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3 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO HISTÓRIA E MEMÓRIA DA PROFISSÃO DOCENTE MEMORIAL DESCRITIVO Andréia Cristine Pacheco Apresentação Oi Andréia, tudo bem com você menina? Quem vos escreve é você no futuro. Vim para te dizer que daqui uns anos você estará a caminho de realizar seus sonhos. Muitas vezes você vai desacreditar de seus sonhos, mas continue seguindo em frente. Os lugares, as pessoas e a vida alguns momentos te mostrem outras oportunidades, mas não perca a sua essência. Você vai viajar, conhecer lugares lindos, culturas diferentes e também o mar. Um dia vai dirigir e vai até Aparecida do Norte e lá encontrará muito mais da sua fé. Você sonha que vai estudar na Uem, o destino te levará para outra cidade, mas Maringá sempre será sua meta de vida. Vai chorar por achar que não vai conseguir alcançar seus sonhos, por estarem bem distantes, mas continue acreditando que irá se formar por lá. Trabalhará arduamente e com seu pai por perto por muitos anos, mas a crise financeira chegará na empresa e nesse momento que seu caminho vai mudar, talvez as coisas não aconteçam bem na ordem que você esteja planejando, mas elas chegarão em algum momento. Aproveite bastante os momentos com seu pai, pois ele não vai acompanhar seus sonhos se transformando em realidade. Mas tenha a certeza que onde quer que ele esteja estará orgulhoso da pessoa que você se transformará. Vai ter sua casa, seu cachorro, seu filho, seu esposo. Vai se tornar a professora que seu pai sempre disse que você seria. Depois de formada, vai desejar alçar novos vôos, que se realização dependendo só de você. Objetivos Meu objetivo é adquirir conhecimentos para que eu possa ter uma base teórica mais forte, e que me traga mais segurança para falar e escrever com propriedade. 4 O grupo servirá para aprimorar meus conhecimentos, pretendo ouvir e buscar acompanhar as linhas de pensamento expostas para crescer academicamente. Tendo essas trocas de experiências e conhecimentos desejo alcançar uma formação de “respeito”, que eu possa olhar e analisar situações, “ensinar” com saberes que me darão um grande suporte e segurança. Que eu possa falar com propriedade daquilo que aprendi. Aprendizagem E Autoaprendizagem Convivemos para aprender, aprendemos a nos relacionar, e ao nos relacionar aprendemos e autoaprendemos. Adquirimos a informação por meio da leitura, conversas e pesquisas. O conhecimento é a forma com que organizamos aquilo que descobrimos a partir das informações encontradas. O entendimento é o momento que o “insigt” onde as ideias se tornam claras e começamos a enxergar o que antes não era claro. Saber é a fase final do processo da Da Disciplina PARA UMA FORMAÇÃO DE PROFESSORES CONSTRUÍDA DENTRO DA PROFISSÃO O que é ser um bom professor? É preciso ter práticas e conhecimentos, uma cultura profissional, o tacto pedagógico, trabalho em equipe e compromisso social. Para Jee Shulman, ser professor não basta um determinado conhecimento, é preciso compreendê-lo em todas as suas dimensões. Um trecho que me chamou a atenção no livro, é quando se diz: Devolver a formação de professores aos professores. Realmente analisando os perfis dos professores em algumas instituições é visível que não há representantes com experiência de campo para lecionar. A escola é um lugar de relação e comunicação, e principalmente de inovação. O autor nos faz pensar que é impossível separar o pessoal do profissional, o que o professor é e como ele se sente implica diretamente em seu discurso, na sua forma de trabalhar, pois somos aquilo que ensinamos. O professor precisa ser uma pessoa inteira, e também da importância da necessidade de se trabalhar técnicas como a tecnicidade. O que me chamou a atenção é que o texto aborda que a educação na figura do professor está muito distante do que ela realmente é, ou seja, a formação de professores não está seito feita/executada pelos próprios professores, outros especialistas sem vivências estão ocupando estes postos. Nesse sentido, as práticas e publicações que encontramos na área são consideradas “discursos pobres”, ineficientes, tecnicistas e repetitivas, de “moda”. Em especial, no capítulo que se refere à Pessoa, o autor ressalta que o professor e sua profissão são um só, que não é possível separar o pessoal do profissional, que somos exatamente aquilo que ensinamos. O texto fala sobre as características de ser um bom professor e especificamente no capítulo 3, ele retoma que o professor precisa ser uma pessoa inteira. Entendo esse trecho que devemos ser apaixonados, dedicados motivar e ter afinco como parte de nossas atribuições diárias. 