Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS SUMÁRIO _______________________________________________________________________________ AULA 1: Tipologias e Gêneros Textuais / Semântica: sentido e emprego dos vocábulos / Processos de formação de palavras AULA 2: Ortografia / Acentuação gráfica AULA 3: Emprego de tempos e modos dos verbos em português AULA 4: Morfologia: reconhecimento, emprego e sentido das classes gramaticais AULA 5: Termos da oração AULA 6: Processos de coordenação e subordinação AULA 7: Pontuação AULA 8: Concordância nominal e verbal AULA 9: Transitividade e regência de nomes e verbos Aula 10: Emprego do sinal indicativo de crase AULA 11: Colocação pronominal / Coesão textual AULA 12: Reescritura de frases: substituição, deslocamento, paralelismo / Variação linguística: norma padrão ____________________________________________________________________________________ 2 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS Prezado(a) concurseiro(a), É um prazer muito grande estar com você neste momento tão importante da sua vida. O estudo da língua portuguesa para concursos públicos compreende, pelo menos, quatro áreas do conhecimento linguístico: fonologia, morfologia, sintaxe e semântica. Além disso, é preciso conhecimento da forma de abordagem de cada banca, para uma prova na qual a língua portuguesa sempre tem um peso bastante significativo. Peço-lhe, portanto, considerando o nobre objetivo que assumimos com nosso futuro pessoal e profissional, que esteja sempre atento às aulas, que tire sempre suas dúvidas com seu professor. Certamente, tudo isso irá auxiliá-lo(a) nesta caminhada árdua, porém compensatória, rumo à aprovação. Meu objetivo é que cheguemos ao final deste curso com conhecimento e domínio de conteúdo suficientes para a realização de uma prova com muita confiança e certeza de um resultado positivo. A princípio, a depender do tempo em que você não estuda para concursos, talvez sinta um pouco de dificuldade na assimilação do conteúdo, mas isso será mera questão de tempo e de adaptação ao novo ritmo que sua vida está tomando. Logo, muito breve mesmo, você estará apto(a) a obter êxito em qualquer tipo de situação na qual conhecimento em língua portuguesa será exigido. Assim, persistir é fundamental. Bons estudos! E lembre-se: o vencedor é o derrotado que nunca desistiu. Atenciosamente, Volney Ribeiro. ................................................................................................................................................................. Prof. Volney Ribeiro ➢Professor de língua portuguesa da rede particular de ensino desde o ano 2000. ➢Trabalha com concursos públicos desde 2001. ➢Foi diretor pedagógico e administrativo de uma escola particular em Fortaleza-CE, de 2008- 2010. ➢Autor de livros didáticos (6º a 9º ano) e de apostilas para vestibulares e concursos públicos. ➢Graduação: Letras: português-espanhol (licenciatura) e Teologia (bacharelado). ➢ Pós-graduação: Especialização em Gestão Educacional. ............................................................................................................................. ...................................................... @professorvolney 3 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS AULA 1: Tipologias e gêneros Textuais / Semântica: sentido e emprego dos vocábulos / Processos de formação de palavras TIPOLOGIAS E GÊNEROS TEXTUAIS Principais Tipologias Textuais: I. Narração II. Descrição III. Dissertação 1) Narração O texto narrativo tem o objetivo principal de contar um fato ou de relatar fatos ocorridos ou imaginados. Além disso, num tempo e espaços determinados pelo narrador, a história pressupõe a finalidade de divertir ou de ensinar, embora assuma o fictício, tendo como ponto de partida o mundo real. Em qualquer narração, o mundo é artisticamente real. Leia o texto a seguir: Tragédia brasileira Misael, Funcionário da Fazenda, com sessenta e três anos de idade. Conheceu Maria Elvira na Lapa – prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria. Misael tirou a Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou medico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria. Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado. Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa. Viveram três anos assim. Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa. Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos... Por fim na rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de inteligência, matou-a com seis tiros, e a policia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul. (BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. 4ª ed. Rio de Janeiro, J. Olympio. 1973. pp. 146-7) * Elementos essenciais de uma narração: 1. Narrador; 2. Personagens; 3. Espaço; 4. Tempo; 5. Enredo * Foco narrativo: O foco narrativo compreende a posição do narrador em relação ao texto, que pode ser: 1. Interna, com narrador protagonista ou secundário. 2. Externa, com narrador observador ou onisciente, que não participa da história, apenas sabe e conta o que aconteceu com outros. 4 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS 2. DESCRIÇÃO O que é descrever? -> é caracterizar detalhadamente seres, objetos, acontecimentos, cenários, lugares, situações; -> é construir imagens, utilizando linguagem verbal, daquilo que pode ser visto, sentido ou imaginado; -> é fazer um “retrato verbal” do mundo físico, psicológico ou imaginário. Texto 1 Aquele era um compartimento da casa que servia de escritório. Nele havia duas mesas de madeira, cor cinza, com duas gavetas cada uma, ambas do lado esquerdo do móvel Uma mesa era dez centímetros mais alta que a outra. Em cima de uma delas, havia um computador. Ele ficava no canto direito da mesa mais alta. Por trás dele, havia uma impressora e alguns livros. Do lado, papéis e material de escritório: perfurador, grampeador, cola, tesoura e canetas. Do lado das mesas encontrava-se um armário de duas portas. Dentro dele, havia muitos livros e revistas científicas. Em cima, uma coleção de pequenos dinossauros, de diversos formatos, tamanhos e cores. Alguns mapas e dois quadros estavam pendurados nas paredes brancas. No teto, havia apenas uma lâmpada fluorescente, ao lado de uma janela de vidro revestida de uma película escura. * Recursos para a produção do texto descritivo: Algumas dicas são essenciais para quem descreve. Abaixo, há algumas características do gênero descritivo que auxiliarão você: -> referência a aspectos sensitivos: visão, olfato, paladar, tato e audição; -> presença de metáforas e de comparações; -> emprego de substantivos, de adjetivos e de locuções adjetivas; -> uso de verbos de ação ou de ligação; -> emprego de advérbios e de locuções adverbiais; -> presença de frases nominais; -> uso de enumerações. Texto 2 Este foi meu primeiro brinquedo que ganhei na infância: uma lancha. Ela era branca, movida à pilha. Havia um pequeno motor atrás e duas hélices. Media aproximadamente vinte centímetros e pesava quase meio quilo. Na parte dianteira, encontravam-se dois faróis e um mastro, no qual havia a bandeira brasileira. Tinha um piloto que usava roupas pretas e um colete vermelho. Ele ficava na parte lateral do brinquedo, sempre com as mãos no volante. 3. DISSERTAÇÃO A dissertação é uma exposição,discussão ou interpretação de uma determinada ideia. Pressupõe um exame crítico do assunto, lógica, raciocínio, clareza, coerência, objetividade na exposição, um planejamento de trabalho e uma habilidade de expressão. 5 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS Análise de tema dissertativo Há um conto de H. G. Wells, chamado “A terra dos cegos”, que narra o esforço de um homem com visão normal para persuadir uma população cega de que ele possui um sentido do qual ela é destituída; fracassa e, afinal, a população decide arrancar-lhe os olhos para curá-lo de sua ilusão. Discuta a ideia central do conto de Wells, comparando-a com a do ditado popular “Em terra de cego quem tem um olho é rei”. Em sua opinião, essas ideias são antagônicas ou você vê um modo de conciliá-las? Homens de visão Através de uma metáfora, Wells trata de um velho problema humano: a inutilidade e, às vezes, o perigo de fazer pregações contra dogmas firmemente estabelecidos. O homem com visão normal bem poderia ser Galileu, tentando, em vão, persuadir os homens da Idade Média e a Igreja de que a Terra não era o centro do universo. Essa afirmação, tão usada, no tempo em que o poder eclesiástico estava em seu auge, fez dele um anátema. Assim como a personagem de Wells teve os olhos arrancados, Galileu foi obrigado a renegar suas descobertas sobre o movimento dos astros e quase pagou com a vida por contrariar os cânones da igreja. Por essa razão, a sabedoria popular resumiu esse dilema com o dito: “Pior cego é aquele que não quer ver”. Embora exata, a linguagem popular parece esquecer que o grande esforço, a razão de viver