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Dalton Willians S Arandas - Medicina 1 PSICOLOGIA GESTAÇÃO, PARTO E PUERPÉRIO O ciclo de vida e desenvolvimento humano é muito complexo e vai além da gravidez, se têm a concepção do bebê na cabeça dos pais antes mesmo da gestação em si. • Gestação: não é um estado de “graça” como muitos colocam e há uma forte romantização da maternidade que acaba interferindo nas experiências pessoais da grávida pois nem todo parto vai se refletir numa experiência positiva. Há a presença de uma “crise” existencial no sentido de que é um momento crítico o processo de tornar-se pai/mãe e, portanto, decisivo e difícil que exige um recolocação da persona em decorrência das intensas transformações físicas, psíquicas e sociais, pois há muita idealização do período de gestação. E por ser um momento de vulnerabilidade há uma forte presença de sentimentos ambivalentes por exemplo a alegria e o medo na mesma escala de sentimento. Além de todas as transformações na esfera individual há grandes transformações na vida de um casal. E apesar das novas possibilidades na perspectiva de família sobre as mais diferentes formas há uma forte transformação, e ainda para além dessas configurações como constituição solo de família há a presença de um desejo de algumas mulheres de não ser mãe, o que ainda é mal visto ante o tecido social, mas antigamente ainda era pior, pois era compulsiva a maternidade. • Primeiro trimestre da gestação: o Descoberta da gravidez, que sempre é um momento impactante na vida dos pais e ainda há a dúvida se o feto vai vingar que gera ansiedade, angústia e medo principalmente nas mulheres; o “teatro do mal estar” é algo orgânico e psíquico que reflete a transformação na qual a mulher tem uma mudança comportamental e de humor em comparação a comportamentos anteriores que é esse “teatro do mal estar”; o Há modificações na percepção da autoimagem em que se torna presente as mudanças corporais e a situação de viver em um novo corpo que pode fugir do cenário ideal que é colocado sobre a gestação; o Início das reflexões sobre mudanças nos papeis familiares; o Estado de descentralização é o estado o qual a mulher sai um pouco de si e enfoca no bebê que estar por vir já prevendo o reconhecimento da presença da criança; o Experiência simbólica de um luto que é a sensação da mulher de sentir que está deixando algo para trás, por ir abandonando aquela personalidade adquirida na gravidez. Segundo trimestre de gestação • Mudanças corporais mais perceptíveis; • A mãe sente os primeiros movimentos do feto; • Percepção mais profunda da completude; • Preocupação mais “real” com a chegada do filho e sua educação. Terceiro trimestre de gestação • Retorno do mal estar físico; • Proximidade do parto/nascimento, no geral, assusta; • Modificação do lugar dessa mulher, que agora “é gestante”; • Momento de muitas descompensações psíquicas tanto para a mulher quanto para o homem; • Síndrome de couvade, de origem psicogênica homens com alterações no corpo devido ao envolvimento da gestação com a parceira que pode trazer repercussões psíquicas e físicas como, por exemplo, o aumento das mamas comprovando que não somos apenas um corpo biológico, mas somos psicogênicos. Parto: evento marcante na vida da mulher que é atravessado pela cultura, e o protagonismo desse parto deve ser sempre da mãe e do bebê. • Irreversibilidade – é um evento que não tem volta; • Improvável e sem roteiro – apesar de todo planejamento o momento do parto não se tem como saber; • Primeiro passo decisivo ao continuum simbiose- separação a simbiose entre mãe-bebê é quebrada a partir desse momento se configurando como a primeira experiência de separação, se começa o nascimento psíquico a partir do nascimento biológico; • Número crescente de cesarianas reflete muito no distanciamento do protagonismo da mulher no parto que é decidido pelo profissional médico tirando a autonomia da mulher; • Psicopatologia do pós parto, estado psíquico da mulher são processos que podem acontecer em decorrência da particularidade de cada processo de parto. Puerpério: novo cenário da psiquê humana que tem toda uma psicodinâmica a respeito dessa nova fase que há uma forte carga de expectativa. Dalton Willians S Arandas - Medicina 2 • Pós parto imediato – resguardo, na psicologia não há essa delimitação cronológica, há uma análise psicológica nessas etapas da vida humana; • Profundas crises/transição em decorrência das diferentes maneiras que o parto se dá e suas particularidades e imprevisibilidades que podem impactar negativamente a mãe; • Babyblues x depressão pós parto – o babyblues se dá a partir de profundas crises no pós parto envolvendo as expectativas sociais e as pressões existentes somado a descentralização, onde a mulher sai do seu eixo de personalidade saindo de si para se vincular ao bebê, alterando seu estado psíquico que é o chamado babyblues que são os sentimentos de melancolia sem explicação e as incertezas característico do puerpério. Já a depressão pós-parto é uma psicopatologia de mulheres que vivenciaram partos que pode se confundir com o babyblues que é transitório, o que diferencia essas duas situações é que o babyblues é curto e a depressão pós-parto ela se arrasta sem encontrar o fim da transitoriedade que se agrava sem a ajuda psicológica; • Aprender tarefas básicas de cuidado – banho, troca de fraldas, cuidados com os bebês...; • Isolamento – distância das funções laborais e das experiências sociais porque agora a mãe está voltada para o cuidado da prole; • Novo papel social; • Rede de apoio / promoção da saúde mental.
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