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QUESTÕES UNIOESTE III
01. Sobre a obra Os tambores silenciosos,
de Josué Guimarães, apenas é
INCORRETO afirmar que:
a) O governo tirânico de Lagoa Branca
tem êxito ao final da narrativa, levando a
cidade a um longo período ditatorial.
b) O autor cria a cidade imaginária de
Lagoa Branca, local onde transcorre toda
a história.
c) A narrativa acontece durante apenas
sete dias, na Semana da Pátria de 1936,
numa pequena cidade de interior.
d) O prefeito de Lagoa Branca, coronel
João Cândido, confisca os jornais para que
a população não tenha acesso às notícias.
e) Como reação à tirania do prefeito, a
população não comparece aos festejos de
Sete de Setembro.
02. Considere as afirmações a seguir em
relação à obra Os tambores silenciosos,
de Josué Guimarães.
I. A relação entre presente e passado
representada na obra evidencia o caráter
cíclico de momentos de autoritarismo na
história brasileira.
II. Na obra, a ação se desenvolve em meio
a estritas delimitações temporais e
espaciais.
III. O recurso mítico dos pássaros que
ganham vida anuncia a derrota do
governo tirânico de Lagoa Branca.
Está correto o que se afirma em:
a) I e III, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, II e III.
d) I e II, apenas.
e) II, apenas.
03. (UNIOESTE) Assinale a alternativa
INCORRETA tendo em vista as citações
abaixo, extraídas do livro Os tambores
silenciosos, de Josué Guimarães, e o que,
respectivamente, é declarado a respeito.
“[...] em resposta mensagem Vossa
Excelência devo informar que a cidade
toda se prepara para festejos
independência do Brasil dentro do maior
civismo e fé no grandioso futuro de nossa
pátria vg sendo infundadas denúncias
certamente feitas elementos comunistas
[...].” ( p. 72).
“[...] descobri que dois deles foram
torturados e mortos de tanto apanhar,
levavam choques elétricos e passavam
todos pela tortura do afogamento. [...]
foram presos e torturados pelo crime de
serem apanhados com esses radinhos de
galena [...].” (p. 205).
“[...] quando a Pátria chama cada um dos
seus filhos para que eles cumpram com o
seu dever de patriotas, em defesa de
Deus, da própria Pátria e da Família, o
pedestal de toda uma nacionalidade que
pretende reafirmar-se perante o mundo
civilizado [...].” (p. 135).
“[...] um coração partido de tristeza só
pode agora de joelhos te pedir perdão.
Tudo o que se passou ontem se deve ao
imenso amor que estraçalha o meu
coração dolorido. Jamais amei outro
homem na minha vida. Volta. Te espero
esta noite na hora de sempre.” (p. 94).
“[...] forrado de couro preto, mas já ruço, e
que com o tempo foi deixando penetrar
poeira entre as lentes e não se podia mais
dizer que era o mesmo com que o velho
pai delas, federalista de quatro costados,
cuidava dos legalistas do General Tavares
na Revolução de 93 [...].” (p.2).
A) Texto elaborado pelo prefeito João
Cândido em resposta às denúncias de
arbitrariedades acontecidas no município
de Lagoa Branca. (citação p. 72).
B) Fala do professor Ulisses ao presidente
Getúlio Vargas relatando as atrocidades
praticadas sob as ordens do prefeito.
(citação p. 205).
C) Discurso retórico proferido em uma das
sessões características das reuniões dos
membros do Integralismo (citação p. 135).
D) Bilhete enviado pela esposa do capitão
Ernesto – Isabel – ao seu amante,
sargento Deoclécio. (citação p. 94).
E) Descrição do binóculo que já fora
usado pelo coronel Juvêncio como
instrumento de espionagem militar e que,
agora, era usado pelas filhas para se
inteiraram da vida alheia. (citação p. 2).
05. (UNIOESTE) Assinale a alternativa
que caracteriza um dos expedientes
narrativos usados por Josué Guimarães
em Os tambores silenciosos.
(A) Construção maniqueísta de
personagens boas (as solteironas), versus
personagens más (as mulheres casadas).
(B) Crítica aos abusos de poder típicos de
presidentes como: Floriano Peixoto, Plínio
Salgado e Coronel João Cândido.
(C) Constituição do cenário
espaço-temporal romanesco às vésperas
do Estado Novo.
(D) Referência à cidade alemã de Lagoa
Branca, RS, responsável pelo
recrudescimento do nazismo.