até, de quem se levantou acima das massas foi sempre fazê-las ver um pouco além de seus estreitos horizontes. Esse foi o mister de cientistas, como Einstein, estadistas, como Lênin, libertadores revolucionários, como os latino-americanos Bolívar, Martin, entre tantos outros. Apesar das boas intenções desses homens de visão, por isso mesmo chamados de visionários, nem sempre as populações estão preparadas para ver. Pior para elas, que se tornam vítimas de manipuladores. Assim, a sabedoria popular soube descrever tal situação: “Em terra de cego, quem tem um olho é rei”. Por ironia, como o capitalismo dos dias atuais, esse dito pode ilustrar situações completamente opostas à descrita por Wells: se depender de um oportunista com um só olho, o coração, o cérebro e as vísceras de uma população cega inteira serão arrancados impiedosamente. Dissertação expositiva – é a simples apresentação por alguém de um saber próprio ou de uma opinião, sem a intenção de influenciar e formar a opinião do receptor da mensagem. Dissertação argumentativa – é a apresentação por alguém de um saber próprio ou de uma opinião, com a intenção de influenciar e formar a opinião do receptor da mensagem. CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DA TIPOLOGIA DISSERTATIVA 1. Trabalha com ideias, por isso é temático, e não figurativo; 2. A função da linguagem predominante é a referencial (informação); 3. Texto construído para tecer comentários gerais sobre um dado assunto. 4. Apresenta uma construção ideológica gradativa. 6 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS OBSERVAÇÃO Demais Tipologias Textuais 1. Texto Preditivo – É o texto que tem como objetivo predizer, adivinhar, supor etc. Ex. previsão, profecia, horóscopo, carta etc. 2. Texto Híbrido – É o texto que pode comportar em sua estrutura, ao mesmo tempo, outros gêneros e tipos textuais. Ex. crônica argumentativa (é uma dissertação, mas permite argumentação e breve narração dos fatos); verbete (é dissertativo, por ser uma definição, mas, por caracterizar algo, também descreve); carta argumentativa; crônica policial etc. 3. Conversacional ou Dialogal – É o texto que se estrutura a partir de um diálogo e de interlocuções. Ex. entrevista, peça de teatro, roteiro cinematográfico, carta etc. 4. Texto Injuntivo – É o texto que instrui, que orienta, que dita norma ou procedimento. Por isso, os verbos no imperativo, que ordenam ou sugerem, lhes são característicos. Possui dois tipos: instrucional e prescritivo. Também podem ser tomados como híbridos. a) Texto Injuntivo Instrucional: quando a orientação dada não é coercitiva, não é necessariamente uma ordem, mas uma sugestão ou um conselho. Ex: a) o conteúdo ou os recados de um livro de autoajuda; b) o manual de instruções de um aparelho eletroeletrônico; c) o código de conduta quanto à higiene; d) a receita de um bolo; e) a receita para passar no vestibular b) Texto Injuntivo Prescritivo: quando a orientação é uma imposição, uma ordem mesmo. Ex: a) a bula de um remédio ou a receita de um médico ao seu paciente; b) a Constituição Federal ou mesmo o Código Penal; c) os textos da Gramática Normativa da Língua Portuguesa; d) os manuais de guerrilha e os regulamentos militares; d) as cláusulas prescritivas de um contrato de locação ou serviço; e) as exigências de um edital, no caso de concursos públicos; f) o código de ética dos senadores e deputados. 5. Poético – Texto subjetivo, metafórico, de sentido amplo. Ex. soneto, ode, elegia, cantiga, etc. 7 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS SEMÂNTICA Em linguística, Semântica estuda o significado e a interpretação do significado de uma palavra, de uma frase ou de uma expressão em um determinado contexto. Nesse campo de estudo, analisam-se, também, as mudanças de sentido que ocorrem nas formas linguísticas devido a alguns fatores, tais como tempo e espaço geográfico. Ex: Domingo, vou à praia. “Não cobiçarás a mulher do próximo. ” 1. SINÔNIMOS São palavras que apresentam, entre si, o mesmo significado. Ex: triste = melancólico. resgatar = recuperar maciço = compacto ratificar = confirmar digno = decente, honesto reminiscências = lembranças insipiente = ignorante. Significação Contextual 1. Passei na padaria e comprei um sonho. 2. O meu sonho é ser uma estrela de cinema. 3. Hoje tive um sonho muito estranho. 2. ANTÔNIMOS São palavras que apresentam, entre si, sentidos opostos, contrários. Ex: bom x mau bem x mal condenar x absolver simplificar x complicar nascer x morrer sair x chegar 8 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS 3. POLISSEMIA É o fato de uma palavra ter mais de uma significação. Ex: Palavra Gato 1.O rapaz é um tremendo gato. 2. Meu gato não come essa ração. 3. Precisei fazer um gato para que a energia voltasse. Palavra Abater 1. Abater a árvore = derrubar 2. Abater a fera = matar 3. Abater o inimigo = derrotar 4. Abater-se com a derrota = sentir 5. Abater a dívida = descontar Palavra Mão 1. Ela tem uma mão para cozinhar que dá inveja! (Talento) 2. Vamos! Coloque logo a mão na massa! (Produzir) 3. As crianças estão com as mãos sujas. (Parte do corpo) 4. Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi. (Roubar) 4. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO As palavras podem ser usadas no sentido próprio ou figurado. Ex.: Janine tem um coração de gelo. (sentido figurado) Sempre tomo uísque com gelo. (sentido próprio) A) Denotação É uso da palavra com seu sentido original, usual. Ex.: Quebrei o braço direito durante o futebol. O prato cheio do garoto o engordava. B) Conotação É o uso da palavra diferente do seu sentido original. Ex.: Aquele funcionário era o braço direito do patrão. O que você disse foi um prato cheio para uma discussão. 9 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS 5. HIPERÔNIMOS e HIPÔNIMOS a) Hiperônimo: termo geral→ veículo. b) Hipônimo: termo específico→ carro. Hiperônimo ------------ Hipônimo Eletrodoméstico Liquidificador Cidade Fortaleza Talher Garfo Fruta AbacaxiAnimal Cachorro Cachorro Beagle 6. HOMÔNIMOS São palavras que possuem a mesma pronúncia (algumas vezes, a mesma grafia), mas significados diferentes. Veja alguns exemplos a seguir: ✓ Acender: colocar fogo ✓ Ascender: subir ✓ Cela: pequeno quarto ✓ Sela: arreio; forma do verbo selar. ✓ Incipiente: iniciante ✓ Insipiente: ignorante HÁ TRÊS TIPOS DE HOMÔNIMOS: a) Homógrafas heterofônicas Iguais na escrita, mas diferentes na pronúncia. Ex.: colher (forma verbal) e colher (substantivo); jogo (forma verbal) e jogo (substantivo); gosto (subst.) e gosto (verbo) b) Homófonas heterográficas Iguais na pronúncia, mas diferentes na escrita. Ex.: ascender (subir) e acender (pôr fogo); cela (prisão) e sela (arreio/forma verbal). c) Homófonas homográficas Iguais na pronúncia e na escrita. Ex.: cedo (forma verbal) e cedo (advérbio); manga (fruta) e manga (parte de um vestuário). 10 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS 8. PARÔNIMAS É a relação que se estabelece entre palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita. Veja alguns parônimos a seguir: Absolver: perdoar, inocentar Absorver: aspirar, sorver Delatar: denunciar Dilatar: alargar Ratificar: confirmar Retificar: corrigir Tráfego: trânsito Tráfico: comércio ilegal FORMAÇÃO DAS PALAVRAS 1. DERIVAÇÃO A derivação contribui para a formação de uma nova palavra a partir do acréscimo de afixo(s): prefixos e sufixos. A derivação envolve seis processos: prefixal, sufixal, prefixal e sufixal, parassintética, imprópria e regressiva. A seguir, veremos cada uma delas. a) DERIVAÇÃO PREFIXAL A derivação prefixal é resultante do acréscimo de um prefixo à palavra primitiva, cujo significado passa a ser alterado, adquirindo um novo significado. Exemplos: incapaz, repor, compor, subsolo, bisavó. b) DERIVAÇÃO SUFIXAL A derivação sufixal é resultante do acréscimo de um sufixo à palavra primitiva, a qual pode sofrer mudança de classe gramatical ou ter seu sentido alterado. Exemplos: realizar, papelaria, cabecear, gentalha, riacho, vozeirão, chuvisco, livraria, apendicite, certeza, catarinense. c) DERIVAÇÃO PREFIXAL E SUFIXAL Ocorre derivação prefixal e sufixal quando a palavra primitiva recebe, de forma não simultânea, ambos os afixos: prefixo e sufixo. Exemplos: Deslealdade, Infelizmente, Desligado d) DERIVAÇÃO PARASSINTÉTICA Ocorre derivação parassintética quando a palavra primitiva é acrescida simultaneamente de prefixo e sufixo. Exemplos: Emudecer, Desalmado, Entristecer, Apadrinhar, Emudecer, Avermelhado, Descampado. 