5 Ficou vago para mim a ideia das teorias da pessoalidade e da profissionalidade. Mas entendi e senti a necessidade de que haja práticas de auto-formação e auto conhecimento em busca de um professor melhor. PÂNICO DA FOLHA EM BRANCO Para entender e superar o medo de escrever É preciso atentar-se que numa leitura torna-se fundamental interpretar o que a autora quis dizer, e não utilizar minhas palavras. Uma análise para ser de qualidade deve ser fundamentada, embasada em autores como referência. Destaco que a autora ressalta a importância de auto formação em busca do auto conhecimento. A leitura do texto traz para o leitor o pensamento de quanto é bom escrever, e que a prática da escrita é essencial para o aprimoramento. Muitas pessoas tem dificuldade e me fez refletir que para se escrever bons textos há que se ter uma leitura atenta e exercitar a escrita com frequencia. O texto relata que essa dificuldade não difere da dificuldade de falar em público, então há a necessidade de incentivar, evitar constrangimentos e total liberdade para a escrita. Trazendo esse texto para minha vivência, sei que tenho dificuldades em citações e mencionar autores, acredito que daqui para frente preciso buscar conhecimento nesse quesito para que possa confeccionar um bom trabalho enquanto acadêmica pertencente a um grupo de estudos, no futuro mestrado. Livro: As escolas Normais no Brasil: Do Império à República Com base em documentos oficiais, legislação, livros utilizados, discursos jornalísticos, arquitetura dos edifícios, entrevistas com professores oriundos dessas escolas e imagens, os autores enriquecem o estudo e disponibilizam vestígios, que nos auxiliam a o cenário da Escola Normal. Segundo Rocha, o número de escolas era reduzido, as instalações inadequadas. Sem mobiliário condizente e com parco material didático, funcionavam com número reduzido de professores, que trabalhavam em condições extremamente desvantajosas e recebiam baixos salários (2008, p. 47). O que me chamou a atenção nessa leitura é a importância da formação do professor, que passa a ser cobrada, ser alfabetizado e ter uma boa índole provada com documentação probatória lhes dava o direito de lecionar. Uma atenção especial que o número de mulheres aumentou consideravelmente. A partir de 1870 a estrutura e a qualificação começam a ganhar atenção no cenário político, que preza por profissionais qualificados. No século XIX a cultura que prevaleceu nas Escolas Normais foi a de que o professor seria o responsável pela disseminação do saber com o intuito do progresso da nação. Itinerários e singularidades da institucionalização e expansão da escola primária no Brasil (1930-1961) 6 O presidente Getúlio Dornelles Vargas, quando empossado na chefia do Governo Provisório, em 3 de novembrode 1930, anunciou, um Programa de Reconstrução Nacional, para o qual a educação escolar, foi designada como prioridade de políticas públicas. No período do Governo Provisório (1930-1934) e do Governo Constitucional (1934-1937) de Getúlio Dornelles Vargas, o Rio Grande do Norte foi administrado por uma Junta Governista Militar Provisória e pelosInterventores Federais: Irineu Joffili (1930-1931), Aluízio de Andrade Moura (1931), Hercolino Cascardo (1931-1932), Bertino Dutra da Silva (1932-1933), Mário Leopoldo Pereira da Câmara (1933-1935) e Rafael Fernandes Gurjão (1935-1937). No Estado Novo (1937-1945), o Rio Grande do Norte foi então administrado pelos Interventores Federais: Rafael Fernandes Gurjão (1937-1943), Antônio Fernandes Dantas (1943-1945) e José Georgino Alves