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Semana 3 Objetivos: 1 – Tuberculose 2 – Micoses pulmonares TUBERCULOSE PULMONAR • Doença infectocontagiosa • Causada por qualquer uma das 7 espécies do complexo Mycobacterium tuberculosis - M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti, M. pinnipedii e M. caprae • Preferência pelo parênquima pulmonar • Transmissão: inalação de partículas de aerossol contaminadas - Tosse, espirro, fala do pcte bacilífero (aquele que elimina bacilos no escarro, o que só acontece na TB de vias aéreas: pulmonar ou laríngea) • Natureza cavitária: uma área pulmonar preenchida por ar no centro de um nódulo ou área consolidada EPIDEMIOLOGIA • Br: 71 mil casos novos/ano - 4 mil óbitos - 10% dos casos novos apresentam coinfecção pelo HIV • Grande problema de saúde pública, principalmente em países em desenvolvimento • Maior suscetibilidade: - Negros - Presidiários - Índios - Moradores de rua - Profissionais da saúde - Contatos de TB multirresistente • Maior risco: - DM - Infecção pelo HIV - Tto prolongado com corticosteroides - Terapia imunossupressora (pctes oncológicos) - Doenças renais crônicas - Drogas injetáveis 1 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL Etiologia • Principal agente: M. tuberculosis → BK - Pequenos bacilos de 2-4 μm, discretamente curvos • Bacilo Álcool-Ácido Resistente (BAAR): composição da parede celular com lipídios de alto peso molecular, como o ácido micólico, que protegem o bacilo da agressão exógena pelo álcool e pelo ácido. • Agente eminentemente patogênico - Vive do parasitismo do ser humano • Crescimento lento • Aeróbicas obrigatórias - Procura microambiente com altas tensão de O2, como os ápices pulmonares Transmissão e infectividade • A fala, o espirro e, principalmente, a tosse de um doente com tuberculose pulmonar bacilífera lançam no ar gotículas contaminadas de tamanhos variados (gotículas de Flügge) - As mais pesadas se depositam rapidamente, as mais leves permanecem em suspensão no ar • Somente as gotículas desidratadas, com pequeno diâmetro (de até 5 micra), contendo um a dois bacilos em suspensão, conseguem atingir bronquíolos e alvéolos e iniciar o processo infeccioso: núcleos de Wells - Pctes suspeitos devem ser colocados em precauções de isolamento respiratório durante a avaliação (máscara N95) • Fatores exógenos determinam o risco de infecção e endógenos determinam o risco de adoecimento: 1 – Concentração de bacilos expelidos pelo pcte tuberculoso: - Multibacilíferos: formas pulmonar cavitária e laríngea – BAAR positivos - Paucibacilíferos: formas não cavitárias – BAAR negativos, mas com cultura ou teste rápido molecular (TRM-TB) positivos - Não bacilíferos: formas extrapulmonares de tb 2 – Intensidade e frequência do ctto: - Pelo menos 20-200 bacilos são necessários para desencadear o processo - Quanto maior o inóculo de bacilos e menor a resistência natural do contactante, maior a chance de infecção! 3 – Condições ambientais: - As partículas infectantes podem ficar dispersas no ar por algumas horas, mas são rapidamente “diluídas” se estiverem em ambientes ao ar livre, onde também costumam ser inativadas pela luz ultravioleta solar - O risco de transmissão é muito maior em ambientes confinados e pouco iluminados. 4 – Resistência natural do indivíduo exposto - Aspectos genéticos - Doenças debilitantes ou imunodepressoras: DM, HIV, tto prolongado com corticosteroides, terapia imunossupressora, doenças renais crônicas, etc. A maioria dos indivíduos infectados pelo BK não é bacilífera, logo, não transmite a doença 2 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL Patogênese Disseminação linfohematogênica: • Primoinfecção: - Primeiro contato com o agente infeccioso - Mais comum na infância e na adolescência - Ao alcançar o espaço alveolar, o bacilo da tuberculose é inicialmente fagocitado por macrófagos locais. - Esses fagócitos são incapazes de destruir ou mesmo inativar o bacilo, que então se prolifera livremente em seu interior - Após acumular um grande número de bacilos, a célula se rompe e morre, liberando-os para infectar outros macrófagos. - Neste momento, novos fagócitos são atraídos para o local, desenvolvendo-se um pequeno foco pneumônico (imperceptível na radiografia) cujo número de bacilos pode ultrapassar 100 mil - A imunidade específica ainda não se instalou, portanto, a proliferação bacilar é alta - Os bacilos são drenados para linfonodos hilares e mediastinais, onde continuam se proliferando no interior de macrófagos e, em seguida, atingem a corrente sanguínea, sendo semeados para diversos órgãos e sistemas, nos quais também começam a se proliferar. • Complexo primário de Ghon: - Foco granulomatoso pulmonar onde tudo começou (foco primário) → nódulo de Ghon - Único e se localiza no terço médio (mas