11 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS e) DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA Ocorre derivação imprópria quando há mudança da classe gramatical da palavra. Quanto à forma, não há mudança na palavra. Vale deixar claro que a única alteração aqui está relacionada apenas ao sentido da palavra e à sua classe gramatical. Exemplos: Verbo no infinitivo→ Substantivo: o cantar, o falar, o caminhar Verbo no particípio→ Adjetivo: Eles eram muito calados. Advérbio →Substantivo: o amanhã, o ontem Substantivo comum →Substantivo próprio: Coelho, Lobo, Leão (nomes ou sobrenomes) Substantivo → Adjetivo: funcionário fantasma (fantasma passou a adjetivo) Adjetivo → Interjeição: Bravo! Verbo → Interjeição: Viva! Verbo →Conjunção alternativa: quer...quer, seja...seja f) DERIVAÇÃO REGRESSIVA Ocorre derivação regressiva quando uma palavra é formada por redução, e não por acréscimo de prefixo ou de sufixo. Nesse caso, a palavra derivada é um substantivo abstrato que denota ação ou resultado de ação. Como esse substantivo deriva de verbo, o substantivo é chamado de deverbal. Exemplos: Fugir → fuga Gargarejar → gargarejo Cantar → canto Mergulhar → mergulho Resgatar → resgate Pescar → pesca Tossir → tosse OBSERVAÇÃO Às vezes, é o verbo que deriva do substantivo. Por isso, fique atento(a) a isso! Exemplos: Martelo → martelar Telefone → telefonar Âncora → ancorar 2. COMPOSIÇÃO Ocorre composição quando uma palavra é formada por mais de um radical, resultando em um apalavra composta. A composição pode ser por justaposição e por aglutinação. a) COMPOSIÇÃO POR JUSTAPOSIÇÃO A nova palavra é formada por dois radicais sem que haja perda fonética de qualquer um deles. Na composição por justaposição, os radicais podem ser unidos ou não por hífen. Exemplos: Couve-flor, Girassol, Segunda-feira, Pontapé, Quartel-general. 12 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS b) COMPOSIÇÃO POR AGLUTINAÇÃO Na composição por aglutinação, radicais se unem, sem hífen, formando uma nova palavra em que há perda fonética de pelo menos um radical. Exemplos: Vinagre (vinho + acre), , Aguardente (água + ardente), Planalto (plano + alto), Alvinegro (alvo + negro), Lobisomem (lobo + homem), Petróleo (pedra + óleo). 3. ABREVIAÇÃO Ocorre abreviação ou redução quando uma palavra é reduzida até o limite máximo de compreensão. Exemplos: Moto (motocicleta), Cine (cinema, cinematógrafo), Neura (neurose), Sampa (São Paulo), Analfa (Analfabeto), Foto (fotografia), Ex (ex-marido, ex-namorada...), Pornô (pornográfico), Pneu (pneumático). 4. ABREVIATURA Quando há abreviatura, representa-se uma palavra por meio de uma ou de algumas letras. A abreviatura surge somente para a linguagem escrita; já a abreviação pode ser tanto escrita quanto falada. Exemplos: adj. (adjetivo), Av. (avenida), Cel. (coronel), Cia. (companhia), Pe. (padre), Sd. (soldado), Ten. (tenente), V. M. (Vossa Majestade). 5. SIGLA Siglonimizar significa transformar um nome em sigla, isto é, forma-se uma palavra a partir de suas iniciais. Exemplos: PM, PC, PF, PRF, ONU, IBGE, INSS, IPVA, IPTU, CNBB. OBSERVAÇÃO - O plural de siglas é feito apenas com o acréscimo de um “s” minúsculo, sem apóstrofo ( ‘ ). Exemplos: ONGs, PMs, UPAs. 6. ONOMATOPEIA A onomatopeia consiste na imitação de sons ou de ruídos de pessoas, de animais, de objetos, de máquinas ou de instrumentos. Exemplos: tic-tac, bum, atchim, buá...buá, hahaha, fiu...fiu, miau, vrum...vrum, toc-toc. 7. HIBRIDISMO Ocorre hibridismo quando uma palavra é formada a partir de elementos de outros idiomas. Exemplos: televisão (grego + latim → tele + visão), automóvel (grego + latim → auto + móvel), sociologia (latim + grego → socio + logia), burocracia (francês + grego → buro + cracia). OBSERVAÇÃO Quando elementos de uma mesma língua estrangeira formam palavras em língua portuguesa, não há hibridismo, mas eruditos compostos. Exemplos: pedagogia, demagogia, democracia. Nesses três vocábulos, os radicais vêm do grego apenas. 13 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS 8. PALAVRA-VALISE São palavras formadas por combinação, pela junção de radicais, criando uma palavra não dicionarizada em nosso idioma. Exemplos: grenal (Grêmio e Internacional) , bebemorar (beber e comemorar), showmício (show e comício), portunhol (português e espanhol), aborrecente (aborrecer e adolescente) 9. NEOLOGISMOS: palavras novas, que não foram dicionarizadas. Exemplos: namoródromo, apê, deletar , escanear, linkar, sextar. AULA 2: Ortografia / Acentuação gráfica ORTOGRAFIA 1. HÁ- A HÁ: forma verbal. Indica tempo passado, decorrido. Pode ser ainda verbo auxiliar ou ter o valor de existir. Exemplos: Há meses, não o vejo. Há de existir uma forma de se resolver o problema. Há muitos miseráveis no Brasil. A: é empregado nos demais casos, sobretudo quando se refere a futuro. Exemplos: Daqui a alguns meses, estarei aprovado(a) no concurso dos meus sonhos. 2. ACERCA DE – A CERCA DE – HÁ CERCA DE ACERCA DE: significa a respeito de. Exemplo: Os alunos conversavam acerca de concurso público. A CERCA DE: equivale a aproximadamente ou auma distância de. Exemplos: Ele discursava a cerca de mil pessoas. Moro a cerca de dois quilômetros da faculdade. HÁ CERCA DE: tem o valor de existir e pode indicar ainda tempo decorrido. Exemplos: Há cerca de duzentos alunos na sala. Há cerca de um mês, não a vejo. 14 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS 3. AONDE – ONDE - DONDE AONDE: é empregado com verbos que dão ideia de movimento. Geralmente, equivale a para onde. Exemplos: Aonde você está indo a esta hora? Aonde você quer chegar com esta conversa sem sentido? ONDE: é usado com verbos que não são dinâmicos, isto é, que não dão ideia de movimento, de deslocamento. Geralmente, esses verbos regem a preposição em. Exemplos: Onde você mora? Você sabe onde fica a biblioteca? DONDE: indica origem, procedência. Exemplo: Donde vens a esta hora? Donde procede a sua família? 4. AO ENCONTRO DE – DE ENCONTRO A AO ENCONTRO DE: sinaliza uma situação favorável. Exemplo: O rapaz apaixonado correu desesperadamente ao encontro da adorável namorada. DE ENCONTRO A: indica oposição, sinalizando uma situação desfavorável. Exemplos: Um carro desgovernado foi de encontro ao poste. Descontente com a situação, ele foi de encontro ao colega para exigir explicações. 5. AO INVÉS DE – EM VEZ DE AO INVÉS DE: indica oposição, contrariedade. Equivale a ao contrário de. Exemplo: Ao invés de passar o dia dormindo, acorde e vá estudar! EM VEZ DE: indica substituição. Equivale a em lugar de. Exemplo: Em vez da filha, a mãe foi ao banco resolver o problema com o cheque. 6. CESSÃO - SEÇÃO - SESSÃO CESSÃO: ato de ceder, de doar. Exemplo: A empresa fez a cessão do dinheiro àquela instituição de caridade. SEÇÃO: significa setor, repartição, segmento. Exemplos: Onde fica a seção de frutas? Você vota em que seção? SESSÃO: é o intervalo de tempo que dura uma reunião, formal ou informal. Exemplo: Na sessão plenária de hoje, foi votado um importante projeto que beneficia os concurseiros. 15 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS 7. DEMAIS – DE MAIS DEMAIS: modifica verbo, adjetivo e advérbio. É um advérbio de intensidade. Exemplos: Você pensa demais! Ela é inteligente demais. Dessa vez, ele foi longe demais! DE MAIS: acompanha substantivo e o pronome indefinido nada. É uma locução adjetiva. Exemplos: Havia pessoas de mais na festa. Ela não disse nada de mais. 8. MAL – MAU - MÁ MAL: pode ser advérbio de modo, substantivo ou conjunção subordinativa temporal. Exemplos: Ele canta mal. O mal que ela me fez já foi esquecido por mim. Mal cheguei, fui abordado pelo gerente. MAU: é adjetivo; acompanha substantivo. Precedido de artigo, é substantivo. Exemplos: Comprar aquele carro foi um mau negócio. Os maus não prevalecerão para sempre. MÁ: é o feminino de MAU. Exemplo: Ela não é uma pessoa má. 9. MAIS / MAS MAIS: pode ser advérbio de intensidade, pronome ou conjunção aditiva. Exemplos: Estude mais! Chegaram mais convidados. O pai mais o filho resolveram o problema. MAS: é conjunção adversativa. Pode ser substituída por porém. Exemplo: Elas saíram cedo, mas ainda não voltaram. 10. PORQUE - PORQUÊ - POR QUE - POR QUÊ PORQUE: é conjunção causal ou explicativa. Pode ser usada em frase interrogativa, afirmativa ou exclamativa. Exemplos: Ele está chorando assim porque o namoro acabou? Ele está chorando porque o namoro acabou. Estude, porque a prova será difícil! 16 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS PORQUÊ: é um substantivo. Vem acompanhado de artigo ou de outro determinante. Pode ser substituído pela palavra motivo e aparecer em frase afirmativa ou interrogativa. Exemplos: Não sei o porquê de ela não ter aceitado essa oferta de trabalho. Qual o porquê disso tudo? POR QUE: (1) é usado quando equivale a pelo(a) qual, pelos(as) quais (preposição + pronome relativo); (2) equivale também a por qual razão (preposição + pronome interrogativo). Pode vir em frase interrogativa direta ou indireta. Exemplos: Esse é o motivo por que eu não frequento mais aquele lugar. Por que isso sempre acontece comigo? OBSERVAÇÃO “Por que”, em final de frase, é acentuado. Exemplo: Você fez isso por quê? 11. SENÃO - SE NÃO SENÃO: equivale a “a não ser, mais do que, caso contrário, defeito, mas”. Exemplos: Não havia na festa de ontem senão oitenta pessoas. Estude, senão o resultado do concurso pode ser desfavorável a você. Não houve um senão no discurso dele. Temos carro não por luxo, senão por necessidade. SE NÃO: equivale a se por acaso não, caso não. Exemplo: Se não chover, irei à praia com você amanhã. 