Avelino de Souza (1945). No Governo Provisório do Presidente do Supremo Tribunal Federal José Linhares (1945-1946) além de partedo Governo do Presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) o Rio Grande do Norte foi administrado pelos três últimos Interventores Federais Miguel Seabra Fagundes (1945-1946), Ubaldo Bezerra de Melo (1946-1947) e Orestes da Rocha Lima (1947). Em dezessete anos, a expansão da educação escolar primária foi fortemente encorajada com aprovação do Fundo Nacional do Ensino Primário (1942), do Convênio Nacional de Ensino Primário, entre a União e o Estado do Rio Grande do Norte (1942) e entre esse Estado e seus Municípios (1942), com a edificação, conversão, desdobramentos e transferência de escolas primáriasde diversas modalidades. Interventor – tempo de governo/quantidade de escolas O texto aponta para a institucionalização de uma rede de escolas primárias públicas cujo contraponto eraampliar oportunidades educacionais para a população escolar crescente urbanas, suburbanas e rurais. Toda essa mudança gera adaptação de crianças, jovens e adultos às mudanças sociais futuras da vida coletiva. Palestra Inovação e educação contemporânea: gerar, criar e educar em Portugal Síntese pessoal do aprendizado, fundamentado no que o autor trouxe, sintetizar o aprendizado. Escola Primária no Brasil História da Escola Pública Primária no Brasil: Institucionalização No final do século XIX, houve a necessidade de fortalecer o espírito nacional e mundial, fortalecendo sempre a importância do cenário nacional. A escola funcionou então como um mecanismo de controle. O enquadramento de milhões de crianças numa rede institucional de disciplina militar (Candeias, 1998). Nas explanações e discussões sobre os autores e seus capítulos, alguns pontos me chamaram a atenção. No que se refere ao primeiro capítulo, o historiador Boris Fausto, e o fato de que havia quase 13 milhões de pessoas e somente 1 milhão destes estavam na escola. No capítulo dois o destaque é a escola unitária onde as crianças ficavam aglomeradas em um único cômodo, mais à frente relatarei que ficou bem visível quando conhecemos o Memorial 7 Kimura e o Grupo Escolar que existe lá, uma sala grande e espaçosa onde todas as séries ficavam juntas independente do nível, e a escola graduada. Já no capítulo três o destaque são as professoras normalistas que começaram a se interessar pelo Magistério como uma opção de renda extra e com a intencionalidade de buscar um bom casamento, e o ensino primário passou a contar com mais de três turnos. No capítulo cinco fala sobre Ruralismo pedagógico, onde o espaço rural começou a receber uma atenção especial que trouxe uma visibilidade para a importância dos estudos e formação no meio rural. Síntese sobre o ensino normal As primeiras iniciativas Ligação com a institucionalização pública atual, idéias liberais. Reforma e contra-reforma na educação pública. A Revolução Francesa coincidiu com o período da escola normal. Em 1772 aconteceu a regulamentação com exames submetidos aos professores. Em 1827 a escola de primeiras letras em cidades, vilas e lugares mais populares. Em 1820 o destaque é a formação docente e as primeiras escolas de ensino mútuo. Método Lancaster é o ensino mútuo monitorial com metodologia breve e qualitativa. As primeiras escolas normais brasileiras surgem em 1834 por iniciativa das Províncias, sendo a primeira escola normal brasileira no Rio de Janeiro em 1835. Surgiu uma curiosidade sobre a palavra no texto “Boa Morigeração”, que constava na página 64 no segundo parágrafo, que significava boa educação, polidez. Consta no registro que em 1840, em quatro anos de funcionamento formaram 13 alunos sendo 11 para magistério. Êxito só a partir de 1870. Em 1876 o presidente da Província do Paraná fez a comparação com uma planta exótica, que nasce e morre no mesmo dia. Organização didática simples. Nos primeiros cinquenta anos do Império foram ensaios rudimentares e mal sucedidos. Em 1867 não houve produção notável produzida até então, somente quatro estabelecimentos, diferente de 1883 que registrou 22 estabelecimentos. Surge