pode se instalar em qualquer lugar do pulmão) - Na maioria das vezes é pequeno (1-2 mm) e não chega a ser visualizado no rx de tórax - Comum a calcificação homogênea após a cicatrização dele - O foco nos linfonodos satélites também pode crescer (nódulo hilar) → adenopatia hilar e/ou mediastinal lateral Complexo de Ranke Infecção primária 3 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL • Surgimento da imunidade: - Após 2-10 semanas, a imunidade celular específica se desenvolve plenamente, permitindo uma defesa eficaz contra o M. tuberculosis. - Os linfócitos T helper CD4+ específicos contra os antígenos bacilares se proliferam (“memória imunológica”) e tornam-se capazes de ativar os macrófagos, pela liberação de interleucinas (ex.: IL-2). - Os macrófagos aumentam seu citoplasma, alguns ganhando aspecto semelhante ao das células epiteliais, além de multiplicar sua capacidade bactericida. - Estas células então se acumulam em volta do foco de infecção primária e nos focos de disseminação linfonodal e hematogênica. - Em 95% dos casos, a infecção tuberculosa será efetivamente controlada em todos esses focos, permanecendo o paciente absolutamente assintomático * Granuloma: reunião de macrófagos circundados por um infiltrado de linfócitos - Pode conter em seu interior as céls gigantes de Langerhans - TB: granuloma caseoso Mecanismo de doença: • Tuberculose: - Guerra bacilo x hospedeiro - Lesão tecidual decorrente da resposta imune do hospedeiro - Carga de bacilos grande, resposta imunológica exacerbada → focos maiores de granuloma caseoso - Em alguns casos, os granulomas conseguem conter o processo: foco “regressivo” * No cáseo os bacilos se proliferam com muita dificuldade, devido à baixa tensão de O2 e pH ácido - Quando não conseguem conter: foco “progressivo” - A partir daí começa a evolução da infecção - Caverna tuberculosa: ambiente propício ao acúmulo de quantidades absurdas do bacilo de Koch - O material liquefeito da destruição do cáseo que não conteve a infecção é despejado na árvore brônquica → disseminação endobrônquica da tuberculose 4 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL Patologia • 3 tipos de lesão parenquimatosa: Proliferativa (produtiva): granulomas caseosos bem formados (tubérculos), com cápsula fibrosa - Infecção contida dentro desses focos inflamatórios Exsudativa: caracteriza a pneumonia tuberculosa - Alvéolos preenchidos por macrófagos e neutrófilos, entremeados à necrose caseosa - Costuma ocorrer nos focos de disseminação broncogênica - Lesão exsudativa + focos broncogênicos: grandes focos caseosos que se liquefazem e viram novas “cavernas” Mista: presença dos dois tipos de lesão, em diferentes áreas do pulmão Terminologia • TB latente ou infecção latente de TB (ILTB): pcte infectado pelo M. tuberculosis, mas sem clínica ou alteração radiológica - Cerca de 90% dos pctes - Em pctescom sist imune eficiente, que impede a multiplicação do organismo após a exposição inicial - Não contagiosos e assintomáticos - Marcador: PPD reator forte • TB: manifestações clínicas da doença pulmonar ou extrapulmonar se tornam aparente, através de exames ou achados clínicos • Caso novo: pcte nunca recebeu tratamento anti-TB, ou o fez por 30 dias consecutivos. Pequenos inóculos = lesões proliferativas Grandes inóculos = lesões exsudativas 5 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL Síndromes da tuberculose • A doença tuberculosa se desenvolve em apenas 10% dos infectados - 5%: tuberculose primária → ocorre dentro dos primeiro 3 anos da primoinfecção - 5%: tuberculose pós-primária → ocorre após 3 anos da primoinfecção, por reativação de foco latente ou reinfecção Tuberculose Primária Típica: • Mais comum em cças entre 2-12 anos • Resposta imunológica dos linfonodos hilares e mediastinais exacerbada • Pcte se infectou há menos de 3 anos • Quase sempre uma doença autolimitada • QC: comparado a uma pneumonia atípica - Febre baixa (38-39ºC) e tosse seca - Confundido com o de uma “gripe” prolongada - Incomum: fadiga e dor torácica • Mesmo sem tto, a síndrome febril dura 14-21 dias, podendo chegar até 2-3 meses • Estado geral preservado •durante o aleitamento e cuidados com a cça TB neonatal • Pode ser congênita, adquirida in utero ou logo após o nascimento • Rara e gravíssima. Letalidade > 50% • Mais da metade dos partos são prematuros • Mãe positiva: não vacina o bb, trata: quimioprofilaxia, após 3 meses realiza PPD. Se negativo: BCG TB em tabagistas • 20% da incidência de TB pode ser atribuída ao tabagismo ativo • Reduz as defesas da árvore respiratória • Reduz a tensão de O2 no sg, agravando as lesões necróticas pulmonares • Prejudica a cicatrização, aumentando a extensão da doença e suas sequelas 10 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL Diagnóstico prova tuberculínica