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O ENSINO DA DISCIPLINA MATEMÁTICA SEGUNDO A PERSPECTIVA 
DOCENTE DE MARIA LUCRÉCIA SIGNORELLI “NO GRUPO ESCOLAR E 
NO GINÁSIO ESTADUAL”, DE CASTRO, PARANÁ: UM ESTUDO DE CASO NA 
EDUCAÇÃO BRASILEIRA. 
1940 A 1970 
 
Cirlei Francisca Gomes Carneiro 
Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG/HISTEDBR 
 
 
Introdução 
 
Este artigo refere-se a uma das pesquisas realizadas em 2004, na cidade 
paranaense de Castro. Assim, em “Biografias e Memória” (CARNEIRO,2004, 189 p.) 
livro, publicado pela Livraria Editora Chain, sobre os docentes do Grupo Escolar 
“Dr.Vicente Machado” buscou-se para esta análise o saber “saber fazer” ensino da 
Professora Maria Lucrécia Signorelli, no campo da Educação Matemática. 
As experiências quotidianas de um professor estão na dependência de uma massa 
documental, pois, não só no discurso oral se pode precisar melhor os esquemas de 
operações e manipulações técnicas a respeito das “maneiras de fazer” (CERTEAU,1994, 
p.41) ensino. Maneiras de balizar uma “tecnicidade” de tipo particular de ensinar estão 
associadas ao conjunto de fontes escritas como: os Diários de Classe, as Atas de Exames e 
os Materiais Didáticos. 
Então, a partir da comparação do discurso oral da Professora, Maria Lucrécia 
Signorelli, com a do da documentação escrita analisada, 02 (duas) questões foram 
observadas: _ os dados pessoais da entrevistada, os quais se referem à sua história de vida, 
cuja ênfase é dada sobre sua formação sócio-educacional; _ as bases teóricas da 
professora, cujo desempenho profissional estava fundamentado no currículo escolar e no 
ensino da matemática do Curso Primário e do Secundário centrado nas “relações entre 
cultura e trabalho”(DIDEROT, 1875, t.III). 
Situando estas 02 (duas) idéias num conjunto mais amplo (a educação primária e a 
secundária) no Brasil e num lugar onde foi o espaço que a professora trabalhou (o Grupo 
Escolar e o Ginásio Estadual) nos Campos Gerais do Paraná propô-se entender como a 
Disciplina Matemática dinamizou-se e legitimou-se na Escola Pública de Castro, entre as 
décadas de 40 a 70, do Século XX. 
 2
Além do mais, convém salientar que ambos os termos “micro poder” e “saber 
fazer” conceituados, respectivamente, por FOUCAULT, __ que apresenta a relação entre 
conhecimento e poder, no sentido das pessoas produzirem conhecimento com o objetivo de 
intervenção nas questões sociais (1979) __ e, por CERTEAU, __ que indica as “práticas 
pelas quais os usuários se apropriam do espaço organizado pelas técnicas da produção 
sócio-cultural” (1994. p.41) __ decorrem, conforme explica POPKEWITZ _ quando se 
refere sobre currículos como prática de governo _ que além da aprendizagem escolar 
“idéias e práticas diferentes associam-se para produzir meios que dirigem e moldam a 
conduta dos indivíduos” (2001, p.31). 
Neste entender, a professora Maria Lucrecia Signorelli ao transmitir os 
conhecimentos de matemática em classe de aula primária e secundária não se posicionou, 
apenas, como um lugar de aquisição de “saber poder” mas, sim, demonstrou “micro 
poder”, pois, socializou o educando a partir da educação matemática com vistas à cidadania 
em sociedade. 
 
2.0- Maria Lucrécia Signorelli: tempo e memória intelectual 
 
A especificidade desta educadora tem como aporte o preparo intelectual e a 
formação de professor primário. O tempo vivido por Maria Lucrecia, desde o nascimento1 
em Castro no ano de 1915 __ filha de José Signorelli e Theófila Espírito Santo2 __, 
imprimiu uma trajetória histórica marcada por duas Guerras Mundiais, a Ditadura de 
Vargas, a Redemocratização do País e a Revolução de 64. Marcas essas referenciais de 
uma formação conservadora, positivista e caracterizadora de uma moral cristã ilibada. 
Considerar estas diferentes fases propõe compreender a dimensão subjetiva e 
objetiva do preparo intelectual desta jovem castrense em busca de uma identidade 
profissional que, no Brasil da primeira metade do Século XX até meados da década de70, 
estava fundamentada na formação do professor normalista. Resgatar, assim, a memória 
profissional desta professora determinou abordar a identidade da cidade, na qual Maria 
Lucrécia nasceu e viveu a infância, a adolescência e a maturidade. 
 