uma complexidade no currículo a partir de 1879, e com a reforma Leôncio Carvalho a duração do curso em séries e não em anos passa a vigorar. A renovação pedagógica chega em 1890 com Pestalozzi. Escola Normal no Rio Grande do Sul, século XIX Sobre o professor de primeiras letras. O texto fala sobre a falta de professores qualificados, iniciativas públicas e particulares para abrir novas escolas. Primeiro foi preceptora, onde as famílias de posses tinham direito ao estudo das primeiras letras, logo após veio os jesuítas e os colégios distritais. Em 1827 surge a metodologia Lancasteriano, e também a primeira escola pública feminina. A capacidade profissional passa a ser avaliada por meio de concursos e exames. Lycéo. Os concursos focavam o domínio das matérias e em 1855 a semelhança com a metodologia de estágio atual são muito parecidos, e os aprovados em concurso tinham um período de provação, também semelhante ao estágio probatório dos concursados atuais. 8 O magistério público não era atrativo, que estrangeiros sem experiência poderiam assumir cargos tranquilamente. Sobre o concurso, era individual, autodidata, de conhecimentos gerais, levava em consideração a idade, lisura de procedimento, adesão aos princípios do Império e à religião católica e moralidade. Mas o concurso era frágil, pois era influenciado pelo poder local, utilizando de privilégios e resultados de favores dos examinadores. A Escola Normal parametrizou concursos. A institucionalização exige sistematização dos conteúdos ministrados nas escolas de primeiras letras. Currículos de Escola Normal organizados com “cadeiras do ensino normal” que hoje são propedêuticos. A Escola Normal recém criada com concurso em 1871. Em 1877 os documentos registram que se não houvesse concorrentes, egressos poderiam assumir, já em 1885 os exames vagos e generalizados que acabaram por serem eliminados. Em 1878 surge a diferenciação dos professores vitalícios, e professores vitalícios normalistas, professores efetivos, e professores interinos. A partir de 1879 houve diferenciação normalistas e não normalistas, eram raridades os portadores de diploma de normalista que tinham preferência nas classificações. Professores Adjuntos tinham experiências internacionais, existiam o professor adjunto, aluno mestre, monitor, classe de aspirantes, submestres que eram os melhores alunos e destaque serviam como docentes. A classificação geral sempre vinham primeiro os homens e depois mulheres. Surgiam as conferências pedagógicas no intuito de estratégias de formação, e a educação continuada de professores. Em 1880 as Conferências Pedagógicas iam em forma de relatório para o presidente da província, e era obrigatória fazer conferências entre si buscando excelência da capacidade profissional no processo de formação do professor. Com a Guerra dos Farrapos aconteceu um retrocesso na educação. Em 1848 foi estabelecidos rigor e escrúpulos na escolha dos professores. Preocupação com a habilitação e capacidade profissional docente. Questões de institucionalização, a formação de professores de 1854 com as lições de Pedagogia. A criação da Escola Normal, a Lei 14 de 1835 estruturava em graus o ensino e escola normal capital, quando em 1840 a guerra trouxe penúria, posteriormente em 1860 não efetivoupor falta de professores e somente em 1877 aconteceram as primeiras aulas mistas que atraiu mais mulheres que homens aspirantes ao magistério público do sexo masculino. A reorganização vem em 1881 onde implantou se um ano de curso preparatório e mais três anos de curso normal. Nos elementos conclusivos tinha estrutura tardia, ora com lições de pedagogia, ora com formação prática, ora aprendizagem por observação e exemplos, ora estudos articulados a outros conhecimentos. As Escolas Normais no Brasil: Do Império à República O objetivo era a criação, implementação e consolidação. Onde 90% da população era analfabeta e os escravos não tinham direito de frequentar, o ensino mútuo era restrito, e era preciso fazer até juramento. A Escola Normal e profissão docente no Piauí, fala sobre o andamento da reforma, a consolidação e sobre o estado laico, destaque para a mulher crescente na escola normalista. Veio o encantamento em 1910 e em 1920 vem o desencanto da sociedade. 