ou PPD • Teste de Mantoux • Identifica pessoas infectadas pelo bacio de Koch - Tanto ILTB quanto TB • PPD: tuberculina - Fração proteica purificada a partir da cultura de BK, que contém os principais antígenos do M. tuberculosis - Adm intradérmica de 2 UT (0,1 ml) no terço médio da face anterior do antebraço esquerdo • Memória imunológica: após 2-3 semanas - Seleção de linfócitos T helper (CD4+) específicos contra o BK - Ao injetar PPD na derme do pcte: lesão indurada e eritematosa cerca de 48-72h após Reação tipo IV (hipersensibilidade tardia) no local PPD considerado positivo: • ≥ 5mm: pctes com HIV, exposição recente à tb, uso de imunossupressores, achados no rx de tórax de cicatriz tb ou transplantados imunodeprimidos • ≥ 10 mm: usuários de drogas injetáveis, DM crônica, IRC, funcionários em ambiente de alto risco (médicos, prisão, enfermeiros), imigrante recente de país endêmico • ≥ 15 mm: pctes sem FR conhecidos Igra - ensaio de liberação de interferon gama • IFN-gama: marcador de atividade inflamatória • Dg de ILTB em pctes assintomáticos - Possui BK no corpo, mas não desenvolveu a doença • Altamente específico - Resultado não é falseado pelo uso da vacina BCG • São utilizadas sequencias proteicas purificadas altamente específicas do M. tuberculosis, não encontradas no BCG ou em qualquer outra microbactéria - Sg coletado e exposto a antígenos do patógeno - Mede-se a produção de IFN-gama pelos linfócitos presentes na amostra Apenas linfócitos previamente selecionados para reagir contra o M. tuberculosis secretam IFN-gama em grande quantidade! Contato prévio com BK → maior secreção de IFN-gama → IGRA positivo 11 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL Teste rápido molecular (TRM – TB) • PCR – reação em cadeia polimerase • Detecta especificamente a presença de DNA do M. tuberculosis ao mesmo tempo em que sinaliza a existência de genes que conferem resistência à rifampicina • Amostra de escarro • Atualmente, no Brasil, o TRM-TB representa o método de escolha para a pesquisa de tuberculose pulmonar ou laríngea em adultos e adolescentes Baciloscopia • Pesquisa direta do BK por exame microscópico - Método de Ziehl-Nielsen • Materiais biológicos para testagem: escarro, outros fluídos orgânicos, tecido de biópsia ou peça cirúrgica • Uma baciloscopia positiva em qualquer amostra indica tuberculose ativa! • Exame de escolha para acompanhar a resposta terapêutica na TB pulmonar bacilífera Cultura + TSA • Cultura: elevada sensibilidade e especificidade - Baixo custo - Demora muito: 14-30 dias • Com a cultura positiva, a identificação da espécie deve ser feita por técnicas bioquímicas, fenotípicas e/ou moleculares. - Toda cultura positiva deve ser submetida ao TSA (Teste de Sensibilidade Antimicrobiana). 12 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL - Por padrão, os fármacos inicialmente testados são: rifampicina, isoniazida, pirazinamida, etambutol e estreptomicina. Radiografia de tórax • Auxiliar no dg de tb - Solicitação rotineira em todos os casos suspeitos! • Não existem achados patognomônicos de tb na radiografia - Com dg já confirmado tem como função primordial a exclusão de doenças pulmonares associadas • Infiltrado pulmonar médio ou inferior (sugestivo de infecção primária) • Infiltrado no lobo superior (sugestivo de reativação de tb latente) • Lesões cavitárias 13 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL • Complexo de Ghon (envolvimento linfonodal peri-hilar ou lobar) • Complexo de Ranke Tc do tórax • Sugestivos de atividade: - Cavidades de paredes espessas - Nódulos centrolobulares de distribuição segmentar - Nódulos centrolobulares confluentes - Nódulos - Consolidações - Espessamento de paredes brônquicas - Espessamento bronquiolar - “Árvore em fluorescência” - Bronquiectasias (dilatação anormal e distorção dos brônquios) - Massas • Sugestivos de inatividade (sequela): - Cavidades de paredes finas - Bronquiectasias de tração - Estrias - Enfisema - Padrão em mosaico - Nódulos 14 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL Broncoscopia • Procedimentos associados: lavado brônquico, lavado broncoalveolar, escovado brônquico, biópsia brônquica, biópsia transbrônquica e punção aspirativa com agulha • Úteis nas seguintes situações: - Formas com exames micobacteriológicos iniciais negativos; - Suspeita de outra doença pulmonar que não a tuberculose; - Presença de doença que acometa difusamente o parênquima pulmonar (ex.: TB miliar); - Suspeita de tuberculose endobrônquica; - Pctes imunodeprimidos, particularmente os infectados pelo HIV (maior risco de formas não cavitárias e, portanto, menor positividade do escarro). Histopatologia • Indicada no dg de TB extrapulmonar e TB pulmonar difusa (miliar) - O achado de granulomas caseosos é altamente sugestivo de TB, porém