(E) Descrição dos ideais integralistas
contrários à obediência, ao nacionalismo e
à ordem hierárquica.
06. (FAMECA) Preparei a refeição matinal.
Cada filho prefere uma coisa. A Vera, mingau
de farinha de trigo torrada. O João José, café
puro. O José Carlos, leite branco. E eu, mingau
de aveia.
Já que não posso dar aos meus filhos uma
casa decente para residir, procuro lhe dar uma
refeição condigna.
Terminaram a refeição. Lavei os utensilios.
Depois fui lavar roupas. Eu não tenho homem
em casa. É só eu e meus filhos. Mas eu não
pretendo relaxar. O meu sonho era andar bem
limpinha, usar roupas de alto preço, residir
numa casa confortavel, mas não é possível. Eu
não estou descontente com a profissão que
exerço. Já habituei-me andar suja. Já faz oito
anos que cato papel. O desgosto que tenho é
residir em favela.
Fui no rio lavar as roupas e encontrei D.
Mariana. Uma mulher agradavel e decente.
Tem 9 filhos e um lar modelo.Ela e o esposo
tratam-se com iducação. Visam apenas
viverem paz. E criar filhos. Ela tambem ia lavar
roupas. Ela disse--me que o Binidito da D.
Geralda todos os dias ia preso. Que a Radio
Patrulha cançou de vir buscá-lo. Arranjou
serviço para ele na cadeia. Achei graça. Dei
risada!... Estendi as roupas rapidamente e fui
catar papel. Que suplicio catar papel
atualmente! Tenho que levar a minha filha
Vera Eunice. Ela está com dois anos, e não
gosta de ficar em casa. Eu ponho o saco na
cabeça e levo-a nos braços. Suporto o peso do
saco na cabeça e suporto o peso da Vera
Eunice nos braços. Tem hora que revolto-me.
Depois domino-me. Ela não tem culpa de
estar no mundo.
Refleti: preciso ser tolerante com os meus
filhos. Eles não tem ninguem no mundo a não
ser eu. Como é pungente a condição de
mulher sozinha sem um homem no lar.
(Carolina Maria de Jesus. Quarto de despejo:
diário de uma favelada, 1993. Adaptado.)
As informações do texto permitem
reconhecê-lo como
a) Uma análise, na qual o narrador
questiona a sua condição de vida,
mostrando que, apesar de sonhar com
privilégios, prefere viver de forma simples.
b) Um comparativo, no qual o narrador
reconhece que vive bem, ressaltando as
vantagens de vestir-se com roupas caras
e de morar em uma casa confortável.
c) Uma narrativa poética, na qual o
narrador expõe seu sofrimento, deixando
claro que ele decorre do fato de ter vários
filhos para cuidar.
d) Um relato, no qual o narrador
apresenta situações do seu cotidiano,
evidenciando as dificuldades que enfrenta
para sobreviver como catadora de papel.
e) Um resumo, no qual o narrador
desmerece sua família e sua comunidade,
as quais lhe representam empecilhos para
uma vida melhor e com mais conforto.
07. (UFRGS) Instrução: A questão
refere-se à obra Quarto de despejo, de
Carolina Maria de Jesus.
Um tema em Quarto de despejo é
encontrado também no poema “O bicho”,
de Manuel Bandeira, transcrito a seguir.
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Assinale a alternativa que identifica esse
tema recorrente nas duas obras.
a) A revolta e a indignação daqueles que
sofrem a miséria e a marginalização
social.
b) O problema da fome, que avilta a
dignidade humana.
c) A aceitação da pobreza, que se tornou
uma condição inerente às sociedades
modernas.
d) A esperança como forma de enfrentar o
sofrimento da fome e de garantir a
sobrevivência.
e) O ato de escrever funciona como modo
de driblar a fome.
08. (UFRGS) Sobre o livro Quarto de
despejo, de Carolina Maria de Jesus,
assinale com V (verdadeiro) ou F (falso)
as seguintes afirmações.
( ) A história, estruturada em forma de
diário, abarca cinco anos da vida de
Carolina, que, segundo a narradora,
suporta sua rotina de fome e violência
através da escrita.
( ) A autora produz uma narrativa de
grande potência, apesar dos desvios
gramaticaispresentes no texto.
( ) A narradora reflete sobre desigualdade
social e racismo. A força do texto está no
depoimento de quem sente essas
mazelas no corpo e ainda assim se
apresenta como voz vigorosa e
propositiva.