12. TAMPOUCO / TÃO POUCO TAMPOUCO: significa também não. Exemplo: Ele não estuda, tampouco trabalha. TÃO POUCO: significa muito pouco. Exemplo: Estudei tão pouco ontem. Hoje, pretendo estudar mais. 17 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS EMPREGO DO HÍFEN 1. Em palavras formadas por prefixos terminados com R + palavra iniciada por R ou H. Exemplos: Hiper-realista Inter-racial Super-homem Hiper-hidrose 2. Em palavras formadas por prefixos ou pseudoprefixos terminados em VOGAL + palavra iniciada por H ou pela mesma vogal que termina o prefixo. Exemplos: Anti-higiênico Anti-inflamatório Micro-ônibus Sobre-humano OBSERVAÇÕES Não se usa hífen na seguinte formação: prefixos ou pseudoprefixos terminados em vogal + segundo elemento começa com vogal diferente. Exemplos: autoajuda, autoatendimento, autoestrada, autoanálise, intraocular, plurianual, contraindicação, infraestrutura. Não se usa hífen também na seguinte formação: prefixos ou pseudoprefixos terminados em vogal + palavra iniciada por R ou S. Nesse caso, duplica-se o R e o S. Exemplos: infrassom, contrassenso, extrasseco, neorrealista, autorretrato, antirreligioso, antissemita, semissintético, antessala, minissaia, arquirrivalidade, antirrugas. ACENTUAÇÃO GRÁFICA PALAVRAS OXÍTONAS São acentuadas aquelas que apresentam as seguintes terminações: A(s), E(s), O(s), Em(ens). Exemplos: Sofá(s), maracujá(s) Café(s), cortês Cipó(s), avós Refém, armazéns OBSERVAÇÕES 1. Na acentuação de verbos oxítonos, o pronome oblíquo enclítico (depois do verbo) não é considerado. Exemplos: consertá-las, desfazê-las. 2. As oxítonas terminadas em –i ou em –u não devem ser acentuadas. Exemplos: saci, juriti, tatu, xampu. 18 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS PALAVRAS PAROXÍTONAS São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em: R → caráter L → túnel N → pólen X → tórax PS → bíceps DITONGO → história ON (s) → próton(s) UM(s) → álbum, álbuns I(s), táxi, grátis US → vírus Ã(s) → ímã(s) ÃO(s) → órgão(s) OBSERVAÇÕES 1. Paroxítonas terminadas em -m não são acentuadas. Exemplos: item, cantem, falam, vibram, exercem. 2. Paroxítonas terminadas em -ens não recebem acento gráfico. Exemplos: itens, hifens. 3. Não são acentuados os prefixos terminado em –i ou em –r. Exemplos: arqui, anti, mini, hiper, super, inter. PALAVRAS PROPAROXÍTONAS Todas as proparoxítonas são acentuadas. Exemplos: Dúvida Líquido Lâmpada Cântaro Símbolo Príncipe Lápide Plástico Sonâmbulo Matemática ACENTUAÇÃO DOS MONOSSÍLABOS TÔNICOS Recebem acento gráfico, agudo ou circunflexo, os monossílabos tônicos terminados em: A(s) → já, lá, vá E(s) → fé, ré, lê, mês O(s) → nó, só, pôs 19 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS OBSERVAÇÃO 1. Na terceira pessoa do plural do presente do indicativo, os verbos ter e vir recebem acento circunflexo. Exemplos: eles têm, eles vêm. REGRA DO HIATO São acentuados o I e o U tônicos precedidos de vogal, quando sozinhos na sílaba ou seguidos de S. Exemplos: Juízes (ju-í-zes) Raízes (ra-í-zes) Baú (ba-ú) Saúde(sa-ú-de) Saída (sa-í-da) Balaústre (ba-la-ús-tre) OBSERVAÇÕES 1. Não levam acento gráfico (I e U) se vêm precedidos de letra repetida, exceto nas formas proparoxítonas. Exemplos: xiita, sucuuba, seriíssimo (proparoxítona), duúnviro (proparoxítona). 2. Não leva acento gráfico o I seguido de NH. Exemplos: ladainha, rainha, campainha. 3. Nos vocábulos paroxítonos, o I e o U não recebem acento gráfico após ditongo decrescente. Exemplos: feiura, baiuca. 4. Nos vocábulos paroxítonos, o I e o U recebem acento gráfico após ditongo crescente. Exemplos: Guaíba, Guaíra. 5. Acentuam-se o I e o U, após ditongos decrescentes, em palavras oxítonas: Pi-au-í, tui-iu-ú. 6. Não são acentuados o I e o U se seguidos de letra que não é S. Exemplos: ju-iz, ra-iz, Ra-ul, ca- ir, ru-ir. 7. Acentuam-se o I e o U seguidos de pronomes oblíquos átonos. Exemplos: possuí-lo, distribuí- lo. 8. Não levam acento gráficos hiatos OO e EEM. Exemplos: voo, enjoo, deem, leem, creem, veem (verbo ver). DITONGO ABERTO Acentuam-se os ditongos abertos ÉI, ÓI, ÉU, seguidos ou não de S. Exemplos: Céu(s) Pastéis Coronéis Troféu(s) Herói(s) Véu(s) Réu(s) Dói Rói 20 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS OBSERVAÇÃO Não se acentua o ditongo aberto se não vem em palavras monossílabas ou em posição final em uma palavra. Exemplos: heroico, assembleia, plateia, jiboia. ACENTO DIFERENCIAL O acento diferencial, que marca distinção de pronúncia, significado e de classe gramatical, permanece para os seguintes vocábulos: Pôr (verbo) ≠ Por (preposição) Exemplos: Você deve pôr as tarefas em dia. Fiz tudo isso por você. Pôde (pretérito perfeito do verbo “poder”) ≠ Pode (presente do indicativo do verbo “poder) Exemplos: Você pôde fazer o que lhe pedi? Você pode fazer isso por mim? Porquê (substantivo = MOTIVO) ≠ Porque (conjunção causal ou explicativa) Exemplos: Qual o porquê dessa atitude? Ele passou no concurso porque estudou muito. OBSERVAÇÕES 1. O vocábulo QUE é acentuado quando vem em final de frase e quando é um substantivo. Exemplos: Ela estava precisando de quê? Certamente, há um quê de mistério nessa história. 2. As palavras “Fôrma/Forma” e “Dêmos (presente do subjuntivo) e “Demos (pretérito perfeito) têm acento opcional. TREMA O trema só é usado em palavras estrangeiras e em seus derivados. Exemplos: Müller, mülleriano, Hübner, hübneriano. 21 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS OBSERVAÇÕES 1. Veja, a seguir, algumas formas variantes na pronúncia e na escrita: biopsia/biópsia, ortoepia/ortoépia, xerox/xérox, projetil/projétil, acrobata/acróbata, boemia/boêmia, zangão/zângão, necropsia/necrópsia, hieroglifo/hieróglifo, reptil/réptil, eletrodo/elétrodo, transistor/transístor, alopata/alópata, Oceania/Oceânia. 2. Algumas palavras mudam a pronúncia, o sentido e a classificação gramatical com o acento gráfico. Exemplos: amém e amem médico e medico está e esta ai e aí secretária e secretaria sabiá e sabia número e numero camelô e camelo doído e doido público e publico carnê e carne babá e baba vívida e vivida AULA 3: Emprego de tempos e modos dos verbos em português VERBOS I. Classificação a) Regulares: não sofrem alteração no radical. Ex.: cantar vender e partir b) Irregulares: sofrem alteração no radical. Ex.: fazer e dizer c) Defectivos: não apresentam conjugação completa. Ex.: abolir, falir e colorir d) Anômalos: apresentam profundas e irregularidades. Ex.: ser e ir. e) Abundantes: apresentam mais de uma forma, sobretudo no particípio. Ex.: pagar, ganhar e gastar. 22 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS II. FLEXÃO VERBAL É preciso destacar três tempos verbais cuja flexão tem sido muito cobrada em provas: ➢ Pretérito imperfeito do subjuntivo (desinência – SSE) • Se eu → coubesse, viesse (vir), visse (ver) pusesse, tivesse ➢ Futuro do subjuntivo (desinência – R) • Quando eu → couber, vier (vir), vir (ver), puser, tiver ➢ Pretérito mais-que-perfeito (desinência – RA) • Eu →coubera, viera (vir), vira (ver), pusera, tivera Destaco também que, quando um verbo tem derivado(s), todos eles apresentam a mesma flexão do verbo primitivo. E isso interessa demais em uma prova de língua portuguesa. Veja os exemplos a seguir: Formas derivadas do verbo TER na 1ª/3ª pessoa do singular • Abster → abstivesse, abstiver, abstivera. • Conter → contivesse, contiver, contivera • Deter → detivesse, detiver, detivera. • Manter → mantivesse, mantiver, mantivera. • Obter → obtivesse, obtiver, obtivera. • Reter → retivesse, retiver, retivera. • Suster → sustivesse, sustiver, sustivera Formas derivadas do verbo PÔR na 1ª/3ª pessoa do singular • Antepor → antepusesse, antepuser, antepusera. • Compor → compusesse, compuser, compusera. • Contrapor → contrapusesse, contrapuser, contrapusera. • Contrapropor → contrapropusesse, contrapropuser, contrapropusera. • Depor → depusesse, depuser, depusera. • Interpor → interpusesse, interpuser, interpusera. • Propor → propusesse, propuser, propusera. • Repor → repusesse, repuser, repusera. • Sobrepor → sobrepusesse, sobrepuser, sobrepusera. • Supor → supusesse, supuser, supusera. 