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INFECÇÕES DE PELE E PARTES MOLES

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INFECÇÕES DE PELE E PARTES MOLES 
CASO CLÍNICO 
• Paciente de 67 anos, sexo feminino, procura atendimento por estar com febre 
diária há cerca de dois dias, associada a dor no membro inferior esquerdo onde 
surgiu uma grande área hiperemiada. Relata antecedente pessoal de diabetes 
mellitus em uso de metformina 850mg 3x/dia e hipertensão arterial sistêmica 
em uso de enalapril 5mg 2x/dia. Ao exame físico encontra-se em Glasgow 15. 
Ausculta cardíaca e pulmonar normais. Propedêutica abdominal normal. 
Membro inferior direito sem achados, membro inferior esquerdo apresentando 
os achados da imagem. Apresentava os seguintes sinais vitais: FC de 84bpm, 
FR 18cpm, PA 136x78mmHg, saturação de oxigênio em 96% em ar ambiente, 
temperatura de 36,8oC. 
INTRODUÇÃO 
• A pele é um órgão composto por diversos tecidos, tipos de células e estruturas especializadas. Exerce funções cruciais para a vida, 
como regulação térmica, defesa inata, controle do fluxo sanguíneo e funções sensoriais (calor, frio, pressão, dor e tato). 
• É o maior órgão do corpo humano, compondo quase 1/6 do peso corporal. Envolve o corpo determinando seu limite com o meio 
externo. 
• É formada por três camadas: epiderme, derme e hipoderme. 
 
• As infecções de pele e partes moles estão dentre as infecções bacterinas mais comuns, sendo a causa mais comum de procura por 
atendimento médico para iniciar antibioticoterapia. Nos EUA, são responsáveis por 10% das internações. Já no Brasil, perdem 
apenas para as ITUs. 
• Incidem com frequência 81% maior em pacientes com diabetes. 
CLASSIFICAÇÃO 
 
• As infecções de pele podem ainda ser classificadas em três categorias, dependendo de sua extensão e profundidade: 
o Infecções de derme e hipoderme: são as celulites e erisipela bacterianas simples. Essa infecções envolvem a hipoderme até 
uma profundidade variável, sem necrose ou danos a tecidos musculares. 
o Infecções de derme e hipoderme com necrose: são as infecções cutâneas como as celulites, mas com necrose dos tecidos 
conjuntivos e adiposos, porém, sem lesões musculares profundas. 
o Fasceíte necrotizante: infecção muscular com necrose, que envolve e se estende além da fáscia periférica profunda. 
OBS: o S.pyogenes é o germe comum nas infecções de pele! 
PORTAS DE ENTRADA 
• Patógenos (bactérias, fungos ou vírus) têm acesso por diferentes vias: 
o Microtraumatismo ou macrotraumatismo: perda da integridade da pele → queimaduras, processos cirúrgicos, implantes, 
mordeduras, picadas de insetos, traumas ou mecanismos endógenos (processo de pressão → escara). 
o Via hematogênica: disseminação de toxinas ou de microorganismos via corrente sanguínea. 
ERISIPELA 
• A maioria dos casos decorre do Estreptococos betahemolíticos. Outros agentes também podem estar presentes. 
• É uma lesão inflamatória, com instalação aguda/súbita da lesão → S.pyogenes mais comum. Associado à síndrome infecciosa 
(febre, calafrios, cefaleia, mal estar e toxemia). 
• Acomete a epiderme, derme e vasos linfáticos superficiais. 
• É mais comum em adultos > 30 anos com fator predisponente (insuficiência vascular periférica, diabetes, obesidade). 
• A porta de entrada → placa eritematosa e edemaciada, quente, dolorosa e brilhante, com bordas elevadas bem delimitadas → “casca 
de laranja”. 
• Há dor, hiperemia, edema e aumento da temperatura local. 
• As características são lesões elevadas com clara diferenciação entre a área acometida e a pele de aspecto normal. 
o Os casos graves → linfangite, linfonodomegalia regional, vesículas, bolhas e petéquias. 
o Lesão extensa → febre e sinais de sepse. 
o Erisipela de repetição → linfedema crônico. 
• A complicação comum é erisipela bolhosa, úlceras, abscesso e sepse. Devemos pensar em S.aureus, além da S.pyogenes. 
 