( ) O livro, relato atípico na tradição
literária brasileira, nunca obteve sucesso
editorial, permanecendo esquecido até os
dias de hoje.
A sequência correta de preenchimento
dos parênteses, de cima para baixo, é
a) F – V – F – F.
b) V – F – V – V.
c) V – F – F – V.
d) V – V – V – F.
e) F – V – V – V.
09. (ENEM Libras 2017) Quarto de despejo
Carolina Maria de Jesus
Do diário da catadora de papel Carolina Maria
de Jesus surgiu este autêntico exemplo de
literatura-verdade, que relata o cotidiano
triste e cruel da vida na favela. Com uma
linguagem simples, mas contundente e
original, a autora comove o leitor pelo
realismo e pela sensibilidade na maneira de
contar o que viu, viveu e sentiu durante os
anos em que morou na comunidade do
Canindé, em São Paulo, com seus três filhos
Ao ler este relato — verdadeiro best-seller no
Brasil e no exterior — você vai acompanhar o
duro dia a dia de quem não tem amanhã. E vai
perceber com tristeza que, mesmo tendo sido
escrito na década de 1950, este livro jamais
perdeu a sua atualidade.
JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma
favelada. São Paulo: Ática, 2007.
Identifica-se como objetivo do fragmento
extraído da quarta capa do livro Quarto
de despejo
a) Retomar trechos da obra.
b) Resumir o enredo da obra.
c) Destacar a biografia da autora.
d) Analisar a linguagem da autora.
e) Convencer o interlocutor a ler a obra.
10. (ACAFE) Sobre a obra Quarto de
Despejo – Diário de uma Favelada, todas as
alternativas estão corretas, exceto a:
a) Mesclando a oralidade da gíria com o
português formal, os 13 capítulos da obra
empolgam pela linguagem ágil e narrativa
naturalmente realista. Não por acaso, o
livro despertou o interesse de produtores
de cinema e de editores estrangeiros,
interessados em explorar aspectos sociais
inerentes à vida nas favelas.
b) A protagonista relata seu “desgosto por
ser mulher”, e diante das rivalidades e
disputas entre as mulheres da favela
(incluindo a narradora), ela afirma que
gostaria de ter nascido homem e que isso
tornaria sua vida mais fácil.
c) Os textos que deram origem ao livro
foram escritos entre 1955 e 1960 por uma
moradora da favela que se expandia às
margens do rio Tietê, no bairro do Canindé,
e selecionados pelo repórter Audálio
Dantas.
d) Carolina em seu diário contrasta a
ideologia desenvolvimentista de Juscelino
Kubitschek, então presidente da república,
com sua condição de vida na favela, o que a
impede de nutrir simpatias por: "[...] o que o
senhor Juscelino tem de aproveitável é a
voz. Parece um sabiá [...] residindo na
gaiola de ouro que é o Catete. Cuidado
sabiá, para não perder esta gaiola, porque
os gatos, quando estão com fome,
contemplam as aves nas gaiolas. E os
favelados são os gatos. Têm fome."
11. (UEL) Leia o trecho de Quarto de
despejo, de Carolina Maria de Jesus, e
responda a questão
15 de maio
Tem noite que eles improvisam uma batucada
e não deixa ninguém dormir. Os visinhos de
alvenaria já tentaram com abaixo assinado
retirar os favelados. Mas não conseguiram. Os
visinhos das casas de tijolos diz:
– Os políticos protegem os favelados.
Quem nos protege é o povo e os Vicentinos.
Os políticos só aparecem aqui nas epocas
eleitoraes. O senhor Cantidio Sampaio quando
era vereador em 1953 passava os domingos
aqui na favela. Ele era tão agradavel. Tomava
nosso café, bebia nas nossas xícaras. Ele nos
dirigia as suas frases de viludo. Brincava com
nossas crianças. Deixou boas impressões por
aqui e quando candidatou-se a deputado
venceu. Mas na Camara dos Deputados não
criou um projeto para beneficiar o favelado.
Não nos visitou mais.
... Eu classifico São Paulo assim: o Palacio, é a
sala de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e
a cidade é o jardim. E a favela é o quintal onde
jogam os lixos.
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo:
diário de uma favelada. 10ª ed. São Paulo:
Ática, 2014. p.32.