23 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS Formas derivadas do verbo VIR na 1ª/3ª pessoa do singular • Advir → adviesse, advier, adviera. • Convir → conviesse, convier, conviera. • Intervir → interviesse, intervier, interviera. • Provir → proviesse, provier, proviera. • Sobrevir → sobreviesse, sobrevier, sobreviera. Verbo INTERVIR O verbo intervir é bastante cobrado em provas. Por essa razão, muita atenção, sobretudo à terceira pessoa do singular do pretérito perfeito: » pretérito perfeito: eu intervim, tu intervieste, ele/ela interveio, nós interviemos, vós interviestes, eles/elas intervieram. Formas derivadas do verbo VER na 1ª/3ª pessoa do singular • Antever → antevisse, antevir, antevira. • Prever → previsse, previr, previra. • Rever → revisse, revir, revira. OBSERVAÇÕES 1. Verbo PROVER O verbo prever só se assemelha ao verbo ver no presente (indicativo e subjuntivo): » presente do indicativo: eu prevejo, tu provês, ele/ela provê, nós provemos, vós provedes, eles/elas provêem. » presente do subjuntivo: que eu proveja, que tu provejas, que ele/ela proveja, que nós provejamos, que vós provejais, que eles/elas provejam. Nos demais casos (pretérito e futuro), não é conjugado como o verbo ver, mas como o verbo vender. Observe: » pretérito perfeito: eu provi, tu proveste, ele/ela proveu, nós provemos, vós provestes, eles/elas proveram. » pretérito mais-que-perfeito: eu provera, tu proveras, ele/ela provera, nós provêramos, vós provêreis, eles/elas proveram. » pretérito imperfeito do subjuntivo: se eu provesse, se tu provesses, se ele/ela provesse, se nós provêssemos, se vós provêsseis, se eles/elas provessem. » futuro do subjuntivo: quando eu prover, quando tu proveres, quando ele/elas prover, quando nós provermos, quando vós proverdes, quando eles/elas proverem. 24 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS 2. Verbo REQUERER Não é conjugado pelo verbo querer. Observe: » presente do indicativo: eu quero / eu requeiro » pretérito perfeito: eu quis / eu requeri » pretérito mais-que-perfeito: eu quisera / eu requerera » pretérito imperfeito do subjuntivo: se eu quisesse, se eu requeresse » futuro do subjuntivo: quando eu quiser / quando eu requerer 3. Verbo REAVER É conjugado pelo verbo haver, quando este apresenta, na sua grafia, a letra V. Exemplos: » presente do indicativo: nós reavemos, vós reaveis » pretérito perfeito:eu reouve, tu reouveste, ele/ela reouve, nós reouvemos, vós reouvestes, eles/elas reouveram, nós reouvemos, vós reouvestes, eles/elas reouveram. » pretérito mais-que-perfeito: eu reouvera, tu reouveras, ele/ela reouvera, nós reouvéramos, vós reouvéreis, eles/elas reouveram. » pretérito imperfeito do subjuntivo: se eu reouvesse, se tu reouvesses, se ele/ela reouvesse, se nós reouvéssemos, se vós reouvésseis, se eles/elas reouvessem. » futuro do subjuntivo: quando eu reouver, quando tu reouveres, quando ele/ela reouver, quando nós reouvermos, quando vós reouverdes, quando eles/elas reouverem. III. FORMAÇÃO DOS TEMPOS COMPOSTOS A) MODO INDICATIVO Pretérito perfeito composto É formado pelo presente do indicativo dos verbos Ter ou Haver mais o particípio de qualquer verbo. Ex.: O governo tem investido (= investiu) muito em saúde e em educação em nosso país. Eu tenho estudado (= estudei) muito para o vestibular. Pretérito mais-que-perfeito composto É formado pelo pretérito imperfeito do indicativo dos verbos Ter ou Haver mais o particípio de qualquer verbo. Ex.: A universidade havia mudado(= mudara) a data do vestibular. Tu realmente havias feito (=fizeras) aqueles comentários acerca da vida íntima do colega? 25 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS Futuro do presente composto É formado pelo futuro do presente do indicativo dos verbos Ter ou Haver mais o particípio de qualquer verbo. Ex.: Quando o professor chegar, já terei terminado (= terminarei) as tarefas. Teremos feito (=faremos) o certo, se procedermos dessa maneira. Futuro do pretérito composto É formado pelo futuro do pretérito do indicativo dos verbos Ter ou Haver mais o particípio de qualquer verbo. Ex.: A corrupção teria diminuído (=diminuiria) se não fosse a impunidade. Teríamos feito (=faríamos) o melhor, se o computador não estivesse com defeito. Obs.: Não existe presente ou pretérito imperfeito composto. B) MODO SUBJUNTIVO Pretérito perfeito composto É formado pelo presente do subjuntivo dos verbos Ter ou Haver mais o particípio de qualquer verbo. Ex.: Acredito que você tenha estudado bastante para o exame em que foi o primeiro colocado. Penso que tenham facilitado a fuga dos detentos. Pretérito mais-que-perfeito composto É formado pelo pretérito imperfeito do subjuntivo dos verbos Ter ou Haver mais o particípio de qualquer verbo. Ex.: Se ele você tivesse amado mais, seria infinitamente mais feliz. Se o vigia não tivesse dormido no posto, os ladrões não invadiriam o prédio. Futuro composto É formado pelo futuro do subjuntivo dos verbos Ter ou Haver mais o particípio de qualquer verbo. Ex.: Quando eu tiver concluído (=concluir) o trabalho, irei tirar umas férias. Quando ele tiver passado no vestibular, ganhará um caro do pai. Obs.: Não existe presente ou pretérito imperfeito composto no modo subjuntivo. Não há também imperativo composto. C) FORMAS NOMINAIS Infinitivo impessoal composto É formado pelo infinito impessoal dos verbos Ter ou Haver mais o particípio de qualquer verbo. Ex.: Ter programado (=programar) a excursão foi muito importante. 26 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS Infinitivo pessoal composto É formado pelo infinito pessoal dos verbos Ter ou Haver mais o particípio de qualquer verbo. Ex.: Passaram no vestibular somente depois de terem estudado (=estudarem) bastante. Gerúndio composto É formado pelo gerúndio dos verbos Ter ou Haver mais o particípio de qualquer verbo. Ex.: Tendo estudado (=estudando) muito, conseguiu aprovação em primeiro lugar. Obs.: Não existe particípio composto. Verbos especiais de 1ª, 2ª e 3ª conjugações 1. Verbos especiais de 1ª. conjugação a) Verbos terminados em EAR Em verbos terminados em ear, a vogal e transforma-se no ditongo ei no presente do indicativo e nos derivados, exceto nas formas arrizotônicas (1ª. e 2ª. pessoas do plural). Obs.: O i (formador do ditongo) não aparece nos demais tempos e modos verbais. b) Verbos terminados em IAR Nos verbos MEDIAR, ANSIAR, REMEDIAR, INCENDIAR e ODIAR, o i final transforma-se no ditongo ei no presente do indicativo e derivados, exceto nas formas arrizotônicas (1ª. e 2ª. pessoas do plural). Obs¹: Nos demais tempos e modos, o e (formador do ditongo) não aparece. Obs²: Os demais verbos terminados em iar são regulares. Ex.: copiar, anunciar, adiar, noticiar, etc. IV. VERBOS ABUNDANTES São aqueles que apresentam mais de uma forma para determinar flexão. Isso ocorre principalmente com o verbo haver na 1ª e 2ª pessoas do plural no presente do indicativo (hemos/havemos e heis/haveis) e com verbos no particípio, os quais apresentam particípios duplos. Observe alguns exemplos a seguir: a) 1ª conjugação 27 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS Particípio regular Particípio irregular aceitado aceito expressado expresso expulsado expulso falhado falho ganhado ganho gastado gasto pagado pago salvado salvo b) 2ª conjugação Particípio regular Particípio irregular absolvido absolto absorvido absorto elegido eleito prendido preso submetido submisso suspendido suspenso c) 3ª conjugação Particípio regular Particípio irregular distinguido distinto excluído excluso expelido expulso imprimido impresso oprimido opresso Observação: Usa-se o particípio regular com os auxiliares Ter ou HAVER; os particípios irregulares, com os auxiliares SER ou ESTAR. Ex.: A) Tinha/Havia gastado, pagado, agradecido, acendido, comprimido e imprimido. B) Foi/Estava gasto, pago, grato, aceso, compresso e impresso. 28 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS V. VERBOS DEFECTIVOS São aqueles cuja conjugação não é completa. São divididos em impessoais, unipessoais e pessoais. a) Impessoais São verbos que integram orações sem sujeito. Surgem apenas na terceira pessoa do singular. Ex.: → amanhecer, anoitecer, chover, entardecer, gear, nevar, relampejar, trovejar, ventar, etc. (expressam fenômenos naturais) → verbo haver com sentido de existir, acontecer e ocorrer. → verbo fazer na indicação de tempo cronológico (decorrido) ou meteorológico (fenômeno natural). Observação: Conotativamente, os verbos que expressam fenômenos da natureza podem ocorrer em outra pessoa. Ex.: Anoiteço e amanheço pensando em você. b) Unipessoais Apresentam-se somente terceira do singular e do plural. São verbos que expressam ocorrência (acontecer, convir, suceder, sobrevir, ocorrer, etc.) e exprimem vozes de animais (berrar, grunhir, latir, miar, mugir, uivar, etc.) c) Pessoais São aqueles que não apresentam algumas pessoas por questão de eufonia (som agradável). Por essa razão, deixam de ter algumas flexões por formalidade, visto que a sonoridade é algo relativo, pois depende muito de cada região e da sensibilidade dos usuários da língua. Dividem-se em três grupos: *1º grupo Verbos que não apresentama 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e seus derivados (presente do subjuntivo, imperativo negativo e algumas formas do imperativo afirmativo). Ex.: abolir, banir, carpir, colorir, delinquir, demolir, exaurir, extorquir, fremir, fulgir, retorquir, etc. Observação: Nos demais tempos verbais, são conjugados normalmente 2º grupo São verbos que, no presente do indicativo, só apresentam a 1ª e