é importante ter em mente que eles NÃO são patognomônicos desta condição Dosagem de ADA • Adenosina deaminase - Enzima secretada por linfócitos e macrófagos ativados • ADA > 40 U/L: tuberculose • Também tem sido aceita no diagnóstico de TB pericárdica, peritoneal, articular (sinovial) ou mesmo do SNC (liquor) - O encontro de níveis normais de ADA em todos esses líquidos possui elevado valor preditivo negativo, afastando a possibilidade de tuberculose Diagnóstico diferencial • Ca de pulmão - Fator de diferenciação - Os pctes não terão estudos de TB positivos Tratamento • Tratamento Diretamente Observado (TDO): propiciar a adesão ao tto, reduzindo a chance de surgimento de resistência aos fármacos, aumentando a possibilidade de cura - O ideal é a observação diária, de segunda a sexta, feita pelo profissional de saúde na própria unidade de saúde. - Contudo, esquemas alternativos (ex.: observação três vezes por semana, na unidade de saúde ou no domicílio do paciente) também são aceitáveis Para ser considerado TDO o paciente deve ter, no mínimo, 24 doses observadas pelo profissional de saúde durante a fase intensiva do tratamento (dois primeiros meses), e 48 doses na fase de manutenção (meses subsequentes) 15 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL Esquema básico maior toxicidade ocular neste subgrupo! • Indicações esquema básico: - Casos novos de TB pulmonar ou extrapulmonar (exceto meningo e osteoarticular), infectados ou não pelo HIV - Retratamento - Pode ser usado em GESTANTES nas doses habituais, porém é preciso associar piridoxina (vit. B6) 50 mg/dia, a fim de reduzir o risco de toxicidade neurológica da isoniazida para o feto. • Indicações de internação hospitalar: - Meningoencefalite tuberculosa - Intolerância aos medicamentos incontrolável em ambulatório - MEG - Intercorrências clínicas ou cirúrgicas que necessitem de tto hospitalar - Vulnerabilidade social ou grupo com alto risco de abandono Tratamento da ILTB: • Reduz a chance de evolução para tuberculose doença em 60-90% Resistência • M. tuberculosis apresenta uma frequência de mutantes naturalmente resistentes às drogas, variável de acordo com cada uma delas. - Mutações genéticas 16 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL R - Rifampicina H - Isoniazida Z - Pirazinamida E - Etambutol - Existem previamente nas populações bacilares, antes mesmo da exposição a eles (resistência primária) - Ttos irregulares, interrompidos antes de uma completa esterilização dos germes ou com doses inadequadas → aparecimento de cepas resistentes aos medicamentos (resistência pós-primária) Falência terapêutica • Persistência de baciloscopia positiva ao final do tto • Pctes com baciloscopia inicial fortemente positiva (++ ou +++) que mantêm essa situação até o 4º mês de tto • Positividade inicial da baciloscopia, seguida de negativação e retorno da positividade após o 4º mês, por 2 meses consecutivos Efeitos adversos • Isoniazida deve ser administrada com vit B6 para prevenir neuropatia periférica - A deficiência de B6 pode causar convulsões refratárias – ttar com piridoxina • R, H e P podem causar toxicidade hepática - Acompanhar com TGO/TGP • Rifampicina causa descoloração laranja-avermelhada das secreções corporais • Pirazinamida causa hiperuricemia, que pode precipitar ataques de gota • Etambutol resulta em neuropatia óptica Acompanhamento • Baciloscopia por escarro no 2, 4 e 6 mês - Obrigatório 17 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL e sintomas gripais • Dor articular - pirazinamida e isoniazida Vacina BCG • Bacilo de Calmette-Guérin - Vacina anti-TB preparada com uma subcepa do Mycobacterium bovis atenuada por repicagens sucessivas - Vacina de micróbio vivo • Dose única: RN com peso ≥ 2kg - Indicada para crianças de 0-5 anos, sendo idealmente ministrada logo após o nascimento, ainda na maternidade - Administrada sem Prova Tuberculínica Prévia (PT), na dose de 0,1 ml, via intradérmica, no braço direito, na altura da inserção inferior do músculo deltoide • Contraindicação: - Pctes com idade ≥ 5 anos portadores de imunodeficiências - Neoplasia maligna - Uso de corticoide em dose imunossupressora por mais de 2 sem - Quimio e/ou radioterapia - Gestantes * Crianças verticalmente expostas ao HIV devem receber a vacina BCG o mais precocemente possível logo após o nascimento. Tuberculose extrapulmonar • Mais acometidos: pleura, linfonodos, ossos, articulações, meninges, cérebro, rins, genitália interna, pericárdio, peritônio e intestino • Patogênese varia conforme o órgão acometido TB pleural: • Forma mais comum de tb extrapulmonar em adultos não portadores do HIV • Mecanismo: ruptura de um pequeno foco primário de localização subpleural → pcos bacilos atingem o espaço pleural → reação imunológica de hipersensibilidade granulomatosa → inflamação das pleuras visceral e parietal → produção de exsudato • Maioria jovem e manifesta os sintomas cerca de 1-3 meses após a infecção pelo BK • QC: agudo ou subagudo - Febre, dor pleurítica e tosse seca - Dispneia ocorre nos casos de derrames volumosos • Derrame é caracteristicamente unilateral e de moderada intensidade • Dg: toracocentese - Líquido amarelo-citrino, turvo ou raramente serossanguinolento - Glicose baixa (40-80 mg/dl) - pH normal (7,30-7,40) - Ausência de eosinófilos - Céls mesoteliais 1020 - Proteína > 2,5-3 g/dl - Leucócitos 1000-6000 céls/mm3 - Predomínio de linfócitos mononucleares (exceto nos primeiros 15 dias de instalação - polimorfonucleares) • TTO: - RIPE, que pode ser instituída já na suspeita clínica (esquema de 6 meses) - Uso de prednisona pode acelerar a melhora * Muitas vezes é autolimitada após 2-4 meses, mas a falta do tratamento específico permite uma evolução mais tarde para TB pulmonar crônica pós-primária em 65% dos casos. TB miliar: • Forma disseminada da TB - Ocorre quando o organismo não consegue oferecer resistência adequada ao patógeno - Cçaspequeno e médio calibre - Os vasos com a parede inflamada trombosam, causando infartos cerebrais - O exsudato espesso pode também obstruir a passagem de liquor pelas cisternas ou a sua drenagem nas granulações aracnoides dos seios venosos do encéfalo → hidrocefalia • QC: 3 fases evolutivas Fase 1 Pródromo (2-3 semanas) Febre, mal estar, irritabilidade ou apatia, inapetência, sintomas resp Fase 2 Meníngea Febre + cefaleia persistente + sinais meníngeos Fase 3 Avançada Torpor, coma, crise convulsiva, hemiplegia, coreoatetose 20 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL • Dg: - Ideal que seja feito na fase 2 - Rx de tórax - TC de crânio contrastada - Exame do liquor: hiperproteinorraquia, pleocitose mononuclear, hipoglicorraquia • Complicações: - Compressão de pares cranianos (ordem decrescente de frequência: VI, III, IV, VII e VIII); - Hidrocefalia, levando à hipertensão intracraniana e ao papiledema; - Vasculite cerebral com infartos, levando a déficit focais ou movimentos involuntários (ex.: coreoatetose); - Hiponatremia, por SIADH (ocorre em 45% dos casos, contribuindo para o quadro de torpor/coma/convulsões); - Tuberculomas, que podem se manifestar como lesões expansivas. • Tto: RIPE por 12 meses - Com as doses de rifampicina e isoniazida aumentadas e acrescentando-se o corticoide (prednisona 1-2 mg/kg/dia ou 30 mg/dia) por 2-4 meses. TB ganglionar: • Segunda forma mais comum de TB extrapulmonar • Denominada escrófula • Linfonodos acometidos: cervicais, submandibulares e supraclaviculares • QC: - A princípio se assemelha a uma síndrome de mono - Assimetria e aumento da consistência dos linfonodos - Fistulização cutânea, com liberação do material caseoso • Dg: biópsia ou punção do linfonodo TB renal: • Manifestação da TB secundária - Reativação de um foco latente no tecido renal • Suspeita: sedimento de urina mostrando: - Priúria (> 10 piócitos por campo) → asséptica: não associada à cultura positiva para germes comuns - Hematúria microscópica (> 10 hemácias por campo) não dismórfica • Pcte pode ou não apresentar sintomas - Disúria e urgência crônica ou recorrente - Incomuns: febre vespertina, sudorese noturna e perda ponderal • Dg: - Cultura para BK do sedimento centrifugado da primeira urina da manhã - Procedimento repetido nos dias subsequentes (3-6 amostras colhidas) O corticoide é fundamental para prevenir sequelas e uma piora clínica esperada nos primeiros dias de esquema RIPE, precipitada pela liberação de antígenos proteicos dos bacilos mortos. 21 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL • Urografia secretora: sempre indicada nos casos de urinocultura positiva para o BK TB pericárdica: • M. tuberculosis pode chegar ao pericárdio de 2 formas: - Por contiguidade de um foco de infecção torácica ativa (linfonodo mediastinal, pleura ou pulmão) - Por via linfohematogênica, durante a primoinfecção, geralmente subclínica, manifestando um quadro de pericardite anos depois, pela reativação do foco pericárdico (tuberculose pós-primária) • QC: desenvolvimento insidioso e sintomas não específicos - Emagrecimento, hiporexia, astenia, febre e sudorese noturna - Incomum: dor retroesternal ou precordial contínua, de leve intensidade e opressiva • Suspeita: - Constatação de aumento da área cardíaca no rx de tórax - Derrame pericárdico no ecocardiograma, de moderada quantidade e fibrinas • Dg: - Pericardiocentese - Bacterioscopia - Dosagem de ADA no líquido pericárdico ou pleural - Biópsia pericárdica guiada pela pericardioscopia • Complicações: - Tamponamento cardíaco - Pericardite constritiva (ou efusivoconstritiva) • Tto: esquema RIPE por 6 meses - A associação de corticosteroides nos primeiros três meses