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Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 1 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Capítulo I MECÂNICA DOS FLUIDOS I.1 Propriedade dos fluidos I.2 Estática e Cinemática I.3 Máquinas de fluxos I.1 Propriedade dos fluidos Mecânica dos fluidos é a ciência que estuda o comportamento físico dos fluidos, assim como as leis que regem esse comportamento. As bases lançadas pela Mecânica dos fluidos são fundamentais para muitos ramos de aplicação de engenharia. Dessa forma, o escoamento de fluidos em canais e condutos, a lubrificação, os esforços em barragens, os corpos flutuantes, as máquinas hidráulicas, a ventilação, a aerodinâmica e muitos outros assuntos lançam mão das bases da Mecânica dos Fluidos para obter resultados de aplicação prática. Fluido é uma substância que não tem uma forma própria , assume o formato do recipiente . Os fluidos são, portanto, os líquidos e os gases, sendo que estes ainda se distinguem dos primeiros por ocuparem todo o recipiente, enquanto os líquidos apresentam uma superficie livre. Algumas propriedades são fundamentais para a análise de um fluido e representam a base para o estudo da mecânica dos fluidos, essas propriedades são específicas para cada tipo de substância avaliada e são muito importantes para uma correta avaliação dos problemas comumente encontrados na indústria. Dentre essas propriedades podem-se citar: a massa específica, o peso específico e o peso específico relativo. • Viscosidade absoluta ou dinamica é a propriedade dos fluidos que permite equilibrar dinamicamente, forças tangencias externas quando os fluidos estiverem em movimentos. • Massa especifica 𝝆 é a massa do fluido por unidade de volume do mesmo. 𝜌 = 𝑚 𝑉 Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 2 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Unidades da massa específica MK*S→ 𝜌 = 𝑘𝑔𝑓.𝑠2 𝑚4 = 𝑢𝑡𝑚 𝑚3 MKS→ 𝜌 = 𝑁.𝑠2 𝑚4 = 𝑁 𝑚3 Peso especifico 𝜸 é o peso de fluido por unidade de volume. 𝛾 = 𝑃 𝑉 Pode-se deduzir uma relação simples: 𝛾 = 𝑃 𝑉 , 𝑚𝑎𝑠 𝑃 = 𝑚 × 𝑔 ⇒ 𝛾 = 𝑚 × 𝑔 𝑉 ⇒ 𝛾 = 𝜌 × 𝑔 Peso especifico relativo para os liquidos 𝜸𝒓 é uma relação entre o peso especifico do liquido e o peso especifico da água em condição padrão.Será adoptado que: 𝛾𝐻2𝑂 = 1000 𝐾𝑔𝑓 𝑚3 ⁄ = 10000 𝑁 𝑚3⁄ Representa a relação entre o peso específico do fluido em estudo e o peso específico da água. Em condições de atmosfera padrão o peso específico da água é 10000N/m³, e como o peso específico relativo é a relação entre dois pesos específicos, o mesmo é um número adimensional, ou seja não contempla unidades. Como a massa especifica e o peso especifico diferem por uma constante, conclui-se que a massa especifica relativa e o peso especifico relativo coincidem. Exemplo: O peso especifico relativo de uma substância é 0,8 Qual será o seu peso especifico? Solução: 𝛾𝑟 = 𝛾 𝛾𝐻2𝑂 → 𝛾 = 𝛾𝑟 × 𝛾𝐻2𝑂 = 0,8 × 1000 = 800 𝐾𝑔𝑓 𝑚3 Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 3 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Viscosidade cinemática é o quociente entre a viscosidade dinâmica e a massa especifica. 𝜈 = 𝜇 𝜌 Fluido ideal é aquele cuja viscosidade é nula. Por definição conclui-se que é um fluido que escoa sem perdas de energia por atrito. É claro que nenhum fluido possui essa propriedade. Fluido ou escoamento incompressível Diz-se que um fluido é incompressível se o seu volume não varia ao modificar a pressão. Isso implica o facto de que, se o fluido for incompressível, a sua massa especifica não varia com a pressão. É claro que na pratica não existem fluidos nessas condições. Os líquidos porém, têm um comportamento muito próximo a este e na prática, normalmente são considerados como tais. Mesmo os gases em certas condições em que são submetidos a variações de pressão muito grandes, podem ser considerados incompressiveis. Equação de estado dos gases Quando o fluido não poder ser considerado incompressível e ao mesmo tempo houver efeitos térmicos, haverá necessidade de se determinar as variações da massa especifica 𝝆 em função da pressão e da temperatura. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 4 Eng°Alberto Lopes Cungiqui P ρ = R × T ou ρ = P R × T Onde: P-Pressão absoluta R-Constante cujo valor depende do gás ( Para o ar 𝑅 ≅ 287 𝑚2 𝑠2×𝐾 ) T-Temperatura absoluta ( lembrar que a escala absoluta é a Kelvin K= ºC+273) Um processo é dito Isotérmico quando na transformação não há variação de temperatura. Nesse caso: 𝑃1 𝜌1 = 𝑃2 𝜌2 = 𝐶𝑡𝑒 Um processo é dito Isobárico quando na transformação não há variação de pressão. Nesse caso: 𝜌1𝑇1 = 𝜌2𝑇2 = 𝐶𝑡𝑒 Um processo é dito Isocórico ou isométrico quando na transformação não há variação de volume. Nesse caso: 𝑃1 𝑇1 = 𝑃2 𝑇2 = 𝐶𝑡𝑒 Exemplo: Numa tubulação escoa hidrogenio (𝑅 ≅ 4122 𝑚2 𝑠2×𝐾 )Numa secção (1) 𝑃1 = 3. 10 5 𝑁 𝑚2 𝑒 𝑇1 = 30℃ .Ao longo da tubulação, a temperatura mantem-se constante. Qual a massa especifica do gá snuma secção (2) em que 𝑃2 = 1,5. 10 5 𝑁 𝑚2 ? Solução: 𝑃1 𝜌1 = 𝑅 × 𝑇1 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝜌1 = 𝑃1 𝑅 × 𝑇1 , 𝑇1 = 20 + 273 = 303 𝐾 , 𝜌1 = 3. 105 4122 × 303 = 0,24 𝐾𝑔 𝑚3 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑇1 = 𝑇2 → 𝑃1 𝜌1 = 𝑃2 𝜌2 𝑜𝑢 𝜌2 = 𝜌1 𝑃2 𝑃1 = 0,24 × 1,5. 105 3. 105 = 0,12 𝐾𝑔 𝑚3 Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 5 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Exercicios 1-A viscosidade cinemática de um óleo é de 0,028 𝑚2 𝑠 e o seu peso especifico relativo é 0,85. Determinar a viscosidade dinamica em unidades dos sistemas MK*S(Técnico), CGS e SI (𝑔 = 10 𝑚 𝑠2 ) Viscosidade dinamica 𝜇 = 𝜏 𝑑𝑉 𝑑𝑦 , 𝑑𝑉 𝑑𝑦 − é 𝑜 𝑔𝑟𝑎𝑑𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒, 𝑜𝑢 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑉 𝑐𝑜𝑚 𝑦 MK*S (Técnico)→ 𝜇 = 𝐾𝑔𝑓.𝑠 𝑚2 MKS ou SI → 𝜇 = 𝑁.𝑠 𝑚2 CGS → 𝜇 = 𝑑𝑖𝑛𝑎.𝑠 𝑐𝑚2 = 𝑃𝑜𝑖𝑠𝑒, 1 𝐶𝑝𝑜𝑖𝑠𝑒 = 0,01 𝑝𝑜𝑖𝑠𝑒 Solução Dados 𝜈 = 0,028 𝑚2 𝑠 𝜈 = 𝜇 𝜌 𝛾 = 𝜌 × 𝑔 → 𝜌 = 𝛾 𝑔 𝛾𝑟 = 0,85 𝛾𝑟 = 𝛾 𝛾𝐻2𝑂 → 𝛾 = 𝛾𝑟 × 𝛾𝐻2𝑂 𝑔 = 10 𝑚 𝑠2 𝜇 = 𝜈 × 𝜌 = 𝜈 × 𝛾 𝑔 = 𝜈 × 𝛾𝑟×𝛾𝐻2𝑂 𝑔 --------------- 𝜇 =? No SI: 𝜇 = 0,028 × 0,85×10000 10 = 23,8 𝑁.𝑠 𝑚2 No CGS: 1 𝑑𝑖𝑛𝑎 = 0,00001𝑁 𝛾𝐻2𝑂 = 10 000 𝑁 𝑚3⁄ 𝛾𝐻2𝑂 = 1000 𝑑𝑖𝑛𝑎 𝑐𝑚3⁄ 𝑔 = 1000 𝑐𝑚 𝑠2⁄ , 𝜈 = 280 𝑐𝑚2 𝑠⁄ 𝜇 = 280 × 0,85×1000 1000 = 238 𝑑𝑖𝑛.𝑠 𝑐𝑚2 Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 6 Eng°Alberto Lopes Cungiqui 2- Sabendo-se que 1500kg de massa de uma determinada substância ocupa um volume de 2m³, determine a massa específica, o peso específico e o peso específico relativo dessa substância. Dados: 𝛾H2O = 10000N/m³, g = 10m/s². Solução 2) Um reservatório cilíndrico possui diâmetro de base igual a 2m e altura de 4m, sabendo-se que o mesmo está totalmente preenchido com gasolina (ver propriedades na Tabela), determine a massa de gasolina presente no reservatório. Exercíciospropostos 1) A massa específica de uma determinada substância é igual a 740kg/m³, determine o volume ocupado por uma massa de 500kg dessa substância. 2) Sabe-se que 400kg de um líquido ocupa um reservatório com volume de 1500 litros, determine sua massa específica, seu peso específico e o peso específico relativo. Dados: Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 7 Eng°Alberto Lopes Cungiqui 𝛾H2O = 10000N/m³, g = 10m/s², 1000 litros = 1m³. 3) Determine a massa de mercúrio presente em uma garrafa de 2 litros. (Ver propriedades do mercúrio na Tabela). Dados: g = 10m/s², 1000 litros = 1m³. 4) Um reservatório cúbico com 2m de aresta está completamente cheio de óleo lubrificante (ver propriedaes na Tabela). Determine a massa de óleo quando apenas ¾ do tanque estiver ocupado. Dados: 𝛾H2O = 10000N/m³, g = 10m/s². 5) Sabendo-se que o peso específico relativo de um determinado óleo é igual a 0,8, determine seu peso específico em N/m³. Dados: 𝛾H2O = 10000N/m³, g = 10m/s². I.2 Estática e Cinemática I.2.1.Estática A estática dos fluidos é a ramificação da mecânica dos fluidos que estuda o comportamento de um fluido em uma condição de equilíbrio estático, ao longo dessa aula são apresentados os conceitos fundamentais para a quantificação e solução de problemas relacionados à pressão estática e escalas de pressão. PRESSÃO Definição de Pressão A pressão média aplicada sobre uma superfície pode ser definida pela relação entre a força aplicada e a área dessa superfície e pode ser numericamente calculada pela aplicação da equação a seguir: P = F A Escalas de pressão Se a pressão for medida em relação ao vácuo ou zero absoluto, é chamada ‘pressão absoluta’;quando for medida adoptando a pressão atmosferica como referencia, Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 8 Eng°Alberto Lopes Cungiqui pé chamada ‘pressão efectiva’. A escala de pressões efectivas é importante, pois praticamente todos os aparelhos de medida de pressão (manómetro) registam zero quando abertos à atmosfera, medindo,portanto, a diferença entre a pressão do fluido e a do meio em que se encontram. Unidade de Pressão no Sistema Internacional Como a força aplicada é dada em Newtons [N] e a área em metro ao quadrado [m²], o resultado dimensional será o quociente entre essas duas unidades, portanto a unidade básica de pressão no sistema internacional de unidades (SI) é N/m² (Newton por metro ao quadrado). A unidade N/m² também é usualmente chamada de Pascal (Pa), portanto é muito comum na indústria se utilizar a unidade Pa e os seus múltiplos kPa (quilo pascal) e MPa (mega pascal). Desse modo, as seguintes relações são aplicáveis: 1N/m² = 1Pa 1kPa = 1000Pa = 10³Pa 1MPa = 1000000Pa = 106Pa Outras Unidades de Pressão Na prática industrial, muitas outras unidades para a especificação da pressão também são utilizadas, essas unidades são comuns nos mostradores dos manômetros industriais e as mais comuns são: atm, mmHg, kgf/cm², bar, psi e mca. A especificação de cada uma dessas unidades está apresentada a seguir. atm (atmosfera) mmHg (milímetro de mercúrio) kgf/cm² (quilograma força por centímetro ao quadrado) bar (nomenclatura usual para pressão barométrica) psi (libra por polegada ao quadrado) mca (metro de coluna d’água) Tabela de Conversão de Unidades de Pressão Dentre as unidades definidas de pressão, tem-se um destaque maior para a atm (atmosfera) que teoricamente representa a pressão necessária para se elevar em Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 9 Eng°Alberto Lopes Cungiqui 760mm uma coluna de mercúrio,assim, a partir dessa definição, a seguinte tabela para a conversão entre unidades de pressão pode ser utilizada. 1atm = 760mmHg 1atm = 760mmHg = 101230Pa 1atm = 760mmHg = 101230Pa = 1,0330 kgf/cm² 1atm = 760mmHg = 101230Pa = 1,0330 kgf/cm² = 1,01bar 1atm = 760mmHg = 101230Pa = 1,0330 kgf/cm² = 1,01bar = 14,7psi 1atm = 760mmHg = 101230Pa = 1,0330 kgf/cm² = 1,01bar = 14,7psi = 10,33mca Pressão Atmosférica e Barômetro de Torricelli Sabe-se que o ar atmosférico exerce uma pressão sobre tudo que existe na superfície da Terra. A medida dessa pressão foi realizada por um discípulo de Galileu chamado Evangelista Torricelli, em 1643. Para executar a medição, Torricelli tomou um tubo longo de vidro, fechado em uma das pontas, e encheu-o até a borda com mercúrio. Depois tampou a ponta aberta e, invertendo o tubo, mergulhou essa ponta em uma bacia com mercúrio. Soltando a ponta aberta notou que a coluna de mercúrio descia até um determinado nível e estacionava quando alcançava uma altura de cerca de 760 milímetros. Acima do mercúrio, Torricelli logo percebeu que havia vácuo e que o peso do mercúrio dentro do tubo estava em equilíbrio estático com a força que a pressão do ar exercia sobre a superfície livre de mercúrio na bacia, assim, definiu que a pressão atmosférica local era capaz de elevar uma coluna de mercúrio em 760mm, definindo desse modo a pressão atmosférica padrão. O mercúrio foi utilizado na experiência devido a sua elevada densidade, se o líquido fosse água, a coluna deveria ter mais de 10 metros de altura para haver equilíbrio, pois a água é cerca de 14 vezes mais leve que o mercúrio. O Barômetro de Torricelli Dessa forma, Torricelli concluiu que essas variações mostravam que a pressão atmosférica podia variar e suas flutuações eram medidas pela variação na altura da Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 10 Eng°Alberto Lopes Cungiqui coluna de mercúrio. Torricelli não apenas demonstrou a existência da pressão do ar, mas inventou o aparelho capaz de realizar sua medida, o barômetro como pode se observar na figura. Exercícios 1)-Uma placa circular com diâmetro igual a 0,5m possui um peso de 200N, determine em Pa a pressão exercida por essa placa quando a mesma estiver apoiada sobre o solo. 2) Determine o peso em N de uma placa retangular de área igual a 2m² de forma a produzir uma pressão de 5000Pa. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 11 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Exercícios Propostos 1) Uma caixa d'água de área de base 1,2m X 0.5 m e altura de 1 m pesa 1000N que pressão ela exerce sobre o solo? a) Quando estiver vazia b) Quando estiver cheia com água Dados: gH2O = 10000N/m³, g = 10m/s². 2) Uma placa circular com diâmetro igual a 1m possui um peso de 500N, determine em Pa a pressão exercida por essa placa quando a mesma estiver apoiada sobre o solo. 3) Converta as unidades de pressão para o sistema indicado. (utilize os fatores de conversão apresentados na tabela). a) converter 20psi em Pa. b) converter 3000mmHg em Pa. c) converter 200kPa em kgf/cm². d) converter 30kgf/cm² em psi. e) converter 5bar em Pa. f) converter 25mca em kgf/cm². g) converter 500mmHg em bar. h) converter 10psi em mmHg. i) converter 80000Pa em mca. j) converter 18mca em mmHg. 4) Converta as unidades de pressão para o sistema indicado. (utilize os fatores de conversão apresentados na tabela). a) converter 2atm em Pa. b) converter 3000mmHg em psi. c) converter 30psi em bar. d) converter 5mca em kgf/cm². e) converter 8bar em Pa. f) converter 10psi em Pa. Tecnologia de ComandoMáquinas & Motores Página 12 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Teorema de Stevin O teorema de Stevin também é conhecido por teorema fundamental da hidrostática e sua definição é de grande importância para a determinação da pressão atuante em qualquer ponto de uma coluna de líquido. O teorema de Stevin diz que “vvA diferença de pressão entre dois pontos de um fluido em repouso é igual ao produto do peso específico do fluido pela diferença de cota entre os dois pontos avaliados”, matematicamente essa relação pode ser escrita do seguinte modo: ∆𝑝 = 𝛾 × ∆ℎ Aplicação do Teorema de Stevin Avaliando-se a figura, é possível observar que o teorema de Stevin permite a determinação da pressão atuante em qualquer ponto de um fluido em repouso e que a diferença de cotas Dh é dada pela diferença entre a cota do ponto B e a cota do ponto A medidas a partir da superfície livre do líquido, assim, pode-se escrever que: ∆𝑃 = 𝜌 × 𝑔 × ∆ℎ , ∆ℎ = ℎ𝐵 − ℎ𝐴 , ∆𝑃 = 𝑃𝐵 − 𝑃𝐴 = 𝜌 × 𝑔 × (ℎ𝐵 − ℎ𝐴) 1)Um reservatório aberto em sua superfície possui 8m de profundidade e contém água,determine a pressão hidrostática no fundo do mesmo. Dados: 𝛾H2O = 10000N/m³, g = 10m/s². Solução: Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 13 Eng°Alberto Lopes Cungiqui 𝑃 = 𝜌 × 𝑔 × ℎ; 𝑃 = 𝛾 × ℎ → 𝑃 = 10000 × 8 = 80000 𝑃𝑎 Princípio de Pascal O Principio de Pascal representa uma das mais significativas contribuições práticas para a mecânica dos fluidos no que tange a problemas que envolvem a transmissão e a ampliação de forças através da pressão aplicada a um fluido. O seu enunciado diz que: “quando um ponto de um líquido em equilíbrio sofre uma variação de pressão, todos os outros pontos também sofrem a mesma variação”. Aplicações do Princípio de Pascal Pascal, físico e matemático francês, descobriu que, ao se aplicar uma pressão em um ponto qualquer de um líquido em equilíbrio, essa pressão se transmite a todos os demais pontos do líquido, bem como às paredes do recipiente. Essa propriedade dos líquidos, expressa pela lei de Pascal, é utilizada em diversos dispositivos, tanto para amplificar forças como para transmitilas de um ponto a outro. Um exemplo disso é a prensa hidráulica e os freios hidráulicos dos automóveis Elevador Hidráulico Os elevadores para veículos automotores, utilizados em postos de serviço e oficinas, por exemplo, baseiam-se nos princípios da prensa hidráulica. Ela é constituída de dois cilindros de seções diferentes. Em cada um, desliza um pistão. Um tubo comunica ambos os cilindros desde a base. A prensa hidráulica permite equilibrar uma força muito grande a partir da aplicação de uma força pequena. Isso é possível porque as pressões sobre as duas superfícies são iguais (Pressão = Força /Área). Assim, a grande força resistente (𝐹2) que age na superfície maior é equilibrada por uma pequena força motora (𝐹1) aplicada sobre a superfície menor ( 𝐹2 𝐴2 ⁄ = 𝐹1 𝐴1 ⁄ ) como pode se observar na figura. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 14 Eng°Alberto Lopes Cungiqui 𝐹2 𝐴2 ⁄ = 𝐹1 𝐴1 ⁄ 1)Na figura apresentada a seguir, os êmbolos A e B possuem áreas de 80cm² e 20cm² respectivamente. Despreze os pesos dos êmbolos e considere o sistema em equilíbrio estático. Sabendo-se que a massa do corpo colocado em A é igual a 100kg, determine a massa do corpo colocado em B. Solução: Exercícios Propostos Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 15 Eng°Alberto Lopes Cungiqui 1) Qual a pressão, em kgf/cm2, no fundo de um reservatório que contém água, com 3m de profundidade? Faça o mesmo cálculo para um reservatório que contém gasolina (peso específico relativo = 0,72). 2) O nível de água contida em uma caixa d’água aberta à atmosfera se encontra 10m acima do nível de uma torneira, determine a pressão de saída da água na torneira. Dados: gH2O = 10000N/m³, g = 10m/s². 3) As áreas dos pistões do dispositivo hidráulico mostrado na figura mantêm a relação 50:2. Verifica-se que um peso P colocado sobre o pistão maior é equilibrado por uma força de 30N no pistão menor, sem que o nível de fluido nas duas colunas se altere. Aplicando-se o principio de Pascal determine o valor do peso P. 4) A prensa hidráulica mostrada na figura está em equilíbrio. Sabendo-se que os êmbolos possuem uma relação de áreas de 5:2, determine a intensidade da força F. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 16 Eng°Alberto Lopes Cungiqui 5) Na prensa hidráulica mostrada na figura, os diâmetros dos tubos 1 e 2 são, respectivamente, 4cm e 20cm. Sendo o peso do carro igual a 10000N, determine: a) a força que deve ser aplicada no tubo 1 para equilibrar o carro. b) o deslocamento do nível de óleo no tubo 1, quando o carro sobe 20cm. I.2.2.CINEMÁTICA Definição A cinemática dos fluidos é a ramificação da mecânica dos fluidos que estuda o comportamento de um fluido em uma condição de movimento. Vazão Volumétrica Em hidráulica ou em mecânica dos fluidos, define-se vazão como a relação entre o volume e o tempo. A vazão pode ser determinada a partir do escoamento de um fluido através de determinada seção transversal de um conduto livre (canal, rio ou tubulação aberta) ou de um conduto forçado (tubulação com pressão positiva ou negativa). Isto significa que a vazão representa a rapidez com a qual um volume escoa. As unidades de medida adotadas são geralmente o m³/s, m³/h, l/h ou o l/s. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 17 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Cálculo da Vazão Volumétrica A forma mais simples para se calcular a vazão volumétrica é apresentada a seguir na equação mostrada. Qv = V t 𝐐𝐯 representa a vazão volumétrica, V é o volume e t o intervalo de tempo para se encher o reservatório. Método Experimental Um exemplo clássico para a medição de vazão é a realização do cálculo a partir do enchimento completo de um reservatório através da água que escoa por uma torneira aberta como mostra a figura. Considere que ao mesmo tempo em que a torneira é aberta um cronômetro é acionado. Supondo que o cronômetro foi desligado assim que o balde ficou completamente cheio marcando um tempo t, uma vez conhecido o volume V do balde e o tempo t para seu completo enchimento, a equação é facilmente aplicável resultando na vazão volumétrica desejada. Relação entre Área e Velocidade Uma outra forma matemática de se determinar a vazão volumétrica é através do produto entre a área da seção transversal do conduto e a velocidade do escoamento neste conduto como pode ser observado na figura a seguir. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 18 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Pela análise da figura, é possível observar que o volume do cilindro tracejado é dado por: 𝑉 = 𝑑 × 𝐴 Substituindo essa equação na equação de vazão volumétrica, pode-se escrever que: 𝑄𝑣 = 𝑑 × 𝐴 𝑡 A partir dos conceitos básicos de cinemática aplicados em Física, sabe-se que a relação d/t é a velocidade do escoamento, portanto, pode-se escrever a vazão volumétrica da seguinte forma: 𝑄𝑣 = 𝑣 × 𝐴 𝐐𝐯 representa a vazão volumétrica,v é a velocidade do escoamento e A é a área da seção transversal da tubulação. Relações Importantes 1m³ = 1000 litros 1h = 3600 s 1min = 60 s Área da seção transversal circular: 𝐴 = 𝜋×𝑑2 4 ; 𝜋 = 3,14 Vazão em Massa e em Peso De modo análogo à definição da vazão volumétrica é possível se definir as vazões em massa e em peso de um fluido, essas vazões possuem importância fundamental quando se deseja realizar medições em função da massa e do peso de uma substância. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 19 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Vazão em Massa A vazão em massa é caracterizada pela massa do fluido que escoa em um determinado intervalo de tempo, dessa forma tem-se que: 𝑄𝑚 = 𝑚 𝑡 Onde m representa a massa do fluido. Como definido anteriormente, sabe-se que 𝜌 = 𝑚 𝑉 , portanto, a massa pode ser escrita do seguinte modo: Assim, pode-se escrever que: Portanto, para se obter a vazão em massa basta multiplicar a vazão em volume pela massa específica do fluido em estudo, o que também pode ser expresso em função da velocidade do escoamento e da área da seção do seguinte modo: As unidades usuais para a vazão em massa são o kg/s ou então o kg/h. Vazão em Peso A vazão em peso se caracteriza pelo peso do fluido que escoa em um determinado intervalo de tempo, assim, tem-se que: 𝑄𝑊 = 𝑊 𝑡 Sabe-se que o peso é dado pela relação W= 𝑚 × 𝑔, como a massa é 𝑚 = 𝜌 × 𝑉, pode-se escrever que: W= 𝜌 × 𝑔 × 𝑉 Assim, pode-se escrever que: Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 20 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Portanto, para se obter a vazão em peso basta multiplicar a vazão em volume pelo peso específico do fluido em estudo, o que também pode ser expresso em função da velocidade do escoamento e da área da seção do seguinte modo: 𝑄𝑊 = 𝛾 × 𝑣 × 𝐴 As unidades usuais para a vazão em Peso são o N/s ou então o N/h. Exercícios 1) Calcular o tempo que levará para encher um tambor de 214 litros, sabendo-se que a velocidade de escoamento do líquido é de 0,3m/s e o diâmetro do tubo conectado ao tambor é igual a 30mm. Solução: 2) Calcular o diâmetro de uma tubulação, sabendo-se que pela mesma, escoa água a uma velocidade de 6m/s. A tubulação está conectada a um tanque com volume de 12000 litros e leva 1 hora, 5 minutos e 49 segundos para enchê-lo totalmente Solução: Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 21 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Exercícios Proposto 1) Uma mangueira é conectada em um tanque com capacidade de 10000 litros. O tempo gasto para encher totalmente o tanque é de 500 minutos. Calcule a vazão volumétrica máxima da mangueira. 2) Calcular a vazão volumétrica de um fluido que escoa por uma tubulação com uma velocidade média de 1,4 m/s, sabendo-se que o diâmetro interno da seção da tubulação é igual a 5cm. 3) Calcular o volume de um reservatório, sabendo-se que a vazão de escoamento de um líquido é igual a 5 l/s. Para encher o reservatório totalmente são necessárias 2 horas. 4) No entamboramento de um determinado produto são utilizados tambores de 214 litros. Para encher um tambor levam-se 20 min. Calcule: a) A vazão volumétrica da tubulação utilizada para encher os tambores. b) O diâmetro da tubulação, em milímetros, sabendo-se que a velocidade de escoamento é de 5 m/s.1 c) A produção após 24 horas, desconsiderando-se o tempo de deslocamento dos tambores. 5) Um determinado líquido é descarregado de um tanque cúbico de 5m de aresta por um tubo de 5cm de diâmetro. A vazão no tubo é 10 l/s, determinar: a) a velocidade do fluído no tubo. b) o tempo que o nível do líquido levará para descer 20cm. 6) Calcule a vazão em massa de um produto que escoa por uma tubulação de 0,3m de diâmetro, sendo que a velocidade de escoamento é igual a 1,0m/s. Dados: massa específica do produto = 1200kg/m³ 7) Baseado no exercício anterior, calcule o tempo necessário para carregar um tanque com 500 toneladas do produto. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 22 Eng°Alberto Lopes Cungiqui 8) A vazão volumétrica de um determinado fluído é igual a 10 l/s. Determine a vazão mássica desse fluído, sabendo-se que a massa específica do fluído é 800kg/m³ 9) Um tambor de 214 litros é enchido com óleo de peso específico relativo 0,8, sabendo-se que para isso é necessário 15 min. Calcule: a) A vazão em peso da tubulação utilizada para encher o tambor. b) O peso de cada tambor cheio, sendo que somente o tambor vazio pesa 100N c) Quantos tambores um caminhão pode carregar, sabendo-se que o peso máximo que ele suporta é 15 toneladas. I.3.Máquinas de fluxo SISTEMAS FLUIDOMECÂNICOS Denomina-se Sistema Fluido mecânico o conjunto formado por máquinas e dispositivos cuja função é extrair ou adicionar energia de um fluido de trabalho. Os sistemas fluido mecânicos são constituídos por: máquinas de fluido; sistemas hidráulicos e pneumáticos. As máquinas de fluido são agentes fornecedores ou receptores de energia mecânica, através da transformação da energia do/ao fluido nas formas de energia de pressão ou cinética. As máquinas de fluido dividem-se, em função do tipo de energia que predomina na transformação, em dois grandes grupos: 1. máquinas de fluxo; 2.máquinas de deslocamento. Nas máquinas de fluxo o escoamento do fluido é orientado por meio de lâminas ou aletas solidárias a um elemento rotativo – rotor. Nestas máquinas o fluido não está confinado dentro de sua carcaça, toda interação entre fluido e máquina resulta dos efeitos dinâmicos na corrente fluida. Nas máquinas de fluxo a energia transferida é substancialmente cinética,através da variação da velocidade do fluido entre as pás, desde a entrada até a saída do rotor, a baixa pressão ou baixos diferenciais de pressão. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 23 Eng°Alberto Lopes Cungiqui As máquinas de fluxo possuem algumas características marcantes: Funcionam, normalmente, com alta rotação; Relação entre potência e peso (= potência específica) elevada; Funciona com médias e baixas pressões de trabalho; Não operam eficientemente com fluidos de viscosidade elevada; Trabalha, com vazão contínua; No processo de transformação de energia predomina a energia cinética; Projeto e características construtivas complexas. As máquinas que fornecem ou extraem energia de um fluído de modo contínuo, sob a forma de um conjugado de um eixo rotativo, são denominados máquinas de fluxo CLASSIFICAÇÃO DAS MÁQUINAS DE FLUXO As máquinas de fluxo podem ser classificadas: Segundo o sentido de transmissão da energia Máquinas onde os fluidos cedem energia para a máquina, que a converte em trabalho mecânico. De um modo geral, destinam-se a acionar outras máquinas, principalmente, geradores de energia elétrica. Os tipos mais comuns são: Turbinas hidráulicas Moinhos de vento Rodas d’água Gerador eólico Máquinas que recebem trabalho mecânico, geralmente de outra máquina, que o converte em energia cedida para os fluidos, causando aumento na energia do fluido. São exemplos deste tipo: Bombas Ventiladores Turbocompressores Tecnologia de Comando Máquinas &Motores Página 24 Eng°Alberto Lopes Cungiqui A Figura 1, a seguir, esquematiza essa classificação Segundo a direção do escoamento do fluido - axiais – o escoamento é predominantemente na direção do eixo do rotor, conforme Figura 2c. Exemplo: ventiladores, hélices; - radiais – o escoamento é predominantemente na direção radial do rotor, conforme Figura 2a. Exemplo: bomba centrífuga; - mistas – o escoamento se processa na diagonal, parte axial e parte radial, conforme Figura 2b. Exemplo: turbina Francis. Segundo a forma dos canais entre as pás do rotor As máquinas de fluxo podem ser classificadas em: - máquinas de ação: são máquinas acionadas por um ou mais jatos livres de Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 25 Eng°Alberto Lopes Cungiqui alta velocidade. Cada jato é acelerado em um bocal separado do rotor. Nestas máquinas o rotor gira mesmo sem estar cheio de fluido e toda energia disponível do escoamento é convertida em energia cinética à pressão atmosférica. A Figura 3 mostra exemplos de máquinas de ação; Figura 3 – Exemplos de máquinas de fluxo de ação - máquinas de reação: são máquinas onde parte da energia do fluido é transformada em energia cinética antes da entrada no rotor, durante sua passagem por perfis ajustáveis (distribuidor), e o restante da transformação ocorre no próprio rotor. Nestas máquinas o rotor fica preenchido de líquido. A Figura 4 mostra exemplos de máquinas de reação. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 26 Eng°Alberto Lopes Cungiqui As máquinas de fluxo podem ser classificadas segundo vários critérios. Citamos dois: a) Conforme o sentido da transformação de energia. a1) O fluído cede energia à máquina, que transforma esta energia em trabalho mecânico. Ex.: turbinas, moinhos de vento, etc a2) A máquina cede energia ao fluído, resultando um aumento de energia do fluído. Ex.: bombas, ventiladores, compressores, etc. Capítulo II-Hidraulicas e Pneumáticas Bombas Bombas são máquinas geratrizes cuja finalidade é realizar o deslocamento de um líquido por escoamento. Sendo uma máquina geratriz, ela transforma o trabalho mecânico que recebe para o seu funcionamento em energia, que é comunicada ao líquido sob as formas de energia de pressão e cinética. Sendo uma máquina geratriz ela transforma o trabalho mecânico, que recebe para manutenção do seu funcionamento, em energias, potencial de pressão e cinética, que são cedidas ao líquido. Bombas volumétricas (ou de deslocamento positivo) Possuem uma ou mais câmaras, em cujo interior o movimento de um órgão propulsor comunica energia de pressão ao líquido, provocando o seu deslocamento. Proporciona então as condições para que se realize o escoamento na tubulação de aspiração até a bomba e na tubulação de recalque até o ponto de utilização. Classificação das bombas volumétricas Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 27 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Dois são os tipos de bombas volumétricas: as alternativas (ou de êmbolo) e as rotativas (não centrifugas). Bombas alternativas Nas bombas alternativas, o líquido recebe a acção das forças directamente de um pistão ou êmbolo (pistão alongado) ou de uma membrana flexível (diafragma). Podem ser de: Simples efeito: quando apenas uma face do êmbolo actua sobre o líquido. Duplo efeito: quando as duas faces actuam. Chamam-se ainda: Simplex: quando existe apenas uma câmara com pistão ou êmbolo. Duplex: quando são dois os pistões ou êmbolos. Triplex: quando são três os pistões ou êmbolos. Multiplex: quando são quatro ou mais os pistões ou êmbolos. Bombas de êmbolo Alternativas Pistão ou embolo Diafragma Simples efeito Duplo efeito Simplex Duplex Triplex Multiplex Rotativas Um só rotor Rotores múltiplos Palhetas Pistão rotativo Elemento flexível Parafuso simples Engrenagens (exteriores, interiores) Rotor lobular Pistões oscilatórios Parafusos (duplos, múltiplos) B om ba s vo lu m ét ri ca s Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 28 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Fazem parte das bombas volumétricas, pois nelas o líquido, sucessivamente, enche, por sucção, espaços existentes no corpo da bomba para em seguida, ser expulso pela acção do movimento alternativo do êmbolo que exerce forças na direcção do movimento do líquido. No curso de aspiração, o movimento do êmbolo tende a produzir o vácuo no interior da bomba, provocando o escoamento do líquido, que se acha no reservatório inferior, graças a acção da pressão exterior aí reinante, geralmente a atmosférica, que é superior a existente na câmara da bomba. É a diferença de pressão que provoca a abertura da válvula de aspiração e mantém fechada a de recalque. No curso da descarga o êmbolo exerce forças sobre o líquido, impelindo-o para o tubo de recalque, provocando a abertura da válvula de recalque, mantendo fechada a de aspiração. Esta bomba de êmbolo desloca o líquido nos dois sentidos. Nesta figura podemos observar uma bomba de duplo efeito. As bombas alternativas são de baixa velocidade. Elas têm demasiadas partes móveis para poderem funcionar bem a alta velocidade. Podem funcionar com altas pressões de descarga. As bombas de pistão ou êmbolo podem ser accionadas por vapor (Duplo efeito: simplex e duplex), motores de combustão interna ou eléctricos (Simples e duplo efeito: simplex, duplex, triplex e multiplex), operados por fluido ou mecanicamente (simplex, multiplex). Bomba de diafragma Quando se trata de líquidos corrosivos ou lamacentos poderá usar-se uma bomba de diafragma. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 29 Eng°Alberto Lopes Cungiqui O êmbolo mergulhante é protegido por um diafragma de borracha flexível. O diafragma está aparafusado a uma flange de cilindro. No caso de ficar danificado o diafragma pode ser retirado e substituído. Quando o êmbolo recua o diafragma flexível mantém certa pressão sobre o líquido de aspiração. Na figura seguinte está representada uma bomba de diafragma de alta pressão. O êmbolo sobe e desce numa câmara vedada cheia de fluido hidráulico. A câmara de bombagem está separada da câmara hidráulica pelo diafragma. Bombas rotativas Nas bombas rotativas, o líquido recebe a acção de forças provenientes de uma ou mais peças dotadas de movimento de rotação que, comunicando energia de pressão, provocam o seu escoamento. São de construção mais simples que as bombas alternativas e funcionam a velocidades mais elevadas. Ocupam menos espaço que uma bomba alternativa. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 30 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Existe uma grande variedade de bombas que satisfazem à essa designação genérica, entre as quais estudaremos algumas. Bomba de palhetas deslizantes As palhetas deslocam-se no interior de ranhuras de um cilindro giratório e, quandogastas são trocadas com facilidade. As palhetas deslizam para dentro e para fora do rotor. Quando as palhetas ao girar passam pelo orifício de admissão deslizam para fora do rotor enquanto mantém contacto com a parede da caixa. O líquido fica assim retido numa bolsa formada pela parede da caixa, pelas palhetas e pelo rotor. À medida que se vai processando a rotação, o líquido retido é empurrado para o orifício de descarga São muito usadas para alimentação de caldeiras. São auto-aspirantes e podem ser empregadas também como bomba de vácuo. Bomba de palhetas flexíveis O rotor possui pás de borracha de grande flexibilidade, que durante o movimento de rotação, se curvam, permitindo que entre cada duas delas seja conduzido um volume de líquido da boca de aspiração até à de recalque. Devem girar com baixa rotação, e a pressão que alcançam é reduzida. Na parte superior interna da carcaça existe um crescente para evitar o retorno do líquido ao lado da aspiração. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 31 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Bomba de parafuso simples Nesta bomba o líquido é deslocado por um único parafuso. Quando o parafuso gira matem contacto estreito com a espiral. Como o líquido fica retido entre o parafuso e a espiral é empurrado para diante pelo parafuso ao rodar. Bomba de engrenagens Quando as rodas giram, o líquido a bombear penetra no espaço entre cada dois dentes que se encontram do lado da aspiração e é aprisionado e conduzido até a boca de recalque da bomba. Podem ser construídas para trabalhos de alta pressão. Os dentes podem ser rectos ou helicoidais. Destinam-se ao bombeamento de substâncias líquidas e viscosas, lubrificantes ou não, mas que não contenham partículas ou corpos sólidos granulados. Bomba de ressalto ou de lóbulos A figura seguinte representa bombas rotativas de ressalto, cada bomba tem dois rotores (lóbulos) e estes, dois ressaltos cada. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 32 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Os rotores (lóbulos) estão montados em veios separados e giram em direcções opostas. O líquido entra na bomba por um orifício de admissão e fica retido entre a parede da caixa e os ressaltos rotativos. Os ressaltos retêm o líquido e deslocam-no para o orifício de descarga. É necessário alguma folga entre os ressaltos e a caixa. Durante a operação desta bomba, parte do líquido desliza para trás. Bomba de pistões oscilatórios Quando se pretende uma bomba rotativa com a qual se possa variar a descarga, pode-se usar a bomba rotativa de pistões, dos tipos radial ou axial. As de pistões radiais, oscilatórios ou rotativos de descarga variável constam de um tambor excêntrico ou rotor contendo orifícios cilíndricos onde são colocados os pistões e que gira no interior de uma caixa em torno de um pivot distribuidor fixo. Ao girar o rotor, a força centrifuga mantém os pistões em contacto com a parte cilíndrica interna da carcaça. Quando um pistão se aproxima do centro, descarrega líquido no pivot distribuidor central, e quando se afasta, forma o vácuo necessário para a aspiração. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 33 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Os canais de aspiração e recalque no pivot distribuidor são independentes, operando em sincronia com o rotor. Bomba helicoidal As bombas de parafuso ou helicoidal constam de dois ou mais parafusos helicoidais, conforme o tipo, e equivalem teoricamente a uma bomba de pistão com curso infinito. As bombas de parafuso conduzem líquidos e gases sem impurezas mecânicas. Giram com elevada rotação. Os dentes não transmitem movimento para não se desgastarem. O movimento se realiza com engrenagens localizadas em caixa com óleo ou graxa para lubrificação. São silenciosas e sem pulsação. Bombas centrífugas Estas bombas são caracterizadas por possuírem um órgão rotatório dotado de pás, chamado rotor, que exerce sobre o líquido forças que resultam da aceleração que lhe imprime. A finalidade do rotor é comunicar à massa líquida uma aceleração para aumentar sua energia cinética, realizando assim a transformação da energia mecânica de que está dotado. É, em essência, um disco munido de pás e pode ser aberto ou fechado. Estas bombas necessitam de outro órgão, o chamado difusor, onde é feita a transformação da energia cinética do líquido em energia de pressão, permitindo que seja elevado a grande altura. O difusor consta de uma série de canais de secção gradativamente crescente que produzem uma contínua e progressiva diminuição da velocidade do líquido que por eles escoa. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 34 Eng°Alberto Lopes Cungiqui A figura acima mostra um difusor de caixa colectiva que consiste numa caixa com forma anular de secção crescente, como um colector, que circunda o rotor. Funcionamento A bomba necessita ser previamente enchida com o líquido a bombear, isto é, deve ser escorvada. Logo que se inicia o movimento do rotor (impulsor ou impelidor) e do líquido contido em seus canais formados pelas pás, a força centrífuga decorrente desse movimento cria uma zona de maior pressão na periferia do rotor e consequentemente uma de baixa pressão na sua entrada, produzindo o deslocamento do líquido em direcção à saída dos canais do rotor e à boca de recalque da bomba. Estabelece-se o que se denomina um gradiente hidráulico entre a entrada e a saída da bomba em virtude das pressões nela reinantes. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 35 Eng°Alberto Lopes Cungiqui É na passagem pelo rotor que se processa a transformação da energia mecânica em energias de pressão e cinética, graças a acção da força centrífuga, e que são recolhidas pelo líquido. Quando existe o difusor, o líquido, ao sair do rotor, atravessa aquele dispositivo, onde é feita a transformação de uma parte de energia cinética em energia de pressão, e segue para a canalização de recalque. O nome de bomba centrífuga, dado a esse tipo, se deve ao facto de ser a força centrífuga a responsável pela maior parte da energia que o líquido recebe ao atravessar a bomba. Estas bombas são usadas no bombeamento de água limpa, água do mar, condensados, óleos, lixívias, para pressões até 16kg/cm2 e temperaturas de até 140ºC. Classificação e Características a) De simples estágio Nela existe apenas um rotor e, portanto, o fornecimento de energia ao líquido é feito em um único estágio (constituído por um rotor e um difusor). a.1 Aspiração simples ou unilateral Neste tipo, a entrada do líquido se faz de um lado e pela abertura circular na coroa do rotor. a.1.1 Rotor aberto a.1.2 Rotor fechado – Colector em espiral Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 36 Eng°Alberto Lopes Cungiqui a.2 Aspiração dupla ou bilateral O rotor é de forma tal que permite receber o líquidopor dois sentidos opostos, paralelamente ao eixo de rotação. O rotor tem uma forma simétrica em relação a um plano normal ao eixo e equivale hidraulicamente a dois rotores simples montados em paralelo, capaz de elevar, teoricamente, uma quantidade dupla de líquido, do rotor simples. a.2.1 Rotor fechado – Colector em espiral b) De múltiplos estágios – Com difusor de pás e colector Quando a altura de elevação é grande, faz-se o líquido passar sucessivamente por dois ou mais rotores fixados ao mesmo eixo e colectores e colocados em uma caixa cuja forma permite esse escoamento. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 37 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Características Uma bomba destina-se a elevar um volume de fluido a uma determinada altura, em um certo intervalo de tempo, consumindo energia para desenvolver este trabalho e para seu próprio movimento, implicando, pois, em um rendimento característico. Estas, então, são as chamadas grandezas características das bombas, isto é, Vazão Q, Altura manométrica H, Rendimento 𝛈 e Potência P. a)Altura manométrica ou carga – H Altura manométrica de uma bomba é a carga total de elevação que a bomba trabalha. É dada pela expressão: 𝐻 = ℎ𝑠 + ℎ𝑓𝑠 + ℎ𝑟 + ℎ𝑓𝑟 + 𝑣2𝑟 2𝑔⁄ Onde: H = altura manométrica total; hs= altura estática de sucção; hfs= perda de carga na sucção; hr = altura estática de recalque; hfr = perda de carga na linha do recalque; vr2/2g = parcela de energia cinética no recalque. b)Rendimentos b.1 Perdas de energia A quantidade de energia eléctrica a ser fornecida para que o conjunto motor- bomba execute o recalque, não é totalmente aproveitada para elevação do líquido, tendo em vista que não é possível a existência de máquinas que transformem energia sem Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 38 Eng°Alberto Lopes Cungiqui consumo nesta transformação. Como toda máquina consome energia para seu funcionamento, então, haverá consumo no motor, na transformação da energia eléctrica em mecânica e na bomba na transformação desta energia mecânica em hidráulica. b.2 Rendimento da bomba - 𝛈𝐁 Rendimento de uma bomba é a relação entre a potência fornecida pela bomba ao líquido (potência útil) e a cedida à bomba pelo eixo girante do motor (potência motriz). Uma bomba recebe energia mecânica através de um eixo e consome parcela desta energia no funcionamento de suas engrenagens, além do que parte da energia cedida pelo rotor ao líquido perde-se no interior da própria bomba em consequência das perdas hidráulicas diversas, da recirculação e dos vazamentos, de modo que só parte da energia recebida do motor é convertida em energia hidráulica útil. b.3 Rendimento hidráulico interno da bomba A relação entre a energia útil, ou seja, aproveitada pelo fluido para seu escoamento fora da bomba (que resulta na potência útil) e a energia cedida pelo rotor é denominada de rendimento hidráulico interno da bomba. b.4 Rendimento mecânico da bomba A relação entre a energia cedida ao rotor e a recebida pelo eixo da bomba é denominada de rendimento mecânico da bomba. b.5 Rendimento hidráulico total da bomba A relação entre a energia útil, ou seja, aproveitada pelo fluido para seu escoamento fora da bomba (potência útil) e a energia inicialmente cedida ao eixo da bomba é denominada rendimento hidráulico total da bomba e é simbolizada por 𝛈𝐁 b.6 Rendimento mecânico do motor Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 39 Eng°Alberto Lopes Cungiqui A relação entre a energia cedida pelo eixo do motor ao da bomba (que resulta na potência motriz) e a fornecida inicialmente ao motor é denominada de rendimento mecânico do motor, 𝛈𝐦. b.7 Rendimento total A relação entre a energia cedida pelo rotor ao líquido (que resulta na potência de elevação) e a fornecida inicialmente ao motor é chamada de rendimento total. É o produto 𝛈𝐁 . 𝛈𝐦.= 𝛈. Este rendimento é tanto maior quanto maior for a vazão de recalque para um mesmo tipo de bomba. c)Potência solicitada pela bomba – Pb Denomina-se potência motriz (também chamada de potência do conjunto motor- bomba) a potência fornecida pelo motor para que a bomba eleve uma vazão Q a uma altura H. Nestes termos temos: 𝑃𝑏 = 𝛾 × 𝑄 × 𝐻 𝜂 Onde Pb = potência em Kgm/s; 𝛾 = peso específico do líquido; Q = vazão em m3/s; H = altura manométrica; 𝜂 = rendimento total ( 𝛈𝐁 . 𝛈𝐦). Se quisermos expressar em cavalos-vapor - CV (unidade alemã) 𝑃𝑏 = 𝛾 × 𝑄 × 𝐻 75 𝜂 Ou em Horse-Power - HP (unidade inglesa, 1CV= 0,986HP) 𝑃𝑏 = 𝛾 × 𝑄 × 𝐻 76 𝜂 Curvas características da bomba É a representação gráfica em um eixo cartesiano da variação das grandezas características. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 40 Eng°Alberto Lopes Cungiqui De acordo com o traçado de H x Q as curvas características podem ser classificadas como: flat - altura manométrica variando muito pouco com a variação de vazão; drooping - para uma mesma altura manométrica podemos ter vazões diferentes; steep - grande diferença entre alturas na vazão de projecto e a na vazão zero (ponto de shut off ); rising - altura decrescendo continuamente com o crescimento da vazão. As curvas tipo drooping são ditas instáveis e são próprias de algumas bombas centrífugas de alta rotação e para tubulações e situações especiais, principalmente em sistemas com curvas de encanamento acentuadamente inclinadas. As demais são consideradas estáveis, visto que estas para cada altura corresponde uma só vazão, sendo a rising a de melhor trabalhabilidade. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 41 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Factores a ter em conta no arranque e funcionamento de uma bomba a) Partida – Verificar se a bomba está escorvada; caso não proceder a escorava. Fechar, antes da partida, fechar a válvula da tubulação de recalque que, após a partida, deve ser lentamente aberta para evitar uma acentuada aceleração da massa líquida contida na tubulação. b) Durante o funcionamento - Inspeccionar periodicamente as leituras do manómetro e do vacuómetro e a descarga da bomba para verificar se permanecem nos limites desejados. Examinar frequentemente os indicadores do funcionamento do motor eléctrico para controlar a potência que está sendo solicitada pela bomba. Verificar se aparecem ruídos ou vibrações indicadores de mau funcionamento que podem ser: perda da escorva ou defeito mecânico interno. Caso afirmativo parar imediatamente a bomba para remover a causa. c) Paragem - Antes de desligar o motor das bombas centrífugas fechar lentamente a válvula da tubulação de recalque, reduzindo, assim, o efeito da energia cinética que vai se transformando em energia de pressão. Cavitação Descrição do fenómeno Como qualquer outro líquido, a água também tem a propriedade de vaporizar-se em determinadas condições de temperatura e pressão. E assim sendo temos, por exemplo, entra em ebulição sob a pressão atmosférica local a uma determinada temperatura, por exemplo, a nível do mar (pressão atmosférica normal) a ebulição acontece a 100oC. A medidaque a pressão diminui a temperatura de ebulição também se reduz. Em consequência desta propriedade pode ocorrer o fenómeno da cavitação nos escoamentos hidráulicos. Chama-se cavitação o fenómeno que decorre, nos casos em estudo, da ebulição da água no interior dos condutos, quando as condições de pressão caem a valores inferiores a pressão de vaporização. No interior das bombas, no deslocamento das pás, ocorrem inevitavelmente rarefacções no líquido, isto é, pressões reduzidas devidas à própria natureza do escoamento ou ao movimento de impulsão recebido pelo líquido, tornando possível a ocorrência do fenómeno e, isto acontecendo, formar-se-ão bolhas de vapor prejudiciais ao seu funcionamento, caso a pressão do líquido na linha de sucção caia abaixo da pressão de vapor (ou tensão de vapor) originando bolsas de ar que são arrastadas pelo fluxo. Estas bolhas de ar desaparecem bruscamente condensando-se, quando alcançam zonas de altas pressões em seu caminho através da bomba. Como esta passagem gasoso-líquido é brusca, o líquido alcança a superfície do rotor em alta Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 42 Eng°Alberto Lopes Cungiqui velocidade, produzindo ondas de alta pressão em áreas reduzidas. Estas pressões podem ultrapassar a resistência à tracção do metal e arrancar progressivamente partículas superficiais do rotor, inutilizando-o com o tempo. Quando ocorre a cavitação são ouvidos ruídos e vibrações característicos e quanto maior for a bomba, maiores serão estes efeitos. Além de provocar o desgaste progressivo até a deformação irreversível dos rotores e das paredes internas da bomba, simultaneamente esta apresentará uma progressiva queda de rendimento, caso o problema não seja corrigido. Nas bombas a cavitação geralmente ocorre por altura inadequada da sucção (problema geométrico), por velocidades de escoamento excessivas (problema hidráulico) ou por escorvamento incorrecto (problema operacional). Devem ser tomadas as seguintes precauções: Pequeno valor da relação entre os diâmetros de entrada e de saída das pás. Número suficientemente grande de pás. Pequeno valor para a velocidade meridiana mas pequena largura, se tivermos fortes curvaturas à entrada. Pequeno valor para o ângulo das pás. Nas bombas de múltiplos estágios, pequeno valor para a altura de elevação a cargo de cada rotor. Associação de bombas centrífugas (série e paralelo) Na prática, quando se dispõe de mais de uma bomba, pode-se variar a altura manométrica ou a descarga, associando ou como se diz, acoplando as bombas. Esse acoplamento pode ser feito ligando as bombas em série ou em paralelo. a) Associação de bombas em série Todas as bombas são atravessadas sucessivamente pela mesma descarga, e cada uma fornecerá uma parcela da altura. Emprega-se este sistema, quando a descarga for praticamente constante e se desejar aumentar a altura mano métrica de elevação. A instalação deve ser feita de modo a poder fazer funcionar qualquer número de bombas independentemente. Na figura dever-se-ia ligar em primeiro lugar a bomba A só depois, a bomba B. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 43 Eng°Alberto Lopes Cungiqui b) Ligação de bombas em paralelo Consiste na disposição das tubulações de recalque de modo tal que, por uma mesma tubulação afluam as descargas de duas ou mais bombas funcionando simultaneamente. Manutenção Uma bomba deve ser inspeccionada periodicamente para poder operar eficientemente. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 44 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Devem inspeccionar-se os níveis de óleo para assegurarmos que há óleo suficiente para chegar a todos os pontos de lubrificação. O fluxo de óleo deve ser inspeccionado periodicamente para assegurar uma lubrificação adequada das partes móveis. Uma lubrificação adequada impede a fricção ou o desgaste e o sobreaquecimento. Para melhor assegurar uma operação contínua sem avarias o operador deve fazer as inspecções recomendadas, o registo da velocidade, o fluxo, pressões e temperaturas da bomba, isto ajuda a ver as alterações que ocorrem durante o funcionamento da bomba. O nível de água do sistema de arrefecimento e os níveis de óleo de lubrificação nos reservatórios devem ser verificados diariamente. Muitas partes móveis da bomba são lubrificadas pelo líquido de bombagem. No entanto, algumas partes nunca entram em contacto com o líquido que está a ser bombeado. Para lubrificar estas partes usam- se óleo e massa. Todas as linhas do sistema devem ser verificados pelo menos uma vez por dia para que não hajam perdas de combustível, óleo, água ou ar resultantes de fugas ou obstruções nas linhas. Durante as inspecções periódicas devem verificar-se as fugas do bucim da caixa de empanque da bomba. Um empanque gasto deve ser apertado ou substituído (É necessário uma certa folga entre as partes fixas e móveis de uma bomba. Se uma bomba não tivesse empanques poderia haver fugas de líquido através das folgas. Além de ser usado para controlar fugas, o empanque é usado para reduzir as folgas e o desgaste entre as partes fixas e as partes móveis da bomba). Os manuais de operação dos fabricantes contêm normalmente um resumo sobre a manutenção das bombas. Estas instruções sobre manutenção, devem juntar-se aos procedimentos adoptados pela Companhia para se conseguir uma manutenção e funcionamento eficiente de cada bomba. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 45 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Compressores Factores que condicionam a escolha da pneumática A pneumática é um meio de trabalho que permite alta velocidade de deslocamento, em condições normais entre 1 à 2 𝑚 𝑠⁄ , podendo atingir 10 𝑚 𝑠⁄ no caso de cilindros especiais e 500 000 rpm no caso de turbinas pneumáticas. Diferentemente dos sistemas puramente mecânicos ou electroelectrônicos, os elementos pneumátocos podem ser solicitados,em carga até parar,sem sofrer qualquer dano, voltando a funcionar normalmente tão logo cesse a reistência. CONSTITUINTES DE UMA REDE DE AR COMPRIMIDO Rede de ar comprimido é um circuito fechado de ar comprimido que mantém a pressão do ar igual a pressão reinante no interior do reservatório. Os elementos constituintes de uma rede de ar são: Compressor/Depósito Filtros Reguladores Lubrificadores Compressor/Depósito Como já foi visto, a pneumática utiliza-se do ar como fonte de energia para o accionamento de seus automatismos. Esse ar, entretanto, necessita de ser colocado em determinadas condições para a sua utilização. São elas: pressão adequada e qualidade (isenção de impurezas e humidade). A condição de pressão adequada é conseguida coma utilização de compressores, já para a qualidade utiliza-se de outros recursos como purgadores, secadores e filtros, que estudaremos a seguir. Compressores são máquinas que captam o ar na pressão atmosférica local, comprimindo-o até atingir a pressão adequada de trabalho. Podemos ainda defini-lo como sendo um equipamento como sendo um equipamento industrial concebido para aumentar a pressão de um fluido gasoso (ar, vapor de água, hidrogénio, etc.). Ao nível do mar a pressão atmosférica normal vale 1 atm. Em equipamentos pneumáticos, a pressão mais utilizadaé aquela que se situa na faixa de 6 bar ou seja 600 KPa. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 46 Eng°Alberto Lopes Cungiqui A função do compressor de ar é a de produzir ar a pressão de trabalho adequada e o ar depois é distribuído aos vários elementos do sistema pneumático através de tubagens apropriadas. As exigências de trabalho, em termos de pressão e de caudal de saída, conduziram ao desenvolvimento de diversos tipos de compressores. Dois são os principio conceptivos em que se fundamentam todas as espécies de compressores de uso industrial: Volumétrico e Dinâmico. Nos compressores volumétricos ou de deslocamento positivo, a elevação da pressão é conseguida com a redução do volume ocupado pelo gás. Os compressores dinâmicos ou turbo-compressores possuem dois órgãos principais: o rotor e o difusor. O rotor é um órgão rotativo munido de pás que transfere ao gás a energia recebida de um accionador. Os compressores de maior uso na industria são os alternativos, de palhetas, de parafusos, de lóbulos, centrifugas e axiais. Compressores Alternativos Esse tipo de máquina utiliza-se de um sistema biela-manivela para converter o movimento rotativo de um eixo no movimento translacional de um pistão ou embalo, como mostra a figura em seguida. Dessa maneira, a cada rotação do acionador, o pistão efetua um percurso de ida e outro de vinda na direção do cabeçote, estabelecendo um ciclode operação. Seu princípio funcional é de entendimento relativamente simples. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 47 Eng°Alberto Lopes Cungiqui O funcionamento de um compressor alternativo está intimamente associado ao comportamento das válvulas. Elas possuem um elemento móvel denominado obturador, que funciona como um diafragma, comparando as pressões interna e externa ao cilindro. O obturado da válvula de sucção se abre para dentro do cilindro quando a pressão na tubulação de sucção supera a pressão interna do cilindro, e se mantém fechado em caso contrário. O obturador da válvula de descarga se abre para fora do cilindro quando a pressão interna supera a pressão na tubulação de descarga, e se mantém fechado na situação inversa. Com isso temos as etapas do ciclo de funcionamento do compressor mostradas na figura a seguir: Compressor de Simples Ação Os compressores de um ou vários estágios, citados e exemplificados anteriormente,são compressores de simples ação. Essa denominação é dada em função de obterem a compressão do ar somente quando o êmbolo realiza seu movimento ascendente. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 48 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Compressor de Dupla Ação Diferentemente dos compressores de simples ação, os compressores de dupla acção possibilitam a compressão do ar em ambos os sentidos de deslocamento do êmbolo. Dessa forma, verifica-se que comparativamente aos anteriores, estes. apresentam maior eficiência, pois em um ciclo (descida e subida do êmbolo), comprimem maior volume de ar por unidade de tempo (figura abaixo) Compressores Rotativos São compressores que por meio de movimentos rotacionais de elementos internos promovem, de forma direta, a sucção e compressão do ar até que ele atinja a pressão de utilização. Estão subdivididos em três grupos: 1- compressores de palhetas; 2- compressores de parafuso; 3- compressores de lóbulos (Roots). Compressor de Palhetas O compressor de palhetas possui um rotar ou tambor central que gira excentricamente em relação à carcaça, conforme mostra a figura (a) em seguida esse tambor possui rasgos radiais que se prolongam por todo o seu comprimento e nos quais são inseridas palhetas retangulares, conforme é mostrado no detalhe da figura Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 49 Eng°Alberto Lopes Cungiqui (b). Quando o rotor gira, as palhetas deslocam-se radialmente sob a ação da força centrífuga e se mantêm em contacto com a carcaça. O gás penetra pela abertura de aspiração e ocupa os espaços definidos entre as palhetas. Novamente observando a figura, podemos notar que, devido à excentricidade do rotor e às posições das aberturas de aspiração e descarga, os espaços constituídos entre as palhetas vão se reduzindo de modo a provocar a compressão progressiva do gás. A variação do volume contido entre duas palhetas vizinhas, desde o fim da admissão até o início da descarga, define, em função da natureza do gás e das trocas térmicas, uma relação de compressão interna fixa para a máquina. Assim, a pressão do gás no momento em que é aberta a comunicação com a descarga pode ser diferente da pressão reinante nessa região. O equilíbrio é, no entanto, quase instantaneamente atingido e o gás descarregado. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 50 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Compressor de Parafuso Esse tipo de compressor possui dois ratores em forma de parafusos que giram em sentido contrário, mantendo entre si uma condição de engrenamento, conforme mostra a figura . A conexão do compressor com o sistema se faz através das aberturas de sucção e descarga, diametralmente opostas, tal como indica a figura Os parafusos geralmente possuem movimentos sincronizados através de engrenagens e não havendo contato metálico entre eles, é desnecessário o uso de lubrificantes. Com isso o ar fornecido não apresenta resíduos de óleo. Compressor de Lóbulos (Tipo Roots) É constituído por um cilindro (carcaça) e dois rotores descentrados, desenhados com precisão, a fim de que sejam constantemente tangentes ao cilindro (carcaça) e tangentes entre si. A figura mostra o funcionamento. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 51 Eng°Alberto Lopes Cungiqui As partes em cinza mostram o ar em diferentes fases. • Fase A: Aspiração, pois a cavidade cinza está em comunicação com a atmosfera. • Fase B: O ar (cinza) permanece na pressão atmosférica desde que as cavidades não estejam modificando seus volumes, apesar da rotação. • Fase C: Compressão, desde que haja diminuição do volume das cavidades cinzas. • Fase D: Descarga do ar, desde que haja a comunicação das cavidades cinzas com abertura de descarga. As vazões são maiores que a dos compressores alternativos a pistão, mas as pressões atingidas são menores (40N/cm2=4bar). Por isso, são comumente empregados em sistemas de transporte, medidores de fluxo e bombas de vácuo. Compressor Axial (Turbocompressor) Nesse compressor, o ar, ao ser admitido, é acelerado axialmente, ao longo do eixo, por uma série de lâminas (hélices) rotativas. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 52 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Compressor Radial (Centrífugo) É constituído por uma sucessão de rodas e pás colocadas em série sobre o mesmo eixo (figuras 2.12 e 2.13). O ar entrando pela tubulação de aspiração passa pela primeira roda dentro da qual é centrifugado e sua velocidade aumenta. Passa depois pelo difusor dentro do qual tem sua velocidade reduzida e sua pressão aumentada. Passa depois ao coletor para então ir à segunda roda dentroda qual será submetido à nova centrifugação. O ar é então submetido, desta forma, a um aumento progressivo de pressão desde a aspiração até a descarga. Esses equipamentos têm alta rotação (6000r.p.m.) e uma vazão muito grande, mas uma pressão de descarga pequena (20N/cm2=2bar). Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 53 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Filtros A função do filtro é a de remover impurezas e água, ou vapor de água, do ar que passa por ele. Basicamente o processo de filtragem está dividido em duas fases: 1. Filtragem primária Imprimindo um movimento de rotação ao ar comprimido que entra no filtro é possível remover, por acção da força centrífuga, as partículas mais pesadas: impurezas e gotículas de água. 2. Filtragem fina Fazendo de seguida passar o ar comprimido por um filtro cuja porosidade podemos alterar, é possível remover as impurezas mais pequenas. Os filtros normais têm porosidade entre 30 𝑒 70 𝜇𝑚. É possível no entanto encontrar filtros com porosidade até 3 𝜇𝑚. Reguladores de pressão A função do regulador de pressão é a de manter constante a pressão de trabalho, independentemente da pressão de trabalho da rede e do consumo de ar. A única exigência é a de que a pressão da rede deve ser superior à pressão de trabalho (como é óbvio). A figura seguinte representa um regulador de pressão de membrana. A pressão de trabalho é mantida, regulando a vazão (caudal) de ar que passa pelo regulador. A vazão é regulada pela posição da membrana, que por sua vez, resulta do equilíbrio d forças entre a força da mola M e a força sobre a membrana, exercida pelo ar comprimido à pressão de trabalho. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 54 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Os reguladores de pressão são actualmente electrónicos, nos quais a selecção da pressão de trabalho se faz usando um sinal analógico de entrada. A função de transferência entre a tensão de entrada e a pressão de saída é geralmente linear. Lubrificadores A tarefa do lubrificador é a de fornecer elementos lubrificantes ao ar que passa , permitindo assim a protecção dos elementos móveis do sistema contra desgaste, atrito e corrosão. Os lubrificadores funcionam, geralmente, segundo o princípio de Venturi. Introduzindo um estrangulamento na passagem do ar comprimido, aproveita-se a queda de pressão entre a entrada do estrangulamento (bocal) e o próprio estrangulamento para sugar óleo de um reservatório e mistura-lo com o ar que passa. Este efeito depende fortemente do fluxo de ar que passa pelo lubrificador. Um fluxo reduzido pode ser insuficiente para originar a diferença de pressão necessária para sugar o óleo. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 55 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Simbologia Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 56 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Cilindros Em pneumática o órgão de potência é o cilindro, utilizando como fonte de energia o ar sob pressão. Em termos de constituição o cilindro é muito simples: duas tampas, uma camisa (geralmente cilíndrica), um pistão ou êmbolo e uma haste (figura abaixo). Os cilindros podem classificar-se quanto ao tipo e quanto à classe da seguinte forma: Cilindros quanto ao tipo: Simples efeito – realizam trabalho útil num só sentido Duplo efeito - realizam trabalho útil nos dois sentidos Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 57 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Cilindros quanto à classe: Leve – êmbolo de pequeno diâmetro (até ~8 mm) e forças até ~30 N (a 7 bar). Média – êmbolos de diâmetros intermédios (até~50 mm) e forças até ~1200N (a 7 bar) Pesada – êmbolo de diâmetros grandes (até ~300 mm) e forças até 50 000N (a 7 bar) Especial – Membrana, dupla haste, torque,.. Os cilindros mais usados são os de duplo efeito (realizam trabalho em ambos os sentidos) de classe média e com amortecimento regulável em ambos os fins de curso. Cilindros de simples efeito Este tipo de cilindro são pressurizados num só lado, realizando, por essa razão, trabalho numa só direcção. O retorno é feito por intermédio de uma mola ou de uma força exterior. Apresentam-se de seguida, alguns exemplos deste tipo de cilindros: 1.Cilindro de êmbolo Este é provavelmente o cilindro de simples efeito mais usado. O êmbolo é feito de metal ou de material sintético. A vedação é feita por um material flexível alojado no êmbolo que se desliza na superfície do cilindro quando o êmbolo está em movimento. 2.Cilindro de membrana plana Neste tipo de cilindro, também conhecido por caixa de ar comprimido ou caixa de forças, o êmbolo é substituído por uma membrana de borracha ou material sintético. A haste está fixa no centro da membrana. O atrito provocado pela vedação deslizante que não existe neste cilindro, é substituído pela resistência à dilatação da membrana. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 58 Eng°Alberto Lopes Cungiqui 3.Cilindro de membrana de projecção Para obter cursos maiores que aqueles que é possível obter com a membrana simples ou plana, utiliza-se outro tipo de membrana: a membrana de projecção. A membrana é projectada pelo ar comprimido fazendo mover assim a haste. O atrito deste tipo de membrana é muito menor que a da membrana plana. Cilindro de duplo efeito Neste tipo de cilindro ambas as câmaras podem ser pressurizadas, o que permite realizar trabalho, tanto no avanço, como no retrocesso do cilindro. A única limitação ao comprimento do curso é a deformação por flexão e flambagem. Como as duas câmaras podem ser pressurizadas, o êmbolo está vedado de ambos os lados. Alguns exemplos deste tipo de cilindro: 1.Cilindro com haste passante de dois lados Este cilindro permite a utilização de uma ligeira carga lateral devido à existência de duas guias. Para além disso, a força exercida pelo embolo é igual em ambas as direcções, dado que a área de pressão(superfície livro do embolo) é a mesma de ambos os lados. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 59 Eng°Alberto Lopes Cungiqui 2.Cilindro de Tandem Este cilindro é usado em situações em que são necessárias forças elevadas em pequenos espaços. Basicamente, um cilindro Tandem é formado por dois cilindros de acção dupla, de forma, que quando pressurizamos ambas as câmaras de avanço, a força no êmbolo é o somatório de duas forças. 3.Cilindro rotativo É usado para transformar o movimento linear em movimento rotativo. O êmbolo está geralmente acoplado a uma haste dentada (cremalheira) a qual movimenta uma roda dentada. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 60 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Constituição Atendendo ao facto de que os cilindros mais usados são os de êmbolo de duplo efeito, descreve-se em seguida de forma algo pormenorizada a construção de um cilindro desse tipo. As suas partes fundamentais são: Tudo cilíndrico ⇒ Camisa; Tampa anterior e posterior ⇒ cabeçotes; Êmbolo; Haste Bucha de guia; Anel limpador; Peçasde adaptação e vedação. Camisa - Construída a partir de um tubo em aço trefilado a frio e sem costura. Para casos especiais que envolvem trabalhos descontínuos ou de possibilidade de corrosão acentuada, o cilindro é de alumínio ou de latão e aço, com o interior de crómio duro. Tampas -São normalmente construídas a partir de material fundido: alumínio fundido ou ferro maleável. A fixação é feita por intermédio de roscas, tirantes ou flanges. Haste - É construída geralmente de aço com protecção anti-corrosiva (crómio).As roscas são laminadas para evitar ruptura. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 61 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Anel circular - Colocado como tampa anterior, serve para vedar a haste do êmbolo. Bucha de guia - Construída a partir de bronze sintetizado ou material sintético metalizado, serve de guia da haste. Anel limpador - Tem a função de evitar a entrada de partículas de pó e sujidade no interior do cilindro. Duplo lábio - Tem a função de vedar ambas as câmaras do cilindro. Força do êmbolo A força exercida pelo êmbolo depende da pressão de trabalho do ar comprimido, do diâmetro do êmbolo e da resistência de atrito dos elementos de vedação. É a seguinte a expressão para a força do êmbolo (também conhecida por força efectiva): 𝐹𝑒 = 𝐹𝑡 − (𝐹𝑎 + 𝐹𝑚) Em que 𝐹𝑡 é a força teórica, 𝐹𝑎 é a força de atrito entre os elementos vedantes e a superfície do cilindro e 𝐹𝑚 é a força da mola (caso exista mola de retrocesso). Analisam- se de seguida, de forma breve, cada um destes componentes da força efectiva: 1.Força teórica -𝐅𝒕 Esta força é o resultado da acção do ar comprimido e depende exclusivamente da pressão de trabalho e do diâmetro do êmbolo. 𝐹𝑡 = 𝐴 × 𝑃 = 𝜋 × 𝑟 2 × 𝑃 = 𝜋 × 𝐷2 4 × 𝑃 Em que D é o diâmetro útil do embolo, P é a pressão de trabalho e A é a área do embolo. Se o embolo for de duplo efeito, a fórmula da força de retrocesso obtém-se a partir da anterior substituindo 𝐷2 por 𝐷2 − 𝑑2 em que d é o diâmetro da haste. 2.Força de atrito As forças de atrito entre os vedantes e as superfícies do cilindro e da haste podem absorver 3% a 20% da força teórica, para pressões de trabalho entre 4 a 10 bar. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 62 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Simbologia Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 63 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Distribuidores (Válvulas de distribuição) Constituição Distribuidores, válvulas distribuidoras ou válvulas de comando direccional são todas as válvulas que, ao receberem um impulso pneumático, mecânico ou eléctrico, permitem que haja fluxo de ar pressurizado para alimentar determinado (s) elemento(s) do automatismo. Também são válvulas de comando as que permitem controlar o fluxo de ar para os diversos elementos do sistema, mediante ajuste mecânico ou eléctrico, as que permitem o fluxo em apenas um sentido, os elementos lógicos, as controladores de pressão e as temporizadas. Válvulas são elementos que comandam, regulam, direcionam e bloqueiam o fluxo em um circuito. O entendimento de sua simbologia é a premissa básica para análise de diagramas pneumáticos, hidráulicos, eletro-hidráulicos e eletropneumáticos. São abrangidas em cinco grandes grupos, conforme sua função: a) direcionais; b) de pressão; c) de vazão (fluxo); d) de bloqueio; e) de fechamento. Destes, o principal grupo é o das válvulas direcionais, isto é, válvulas que interferem na trajectória do fluxo, desviando -o para onde for mais conveniente em um determinado momento. As válvulas podem ser classificadas quanto ao número de estados, quanto ao número de vias e quanto ao tipo de comando. Quanto ao número de estados Dois estados Três estados Quanto ao número de vias Duas (2) vias Três (3) vias Quatro (4) vias Cinco (5) vias Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 64 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Quanto ao tipo de comando (accionamento) A mudança entre as posições de uma válvula direcional depende de acionamentos externos, cuja indicação é incorporada adjacente ao símbolo da válvula. Costuma-se agrupar esses acionamentos quanto ao seu tipo em: ação muscular, ação mecânica, pressão, elétrico ou combinação entre estes. Manual Manípulo Botão Puxador Pedal Mecânico Rolete fixo Rolete móvel Haste sensível Botão Eléctrico Electroíman Electropneumático Pneumático Impulso positivo Impulso negativo Com prioridade Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 65 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Basicamente todas as válvulas são constituídas por uma estrutura mecânica (ou sintética) exterior, dentro da qual existe um mecanismo que se encarrega de todos os desvios de ar. Simbologia Para que haja praticidade e universalidade na elaboração e leitura de um diagrama,normalizam-se os símbolos pneumáticos a serem empregados. As normas usuais de simbologia são AB NT NBR 8896 e seguintes, DIN 24300 e ISO 1219. Algumas premissas importantes definem essa simbologia: Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 66 Eng°Alberto Lopes Cungiqui a) O símbolo não caracteriza a forma construtiva de um componente nem suas dimensões, caracterizam apenas sua função. b) As válvulas são simbolizadas por meio de quadrados. c) O número de quadrados indica o número de posições que a válvula pode assumir. d) Dentro de cada quadrado as vias de passagem de uma válvula são indicadas por linhas e setas. As setas, usualmente, indicam o sentido do fluxo. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 67 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 68 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Convenção de representação: Uma posição é representada por um rectângulo O número de rectângulos justapostos indica o número de posições Os orifícios são representados por pequenos traços colocados de fora do rectângulo, que definem a posição mais frequente (posição normal) As vias ou ligações estão indicadas por setas ligando orifícios. Os fechamentos estão indicados por um traço curto transversal formando um T, colocado no interior do rectângulo Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 69 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Distribuidores 2/2 (Duas vias e duas posições) Se comutarmos o pistão distribuidor para a direita, a passagem de ar entre as vias 1 e 2 fica desobstruída. Distribuidores 3/2 (Três vias e duas posições) Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 70 Eng°Alberto Lopes Cungiqui A válvulas 3/2 são muito utilizadas no controlo de cilindros de simples efeito, visto numa das suas posições, permitem a passagem entre as vias 1 e 3, ficando obstruída,e na outra posição permitem a passagem entre as vias 2 e 3, ficando a via 1 obstruída Distribuidores 4/2 (Quatro vias e duas posições) Este tipo de válvula também, tem quatro vias e duas posições. Distribuidores 5/2 (Cinco vias e duas posições) Este tipo de válvula é muito usado no controlo de cilindros de duplo efeito, pois combina as funções de distribuição de ar comprimido e de passagens livres, isto é, o ar comprimido é distribuído entre as vias 1-2 e 1-4, alternado passagens livres entre 4-5 e 2-3, respectivamente. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 71 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Aplicações Um sistema pneumático, necessita de unidades de controlo direccional que dirijam o ar sob pressão às várias entradas do sistema, de acordo com o modo de funcionamento desejado. O controlo direccional é realizado pelas válvulas. Exemplo: Comando de um cilindro de duplo efeito Um cilindro de duplo efeito é, como já se disse, actuado por ar comprimido nos dois sentidos, permitindo que se realize trabalho em cada um deles. No circuito da figura seguinte utilizam-se os seguintes componentes para comandar o avanço e o recuo de um cilindro de duplo efeito: 1. Duas válvulas 3/2 de comando manual por botão e retomo por mola. 2. Uma válvula 5/2 de comando pneumático duplo. Na situação representada na figura seguinte, a câmara (-) está a ser pressurizada originando o movimento do êmbolo para a esquerda. Observe-se em pormenor o que está a acontecer, Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 72 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 73 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Para que a haste avance é necessário pressurizar a câmara (+), e para isso, é preciso fazer com que B mude de estado. A válvula B muda de estado quando se actua em 𝐶1, como representado na figura anterior. Do circuito pode observar-se que a válvula 𝐶1 controla ou inicia o avanço da haste, e a válvula 𝐶2 controla o retomo da haste. De seguida, e ainda relativamente à figura anterior, simula-se o movimento de avanço, sabendo que o movimento de retorno é em tudo idêntico. Quando se deixa de pressionar 𝐶1 , o pistão interno dessa válvula volta à posição inicial (por acção da mola), permitindo a libertação do ar que originou a mudança de estado B. Admite-se aqui que a válvula B é bi-estável, isto é, as suas duas posições são estacionárias (é necessário um sinal de comutação para as fazer transitar de estado). Detectores (Sensores) Essencialmente, um sensor, deve detectar, transformar e transmitir o resultado da observação de um acontecimento físico, num sinal eléctrico, para posterior tratamento por sistemas de controlo. O termo sensor, é utilizado para designar sistemas conversores de uma energia não eléctrica, em energia eléctrica. Os tipos de sensores mais utilizados em Automação Industrial são: sensores de presença (indutivos, ópticos, capacitivos, ultra-sónicos, ...) sensores de posição (encoders,...) sensores de velocidade (taquímetros, resolvers, ...) sensores de pressão, força/aceleração, etc. Sensores de Presença Podemos dividir os sensores (ou detectores) de presença (ou proximidade) em dois tipos: Sensores de contacto mecânico 1. interruptores de pressão 2. micro switches 3. fins de curso Sensores sem contacto 1. inductivos 2. capacitivos Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 74 Eng°Alberto Lopes Cungiqui 3. ópticos Os sensores (detectores) são indispensáveis em qualquer instalação automática. São eles que permitem obter informação sobre o funcionamento dos vários sistemas e da evolução do processo a ser controlado. Então, por isso associados a missões de monitorização, supervisão e controlo. Um sensor é um dispositivo que recebe um sinal ou estímulo e responde com um sinal eléctrico que pode ser correlacionado com o estímulo. Os detectores são aparelhos ou máquinas cuja finalidade é a de assinalar a presença de uma substância ou de um corpo em determinado meio ambiente. Por outras palavras é um dispositivo que muda de estado na presença de um elemento ou de uma situação para o qual foi especificamente concebido. O trabalho