a 2ª pessoas do plural (formas arrizotônicas); consequentemente, não apresentam presente do subjuntivo, imperativo negativo e algumas formas do imperativo afirmativo. Conjugam-se somente nas formas em que a letra i vem após o radical. Ex.: aguerrir, combalir, comedir-se, embair, falir, remir, renhir, etc. 29 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS Observação: Nos demais tempos verbais, são conjugados normalmente 3º grupo É constituído dos verbos: precaver-se e reaver. a) Precaver-se No presente do indicativo, é conjugado apenas na 1ª e na 2ª pessoa do plural (formas arrizotônicas). Consequentemente, não apresenta presente do subjuntivo nem imperativo negativo. No imperativo afirmativo, há somente a 2ª pessoa do plural. Ex.: Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Nós nos precavemos Precavei-vos Vós vos precaveis Observação: Nos demais tempos verbais, é conjugado normalmente b) Reaver No presente do indicativo, é conjugado apenas na 1ª e a 2ª pessoas do plural. Consequentemente, não apresenta presente do subjuntivo nem imperativo negativo. No imperativo afirmativo, há somente a 2ª pessoa do plural. Conjuga-se pelo verbo haver, quando este apresenta a letra v. Ex.: Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Reavemos Reavei vós Reaveis VI. VOZES DO VERBO A) Voz Ativa A voz ativa representa um sujeito que pratica uma ação que é expressa pelo verbo. • Ex.: A mãe penteou a criança, (mãe é o sujeito da oração). B) Voz Passiva A voz passiva indica que sujeito da oração é um sujeito paciente, ele sofre a ação que é expressa pelo verbo. • Ex.: A criança foi penteada pala mãe, (criança é o sujeito da oração). C) Voz Reflexiva A voz reflexiva pratica e sofre ação que é expressa pelo verbo. • Ex.: A criança penteou-se, (criança é o sujeito da oração). javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) 30 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS Estudo da Voz Passiva A voz passiva pode ser: Sintética ou Analítica. 1. Voz Passiva Sintética Ocorre quando o verbo está acompanhando de um pronome apassivador (se). Exemplo: • Prenderam-se todos no congestionamento. • Fechou-se a padaria. 2. Voz passiva Analítica Formada por um verbo auxiliar (ser, estar, ficar), acompanhado de um particípio do verbo que se refere. Exemplo: • Muitos ficaram cercados pelos policiais. Conversão da voz ativa em voz passiva analítica É analisado na conversão da voz ativa em voz passiva analítica que: 1. O sujeito da Ativa adquire as funções de Agente da Passiva; 2. O objeto direto da Ativa adquire as funções de Sujeito da Passiva; 3. O predicativo do Objeto direto da Ativa adquire as funções de Predicativo do Sujeito da passiva; 4. Os verbo. auxiliares da Passiva (ser, estar, ficar), não são alterados da forma Ativa. 5. O verbo da Ativa adquire a forma do Particípio na Passiva. Voz Ativa: Alice buscou as crianças. Voz Passiva: As crianças foram buscadas por Alice. Conversão da voz ativa em voz passiva sintética É observado na transformação da Voz ativa em Voz passiva sintética: • O objeto direto da Ativa adquire as funções de Sujeito da Passiva; • O Predicativo do Objeto direto da ativa adquire as funções de Predicativo do sujeito da passiva; • Adiciona-se a partícula se ao verbo da Ativa que adquire as funções de Pronome Apassivador (ou Partícula Apassivadora). Por exemplo: Ganharam um delicioso bolo (Obj. Direto) de aniversário. (Ativa). Ganhou-se (P.A) um delicioso bolo (suj. paciente) de aniversário. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) 31 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS AULA 4: MORFOLOGIA: RECONHECIMENTO, EMPREGO E SENTIDO DAS CLASSES GRAMATICAIS 1. PRONOMES Os pronomes podem ser: » substantivos: são aqueles que tomam o lugar do substantivo. Ex.: Ela era a mais animada da festa. » adjetivos: são aqueles que acompanham o adjetivo. Ex.: Minha bicicleta quebrou Classificação dos pronomes O pronome pode ser de seis espécies: » Pronome pessoal » Pronome possessivo » Pronome demonstrativo » Pronome relativo » Pronome indefinido » Pronome interrogativo I. PRONOMES PESSOAIS São aqueles que substituem os substantivos, indicando diretamente as pessoas do discurso. Pronomes retos: - 1ª pessoa do singular: eu - 2ª pessoa do singular: tu - 3ª pessoa do singular: ele, ela - 1ª pessoa do plural: nós - 2ª pessoa do plural: vós - 3ª pessoa do plural: eles, elas Os pronomes oblíquos átonos é assim configurado: - 1ª pessoa do singular (eu): me - 2ª pessoa do singular (tu): te - 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe - 1ª pessoa do plural (nós): nos - 2ª pessoa do plural (vós): vos - 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes 32 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS Observações: I. Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos diretos como objetos indiretos. II. Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como objetos diretos. III. O pronome lhe(s) funciona como objeto indireto. Os pronomes oblíquos tônicos são estes: - 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo - 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo - 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela - 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco - 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco - 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas Pronomes Pessoais de Tratamento Vossa Alteza V. A. príncipes, duques Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e oficiais- generais Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de universidades Vossa Majestade V. M. reis e rainhas Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores Vossa Santidade V. S. Papa Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento cerimonioso Vossa Onipotência V. O. Deus Observações: a) Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de tratamento que possuem "Vossa(s)" são empregados em relação à pessoa com quem falamos. Emprega-se "Sua (s)" quando se fala a respeito da pessoa. 33 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS b) 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento se dirijam à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar na 3ª pessoa. Por exemplo: Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos. c) Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de "você", não poderemos usar "te" ou "teu". O uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa. Por exemplo: Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (errado) Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. (correto) Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (correto) 1. MIM e TI Mim e ti, pronomes oblíquos tônicos, são usados com preposição antes. Ex.: Nunca houveamor entre mim e ti. Trouxe um presente para ti. Esse livro é para mim? 2. EU e TU Eu e Tu funcionam como sujeitos do infinitivo, mesmo que venham precedidos de preposição. Nesse caso, a preposição se liga ao verbo, e não ao pronome. Ex.: Este livro é para eu ler / tu leres. Não saia daqui sem eu permitir. É para eu assistir / tu assistires a todo o filme. Observação Eu e Tu podem vir precedidos de palavras de inclusão ou de exclusão. Ex.: Todos passaram no vestibular, até eu. Todos saíram no final de semana, exceto tu. 34 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS 3. CONOSCO / COM NÓS - CONVOSCO / COM VÓS As formas com nós e com vós são usadas quando vêm determinadas. Nos demais casos, usa-se conosco e convosco. Ex.: Você deseja ir com nós todos/mesmos/próprios/dois à praia? Venha conosco à praia! Desejo ir ao clube convosco. 4. SI e CONSIGO Ambos são pronomes reflexivos. Devem ser usados quando se referem ao sujeito. Ex.: Ele só pensa em si. Encontrei-a conversando consigo mesma. 5. Os pronomes O, A, OS, AS adquirem a forma LO, LA, LOS, LAS quando se ligam a verbos terminados em R, S ou Z. Ex.: vender + o / a(s) = vendê-lo(s) / la(s) quisemos+ o / a(s) = quisemo-lo(s) / la(s) fez + o / a(s) = fê-lo(s) / la(s) 6. Os pronomes O, A, OS, AS adquirem a forma NO, NA, NOS, NAS quando se ligam a verbos que apresentam última sílaba nasal. Ex.: viram + o / a(s) = viram-no(s) / na(s) põe + o / a(s) = põe-no(s) / na(s) 7. Os pronomes LHE, LHES, ME, TE, NOS, VOS podem combinar-se com os pronomes O, A, OS, AS. Ex¹: - Você devolveu minha caneta? - Sim, entreguei-lha há pouco tempo. Ex²: - Já deram me devolveste os livros? - Sim, já tos entreguei. Pronomes Demonstrativos 1ª pessoa → esta(s), este(s), isto 2ª pessoa → essa(s), esse(s), isso 3ª pessoa → aquela, aquele, aquilo Observação: I. Mesmo (e suas variantes) e Próprio (e suas variantes) são pronomes demonstrativos reforçadores de identidade (identificam). Não existe o superlativo mesmíssima. II. O(s), a (s) são pronomes demonstrativos de 3ª pessoa quando equivalem a aquele(s), aquela(s) e aquilo. 