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www.PROFDAVI.com.br CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS CURSO PREPARATÓRIO COLEGIADOS ESCOLARES: CONSELHO DE CLASSE, CONSELHO DE ESCOLA E GRÊMIO Órgãos colegiados ou órgãos colegiais são aqueles em que há representações diversas e as decisões são tomadas em grupos, com o aproveitamento de experiências diferencia- das. O termo colegiado diz respeito à forma de gestão na qual a direção é compartilhada por um conjunto de pessoas com igual autoridade, que reunidas, decidem. No órgão cole- giado inexiste a decisão de somente um membro. DOS ÓRGÃOS COLEGIADOS Art. 34 O segmento social organizado e reconhecido como órgão colegiado de representação da comunidade escolar é legalmente instituído por estatuto e regulamen- to próprios. Art. 35 A unidade de ensino deve contar, no mínimo, com os seguintes órgãos colegiados: I - conselho escolar, constituído nos termos da legislação vigente; II - conselho de classe e série/ano, constituído nos termos deste Regimento. Art. 36 A unidade de ensino deve incentivar a organização do grêmio estudantil, que tem regulamento próprio apro- vado em assembleia de educandos. Parágrafo único. O grêmio estudantil é órgão máximo de representação dos educandos da unidade de ensino, com o objetivo de defender interesses individual e coletivo, incentivando a cultura literária, artística e desportiva dos associados. (REGIMENTO COMUM DAS ESCOLAS ESTADUAIS DO ES) Conselho de classe O conselho de classe é uma discussão coletiva onde são apontadas as dificuldades dos alunos, professores e institui- ção de ensino na busca por melhorias na educação. É uma reunião avaliativa em que diversos especialistas envolvi- dos no processo ensino-aprendizagem discutem acerca da aprendizagem dos alunos, o desempenho dos docentes, os resultados das estratégias de ensino empregadas, a adequa- ção da organização curricular e outros aspectos referentes a esse processo, a fim de avaliá-lo coletivamente, mediante diversos pontos de vista. É uma oportunidade de reunir os professores com o objetivo de refletir sobre a aprendizagem dos alunos e o processo de ensino. Seu objetivo é favorecer uma avaliação mais completa do estudante e do próprio tra- balho docente, proporcionando um espaço de reflexão sobre o trabalho que está sendo realizado e possibilitando a toma- da de decisão para um novo fazer pedagógico, favorecendo mudanças para estratégias mais adequadas à aprendizagem de cada turma e/ou aluno. No Conselho de Classe, mais do que decidir se os alunos serão aprovados ou não, objetiva-se encontrar os pontos de dificuldade tanto dos alunos quanto da própria instituição de ensino na figura de seus professores e organização escolar. Nele deve haver uma discussão coletiva onde serão aponta- das dificuldades de alunos, professores e instituição de ensi- no, a fim de buscar melhorias para o processo ensino-apren- dizagem. Ele é um espaço democrático de construção de alternativas para o desenvolvimento da instituição de ensino e das estratégias para o atendimento aos que nela estudam. O Conselho de Classe, enquanto instrumento de avaliação, requer que os alunos estejam sendo constantemente ob- servados pelos professores e demais especialistas que com- põem os profissionais da instituição de ensino. Para isso, a avaliação deve ser cotidiana, pois todo o dia, toda a semana, até o final do semestre ou ano, cada aluno deve estar sendo percebido pelos professores que trabalham com ele. Ao ob- servar, diagnosticar e registrar, saberes estão sendo extraídos sobre cada aluno de forma a enquadrá-lo dentro de uma de- terminada categoria de desenvolvimento que define alvos a serem alcançados por todos. A equipe pedagógica deve ter em mente os alvos educa- cionais a serem desenvolvidos e avaliados no processo de aprendizagem dos alunos. Esses alvos devem abranger atitu- des de participação, respeito e responsabilidade; construção de conhecimento e apreensão de conteúdos e conceitos; e formação do caráter e da cidadania. Nesta prática avaliativa, cada aluno deve ser visto individual- mente, em suas singularidades de comportamentos, apren- dizagens e histórias particulares. O Conselho de Classe, para cumprir sua função, exige dos professores um