da terapia geralmente é recomendada. - A dose é de 60 mg/dia de prednisona no primeiro mês, com redução progressiva nos próximos dois meses - A pericardiectomia está indicada nos casos em que há derrame pericárdico recorrente ou síndrome constritiva precoce, devendo ser realizada entre 4-6 semanas após o início do tratamento TB peritoneal: • Resulta na extensão de uma adenite tuberculosa abdominal para o peritônio, por contiguidade • Inflamação do peritônio leva à produção de um exsudato e à formação de ascite • A ascite pode vir associada ao derrame pleural tuberculoso ou à pericardite tuberculosa (polisserosite tuberculosa) 22 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL • Análise do líquido ascítico: - Celularidade elevada (500-2000 céls/ml) - Predomínio de mononucleares (linfócitos) - Glicose normal ou um pco baixa - Gradiente de albumina soro-líquido ascíticointerior pigmentado do olho 25 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL • Granuloma da Iris: visíveis como manchas brancas, que também são chamados nódulos papilares de margem ou nódulos de Koeppe. • Esclerite tuberculosa: inflamação grave e destrutiva da esclera (camada fibrosa resistente que cobre o olho), que pode acometer a visão - Dor no olho, irritação com aumento do lacrimejar e sensibilidade à luz intensa. TB cutânea: • Úlceras que não cicatrizam • Outas lesões que podem aparecer em qualquer parte do corpo e que não cicatrizam • Escrofuloderma: apresentação de TB cutânea com nodulações subcutâneas, fístulas e saída de secreção • TB verrucosa: • Eritema indurado de Bazin: nódulos nas extremidades inferiores, com úlceras e cicatrizes atróficas • Lúpus vulgar: forma paucibacilar que ocorre por disseminação hematogênica ou inoculação direta - Induzido pela vacina BCG 26 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL MICOSES PULMONARES • Dimorfismo: - Na natureza (25ºC): estruturas filamentosas (hifas) que se organizam no micélio - No organismo infectado (37ºC): estruturas leveduriformes (unicelulares) • Principais que parasitam o ser humano, tendo como principal órgão o pulmão: PARACOCCIDIOIDOMICOSE Agente etiológico • Paracoccidioides brasiliensis • Blastomicose sul-americana: uma das principais micoses pulmonares no Br • Fungo dimórfico, presente no solo e resto de vegetais nas áreas rurais Transmissão e epidemiologia • Vias respiratórias como porta de entrada do fungo no organismo • O pcte se contamina pela inalação durante as atividades agrícolas • A doença não é contagiosa! • Mais frequente entre 40-60 anos • Mais comum no sexo masculino (14:1) - Presença de receptores de estrógenos nas formas infectantes do fungo Apresentação clinica • O fungo tem como porta de entrada os pulmões. Durante a formação do complexo primário (foco pulmonar + adenopatia satélite), o agente sofre disseminação linfohematogênica, tal como a tuberculose. • Os órgãos mais acometidos são: pulmões, linfonodos (periféricos e/ou internos), mucosas labial, oral, faríngea, laríngea e traqueal, pele, fígado e baço. • Formas de apresentação: forma aguda/subaguda (tipo juvenil): - Característica da criança e de adultos até 30 anos - Manifestações do sistema reticuloendotelial: adenomegalia generalizada, hepatoesplenomegalia, febre, adinamia e perda de peso - Adenopatia pode evoluir com fistulização e liberação de secreção purulenta: adenite supurativa. Ela pode acometer o hilo hepático, determinando icterícia obstrutiva e pode dificultar a drenagem linfática dos intestinos, causando uma enteropatia perdedora de proteínas (hipoalbuminemia e anasarca) e ascite quilosa. - Envolvimento das adrenais: hiperpigmentação cutânea, anorexia, sintomas gastrointestinais, hipotensão, hipoglicemia e distúrbios eletrolíticos forma crônica (tipo adulto): - 90% dos casos - QC: tosse, expectoração e dispneia aos esforços. Lenta progressão. - Lesões mucosas: lábios, mucosa oral, orofaringe, laringe, traqueia ou esôfago – rouquidão inexplicada, tosse seca e/ou odinofagia - Lesões de pele: polimórficas, pápulas, placas, ectimas, úlceras ou lesões vegetantes 27 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL - SNC (lesão cerebral expansiva): cefaleia progressiva, convulsões e déficit motor de instalação lentamente progressiva. - A forma crônica pode evoluir com uma síndrome disseminada, apresentando características da forma aguda associada e frequente insuficiência adrenal. - Risco: portadores de HIV (CD4+neutralizado pelo sistema imune (granuloma com necrose caseosa) → infecção se torna latente, subclínica, aguardando uma queda na imunidade p/ reativação * O HIV tem papel decisivo nestas reativações. A partir daí, podem se desenvolver formas agudas pulmonares ou disseminadas. A forma pulmonar crônica depende de um defeito estrutural pulmonar para evoluir. Apresentação