1 Maria Lucrécia Signorelli nasceu no dia 09 de agosto de 1915 e faleceu em 19 de maio de 2005. 
2 Era de uma família de 06 (seis) irmãos, sendo 05 (cinco) mulheres e 01 (um) homem, dos quais chamavam-
se Felipe José, Maria da Graça e Anita (falecidos), Julieta, Maria Lucrécia e Zilda, esta última casada e mãe 
de dois filhos, Inês e Estéfano. 
 3
Identidade urbana envolve várias dimensões que, neste caso, se refere à vida 
institucional familiar e educativa da cidade de Castro. Do ponto de vista, familiar Maria 
Lucrécia Signorelli era filha de imigrante, procedente de Belvedere Marítimo, Província 
de Concenza, região da Itália, o qual trazia em sua personalidade o peso das tradições 
européias, por isso, era comprometido com a formação escolar da família. 
O pai tinha como profissão o comércio de calçados, pois era sapateiro e fabricava 
inclusive botas para os militares, portanto, pertencia a classe média da população castrense. 
Para José Signorelli o maior legado que deveria deixar à família era a educação, razão pela 
qual sempre trabalhou e financiou o preparo intelectual dos filhos colocando-os em escolas 
de elite e de formação católica: o Colégio São José e o Colégio Diocesano de Castro. 
 A cidade de Castro, por sua vez, constituía-se de uma sociedade campeira e 
elitística e detentora do poder, razão pela qual nos inícios do Século XX possuía: o 
Grupo Escolar “Dr. Vicente Machado”, o Instituto Castrense e o Colégio São José. 
Segundo Novaes Rosas o Colégio São José teve sua origem devido aos esforços 
de uma comissão, que era composta por pessoas da elite castrense, como: 
 
Olegário Rodrigues de Macedo, Afonso Marques de Souza, Otávio 
Novaes, Maria Josefa de Madureira, Indalécio Rodrigues de Macedo, 
Eugenio Gonçalves Martins, Aureliano Teixeira Batista, Sergio de 
Macedo, Sesinando de Albuquerque , Alberto Gastão Senges, Jonas 
Meira de Vasconcelos, João Bonato, José da Cruz Machado, Antonio 
José de Oliveira, João Anacleto da Fonseca, Manoel Antonio da Cunha, 
Joaquim de Souza Camargo, Luciano Gonçalves Martins, Dr. Francisco 
Xavier da Silva ( s/d., p. 119). 
 
Esta Comissão criou os Estatutos do Colégio São José, que continham 25 (vinte e 
cinco) itens, os quais indicavam as condições de funcionamento do estabelecimento de 
ensino, dentre eles: a fundação de um estabelecimento de educação e instrução para 
crianças do sexo feminino dirigido por irmãs de São José; o programa de estudos era o 
mesmo do Estado do Paraná, decompondo-se em curso primário e secundário; a cada irmã 
professora correspondia o número máximo de 30 (trinta) alunas; aulas de agulha e de outros 
trabalhos domésticos; estudo de piano e desenho; regime de internato para meninas; 
cobrança de mensalidades; e outros. 
 4
Assim, a 16 de janeiro de 1905, chegaram em Castro as Irmãs da Congregação de 
São José, cujo objetivo dessa escola confessional era a proficiência de ensino, a ordem e 
a moral cristã, cuja metodologia das irmãs francesas identificou o colégio como um 
estabelecimento de ensino modelar nos Campos Gerais do Paraná. 
Paralelamente, a este Colégio encontrava-se o Grupo Escolar “Dr. Vicente 
Machado”, localizado à Praça Rocha Pombo e fundado a 29 de novembro de 1904 pelo 
Presidente de Estado do Paraná, Dr. Vicente Machado da Silva Lima. Foram nestes 02 
(dois) espaços institucionais, que os filhos da elite campeira e da população de maior poder 
aquisitivo de Castro, durante décadas, permearam o ensino primário. 
Estas instituições foram lugaresde ação social e, como tal, marcadas pelo tempo, 
espaço e pessoas, pois, Maria Lucrécia Signorelli lembrou, o ontem e o hoje, como parte 
de sua trajetória de vida escolar e profissional com muita agudeza de espírito intelectual. 
De um lado, estava a escola particular, de credo católico, cujo saber era o norte da 
separação do mundo adulto e definição de um estatuto de ensino à criança _ em cujo 
“ontem” rememorou a professora primária que marcou sua vida: Irmã Mitilde _ , a qual 
pela sistematização do saber docente era uma educadora muito formal “uma terrível! uma 
terrível! [...]”3 (SIGNORELLI,2004). 
 Para a educadora, outras freiras marcaram porque eram “boas professoras”: a 
Irmã Maria Rosa (considerada linda e boa) e Irmã Maria de Jesus (deixou ótimas 
recordações), pois, antes de completar a 4ª (quarta) série as freiras indicaram as irmãs 
Signorelli, Maria Lucrecia e Julieta, para trabalharem no Curso Primário do Ginásio Santa 
Cruz, cuja instituição era de caráter confessional. 
 