35 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS USO DE PRONOMES DEMONSTRATIVOS 1. Em relação a tempo a) 1ª pessoa: presente Ex.: Neste século, a humanidade tem-se preocupado muito com o aquecimento global. Neste ano de 2021, estamos aprendendo bastante. b) 2ª pessoa: passado próximo ou futuro. Ex.: Esse ano de 2020, apesar da pandemia, foi muito bom para mim. Nesse ano de 2022, estudarei mais ainda para alcançar meus objetivos. c) 3ª pessoa: passado distante: Ex.: Naquela época (1827), já se falava em efeito estufa. 2. Em relação a espaço a) 1ª pessoa: proximidade da pessoa que fala. Ex.: Este sapato que estou usando machuca bastante meus pés. Está sala em que nos encontramos é muito confortável. b) 2ª pessoa: proximidade da pessoa que ouve. Ex.: Posso ver essa revista que você está lendo? Essa tua saia é muito curta. c) 3ª pessoa: distância da pessoa que fala e que ouve. Ex.: Você conhece aquele rapaz que está passando do outro lado da rua? Veja aquele avião que acabou de decolar: é o mais confortável que existe no Brasil. 3. Em relação a elementos distribuídos no texto a) 1ª pessoa: para o que ainda vai ser mencionado. Ex.: Escute isto: juventude não é rebeldia. b) 2ª pessoa: para o que já foi mencionado. Ex.: Faça tudo isso que lhe pedi, por favor. Observação: 1. Num mesmo período, usa-se a 1ª pessoa para o termo mais próximo e a 3ª pessoa para o termo mais distante, a fim de estabelecer a diferença entre pessoas ou coisas citadas anteriormente. Ex.: Lima Barreto e José de Alencar são grandes nomes da literatura brasileira; este escreveu Iracema, e aquele, Os Bruzundangas. 36 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS Pronomes Relativos Pronome relativo é o termo que relaciona duas orações, substituindo, na oração de que faz parte, o termo que já apareceu na primeira oração. • Vi o garoto. O garoto estava concentrado na aula. Na frase acima, o termo “o garoto” se repete de forma desnecessária. Para resolver essa situação, usamos um pronome relativo. • Vi o garoto, que estava concentrado na aula. Na frase anterior, o pronome relativo “que” foi empregado para manter a coesão textual, transformando dois períodos simples em um período composto por subordinação. Os pronomes relativos podem ser variáveis ou invariáveis. I) Pronomes relativos variáveis: cujo, o qual, quanto. II) Pronomes relativos invariáveis: que, onde, quem, como, quando. ✓ O aluno que estuda passa. ✓ Aquela era a ferramenta sem a qual não terminaria o serviço. ✓ Esse é o político a quem mais admiro. ✓ Não conheço a rua onde você mora. ✓ Meu fichário, cujas páginas foram rasgadas, continha muitos segredos. ✓ Tudo quanto você me disse era verdade. ✓ A forma como você me olha me deixa envergonhado. ✓ Chegou o tempo quando preciso tomar um rumo na vida. Observação: O pronome relativo que “às vezes”, vem precedido dos pronomes demonstrativos o, a, os, as. Ex.: “Há os que olham a mulher que passa com ânsias de estuprador...” (Airton Monte, Moça com flor na boca) 2. SUBSTANTIVO Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos também nomeiam: 37 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS - lugares: Alemanha, Porto Alegre... / - sentimentos: raiva, amor... / -estados: alegria, tristeza... - qualidades: honestidade, sinceridade... / - ações: corrida, pescaria... I - Substantivos Comuns e Próprios * Substantivo Comum: é aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma genérica. Por exemplo: cidade, menino, homem, mulher, país, cachorro. * Substantivo Próprio: é aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma particular. Por exemplo: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. II - Substantivos Concretos e Abstratos * Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe, independentemente de outros seres. Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo real e do mundo imaginário. Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília, etc. Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d'água, fantasma, etc. * Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que dependem de outros para se manifestar ou existir. Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato. Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos, e sem os quais não podem existir. Por exemplo: vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). III - Substantivos Coletivos * Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres da mesma espécie. Por exemplo: abelha - enxame; cortejo - séquito; alho - (quando entrelaçados) réstia; aluno - classe; amigo - (quando em assembleia) tertúlia; animal - (todos de uma região) fauna, tropa, (de carga, menos de 10) lote, (de raça, para reprodução) plantel, (ferozes ou selvagens) alcateia; anjo - coro, falange, legião, teoria. IV - Substantivos Simples e Compostos * Substantivo Simples: é aquele formado por um único elemento. Por exemplo: tempo, sol, sofá, casa, cadeira, pincel, mesa, colégio. * Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais elementos. Por exemplo: beija-flor,passatempo, girassol, corre-corre, couve-flor, tenente-coronel, luso-brasileiro. 38 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS V - Substantivos Primitivos e Derivados * Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir da palavra limão. Outros exemplos: pedra e ferro. * Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra palavra. Por exemplo: ferragem, ferrugem, pedreira, pedrada. 3. ARTIGO Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida. Pode ser: a) definido: o, a, os as b) indefinidos: um, uma uns, umas ✓ O professor chegou X Um professor chegou. ✓ O filme começou X Um filme começou . 4. ADJETIVO É a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa" diretamente ao lado de um substantivo. ✓ homem alto ✓ mulher vaidosa ✓ pessoa discreta Locução adjetiva Locução Adjetiva é uma expressão que equivale a um adjetivo. Ex: ✓ aves da noite (aves noturnas) ✓ paixão sem freio (paixão desenfreada). Adjetivo Gentílico ou Pátrio Adjetivo gentílico ou étnico refere-se a raça e a povo, indicando origem; o adjetivo pátrio se refere nomes de lugar (continentes, países, regiões, estado, cidade). • nação israelense • povo americano • estudante capixaba • jovem potiguar 39 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS 5. NUMERAL Numeral é a palavra que indica os seres em termos numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada sequência. Ex: • Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco. • Eu quero café duplo, e você? • A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor! Emprego dos Numerais a) Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até o décimo e a partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo: ✓ Papa João Paulo II (segundo) ✓ Século VIII (oitavo) ✓ Canto IX (nono) ✓ Luís XVI (dezesseis) b) Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante: Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez) / Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um) 6. PREPOSIÇÃO Preposição é a palavra que estabelece uma relação entre dois ou mais termos da oração. Classificação das Preposições a) Essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre. b) Acidentais: como (= na qualidade de), conforme (= de acordo com), segundo (= conforme), consoante (= conforme), durante, salvo, fora, mediante, tirante, exceto, senão, visto (=por). 7. ADVÉRBIO É uma palavra que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio • Ele fala bem. • Ele fala muito bem. • Ela é muito esperta. 40 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS Classificação dos Advérbios Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubitavelmente. Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe. Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só, unicamente. Intensidade: muito, demais, pouco, tão, menos, em excesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, extremamente, intensamente, grandemente, bem. Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em "mente": calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente, generosamente. Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum. Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. 8. INTERJEIÇÃO Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. Ex: ✓ Cuidado! ✓ Devagar! ✓ Calma! ✓ Sentido! ✓ Atenção! ✓ Coragem! ✓ Adiante! ✓ Firme! ✓ Cruzes! 