clinica • Incubação: 2-3 semanas • Quadro gripal – febre, cefaleia, calafrios, mialgia, mal estar • Tosse seca, dor torácica e dispneia (pode evoluir p/ insuf respiratória) • Menos comum: adenomegalia periférica, hepatoesplenomegalia, eritema nodoso, eritema multiforme, artralgia e exantema Histoplasmose pulmonar crônica • Mais comum em pctes com pneumopatia prévia (DPOC, bronquiectasias) • Forma exclusivamente pulmonar • QC: início insidioso de sintomas respiratórios, febre, adinamia e perda ponderal • Casos avançados: complicação com hemoptise e graus variáveis de fibrose pulmonar • Pode haver disseminação broncogênica p/ outro pulmão ou segmento pulmonar Histoplasmose disseminada • Doença definidora de AIDS • 3 formas: - Aguda: febre/calafrios, tosse, hepatoesplenomegalia, adenomegalias diversas e diarreia. Presença de citopenias. Letalidade de 100% se não tratada - Subaguda: sintomas da forma aguda, de evolução pouco mais arrastada. Citopenias menos comuns e mais leves. Lesões cutaneomucosas no pulmão, intestinos, vasos sanguíneos e adrenais. - Crônica: sintomas mais brandos e arrastados, febre ausente ou intermitente. É mais localizada, menos sistêmica. Lesões cutaneomucosas em cavidade oral ou pontos do tubo digestivo, vias aéreas superiores, glande e grandes lábios. 30 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL Exames complementares • Padrões radiológicos simulam os da tb primária e miliar • Adenopatia hilar e mediastinal – formas aguda e disseminada • Cavitação pulmonar – forma crônica • Laboratorial: - Citopenias - Aumento da ECA (enzima conversora de angiotensina) - Aumento da FA diagnostico • Cultura de sangue, escarro ou lavado broncoalveolar • Biópsia pulmonar ou de outro sítio acometido, em caso de doença disseminada • Sorologia pela imunodifusão dupla em gel (+ específica) • Sorologia pela fixação do complemento (+ sensível) • Pesquisa do antígeno polissacarídico no sangue ou na urina – 90% acurácia dg da disseminada 31 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL Tratamento ASPERGILOSE Agente etiológico • Aspergillus sp • Encontrado no solo, água e ar • Pode colonizar as vias aéreas proximais de pessoas normais, sob a forma de hifas e micélio Apresentação clinica Aspergilose broncopulmonar alérgica: • Causada pela hipersensibilidade crônica do tipo alérgica (tipo 1) • QC: asma brônquica persistente moderada ou grave, com febre esporádica, tosse com expectoração de tampões mucosos de hifas ou micelas, infiltrados pulmonares migratórios, atelectasias segmentares ou subsegmentares, evoluindo para a formação de bronquiectasias proximais predominando nos lobos superiores. • Laboratório: eosinofilia importante e aumento da IgE sérica • Dg: baseado em critérios 32 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL • Evolução: agudo → exacerbação → remissão → dependência aos corticoides → fibrose • Tto: - 2 primeiros estágios: prednisona 0,5 mg/kg/dia por 2 semanas passando para dias alternados durante pelo menos 3 meses - Casos graves (dependência a corticoide): dose de prednisona deve ser aumentada pra 30 mg/dia * Um estudo randomizado mostrou benefício na associação de itraconazol, com objetivo de poupar corticoide. A sequela fibrótica não responde à terapia Bola fúngica: • Pctes com lesões cavitárias fibróticas podem desenvolver colonização intracavitária por fungos • Aspergiloma: constituído por hifas mortas ou viáveis do fungo + muco + céls mortas + leucócitos + hemácias, formando uma massa sólida no interior da cavidade, em comunicação com a árvore brônquica. - Lesão localizada e geralmente sem sintomas sistêmicos • Pcte pode ser assintomático, com a bola fúngica descoberta ao acaso - Sintomas: tosse crônica com ou sem hemoptise, febre baixa e emagrecimento 33 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL • Tto: indicado nos casos sintomáticos - Ressecção da bola fúngica por cirurgia - Cavernostomia (drenagem cirúrgica) em casos selecionados - Pctes sem condições p/ tolerar cirurgia: itraconazol 400 mg/dia por vários meses Aspergilose pulmonar invasiva: • Infecção grave em pctes neutropênicos ou em uso de altas doses de corticosteroides • QC: pcte neutropênicos há mais de 10 dias, mantendo febre prolongada, apesar de atbterapia. Pode apresentar tosse e dispneia progressiva • Evolução para extensas áreas de necrose do parênquima pulmonar • Dg: achado do fungo no escarro/lavado broncoalveolar ou biópsia pulmonar • Tto: voriconazol - Alternativas: anfotericina B em dose alta e itraconazol CRIPTOCOCOSE Agente etiológico • Cryptococcus neoformans • Doença semelhante à histoplasmose • É adquirido pela inalação de poeira do solo contaminado com excrementos de pássaros, especialmente de pombos. Apresentação clinica • Após a inalação, o fungo pode se disseminar, frequentemente