que os físicos fazem para identificar a partícula que passou pelo detector é equivalente à maneira como alguém que estuda as pegadas deixada na lama. Tamanho, forma, direcção e profundidade da marca deixadas podem revelar o tipo de animal que a provocou. As partículas também deixam traços que a identificam. Mecanismo de posição de fugas ou sem contacto Os sensores de presença sem contacto são muito úteis, visto que não "exigem" o contacto com o objecto a detectar, permitindo grande flexibilidade de instalação, localização e operação. Assim, é possível minimizar a possibilidade de falha, isto é, não detectar um objecto. Para além disso, porque são normalmente electrónicos, permitem uma maior facilidade de ligação e integração em modernos sistemas de automação industrial. Por isso,é crescente a sua utilização na indústria. Existem dois tipos de montagens de sensores deste tipo: PNP e NPN. Os sensores do tipo PNP, admitem alimentação entre os terminais P (+DC) e N (comum ou terra), tendo uma saída com lógica positiva no segundo terminal P (+DC na presença do objecto e "comum" na sua ausência). Os sensores NPN, admitem alimentação entre os terminais N (-DC) e P(comum ou terra), tendo uma saída com lógica negativa no segundo terminal N (-DC na presença do objecto e "comum" na sua ausência). Sensores PNP - Positivo - Negativo - Positivo - São sensores que na saída dele eles jogam sinal positivo, ou seja, você alimenta ele com positivo, manda o negativo para ele (para funcionamento do circuito interno dele), e na saída dele tem sinal positivo.Sensores NPN - Negativo - Positivo -Negativo - É a mesma coisa que o PNP só que na saída dele tem sinal negativo. Detector de proximidade Existem diversos métodos de detecção de posição usados atualmente na indústria, desde os mais antigos (chaves fim-de-curso) aos mais modernos. http://pt.wikipedia.org/wiki/Aparelho http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1quina http://pt.wikipedia.org/wiki/Subst%C3%A2ncia http://pt.wikipedia.org/wiki/Corpo http://pt.wikipedia.org/wiki/Meio_ambiente http://pt.wikipedia.org/wiki/Fase_da_mat%C3%A9ria http://pt.wikipedia.org/wiki/Situa%C3%A7%C3%A3o Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 75 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Classificação dos sensores Conforme o tipo de tecnologia de detecção os sensores podem ser classificados em: Chaves Fim-de-Curso Sensores Magnéticos Reed Sensores Indutivos Sensores Capacitivos Sensores ópticos Sensores Indutivos Os sensores de proximidade indutivos são amplamente utilizados nos dias de hoje. Muitas das aplicações onde eram empregadas chaves fim-de-curso passaram a optar pelos sensores indutivos devido a sua detecção sem contato e alta vida útil. Princípio de Funcionamento Os sensores de proximidade indutivos funcionam gerando um campo eletromagnético à sua frente. Eles consistem de uma bobina sobre um núcleo de ferrite, um oscilador, um circuito de disparo de sinais de comando e um circuito de saída. Quando um objecto-alvo metálico ferroso ou não-ferroso penetra no campo, a perda de energia ocasionadapelas correntes de fuga no objecto resulta numa amplitude de oscilação menor. O circuito de disparo então reconhece esta mudança específica de amplitude e, dependendo da magnitude da mudança, gera um sinal de comando para o circuito de saída (dispositivo de estado sólido). A maioria dos sensores indutivos disponíveis no mercado é para a detecção de presença ou ausência, mas também se pode encontrar modelos que possuem uma saída analógica proporcional à distância do objecto à face sensora. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 76 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Sensores Blindados versus Não-Blindados Os sensores indutivos podem ser do tipo blindados e não blindados. A construção blindada inclui uma faixa metálica que envolve o conjunto núcleo de ferrite / bobina. Já os sensores não blindados não possuem essa faixa. Diversidade de Modelos Indutivos Atualmente há uma ampla gama de modelos com dimensões e formatos diferentes de sensores, o que permite a aplicação destes sensores em locais de dimensões reduzidas. Aplicação dos Sensores de Proximidade Indutivos A seguir, podemos ver algumas aplicações típicas para os sensores de proximidade indutivos, não descartando, porém o emprego desses para quaisquer outras. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 77 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Sensores Capacitivos Os sensores de proximidade capacitivos são dispositivos capazes de detectar a presença de objetos plásticos, líquidos, orgânicos e também os metálicos detectados pelos sensores indutivos. Princípio de Funcionamento Eles funcionam gerando um campo eletrostático criado por um oscilador controlado por capacitor, e detectando mudanças neste campo causadas por um alvo que se aproxima da face activa. As partes internas do detector consistem em uma ponta capacitiva, um oscilador, um rectificador de sinal, um circuito de filtragem e um circuito de saída. Na ausência de Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 78 Eng°Alberto Lopes Cungiqui um alvo, o oscilador está inactivo (não oscila). Quando o objecto a ser detectado se aproxima da face sensora ele aumenta a capacitância do circuito com a ponta de compensação até atingir um determinado valor, ativando o circuito oscilador e conseqüentemente o circuito de saída, fazendo com que o sensor comute seu estado, de “aberto” para “fechado” e vice-versa. A capacitância do circuito com a ponta de compensação é determinada pelo tamanho do alvo, sua constante dieléctrica e a distância até a ponta. Quanto maior o tamanho e a constante dielétrica de um alvo, mais este aumenta a capacitância. Quanto menor for a distância entre a ponta de compensação e o alvo, também maior será a capacitância. Sensores Blindados versus Não-Blindados Os detectores de proximidade capacitivos também podem ser blindados e não blindados. Os detectores blindados são mais indicados para a detecção de materiais de constantes dielétricas baixas (difíceis de detectar), devido a seu campo eletrostáctico altamente concentrado. Entretanto, isto também os torna mais suscetíveis a comutação falsa devido à acumulação de sujeira ou humidade na face activa do detector. Os detectores não-blindados são mais indicados para a detecção de materiais de constantes dieléctricas altas (fáceis de detectar), pois seu campo eletrostáctico é menos concentrado do que o campo da versão blindada. Os detectores não- blindados também são mais adequados para aplicações de detecção do nível de líquido através de um suporte plástico, onde o sensor detecta o líquido no tanque através da parede do suporte. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 79 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Os sensores capacitivos possuem um ajuste de sensibilidade (potenciômetro de ajuste) que permite controlar a distância de atuação bem como a massa do material que irá permitir o acionamento da saída. Isso facilita sua aplicação para detectar objetos dentro de embalagens, onde se ajusta o sensor para detectar embalagens cheias e não embalagens vazias. Os sensores capacitivos possuem uma pequena distância sensora, mas a possibilidade de detectar objetos não metálicos pode ser vantajosa frente aos indutivos. Aplicação dos Sensores de Proximidade Capacitivos A seguir, podemos ver algumas aplicações típicas para os sensores de proximidade capacitivos não descartando quaisquer outras aplicações. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 80 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Sensores ópticos Os sensores fotoeléctricos ou ópticos utilizam a luz infravermelha para detectar um objecto. O seu princípio de funcionamento baseia-se em dois circuitos electrônicos: um emissor do feixe de luz e outro receptor do mesmo. O emissor envia um feixe de luz de forma pulsada através de um fotodiodo de modo a evitar que o receptor confunda esta luz com a luz ambiente. O receptor possui um fototransistor sensível a luz, e um circuito que reconhece somente a luz vinda do emissor. Fontes de Luz Um diodo emissor de luz (LED) é um componente electrônico semicondutor em estado sólido que emite luz quando percorrido por corrente elétrica. Os LEDs são feitos para emitir luz com comprimentos de onda ou cores específicas, e oferecem diferentes características de detecção em função da cor. Os LEDs infravermelhos são os mais eficientes, pois geram mais luz e menos calor que qualquer LED de outra cor, sendo Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 81 Eng°Alberto Lopes Cungiqui usado em detectores onde a máxima saída de luz é necessária para um alcance estendido. Sensor de Luz O sensor de luz (ou fototransistor) é o componente eletrônico usado para detectar a luz vinda (direta ou refletidamente) do emissor. Fotodiodos ou fototransistores são componentes robustos em estado sólido que causam uma mudança na corrente conduzida dependendo da quantidade de luz detectada. Para melhorar a eficiência de detecção o LED e o fotosensor são freqüentemente casados espectralmente. O fotosensor e os circuitos associados são chamados de receptor. MODOS DE DETECÇÃO FOTOELÉTRICOS Tipo Barreira Também conhecido por feixe transmitido, feixe direto ou sistema barragem. Nesse tipo de detecção o emissor e o receptor estão contidos em corpos separados. Estas duas unidades são posicionadas opostamente uma à outra, de modo que a luz do emissor atinja diretamente o receptor. O alvo deve interromper (bloquear) o feixe entre o emissor e receptor. Tipo Retro-Reflexivo O feixe retro-refletido é o modo de detecção mais popular. Um detector com feixe retro-refletido contém tanto o emissor quanto o receptor em um mesmo corpo. O feixe Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 82 Eng°Alberto Lopes Cungiqui de luz gerado pelo emissor é refletido por um objeto refletivo especial e detectado pelo receptor. O alvo é detectado quando ele bloqueia o feixe de luz. Tipo Difuso-Refletido O emissor e o receptor estão numa única unidade. A luz emitida é refletida no próprio objeto a ser detectado, sendo espalhada pela superfície do alvo em todos os ângulospossíveis. Apenas uma pequena parte é refletida de volta na direção do detector e percebida pelo receptor. Neste tipo de sensor, deve-se tomar um cuidado especial com a cor do objeto. Como o receptor detecta a luz refletida pelo objeto, a cor e a rugosidade do mesmo influenciam no índice de reflexão da luz e logo o sensor irá detectar objetos de cores claras a uma distância maior que os objetos de cores escuras. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 83 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Comandos hidráulicos Hoje em dia, as máquinas usam a hidráulica para activar implementos, sistema de direcção, transmissões, controlos pilotos, etc. A necessidade de aumentar a produtividade de uma máquina trouxe como resultado o uso de sistemas de alta pressão e maior caudal com sistemas automáticos de controlo e de comando que requerem um mínimo esforço de operação, resultando máquinas de alta confiabilidade e eficiência. A hidráulica é uma das formas mas versáteis e flexíveis que o homem inventou para transmitir energia. Os sistemas hidráulicos, convertem a energia de uma forma para outra para desempenhar trabalhos úteis. O termo hidráulico é uma palavra que vem do grego e é a união de hydor que significa água, e aulos que significa condução / tubo e é, portanto, uma parte da física que se dedica a estudar as características e o uso dos fluidos sob pressão. Geralmente o sistema hidráulico usa como líquido o óleo como meio de transmissão de energia. Não tem forma própria e adaptam a forma do recipiente. A lei de Pascal constitui a base de evolução e transformação da hidráulica. Fluidos hidráulicos e sua características Um fluido hidráulico é um líquido transmissor de potência que se utiliza para transformar, controlar e transmitir os esforços mecânicos através de uma variação de pressão ou de fluxo. Geralmente os fluídos hidráulicos são usados em transmissões automáticas de automovéis, freios, veículos para levantar cargas, tractores, niveladoras, maquinaria industrial e aviões. Alguns fluídos hidráulicos são produzidos de petróleo crude e outros são manufacturados. A função de um fluído hidráulico e de transmissão de potência; lubrificação (das peças móveis dos componentes ); vedação de folgas (pequeníssimas, entre peças móveis); e dissipação de calor. O fluído também deve maximizar a potência e eficiência minimizando os desgastes do equipamento. Propriedade dos fluídos hidráulicos Viscosidade apropriada; Variação mínima de viscosidade com a temperatura; Bom poder de lubrificação Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 84 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Estabilidade térmica; Boa resistência a oxidação Características anticorrosivas Propriedades antiespumante; Ausência de acção nociva Vantagens/ Desvantagens Vantagens Fácil instalação dos diversos elementos, oferecendo grande flexibilidade,inclusive em espaços reduzidos. O equivalente em sistemas mecânicos já não apresenta flexibilidade. Devido à baixa inércia, os sistemas hidráulicos permitem uma rápida e suave inversão de movimento, não sendo possível obter esse resultado nos sistemas mecânicos e elétricos. Permitem ajustes de variação micrométrica na velocidade. Já os mecânicos e elétricos só permitem ajustes escalo nados e de modo custoso e difícil. São sistemas autolubrificados, não ocorrendo o mesmo com os mecânicos e elétricos. Relação (peso x tamanho x potência consumida) muito menor que os demais sistemas. São sistemas de fácil proteção. Devido à óptima condutividade térmica do óleo, geralmente o próprio reservatório acaba eliminando a necessidade de um trocador de calor. Desvantagens Elevado custo inicial, quando comparados aos sistemas mecânicos e elétricos. Transformação da energia elétrica em mecânica e mecânica em hidráulica para, posteriormente, ser transformada novamente em mecânica. Perdas por vazamentos internos em todos os componentes. Perdas por atritos internos e externos. Baixo rendimento em função dos três fatores citados anteriormente. Perigo de incêndio, devido a o óleo ser inflamável. Factores que condicionam a escolha da hidraulica Normalmente recorremos à utilização dos sistemas hidráulicos quando o emprego de sistemas mecânicos e/ou elétricos toma-se impossível ou necessitamos aplicar grandes esforços aliados a uma área de trabalho relativamente pequena. Fazendo uma comparação entre esses três sistemas, analisamos as vantagens e as desvantagens do emprego dos sistemas hidráulicos. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 85 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Por sua natureza, os sistemas hidraulicos e pneumaticos constituem-se em uma forma concreta de aplicação da mecânica dos fluidos compressivel e incompressivel a qual embasa o desenvolvimento de componentes e circuitos. Por outro lado, os conceitos de automação e controle estão intimamente relacionados com a hidraulica e pneumatica,pois esta área da tecnologia possui dispositivos para actuação mecânica rotacional e translacional para uma vasta gama de forças,torques, velocidades e rotações. O estudo da automação e controle engloba diversas área como lógica Booleana, teoria de controle, metrologia e mecatronica. A actuação da hidraulica é bastante intensa não somente na industria. Na área automóvel (autocarros, camiões, tractores, automoveis ,etc. Descrição genérica da constituição de uma instalação hidraulica Deposito ou reservatório de óleo. Gerador de caudal ( Bomba hidráulica ) Consumidores finais ( cilindros ou motores hidráulicos) Válvulas Filtros Depósito ou reservatório de óleo A sua construção apesar de simples, requer cuidados para garantir a boa qualidade do óleo que é usado no circuito. TAMPA PARA ENCHIMENTO NÍVEL VISUA L Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 86 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Funções Dissipar o calor do óleo hidráulico; Facilitar a libertação de ar do óleo; Compensar consumos de óleo no circuito; Promover a decantação de possíveis contaminantes; Facilitar a libertação de água do óleo; Elemento de suporte. A bomba é o coração do sistema hidráulico. Motores Um motor produz movimento. Por exemplo, numa escavadeira hidráulica, o motor hidráulico faz a esteira girar. O motor recebe o fluxo de óleo da bomba (força hidráulica) e converte-a em força mecânica ((rotação da esteira). Motores convertem energia de fluídos em energia mecânica . Válvulas As válvulas são uma parte importante dos sistemas hidráulicos actuais. Sua função e direccionar, controlar ou manter a pressão de óleo necessária para accionar os cilindros e motores. As válvulas são disponíveis em vários tipos e modelos e são accionados manualmente, hidraulicamente ou electronicamente. Tipos de válvulas As válvulas hidráulicas podem ser agrupadas em três categorias gerais: Válvulas de controlo direccional (Distribuidores) Válvulas de controlo de fluxo Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 87 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Válvulas de controlo de pressão Válvula de controlo direccional As válvulas de controlo direccional controlam o caminho do fluxo através do sistema. Quando a válvula é accionada, o óleo sob pressão (mostrado em vermelho) e enviado pela saída A para o cilindro,retraindo a haste. O óleo retorna (mostrando Azul) circula através da saída B e volta para o tanque. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 88 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Válvula de controlo de fluxo As válvulas de controlo de fluxo controlam a quantidade de fluxo através do sistema. Esse tipo de válvula proporciona um fluxo predeterminado em um circuito, como o sistema hidráulico ou controlo do implemento. Válvula reguladora de fluxocompensada Válvulas de controlo de pressão Válvulas de controlo de pressão ou de alívio limitam ou mantém a pressão dentro de um sistema. Se a pressão exceder um valor predeterminado, a válvula abre redireccionando o óleo para o tanque. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 89 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Limitadora de Pressão Limitadora de pressão compensada internamente Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 90 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Limitadora de pressão compensada externamente Filtros Filtro é um dispositivo que tem por função principal reter todo e qualquer tipo de contaminante insolúvel no fluido. Existem dois tipos: o filtro químico e o mecânico. O filtro químico é utilizado em raras ocasiões, quando se requer uma limpeza absoluta do fluido, isto é, a anulação da acidez, alcalinidade, etc., adquiridas durante um longo intervalo de uso do fluido. O filtro químico, em verdade, nada mais é do que um reator que, quando Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 91 Eng°Alberto Lopes Cungiqui em contato com o óleo mineral, gera uma reação química, transformando a substância nociva em água e cloreto de sódio, efetuando, em seguida, a separação destes últimos, deixando passar apenas óleo mineral puro. Já o filtro mecânico é de vital importância em todo sistema hidráulico, pois ele é diretamente responsável pela sua vida útil. Estudos recentes indicam que mesmo partículas muito pequenas têm efeitos degradantes, causando falhas no sistema e acelerando a deterioração do óleo em muitos casos. O filtro mecânico é constituído por uma série de "malhas" ou poros. Denomina-se "mesh" a quantidade de malha existente por polegada linear de filtro. Os filtros são classificados pelo tamanho dos poros, e sua unidade é o mícron. Um mícron (1𝜇) é equivalente a um milionésimo (1/1.000.000) de um metro. A menor partícula que o olho humano pode ver tem aproximadamente 40 mícrons. Quando se especifica um filtro em tantos mícrons, refere-se à especificação nominal do filtro. Um filtro de 10 mícrons, por exemplo, reterá a maioria das partículas de 10 mícrons ou de tamanho maior. A capacidade absoluta, entretanto,será um pouco maior, provavelmente ao redor de 25 mícrons. A especificação absoluta é efetivamente o tamanho da maior poros idade ou abertura do filtro, e é importante somente quando for imperativo que nenhuma partícula de um tamanho especffico possa circular no sistema. Há vários tamanhos de filtro, cada qual para uma determinada vazão máxima. Caso a vazão requerida pelo sistema não comporte a utilização de um filtro apenas, é possível associar filtros em paralelo para resolver o problema. Entretanto,na prática, costuma-se escolher um filtro que permita uma vazão máxima igual a três vezes a vazão da bomba. Esse tamanho de filtro assegura um bom tempo de uso sem ser necessária a troca ou limpeza. É comum encontrar filtros que possuam incorporada uma válvula de retenção simples em bypass (em paralelo). Essa válvula (figura abaixo) abre uma passagem livre para o fluido, uma vez que é atingida a pressão de abertura quando bloqueado o filtro. O fluido vence a pressão da mola e passa livremente. A válvula de retenção atua como proteção para evitar o colapso do elemento, o que representaria um dano maior ao sistema do que não filtrar o fluido. Em um sistema hidráulico, o filtro pode estar localizado em três áreas distintas: Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 92 Eng°Alberto Lopes Cungiqui na linha de sucção, na linha de pressão ou na linha de retorno (figura abaixo).Há, entretanto, algumas considerações a serem feitas, das quais o projetista deve ter pleno conhecimento antes de determinar sua localização. Filtro na Linha de Sucção O filtro colocado na linha de sucção determina uma resistência hidráulica,e, portanto, uma perda de pressão no ponto mais delicado do circuito, justamente onde a diferença de pressão disponível é de uma só atmosfera. Em tais condições, qualquer perda tem influência decisiva, a ponto de que, para alguns tipos de bomba, é completamente inadmissível o uso de filtros na sucção, em particular nas bombas de pistões radiais, cujo retorno é feito à base de molas contrapostas, pois a dificuldade na aspiração comprometeria a rapidez e a regularidade desse movimento. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 93 Eng°Alberto Lopes Cungiqui De qualquer modo, se houver o interesse na utilização de um filtro na linha de sucção, deve prever-se que ele seja dimensionado para uma vazão relativamente maior que a da bomba (normalmente o dobro). Em síntese, a única vantagem é assegurar a filtragem do óleo antes que ele atinja a bomba, o órgão mais importante do circuito. Filtro na Linha de Pressão O filtro instalado no duto de pressão é muito menos perigoso que o montado na sucção e quanto aos efeitos de perda de carga, suas malhas podem ser sumamente entupidas, conferindo assim uma elevada eficácia à sua função, devendo ser nesse caso substituído. A esse tipo de filtro também pode ser incorporada uma válvula de retenção simples em bypass, funcionando como válvula de proteção. Esse tipo de filtro é geralmente utilizado quando se deseja fazer uma filtragem mais perfeita do fluido, a fim de prolongar o máximo possível a vida útil de um determinado componente do sistema, de alto custo de aquisição. Esse filtro, é claro, deve ser capaz de suportar elevadas pressões. Filtro na Linha de Retorno É o responsável pela filtragem de todo o fluido que retoma ao tanque, carregado Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 94 Eng°Alberto Lopes Cungiqui de impurezas que foram absorvidas no ciclo de trabalho. Geralmente se apresenta na forma de "T" e é constituído, basicamente, de três partes: a caneca, o elemento filtrante e o corpo superior, em que se encontra a válvula protetora do elemento filtrante (bypass). O fluido que entra é obrigado a passar pelo elemento filtrante condicionado a partir de um papel poroso especial de 10𝜇 de abertura de poro, resultando assim uma excelente filtragem. O manômetro (escala de 0 a 10 bar) acoplado à unidade de filtragem indica a pressão em que o elemento filtrante deve ser trocado (1 bar). Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 95 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Accionadores /Distribuidores e actuadores hidraulicos Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 96 Eng°AlbertoLopes Cungiqui Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 97 Eng°Alberto Lopes Cungiqui A simbologia para os distribuidores hidraulicos é análoga aos pneumaticos, logo é válida a simbologia já vista, bem como os tipos dos accionamentos. II Autómatos programáveis Os autómatos programáveis, vulgarmente designado PLC (Programmable and Logic Controllers),são elementos fundamentais dos modernos sistemas de automação industrial.São basicamente unidades de hardware, com um CPU e memória, e que são geralmente utilizados em ambiente industrial para controlo de máquinas e processos.Os PLCs podem desempenhar funções de controlo local de baixo nível de vários subsistemas, coordenação geral do sistema de automação industrial,aquisiçaõ e processamento de dados, gestão de comunicações,etc. Isto é o que acontece hoje em dias. Mas nem sempre foi assim, visto que no inicio os PLCs pretendiam ser uma alternativa mais flexivel à lógica electrica e baseada em timers, que era vulgar nos paineis de controlo. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 98 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Fluxograma Fluxograma é um tipo de diagrama, e pode ser entendido como uma representação esquemática de um processo, muitas vezes feito através de gráficos que ilustram de forma descomplicada a transição de informações entre os elementos que o compõem. Podemos entendê-lo, na prática, como a documentação dos passos necessários para a execução de um processo qualquer. É uma das Sete ferramentas da qualidade. Muito utilizada em fábricas e industrias para a organização de produtos e processos. Utilização de símbolos gráficos para representar algoritmos. No fluxograma existem símbolos padronizados para início, entrada de dados, cálculos, saída de dados, fim, etc. Um fluxograma simples mostrando como lidar com uma lâmpada que não funciona. VANTAGENS: http://pt.wikipedia.org/wiki/Diagrama http://pt.wikipedia.org/wiki/Processo http://pt.wikipedia.org/wiki/Sete_ferramentas_da_qualidade http://pt.wikipedia.org/wiki/Sete_ferramentas_da_qualidade http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A2mpada http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:LampFlowchart_pt.svg Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 99 Eng°Alberto Lopes Cungiqui • Uma das ferramentas mais conhecidas; • Figuras dizem muito mais que palavras; • Padrão mundial DESVANTAGENS: • Faz com que a solução do problema já esteja amarrada a dispositivos físicos; • Pouca atenção aos dados, não oferecendo recursos para descrevê-los ou representá-los; • Complica-se à medida que o algoritmo cresce. A palavra algoritmo, à primeira vista, parece-nos estranha. Embora possua designação desconhecida, fazemos uso constantemente de algoritmos em nosso cotidiano: a maneira como uma pessoa toma banho é um algorit-mo. Outros algoritmos freqüentemente encontrados são: • instruções para se utilizar um aparelho eletrodoméstico; • uma receita para preparo de algum prato; • guia de preenchimento para declaração do imposto de renda; • a regra para determinação de máximos e mínimos de funções por derivadas sucessivas; • a maneira como as contas de água, luz e telefone são calculadas mensalmente; etc. São vários os conceitos para algoritmo. Escolhemos alguns para serem apresentados aqui: “Um conjunto finito de regras que provê uma seqüência de operações para resolver um tipo de problema específico” [KNUTH] “Seqüência ordenada, e não ambígua, de passos que levam à solução de um dado problema” [TREMBLAY] “Processo de cálculo, ou de resolução de um grupo de problemas semelhantes, em que se estipulam, com generalidade e sem restrições, as regras formais para a obtenção do resultado ou da solução do problema” [AURÉLIO] Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 100 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Exemplo da receita de um bolo : Um algoritmo opera sobre um conjunto de entradas (farinha ovos, fermento, etc. no caso do bolo) de modo a gerar uma saída que seja útil (ou agradável) para o utilizador (o bolo pronto). Como fazer um bolo? Algoritmo (receita de bolo): 1) Bater duas claras em castelo; 2) Adicionar duas gemas; 3) Adicionar um xícara de açúcar; 4) Adicionar duas colheres de manteiga; 5) Adicionar uma xícara de leite de coco; 6) Adicionar farinha e fermento; 7) Colocar numa forma e levar ao forno em lume brando. Elementos do fluxograma Para interligar os símbolos de um fluxograma são utilizadas rectas e setas que indicam a direção do fluxo de dados. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 101 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Os elementos gráficos devem ser colocados com o texto em seu interior. Utilizar preferencialmente verbos no infinitivo: Mostrar, calcular, oferecer, etc. Exemplo ordinário: Simbologia Estrutura de um autómato programavel industrial (API) Um autómato programável industrial (PLC: Programmable Logic Controller) É um equipamento electrónico, Programável em linguagem não informática, concebido para controlar em tempo real processos sequenciais. Os Controladores Lógicos Programáveis (PLC's) podem apresentar aspectos físicos diferentes, diferentes performances e custos muito díspares; no entanto, os seus elementos constituintes são fundamentalmente os mesmos. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 102 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Os autómatos programaveis apresentam uma das seguintes estruturas ao nível de concepção: Compacta e modular Arquitetura compacta Nesta todos os elementos são colocados num só bloco Arquitetura modular Nesta cada módulo representa um bloco individual com um determinado tipo de função CPU A Unidade Central de Processamento é responsável pela execução do programa,controlando todas as operações dentro do autómato, através de instruções armazenadas na memória de programa. Um barramento de dados transporta a informação da memória e do sistema de entradas saídas para o CPU e vice versa. Na maioria dos autómatos (principalmente os mais modernos) o CPU é baseado em um ou mais microprocessadores e outros circuitos que permitem realizar as funções de controlo e cálculo necessárias à execução de programas. A Unidade Central de Processamento (CPU) é aquilo a que se chama – a memória do autómato Habitualmente, a sua potencialidade é média pelo número de entradas e saídas que controla; porém, é indispensável analisar a capacidade máxima de endereçamento de programas; Contadores ascendentes e descendentes; Temporizadores e bases de tempo; Áreas de relés. Outra questão não menos importante é o tempo que o autómato necessita para correr todo o programa. Este depende do número de instruções que constituem o programa e do tempo parcial de processamento por cada instrução. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 103 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Normalmente, os fabricantes de autómatos indicam valores entre 30 e 0,4 ms para 1 K de instruções (1 K= 1024 instruções). Estes são valores médios, destinando-se 80% a instruções básicas e 20 % a processamento de dados. MemóriasA memória é usada para armazenar o programa de controlo (memória de programa) e possibilitar o armazenamento e a transferência de dados. Geralmente os autómatos utilizam memória do tipo RAM, EPROM ou EEPROM. Na maioria dos casos a memória do tipo RAM é utilizada nas fases de desenvolvimento e teste dos programas, enquanto que as memórias do tipo EPROM e EEPROM são utilizadas para o armazenamento de programas em código executável e também para armazenamento de configurações do sistema. No entando, hoje em dia, a tendência é para a utilização de memória RAM, devido ao seu baixo consumo, juntamente com baterias que permitem manter o conteúdo da memória mesmo com o autómato desligado. A capacidade de memória de cada autómato tem em conta as potencialidades de cada um e é geralmente medida em termos do número máximo de instruções de um programa, ou em termos da capacidade de memória em bytes. Autómatos pequenos têm geralmente um tamanho de memória fixo, enquanto autómatos maiores permitem a utilização de módulos para expansão da memória. É na memória que se encontra o programa a ser executado pelo autómato. Quanto à sua tecnologia podem ser : • RAM (Random Access Memory) • EPROM (Erasable Programable Read Only Memory) • EEPROM (Electrically Erasable Programmable Read Only Memory) • FLASHRAM. Memórias do tipo RAM -Random-access memory São voláteis – a informação perde-se quando se deixa de fornecer energia eléctrica. Utilizadas para leitura e escrita da informação Memórias do tipo ROM Read-only memory São não-voláteis – a informação continua armazenada quando se deixa de fornecer energia eléctrica. Inicialmente utilizadas apenas para leitura da informação guardada mas actualmente existem memórias derivadas da ROM que são programáveis, algumas delas utilizadas tanto para leitura como para escrita: Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 104 Eng°Alberto Lopes Cungiqui PROM-Programmable read-only memory Permite uma única programação Permite que o utilizador especifique o conteúdo da ROM Pouca flexibilidade – uma única programação A programação é geralmente feita através de rebentamento de fusíveis nas ligações entre as linhas de endereços descodificados e as linhas de saída Uma vez rebentados os fusíveis, as ligações são quebradas permanentemente EPROM-Erasable programmable read-only memory Permite múltiplas programações A reprogramação é feita através de impulsos eléctricos Para apagar o conteúdo armazenado, a EPROM tem que ser submetida a radiação ultra-violeta. Custo mais elevado que uma ROM, mas maior flexibilidade Pouco usadas, uma vez que actualmente há alternativas melhores EEPROM-Electrically erasable programmable read-only memory Utilização idêntica à EPROM, mas consegue-se apagar o conteúdo através de impulsos eléctricos Maior flexibilidade por reunir as funcionalidade de uma RAM e uma ROM simultaneamente Comparando com uma RAM: Operações de escrita muito mais lentas (devido às operações de apagar e reprogramar) As operações de leitura podem ser da mesma ordem de grandeza FLASH EEPROM Variantes de memórias EEPROM, habitualmente utilizadas em electrónica de consumo. Exemplos: cartões de memória e pen-disks Incluem toda a lógica necessária para reprogramação, e esta é muito mais rápida do que numa EEPROM convencional. No entanto, as operações de escrita continuam a ser muito mais lentas do que as de leitura. O tempo de vida dos dados armazenados é superior a 10 anos,e pode ser reprogramada milhões de vezes,o que é suficiente para as aplicações a que se destinam. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 105 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Entrada/saídas O sistema de entradas/saídas fornece a ligação física entre o CPU e o processo a controlar. O autómato, através de sensores apropriados, pode medir quantidades físicas como velocidade, temperatura, pressão, corrente, etc.. Baseando-se nos valores medidos, e no programa de controlo, o CPU controla as saídas que poderão actuar em dispositivos como, por exemplo, válvulas, motores, alarmes. O sistema de entradas/saídas é um dos componentes mais importantes num autómato pois estas necessitam de interagir directamente com equipamento industrial e podem residir em zonas de elevado ruído eléctrico. De facto, uma das grandes inovações dos autómatos é a possibilidade de ligação directa aos sensores e actuadores sem haver necessidade de circuitos de adaptação. Para isso as entradas e saídas do autómatos possuem isolamento galvânico (normalmente óptico), o que lhes dá uma melhor fiabilidade e segurança na comunicação com sensores e actuadores. De facto, o isolamento das entradas/saídas é absolutamente necessário por questões de ruído e de modo a compatibilizar os diferentes níveis de tensão e potência existentes entre o autómato e os processos a controlar. Todos os circuitos de entrada têm protecção de entrada,isto é, as entradas digitais (cujos níveis de tensão são normalmente de 12 ou 24 volts) têm todas acoplamento óptico (usando unidades de acoplamento óptico,constituidas por díodos e missores de luz e foto-transistores),e as entradas anológicas são feitas usando circuitos de amplificação de elevada impedância. Por relé Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 106 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Por transístor Por acoplador óptico Exemplos de módulos de Entradas (Inputs) Por seu lado as saídas digitais têm também acoplamento óptico e circuitos de amplificação de potência, usando transístores em cascata (Darling Drivers),para os Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 107 Eng°Alberto Lopes Cungiqui sinais de comutação dos relés de saída.As saídas anológicas utilizam buffers com amplificadores operacionais. Dirigem os sinais destinados aos actuadores depois de toda a informação ter sido processada internamente pela Unidade Central. Os módulos digitais podem ser a relé, transístor ou triac. As saídas a relé são normalmente preferidas porque na maior parte das vezes dispensam os relés de acoplamento aos actuadores. Por relé Por transístor Por triac Exemplos de módulos de Saídas (Outputs) Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 108 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Lógica combinatória Representação da Informação Nos computadores, a informação é representada por sinais eléctricos Tensão alta – e.g. 3 a 5.5 V – HIGH Tensão baixa – e.g. -0.5 a 2 V – LOW A estes níveis correspondem 2 valores lógicos 1 (Verdadeiro), habitualmente associado a HIGH 0 (Falso), habitualmente associado a LOW Cada dígito binário (0 ou 1) designa-se por bit, 8 bits = 1 Byte O bit é a unidade básica de informação, a unidade de medida para transferência de dados. Muita informação _ Medidas grandes Kilo (K) – 1K = 210 = 1024 Mega (M) – 1M = 220 Giga (G) – 1G = 230 Tera (T) – 1T = 240 Byte - a unidade de medida de grandeza de informações Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 109 Eng°Alberto Lopes Cungiqui 1 Byte(B) = 8 bits(b) 1024 Bytes = 1 kiloByte 1024 kilobytes = 1 megaByte1 kiloByte = cerca de 8000 bits (exatos 8 x 1024 = 8192 bits) 1 megaByte = cerca de 8000000 bits (exatos 8 x 1024 x 1024 = 8388608 bits) bit - a unidade de medida para transferência de dados 1 kilobit = 1000 bits 1 megabit = 1000000 bits Dados armazenados (em disco rígido, CDs, disquetes) têm seus tamanhos medidos em kilobytes, porém a taxa de transferência de dados (a velocidade com que os dados são transferidos) são expressos em kilobits. Exemplo: 2MBytes = 2 × 220Bytes = 224bits = 16 777 216 bits Sistemas de numeração Sistema Decimal (base 10) 10 dígitos – 0 a 9 562.3 = 5 × 102 + 6 × 101 + 2 × 100 + 3 × 10−1 Sistema Binário (base 2) 2 dígitos – 0 e 1 1010.01 = 1 × 23 + 0 × 22 + 1 × 21 + 0 × 20 + 0 × 2−1 + 1 × 2−2 = (10.25)10 Conversão base 10 para base 2 Divide-se sucessivamente por 2 e anota-se o resto Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 110 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Hexadecimal (base 16) e Octal (base 8) Representação fácil de quantidades binárias Octal – 8 dígitos – 0 a 7 Hexadecimal – 16 dígitos 0 a 9; A a F Exemplos: Inteiros de 0 a 15, em diferentes bases Operações lógicas A lógica de Boole Em 1854, matemático George Boole ponderou sobre O pensamento filosófico de AristóteIes (384 - 322 aC.). que afirmava: é atraves de uma correcta seqüência de pensamentos que se chega sempre a uma correcta conclusão". Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 111 Eng°Alberto Lopes Cungiqui George então, após vários estudos conseguiu representar a lógica formal de Aristóteles numa estrutura algébrica, sem todavia associá-Ia a qualquer tipo de aplicação prática. Somente em 1938,C.E. Shannon, já com o advento da electricidade apIicada, descobriu que a áIgebra booIeana poderia ser utilizada para a estrutura lógica de circuitos eléctricos, apIicando-os à comutação de relés em telefonia, desenvolvendo então os meios matemáticos para o projeto de comandos combinatórios e seqüenciais. A álgebra booleana apóia o projecto do processamento de sinal dos comandos binários,não se reportando à natureza física das grandezas em jogo, mas sim, à existênáa ou não de sinal.Em conseqüênda disso, as funções, os teoremas e métodos de álgebra booIeana referem-se genericamente aos sinais de entrada e aos sinais de saída de um comando, tratados como variáveis binárias, a serem representadas por El, E2,..En e SI. S2, ...Sn,' Funções Lógicos Básicas Em circuitos de comando, os estados dos dois sinais binários devem ser definidos de maneira inequívoca A maneira mais fácil de entender uma função lógica é analisando os circuitos montados a partir de componentes discretos utilizando as próprias funções lógicas básicas: SIM,NÃO,E,OU. Função lógica SIM (Identidade) Na função SIM a saída terá o sinal 1 quando a entrada tiver o sinal.Reciprocamente. a saída será nula quando não existir sinal na entrada. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 112 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Função lógica NÃO (Negação,Inversa ou Not em “inglês”) Na função NÃO o sinal de saída terá valor 1 quando a entrada for igual a 0 e valor 0 em caso contrário. Função Lógica E (Conjunção,associação série ou AND em “inglês”) Na função E, só existirá sinal de saída quando existirem os dois sinais de entrada. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 113 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Função Lógica OU (Disjunção,associação paralela ou OR em “inglês”) Na função OU a condição suficiente para que haja o sinal de saída é que exista apenas um dos dois sinais de entrada. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 114 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Os elementos lógicos E e OU, já conhecidos por nós, suportam apenas duas variáveis de entrada (El e E2,em alguns casos,pois há vezes que podem suportar mais), entretanto na prática de autmriação pode haver necessidade de a função lógica admitir a ocorrência de n varíáveís de entrada para uma variável de saída S. Uma função lógica E, por exemplo,poderia ter quatro variáveis de entrada para a ocorrência de uma saída S, enquanto uma função lógica OU poderia ser aplicada de forma a admitir quatro possibilidades de comando de entrada para ocorrência de uma saída S. Combinação das Funções Lógicas Básicas (Funções Derivadas) Além das funções lógicas que são suficientes para a representação de qualquer comando binário,independentemente da sua complexidade, buscando optimizar o trabalho de projecto,desenvovendo se as chamadas funções lógicas derivadas, que surgiram a partir da combinação das básicasalém das memórias. Função lógica derivada NE ou NAND ( exclusão) Esta função lógica resulta da combinação de uma função lógica "E" com urna função lógica NÃO,realizando assim o complemento de "E", ou seja, "NE". Assim uma função lógica “NE" terá saída ao nível lógico 1 se pelo menos uma das entradas estiver no nível lógico 0 (zero). Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 115 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Função Lógica derivada "NOU" ou "NOR" (Rejeição) Esta função lógica resulta da combinação de uma função lógica "OU" com uma função lógica "NÃO'. realizando assim o complemento de OU, ou seja,”NOU” . Função Lógica OU Exclusivo ( XOR em “inglês”) Na função lógica OU exclusivo a lâmpada acenderá (S=1) quando a chave E1 estiver accionada e a chave E2 não estiver acionada, ou vice-versa. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 116 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Função Lógica Equivalência Na função lógica equivalência, a lâmpada acenderá (S=1) quando as chaves E1 e E2 estiverem accionadas ou desacionadas simultâneamente. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 117 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Assim, é imprescindível a utilização de um método de simplíficação.Felizmente, os postulados,propriedades e teoremas da Álgebra de Boole admitem essas simplificações. Postulados,propriedades e teoremas da Álgebra de Boole Postulados Os postulados da álgebra booleana são em número de dez, sendo que oito se referem às funções lógicas E e OU aplicadas aos níveis lógicos 0 e 1, e os outros dois são relativos às negações NANDe NOR. Propriedades As funções E e OU possuem propriedades análogas às das operações algébricas. A tabela seguinte apresenta as mais utilizadás, representando as variáveis booIeanas com as letras a,b,c,d,…etc. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 118 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Teoremas de Boole Os teoremas da álgebra booleana, fundamentados nos postulados. São usados para a simplificação das equações booleanas. A,tabela seguinte apresenta os mais importantes: Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 119 Eng°Alberto Lopes CungiquiComo já foi visto anteriormente, existem dois valores lógicos: 0 (Falso) 1 (Verdadeiro) Portas a) Não (NOT), b) E (AND) e c) OU (OR) constriudas a partir de portas NAND ou NOR Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 120 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Duas funções equivalentes: (a) AB + AC (b) A(B+C): Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 121 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Respectivas tabelas de verdade: Símbolos alternativos: (a) NAND, (b) NOR,(c) AND, (d) OR Porta XOR (ou exclusivo) – 3 circuitos diferentes para calcular um XOR Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 122 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Exercícios propostos: 1-Converta os seguintes números binários em seus valores equivalentes decimais. (a) 1101001 (b) 11000110 (c) 1101,1001 (d) 111001,10110 2-Converta os seguintes valores decimais em binário usando aproximação com 5 dígitos quando for necessário. (a) 32,5 (b) 23,125 (c) 70,2 (d) 89,42 3-Converta os seguintes valores octais em decimal e binário (a) 37 (b) 78 (c) 135 (d) 200 Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 123 Eng°Alberto Lopes Cungiqui 4-Converta os seguintes valores hexadecimais em decimal, octal e binário (a) 130 (b) AB (c) CAB (d) BCD 5-Complete o seguinte quadro: 6-Analise os circuitos abaixo: Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 124 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 125 Eng°Alberto Lopes Cungiqui (a) Escreva a expressão booleana para a saída S (b) Faça a tabela-verdade do circuito (c) Verifique a possibilidade de minimizá-lo utilizando os Teoremas Booleanos Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 126 Eng°Alberto Lopes Cungiqui 8- Escreva a expressão booleana para a saída S Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 127 Eng°Alberto Lopes Cungiqui Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 128 Eng°Alberto Lopes Cungiqui 7-Para cada uma das expressões a seguir, desenhe o circuito lógico correspondente usando apenas portas AND, OR e INVERSORES. 8-Esquematize o circuito abaixo, utilizando portas NOR. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 129 Eng°Alberto Lopes Cungiqui 9-Esquematize o circuito abaixo, utilizando apenas 4(quatro) portas NAND. 10-Determine as expressões das funções lógicas representadas nos diagramas. Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 130 Eng°Alberto Lopes Cungiqui 11-Simplificar a expressão abaixo usando álgebra de Boole. a) S = A. B. C + A. C̅ + A. B̅ b) A. B. C. D + A. B. C. D̅ + A̅. B. C. D̅ + A̅. B. C̅. D̅ + A̅. B̅. C. D̅ + A̅. B̅. C̅. D̅ c) S = A̅. B̅. C̅ + A̅. B. C̅ + A. B̅. C d) X̅ + X. Y. Z̅ e) X. Y + W. X. Y. Z̅ + X̅. Y f) X̅. Y̅. Z + Y. Z + X. Z Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 131 Eng°Alberto Lopes Cungiqui 12-Demonstre a identidade de cada uma das seguintes equações lógicas: 13-Função lógica para fumar Tecnologia de Comando Máquinas & Motores Página 132 Eng°Alberto Lopes Cungiqui