olhar cotidiano detalhado sobre cada indi- víduo para que, durante a reunião, possam contar, explicar, lembrar e definir, a partir daquilo que observaram e obtive- ram como informação sobre a aprendizagem, o desenvolvi- mento e a história de vida de cada aluno, assim como o tipo de progressão adequada para cada um deles. A equipe pedagógica deve ter em mente que o processo de avaliar possui, basicamente, três passos: • Conhecer o nível de desempenho inicial do aluno (consta- tação da realidade); • Analisar o progresso do aluno comparando seu nível inicial de desempenho com o nível atual, considerando o que é es- sencial e importante de ser aprendido e desenvolvido ao lon- go do processo educativo (qualificação da aprendizagem); • Tomar decisões que possibilitem atingir os resultados espe- rados. Fundamendal é ter consciência de que só se pode avaliar o que foi ensinado e que a evolução do aluno, seu progresso entre o nível inicial e atual, é o que importa. Desta forma, é necessário que enquanto os alunos têm seu desenvolvimento avaliado, os professores também reflitam sobre a necessidade de reformular as práticas educativas a fim de levar sugestões para somar às reflexões que serão realizadas durante o Conselho de Classe. Participam desse momento: professores, orientadores, supervisores e o líder de classe (representante ou vicerepresentante), com o obje- tivo de compartilhar informações sobre a classe e sobre cada aluno para embasar a tomada de decisões para a melhoria do processo ensino-aprendizagem. Contibuindo para vanta- gens como vantagens, como: • Viabiliza avaliações mais completas sobre a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos; • Facilita a compreensão dos fatos com a exposição de diver- sos pontos de vista; • Permite a avaliação da eficácia dos métodos utilizados; • Possibilita a análise do currículo; • Promove a troca de ideias para tomada de decisões rumo à melhoria do processo ensino-aprendizagem; • Favorece a integração entre professores. O planejamento dessa reunião consiste em preparar a pauta da reunião listando os itens que precisam ser comentados e discutidos. Todos os participantes devem ter direito à palavra para enriquecer o diagnóstico dos problemas, suas causas e soluções. Espera-se que chegue a um consenso da equipe em relação: • às avaliações de desenvolvimento dos alunos, considerando as singularidades de comportamentos, aprendizagens e his- tórias de vida de cada um; • às intervenções necessárias para melhorar o processo ensi- no-aprendizagem das turmas e dos alunos, individualmente. E com o resultado de: • Promover uma visão mais correta, adequada e abrangente do papel da avaliação no processo ensinoaprendizagem; • Valorizar a observação do progresso individual dos alunos aula a aula, bem como seu comportamento cognitivo, afetivo e social durante as aulas; • Reconhecer o valor da história de vida dos alunos, tanto no que se refere a seu passado distante quanto próximo (perío- do a ser avaliado); • Incentivar a autoanálise e auto-avaliação dos profissionais de ensino; • Prever mudanças tanto na prática diária de cada docente como também no currículo e na dinâmica escolar, sempre que necessário; • Traçar metas para que as mudanças sugeridas sejam efetiva- mente realizadas. CONSELHOS ESCOLARES Art. 37 O conselho escolar, articulado com a gestão escolar e fundamentado nos princípios legais que regem a gestão democrática da educação, constitui-se em colegiado de na- tureza consultiva, deliberativa, fiscalizadora e mobilizadora, formado por representantes de todos os segmentos da co- munidade escolar. Art. 38 O conselho escolar deve elaborarseu próprio regula- mento ou estatuto, seguindo as diretrizes dos órgãos com- petentes da Secretaria de Estado da Educação e delegar atri- buições às comissões e subcomissões, com a fnalidade de dinamizar sua atuação e facilitar a organização. (REGIMENTO COMUM DAS ESCOLAS DO ES) O Conselho Escolar (CE) é um colegiado formado por mem- bros de todos os segmentos da comunidade escolar com a função de gerir coletivamente a escola. Com suporte na LDB, lei nº 9394/96 no Artigo 14, que trata dos princípios da Ges- tão Democrática no inciso II – “participação das comunida- des escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes”, esses