Assinale a alternativa que estabelece a
exata correlação entre Quarto de despejo
e os romances Casa de pensão, de Aluísio
Azevedo, e Clara dos Anjos, de Lima
Barreto
a) A miséria dos favelados de Quarto de
despejo é experimentada também pelos
moradores da pensão e pelos parentes do
protagonista no romance Casa de pensão.
b) As dificuldades enfrentadas pelas
personagens de Quarto de despejo numa
cidade grande como São Paulo têm
pontos de contato com o individualismo
que cerca as personagens de Casa de
pensão.
c) A distância do acesso ao poder
representada em Quarto de despejo é
equivalente ao caráter desprotegido que
atinge o protagonista de Casa de pensão
e as personagens que com ele convivem.
d) A associação da favela ao lixo em
Quarto de despejo é uma retomada das
condições de moradia de personagens
como Clara dos Anjos e Cassi Jones na
narrativa de Lima Barreto.
e) O descaso dos políticos focalizado em
Quarto de despejo é o comportamento
que conduz a protagonista Clara ao
desespero quando ela se vê abandonada
por Cassi Jones e pelas autoridades.
12. (IFSulDeMinas) Considerando os
livros “Quarto de despejo”, de Carolina
Maria de Jesus, e “O Cortiço” de Aluísio de
Azevedo, é CORRETO afirmar que:
a) O segundo apresenta perspectiva
naturalista e determinista para seus
personagens enquanto que o primeiro
apresenta aposta na mudança de
realidade por meio da escrita em um
diário.
b) Bertoleza, personagem de “O Cortiço”,
assemelha-se à Carolina Maria de Jesus,
autora de Quarto de despejo, pois ambas
são dependentes e falta-lhes
proatividade.
c) Os dois livros em questão reforçam a
imagem de sexo frágil para a mulher.
d) A metáfora do quarto de despejo não
estabelece qualquer relação com o
contexto do cortiço descrito no romance
de Aluísio de Azevedo.
13. (Unimontes) Sobre o livro Quarto de
despejo, de Carolina Maria de Jesus, todas
as afirmativas abaixo estão corretas,
EXCETO
a) A autora – mulher, negra, mãe solteira
– assinala a sua escrita com a consciência
do que é estar no “quarto de despejo” da
grande cidade de São Paulo.
b) O ato cotidiano de recolher resíduos da
sociedade paulistana é uma evasão de
uma mulher que se sente marginalizada
c) O diário Quarto de despejo é
constituído de fragmentos de vida
reunidos em cadernos encontrados nas
ruas.
d) Os relatos diários são marcados por um
olhar de denúncias e pela descrição da
rotina marginal de sua autora.
14. (Unimontes) 1 DE JULHO... Eu percebo
que se este Diário for publicado vai maguar
muita gente. Tem pessoa que quando me ver
passar saem da janela ou fecham as portas.
Estes gestos não me ofendem. Eu até gosto
porque não preciso parar para conversar. (...)
Quando passei perto da fabrica vi varios
tomates. Ia pegar quando vi o gerente. Não
aproximei porque ele não gosta que pega.
Quando carregam os caminhões os tomates
caem no solo e quando os caminhões saem
esmaga-os. Mas a humanidade é assim.
Prefere vê estragar do que deixar seus
semelhantes aproveitar. (JESUS, 1997, p. 69.)
Sobre o excerto acima e sobre o livro
Quarto de despejo, de Carolina Maria de
Jesus, a única afirmativa
INCORRETA é:
a) Para a autora, os papéis colhidos nas
ruas são sua fonte de sobrevivência e,
mais tarde, a matéria-prima para a escrita
dos seus diários.
b) Os diários, além de uma forma de
extravasamento da raiva e de fazer-se
conhecer, eram, para a autora, um registro
da memória.
c) A dimensão social e humanística do
romance é perceptível por meio da
confissão diarística da narradora.
d) A linguagem de norma culta e singular
da escritora do povo legitima o lugar
social de sua autora.
15. (Unimontes) A narrativa "Quarto de
despejo (24 de dezembro de 1958)", da
escritora Carolina Maria de Jesus, texto
que integra a coletânea Nós e os outros,
de Marisa Lajolo, apresenta todas as
características abaixo, EXCETO
a) O discurso é bem elaborado e erudito,
demarcando o lugar social da
personagem narradora.
b) As marcas temporaisdo discurso
possibilitam pensar o texto como uma
página de diário.
c) A narrativa, assim como outras da
coletânea, representa personagens que
vivenciam experiências de exclusão social.
d) Com linguagem poeticamente
construída, o texto da autora exemplifica
um modo de vida específico.