3 “Era uma irmã que tinha uma verruga na ponta do nariz. __ Sabe porque marcou ? __ Porque eu tinha 
loucura para ir à escola. Eu via as meninas passarem para ir ao Colégio e também queria ir para a escola: 
queria, queria [...]. Mamãe tinha nos ensinado em casa a ler, a Julieta e eu, mas não ensinou a escrever. Então 
nós chegamos no Colégio eu, a Julieta e, a outra minha irmã, Anita: era o primeiro dia de Colégio __ é por 
isso que eu digo que tinha horror dela __ porque, quando chegamos a Irmã Mitilde viu que nós sabíamos ler e 
perguntou para Anita: __ Elas escrevem a lápis ou a tinta? E, Anita disse: __ à lápis. Nós não sabíamos nem 
escrever a lápis e nem de jeito nenhum, e, a Irmã escreveu no caderno de caligrafia umas coisas e deu o 
caderno para mim. Eu peguei e pensei: ‘mas eu não posso, eu tenho que respeitar a linha da professora, agora 
eu vou escrever, mas, eu escrevi em baixo’, e, era caderno de linha dupla. Não sei o que eu fiz, porque não 
sabia fazer letras [...]. A freira chegou até mim e vindo perto da carteira viu aquilo que rabisquei, e, não 
gostando me deu um tapa na mão, sendo que o lápis voou longe. Sabe, era o primeiro dia, e, quando cheguei 
em casa: chorei, chorei e chorei muito. Então dizia: eu não vou mais para a escola, eu não sabia, eu não sabia 
mamãe, e, a professora me surrou mamãe, e, eu não sabia fazer”. (SIGNORELLI, 2004) 
 5
De outro, estava a escola de instrução pública, o Grupo Escolar Nº 04, 
posteriormente, chamado de “Dr. Vicente Machado”, o qual era um espaço envolvido com 
propostas formativas e de socialização _ quando referenciou o “hoje” comparando com 
o tempo de antigamente __ no sentido de uma escola obrigatória, universal e gratuita. 
Desta forma, segundo o discurso de Maria Lucrécia Signorelli, em ambas as 
instituições foram passíveis as aproximações entre “cultura e trabalho” porque no tempo 
de “ontem” ocorreu no Colégio São José os primeiros passos para o caminhar de sua 
intelectualidade e, no tempo de “hoje” alicerçou-se, no Grupo Escolar”Dr. Vicente 
Machado”, o amadurecimento profissional como professora primária que a levaria para 
lecionar no Curso Secundário. 
Entretanto, entre estas 02 (duas) fases de sua trajetória escolar os caminhos 
percorridos foram difíceis e longos pois, na década de 30, prestou “Exame de Admissão” 
para ingressar no Ginásio Santa Cruz de Castro, razão pela qual passou a trabalhar no 
Curso Primário, durante a parte matutina e vespertina, e, estudar no Curso Ginasial, no 
período noturno. Assim, na qualidade de professora e aluna cursou o ginásio4 em apenas 
03 (três) anos fazendo o chamado “Curso de Madureza”, que, a cada ano realizava os 
Exames Finais no Colégio Iguaçu, localizado na cidade de Curitiba, capital do Estado do 
Paraná. 
A década de 40, do Século XX, foi um tempo memorável para Maria Lucrecia 
pela reafirmação de novas posições e a construção de novos caminhos, porquanto, passou a 
produzir sentidos de reflexão científica ganhando nova dimensão sócio-educacional. 
Estudou em Curitiba formando-se Normalista pela Escola Primária de Curitiba, atualmente, 
denominado de Instituto de Educação do Paraná, figura 01. Nessa oportunidade, a partir 
de debates com os professores Erasmo Piloto e Helena Kolody, Maria Lucrécia 
Signorelli defendeu com equilíbrio de idéias o pensamento de Diderot, que preconizava o 
predomínio do ensino científico sobre o ensino literário. 
 
 
 
4 O Curso Ginasial, na década de 30 do Século XX, tinha a duração de 05 (cinco) anos. 
 6
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 01. Instituto de Educação do Paraná. 2004. 
 Fonte: Projeto “Memória Visual”. 
 