9 A Escola Normal do Paraná, discute a vida produtiva assalariada, que o ensino público não era uma educação popular, surgem em 1923 o curso normal e os cursos profissionalizantes, a partir de 1853 a 1871 as modificações socioeconômicas. As escolas normais de província 1871 – Cursos de humanidades 1875 – Concursos Avaliação oral de 30 minutos 1874 – escola normal masculina, salário baixo, favoritismo político 1883 – não recebeu matrículas 1886 – Desistência dos alunos 1866 – Igualdade de salários, e regras para entrar na escola 1893 – unificação masculina A gênese, no Espírito Santo, ocorre em 1884 transferiu a responsabilidade das províncias. Lá vem o bonde das Normalistas, Rio de Janeiro, início das eleições de representante de turma, detalhe que começam a ser separadas por notas em turmas: A,B e C. A escola normal do Rio Grande do Norte, com a primeira etapa de 1839 a 1888. Na primeira tentativa o concurso não atraiu candidatos, surge a oportunidade de professor talentoso que também não atraiu candidatos. Na segunda etapa de 1889 a 1930 acontece a inauguração da escola O Atheneu, grupo Escolar Augusto Severo (modelo) e a instituição do código de ensino e após a inauguração da escola Normal Primária de Mossoró. Na terceira etapa o secundário feminino e o curso de professores misto, esvaziamento de matrículas. O curso normal e Santa Catarina, em 1911 acontece a reforma na formação de professores e em 1930 surge a cientifização da formação docente. Escola Primária no Brasil Escola Primária Rural Fala sobre o descaso, insegurança e infraestrutura comprometidas. A população rural era em torno de 69% em 1940. O texto fala sobre a urbanização e ruralidades diferentes. Ação supletiva do Estado Novo. No fim do Estado Novo em 1946 ênfase educação rural. Cenário Rural no Mato Grosso e também no Paraná. A colonização paranaense não foi nada pacífica e o resultado foram graves conflitos das grilagens. Modelos e expansão do ensino primário rural, no Mato Grosso as escolas eram isoladas, sendo as primárias de 7 a 12 anos. Mário Correa Costa, em 1927 determinou novas diretrizes educacionais e critérios para as instalações. A formação de leigos nos primeiros anos eram semianalfabetos. 10 A partir de 1937 surgem 10 regulamentações da Reforma da Instrução Pública, e o Mato Grosso possuía 227 escolas e em sua maioria eram rurais. No Paraná foi o primeiro a ter unidade e planos, sendo 1932 tinha-se 1136 unidades escolares com 744 delas em área rural. A população camponesa era em torno de 75,5%. As escolas eram de alvenaria, com cerca de duas a oito salas com ou sem residência para o professor. Em 1950 veio a ampliação das redes de ensino e a distribuição de cartilhas. Governo Lupion em 1960 constrói mil casas escolares rurais, e aumenta o número de professores primários, criação de 80 cursos normais regionais (no Norte, Oeste e Sudeste). Vida de Professor Ser um “bom” professor é o melhor método de ensino. A adesão envolve princípios e valores e possui uma acção, que é a forma de se trabalhar, e autoconsciência. O texto traz histórias de vidas. Traz também o ciclo de vida profissional de professores e o enquadramento teórico e metodológico destes. O educador é o principal utensílio e agente principal de formação. Há um destaque para o saber compreensivo, exclusão da formação de hipóteses, sem inspirações, onde cada processo é único, contrato de confiança, partilha escrita e empatia, e caráter formativo. O texto descreve a Vida de Maria, sua trajetória da África e Portugal, sobre sua amiga imaginária, a revolta da perda da mãe e seu preenchimento encontrado na religião. A educação infantil em sua vida, seu regresso a Portugal e as dificuldades financeiras, dedicação de tempo para o trabalho e para casa, também o tempo para o casal. Ao fim ela se reconcilia consigo mesma e progride. Formação de professores, uma roda de conversa Sobre a formação de professores, um preparo educacional fugaz que se assemelha a um técnico. Durante as