conselhos devem ser implementados para se ter uma gestão democrática. Dessa forma, os Conselhos Escolares podem servir somente para discutir problemas burocráticos, ser compostos apenas por professores e diretor(a), como um ‘Conselho de Classe’, mas se estiver dentro dos princípios da Gestão Democrática esse Conselho terá que discutir politica- mente os problemas reais da escola e do lugar que ela está inserida com a participação de todos os sujeitos do processo. Para que se garanta a constituição de um Conselho Escolar com essas características, Antunes (SEED, 1998) aponta al- guns parâmetros importantes a serem considerados: • Natureza do Conselho Escolar: Deve ser deliberativa, consultiva, normativa e fiscalizadora. • Atribuições fundamentais: Elaborar seu regimento in- terno; elaborar, aprovar, acompanhar e avaliar o projeto político-pedagógico; criar e garantir mecanismos de par- ticipação efetiva e democrática da comunidade escolar; definir e aprovar o plano de aplicação financeiros da es- cola; participar de outras instâncias democráticas, como conselho regional, municipal, e estadual da estrutura educacional, para definir, acompanhar e fiscalizar políti- cas educacionais. • Normas de funcionamento: O Conselho Escolar deverá se reunir periodicamente, conforme a necessidade da es- cola, para encaminhar e dar continuidade aos trabalhos aos quais se propôs; a função do membro do CE não será remunerada; serão válidas as deliberações tomadas por metade mais um dos votos dos presentes da reunião. Composição: Todos os segmentos existentes na comunida- de escolar deverão estar representados no CE, assegurada à paridade (número igual de representantes por segmento); o diretor é membro nato do conselho. • Processo de escolha dos membros: A eleição dos mem- bros e suplentes deverá ser feita na unidade escolar, por votação direta, secreta e facultativa. • Presidência do Conselho Escolar: Qualquer membro efe- tivo do conselho poderá ser eleito seu presidente, desde que esteja em pleno gozo de sua capacidade civil. • Critérios de participação: Participam do Conselho com direito a voz e voto todos os membros eleitos por seus pares; os representantes dos estudantes a partir da 4ª série ou com mais de 10 anos terão sempre direito a voz e voto, salvo nos assuntos que, por força legal, sejam restritivos aos que estiverem no gozo de sua capacida- de civil; poderão participar das reuniões do Conselho, com direito a voz e não voto, os profissionais de outras secretarias que atendam às escolas, representantes de entidades conveniadas, Grêmio Estudantil, membros da comunidade, movimentos populares organizados e en- tidades sindicais. • Mandato: Um ano, com direito à recondução. GRÊMIO ESTUDANTIL Grêmio estudantil é uma organização sem fins lucrativos que representa o interesse dos estudantes e que tem fins cívicos, culturais, educacionais, desportivos e sociais. O grêmio é o órgão máximo de representação dos estudantes de uma es- cola, permitindo que os alunos discutam, criem e fortaleçam inúmeras possibilidades de ação tanto no próprio ambiente escolar como na comunidade. O grêmio é também um im- portante espaço de aprendizagem, cidadania, convivência, responsabilidade e de luta por direitos. É importante deixar claro que um de seus principais objetivos é contribuir para aumentar a participação dos alunos nas atividades de sua instituição de ensino, organizando campeonatos, palestras, projetos e discussões, fazendo com que eles tenham voz ati- va e participem – junto com pais, funcionários, professores, coordenadores e diretores – da programação e da constru- ção das regras e normas dentro da instituição de ensino. O grêmio também tem a função de expor as ideias e opiniões dos alunos dentro da administração da instituição de ensi- no e da comunidade. O Estatuto do Grêmio Estudantil é um documento que estabelece as normas sob as quais o Grêmio vai funcionar, explicando como serão as eleições, a composi- ção da Diretoria, como a entidade deve atuar em certos ca- sos. Lembre-se de que o Grêmio vai existir por muito tempo, inclusive depois que a chapa eleita já tiver saído da Escola, novas diretorias precisam seguir certas regras e rituais para que o Grêmio continue funcionando.