 Portadora do “Diploma de Normalista”, em 1942, foi nomeada para lecionar no 
Grupo Escolar “Telêmaco Borba”, de Tibagi, Paraná, onde lecionou, durante 06 (seis) 
meses, para alunos de 5º série. Posteriormente, recebeu transferência para lecionar na 
Escola Rural Olegário Macedo5, da cidade de Castro6. Por volta de 1948, Maria Lucrécia, 
foi transferida de local de trabalho para lecionar na Escola Isolada da “Vila Rio Branco”7, 
cuja sala era apertada e as aulas eram prelecionadas no período matutino. Nesta Escola, as 
 
5 A Escola Olegário Macedo era também chamada de Remonta, fundada pelo Interventor Federal Manoel 
Ribas. O ensino era ministrado para meninos de rua, que eram mandados de Curitiba para estudar em forma 
de escola de “menores”. E, muitos perguntavam se a professora Lucrécia não tinha medo de lecionar para os 
meninos, todavia, nunca houve problema algum com os menores internos. 
6 A Escola da Remonta ficava distante do centro da cidade, no espaço rural de Castro. Durante quatro anos e 
meio, Maria Lucrecia percorria a pé, todos os dias os campos da Ronda, atualmente Vila Rio Branco, a uma 
distância de 08 (oito) quilômetros de ida e volta, para lecionar. Neste estabelecimento de ensino faltou apenas 
um dia que era ponto facultativo, pois, teria desfile na cidade. Como a professora Julieta, que lecionava no 
Grupo Escolar “Dr. Vicente Machado” e as professoras do turno da manhã da Escola da Remonta não iriam 
trabalhar, somente as da tarde, houve reclamação e, por isso, o dia de trabalho da Professora Maria Lucrecia 
foi descontado. 
7 Nesta Escola substituiu o Professor Octávio Torres Pereira, marido da professora Joana Torres Pereira. 
 7
condições financeiras foram difíceis, pois, dos vencimentos mensais a professora tinha que 
separar parte do ordenado para aluguel da sala. 
No mesmo ano, de 1948, foi transferida da Escola Isolada para o Grupo Escolar 
“Dr. Vicente Machado”, figura 02, que era dirigido pela Professora Djanira Ribas Taques. 
Assumiu as funções substituindo uma professora que, permanecendo pouco tempo no 
Grupo Escolar, retornou a Curitiba. À noite, na mesma escola, Maria Lucrécia e sua irmã 
Julieta Signorelli, professora de português, lecionavam para os soldados que freqüentavam 
o Curso Primário8, os quais aprendiam com as Professoras, respectivamente, as primeiras 
noções de aritmética e eram alfabetizados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 02. Vista lateral do Grupo Escolar. Década de 40. 
Fonte: Museu do Tropeiro de Castro. 
 
 
Na década de 50, Maria Lucrecia passou a trabalhar em Piraí do Sul, no Ginásio 
Estadual “Jorge Queiroz Neto” e na Escola “Normal Regional” de Piraí do Sul. Nesse 
período, o Sistema Educacional de Ensino no Brasil permitia que, depois de 02 (dois) anos 
 
8 A professora Lucrécia lembra-se do diálogo com o aluno soldado: Este disse __ “é muito sacrificioso 
aprender!!!” Então ela respondeu: __ “Tem que aprender, porque o que você vai fazer se alguém pedir para 
você leruma carta porque perdeu os óculos?” Ele, assim, respondeu __ Ah, eu digo que também perdi os 
meus!!!” (2004). 
 8
consecutivos de carreira profissional no ginásio, fosse concedido o “Registro”. Este 
documento dava ao Professor o direito de lecionar em todo o território nacional. 
A professora Lucrécia possuía dois padrões como Professora do Estado, obtidos 
por Concursos Públicos: __ primeiro, o de Matemática, que ministrou aulas durante toda a 
sua vida profissional; __ segundo, o de História e Geografia, quando trabalhava em Piraí 
do Sul, pois ao se inscrever para o Concurso não existia vaga para a disciplina de 
Matemática tendo, então, que optar para esta outra área9, que é a de conhecimento histórico 
e geográfico. 
Na Escola Normal Regional de Piraí do Sul ministrou aulas __ às professoras que 
já lecionavam __ de História e de Geografia, pois, a Instituição exigia professores nessa 
área e não na de Matemática, uma vez que já existiam professoras nomeadas nesse cargo. 
Em 1957 retornando a Castro passou a lecionar no Ginásio Estadual de Castro10 , 
a disciplina de Matemática, e, na Escola Normal “Amanda Carneiro de Mello” a de História 
e Geografia. . 
 Maria Lucrecia Signorelli, de 1936 a 1978, atingiu 42 (quarenta e dois) anos de 
profícuo e laborioso trabalho educacional, pois, somente deixou de lecionar por apenas dois 
anos de 1940 a 1941, quando cursou a Escola Normal Primária de Curitiba. 
Aos finais da década de 70, já aposentada trabalhou por 4 (quatro) anos, na Escola 
Evangélica da Castrolanda11, pois o seu maior gosto era conviver com os alunos ensinando 
a matemática, porque, Maria Lucrécia considerava a “educação matemática uma mescla da 
disciplina matemática com o seu ensino” (ENTREVISTA, 2004). Ou seja, a matemática 
para esta professora deveria ser explicada no contexto sócio-cultural em que o ensino é 
ministrado. 
 