41 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS 9. CONJUNÇÃO Classe de palavra inviável que geralmente liga orações. Elas podem ser classificadas em COORDENATIVAS e SUBORDINATIVAS. A) COORDENATIVAS Classificam-se as conjunções coordenativas em ADITIVAS, ADVERSATIVAS, ALTERNATIVAS, CONCLUSIVAS e EXPLICATIVAS. I) ADITIVAS: servem para ligar simplesmente dois termos ou duas orações de idêntica função, dando ideia de soma: e, nem [= e não] Ex. Meu pai trabalha no quartel e minha mãe cuida de casa. Aquele rapaz não estudava nem trabalhava. II) ADVERSATIVAS: ligam dois termos ou duas orações de igual função, acrescentando-lhes, porém, uma ideia de contraste, oposição, advertência: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto. Ex. Seu quarto é pobre, mas nada lhe falta. O sinal estava fechado; os carros, porém, não paravam. A rodovia é bem sinalizada, no entanto é muito perigosa. III) ALTERNATIVAS: ligam dois termos ou orações de sentido distinto, indicando que, ao cumprir-se um fato, o outro não se cumpre: ou..., ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja, nem...nem, já...já, etc. Ex. Ou eu me retiro ou tu te afastas. Ora chorava ora sorria. IV) CONCLUSIVAS: servem para ligar à anterior uma oração que exprime conclusão, consequência: logo, pois (= portanto), portanto, por conseguinte, por isso, assim, então. Ex. Ele não é favorável à lei e à ordem; é, pois, um rebelde. Aprova será difícil, portanto devemos estudar. V) EXPLICATIVAS: ligam duas orações, a segunda das quais justifica a ideia contida na primeira: que, porque, pois (= porque). Ex: Volte logo, pois já é tarde. Choveu, porque as ruas estão alagadas. http://simplesmenteportugues.blogspot.com/2009/11/conjuncoes-conjuncoes-coordenativas.html 42 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS B) SUBORDINATIVAS São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas dependente da outra. A oração dependente, introduzida pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de oração subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado quando ela chegou. * O baile já tinha começado: oração principal * quando: conjunção subordinativa * ela chegou: oração subordinada As conjunções subordinativas subdividem-se em integrantes e adverbiais: I. Integrantes Indicam que a oração subordinada por elas introduzida completa ou integra o sentido da principal. Introduzem orações que equivalem a substantivos. São elas: que, se. Por exemplo: Espero que você volte. (Espero sua volta.) Não sei se ele voltará. (Não sei da sua volta.) II. Adverbiais Indicam que a oração subordinada por elas introduzida exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acordo com a circunstância que expressam, classificam-se em: a) Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como (= porque, no início da frase), visto que, uma vez que, porquanto, já que, etc. Por exemplo: Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios. Como não se interessa por arte, desistiu do curso. b) Concessivas: introduzem uma oração que expressaideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto, etc. Por exemplo: Embora fosse tarde, fomos visitá-lo. Eu não desistirei desse plano, mesmo que todos me abandonem. c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc. Por exemplo: Se precisar de minha ajuda, telefone-me. Não irei ao escritório hoje, a não ser que haja algum negócio muito urgente. 43 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS d) Conformativas: introduzem uma oração em que se exprime a conformidade de um fato com outro. São elas: conforme, como (=conforme), segundo, consoante, etc. Por exemplo: O passeio ocorreu como havíamos planejado. Arrume a exposição segundo as ordens do professor. e) Finais: introduzem uma oração que expressa a finalidade ou o objetivo com que se realiza a principal. São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que), que, etc. Por exemplo: Toque o sinal para que todos entrem no salão. Aproxime-se a fim de que possamos vê-lo melhor. f) Proporcionais: introduzem uma oração que expressa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência da principal. São elas: à medida que, à proporção que, ao passo que e as combinações quanto mais... (mais), quanto menos...(menos), quanto menos ...(mais), quanto menos...(menos), etc. Por exemplo: O preço fica mais caro à medida que os produtos escasseiam. g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim que, agora que, mal (= assim que), etc. Por exemplo: A briga começou assim que saímos da festa. A cidade ficou mais triste depois que ele partiu. h) Comparativas: introduzem uma oração que expressa ideia de comparação com referência à oração principal. São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)...como, tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (combinado com menos ou mais), etc. Por exemplo: O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. Ele é preguiçoso tal qual o irmão. i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que (tendo como antecedente na oração principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. 44 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS Por exemplo: Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do exame. A dor era tamanha que a moça desmaiou. AULA 5: TERMOS DA ORAÇÃO: ESSENCIAIS, INTEGRANTES E ACESSÓRIOS Termos Essenciais da Oração Introdução Chamamos de termos essenciais da oração aqueles compõem a estrutura básica da oração, ou seja, que são necessários para que a oração tenha significado. São eles: sujeito e predicado. Encontramos diversas definições do que vem a ser sujeito, tais como: Sujeito é o elemento do qual se diz alguma coisa. Sujeito é o ser que pratica ou recebe a ação que o verbo expressa. Já sobre predicado podemos dizer que é aquilo que se diz sobre o sujeito. SUJEITO Núcleo do Sujeito É a palavra (substantivo ou pronome) que realmente indica a função sintática que está exercendo. Exemplo: O computador travou novamente. A lâmpada está queimada. Ela saiu cedo. Tipos de Sujeito O sujeito pode ser: DETERMINADO O sujeito é determinado quando é facilmente apontado na oração e subdivide-se em: simples e composto. a) SIMPLES: quando possui um único núcleo. O menino quebrou a janela. Olga aprendeu a tocar violão. b) COMPOSTO: apresenta dois ou mais núcleos. Joana e Dirceu cambaleavam pela rua. O Windows e o Linux disputam o mercado de informática. 45 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS INDETERMINADO Quando não é possível determiná-lo na oração. O sujeito indeterminado apresenta-se de duas maneiras: I) Verbo na 3ª pessoa do plural, sem a existência de outro elemento que exija essa flexão do verbo. Comentaram que ele ganhará a eleição. Falavam de futebol no ginásio. II) VTI+SE, VI+SE, VL+SE, VTD+SE na 3ª pessoa do singular Precisa-se de costureiras. Vive-se bem no Litoral. Era-se feliz naquele tempo. Ama-se a Deus. ORAÇÕES SEM SUJEITO São orações constituídas apenas pelo predicado, pois a informação fornecida não se refere a nenhum sujeito. As principais são: (1) verbos que exprimem fenômenos da natureza: chover, trovejar, nevar, anoitecer, amanhecer, etc. Exemplo: Choveu muito hoje pela manhã. Nevou bastante durante o inverno. (2) o verbo HAVER no sentido de existir ou indicação de tempo transcorrido. Exemplo: Houve sérios problemas na rede da empresa. Há vários anos não viajamos juntos. (3) verbo FAZER, SER e ESTAR indicando tempo transcorrido ou tempo que indique fenômeno da natureza. Exemplo: Faz duas semanas que não viajamos. Está muito quente hoje. Era noite quando ele chegou. Observações: (1) o verbo SER, impessoal, concorda com o predicativo, podendo aparecer na 3ª pessoa do plural. Exemplo: São oito horas da manhã. É uma hora da tarde. (2) os verbos que indicam fenômenos da natureza, quando usados em sentido conotativo (figurado) deixam de ser impessoais. Exemplo: Amanheci indisposto. Choveram reclamações sobre as operadoras de telefonia. (3) quando um pronome indefinido representa o sujeito, ele deve ser classificado como determinado. Exemplo: Alguém pegou a minha borracha. Ninguém ligou hoje. 46 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS PREDICADO O predicado é aquilo que se comenta sobre o sujeito. TIPOS DE PREDICADO Há três tipos de predicado: predicado nominal, predicado verbal e predicado verbo-nominal. Predicado Nominal Expressa o estado do sujeito. O verbo é de ligação. Exemplo: O dia continua quente. Todos permaneciam apreensivos. Observação: o núcleo do predicado nominal é chamado predicativo do sujeito, pois atribui qualidade ou condição. Predicado Verbal Expressa a ação praticada ou recebida pelo sujeito. Exemplo: Os professores receberam o prêmio. Observação: o núcleo do predicado verbal é o verbo, pois sua mensagem principal é a ação praticada ou recebida pelo sujeito. Exemplo: Os trabalhadores exigem melhores condições de trabalho. Predicado Verbo-Nominal Informa a ação e o estado do sujeito. Exemplo: Nós chegamos cansados. Cândida retornou feliz da viagem. Observação: o predicado verbo-nominal é constituído de dois núcleos – um verbo e um nome – porque fornece duas informações: ação e estado. Exemplo: O comprador saiu da loja estressado. A criança dormia tranquila. Termos Integrantes da Oração: Complementos Verbais, Complemento Nominal e Agente da Passiva Complementos Verbais 47 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO PÚBLICO MANAUS OBJETO DIRETO Termo não regido por preposição. Completa o sentido do verbo transitivo direto. Exemplo: Eles esperavam o ônibus. Ela vendia doces. Um método bem prático para determinar
Compartilhar