Prévia do material em texto
Maternidade e Maternagem ● ● ● ● A temática está inserida na sociedade desde a antiguidade e tem forte relação histórica, cultural, social e religiosa; A maternidade é um instinto e uma ação de pôr uma criança no mundo; Maternagem : vínculo afetivo e íntimo entre a mãe e o bebê; Casais homoafetivos adotando seus filhos e exercendo com maestria o processo de maternagem; BADINTER (2011) e MOREIRA (2009) compreendem a maternidade como uma composição simbolicamente profunda, podendo variar em diversas circunstâncias históricas, econômicas e políticas. Desse modo, partem da concepção de que, tradicionalmente, a valorização oferecida à maternidade, à relação mãe-criança e ao afeto materno, não foi sempre o mesmo, em razão que as modificações, convicções e comportamentos em relação à maternagem, são formadas por uma seção de práticas sociais e discursos. História da maternidade e maternagem Na idade média: ●Maternidade exercida com fins econômicos ●Alta taxa de mortalidade ●A partir dos 8 anos de idade já eram inseridos no trabalho História da maternidade e maternagem Após o Capitalismo: ●Mudanças das relações sociais: ➔A mulher passa a ser a dona do lar ➔O homem passa a trabalhar apenas para manter a sobrevivência familiar ●A maternagem passa a ser valorizada, sendo exercida pela mãe ●Surge o mito do instinto materno ●O exercício da maternidade e a maternagem passam a ser uma conquista para a sociedade capitalista. ●A Guerra Mundial, foi um acontecimento que incentivou o exercício da maternidade MATERNIDADE ●Ação de pôr uma criança no mundo; ●Laço que liga a mãe aos filhos; ●Aspectos fisiológicos e biológicos. A concepção é o início de uma história fantástica. Na gravidez existem dois corpos,um dentro do outro, duas pessoas vivem sob uma pele - uma estranha união que retoma a própria gestação da mulher no útero de sua mãe, muitos anos antes. Dois corpos em um também constitui um enigma biológico, pois, por motivos que quase não podemos entender, o corpo da futura mãe suprime suas defesas imunológicas para permitir ao corpo, parcialmente estranho, residir dentro dela. ( RAPHAEL-LEFF, Joan, .2017, p. 19) DURANTE A GRAVIDEZ ●Modificações físicas, hormonais, sociais e psicológicas; ●Auto estima diminuída; ●Sentimentos diversos como medo, angústia, ansiedade,expectativas... Desde os primórdios, por questões históricas,culturais, sociais e até mesmo religiosas , as mulheres são cobradas, ser mãe é encarado como sendo o destino natural e algo realizador, que deixa de lado a subjetividade da mulher e foca no romantismo da mulher-mãe. As gestantes perdem um pouco de si com a chegada de um bebê, existe a sensação de ganho e perda, vazio e ausência, a necessidade de estar pronta, ser perfeita e ser uma boa mãe, o que gera por vezes o sentimento de culpa e de recusa à maternagem ( CÉSAR. et al, 2019). MATERNAGEM Maternagem ● ● Historicamente o papel de maternagem é imposto a figura feminina sendo presente desde o início de suas trajetórias, a partir da sua infância onde seu papel é delimitado para a manutenção familiar O início da maternagem é marcado , pelo período puerperal, onde acontece a expulsão do feto do corpo feminino, encerrando o ciclo de maternidade e dando fim a relação fisiológica entre mãe e filho, tornando- se uma relação afetiva. ● ● O fenômeno da maternagem é um caminho de esforço constante para as mulheres contemporâneas que necessitam muitas vezes acumular múltiplas funções em suas rotinas para conciliar os cuidados com os filhos e obter êxito profissional. Racionalização da escolha da maternidade, sendo uma predileção potencializada pelos métodos contraceptivos que surgiram no final do século XX, fornecendo a diversas mulheres o poder de escolha sobre os seus corpos e suas escolhas. ● ● Freud e Winnicott citam relação mãe-filho em seus primeiros anos como tendo papel fundamental na formação do sujeito, que passa por um momento significativo na construção dos traços de sua personalidade. A interação mãe-bebê ocorre simultaneamente, estas relações possuem papel fundamental e se correlacionam positivamente ou negativamente, podendo acarretar em doenças psíquicas bastante recorrentes nas mães, a depressão pós parto têm aparição de sintomas após o nascimento. DPP no Brasil ●No Brasil, em cada quatro mulheres, mais de uma apresenta sintomas de depressão no período de 6 a 18 meses após o nascimento do bebê. ●A DPP acomete cerca de 25% das mães Brasileiras, fatores de influência são a situação socioeconômica e não aceitação da gravidez da puérpera. Sintomas ● ● ● ● ● ● ● Irritabilidade Choro frequente Sentimento desamparo Desesperança Transtornos alimentares Desregularização do sono Somatização Psicanálise ● ● No final do século XIX, a mulher ainda não tinha lugar social, o sentimento de amor à família e aos filhos não existiam, as cenas de famílias eram incomum. Após o nascimento, a relação mãe-bebê é de extrema dependência, é nessa fase que o recém nascido necessita de sua zeladora para suprir com suas necessidades (alimentá-lo e vesti-lo) e assim nomeando suas sensações e objetos no seu mundo externo. E é a partir da corporação psíquica desenvolvida nessa relação, que o bebê alcançará a sua capacidade de poder se relacionar. ● ● A qualidade do afeto materno indicará todas as qualidades nas relações do sujeito quando ele se desprender da mãe. Se esse afeto for quantitativo e possessivo pode provocar dependência, insegurança e falta de capacidade desse indivíduo em lidar com as frustrações que acontecerão ao longo da sua vida.