9 Para estudar para o Concurso afirmou a Professora “afundei o colchão de uma cama do hotel para estudar 
toda a matéria para fazer o exame” e, acrescentou Julieta, “porque 24 horas antes do exame eles davam a 
relação dos 20 pontos, cada um dos pontos com 03 questões”. Lucrecia ainda contou que eram 02 provas, 
uma escrita e uma oral, sobre História do Brasil e História Geral (ENTREVISTA, 2004),. 
10 O Ginásio Estadual de Castro funcionou, durante anos, no mesmo prédio do Grupo Escolar “Dr. Vicente 
Machado”. 
11 A Escola Evangélica da Castrolanda encontra-se localiza na Colônia de Imigração Holandesa, há 07 (sete) 
quilômetros da cidade de Castro. 
 9
 Assim, Maria Lucrécia de memória inquestionável12 e a par das transformações 
sociais e econômicas da sociedade atual, apesar de ser portadora de uma visão autoritária e 
hierarquizada que se refletia na defesa do ensino tradicional da matemática, não deixou 
jamais, durante a sua existência de estar em contato com a dinâmica da vida: leitura, lazer 
e dedicação às pessoas que necessitavam da operosidade de seus trabalhos manuais, pois, 
direcionava parte de seu tempo em favor de Entidades Assistenciais de Castro. 
 
 
3.0- A fala da Professora Lucrécia e um lugar comum no quotidiano escolar: a 
linguagem matemática 
 
A partir de um vasto campo de fontes, articuladas a fala de Maria Lucrécia 
Signorelli, figura 03, na qual figuram contribuições de sua irmã, de alunos e professores 
tornou-se possível privilegiar uma abordagem a respeito da “linguagem matemática”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figuras 03. Desfile 07 de setembro de 2004. Comemoração dos 100 anos do Grupo Escolar Vicente 
Machado. No carro, à frente Professora Julieta Signorelli e atrás sua irmã Maria Lucrecia. 
Fonte: Projeto: “Memória Visual”. 
 
 
12 Foram colegas de profissão, não só no Grupo Escolar “Dr. Vicente Machado” mas, também, em outros 
estabelecimentos de ensino as professoras Zoé Rolim de Moura, Maria Aparecida Machado (Cidinha), 
Sodênia Camargo, Genoveva Vigieski e Rute Nocera, das quais lembrou com expressividade e carinho. 
 
 10
Em torno desta questão tomou-se por base o pensamento de D’Ambrósio de que 
existe “vários tipos de manifestações matemáticas, igualmente válidas, assim como há 
várias modalidades de inteligências igualmente respeitáveis e cultiváveis no sistema 
escolar” (1986, p.10) , pois, segundo o autor o educador matemático deve entender essas 
várias modalidades de “Matemática e de Inteligência”, no sentido de coordená-las 
adequadamente na sua ação pedagógica, porquanto os fatores sócio-culturais permeiam os 
trabalhos sobre Educação Matemática. 
Esta idéia ora colocada remete aos anos de 19 40, quando Maria Lucrécia ainda 
estudante da Escola Normal Primária de Curitiba defendia que a matemática era à base de 
toda a evolução científica e tecnológica, haja vista haver estudado o sentido político da 
educação matemática em Diderot13, o qual em sua “Enciclopédia” observou ser a educação 
o campo primeiro na vida do indivíduo e da sociedade, porém a instrução deveria ser 
oportuna a todos de acordo com seus méritos e capacidades. 
Vê-se, então, que ambas as idéias estavam implícitas no ensino matemático de 
Maria Lucrécia, pois, o exame da posição dessa educadora castrense revelou os modos de 
proceder da criatividade cotidiana na escola primária e secundária do ensino público na 
cidade paranaense de Castro. 
Embora o modelo de ensino da matemática fosse rígido, burocrático e cristalizado 
e, na maior parte das vezes, não mostrasse as concretas dificuldades no campo dos fatos 
lógicos - matemáticos em conseqüência do conteúdo programático imposto pela Escola, a 
Professora Maria Lucrécia Signorelli distinguia-se entre as demais pela crença de que o 
ensino-aprendizagem estava articulado com base em três pontos: o emissor, o meio de 
transmissão do conhecimento e a forma como o receptor devia aprender. 
A professora procurava sempre situações que dessem sentido aos conhecimentos 
que iam ser ensinados, porque se definiu por conduzir as aulas de matemática na tríade: 
emitir o ensino fundamentado numa atividade inerente ao ser humano; transmitir o 
conhecimento pautado na educação matemática; e, oportunizar o uso de conceitos 
 