para o cérebro e as meninges - Lesões intracerebrais multifocais microscópicas - Granulomas meníngeos • Lesões focais de disseminação também podem ocorrer em nódulos subcutâneos, em extremidades de ossos longos, articulações, fígado, baço, rins, próstata e em outros tecidos. • Na forma disseminada (extrapulmonar, incluindo meningite) da criptococose, é comum o acometimento da pele - Nos pacientes HIV positivos e em transplantados, a lesão cutânea mais típica é uma pápula com umbilicação central, semelhante ao molusco contagioso. • Forma aguda: síndrome gripal e dispneia • Forma crônica: quadro insidioso respiratório 34 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL Galactomanana - marcador bioquímico • Rx pulmonar: infiltrado pulmonar intersticial, alveolar unilateral ou bilateral, imagens nodulares, com adenopatia hilar e mediastinal satélite e/ou derrame pleural Diagnostico • Exame direto - Tinta nanquim ou da China • Cultura de amostras de tecido e de líquidos do organismo • Sorologia - Látex para criptococo Tratamento • Normalmente se resolve espontaneamente • Fluconazol 200-400 mg/dia por 3-6 meses • Casos graves ou meníngeos: anfotericina B venosa CANDIDÍASE Agente etiológico • Gênero Candida - C. albicans, C. krusei, C. glabrata e C. tropicalis são as principais que causam infecção em humanos - Fungo mais prevalente no ambiente hospitalar • Encontradas em objetos e comidas • Colonizam o trato gastrointestinal (desde a boca), a pele e o trato genital feminino Fatores de risco • Imunossupressão • DM • Quimioterapia citotóxica • Corticoides • Uso de atb de amplo espectro • Uso de cateteres venosos profundos • Manipulação cirúrgica do trato gastrointestinal • Uso sem assepsia de drogas ilícitas IV • Queimaduras extensas Apresentação clinica Monocutânea: • Oral: finas placas bcas, indolores, facilmente removíveis - Relacionada ao uso de corticoides inalatórios para asma - Sugere pesquisa de HIV, porém não é fator determinante! - HIV: pode se estender até o esôfago, causando odinofagia e pirose 35 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL • Vulvovaginite: prurido vulvar, leucorreia e desconforto local - Acomete mulheres em idade reprodutiva, especialmenteem uso de ACO • Balanite: inflamação que afeta a glande e a cabeça do pênis - Lesões eritematosas, que podem apresentar descamações ou erosões, às vezes recobertas por placas brancacentas • Cutânea: aparece em áreas de dobras (submamária, interglútea...) - Lesões eritematosas e pruriginosas, com pus - Paroquínia (inflamação em torno das unhas) e onicomicose (infecção nas unhas) Sistêmica: • Invasiva focal: invasão de algum tecido isolado a partir de um foco específico - Sintomas/sinais de infecção (igual bacteriana) - Ex.: peritonite a partir da manipulação do tubo digestivo • Invasiva disseminada: presença da Candida na corrente sanguínea e disseminação para diversos órgãos - Hemoculturas positivas - SIRS presente em grande parte dos casos → mortalidade alta - Lesões cutâneas e/ou oculares (exsudatos algodonosos na retina) - Possíveis acometimentos: cérebro, meninges, glândulas endócrinas, rins, articulações, ossos e até coração (endocardite • Disseminada crônica (forma hepatoesplênica): doença de pacientes leucêmicos que acabaram de se recuperar de uma neutropenia - Febre e outras manifestações sistêmicas, destacando-se a hepatoesplenomegalia - FA elevada - Lesão hepática com microabscessos Diagnostico • Monocutânea: - Dg clínico e tto com base no aspecto das lesões - Lesões recorrentes/persistentes ao tto: cultura (pois pode ser resistente aos antifúngicos habituais) • Invasiva: - Hemocultura - Biópsia - TC para estabelecer extensão da infecção ou avaliar acometimento de órgãos * Na presença da forma disseminada de candidíase, uma fundoscopia deverá obrigatoriamente ser realizada, com o objetivo de definir a presença ou não de acometimento ocular, que tem tratamento específico. Tratamento 36 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL Caso clinico Homem de 37 anos se apresenta ao seu médico de cuidados primários com febre subjetiva, mal estar e tosse. Ele relata alguns episódios de suores noturnos e notou uma perda não intencional de 7 kg ao longo de 2 meses. Ontem ele notou escarro com sangue. Ele atualmente mora com muitos membros da família em um pequeno apto. O rx de tórax demonstra uma lesão cavitária no lobo superior direito do pulmão. Sintomas B: perda de peso não intencional e sudorese noturna Dg: tuberculose 37 Processos infectocontagiosos • 5º período • Raíssa Leonardi RL Aspergilose - voriconazol e prednisona (ASpergilose = ASma = corticoide) Histoplasmose e paracoco - itraconazol casos leves e anfotericina B casos graves h(I)stoplasmose = (I)traconazol Criptococose e candidíase - fluconazol (CC flu flu)