considerada a reação, também hipotética, 
 2 A + B  C + D equação 2 
a cada instante a velocidade da reação seria a taxa de consumo de B e de produção de C e D 
naquele momento, mas apenas a metade da taxa de consumo de A, já que este reagente é 
consumido duas vezes mais rápido do que o reagente B. De forma geral, para 
 a A+ b B  c C + d D equação 3 
a velocidade da reação é 
 
dt
Dd
ddt
Cd
cdt
Bd
bdt
Ad
a
v
][1][1][1][1
 equação 4 
onde a derivada d[A]/dt, por exemplo, é a taxa de variação da concentração do reagente A, 
com o tempo, no momento considerado. Os sinais negativos na equação, correspondentes aos 
reagentes, resultam do fato de que as concentrações deles diminuem com o tempo e, portanto, 
a um intervalo temporal positivo corresponde uma variação de concentração negativa, logo as 
velocidades correspondentes aos reagentes apresentam valores negativos, enquanto que 
aquelas referentes aos produtos são positivas (note-se que os coeficientes estequiométricos a, 
b, c e d são sempre positivos). 
As velocidades das reações dependem de vários fatores, entre eles a temperatura e a 
concentração dos reagentes. A dependência mais simples da velocidade da reação em relação 
à concentração dos reagentes é do tipo 
 v = k [A]
m 
[B]
n
 equação 5 
onde m e n não correspondem, necessariamente, aos coeficientes estequiométricos a e b da 
reação. A constante k é a constante de velocidade da reação, que varia com a temperatura. 
Quando, por exemplo, m=1 e n=2, a reação é de terceira ordem - primeira ordem em A e 
segunda ordem em B. Aqui será investigada a influência da concentração dos reagentes na 
velocidade de uma reação química, em temperatura constante e a influência da temperatura na 
velocidade. 
 A reação estudada será 
 S2O8
2-
(aq) + 2 I
-
(aq)  2 SO4
2-
 (aq) + I2(aq) equação 6 
Repare que nessa reação há o consumo de ambos os reagentes e a concomitante formação 
de iodo elementar. Para estudar a cinética dessa reação, pode-se acompanhar a concentração 
dos reagentes ou do iodo em função do tempo. Logo que os reagentes se misturam, a reação 
começa a ocorrer. Assim, eles estão sendo consumidos e o iodo sendo formado. Nossa 
estratégia consiste em adicionar, antes de misturar os reagentes, uma pequena quantidade e 
conhecida de tiosulfato de sódio ao meio reacional. O tiosulfato adicionado reage muito 
rapidamente com o iodo formado na reação principal e regenera o iodeto. A equação 7 mostra 
o que ocorre: 
 2 S2O3
2-
(aq) + I2(aq)  S4O6
2-
 (aq) + 2 I
-
(aq) equação 7 
33 
 
 
Enquanto houver tiosulfato o iodo não aparece. A coloração azul aparece no exato 
momento em que o tiosulfato acaba. Como se conhece quanto foi adicionado de tiosulfato e 
também a estequiometria dessa última reação, pode-se determinar quanto foi consumido dos 
reagentes no intervalo entre a mistura e o aparecimento da cor azul. Como a quantidade de 
tiosulfato é muito pequena, comparada à dos outros reagentes, muito pouco desses reagentes 
(persulfato e iodeto) são consumidos até que apareça a cor azul, o que permite considerar que 
essas concentrações não se alteram significativamente durante o processo, de modo a 
comprometer os resultados. Como os experimentos são realizados com o mesmo volume total 
de solução, a coloração azul sempre ocorrerá quando a mesma quantidade de tiosulfato tiver 
sido consumida. Deste modo, as quantidades que reagiram dos dois reagentes serão as iguais, 
independentemente das concentrações, até ao momento do surgimento da cor azul. O que 
altera é o intervalo de tempo. Se t for o intervalo entre o instante de mistura dos reagentes e o 
aparecimento da cor azul, a grandeza 1/t será proporcional à velocidade inicial média da 
reação, porque esta última será uma fração cujo denominador será t e cujo numerador será 
sempre a mesma variação nas concentrações de persulfato ou de iodeto, em todos os 
experimentos. 
 
Procedimento 
Os procedimentos 1 e 2 serão compartilhados com um outro grupo. Um grupo realiza a parte 
1 (Tabela 1) e o outro a parte 2 (Tabela 2). 
 
Parte 1- Estudo do efeito da concentração de iodeto na velocidade da reação 
 
Lave com água destilada e escorra e seque com papel, dez tubos de ensaio e numere cinco 
deles. Aos tubos numerados adicione as quantidades anotadas na Tabela 1: 
 
Tabela 1. Grupo 1 - Quantidades e condições experimentais (fazer duplicatas). 
Tubo Vol. KI / 
mL 
Vol. Na2S2O3 / 
mL 
Amido 
 
Vol. de KCl / 
mL 
1 3,0 1,0 5 gotas 0,0 
2 2,5 1,0 5 gotas 0,5 
3 2,0 1,0 5 gotas 1,0 
4 1,5 1,0 5 gotas 1,5 
5 1,0 1,0 5 gotas 2,0 
- Preencha os outros cinco tubos com 2,0 mL de persulfato de potássio. 
 
Parte 2- Estudo do efeito da concentração de persulfato na velocidade da reação. 
 
Lave com água destilada e escorra e seque bem dez tubos de ensaio e numere cinco deles. 
Aos tubos numerados adicione as quantidades de soluções constantes da Tabela 2: 
 
Tabela 2. Grupo 2 - Quantidades e condições experimentais (fazer duplicatas) 
Tubo Volume de Na2S2O8 / 
mL 
Volume de Na2SO4 / 
mL 
1 3,0 0,0 
2 2,5 0,5 
3 2,0 1,0 
4 1,5 1,5 
5 1,0 2,0 
 
34 
 
 
- Preencha os outros cinco tubos com uma solução contendo: 2,0 mL de iodeto de potássio
-
 , 
1,0 mL de tiosulfato de sódio e 5 gotas de amido. 
- Verifique o valor da temperatura ambiente. 
- Adicione a solução do tubo 1 à solução contida em um dos tubos não numerados e depois 
retorne todo o conteúdo ao tubo que continha a solução 1, enquanto isso marque o tempo 
para aparecer a cor azul a partir do momento da mistura inicial. Fique com um olho no 
relógio e outro no tubo de ensaio. Repita o procedimento, usando o tubo 2 e assim 
sucessivamente. 
Trabalhe com os tempos médios das duas determinações. O tempo médio neste caso é 
mais confiável do que um único tempo. 
Observação: a adição de cloreto de potássio ou de sulfato de potássio é necessária para se 
manter constante a força iônica do meio. 
 
Parte 3- Estudo do efeito da temperatura na velocidade da reação. 
Sabe-se que a temperatura tem influência na velocidade de uma reação. Para verificar 
como isto funciona utilize béqueres com água quente ou banho de água e gelo, controle a 
temperatura da reação. 
Anote o tempo de reação e a respectiva temperatura. Utilize as condições experimentais 
da terceira linha da tabela 1. Escolha dois valores de temperatura, uma abaixo e outra acima 
da ambiente, cerca de 10 graus. Observe que as temperaturas dos reagentes devem

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