13 Denis Diderot nasceu em Langres em 05 de outubro de 1713 e faleceu em Paris em 30 de julho de 1784. 
Publicou a obra denominada Enciclopédia , escreveu ensaios, contos e críticas da arte pictórica . Em suas 
cartas a Sofia de Voiland apresentou um quadro da sociedade de seu tempo. É considerado no Século XVIII, 
ao lado de Voltaire e Rousseau, uma posição de destaque nas Letras. 
 11
quotidianos favorecendo o desenvolvimento de uma educação pertinente à realidade do 
aluno. 
Essas “maneiras de fazer” o ensino constituíram para Maria Lucrécia as 
diferentes práticas pelas quais os alunos se reapropriavam do espaço da escola, a partir da 
produção sócio-cultural estabelecida como tática no quotidiano escolar. Os objetivos, os 
conteúdos e os métodos do ensino da matemática apareciam coordenados num ponto do 
espaço, e não isolados, da imagem quotidiana do espaço social do aluno. 
Essa produção sócio-cultural envolvia a compreensão das relações entre “cultura e 
trabalho”, que no pensar de Diderot significava entre a “geometria das academias e a das 
oficinas” (1875, t .III), cuja idéia sempre foi colocada em prática pela Professora Maria 
Lucrécia Signorelli, com base na “linguagem matemática”. Por esta expressão entende-se 
o saber “saber fazer” leitura, o saber “saber fazer” escrita, o saber “saber fazer” a 
disposição dos caracteres da aritmética. Assim, entre o número (aprendizado social) e o 
espaço (quotidiano escolar) o aluno era considerado como alfabetizado na disciplina de 
matemática tendo porsuporte as oficinas de Educação Matemática14. 
Com esta filosofia de trabalho escolar a Professora tinha por objetivo a formação 
de cidadãos matematicamente alfabetizados (DIDEROT, 1875, t.III) , cuja parte substancial 
do ensino era estimular os alunos a viverem o “espaço escolar” como se fora o “espaço 
social” de uma forma tal que “soubessem como resolver seus problemas de comércio, 
economia, administração, engenharia, medicina e outros aspectos da vida quotidiana, pois, 
entendo que Disciplina Matemática e Educação Matemática são elementos 
caracterizadores de uma ação pedagógica de ensino” (SIGNORELLI, entrevista, 2004). 
Neste sentido, nas experiências quotidianas o indivíduo tem necessidade dos 
conhecimentos de aritmética, álgebra e geometria porque tanto na prática comum como 
na reflexão crítica “tudo se conta e tudo se mede”. 
No campo da prática a contagem aritmética tem sua finalidade, o seu valor 
numérico e a sua medida própria em decorrência de necessidades da vida social do homem, 
conforme coloca DIDEROT que é, principalmente, “nas matemáticas que todas as verdades 
são idênticas; toda ciência do cálculo não é senão a repetição deste axioma __ um e um 
 