décadas se fizermos um comparativo, não difere das situações que vivemos atualmente. Década de 50 a expansão e acesso do público mais carente, a formação de professores e de materiais para acompanhar tal crescimento. A competência do professor é colocada em destaque, pois ele precisa de metas para alcançar vagas em escolas melhores. Êxodo rural, a profissionalização operando para um contexto maior. Rotulação, o professor não consegue ensinar por motivo de pobreza e fome, ele rotula os motivos de seu insucesso. Na década de 60 (Ditadura) a forma de educação começa a ser questionada e a única formação é a escola normal. Escola normal era como um curso para casamento, para dar aulas era preciso autorização do marido documentado moralidade (Lei Couto Ferraz. Decreto n° 133, de 17/02/1854, art 16°). Desprestígio, os salários baixos como complementação de renda. Desvalorização da figura da mulher. Na década de 70 o salário acaba se tornando primordial, instrumentalização do professor com técnicas. 11 Na década de 80/90 aconteceram greves mobilizando a categoria, organização em sindicatos. Sobre a gratuidade do ensino, destaque para a Uem, que ocorreu em 1986. Desprofissionalização da categoria. Cursos e parâmetros e discursos de autonomia. Os professores x governo, há uma semelhança com as relações pais x filhos, que esperam que as coisas venham prontas, e não valorizamos o aluno, onde acontecem os rótulos. Visita ao Memorial Kimura – Escola Isolada Cerâmica Floresta Fazer a visita ao Memorial foi extremamente incrível, há muitos anos não tinha essa sensação forte de memória afetiva revisitada, durante as aulas falamos e discutimos muito sobre a História da Formação Docente e estruturas escolares ao longo da História do Brasil, e ao me deparar com a Escola Isolada Cerâmica Floresta situada no Distrito de Floriano, materializei todos os textos e conhecimentos adquiridos durante o curso, a sensação de estar respirando a história visitando foi formidável, inesquecível, sensação mista de euforia, de êxtase, emoção e uma alegria imensurável. Todo o conteúdo abordado em sala e nestas linhas se tornaram realidade diante de meus olhos ao chegar naquele local. Fez valer a pena cada aula que participei, e a sensação que esse conhecimento nos traz e nos envolve muda todo o nosso olhar para nossa formação, para nossa história, que não tem preço que pague essa vivência. Nos anexos coloco algumas fotos que mais me tocaram na visita ao local. Considerações Finais Quando iniciei o curso não fazia ideia da responsabilidade que estava assumindo em minha carreira acadêmica, uma das minhas dificuldades que tenho ciência é a escrita, porém a cada encontro me senti ainda engatinhando por não visualizar com tanta clareza e magnificência como fizeram alguns de meus colegas de curso. Surgiram algumasdificuldades e senti muita insegurança para os desafios que apareceram em meu caminho, um medo tão grande de apresentar trabalhos frente à um público preparado, uma vontade de faltar de tanto medo, fato que não ocorreu na vida acadêmica da graduação. Mas essas aulas me trouxeram um olhar mais apurado, uma visão mais crítica, ainda preciso aprimorar minha fala, minhas apresentações, mas estou extremamente satisfeita em estar fazendo esta caminhada, acredito que preciso de mais um ano para mudar meu projeto e me dedicar com mais afinco às leituras e estudos para encontrar o projeto ideal e que ele valha a pena, nas palavras de Nóvoa (2000), ninguém se forma no vazio. Só tenho a agradecer mais uma vez à professora por toda a paciência e dedicação, e a Universidade pela oportunidade de estar mais uma vez ocupando as cadeiras de uma das melhores universidades do Brasil, que resiste, mesmo sendo a luta constante e árdua. Bibliografia: ALMEIDA, Jane S. de. Mulheres na Educação: missão, vocação e destino? A feminização do magistério ao longo do século XX. In: SAVIANI, Dermeval; ALMEIDA, Jane S.; SOUZA, Rosa F.; VALDEMARIN, Vera T. (orgs.) O legado educacional do século XX no Brasil. 2ª. Ed. Campinas: Autores Associados, 2006, p. 59-107. 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