Texto 1
Olhando então com mais cuidado para a praia,
vi umas criaturas semelhantes a macacos, que
andavam muito eretas e apontavam para nós.
Porém, conforme a luz do dia a tudo ia
clareando, pude ver que não eram animais e
sim oito ou nove homens pintados de carmim
e preto, e armados de arcos e flechas. E
aconteceu que hoje vieram algumas mulheres,
todas com cabelos muito pretos e compridos,
pintadas com aquela tintura e nuas como Eva,
mas disso não faziam conta. Quando as vimos,
acendeu-se em nós o natural lume da luxúria
e por mais que quiséssemos parecer sisudos,
não podíamos deixar de muito olhar para as
suas ancas e também para os seus peitos.
Eram limpas e tinham suas partes altas e bem
cerradinhas. Os rostos não eram bons, mas
ainda assim havia gosto em olhar para elas.
TORERO, J. R. & PIMENTA, M. A. Terra
Papagalli. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.
Fragmento.
Texto 2
A feição deles é serem pardos, maneira de
avermelhados, de bons rostos e bons narizes.
Bem feitos. Andam nus, sem cobertura
alguma. Não fazem o menor caso de encobrir
ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm
tanta inocência como em mostrar o rosto. [...]
Ali andavam entre eles três ou quatro moças,
bem moças e bem gentis, com cabelos muito
pretos e compridos pelas espáduas, e suas
vergonhas tão altas, tão cerradinhas e tão
limpas das cabeleiras que, de as muito bem
olharmos, não tínhamos nenhuma vergonha.
CAMINHA, P. V. Carta a el-rei Dom Manuel
sobre o achamento do Brasil. 1º de maio de
1500. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da
Moeda, 1974. Fragmento.
16. Com base nas informações presentes
nos Textos 1 e 2, analise as seguintes
afirmativas.
I. No Texto 3, observa-se que Torero e
Pimenta retornam, em tom jocoso, às
origens dos desmandos do
descobrimento do Brasil; nesse caso, há
uma alusão a um trecho da história – um
dos encontros com os índios – contado
por Caminha, e os narradores da terra dos
papagaios o fazem, valendo-se da visão
de Cosme Fernandes, com base nos
registros em que o degredado deixa para
seu filho, Vasco Brandão, o Conde de
Ourique.
II. No Texto 3, observa-se uma narração
da história do Brasil, em tom humorístico,
direcionada a especialistas em linguagem
do século XVI. Cenas de humor com fatos
históricos se intercalam ao longo do livro
o qual foi estruturado em formato de
carta do Bacharel ao Conde de Ourique,
missivista português, da época de el - Rei,
Dom Manuel I.
III. Nos Textos 3 e 4, é perceptível a
relação intertextual por meio da paródia,
o que se observa no trato com que Torero
e Pimenta, autores do primeiro, retomam
as notícias da Carta, e, embora eles deem
a mesma abrangência ao tema tratado,
fazem-no com ironia, sobretudo quando
se referem às descrições reservadas à
figura do índio.
IV. O Texto 3 faz alusões muito relevantes
à história do Brasil (embora de modo
extremamente sintético), como o fez
Caminha, no Texto 4, portanto, o que se
vê em Terra Papagalli, uma narrativa
epistolar de caráter épico, é apenas uma
associação ao episódio do encontro dos
portugueses com as índias, por ocasião da
chegada deles a terras brasileiras.
V. Por ser uma prosa poética, Terra
Papagalli mistura a linguagem conotativa
e formal de Cosme Fernandes,
personagem central, à linguagem
denotativa e informal de Caminha, usada
pelo missivista em a Carta. É dessa
mistura que resulta a expressividade do
Texto 3, a qual se destaca também pelo
fato de os autores tornarem o papagaio,
referendado já no título, como objeto da
identidade nacional.
Está CORRETO, apenas, o que se afirma
em
a) I.
b) II e III.
c) I e III.
d) II, III e IV.
e) III, IV e V.
Os Textos 3, 4, 5 e 6 servem de base às
Questões 17 e 18.
Texto 3
"A feição deles é parda, algo avermelhada; de
bons rostos e bons narizes. Em geral são
bem-feitos. Andam nus, sem cobertura
alguma. Não fazem o menor caso de cobrir ou
mostrar suas vergonhas, e nisso são tão
inocentes como quando mostram o rosto. [...]