14 Os sofistas gregos foram os primeiros a reconhecer o grande valor educacional da Matemática e os 
primeiros a incorporá-la num sistema de ensino, que se consolidou com as reflexões de Platão como um dos 
pontos fundamentais do sistema educacional através da História. 
 12
são dois __ e toda a geometria não é mais do que a repetição deste __ o todo é maior que 
sua parte” (1875,t.III, p.454). 
Na perspectiva epistemológica a aritmética é a quantidade abstrata enumerável 
(números) com duas subdivisões: a aritmética numérica ou por algarismos e a álgebra ou 
aritmética universal por letras, enquanto, a geometria significa a quantidade abstrata 
extensa (espaço), pois, desenvolve as idéias de perspectiva, distância e de propriedade, 
sendo subdividida em geometria elementar (propriedades do círculo e da linha reta) e 
geometria transcendente (propriedades de qualquer tipo de curvas). 
À luz desses conhecimentos a Professora, Maria Lucrécia Signorelli, ao longo de 
sua carreira de magistério primário e secundário, aplicou o método e a linguagem 
matemática segundo os parâmetros teóricos de Denis Diderot. 
Da memória da professora ocorreu a lembrança de como procedia para colocar 
para a criança e para o adolescente a arte de pensar corretamente. Para apreender a 
formalidade das práticas de saber “saber fazer” aprender utilizava-se de situações concretas 
do quotidiano escolar e da vida social com ênfase em materiais didáticos como: gravuras 
representativas da quantidade de objetos (frutas, bolas, casas e outros); jogos de bola 
(brincadeiras de bola de gude); práticas de espaços urbanos (casa de moradia, trajeto da 
escola, praças, locais de lazer); e, outros. 
Em seguida, teoricamente, passava às práticas da leitura dos números e ao cálculo 
sobre problemas, porquanto sempre articulava o ensino da matemática com a educação 
matemática partindo, assim, das operações concretas à abstração com vistas à formação 
educativa do cidadão num processo de interações quotidianas relativas às atividades sociais 
muito específicas. O ensino, então, era praticado espontaneamente e baseado na realidade 
material em que o aluno estava inserido. 
Isto não quer dizer que o ensino-aprendizagem ocorresse de forma homogênea, 
pois, a linguagem matemática não era recebida da mesma maneira por todos os alunos. Na 
escola primária as crianças com “problemas de aprendizagem” não ficavam à margem dos 
ensinamentos, porque os conhecimentos matemáticos eram reforçados e o ensino era 
autoritário e rígido. No curso secundário, o procedimento não era diferente e o adolescente 
com “dificuldades de aprendizado” somente passava para a série seguinte quando aprovado 
em “exames de segunda época”. 
 13
Esta questão era centrada no saber “saber fazer” ensino e no saber “saber fazer” 
estudar, haja vista a Professora Maria Lucrécia ter capacidade intelectual para nas relações 
“professor-aluno” impor o “saber poder”, cuja tática do ensino da matemática foi 
apreendida e absorvida durante o curso de 02 (dois) anos na Escola Normal Primária de 
Curitiba e nas experiências quotidianas em Escolas Isoladas e nos Grupos Escolares, 
respectivamente, das cidades paranaenses de Castro e de Tibagi . 
Evidenciou-se, portanto, que o “micro poder” se socializou quando a Professora 
passou a lecionar no Grupo Escolar “Dr. Vicente Machado”, localizado à Praça Manoel 
Ribas e, quando simultaneamente, instalou-se no mesmo espaço escolar o Ginásio Estadual 
de Castro. Possuidora de um perfil inovador e centralizador de conhecimentos foi 
convidada para assumir a disciplina de matemática, momento em que faz opção por seus 
ideais pedagógicos, ou seja, a conquista de um lugar comum: a linguagem e a educação 
matemática. 
No ensino da Matemática, a professora Lucrécia utilizava vários livros, que com 
esmero e dedicação sempre guardou entre seus pertences, mas, os de sua preferência eram 
“A conquista da matemática”15 e “Matemática para a 7ª Série”16. 
Para a emérita educadora17, a base do 3º (terceiro) ano é a divisão, pois, se o aluno 
não aprender dividir por vários números não vai conseguir resolver o máximo divisor 
comum, o mínimo múltiplo comum, o fatorar, as divisões decimais e outros exercícios 
fundamentais da Matemática. 
No 3º (terceiro) ano a Professora ensinava fatorar por números até 11 (onze) em 
forma de pirâmide, e, também a resolver a raiz quadrada de determinado número. Lucrécia 
exigia do aluno a raiz quadrada decorada dos números até 30 (trinta), pois citou como 
exemplo, a seguinte pergunta: __ “Quanto é a raiz de 144? O aluno sabia de cabeça que 
era 12” (SIGNORELLI, entrevista, 2004). 
Já no 5º (quinto) ano, do Curso Primário, o aluno tinha que saber fração, raiz 
quadrada, regra de três simples e composta, juros e capital, entre outras coisas, pois, com 
 
15 GIOVANI & CASTRUCI. A conquista da matemática: 5ª série. São Paulo: FTD, 1960. 
16 SARDELLA & MATTA. Matemática para a 7ª Série. São Paulo: Ática, 1962. 
17 Lucrécia recorda-se de ser questionada pelo Secretário da Educação, que visitou o Grupo Escolar “Vicente 
Machado”, pois, segundo o Diretor de Ensino, Professor Fontoura, a professora estaria atrasada com o 
programa da 3º série, porque ainda estava ensinando divisão por vários algarismos, e ela então afirmou que 
não estava e explica ser a divisão a base do programa do 3º ano. Apesar da explicação, as colegas e demais 
pessoas começaram a dizer que a professora Lucrécia “havia tido uma questão com o Diretor”. 
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estes conhecimentos necessários às atividades humanas - de tipos as mais variadas - a 
linguagem matemática coloca-se como um saber, cuja diretriz da Disciplina matemática 
constitui o princípio de utilidade para o cidadão e o princípio de ligação entre as ciências 
(DIDEROT, 1875,t. III). 
A par disso, constatou-se na fala da Professora Maria Lucrécia Signorelli que o 
ensino segundo o modelo da década de 20 a 60, do Século XX, era mais rígido porque 
seguia uma seqüência lógica (aritmética, álgebra e geometria), além do que, o aluno do 1º 
(primeiro) ano aprendia e sabia dividir até o número 09 (nove), escrevia o ditado, sabia 
onde colocava os assentos ortográficos, transformava dinheiro em outras moedas e sabia 
fazer troco em compras (SIGNORELLI, entrevista,2004). 
Em seguida complementou a Professora, que o ensino concreto, intuitivo e 
objetivo repassado no Curso Primário estendeu-se ao Secundário, cujo conteúdo 
programático da Disciplina de Matemática estava fundamentadona Lei Orgânica do 
Ensino, de abril, de 1942, conhecida como Reforma Capanema, a qual preconizava a busca 
de uma cultura geral com sentido de elevar a consciência patriótica. 
Considerando o estado de espírito da educadora, Maria Lucrécia Signorelli, 
fundamentada nas questões metodológicas do ensino em educação matemática constatou-
se que o perfil desta professora neste campo estava centrado no eixo da potencialidade 
prático-instrumental da matemática. 
 