• O diagnóstico é realizado com base na clínica + exame físico. 
• Os exames complementares são solicitados somente em casos mais graves ou não responsivos. 
o Hemograma; 
o PCR; 
o Hemocultura (2 amostras), se febre. 
o USG para afastar coleções (se presente, deve ser feito controle por exames de imagem a cada 6 meses, e o tratamento 
medicamentoso deve persistir até o fim das coleções. 
• Tratamento é feito com antibióticos. Sempre lembrar dos 4 critérios para uso de ATB consciente: 
o O paciente está infectado? 
o É uma infecção comunitária ou hospitalar? 
o Qual o sítio de infecção? 
o Quais são os germes mais típicos no quadro apresentado? 
• As drogas para escolha são: 
o Cefalosporina de 1ª geração: Cefalexina 500mg, 1 cp de 6/6 horas por 10 dias (gram + ou -). 
o Cefalosporina de 2ª geração: Cefuroxima (Zinnat) 500mg, 1 cp ao dia por 7 dias (gram + ou – e anaeróbicos). 
o Beta lactâmico + inibidor da lactamase: Amoxicilina + Clavulanato (500/125mg), 1 cp de 8/8 horas por 10 dias (gram + ou – 
e até anaeróbicos). 
o Pacientes internados com complicações: Oxacilina 2g, EV de 4/4 horas. 
 
 
OBS: úlceras – polimicrobianos (todos), exceto pseudomonas. 
OBS: Já diabéticos devemos sempre lembrar da pseudomonas – 
diabético com úlcera (gram+, -, anaeróbios, pseudomonas): 
Ciprofloxacino + Clidamicina. 
 
 
CELULITE 
• A celulite é causada por uma grande variedade de organismos. A maioria dos casos é causada por Streptococcus pyogenes (20%) 
ou Staphylococcus aureus (75%). 
• É uma infecção profunda que compromete a derme, epiderme e tecido celular subcutâneo. 
• Não há distinção entre a pele saudável e a afetada. 
• Os sintomas e sinais são dor, edema e calor local. Nos casos graves pode ter linfangite, linfonodomegalia regional, vesículas, bolhas 
e petéquias. Em lesões extensas pode ter febre e sinais de sepse. 
• O diagnóstico é a clínica + exame físico. 
• As complicações e exames complementares, segue o mesmo esquema da erisipela. 
• Tratamento é o mesmo da erisipela. 
 
ERISIPELA X CELULITE INFECCIOSA 
 
CASO CLÍNICO 2 
• M.C.S. 39 anos, feminino, portadora de diabetes mellitus há 10 anos, procura UBS 
devido a surgimento de úlcera em MID há aproximadamente 2 semanas com 
aumento de diâmetro, associado a hiperemia e dor importante no local. 
o A principal suspeita diagnóstica é úlcera infectada, sendo os principais 
agentes S.pyogenes, S.aureus e pseudomonas (Gram+ e -, e anaeróbios). 
o Os exames solicitados seria hemograma e PCR. 
o O tratamento proposto seria: Amoxicilina + clavulanato 500/125mg, 1cp de 
8/8 horas por 10 a 14 dias; OU Ciprofloxacino 500mg, 1cp de 12/12 horas + 
Clindamicina 300mg, 1 cp de 8/8 horas; OU Cefuroxima 500mg, 1 cp de 
12/12 horas por 10 dias. 
 
QUESTÃO PSU 
1- Paciente do sexo masculino, 38 anos, comparece ao PA , com lesão hiperemiada em MID com início há 2 dias, evoluindo 
com bolhas. No momento da avaliação encontra se febril, com FC de 120 bpm e toxemiado. Qual a melhor conduta para o 
caso: 
A) Trata se de erisipela bolhosa, prescrever penicilina benzatina e reavaliar o paciente em 48hs. 
B) Trata se de erisipela bolhosa, devido a sinais de toxemia, internar o paciente e iniciar amoxicilina/clavulanato via oral 
C) Trata se de erisipela bolhosa, devido a sinais de toxemia, internar o paciente e iniciar oxacilina via endovenosa 
D) Trata se de celulite, prescrever amoxicilina/clavulanato e reavaliar o paciente em 48 hs. 
 
FASCEITE NECROSANTE 
• Infecção com necrose do tecido celular subcutâneo e da fáscia muscular. 
• Rápida progressão de acentuado edema para bolhas violáceas e necrose de tecido celular subcutâneo. 
• Dor muito intensa, geralmente desproporcional à lesão de pele (lesão pequena com dor intensa). 
• Febre alta, toxemia, prostração. 
• Prognóstico grave, alta letalidade. 
• Diagnóstico é a clínica + exame físico. 
• Exames complementares: somente em casos graves ou não responsivos. 
o Hemograma, PCR, hemocultura (2 amostras) se febre, RX (presença de ar em partes moles → pensar em Costridium); RNM 
(possibilita o diagnóstico precoce). 
• Tratamento é feito com as seguintes drogas: 
o Beta lactâmico + inibidor de lactamase: 
▪ Piperacilina + Tazobactan 4,5gde 6/6 horas; 
▪ Ampicilina + Sulbactan 3g de 6/6 horas. 
o Carbapenêmicos: 
▪ Menopenen ou imipenen ou ertapenen* (*não usar → não cobre pseudomonas). 
o Limpeza cirúrgica ampla (retirar todo o tecido necrotizado).

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