Os cabelos deles são corredios. E andavam
tosquiados, de tosquia alta, mais que
verdadeiramente de leve, de boa grandeza, e,
todavia, raspado por cima das orelhas. [....] E
estavam já mais mansos e seguros entre nós
do que nós estávamos entre eles. [...]
Parece-me gente de tal inocência que, se nós
entendêssemos a sua fala e eles a nossa,
seriam logo cristãos, visto que não têm nem
entendem crença alguma, segundo as
aparências. [...] Ora veja, Vossa Alteza, quem
em tal inocência vive, se se converterá, ou não,
se lhe ensinarem o que pertence à sua
salvação.
CAMINHA, Pero Vaz de. ―A carta. In:
CASTRO, Silvio. A Carta de Pero
Vaz de Caminha. Porto Alegre; L&PM, 2015.
Excertos.
Texto 4
DOS TUPINIQUINS
"Do seu nome direi que são tupiniquins; da
sua cor, que são pardos à maneira dos
mouros; de seus braços, que são rijos, de
modo que um deles pode carregar com folga
três dos nossos; dos seus pelos nada conto
porque não os têm, e dos seus cabelos direi
que os cortam em forma de meia esfera,
sendo muito parecidos com os frades".
TORERO, José Roberto. Terra Papagalli. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2011. Excertos.
Texto 5
Texto 6
17. O Quinhentismo marca a introdução
da cultura europeia no Brasil. Nesse
período, podemos encontrar uma série de
textos sobre a visão dos colonizadores a
respeito dos índios. Com base na leitura
dos Textos 5, 6, 7 e 8, e reconhecendo o
contexto histórico-social e as
características do Quinhentismo no Brasil,
assinale a alternativa CORRETA.
a) No Brasil, o Quinhentismo é o período
marcado pelos primeiros registros
escritos, com foco na documentação do
processo colonizador. Nesse período, a
literatura produzida revela complexidade
estético-literária, com textos rebuscados e
de grande valor artístico-literário, como
podemos notar no Texto 5.
b) As primeiras manifestações literárias
do Quinhentismo brasileiro podem ser
divididas em dois grupos: a literatura
informativa e a literatura de catequese. O
Texto 5 é exemplo da literatura
informativa e apresenta a visão do
europeu colonizador sobre o natvo.
c) No Quinhentismo brasileiro, as
manifestações literárias são informações
que viajantes e missionários europeus
registraram sobre os índios, os negros e a
natureza. O Texto 5, como exemplo de
literatura informativa, apresenta a visão
do colonizador sobre a impossibilidade de
converter o índio ao cristianismo.
d) Os Textos 5 e 6 revelam uma visão
realista do europeu sobre os nativos e
destacam a valorização das crenças e da
cultura dos índios na consolidação da
identidade nacional brasileira.
e) O cartum (Texto 7) e a tela de Debret
(Texto 8) dialogam na representação dos
índios, em conformidade com as visões
apresentadas nos Textos 5 e 6, com
destaque para a valorização da cultura
dos nativos.
18. Podemos identificar, nos textos
quinhentistas, alguns recursos linguísticos
relacionados ao contexto de produção
desses textos. A respeito desses recursos,
assinale a alternativa CORRETA.
a) O trecho "[...] se nós entendêssemos a
sua fala [...]" (Texto 5) corresponde a: "[...]
se nós, nativos, entendêssemos a fala do
Rei [...]".
b) Ao empregar o adjetivo 'bom' para
qualificar 'narizes' ("de bons rostos e bons
narizes"), o autor do Texto 5 pretendeu
dizer que os indígenas tinham 'narizes
muito grandes'.
c) Segundo o autor do Texto 5, os
indígenas "não fazem o menor caso de [...]
mostrar suas vergonhas"; ou seja, eles
não se importam de apresentar suas
muitas esposas.
d) No Texto 6, o autor usou a estratégia
de introduzir um segmento negativo ("dos
seus pelos nada conto porque não os
têm") para descrever os índios como 'povo
naturalmente depilado'.
e) A opção de trazer para o Texto 7 a
expressão "sonho da casa própria"
confere a esse texto maior nível de
formalidade.
GABARITO
01) A
02) C
03) B
04) C
05)
06) D
07) B
08) D
09) E
10)A
11) B
12) A
13) B
14) D
15) A
16) C
17) B
18) D

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