Considerações Finais 
 
À primeira vista, pareceu sem importância as colocações de Maria Lucrécia 
Signorelli a respeito da disciplina Matemática ensinadas nas escolas primária e secundária 
de Castro. 
Para encaminhar esta questão buscou-se pensar em dois pontos: a construção da 
memória de uma educadora e a importância da linguagem matemática no sentido de saber 
como o ensino de matemática ocorreu no ensino público castrense. 
Do ponto de vista da memória escolar, além de prolongar o passado no presente, 
que se abre à dialética da lembrança e da amnésia ocorreu o posicionamento sobre o perfil 
de Maria Lucrécia Signorelli por se tratar de uma educadora autêntica, que viveu para 
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aprimorar quotidianamente o intelecto e ensinar várias gerações de crianças e adolescentes 
da sociedade de Castro. 
Na perspectiva, da disciplina matemática porque a educação preconizava a 
importância da aritmética, da álgebra e da geometria em todas as necessidades da vida, haja 
vista o somar, o subtrair e o medir fazer parte do quotidiano do cidadão. 
Ao lado dessas evidências a proposta ora apresentada teve por objetivo a discussão 
dos caminhos tomados por uma professora que com, apenas, formação de normalista 
atingiu amplo conhecimento da matemática com aplicação no ensino secundário devido às 
reflexões críticas obtidas na Escola Primária de Curitiba sobre o Enciclopedismo de Denis 
Diderot. 
Para esta educadora, que se colocou numa dimensão de subjetividade intelectual 
mas, concomitantemente, portadora de objetividade cientifica na prática docente de ensino, 
a transmissão do conhecimento matemático só poderia ser realizar no sentido da Educação 
Matemática. 
Assim, Maria Lucrécia Signorelli foi avançada para o tempo vivido por ela, 
portanto, acompanhava em termos nacionais os debates sobre o “Plano Nacional de 
Educação”, em relação do ensino da matemática, cujas reformas foram interrompidas com a 
constituição de 1946, porém, retomados as discussões até culminar com a promulgação da 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 20 de dezembro de 1961. 
Neste entender, por seu talento intelectual crítico e por seu ensino autoritário 
como professora e educadora, Maria Lucrécia Signorelli alcançou um patamar de destaque 
na formação educacional de crianças da elite castrense, que a consignou como uma “Diva 
do Ensino de Matemática” em Castro. 
 
Fontes Consultadas 
 
ORAIS 
 
CARNEIRO, Maria Trindade Prestes. Depoimento oral. Castro: Residência, 2004. (2:00 
horas) 
 
SIGNORELLI, Julieta. Depoimento oral. Castro: Residência, 2004. (2:00 horas) 
 
 16
SIGNORELLI, Maria Lucrécia. Entrevista oral gravada. Castro: Residência, 2004. (2:00 
horas) 
 
VINHAS, Maria Aparecida Machado. Entrevista oral gravada. Castro: Residência, 2004. 
(2:00 horas) 
 
ESCRITAS 
 
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1. artes de fazer. Rio de Janeiro: Vozes, 
1994 351 p. 
 
CARNEIRO, Cirlei Francisca Gomes. Biografias e memória em cem anos do Grupo 
Escolar “Dr. Vicente Machado”. 1904-2004. Curitiba: Livraria do Chain Editora, 1904. 
189 p. 
 
__________. Maria Lucrécia Signorelli. IN: _ Biografias e memória em cem anos do 
Grupo Escolar “Dr. Vicente Machado”. 1904-2004. Curitiba: Livraria do Chain Editora, 
1904. p. 83-86. 
 
D’Ambrósio, Ubiratan. Da realidade à ação: reflexões sobre a Educação e a Matemática. 
2. ed. São Paulo: Summus, 1986. p. 10-11. 
 
DIAS, Isabel Cristina A. L. Felipe C. O ensino e aprendizagem da Matemática nas 
Décadas de 40, 50 e 60 no Brasil e em Portugal: preâmbulo de um estudo comparativo. 
IN__ VI Congresso Luso-Brasileiro de História da Educação. Uberlândia - Minas Gerais -
Brasil: 6ª sessão Coordenada,20/04/2006. 
 
DIDEROT, Denis. Ouvres Complètes. Paris: Garnier, 1875. Tomo III. 
 
FRAGA, Maria Lúcia. A matemática na escola primária: uma observação do cotidiano. 
São Paulo: EPU, 1988. 80 p. 
 
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 7.ed. Rio de Janeiro: Graal, 1979, 294 p. 
 
POPKEWITZ, T.S. Lutando em defesa da alma. A política de ensino e a construção do 
professor. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001. 
 
ROSAS, José Pedro Novaes. Instituições Públicas. In: - A fundação da cidade de Castro: 
apontamentos históricos. Castro: s/ed, s/d. p. 107-124.

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